Aula 10 - Proteção Catódica

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

AULA 10 - PROTEÇÃO CATÓDICA

Profª. Eliane Medeiros


Proteção Catódica

Princípio

A Proteção Catódica consiste em eliminar, por meio de


processo artificial, as áreas anódicas da superfície de uma
estrutura, fazendo com que toda ela adquira
comportamento catódico no meio corrosivo em que se
encontra.

Aplicações:

Oleodutos, gasodutos, minerodutos, adutoras, píer de


atracação, tanques, cabos telefônicos, redes de incêndio,
armaduras de aço do concreto, etc.
Proteção Catódica

Existem dois métodos de proteção catódica:

-Por anodos galvânicos (anodos de sacrifício);


-Por corrente impressa;

Em ambos deverá haver suprimento de corrente


suficiente para cessar as pilhas existentes na superfície
da estrutura, dependendo a escolha de um ou outro
método de diversos fatores técnicos e econômicos.
Proteção Catódica
Proteção Catódica Galvânica
Consiste no acoplamento intencional de um metal mais
ativo ao metal da estrutura que se quer proteger, de forma
que haja desgaste do metal mais ativo (anodo de
sacrifício), mantendo a estrutura como cátodo.
SOLDA E ISOLAMENTO
Evitar usar só massa epóxi para isolar a conexão!
SOLDA E ISOLAMENTO
Proteção catódica galvânica:
Série Galvânica Prática
Proteção catódica galvânica:
Composição química para anodos Galvânicos (% em peso)
Proteção catódica galvânica:

Aplicações típicas dos anodos Galvânicos:


Reações Envolvidas:

Área anódica:

Mg → Mg2+ + 2e
Al → Al3+ + 3e
Zn → Zn2+ + 2e

Área catódica:
H2O + ½ O2 + 2e → 2OH- (meio aerado)

2H2O + 2e → H2 + 2OH- (meio não aerado)


Proteção Catódica Galvânica
Composição de enchimento condutores para anodos galvânicos

Tipo Gesso Bentonita Sulfato de Resistividade


hidratado (%) sódio (%) (ohm.cm)
(%)
1 25 75 - 250
2 50 50 - 250

3 75 20 5 50

Tipo 1- usado em solos de baixa umidade, pois a bentonita retém água;


Tipo 2- usado em condições gerais;
Tipo 3- usado em solos de alta resistividade .
Proteção Catódica Galvânica
Anodo de Magnésio
Características de proteção catódica galvânica:

A) proteção de
tubulações enterradas.

B) proteção de chapa de
Aço mergulhada em um
eletrólito
Características de proteção catódica galvânica:

- Usada para requisitos de corrente de proteção de até 5A,


ou seja, para pequenas estruturas;
- Usada para meios de baixa resistividade;
- Não funciona quando há correntes de interferência;
- Não permite regulagem da corrente injetada;
- É preciso repor os anodos após o consumo.
Exemplos de proteção catódica galvânica:
Proteção catódica por anodo de zinco em casco de navio: .
(a) vista inferior do navio em dique seco;
(b) fixação do anodo de zinco no casco do navio.
Exemplos de proteção catódica galvânica:
Proteção catódica galvânica para pier
Exemplos de proteção catódica galvânica:
Ânodo de sacrifício para proteção de armaduras de
estruturas de concreto armado
Proteção Catódica por Corrente Impressa
Liga-se a estrutura que se quer proteger ao terminal negativo de
um retificador de corrente continua e a corrente é dispersa
fazendo-se uso de um leito de anodos inertes.
ESQUEMA TÍPICO DE INSTALAÇÃO DE UM SISTEMA DE PROTEÇÃO
CATÓDICA PARA AS TUBULAÇÕES ENTERRADAS E FUNDOS DOS
TANQUES DE UMA PLANTA INDUSTRIAL
Anodo de Fe-Si-Cr
Aplicações de anodos inertes:
Reações envolvidas
Área anódica:

H2O → 2H+ + 1/2O2 + 2e

Área catódica:

H2O + ½ O2 + 2e → 2OH- (meio aerado)

2H2O + 2e → H2 + 2OH- (meio não aerado)


Para anodos de grafite:
C + 3H2O → CO32- + 6H+

(ou C + O2 + H2O → CO32- + 2H+ + 4e)


Características do processo de proteção catódica por
corrente impressa:

- a resistividade do meio não oferece dificuldade;

- recomendado para estruturas de médio e grande porte;

- recomendado quando há corrente de interferência (ou fuga);

-permite regulagem;

-necessita de acompanhamento operacional;

-custo inicial maior;

-sujeito a interrupção (falta de energia elétrica) pode ocorre inversão de


polaridade (isso é catastrófico).
Aplicações comuns dos sistemas de corrente impressa:
Aplicações comuns dos sistemas de corrente impressa:
Medições e testes de campo:

Medição do potencial tubo/solo


Medições e testes de campo:

Testes para determinar a corrente necessária


Medições e testes de campo:

Testes para determinar a corrente necessária


PROTEÇÃO CATÓDICA - APLICAÇÃO
Medições e testes de campo:

Medição da resistividade do solo

Equipamento: TERRÔMETRO
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMA DE PROTEÇÃO CATÓDICA

Quando a corrente elétrica para proteção catódica de uma estrutura não


pode ser obtida no campo, ela precisa ser calculada.

1. Cálculo da Corrente Elétrica de Proteção

I = A . DC . F (1- E)

I = corrente elétrica (A)


A = área a ser protegida (m2)
DC = densidade de corrente (mA/m2)
F = fator de correção de velocidade
E = eficiência do revestimento.
DIMENSIONAMENTO DE SISTEMA DE PROTEÇÃO CATÓDICA

Parâmetros envolvidos:
 Cálculo da área (A)

Considerar apenas a área em contato com o eletrólito.


