Apostila Eletro.2.MMXXII

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SUMÁRIO

TOMO-I Aterramento ......................................................... 02

TOMO-II Disjuntores Residuais (DR) ................................. 15

TOMO-III Correntes ............................................................ 19

TOMO-IV Transformadores ................................................. 28

TOMO-V Potência em Corrente Alternada .......................... 38

TOMO-VI Revisão de Medidas Elétricas ............................. 43

TOMO-VII Cálculo de Iluminação Geral .............................. 45

TOMO-XIII Cálculo da Queda Máxima de Tensão .............. 52

TOMO-IX Equipotencialização ............................................. 54

TOMO-X Dados para Cálculo de LED’s ............................... 57

TOMO-XI Bibliografia …….................................................... 59

Definição de Eletricidade

A Eletricidade é o ramo da Física responsável pelo estudo de


quaisquer fenômenos que ocorram por causa de cargas elétricas
em repouso ou em movimento. O nome eletricidade deriva da
palavra grega Eléktron, utilizada pelos gregos em referência a
uma resina fossilizada proveniente de algumas árvores: o âmbar.

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TOMO-I

1- ATERRAMENTO

1.1- Definição de Aterramento

É o caminho intencional, através de um eletrodo, do retorno da corrente


em direção a terra. Conexões a terra possuem resistência, indutância e
capacitância, porém, para frequências industriais (50/60 Hz), apenas o valor de
resistência é significativo, enquanto que para altas frequências (descargas
atmosféricas), os valores de capacitância e indutância podem ser
representativos.

1.2- Resistência de Aterramento

É o valor da resistência oferecida à passagem da corrente elétrica a


terra, quando submetido a uma diferença de potencial, embora se faça
referência a valores de resistência, na realidade há uma componente reativa, e
o termo correto seria impedância. No entanto esta componente só passa a ter
expressão quando o valor ôhmico é inferior a 0,5 ohms, e com valores acima
de um ohm é desprezível, na faixa de frequência industrial.

1.3-Finalidades do Aterramento

 Ligação de todas as partes metálicas energizadas dos equipamentos,


mantendo o potencial uniforme e igual ao da terra e, no caso de ser
acidentalmente energizados, garantir valores de tensão a níveis de segurança
pessoal.

 Propiciar um caminho de escoamento para a terra das descargas


atmosféricas.

 Melhorar a operação e continuidade dos serviços, permitindo aos


equipamentos de proteção isolar mais rapidamente faltas a terra.

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 Garantir aos sistemas de distribuição um valor determinado para a tensão
fase-terra.

 Proteger o sistema de fiação de consumidores contra falhas externas.

1.4-Componentes da Resistência de Aterramento

1.4.1-Resistência do condutor

Conexões e eletrodos: de valor normalmente desprezível e que pode ser


tornada tão pequena quando necessária. Varia com tempo devido aos efeitos
da corrosão, principalmente nas conexões.

1.4.2-Resistência de contato entre o eletrodo e o terreno

Também de valor desprezível quando a terra é compacta e a superfície


de contato do eletrodo está livre de materiais isolantes como: gorduras,
componentes orgânicos, óxidos, graxas e etc. Também varia com o tempo
devido à oxidação.

1.4.3-Resistência do terreno

É quem praticamente define o valor da resistência de aterramento e


depende do formato e dimensões do eletrodo e das características do solo.

1.4.4-Como localizar um fio terra

O padrão de fiação estabelece um código de cores para a instalação


elétrica em prédios e residências. Desta forma, cada cabo possui uma cor
específica de acordo com sua função. O neutro é azul, o fio da fase é marrom,
cinza ou preto, e o fio terra é sempre verde ou verde e amarelo. Graças a esse
código é fácil identificar cada cabo no momento da instalação ou reparo. Mas,
fique atento! Em algumas situações a instalação elétrica pode ser antiga, e os
cabos podem estar fora dos padrões da norma.

Para medir a resistividade do solo, ligue o equipamento de medição e


leia o valor da resistência em ohms. Neste caso, a leitura da resistência é de
100 Ohms. Acompanhe abaixo:

A = 3 metros
R = 100 ohms

Então, a resistividade do solo irá equivaler a:

r= 2 x π x A x R
r = 2 x 3.14 x 3 x 100= 1884Ω

Da mesma forma, também é importante conhecer as normas que


regulamentam a segurança (NR-10) e prevenção de acidentes.

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1.5-Fatores que Modificam a Resistência

1.5.1-Umidade

Pequenas alterações na porcentagem de umidade do solo podem


resultar em variações consideráveis da resistência elétrica. A umidade do solo
diferente para cada local varia com as estações do ano, segundo o regime de
chuvas.

1.5.2-Salinidade

A resistência decresce com a dissolução de sais, daí a existência de


produtos específicos para tal uso.

1.5.3-Temperatura

A influência torna-se importante quando, abaixo do ponto de


congelamento da água, a resistência sobe bruscamente pela formação de gelo
no solo.

1.5.4-Corrosão

A corrosão é uma consequência natural; é à volta do metal ao estado em


que se encontrava inicialmente na natureza. Ex.: um dispersor de terra dura
mais ou menos 10 anos.

1.6-Tipos de Eletrodos

1.6.1-Hastes de aço cobreado

O eletrodo de aterramento é essencial em uma instalação. Por um bom


tempo acreditava-se que usar ferragens das caixinhas das tomadas, ou das
tubulações, era o necessário para criar um aterramento elétrico eficiente.
Parecia ser a única opção possível. Atualmente, a haste de aterramento é
fundamental. A haste de aço com revestimento de cobre é a mais usada.

Entretanto, é importante saber quando usar ou não esta haste. Da


mesma forma, é necessário saber como deve ser a configuração usada. Um
sistema eficiente se fundamenta em normas que informam os tipos de
eletrodos permitidos para o sistema de aterramento.

São hastes de aço trefilado, com revestimento de uma camada de cobre


por deposição eletrolítica. O núcleo de aço assegura o bom desempenho no
processo de cravação no solo, enquanto que o revestimento de cobre funciona
como proteção contra corrosão.

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1.6.2-Hastes de aço zincadas

Hastes de ferro cantoneiras 25 x 25 x 5 mm, ou tubulares de aço


carbono zincado a quente por imersão, com comprimento de dois metros.

1.7-Malha de Terra

As malhas são feitas com condutor de cobre nu; algumas vezes são
utilizadas conjuntamente com as hastes de aterramento.

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1.8-Tratamento Químico

O tratamento químico visa diminuir o valor da resistência de aterramento


pela modificação da resistividade do solo. Recomenda-se sua utilização em
solos de alta resistividade. Produtos químicos mais utilizados.

Trincheira é um buraco feito em torno do dispersor de terra, para ser


depositados produto químico para ajudar a baixar o valor da resistência de
solo.

Betonita: é uma argila plástica, constituída essencialmente por


argilominerais do grupo das esmectitas. Originam-se mais frequentemente da
desvitrificação e alteração química de cinzas vulcânicas e podem apresentar
outros componentes, tais como: argilominerais (caolinita, ilita), feldspatos,
anfibólios, cristobalita, quartzo, sendo que o total de componentes não
argilosos dificilmente é inferior a 10%. Podem apresentar cores variadas, tais
como: branco, cinza, amarelo, marrom, verde e azul.

Gel: é uma mistura de diversos sais, que em presença de água formam


o agente ativo do tratamento. Este é um produto quimicamente estável, não é
solúvel em água, é higroscópico, é não corrosivo, possuí longo período de
atuação no solo, e não é atacado pelos ácidos contidos no solo.

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1.9-Tipos de Conexões

 Conexões exotérmicas;

 Conector para condutores de cobre ou de aço cobreado;

 Conector para condutor de aço;

 Conector de compressão;

 Conexão por amarração.

1.10-Solda exotérmica

É um método de soldagem de alta temperatura usado para união


permanente de metais e condutores elétricos como o cobre, aço inox, aço
copperweld e bronze. (pó exotérmico)

1.11-Condutores x Aterramento

Seção ≤ 16mm2 Seção mesma bitola


Seção ˃ 16mm2 e Seção ≤ 35mm2 Seção 16mm2
Exemplo: Seção ˃ 16mm2 = 25mm2 e 35mm2
Seção ˃ 35mm2 Seção ÷ 2
Exemplo: Seção 240mm2 ÷ 2 = 120mm2

1.12-Aterramento de Acordo com a NBR 5410

Conforme a NBR 5410, as instalações de baixa tensão devem obedecer


(em relação ao aterramento funcional e de proteção) a 3 (três) esquemas
básicos: TT, TN e IT. Abaixo segue a simbologia que deve ser observada:
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Primeira letra – Alimentação em relação a terra:

T - Um ponto que está aterrado diretamente.


