Objectivos para orientar o estudo dos contedos de

Histria da Cultura e das Artes

11 Ano
(2009 -2010)

Professor: Lus Paulo Ribeiro

Mdulo 9: A CULTURA DO CINEMA

A/ Apresentao do Mdulo 9 (ver livro p.4)
B/ Leitura e anlise do texto introdutrio intitulado: O Primeiro
sculo XX (ver livro p. 5)
- Texto com quatro pargrafos associado a uma frase apresentada nestes termos:
ao estalar a Primeira Guerra Mundial terminam os tempos das
permanncias e instala-se os tempos das rupturas
1 Pargrafo (resumido) o tempo longo deu lugar ao tempo-acontecimento (fragmentado).
2 Pargrafo (resumido) Os anos loucos (Belle poque), a Grande Crise de 1929 e as duas
Grandes Guerras Mundiais (de 1914-18 e de 1939-45) so tempos de muitas convulses cuja
anlise s pode ser adequada numa perspectiva de curta durao.
3 Pargrafo (resumido) Duas espcies de tentaes espreitam o historiador actual quando se
confronta com o incio do sculo XX. So elas o determinismo simplista e o dogmatismo
infantil. A complexidade dos acontecimentos do tempo obrigam o historiador a enfrentar as
verdadeiras causas traduzidas em equvocos, em jogos polticos e em conflito de interesses.
4 Pargrafo (resumido) Em cincia a humildade uma virtude e s atravs dela se pode
chegar ao conhecimento da verdade, ainda que sempre relativa.

1 Responder s questes formuladas no mbito do texto introdutrio (ver livro p. 5)

a) Segundo Georges Dupeux, autor do texto, quais os principais

acontecimentos deste primeiro sculo XX?

R/ - Os anos loucos (Belle poque), a Grande crise de 1929 e as duas Grandes
Guerras Mundiais
b) Porque os considerou Dupeux incomparveis na Histria?

R/ - Porque mudaram o rosto poltico - econmico e scio - cultural da Europa

num curto espao de tempo.
c) Que razes levaram o mesmo autor a afirmar que, para analisarmos

estes factos, no deveremos usar o determinismo simplista dos massmedia nem um tranquilizador dogmatismo infantil?
R/ - Porque se trata de factos muito complexos que devem colocar o historiador
numa atitude de sobreaviso em relao a explicaes de carcter simplista e de
convenincia ideolgica que podero tornar-se enganadoras.
d) Como interpreta os dois ltimos perodos do texto?
R/ - Uma chamada de ateno para o verdadeiro papel da cincia histrica.

C/ Desenvolvimento do mdulo 9
(A EUFORIA DAS INVENES)

I 1905 1960 da expanso dos fauves viragem dos anos 60

(o tempo)
2 Referir os principais acontecimentos, de ordem social, poltica, econmica e
cultural, ocorridos entre 1905 e 1960 (pp.6-7).
a) Belle poque (1880 1905);
b) Conflitos entre potncias coloniais;
c) Antagonismos de natureza nacionalista;
d) I Guerra. Mundial destruio, inflao, desemprego, agitao social;
e) Revoluo Socialista Sovitica (1917 1921);
f) Crise de 1929;
g) Consolidao dos regimes autoritrios ou ditatoriais, caos da Itlia (1922),
Portugal (1926), Alemanha (1933), Espanha (1936) e surgimento de polticas
ofensivas;
h) II Guerra Mundial;
i) ONU (substitui a velha Sociedade das Naes);
j) O Muro de Berlim, enquanto smbolo da diviso entre o mundo capitalista e
o mundo comunista (a Guerra Fria);
k) O fim definitivo do optimismo racionalista e positivista acalentado a partir
dos finais do sculo XIX;
l) O surgimento de uma mentalidade marcada pelo cepticismo, relativismo,
crise de valores e consequente contestao de tudo o que era tradio (at na
arte);
m) Forte crescimento demogrfico, modernizao dos modos de vida e
afirmao de uma cultura de massas (baseada nos mass-media);
2