 Densidade de corrente elétrica

DC = 73,73 – 13,35log r

r = resistividade elétrica do eletrólito (.cm)

 O fator de correção da velocidade (F),


é utilizado apenas quando existe
movimentação do eletrólito em relação a
estrutura:
 Eficiência do revestimento
ANODOS GALVÂNICOS OU DE SACRIFÍCIO

2. Cálculo da resistência

De acordo com a lei de Ohm:


I = corrente elétrica de proteção (A)
V V= diferença de potencial entre o anodo
I galvânico e a estrutura a proteger (volts)
Rt
Rt = resistência total do circuito de proteção
catódica (ohm).

O valor Rt pode ser calculado pela equação:

Rt = Rca + Rc + Ra
Rca = resistência do cabo elétrico (fornecida pelo fabricante).
Rc = resistência do contato entre a estrutura (catodo) e o eletrólito que a envolve
(desprezível).
Ra = resistência de contato entre o anodo e o eletrólito. Esta resistência depende
basicamente do formato do anodo e da resistividade elétrica do eletrólito.
ANODOS GALVÂNICOS OU DE SACRIFÍCIO

 Cálculo da resistência de um anodo cilíndrico instalado na posição


vertical:

0,0052 r  8L 
Rv   2,3log  1
L  d 

Rv = resistência de um anodo vertical, em ohm.


r = resistividade elétrica do eletrólito, em .cm.
L = comprimento do anodo, em pés.
d = diâmetro do anodo, em pés.
Obs.: Quando se usa enchimento condutor, os valores de L e d podem
ser o comprimento e o diâmetro da coluna de enchimento
ANODOS GALVÂNICOS OU DE SACRIFÍCIO
ANODOS GALVÂNICOS OU DE SACRIFÍCIO

 Cálculo da resistência de um grupo de anodos


verticais, instalados em paralelo:

0,0052 r  8L 2L 
Ra   2,3log 1  2,31log 0,656 N 
NL  d S 

Ra = resistência dos diversos anodos verticais, em ohm.


N = número de anodo.
S = espaçamento entre anodos, em pés.
ANODOS GALVÂNICOS OU DE SACRIFÍCIO

 Cálculo da resistência de um anodo cilíndrico, instalado


na posição horizontal:

0,0052 r  4 L2  4 L p 2  L2 p p 2  L2 
Rh   2,3log    1
L  d. p L L 
 

Rh = resistência do anodo horizontal, em ohm.


p= dobro da profundidade do anodo, em pés.
ANODOS GALVÂNICOS OU DE SACRIFÍCIO

3. Cálculo da vida dos anodos galvânicos:

MC.0,85
V
8.760.I

V = vida dos anodos (anos)


M = massa total de anodos (kg)
C = capacidade de corrente do anodo (A.h/kg) (tabela seguinte)
I = corrente liberada pelos anodos (A)
0,85 = fator de utilização do anodo (85%)
ANODOS GALVÂNICOS OU DE SACRIFÍCIO
CORRENTE IMPRESSA OU FORÇADA

Esse dimensionamento também obedece a lei de Ohm .

V
I
Rt

I = corrente elétrica de proteção (A) para cada conjunto retificador/cama ou


leito de anodos a ser instalado
V= tensão de saída, em corrente contínua, do retificador (volts)
Rt = resistência total do circuito de um conjunto retificador/cama de
anodos.
CORRENTE IMPRESSA OU FORÇADA

Cálculo da vida dos anodos inertes:

0,85M
V
D.I

V = vida dos anodos (anos)


M = massa total de anodos (kg)
D = desgaste esperado do anodo (kg/A.ano)
I = corrente injetada pelo retificador (A)
0,85 = fator de utilização dos anodos (85%)
Características dos anodos inertes
Exemplo:

Calcular a resistência total de aterramento de uma cama de anodos com 20


anodos de grafite (dimensões = 1.500mm x 75mm, peso = 12kg), instalados
na posição vertical, com enchimento condutor de coque metalúrgico moído
(dimensões = 3.000mm x 254mm), espaçados de 6m. Sabendo-se que a
cama de anodos será ligada a um retificador de 50V, 30 A, destinado a
proteger uma adutora, qual será a vida dos anodos de grafite para a
operação do retificador em carga máxima? A resistividade elétrica média,
medida no local de instalação dos anodos, é de 9.000.cm.

0,0052 r  8L 2L 
Ra   2,3log  1  2,3log 0,656 N 
NL  d S 
Ra: resistência dos diversos anodos verticais (ohm)
N: número de anodos
S: espaçamento entre os anodos
L: comprimento do anodo
d: diâmetro do anodo
Resposta:1,45 
Exemplo (continuação):

A vida dos anodos pode ser calculada pela fórmula:

0,85M
V
D.I

Resposta: V = 17 anos.
Proteção Catódica
Aplicações dos sistemas de proteção
catódica no Brasil

 Oleodutos, gasodutos, minerodutos, adutoras, tanques de


armazenamento, píeres de atracação de navios – a grande
maioria está protegida por corrente impressa;

 Emissários submarinos – os emissários submarinos de


esgotos, construídos em aço, estão protegidos com anodos
galvânicos ou com sistemas por corrente impressa;
Aplicações dos sistemas de proteção
catódica no Brasil

 Plataformas de petróleo – todas as plataformas de


prospecção e produção de petróleo no mar, atualmente em
operação empregam sistemas galvânicos, sendo os
anodos de alumínio os mais utilizados;

 Navios – os navios e embarcações construídos em aço


em operação no Brasil estão protegidos com anodos
galvânicos ou por corrente impressa, dependendo das
características de cada um;

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