I - Ponto não aterrado.

Segunda letra – situação das massas em relação à terra:

T–Diretamente aterradas qualquer ponto.


N – Ligação feita no ponto aterrado de alimentação não existe aterramento
próprio.
I – As massas são isoladas, e não são aterradas.

Outras letras definem a forma de aterramento da massa, com o aterramento da


fonte de alimentação:

S – Proteção e neutro (PE) por condutores separados.


C – Proteção e neutro, são feitos em apenas um condutor (PEN).

1.13-Esquemas de Aterramento Elétrico

1.13.1-Esquema TN

O esquema TN possui variações para melhorar sua funcionalidade.


Como podemos observar no esquema a seguir, a fonte de alimentação deve
ser diretamente aterrada, como no esquema TT. Nesta instalação, as partes
metálicas são expostas. Já as partes metálicas que não pertencem a
instalação, são conectadas ao condutor neutro pelos condutores que fazem a
proteção.

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1.12.2-Esquema TN-C

Observe que neste esquema as funções de neutro e de proteção são


conjugados somente em um condutor. Ele deve ser nomeado como condutor
de proteção neutro PEN. O PEN precisa estabelecer um ambiente
equipotencial eficaz com a utilização de eletrodos espaçados regularmente.

É importante destacar que, este esquema não é aceito em condutores


de seção inferior a 10mm² e para os equipamentos portáteis e flexíveis. Assim,
em locais onde existe risco de incêndio o uso é proibido.

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1.12.3-Esquema TN-S

Para o aterramento TN-S, condutores de proteção e neutro são


separados. É obrigatório usar condutores separados PE e N em circuitos
elétricos de cobre com seções menores que 10mm², nos condutores de
alumínio e em equipamentos móveis 16mm².

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1.12.4-Esquema TN-C-S

Neste esquema pode-se utilizar em uma mesma instalação os


esquemas TN-C e TN-S. Com isso, as funções de neutro e de proteção podem
ser combinadas em um único condutor. Dessa forma, o esquema TN-C jamais
deve ser usando no fluxo do sistema TN-S. A separação do ponto do condutor
PE com o condutor PEN é feito na origem do sistema e ETC.

1.12.5-Aterramento temporário

O aterramento temporário é mais comum em redes de distribuição. Seu


objetivo é dar maior segurança para os profissionais que atuam na área
elétrica. O aterramento é a ligação do equipamento ou de toda a rede
condutora de energia elétrica com a terra, através de cabos condutores. Com
isso, a fuga de corrente seja direcionada para a terra.

Todos os procedimentos de aterramento devem ser realizados antes e


depois dos trechos de intervenção do circuito, exceto quando ocorrer no final
do trecho. É importante que o ponto de trabalho sempre esteja isolado.
Portanto, o aterramento temporário sempre deve ter a capacidade de conduzir
a máxima potência do sistema.

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1.13-Informações Diversas
1.13.1-Como Medir o Aterramento com Multímetro
Você precisa colocar seu multímetro em escala de tensão alternada,
depois deverá escolher uma tomada de sua residência e inserir uma ponteira
no orifício fase e outro no terra, independentemente da cor, pois o valor a ser
mostrado não sofrerá alteração na sua medição de aterramento, e no
seu multímetro deverá aparecer.

1.13.2-Qual a resistência de um bom aterramento


A NBR5410 recomenda que a resistência dos aterramentos estejam
abaixo de 10 ohms, para áreas classificadas este valor deve ser inferior a 5
ohms, como prevê a NFPA e IEEE.

1.13.3-Por que o Fio Terra dá Choque


Se o aterramento estiver dando choque é sinal de que há alguma falha
no aterramento. Será necessário reforçar o aterramento, verificar se as hastes
estão em lugar úmido, se estão enferrujadas ou com conexões oxidadas e se
as quantidades de hastes são suficientes para o modelo de aterramento usado
na propriedade.

1.13.4-Como medir terra é neutro


Com as pontas de prova, mede-se entre uma fase e o terra a tensão
entre elas, que deve ser de 127 volts ou 220 volts conforme medição entre fase
e neutro. Se a tensão medida for igual, significa que o aterramento é muito
bom. A medição deve ser igual entre fase e neutro e a medição entre fase
e terra.

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1.13.5-Qual a tensão do fio terra?
E se o aterramento foi bem projetado, executado e mantido,
a tensão será sempre zero volt. Portanto, teríamos zero volts de tensão no
cabo. Isso é o que acontece no terra em situações normais. Logo, pode
acontecer, em algumas situações, do neutro ter 50V ou até mais, mas
o terra deve ter sempre 0V.

1.13.6-Como medir resistividade do solo com terrômetro?


O método, como é conhecido, consiste na colocação de 4 eléctrodos
numa linha que atravessa a parte do terreno onde se
pretende medir a resistividade do solo (ρ). Os eléctrodos deverão ser
colocados em linha, respeitando minuciosamente a distância e entre eles, que
deverá ser constante.

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1.11- Exercícios

01- Qual a definição de aterramento?


02- O que vem a ser resistência de aterramento?
03- Cite algumas finalidades do aterramento:
04- Cite alguns fatores que modificam a resistência de aterramento:
05- Cite os tipos de eletrodos:
06 - Cite os tipos de conexões:
07- O que trincheira?
08- O que é solda exotérmica?

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TOMO-II

2-DISJUNTORES RESIDUAIS - DR

2.1-Definição de Disjuntores Residuais

São elementos de proteção contra choques elétricos, portanto, visam a


segurança das pessoas e não da instalação ou equipamento. Sua filosofia de
funcionamento é o disparo (desarme) através da corrente de fuga para a terra.

2.2-As principais falhas encontradas nas instalações

# Fuga de corrente: por problemas na isolação dos fios, a corrente vaza


do circuito e pode ir para a terra através de fio terra. Quando o fio terra não
existe, a corrente fica na carcaça dos equipamentos (eletrodomésticos),
causando o choque elétrico.

# Sobrecarga: é quando a corrente elétrica é maior do que aquela que os


fios e cabos suportam. Ocorre quando ligamos muitos aparelhos ao mesmo
tempo. Os fios são danificados pelo aquecimento elevado.

# Curto-circuito: é causado pela união de dois ou mais potenciais (por ex.:


fase-neutro/fase-fase), criando um caminho sem resistência, provocando
aquecimento elevado e danificando a isolação dos fios e cabos, devido aos
altos valores que a corrente elétrica atinge nessa situação.

# Sobretensão: é uma tensão que varia em função do tempo, ela varia entre
fase e neutro ou entre fases, cujo valor é superior ao máximo de um sistema
convencional. Essa sobretensão pode ter origem interna ou externa.

a-Externa: descargas atmosféricas.

b- Interna: curto-circuito, falta de fase, manobra de disjuntores etc.

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# A proteção contra choques elétricos somente deve ser feita usando-se o
DR de alta sensibilidade (30mA). Já a proteção patrimonial pode ser feita pelos
dispositivos DR de 100mA, 300mA, 500mA além da sensibilidade de 30mA já
mencionada.

2.3-Por quê usar um Dispositivo DR?

Proteção e legalidade, 30% dos incêndios produzidos nas edificações


são devidos a um defeito elétrico.

O defeito elétrico mais comum é causado por deterioração dos isolantes


dos condutores, devido entre outras causas:

a-Ruptura brusca e acidental do isolante do condutor.

b-Envelhecimento e ruptura final do isolante do condutor.

c-Cabos mal dimensionados.

2.3.1-A Norma NBR 5410 a partir de sua 5° versão em 1997 também tornou
obrigatório o uso do dispositivo DR de alta sensibilidade (30mA) em
determinados locais e circuitos visando à proteção contra choques elétricos.

2.3.2-Entre os pontos mencionados temos:

a-Circuitos que alimentam tomadas de corrente em área externa;

b-Circuitos de iluminação externa (ex.: iluminação de jardins);

c-Todos os pontos de utilização usados em banheiros;

d-Circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas externas, mas que


podem vir a alimentar equipamentos no exterior;

e-Todos os pontos de utilização de cozinhas, lavanderias, áreas de serviço,


ou seja, áreas internas molhadas em uso normal ou sujeita a lavagens.

f-Admite-se a exclusão de pontos que alimentem aparelhos de iluminação


posicionados a uma altura igual ou superior a 2,5 m.