n) Surgimento de um mundo massificado e marcado por uma forte tendncia

individualista, livre, independente e autnoma assumida pela arte face
sociedade;
o) Crescente distanciao da arte em relao s ideologias da sociedade ao
mesmo tempo que procura reflectir as suas transformaes;
p) Ao questionar a sociedade a arte acabou por questionar o seu papel na
relao com o pblico. Ou seja, acabou por se questionar a si prpria fazendo
uma reviso radical do conceito e definio dos fenmenos artsticos dando,
assim, origem a noes cada vez mais imprecisas e complexas.
II Da Europa para a Amrica influncias mtuas, culturais e
cientficas (o espao)
3 Situar, no tempo, o domnio colonial europeu no mundo (p.9).
At I Guerra Mundial.
4 Caracterizar o mundo colonial europeu nos seus vrios aspectos: poltico,
econmico, cientfico-tecnolgico e demogrfico (p.9).
a) Aspecto poltico contradio entre a procura de um aperfeioamento da
democracia como regime interno e uma consolidao dos imperialismos
coloniais;
b) Aspecto econmico desenvolvimento de uma poltica industrial alicerada
num imperialismo econmico sobre outras economias;
c) Aspecto cientfico-tecnolgico aposta no progresso cientfico-tecnolgico e
consequente imposio do mesmo ao mundo inteiro;
d) Aspecto demogrfico ocorre uma forte taxa de crescimento da populao,
ao longo de todo o sculo XIX, de modo a influenciar o fenmeno
emigratrio e a demografia de outros continentes como o Novo Mundo.
5 Explicar o fenmeno emigratrio europeu e a supremacia dos Estados Unidos
da Amrica no mundo, aps a I G. Mundial, (pp.9-10).
A destruio provocada na Europa, pela I G. Mundial, e o ambiente de perseguio
poltico-religiosa e racial que se lhe seguiu, ditaram uma forte emigrao integrada por
quadros culturais e profissionais de grande qualidade que os Estados Unidos souberam
aproveitar promovendo polticas de emprego baseadas no desenvolvimento cientficotecnolgico constitudo por programas direccionados para muitas reas e aos quais se
associou um ambiente de plena liberdade de pensamento e criao esttica.
3

6 Relacionar o fenmeno emigratrio europeu, dos incios do sculo XX, com o

desenvolvimento da chamada cultura ocidental (p. 10).
Foram muitos os homens de cultura que emigraram para o E. Unidos tendo contribudo
para um intercmbio cultural que acabaria por levar os E. Unidos a passar de uma
situao de simples receptor/divulgador ou continuador de correntes/movimentos
literrios e estticos para uma situao de impulsionador/dinamizador de importantes
tendncias culturais que se reflectiram na Europa e deram lugar a um amplo espao
cultural dos dois lados do Atlntico originando, assim, a cultura ocidental.

III O cinema. O triunfo do sonho e do mito. Uma nova linguagem

(o local)
7 Equacionar a questo da interaco entre fotografia, cinema e pintura (pp. 1213).
a) A fotografia, enquanto linguagem baseada na fora das imagens desencadeou
profundas mudanas estticas e tcnicas na arte da pintura que passou a
advogar, com o Impressionismo, uma nova forma de representao do real;
b) O cinema mais no do que um conjunto de imagens fotogrficas
(fotogramas) em movimento criado de forma ilusria atravs da sua rodagem
em bobinas.
Observao:

- Segundo Andr Malraux: O cinema no seno o aspecto mais evoludo do realismo

plstico que comea com o Renascimento.

Na sua essncia e como linguagem especfica, o cinema mudo (como so os filmes de Charlot). O
cinema sonoro, criado por Edison, levou sua industrializao e suscitou mais uma vez a questo da
dicotomia arte/indstria que se traduziu numa reflexo sobre a qualidade esttica das obras
cinematogrficas.
No mbito desta questo e respectiva reflexo h exemplos de uma colaborao entre os homens dos
movimentos estticos e os homens da arte do cinema:
a)

Luis Buel teve a colaborao surrealista de Salvador Dali em O Co Andaluz;

b) Vittorio de Sica fez O Ladro de Bicicletas que o primeiro filme do Neo-Realismo

italiano;
c)

Na Amrica produziram-se cinemas picos como Bem-Hur, Clepatra, Dez Mandamentos.

