MIOLO Flusser Primeiras-Páginas

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IMAGEM, IMAGINAÇÃO, FANTASIA

Vinte anos sem Vilém Flusser


IMAGEM, IMAGINAÇÃO, FANTASIA
Vinte anos sem Vilém Flusser

Alice Serra
Rodrigo Duarte
Romero Freitas
(Orgs.)
© Relicário Edições
© Autores

cip –Brasil Catalogação-na-Fonte | Sindicato Nacional dos Editores de Livro, rj

I29

Imagem, imaginação, fantasia : 20 anos sem Vílém Flusser / organização Alice Mara
Serra, Rodrigo Antonio de Paiva Duarte, Romero Alves Freitas. - 1. ed. - Belo
Horizonte, MG : Relicário, 2014.

244 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-66786-03-3
1. Vilém Flusser, 1920-1991. 2. Arte e filosofia. 2. Estética. I. Serra, Alice Mara. II.
Duarte, Rodrigo Antonio de Paiva. III. Freitas, Romero Alves.

14-08328 CDD: 701


CDU: 7.01

conselho editorial

Eduardo Horta Nassif (ufmg)


Ernani Chaves (ufpa)
Guilherme Paoliello (ufop)
Gustavo Silveira Ribeiro (ufba)
Luiz Rohden (unisinos)
Marco Aurélio Werle (usp)
Markus Schäffauer (Universität Hamburg)
Patrícia Lavelle (ehess/Paris)
Pedro Sussekind (uff)
Ricardo Barbosa (uerj)
Romero Freitas (ufop)
Virgínia Figueiredo (ufmg)

coordenação editorial Maíra Nassif Passos


projeto gráfico & diagramação Ana C. Bahia
capa Cláudio Silvano
revisão Ernest Bowes

RELICÁRIO EDIÇÕES
www.relicarioedicoes.com
[email protected]
Apresentação   7

A sedução da imagem na arquitetura: Materamoris como


alternativa pós-histórica  9
Ana Paula Baltazar
De uma fantasia que não seja mera ilusão  21
Bruno Guimarães
Deslizando em superfícies: encontros eventuais entre
Deleuze e Flusser  31
Cíntia Vieira da Silva
O papel da arte na filosofia de Vilém Flusser  41
Debora Pazetto Ferreira
Do Cruzamento de Competências:
Vilém Flusser e a Visão da Sociedade Telemática  51
Erick Felinto
O não objeto, o espetáculo, a ruína: comentário sobre a
fotografia de Juan Rulfo a partir da teoria de Flusser  65
Fábio Belo
A música para filme de A. Schönberg e a interpretação
cinematográfica de J. M. Straub e D. Huillet: implicações estéticas
e ético-políticas  71
Inés A. Buchar
Imagem e Holocausto: W. Benjamin - V. Flusser  83
José A. Zamora
Arte e imaginação em Husserl  111
José Luiz Furtado
Entre a História e a Pós-história: Uma reflexão a partir
da teoria flusseriana  121
Maria Teresa Cardoso de Campos
O espaço sublime da arte: Romantismo e Expressionismo  131
Pedro Duarte
A imagem no sublime abstrato  139
Pedro Süssekind
Arte contemporânea como arte pós-histórica: uma análise
a partir de Flusser  149
Rachel Cecília de Oliveira Costa
Um “profeta das tecnologias da informação”?
A atualidade da obra de Vilém Flusser sobre teoria midiática  157
Rainer Guldin
Vilém Flusser e a estetosfera brasileira  177
Rodrigo Duarte
A cidade como espaço teórico  191
Silke Kapp
Re-manifesto antropofágico para a era digital  203
Vanessa Maia Ramos-Velasquez
Imagem, símbolo e arte  207
Verlaine Freitas
Flusser e a imagem técnica na pós-história  219
Valéria Ramos de Amorim
O que é aparência digital? O que é a aparência em Flusser?
Questionamentos com Vilém Flusser e a Vilém Flusser  231
Wolfgang Bock
APRESENTAÇÃO