2.4-Como funciona o Dispositivo DR

Em condições normais, a corrente que entra no circuito é igual à que sai.


Quando acontece uma falha no circuito, gerando fuga de corrente, a corrente
de saída é menor que a corrente de entrada, pois uma parte desta se perdeu
na falha de isolação.

O dispositivo DR é capaz de detectar qualquer fuga de corrente. Quando


isso ocorre, o circuito é automaticamente desligado. Como o desligamento é
instantâneo, a pessoa não sofre nenhum problema físico grave decorrente do
choque elétrico, como parada respiratória, cardíaca ou queimadura.

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2.5-Tecnicamente falando

As bobinas principais são enroladas sobre o núcleo magnético de modo


a determinar, quando atravessadas pela corrente, dois fluxos magnéticos iguais
e opostos, de modo que, em condições normais de funcionamento, o fluxo
resultante seja nulo. A bobina secundária é ligada ao relé polarizado.

Se a corrente diferencial-residual (isto é a corrente que flui para a terra)


for superior ao valor de atuação da corrente nominal (In), a bobina secundária
enviará um sinal suficiente para provocar a abertura do relé polarizado e,
portanto abrem-se os contatos principais. Para verificar as condições de
funcionamento do dispositivo deve-se acionar o botão de teste (T); assim cria-
se um desequilíbrio de corrente tal que provoca a atuação do dispositivo
diferencial e a consequente abertura dos contatos principais.

2.6-Atenção

O Dispositivo DR (diferencial residual) não protege contra


sobrecargas nem de curto-circuito, por este motivo não dispensa o uso do
disjuntor. Os dois devem ser ligados em série e o DR após o disjuntor.

A norma ABNT NBR 5410 recomenda o uso do dispositivo DR em


todos os circuitos, principalmente nas áreas frias e úmidas ou sujeitas à
umidade, como cozinhas, banheiros, áreas de serviço e áreas externas
(piscinas, jardins, quintais, etc.). Assim como o disjuntor, ele também pode
ser desligado manualmente se necessário.

2.7-Como Escolher um Dispositivo Diferencial Residual

A escolha do dispositivo DR deve atentar para alguns dados importantes


a respeito do dispositivo.

a-Corrente nominal (In) trata-se da corrente nominal do circuito a ser


protegido (25, 40, 63, 100, 125A);

b-Variação da corrente de sensibilidade (∆In) estabelecida conforme o


tipo de proteção a ser executado (30, 100, 300, 500mA);

c-Número de polos 2 ou 4, estipulado conforme o tipo de circuito a ser


protegido ou do tipo de alimentação fornecido pela concessionária de energia
(lembramos aqui que o condutor do neutro deverá passar pelo DR),
destacamos aqui que a (Schneider-Electric.com) tem com exclusividade um DR
de 3 polos para a situação em que temos duas fases+neutro;

d-Tensão nominal de operação conforme circuito a ser protegido pelo


dispositivo.

Outra característica importante sobre o DR é a classificação do seu tipo.


A norma IEC prevê algumas versões de acordo com sua capacidade de

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detecção: tipo AC, o mais tradicional, usado apenas para as correntes residuais
alternadas; tipo A usado em correntes alternadas e contínuas pulsantes; o tipo
B tem a mesma detecção do tipo A além de correntes contínuas puras e,
finalmente o tipo S que tem as mesmas características do tipo A, mas podendo
ser utilizado em ambientes agressivos, com baixas temperaturas ou então para
garantir a continuidade de serviço em caso de descargas atmosféricas.

Devemos chamar a atenção que para a devida proteção contra choques


elétricos é importante também citar que é de extrema importância o condutor
de proteção (terra), como primeira medida de proteção contra choques
elétricos.

2.8-Dispositivo DR (Diferencial Residual) x Disjuntor

Outro ponto importante que devemos deixar bem claro é separar a


função do dispositivo DR e do disjuntor.

O DR detectará correntes de fuga à terra, já o disjuntor protegerá os


cabos contra sobrecarga e curto-circuito.

Existem no mercado, dispositivos que agregam as duas funções


(conhecidos como DDR), mas em sua grande maioria é utilizado
separadamente: DR e disjuntores.

2.9-Responda

01-Qual a função do D.R.?


02-Cite algumas falhas encontradas nas instalações:
03-Porque devemos usar DR?
04-Qual a norma que obriga o uso dos DR’s?
05-Como se faz a escolha do DR?
06-Explique o que vem a ser DR tipo A e B?

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TOMO-III

3-CORRENTES

3.1-Corrente Contínua - CC

É a corrente que não varia ao longo do tempo. Como exemplos de


fontes de corrente e tensão contínua temos: pilhas, baterias e dínamos. Se,
entre dois pontos de um condutor, for aplicada uma diferença de potencial
sempre no mesmo sentido e de valor constante, estabelece-se no condutor um
deslocamento de elétrons também de sentido constante, obtém-se uma
corrente designada por corrente contínua.

3.2-Corrente Alternada – C.A.

É aquela cujo módulo varia continuamente e cuja polaridade é invertida


periodicamente. Como exemplo de corrente alternada temos a corrente e a
tensão que a concessionária vende aos consumidores residenciais, comerciais
e indústrias. Podemos, porém, aplicar, nos extremos do circuito condutor,
potenciais cujas polaridades se invertam periodicamente. O sentido da corrente
resultante muda ciclicamente, é uma corrente alternada.

3.2.1- Conveniência da corrente alternada

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O custo baixo, a facilidade de transformação e produção da corrente
alternada faz deste tipo de energia ser largamente difundido. Por esta razão a
energia elétrica distribuída pelas concessionárias é alternada (corrente e
tensão alternadas). Os motores de corrente alternada (CA) são menos
complexos que os motores de corrente contínua (CC). Na sua maioria, eles não
necessitam de escovas e comutadores, o que reduz seus custos com a
manutenção.

3.2.2-Geração de tensão alternada

Uma tensão alternada é aquela cujo módulo varia continuamente e cuja


polaridade é invertida periodicamente. O eixo zero é uma linha horizontal que
passa pelo centro. As variações verticais na onda de tensão mostram as
variações do módulo. As tensões acima do eixo horizontal têm polaridade
positiva (+), enquanto as tensões abaixo do eixo horizontal têm polaridade
negativa (-).

Uma tensão alternada pode ser produzida por um gerador, chamado de


alternador. No gerador simplificado a espira condutora gira através do campo
magnético e intercepta linhas de força para gerar uma tensão alternada
induzida através dos seus terminais. Uma rotação completa da espira é
chamada de ciclo.

Um gerador na prática, possui várias espiras enroladas constituindo o


rotor e o estator. Entre os dois extremos da espira temos a tensão produzida.
Para transferir essa tensão a um circuito externo são utilizados dispositivos
denominados de anéis de contato e escovas. Os anéis de contato são lisos,
feitos de material condutor, ligados nas duas extremidades da espira individual,
e ambos giram acompanhando o movimento da espira. As escovas são fixas,
mas permanecem em contato elétrico com os anéis enquanto estes giram.
Entre elas, portanto, teremos uma tensão de saída do gerador que pode ser
aplicada a um circuito externo. É importante salientar que é necessária uma
fonte de energia mecânica para que a espira possa girar. Esta energia pode ser
obtida através da água em movimento, motor a gasolina ou diesel, vapor
d’água.

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3.3-Medição Angular

Pelo fato dos ciclos de tensão corresponderem à rotação da espira em


torno de um círculo, os trechos desse círculo são expressos em ângulos. O
circulo completo vale 3600; Meio círculo ou uma alternação vale 1800. E um
quarto de volta vale 900. Os graus são expressos em radianos (rad.). Um
círculo completo tem 2 radiano, portanto:

3.3.1-Definição de Radiano

Quando o comprimento do arco de uma circunferência for igual ao raio


dela, então dizemos que o ângulo formado é de 1 radiano.

Π radianos = 180°

raio = 1 radiano

Assim: π.r.1radiano = raio.180°  logo: π radianos = 180°

 Medindo os ângulos em radianos, a circunferência toda mede 2π


radianos (quanto a ângulo), porque a circunferência toda mede 2π raios
(quanto ao comprimento dela propriamente dita).

 Assim, meia circunferência mede 360°/2 = 180° ou π radianos = 3,14


radianos. Assim o π continua medindo 3,14.

 Então dizer que 180° é igual a π radianos, é dizer que o arco de um


ângulo de 180° cabem em 3,14 medidas iguais ao raio da circunferência.