Deste modo o cinema passou de simples imagens em movimento para a condio de obras testemunhais
da aco das grandes figuras como Visconti, Rosselini, Bergson, Orson Wells, Manoel de Oliveira que
fizeram dele a chamada Stima Arte.

IV O Homem psicanalisado (sntese1)

8 Analisar o impacto da contradio entre o progresso da poca industrial e a
barbrie das duas guerras mundiais sobre o homem do sculo XX (p.14).
Tal contradio alterou definitivamente a maneira de viver e de pensar do Homem do
sculo XX, na medida em que ditou a queda do optimismo positivista e da noo de
4

cincia absoluta, prpria do sculo XIX, e introduziu a noo de cincia apoiada no

relativismo demonstrado pela teoria da relatividade de Einstein.
Foi dentro desta perspectiva relativista que Freud procurou compreender a
complexidade da natureza humana relacionando tudo nas suas mltiplas dimenses
(fsica, psquica, social, cultural, sexualidade, vida orgnica)
Dentro desta perspectiva holstica, a medicina conheceu um grande desenvolvimento
traduzido em reas especializadas de tratamento (neurologia, neuropsiquiatria,
psicologia experimental).
Na base desta nova atitude cientfica est aquela questo essencial segundo a qual o
homem s compreender o mundo na medida em que se compreender a si prprio na
descoberta da identidade do seu Eu.
Com efeito, Freud procurou entender o funcionamento da vida mental atravs de teorias
que relacionaram a biologia, psicologia e a sociologia e que no seu conjunto deram
lugar a uma explorao do inconsciente do ser humano baseada num mtodo conhecido
pela designao de Psicanlise ou Cincia do Inconsciente.
9 Dizer em que consiste a Psicanlise de Freud (p.14).
Consiste num mtodo de explorao do inconsciente povoado de neuroses e psicoses
(distrbios psquicos) que se manifestam na idade adulta, mas que tm a sua origem na
infncia, porque ligados a uma represso da sexualidade (libido) e que se traduz em
desejos, culpas e frustraes recalcados (traumas) vividos pelo paciente numa fase da
vida em que ainda no existem as defesas de uma racionalizao capaz de gerir, de
modo equilibrado, as tenses/conflitos interiores. Razo pela qual a funo da
Psicanlise consiste em libertar o paciente dos recalcamentos do inconsciente, atravs
de uma terapia clnica baseada num dilogo destinado a reactivar a memria e trazer ao
consciente as recordaes perturbadoras que permanecem esquecidas afectando, no
entanto, o equilbrio mental.
10 Analisar o impacto da Psicanlise de Freud sobre a forma de entender a vida
e a arte (pp. 14-15).
Quanto ao entendimento da vida, a Psicanlise levou alterao dos padres culturais,
educacionais, comportamentais e sexuais.
Quanto ao entendimento da arte, a Psicanlise levou a uma sobrevalorizao de tudo o
que fosse expresso de irracionalidade, de absurdo, incongruncia, de loucura e de
automatismo psquico.

Deste modo a Psicanlise levou consagrao de uma relao ntima entre a vida e a
arte passando a encarar a arte como uma forma de terapia social destinada a ajudar o
pblico a realizar uma catarse e exorcizao dos seus fantasmas interiores.
11 Identificar as correntes artsticas cuja filosofia esttica se baseia na
Psicanlise (p.15).
a) Expressionismo (Munch, Kirchener, Paul Klee);
b) Abstraccionismo Lrico (Kandinsky que escreveu do Espiritual na Arte);
c) Abstraccionismo Geomtrico nas suas vrias verses:
- Suprematismo (Malevich),
- Construtivismo (Tatlin),
- Neoplasticismo (Mondrian);
d) Pintura Metafsica (Chirico);
e) Dadasmo (Duchamp);
f) Surrealismo (Mir, Dali, Giacometti).
Observao: Todas estas correntes visam o Homem psicanalizado que se procura compreender a si
mesmo desvendando os segredos da sua mente e do seu comportamento.