Um dos fenômenos mais facilmente constatáveis na atualidade é o acúmulo


de imagens que nos cercam em inúmeros âmbitos na nossa vivência con-
temporânea. Embora essas imagens não possam sempre ser consideradas
como objetos “estéticos” num sentido mais específico, uma vez que na
maioria dos casos não se trata de obras de arte ou de fenômenos da bela
natureza, não há como desvinculá-las do campo da estética num sentido
amplo, o qual contempla, por exemplo, a relação dessas imagens com a
sociedade e a história.
É evidente que a imagem, num sentido mais geral, sempre foi objeto
de reflexões filosóficas, desde a filosofia antiga (p.ex.: Platão e Plotino) até
a filosofia contemporânea, passando por páginas memoráveis da filosofia
medieval (p.ex.: Santo Agostinho e São Tomás de Aquino) e da filosofia
moderna (primeiramente Pascal e Leibniz, posteriormente, Rousseau e
Nietzsche, dentre outros). No que tange à filosofia contemporânea, no en-
tanto, parece haver uma especificidade no tratamento desse tema, advinda
do fato de que várias tecnologias introduzidas a partir de meados do século
XIX tinham como objetivo exatamente a produção e a difusão de imagens.
Isso se deu primeiramente com a fotografia, depois com o cinema e, pos-
teriormente, com a televisão, o vídeo e as tecnologias digitais.
Desse modo, vertentes filosóficas como a Teoria Crítica da Sociedade
(p.ex.: Walter Benjamin e Theodor Adorno) e a Fenomenologia (p. ex.:
Merleau-Ponty e Mikel Dufrenne) abordaram o tema da imagem já sob o
ponto de vista de sua geração e difusão por meios tecnológicos, algumas
vezes com ênfase especial nos aspectos sociais e históricos desses fenôme-
nos estéticos.
Embora muitas dessas abordagens possuam ainda uma inegável atu-
alidade e capacidade de esclarecimento de complexas situações suscitadas
por essa tendência ao predomínio das imagens na experiência contempo-
rânea, há que se destacar que certas mudanças no paradigma tecnológico
da produção e difusão de imagens – como a chamada “digitalização dos

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meios audiovisuais” – ainda estão a clamar por enfoques que façam jus às
especificidades e à complexidade dos chamados “novos media”.
E, de fato, muitos filósofos se dedicaram, nos últimos vinte ou trinta
anos, a abordar o tema do predomínio das imagens na contemporaneida-
de, levando em conta características específicas dos meios mais recentes
– especialmente aqueles que empregam tecnologias digitais. Dentre eles,
destacou-se o filósofo tcheco-brasileiro Vilém Flusser, que, ao desenvolver
seu conceito de “imagem técnica” ou “tecnoimagem”, ao mesmo tempo
em que contemplava o tema das imagens geradas por aparelhos em geral
(por exemplo, a fotografia), enfocou como ninguém ainda havia feito a
problemática da digitalização dos meios audiovisuais e suas repercussões
na sociedade e na história.
Exatamente por isso, o Congresso Internacional “Imagem, imaginação,
fantasia” (2011) pretendeu abordar alguns dos aspectos mais importantes do
pensamento de Flusser, aproveitando a oportunidade para rememorar os
vinte anos de sua morte (ocorrida em novembro de 1991). Esse congresso
somou-se à série de eventos organizados, desde 1993, pela Linha de Pesquisa
em Estética e Filosofia da Arte, do Programa de Pós-Graduação em Filosofia
da UFMG: Morte da arte, hoje (1993), Belo, sublime e Kant (1995), As luzes
da arte (1997), Mímesis e expressão (2001), Theoria Aesthetica (2003), A
dimensão estética (2005), Estéticas do deslocamento (2007) e Deslocamentos
na arte (2009). Tal como o evento de 2009, o congresso de 2011 foi realizado
em promoção conjunta com o Programa de Pós-Graduação em Estética e
Filosofia da Arte da UFOP. Sua proposta geral, de reflexão sobre o estatuto
das transformações contemporâneas que cercam a produção artística e o
pensamento filosófico sobre a arte e a estética, é retomada a partir do foco
principal – embora não exclusivo – na obra desse grande filósofo tcheco-
-brasileiro que foi Vilém Flusser.
O livro que nós temos o prazer de apresentar agora contém algu-
mas das conferências e comunicações apresentadas no congresso de 2011.
Gostaríamos de agradecer aos autores dos textos, aos organizadores do
congresso, às inúmeras pessoas que colaboraram na realização do evento,
à CAPES, ao CNPq e à FAPEMIG, à Relicário Edições, aos Departamentos
de Filosofia da UFMG e da UFOP e aos Programas de Pós-Graduação em
Filosofia dessas duas universidades.

Alice Serra (UFMG), Rodrigo Duarte (UFMG), Romero Freitas (UFOP)

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