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180°/π=graus

π/180=radianos
Num gerador a rotação da bobina ao longo de 360 0 geométricos
(uma rotação), gera sempre um ciclo (3600) de tensão CA. A graduação que
aparece ao longo do eixo horizontal de uma tensão CA ou de uma corrente CA
se refere aos graus elétricos e não aos graus geométricos.

3.4-Onda Senoidal

A senóide é originária do seno etmologicamente (é o estudo da


composição dos vocábulos e das regras de sua evolução histórica) tem origem
na língua Sânscrita que quer dizer metade da corda, jya-ardha abreviada por
jiba e traduzida para o árabe como jiba – jb, a transliteração mal feita traduzida
no século XII para o Latin, como sinus, impressão errônea de jb, jaibe – seto.

É a forma de onda que descreve a variação da tensão ou corrente CA


durante uma volta completa da espira. Essa forma de onda descreve a tensão
de saída do gerador durante uma volta completa da espira. A tensão começa
em zero quando a espira esta na posição paralela as linhas do campo
magnético, conforme a espira gira, a tensão cresce de zero até um valor
máximo positivo, e decresce até atingir zero novamente; no sentido negativo o
valor de tensão decresce de zero até um valor máximo negativo, e cresce até
atingir zero novamente. Completando uma rotação de 3600 em torno do seu
eixo. Onda senoidal vem do fato de que a tensão gerada, numa posição
qualquer da espira, é proporcional ao seno do ângulo entre o campo magnético
e o sentido de movimento da espira.

3.5-Frequência

É o número de ciclos por segundo. O conjunto de valores positivos e


negativos constitui o que chamamos de um ciclo. Um ciclo por segundo é igual
a um Hertz. Portanto uma frequência de dois Hertz são duas voltas em um
segundo.

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A corrente que dispomos em nossa casa inverte-se, passando de
valores positivos para valores negativos e de valores negativos para positivos,
60 vezes em um segundo, ou seja, 60 ciclos por segundo ou 60 Hertz. A
frequência é representada pela letra (F). A unidade fundamental com que se
mede a frequência é o Hertz (Hz).

3.6-Período

É o tempo necessário à realização de um ciclo. È o tempo necessário


para a tensão ou a corrente CA realize um ciclo completo. O período é
representada pela letra (T). A unidade fundamental com que se mede a período
é dado em segundos (s).

 A frequência e o período são inversamente proporcionais.

3.7-Valores Característicos de Tensão e de Corrente C.A.

Como uma onda senoidal de tensão ou corrente CA possui vários


valores instantâneos ao longo do ciclo, é conveniente especificar os módulos
para efeito de comparação de uma onda com a outra. Podem ser especificados
os valores de pico, médio e eficaz (rms – root mean square). Estes valores se
aplicam tanto à tensão quanto à corrente.

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3.7.1-Valor de pico

É o valor máximo de tensão ou corrente (Em ou Im). É aplicado tanto ao


pico negativo quanto ao positivo.

3.7.2-Valor médio

Corresponde à média aritmética sobre todos os valores numa onda


senoidal. O valor médio de uma tensão ou corrente CA senoidal é nulo, porque
o semi ciclo positivo é igual ao negativo.

3.7.3-Valor eficaz ou RMS

Corresponde à mesma quantidade de corrente ou tensão CC capaz de


produzir o mesmo aquecimento. Uma tensão alternada com um valor RMS de
125 V, por exemplo, tem exatamente a mesma eficiência no aquecimento do
filamento de uma lâmpada de incandescência que os 125 V provenientes de
uma fonte de tensão CC fixa.

3.7.4-Relações:

Valor médio = 0,637 . valor de pico

V M = 0,637 . VP

E M = 0,637 . EP

I M = 0,637 . IP

Valor rms = 0,707 . valor de pico

V RMS = 0,707 . VP

E RMS = 0,707 . EP

24
I RMS = 0,707 . IP

3.8-Defasagem Entre Tensão e Corrente C.A.

Nos terminais de um circuito, aplica-se uma tensão CA senoidal. Neste


circuito vai estabelecer-se uma corrente CA senoidal com a mesma frequência
da tensão. Podemos verificar três casos possíveis:

3.8.1-Em fase

Quando a tensão e a corrente CA alcançam os valores máximo (EP) e


mínimo (zero) ao mesmo tempo. Podemos observar na figura abaixo que a
tensão e a corrente passam simultaneamente pelos valores máximos
instantâneos (mesmo sentido) e o valor mínimo (zero). Diz-se, então, que a
tensão e a corrente estão em fase.

3.8.2-Defasagem por atraso (indutivo)

Quando a corrente esta em atraso em relação à tensão. Equivale dizer


que a tensão está em avanço relativamente à corrente. A passagem da
corrente por zero é um pouco posterior à passagem por zero da tensão (no
mesmo sentido).

25
3.8.3-Defasagem por avanço (capacitivo)

Quando a corrente esta em avanço em relação à tensão. Equivale dizer


que a tensão está em atraso relativamente à corrente. A passagem da corrente
por zero é um pouco avançada à passagem por zero da tensão (no mesmo
sentido).

3.9-Exercícios
01-Explique o que é uma corrente alternada?
02-Explique o que é uma corrente contínua?
03-Cite algumas vantagens da C.A. em relação a C.C.:
04-Por que a senóide tem este nome?
05-Calcule o valor da tensõe nos seguintes pontos: (127 V e 220 V)
Observação: USAR VALORES PINTADOS.

Tabela dos Senos


o
Seno 30 0,500

Seno 60o 0,866

Seno 90o 1 1
Seno 180o 0 0
Seno 210o -0,500

Seno 240o -0,866

Seno 2700 -1 -1

a) Seno 30o em 127V=


Seno 30o em 220V=

b) Seno 60o em 127V=


Seno de 60o em 220V=

c) Seno 90o em V127=

26
Seno de 90o em 220V=
d) Seno 180o em 127V =
Seno 180o em 220V=

e) Seno 210o em 127V=


Seno 210o em 220V=

f) Seno 240o em 127V=


Seno 240o em 220V=

g) Seno 270o em 127V=


Seno 270o em 220V=

06-Em um mega-hertz contém quantos Hz?


07-Em um quilo-hertz contém quantos Hz?
08-Qual a definição de frequência?
09-Qual é a definição de período?
10-Qual a definição de valor de pico?
11-Qual a definição de valor médio?
12-Qual a definição de valor eficaz ou RMS?
13-O que é estar em fase?
14-O que é defasagem?
15-Em um circuito resistivo como ficam tensões e correntes?
16-Em um circuito indutivo como ficam tensões e correntes?
17-Em um circuito capacitivo como ficam tensões e correntes?

27
TOMO-IV

4-TRANSFORMADORES

4.1-Definição de Transformador (TP)

A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) define o


transformador como: Um dispositivo que por meio da indução eletromagnética,
transfere energia elétrica de um ou mais circuitos primário para outro ou outros
circuitos secundário, usando a mesma frequência, mas, geralmente, com
tensões e intensidades de correntes diferentes.

É um equipamento capaz de elevar, abaixar ou isolar, tensões e


correntes alternadas. O transformador básico é formado por duas bobinas
isoladas eletricamente e enrolados em torno de um núcleo comum. Para se
transferir a energia elétrica de uma bobina para a outra se usa o acoplamento
magnético. Dependendo da função que o transformador irá exercer, ele é um
dispositivo capaz de elevar, baixar e isolar tensões.

4.2-Estrutura dos transformadores

4.2.1-Constituição dos transformadores

 Bobina primária: É a bobina ligada à fonte de C.A.;

 Bobina secundária: É a bobina ligada à carga C.A.;

 Núcleo de ferro: É feito de material magnético, comumente se usa o aço


laminado.

28
4.3-Princípio de Funcionamento

No primário do transformador é ligada uma fonte de CA, cuja tensão


induz um fluxo magnético variável no secundário do transformador. Devido ao
núcleo de ferro, e as linhas de força do campo, o fluxo magnético produzido na
bobina do primário atravessa a bobina do secundário. Sendo o fluxo magnético
variável no primário, no secundário, esta variação irá induzir uma tensão CA.

4.3.1-Relação de tensão

A tensão nas bobinas de um transformador é diretamente proporcional ao


número de espiras das bobinas. Esta relação é expressa através da fórmula a
seguir:

 E P  Tensão no primário;

 E S  Tensão no secundário;

 N P  Número de espiras no primário;

 N S  Número de espiras no secundário.

A razão é chamada de razão ou relação de tensão (Rt). A razão é


chamada de razão ou relação de espiras (Re). Substituindo estes termos
obtemos uma fórmula equivalente:

 Rt  Relação de tensão;

 Re  Relação de espiras.