V Rupturas. Autoritarismos e nacionalismos, os horrores da poca.

Novos mundos emergentes e novas linguagens artsticas (sntese 2)
12 A partir dos muitos acontecimentos que ilustram a complexidade da primeira
metade do sculo XX, reala trs aspectos que marcaram profundamente o
perodo em anlise (p.16).
a) O excessivo autoritarismo de alguns regimes totalitrios;
b) A exaltao de alguns nacionalismos vividos em muitos pases europeus;
c) As polticas imperialistas de carcter colonial que muitas naes persistiram
em manter.
13 Avaliar as consequncias derivadas dos trs aspectos realados (pp. 16-17).
Todos estes aspectos foram geradores de conflitos externos (guerras) e de lutas internas
(revoltas populares ).
De entre eles, o mais gravoso foram os totalitarismos que, por um lado, levaram
criao de estados policiais e militaristas que destruram:
a) A liberdade individual e de imprensa;
b) Os partidos;
c) Os sindicatos;
6

d) As associaes cvicas;
e) A criao artstica que ficou sujeita a critrios de propaganda do poder;
E que, por outro lado, desencadearam horrores de consequncias profundas, tais como:
a) O desprestgio da Europa (submersa em mortes, runa e caos);
b) A supremacia econmico-militar norte americana e expanso do seu
imperialismo na Amrica do Sul e no Mdio-Oriente;
c) O grande desenvolvimento da cincia e tecnologia ao servio de objectivos
blicos no contexto da Guerra Fria (armas nucleares e qumicas );
d) A descolonizao e o nascimento de novos estdios como a ndia, a
Indochina, a Arglia, a Tunsia, Marrocos, Angola, Moambique
e) O desenvolvimento de uma reflexo e questionamento permanente sobre o
papel da poltica, da sociedade, da economia, da tcnica, da cultura, da
religio e da arte ao nvel da procura e proposio dos valores, direitos e dos
deveres dos seres humanos.
Observao: Desta reflexo e questionamento sobre os valores, direitos e deveres do ser humano
assumiram papel destacado o fenmeno da emancipao da mulher e o aparecimento de novas linguagens
artsticas.

14 Determinar o duplo papel da arte no contexto das vicissitudes que marcaram

a primeira metade do sculo XX (p.17).
a) Aparece sob a forma de arte nacionalista e propagandstica ao servio dos
regimes totalitrios e em oposio s correntes vanguardistas/modernistas;
b) Aparece sob a forma de arte moderna ao servio de uma afirmao da
liberdade de expresso e centrada numa crtica aos horrores do tempo.

VI Biografia
15 Responder s questes formuladas no mbito da Biografia sobre a figura de
Charlot e da sua obra (pp.18-19).

VII Acontecimento
16 Responder s questes formuladas no mbito do Acontecimento sobre a
descoberta da penicilina (pp.20-21).

D/ - As artes da primeira metade do sculo XX

(Introduo: Criar provocar)
7

17 Interpretar o sentido da expresso segundo a qual a arte da primeira dcada

do sculo XX assume uma orientao modernista e vanguardista (pp. 22-23).
Orientao dita modernista, na medida em que tem por objectivo reflectir e exaltar
a nova concepo de trabalho e de progresso da era industrial.
Orientao dita vanguardista, na medida em que tem por objectivo apontar no
sentido de uma transformao radical da cultura e dos costumes sociais.
18 Identificar as correntes artsticas que encaram de forma positiva ou negativa
a sociedade do seu tempo (pp22-23).
- Correntes artsticas que tendem a encarar positivamente a sociedade:
a) Cubismo;
b) Vanguardas histricas (Impressionismo, Expressionismo, Fauvismo );
c) Arquitectura racional (Funcionalismo, Organicismo );
d) Desenho Industrial;
e) Neoplasticismo;
f) Construtivismo;
g) As mais recentes pesquisas programadas, cinticas e visuais
- Correntes artsticas que tendem a encarar negativamente a sociedade:
a) Pintura metafsica;
b) Dadasmo;
c) Surrealismo e suas derivaes.