Uma razão de 1:4 (lê-se um para quatro) significa que para cada 1 Volt
no primário do transformador há 4 Volt no secundário.

4.3.2-Relação de corrente

A corrente que passa pelas bobinas de um transformador é


inversamente proporcional à tensão nas bobinas. Esta relação é expressa pela
equação:

 E P  Tensão no primário;

 E S  Tensão no secundário;

 I P  Corrente no primário;

29
 I S  Corrente no secundário.

Podemos substituir por , de modo que temos:

 Np  Número de espiras no primário;

 Ns  Número de espiras no secundário.

4.4-Tipos de Transformadores

Analisando as relações entre tensão e espiras podemos dizer que


existem três tipos básicos de transformadores, como podemos ver abaixo:

4.4.1-Transformador isolador

São aqueles que possuem as tensões do primário e secundário igual,


representadas pela relação 1:1. Sua função é isolar eletricamente um
equipamento. Se a tensão primária variar entre 130 e 95 V, a tensão do
secundário não variará mais do que 1%. Sendo utilizadas em equipamentos
sensíveis as variações de tensão presentes nas redes de distribuição.
Podemos citar exemplos como: estabilizadores, painéis com instrumentos
sensíveis, balanças eletrônicas, inversores de frequência e etc.

4.4.2-Transformador elevador

São aqueles que possuem as tensões do secundário maiores que as


tensões dos primários, representados por uma relação 1:2, 1:4. Sua função é
elevar a tensão de alimentação conforme a sua relação, através da relação ele
irá aumentar o valor de tensão recebido no primário, ou seja, se o
transformador possuir uma relação de transformação de 1:4, o transformador
recebe no primário uma tensão de 1 V, e no secundário teremos uma tensão
de 4 V. Podemos citar exemplos como: transformadores das subestações
elevadoras nas usinas, transformadores domésticos e etc.

4.4.3-Transformador rebaixador

São aqueles que possuem as tensões dos primários maiores que as


tensões dos secundários, representados por uma relação 2:1, 4:1. Sua função
é baixar a tensão de alimentação conforme a sua relação, através da relação
ele irá diminuir o valor de tensão recebido no primário, ou seja, se o
transformador possuir uma relação de transformação de 4:1, o transformador
recebe no primário uma tensão de 4 V, e no secundário teremos uma tensão
30
de 1 V. Podemos citar exemplos como: transformadores domésticos,
transformadores da rede de distribuição nas ruas e etc.

4.5-Rendimento do Transformador

O rendimento de um transformador é igual à razão entre a potência da


saída do enrolamento do secundário e a potência de entrada no enrolamento
do primário. Um transformador tem 100% de rendimento porque ele libera toda
a energia que recebe. Devido às perdas no núcleo e no cobre, o rendimento do
melhor transformador na prática é menor que 100%.

Exprimindo na forma de equação:

 Pp  Potência no primário;

 Ps  Potência no secundário;

 Ep  Tensão no primário;

 Es  Tensão no secundário;

 Ip  Corrente no primário;

 Is  Corrente no secundário;

  (%)  Rendimento.

4.6-Especificação do Transformador

A capacidade do transformador é dada em potência aparente (VA).


Como a potência num circuito CA depende do fator de potência da carga e da
corrente que passa pela carga, uma especificação de saída em potência efetiva
(W) deve se referir ao fator de potência.

 S (VA)  Potência aparente;

 P E (W)  Potência efetiva.

4.7-Perdas no Transformador

Os transformadores reais apresentam perdas no cobre e perdas no


núcleo. Existem três tipos de perdas nos transformadores:

4.7.1-Perda no enrolamento

A perda no cobre é representada pela potência perdida nos


enrolamentos do primário e do secundário devido à resistência ôhmica dos
enrolamentos. A perda no cobre é dada em Watts é calculada através da
fórmula: (P=R.I2).

31
4.7.2-Perda no núcleo por histerese

A perda por histerese é causada pelo magnetismo residual, isto é, o


magnetismo que permanece no material após a força magnetizante ter sido
removida.

4.7.3-Perda no núcleo por correntes parasitas (Foucault)

Correntes parasitas ou correntes de Foucault resultam das correntes


induzidas que circulam no material do núcleo. Desde que o núcleo é
propriamente um condutor, a variação do campo induz, uma tensão no núcleo.

4.8-Autotransformador

É um transformador composto por apenas um enrolamento. Fazendo-se


derivações ou colocando-se terminais em pontos ao longo do comprimento do
enrolamento, podem ser obtidas diferentes tensões. O autotransformador
possui um único enrolamento entre os terminais A e C. É colocada uma
terminação no enrolamento, de onde sai um fio que forma o terminal B. O
enrolamento AC é o primário enquanto o enrolamento BC forma o secundário.

A simplicidade do autotransformador o torna mais econômico e de


dimensões mais compactas. Entretanto, ele não fornece isolação elétrica entre
os circuitos do primário e secundário.

4.9-Transformador Trifásico

Os transformadores trifásicos podem ser formados por três


transformadores monofásicos separados, mas idênticos ou por uma única
unidade trifásica contendo enrolamentos trifásicos. Os resultados finais são os
mesmos: todas as três tensões de fase variam. O fluxo na bobina 1 é igual ao
fluxo na bobina 2 que é igual ao fluxo na bobina 3.

32
4.10-Exercícios

01-Qual a definição de transformador?


02-Quais os tipos de transformadores?
03-Como é a estrutura dos transformadores?
04-Qual o princípio de funcionamento?
05-O que é rendimento de um transformador?
06-Quais os tipos de perdas nos transformadores?
07-O que é um autotransformador?
08-O que vem a ser um transformador trifásico?

09-Calcule o se pede:

Primário Secundário Primário Secundário


Volt Volt Espiras Espiras
Ep=220 Es = Np=1200 Ns=600

10-Calcule o se pede:

Primário Secundário Primário Secundário


Volt Volt Espiras Espiras
Ep=127 Es = Np=1200 Ns=600

33
11-Calcule o se pede:

Primário Secundário Primário Secundário


Volt Volt Espiras Espiras
Ep=440 Es = Np=1200 Ns=600

12-Calcule o se pede:

Primário Secundário Primário Secundário


Volt Volt Espiras Espiras
Ep=220 Es = Np=200 Ns=300

13-Calcule o se pede:

Primário Secundário Primário Secundário


Volt Volt Espiras Espiras
Ep= Es=235 Np=100 Ns=500

14-Calcule o se pede:

Primário Secundário Primário Secundário


Volt Volt Espiras Espiras
Ep=100 Es=500 Np= Ns=400

15-Calcule o se pede:

Primário Secundário Primário Secundário


Volt Volt Espiras Espiras
Ep=440 Es=127 Np=1800 Ns=

16-Calcule o se pede:

Primário Secundário Primário Secundário


Volt Volt Espiras Espiras
Ep=139 Es=280 Np= Ns=500

34
4.11-Transformador de Corrente

Um transformador de corrente (abreviadamente TC) é um equipamento


que reproduz, no seu circuito secundário, a corrente que circula em um
enrolamento primário, com sua posição vetorial substancialmente mantida, em
uma proporção definida, conhecida e adequada. Os transformadores de
corrente, também chamados de transformadores de instrumentos, utilizados
em aplicações de alta tensão (onde circulam, frequentemente, baixas
correntes), fornecem correntes suficientemente reduzidas e isoladas do circuito
primário de forma a possibilitar o seu uso por equipamentos de medição,
controle e proteção.

4.12-A simbologia padrão dos transformadores de corrente (TC’s)

Mostra os terminais primários de alta tensão H1 e H2 e os terminais


secundários X1 e X2. O ponto, para transformadores com polaridade aditiva,
indica onde entra a corrente no primário e onde sai a corrente no secundário
com uma defasagem de 180°.
Modelos industriais de TCs têm os terminais de alta tensão marcados
como P1 e P2 (Primário-1 e Primário-2), sendo que em muitos casos pode
haver diferentes ligações do circuito primário que permitam alterar a relação de
transformação. Os terminais secundários são marcados como 1s1, 1s2, 2s2...
(número, letra, número), indicando respectivamente o número do enrolamento,
o símbolo de terminal secundário (s) e o número da derivação do terminal
secundário.

35
4.13-Classificação dos TC’s

São classificados de acordo com o modelo do enrolamento primário, já que


o enrolamento secundário é constituído por uma bobina com derivações (taps)
ou múltiplas bobinas ligadas em série e/ou paralelo, para obter-se diferentes
relações de transformação. Quanto aos tipos construtivos, os TCs mais
comuns, são:

4.13.1-Tipo Enrolado
Este tipo é usado quando são requeridas relações de transformações
inferiores a 200/5.
4.13.2-Tipo Barra
Transformador de corrente cujo enrolamento primário é constituído por
uma barra.

4.13.3-Tipo Bucha
Consiste de um núcleo em forma de anel (núcleo toroidal), com
enrolamentos secundários.

36
4.13.4-Tipo Janela
Tem construção similar ao tipo bucha, sendo que o meio isolante entre o
primário e o secundário é o ar.

4.13.5-Tipo Núcleo Dividido


Transformador de corrente tipo janela em que parte do núcleo é
separável ou basculante.

4.13.6-Tipo com vários enrolamentos primários


Transformador de corrente com vários enrolamentos primários distintos
e isolados separadamente.

4.13.7-Tipo com vários núcleos


Transformador de corrente com vários enrolamentos secundários
isolados separadamente e montados cada um em seu próprio núcleo,
formando um conjunto com um único enrolamento primário, cujas espiras (ou
espira) enlaçam todos os secundários.

4.14-Resolva

01-O que quer dizer TC?


02-Quais as letras que indicam AT dos TC’s?
03-Quais as letras que indicam BT dos TC’s?
04-Cite algumas classificações dos TC’s:

37
TOMO-V

5-POTÊNCIA EM CORRENTE ALTERNADA

5.1-Definição de Potência Elétrica

É o trabalho elétrico realizado na unidade do tempo. Sempre que houver


um deslocamento de elétrons de um ponto para outro em um condutor ou em
um circuito elétrico, um trabalho elétrico é realizado. Um determinado trabalho
elétrico pode ser realizado em maior ou menor tempo, dependendo da potência
elétrica empregada para realizá-lo. À energia aplicada, para movimentar ou
produzir calor, luz, radiação etc., por segundo em qualquer destas atividades
chamamos de potência. A potência é representada pela letra (P). A unidade
fundamental com que se mede a potência é o watt (W).

5.1.1-Potência aparente (S)

É a potência que o consumidor (carga) aparenta estar transformando em


trabalho útil. Também é chamado de potência de placa. O símbolo de potência
aparente S, e a sua unidade é o VA (Volt Ampère). A potência em C.A. é
chamada de potência aparente. A potência aparente é apenas um valor de
cálculo, porque neste produto não foi levado em consideração a defasagem
angular entre tensão e corrente. A potência aparente é formada por duas
outras potências:

5.1.2-Potência efetiva (P)

É a parte da potência aparente transformada efetivamente em trabalho


útil. O símbolo de potência efetiva é o P, e a sua unidade de medida e o W
(watt). A potência efetiva é chamada assim porque no consumidor é
transformada em outras formas de energia.

38
5.1.3-Potência reativa (Q)

É a parte da potência aparente utilizada pela carga apenas para formar o


campo magnético nas bobinas. O símbolo de potência reativa é a letra Q, e a
sua unidade de medida é o VAr (Volt Ampère reativo). Apesar de existir no
circuito não sofre transformações nem executa trabalho útil. Sua finalidade é a
de construir o circuito magnético nas bobinas. Como os campos crescem e
decrescem acompanhando a frequência, a potência reativa varia duas vezes
por período entre a fonte de corrente e o consumidor. Sua existência aumenta
a carga dos geradores, dos condutores e dos transformadores.

5.2-Triângulo das Potências

A potência aparente, potência efetiva e a potência reativa, podem ser


representadas por um triângulo retângulo. Desse triângulo tiram-se as fórmulas
para a potência.

5.3-Fator de Potência

É o percentual da potência aparente transformada em potência efetiva.


No triângulo das potências o cosseno do ângulo (φ) determina que a parcela da
potência aparente é potência eficaz. Em alguns motores o valor a plena carga é
normalmente na ordem de 0,8, ou seja, a potência aparente deste motor possui
0,8 partes de potência eficaz. O fator de potência pode variar de zero a 1,
sendo o valor do cos ᵠ 00 a 900.

5.4-Círculo Trigonométrico

No circulo trigonométrico estão relacionados catetos, a hipotenusa o


seno e cosseno. Os valores do cosseno (φ) irão variar de zero a um.
Associando o Teorema de Pitágoras ao triângulo das potências teremos:

Para que possamos entender a relação direta da potência C.A. com o


Teorema de Pitágoras:

39
Quando temos um ângulo de 23º entre potência aparente e potência
eficaz o FP será 0,92. O valor 0,92 é medido no eixo do cosseno entre o centro
do círculo e o valor refletido, com ângulo de 90º, em relação ao eixo do
cosseno.

O lado oposto ao ângulo de 23º é a potência reativa. Observe que


quanto menor o ângulo φ maior será a potência eficaz, consequentemente a
potência aparente estará sendo melhor empregada, o reativo, potência reativa
será menor. Quando aumentamos o ângulo φ para 66º, o FP será 0,40, vemos
o rendimento diminuir, ou seja, quanto maior o ângulo φ menor será a potência
eficaz, e maior a potência reativa.

Potência aparente = √

Potência efetiva = √

Potência reativa = √

5.5-Comportamento Entre Tensão e Corrente

5.5.1-Em Fase

Quando os valores máximos e mínimos de tensão e corrente coincidem.

5.5.2-Em Defasagem

Quando os valores máximos e mínimos de tensões e correntes não


coincidem. Pode ocorrer defasagem por atraso da corrente em reação a tensão
ou defasagem por adiantamento da corrente em reação a tensão.

5.6-Circuitos Puramente Resistivo

É aquele composto somente por cargas puramente resistivas. A tensão


e a corrente estão em fase, quando alcançam os valores máximos e mínimos
ao mesmo tempo. Nos circuitos puramente resistivos, quando alimentados com
correntes alternadas, apresentam o mesmo comportamento do que quando
alimentados com corrente contínua.

A frequência que atravessa não tem nenhuma influência, sobre os


fenômenos que se processam.

40
5.7-Circuitos Puramente Indutivo

É aquele composto somente por cargas puramente indutivas (indutores


ou bobinas). A corrente esta atrasada em relação à tensão, quando a tensão
alcança o valor máximo antes que a corrente. Quando uma bobina é percorrida
por uma corrente alternada senoidal, cria-se uma queda de tensão devida á
força eletro motriz (f.e.m.) de autoindução. Esta queda de tensão é chamada
de queda de tensão total.

5.8-Circuitos Puramente Capacitivo

É aquele composto somente por cargas puramente capacitivas


(capacitores). A corrente esta adiantada em relação à tensão, quando a tensão
alcança os valores máximos depois da corrente. Num capacitor percorrido por
uma corrente alternada senoidal, determinam-se quedas de tensão nos
extremos do capacitor, que somadas geometricamente dá-nos a queda de
tensão total.

5.9-Correção do Fator de Potência

A fim de se utilizar o mais eficientemente possível a corrente liberada


para a carga, deseja-se um alto FP ou um FP que se aproxima da unidade. Um
FP baixo geralmente se deve a grandes cargas indutivas, como motores de
indução, que consomem a corrente com atraso de fase. A fim de se corrigir
esse baixo FP, é necessário fazer com que a corrente fique o mais próximo
possível em fase com a tensão. Isto é, o ângulo de fase φ deve ser o menor
possível. Isto geralmente se consegue colocando uma carga capacitiva, que
produz uma corrente adiantada, em paralelo com a carga indutiva. Salientamos
que a instalação de um banco de capacitores não é a melhor solução, pois,
aumentará o consumo de energia. A solução mais apropriada é o
dimensionamento adequado dos equipamentos.

5.10. Exercícios

01-O que é potência aparente?


02-O que é potência efetiva?
03-O que é potência reativa?
04-O que é fator de potência?
05-Para que devemos corrigir o fator de potência?