I Sob o signo da provocao

19 Situar, no tempo, o surgimento do Fauvismo francs e do Expressionismo
alemo (p.24).
Surgiram quase simultaneamente e marcados por um forte desejo de inovao opondose radicalmente tradio clssica.
20 Dizer em que consistiu a fora inovadora do Fauvismo e do Expressionismo
(p.24).

Consistiu numa dupla reaco:

a) Reaco contra a euforia do comrcio da arte (associado criao de
galerias, exposies, multiplicao de revistas da especialidade, ascenso dos
crticos de arte );
b) Reaco contra as novas condies de vida do incio do sculo XX
(industrializao e urbanizao crescentes, desenraizamento das populaes,
8

desenvolvimento tcnico e tecnolgico, avano das comunicaes e da

publicidade, rivalidades imperialistas ).
21 Indicar as principais caractersticas do Fauvismo e do Expressionismo (p.24).
Ambas as correntes apresentam uma idntica atitude artstica marcada:
a) Pela rejeio da tradio clssica;
b) Pela procura de uma pureza dos meios de expresso plstica;
c) Pelo afastamento em relao realidade concreta;
d) Pela valorizao dos impulsos e sentimentos individuais dos artistas.

(O Fauvismo)
22 Explicitar o sentido do termo fauvismo (p.24).
Resultou de uma exclamao proferida por um crtico de arte no contexto de uma
exposio, em Paris, constituda por pinturas caracterizadas por uma violenta expresso
cromtica e que contrastava, no local, com o pendor clssico-renascentista de uma
escultura de Donatello, tendo sido dito: Eis Donatello entre as feras.
23 Determinar o principal objectivo do Fauvismo (p.24).
Recusar qualquer teorizao na arte em nome de um nico objectivo: transmitir ao
espectador emoes estticas profundas/intensas atravs da exaltao das cores usadas
em tons fortes/violentos e contrastantes.
24 Caracterizar a temtica e a tcnica fauvista (pp.24-25).
Temtica encarada como mero pretexto para a realizao plstica apoiada numa tcnica
baseada em formas simples e planas e sem qualquer noo de perspectiva de modo a
realar um tratamento mais intuitivo, livre e bidimensional do espao.
25 Mencionar os nomes mais relevantes do Fauvismo (p.26).
Henry Matisse, Andr Derain, Maurice Vlaminck, Albert Marquet

(O Expressionismo)
26 Explicitar o sentido do termo expressionismo (p.26).
Reflecte o entendimento de que a arte deve estar ao servio de uma vontade de
comunicar, de exprimir ideias, sentimentos, sensaes e emoes (tal forma de entender
9

a arte esteve presente na Histria da Arte, na Alemanha, ao longo de perodos como o

Gtico Final, o Barroco e o Romantismo).
O

sentido

do

termo

Expressionismo

reflecte,

ainda,

uma

oposio

ao

Impressionismo, na medida em que ope s realidades visveis (captadas de fora para

dentro) as realidades invisveis (captadas de dentro para fora).
27 Inserir o Expressionismo no seu contexto histrico (p.28).
Enquanto arte do esprito, o Expressionismo reflecte, no s os tempos conturbados que
antecederam e acompanharam a I G. Guerra (rivalidades imperialistas, malefcios da
revoluo industrial, crise de valores), mas tambm a renovao cultural e de
mentalidades que, ento, se operou.
28 Identificar os dois movimentos artsticos que integraram o Expressionismo
alemo (p 28).
a) Die Brcke (A Ponte);
b) Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul).
29 No mbito do movimento Die Brcke (pp.28-30):
a) Identificar os principais nomes Ernst Kirchener (principal mentor), Emil
Nolde, Otto Muller
b) Justificar a escolha do nome A escolha do nome exprime um programa de
aco artstica que, a partir da rejeio da arte tradicional de inspirao clssica,
pretendia criar uma arte mais pura e instintiva ligada expresso de realidades
interiores. Deste modo, arte fica reservado o papel de fazer a ponte que leva do
visvel para o invisvel.
c) Referir os objectivos Tendo em conta a razo de ser do nome A Ponte, a
arte expressionista mais no pretende ser do que uma expresso dos sentimentos
da alma humana tratados com vigor, dramatismo, coragem, angstia e at
violncia de acordo com uma atitude de denncia e de crtica e at de
contestao poltico-social.
d) Fazer uma caracterizao temtica, esttica e tcnica:
- Caracterizao temtica Ao privilegiar a dimenso interior do ser
humano, o Expressionismo da Die Brcke temticas ligadas vida ntima
(sexualidade, erotismo, o mundo da prostituio), cenas de rua ou de caf, de
cabars, da misria urbana, os retratos e auto-retratos. Ou seja, trata a

10

actualidade social do tempo de forma crtica para confrontar o pblico com as

realidades espirituais que o marcam;
- Caracterizao esttica A esttica Die Brcke surge marcada por
uma linguagem

figurativa, de formas simplificadas,

propositadamente

deformadas e contornadas por linhas de contorno a negro e preenchidas por

cores violentas, contrastadas, sombrias, sujas, antinaturalistas, aplicadas em
pinceladas rpidas de aspecto matrico e texturado;
- Caracterizao tcnica A execuo revela-se espontnea,
desenfreada e irreflectida fazendo lembrar esboos toscos e inacabados onde se
chega a deixar espaos de tela por pintar.
30 Definir o conceito de Nova Objectividade ou de Realismo Mgico (p. 30)
Designa um movimento, surgido aps a I G. Mundial e derivado do Expressionismo
Die Brcke, mediante o qual os artistas tentaram dar expresso ao desespero, ao
delrio e desordem dos sentidos vividos pelo povo alemo. Tal expresso caracterizase por uma tendncia caricatural, por modos de imagem dadasta, pelo interesse dos
mass-media, pelos divertimentos populares e pelas condies de vida nas grandes
cidades, sendo realizada de acordo com motivaes polticas e intenes de
introspeco psicolgica.
31 - No mbito do movimento Der Blaue Reiter (pp.32-35):
a) Identificar os principais nomes Franz Marc, August Macke, Paul Klee,
Wassily Kandinsky;
b) Justificar a escolha do nome - A escolha do nome, reflecte uma concepo
centrada na ideia de que a arte deve ser um produto de unidade existencial entre
o Homem (Cavaleiro) e a Natureza (Azul);
c) Referir os objectivos Este movimento preconizava a realizao de uma arte
livre, no dirigida a nenhum pblico em especial e que nascesse da meditao e
da necessidade interior de cada artista na procura pessoal da harmonia espiritual,
enquanto anseio de toda a humanidade (segundo a filosofia exposta no livro Do
Espiritual na Arte, da autoria de Kandinsky). Ora, na perspectiva de Kandinsky,
para cumprir tal objectivo, o principal recurso consistia no uso da cor encarada
como algo de equivalente ressonncia interior de um som musical suscitador
de contedos simblicos e msticos de carcter emocional.
Observao: O movimento visava, ainda, a unidade de todos os artistas da vanguarda da arte europeia que deveriam
assumir um mesmo ideal artstico capaz de ir alm das vrias nacionalidades e das diferenas culturais e/ou
ideolgicas.

11

d) Fazer uma caracterizao temtica, esttica e tcnica:

- Caracterizao temtica Preferncia por temticas naturalistas de
sentido irreal e alegrico traduzidas em paisagens naturais e urbanas e em cenas
da vida social a par de cenas da vida animal;
- Caracterizao esttica Expressividade que incide no lirismo e na
emotividade, na tranquilidade e na paz, explorando o sentido mgico e mstico
dos contedos associados a um certo sentido de musicalidade;
- Caracterizao tcnica Execuo reflectida e aliada a uma
simplificao e/ou geometrizao das formas, a uma valorizao da mancha
cromtica na construo das formas, a uma utilizao de cores antinaturais,
arbitrrias, mas claras e lricas, a composies equilibradas orientadas por linhas
circulares e sinuosas, segundo ritmos musicais.
32 Determinar as influncias subjacentes ao movimento Der Blaue Reiter
(p.34).