41
06-Calcule o que se pede:

Aparente Efetiva Reativa FP Ângulo


kVA kW kVAr cosseno graus
S= P=300 Q=230 FP= ᵠ=

07-Calcule o que se pede:

Aparente Efetiva Reativa FP Ângulo


kVA kW kVAr cosseno graus
S= P=580 Q=495 FP= ᵠ=

08-Calcule o que se pede:

Aparente Efetiva Reativa FP Ângulo


kVA kW kVAr cosseno graus
S= P=300 Q=230 FP= ᵠ=

09-Calcule o que se pede:

Aparente Efetiva Reativa FP Ângulo


kVA kW kVAr cosseno graus
S=320 P= Q=230 FP= ᵠ=

10-Calcule o que se pede:

Aparente Efetiva Reativa FP Ângulo


kVA kW kVAr cosseno graus
S=140 P= Q= FP= ᵠ=23

11-Calcule o que se pede:

Aparente Efetiva Reativa FP Ângulo


kVA kW kVAr cosseno graus
S= P= Q=230 FP= ᵠ=25

42
TOMO-VI

6-REVISÃO DE MEDIDAS ELÉTRICAS

6.1- Definição

Os aparelhos de medidas elétricas são instrumentos que fornecem uma


avaliação da grandeza elétrica, baseando-se em efeitos físicos causados por
essa grandeza. Os instrumentos mais comumente utilizados são:

 Terrômetro;

 Megôhmetro.

6.2-Instrumentos de Medidas

6.2.1-Terrômetro

O terrômetro é um aparelho utilizado por engenheiros e tem a


capacidade de medir a resistência do solo em receber as descargas elétricas.
Ou seja, ele mede a eficiência do aterramento através de sensores. O
terrômetro é muito utilizado na medição de resistência de indústrias, edifícios e
residências.

6.2.2-Tipos de terrômetro

Existem cinco tipos de terrômetros


Terrômetro digital.
Terrômetro analógico.
Terrômetro a três fios.
Terrômetro a quatro fios.
Alicate terrômetro.

6.3.1-Megôhmetro

Quando se pensa em medir isolação de alguma instalação ou motor, o


primeiro equipamento que vem em mente é o megôhmetro, que mede a

43
capacidade de realizar a medição da resistência de isolação. Com ele, você
mede a isolação de polos e a isolação da carcaça.

6.3.2-Como usar o megôhmetro


Desconecte a alimentação elétrica dos fios ou circuitos, para não existir
assim qualquer tensão.

Conecte um dos bornes do megôhmetro ao quadro elétrico ou ao fio


terra do sistema elétrico.

6.4-Resolva

01-Para que serve um terrômetro?


02-Cite alguns tipos de terrômetros:
03-Para que servem os megôhmetros?
04-Cite como se usa um megôhmetro:

44
TOMO-VII

7-CÁLCULO DE ILUMINAÇÃO GERAL

7.1-Definição

Com a fórmula apresentada a seguir, podemos resolver mais de 80%


dos cálculos de iluminação geral, em poucos minutos.

É uma fórmula genérica, que não é atrelada a nenhuma luminária e,


portanto, a fórmula simplificada descrita após esta, leva em consideração
índices médios e que serão devidamente explicados.

7.2-Cálculo da quantidade de luminárias

7.2.1-Quantidade de lâmpadas (n)

É o resultado final e nosso objetivo, devendo ser arredondado para cima.


Exemplo, 9,7 ficaria 10 lâmpadas e, sendo luminárias duplas, 5 luminárias.

7.2.2-Iluminação média: (Em)

É dada em lux especificada na norma NBR 5413, sendo a quantidade de


luz que incidirá no ambiente ou plano de trabalho.

7.2.3-Área do recinto (A)

É dado conhecido, sendo a medida em metros quadrados da área a ser


iluminada.

7.2.4-Fator de depreciação (Fd)

É um índice que define a redução da luminosidade de um sistema, seja


pela perda de reflexão da luminária por sujeira ou desgaste do refletor, ou pela
queda de fluxo luminoso inerente a todas as lâmpadas. É, portanto, um número
fornecido normalmente nos catálogos dos fabricantes de luminárias, variando
conforme o tipo: refletor: pintado, de alumínio, de alumínio de alta reflexão etc.
No caso de nossa fórmula, utilizaremos um número que representa uma média
dos vários índices de diversos cálculos. É um número médio bem significativo e
confiável.

45
7.2.5-Fluxo luminoso da lâmpada (φ)

É dado em catálogo dos fabricantes de lâmpadas. Determina-se o tipo


de lâmpada a ser instalada, colocando-se na fórmula o número indicado no
catálogo, que é dado em lumens (Lm).

7.2.6-Fator de utilização (ηL)

É o produto resultante da eficiência da luminária com a eficiência do


recinto.

a-Eficiência da luminária – cada tipo de refletor tem um índice de eficiência,


variando conforme o material utilizado. Esse dado existe nos catálogos dos
fabricantes de luminárias.

b-Eficiência do recinto – também indicado nos catálogos dos fabricantes de


luminárias, define um número para cada tipo de ambiente: cor das paredes, do
teto, do chão etc. A cada cor corresponde um número.

O fator de utilização é, portanto, um número que abrange tanto a


luminária como o recinto e em nossa fórmula indicarmos o número médio que
define a maior parte dos projetos, especialmente por estarmos fazendo um
cálculo simplificado.

7.2.7-Fator de iluminação do reator (BF)

Na fórmula aparece como BF, do inglês (ballast factor), que determina o


fluxo luminoso da lâmpada instalada com determinado reator. Até pouco tempo
atrás, não existia esse índice na fórmula, pois os reatores eletromagnéticos
tinham um único índice de iluminação, independentemente do tipo ou de
marca. Com advento dos reatores eletrônicos, cada reator tem um índice BF.
Existem reatores que fazem a lâmpada emitir 90% de seu fluxo luminoso
nominal, até tipos de alta performance que têm um índice de 110% ou 1,1.

Para projetos com lâmpadas que não operam com reatores eletrônicos,
este índice – BF – pode ser desprezado.

Observação: note que na fórmula simplificada mostrada a seguir, indicamos


números médios, 1,25 para o fator de depreciação e 0,5 para o fator de
utilização.

7.3-Cálculo da Iluminação Geral – (simplificado)

n= número de lâmpadas;

A= área da peça;

46
Em= iluminância média;

Fd= fator de depreciação;

Q= fluxo luminoso da lâmpada;

Fu= fator de utilização;

(Bf)= (fator de iluminação do reator).

Esta fórmula é para cálculos simplificados e podemos considerar os


seguintes valores médios:

a) Fd= 1,25

b) Fu= 0,5

47
7.3.1-Tabela de iluminância média (Em)

48
7.3.2-Tabela fluxo luminoso da lâmpada (Q)

49
50
7.4-Exercícios

01-Calcule a iluminação da sala de aula, lâmpada fluorescente LDE – 40 Watts.


Faça o layout em papel quadriculado.

02-Calcule a iluminação do refeitório, lâmpada fluorescente LDE 40 Watts.


Faça o layout em papel quadriculado.

51
TOMO-VIII

8-Cálculo da Queda Máxima de Tensão

TABELA 3.19 – Soma das potências em Watts x distância em metros

Tensão – 220V (dois condutores)

Condutor Queda de tensão em %


mm2 1% 2% 3% 4% 5%
1,5 21 054 42 108 63 162 84 216 105 270
2,5 35 090 70 180 105 270 140 360 175 450
4,0 56 144 112 288 168 432 224 576 280 720
6,0 84 216 168 432 252 648 336 864 421 080
10,0 140 360 280 720 421 080 561 440 701 800
16,0 224 576 449 152 673 728 898 304 1 122 880
25,0 350 900 701 800 1 052 700 1 403 600 1 754 500
35,0 491 260 982 520 1 473 780 1 965 040 2 456 300
50,0 701 800 1 403 600 2 105 400 2 807 200 3 509 000
70,0 982 520 1 965 040 2 947 560 3 930 080 4 912 600
95,0 1 333 420 2 666 840 4 000 260 5 333 680 6 667 100
120,0 1 684 320 3 368 640 5 052 960 6 737 280 8 421 600
150,0 2 105 400 4 210 800 6 316 200 8 421 600 10 527 000
185,0 2 596 660 5 193 320 7 789 980 10 360 640 12 983 300
240,0 3 368 640 6 737 280 10 105 920 13 474 560 16 843 200
300,0 4 210 800 8 421 600 12 632 400 16 843 200 21 054 000
400,0 5 614 400 11 228 800 16 843 200 22 457 600 28 072 000
500,0 7 018 000 14 036 000 21 054 000 21 072 000 35 090 000

Obs.: Para circuitos trifásicos, multiplicar as distâncias por = 0,866

Tabela comparativa
Condutor mm2 Aterramento mm2
S = < 16 mm2 S = mesma bitola
S > 16 mm2 até =< 35 mm2 S = 16 mm2
S > 35 mm2 S÷2

52
8.1-Resolva

15m 9m

MED. C. D. 7500W

8m

20m 7m

5m

2610W

4900W

53
TOMO-IX

9-EQUIPOTENCIALIZAÇÃO

9.1-Objetivo

Apresentar, de forma resumida, as orientações contidas na NBR


5410:2004 que prescrevem sobre a equipotencialização das partes vivas de
instalações prediais. Salientar sobre a revisão da citada norma, que reforça e
amplia os conceitos relativos ao assunto e que deverão ser atendidos na
elaboração de projetos.

9.2-Princípios Básicos

Os itens 5.1.2.2.3.1 a 5.1.2.2.3.5, da NBR 5410 estabelecem os


princípios básicos da equipotencialização: 5.1.2.2.3.1 – Todas as massas de
uma instalação devem estar ligadas a condutores de proteção. 5.1.2.2.3.2 –
Em cada edificação deve ser realizada uma equipotencialização principal e
tantas suplementares quantas forem necessárias. 5.1.2.2.3.3 – Todas as
massas da instalação situadas em uma mesma edificação devem estar
vinculadas à equipotencialização principal da edificação e a um mesmo e único
eletrodo de aterramento. 5.1.2.2.3.4 8.2.1-Massas simultaneamente acessíveis
devem estar vinculadas a um mesmo eletrodo de aterramento. 5.1.2.2.3.5 –
Massas protegidas contra choques elétricos por um mesmo dispositivo, dentro
das regras da proteção por seccionamento automático da alimentação, devem
estar vinculadas a um mesmo eletrodo de aterramento.

9.3-Barramento de Equipotencialização Principal (BEP)

9.3.1-Massas estruturais da edificação (armaduras de concreto armado e


outras estruturas metálicas).

9.3.2-Massas das utilidades: tubulações metálicas de água, gás, esgoto etc,


(obs.: tubulações de gás exigem inserção de luva isolante).

9.3.3-Condutores metálicos de linha de energia e de sinal que entram e/ou


saem da edificação.

9.3.4-Blindagens, armações, coberturas e capas metálicas de cabos das linhas


de energia e de sinal.

9.3.5-Condutores de proteção das linhas de energia e de sinal que entram e


saem da edificação.

54
9.3.6-Condutores de interligação provenientes de eletrodos de aterramento de
edificações vizinhas, no caso em que essa interligação for necessária ou
recomendável.

9.3,7-Condutores de interligação provenientes de outros eletrodos de


aterramento porventura existentes ou previstos no entorno da edificação.

9.3.8-Condutor neutro da alimentação elétrica, salvo se não existente ou se a


edificação deva ser alimentada em esquema TT ou IT, (verificar item 4.2.2.da
NBR 5410).

9.3.9-Condutor de proteção principal da instalação elétrica (interna) da


edificação.

9.3.10-Barramentos suplementares.

9.4-Localização do Barramento de Equipotencialização Principal

O projeto da edificação deverá prever a existência do barramento de


equipotencialização principal, localizado junto ou o mais próximo possível da
Caixa Seccionadora ou do equipamento de proteção geral das instalações
(QDP – quadro de proteção principal) ou do centro de medição, o que estiver
mais próximo do Ponto de Entrada. Se o projeto prever mais de um centro de
medição, em uma mesma edificação, junto a cada um destes centros, deverão
ser previstos barramentos suplementares, que por sua vez serão interligados
ao BEP. De acordo com o item 6.3.5.6 da NBR 5410, quando a distância entre
a origem instalação e o QDP da edificação, que está ligado ao BEP,
ultrapassar 10 m e a origem da instalação estiver fora da zona de influência
deste BEP, ou seja, fora dos limites da edificação, o QDP deve ser considerado
como uma nova origem da instalação, podendo ser considerada área efetiva.

Os barramentos poderão ficar aparentes, sobre a parede, ou embutidos,


em caixas próprias para este fim (ver anexo I). Esta definição será a critério do
projetista. Em nenhuma hipótese, o barramento principal ou o(s)
suplementar(es) poderão ser instalados em caixas destinadas aos
equipamentos de medição de energia ou caixas para instalação de
equipamentos de telefonia ou outras afins. A caixa para instalação de
barramento de equipotencialização, principal ou suplementar, será única e
exclusiva para este fim.

9.5-Condutores

9.5.1- Equipotencialização principal

O condutor a ser utilizado não poderá ter seção inferior à metade da


seção do condutor de proteção de maior seção da instalação. Em qualquer
caso, possuir seção mínima de 6 mm2 em cobre, 16 mm2 em alumínio ou 50
mm2 em aço.

55
9.5.2- Equipotencialização suplementar

O condutor destinado a equipotencializar duas massas da instalação


elétrica deverá possuir uma seção equivalente (condutância) igual ou superior
à seção do condutor PE de menor seção ligado a essas massas.
O condutor destinado a equipotencializar uma massa da instalação
elétrica e um elemento condutivo não pertencente à instalação elétrica deve
possuir uma seção equivalente (condutância) igual ou superior à metade da
seção do condutor de proteção ligado a essa massa.

Em qualquer das situações anteriores á seção de qualquer condutor de


proteção que não faça parte do mesmo cabo ou não esteja contido no mesmo
eletroduto que conduz os condutores de fase, não deve ser inferior a 2,5 mm 2
em cobre ou 16 mm2 em alumínio. Se for provida proteção contra danos
mecânicos e não deve ser inferior a 4 mm2 em cobre ou 16 mm2 em alumínio.
Se não for provida proteção contra danos mecânicos.

9.6-Edificações Isoladas

Quando aplicável e em substituição à instalação indicada nesta norma,


poderá ser previsto um condutor de interligação de equipotenciaidade, ligado à
haste ou sistema de aterramento de aterramento da entrada de serviço,
juntamente com o neutro da instalação, para equipotencializar os elementos da
unidade consumidora, relacionados nesta norma. Esta medida visa evitar a
instalação de mais de um ponto de aterramento na mesma unidade
consumidora.

Este condutor poderá ser instalado junto ao circuito do ramal


alimentador, passar pelo interior da caixa de medição e descer com o neutro
para a conexão na haste de aterramento. Recomenda-se que este condutor
tenha isolação na cor diferente do condutor neutro, preferencialmente verde ou
verde-amarelo.

9.7-Exercícios

01-O que é equipotencialização?


02-Qual o objetivo de equipontencializar?
03-Cite dois princípios básicos?
04-O que é o BEP?
05-Para a equipontencialização principal qual é a menor bitola dos condutores?
06- Para a equipontencialização suplementar qual é a menor bitola do
condutor?
07-Explique o que são edificações isoladas:

56
TOMO-X

10-DADOS PARA CÁLCULO DE LED

10.1-O Que Temos Que Saber

Exemplo

a) Tensão do LED = 1,7 V

b) Corrente do LED = 10 mA ou 0,01 A

c) Tensão de alimentação = 127 V

LED em CA, acrescentar 0,7 V do diodo

10.2-Como Fazemos o Cálculo

Exemplo

a) Tensão a jogar fora = 127 – 1,7 + 0,7 = 126 V

b) Valor aproximado do resistor = R=E/I = 126/0,01= 12600 Ω ou 12,6 KΩ

(marrom-1, vermelho-2, azul-6, vermelho x 102 )

c) Potência do resistor = P=E.I = 126 . 0,01=1,26 W ≈ 2 W

Por segurança coloca-se uma e meia a duas vezes a potência calculada ≈ 3 W

Um capacitor para aplainar o ripple entre 47 μF a 100 μF.

Cor Queda tensão Corrente máxima


Vermelho 1,7V 0,025A
Verde 2,1V 0,025A
Amarelo 2,0V 0,015A
Laranja 2,0V 0,025A
Azul 3,1V 0,025A
Branco 3,1V a 4,0V 0,025A
Infravermelho 1,1V 0,025A

57
10.3-Exercícios

01-Calcule: tensão 24Vcc, LED vm?


02-Calcule: tensão 127Vca, LED am?
03-Calcule: tensão 12Vcc, LED az?
04-Calcule:

58
TOMO-XI

11-Bibliografia

11.1-NR-10 (Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade)

11.2-NBR-5410 (Instalações Elétricas de Baixa Tensão)

11.3-NBR-5419 (Proteção de Estruturas Contra Descargas Atmosféricas)

11.4-NBR-14039 (Instalações Elétricas de Média Tensão)

11.5-RIC-2013 (CEEE)

11.6-INSTALAÇÕES ELÉTRICAS (Hélio Creder)

11.7-IEC (International Electrical Comission)

11.8-IEEE (Institute of Electrical and Eletronic Energineers)

11.9-NFPA (National Fire Protection Association). É a fonte dos códigos e


nomes que regem a indústria de proteção contra incêncios e segurança da
vida.

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