Duas influncias:
a) De Czanne, ao nvel de uma busca de autonomia do quadro em relao
natureza e no tratamento do espao da tela, marcado por uma ausncia da
noo de perspectiva;
b) De Henri Matisse ao nvel do tratamento mgico e lrico da cor.

Dadasmo ou Movimento Dada

33 Definir Dadasmo (p. 36).
Movimento cultural, artstico e filosfico muito abrangente que inclui reas como a
literatura, o cinema, o teatro, a fotografia, a pintura e a escultura.
34 Explicitar o sentido do termo Dada (p.36).
Dadasmo, vem do termo Dada, palavra alem encontrada ao acaso no dicionrio e
que constitui uma caricatura dos sons balbuciados pelos bebs quando comeam a
querer falar.
35 Situar, no tempo e no espao o surgimento do Dadasmo (p.36).
Surgiu no decorrer da I G. Mundial, em Zurique e Nova Iorque, quase em simultneo.
Os seus mentores assumiram, nestas cidades, o estatuto de refugiados de guerra.

12

36 Relacionar o carcter anedtico do termo Dada com os objectivos do

movimento por ele identificado (p.36).
O carcter anedtico do termo Dada reflecte bem a inteno dos dadastas, na medida
em que, face ao sofrimento e caos espiritual, gerado pela I G. Mundial, pretendiam
negar o conceito de arte e de objecto considerando que a autntica arte devia ser a
antiarte baseada numa rejeio de todas as tcnicas artsticas transmitidas pela tradio.
37 Determinar a atitude dadasta inerente sua concepo de arte entendida
como antiarte (p.36).
Essa atitude a de uma reaco contra a sociedade burguesa e capitalista da poca
arreigada a valores e a conceitos tico-culturais marcados pela hipocrisia e que, de certo
modo, haviam contaminado a arte criada por tal tipo de sociedade (a chamada arte das
aparncias). Desta rejeio de uma sociedade burguesa e capitalista faz parte uma
proclamao do vazio espiritual e o sentimento de absurdo suscitado pela guerra e que,
naturalmente, conferiu cultura tradicional um carcter obsoleto. E porque obsoleta, tal
cultura e sociedade que a suportava deviam desaparecer para dar lugar a uma nova
sociedade e a uma nova cultura onde, por exemplo, o critrio em arte fosse, no o da
criatividade, mas o da banalidade. O Dadasmo surge, assim, marcado por uma atitude
negativista, destrutiva (pela destruio tambm se cria) e por uma concepo de
antiarte baseada na filosofia negativista de Schopenhauer, na filosofia niilista de
Nietzche e na ideologia anarquista.
38 Mencionar as caractersticas do Dadasmo em termos temticos, tcnicos e
intencionais (p.38).
Em termos temticos Explorou contedos provocatrios e inslitos de carcter
incongruente (nonsense).
Em termos tcnicos (e plsticos) Inspirou-se no cubismo sinttico recorrendo
mistura de colagens com objectos usados/encontrados, s fotomontagens, aos readymade (objectos j feitos).
Em termos de intencionalidade Explorou a ideia de associao incongruente de
objectos como forma de promover uma consciencializao/revelao do que havia de
absurdo e de vazio na concepo tradicional de arte de inspirao clssica. Deste modo,
concepo de arte clssica baseada no critrio de criatividade contrapem uma nova
concepo de arte baseada no critrio da banalidade e consequentemente elevam o
simples arteso/operrio condio de artista e valorizao do seu trabalho til ao
servio do bem-estar da sociedade.
13

39 Determinar o alcance inerente proposta dadasta, feita no sentido de

atribuir valor artstico a objectos banais (p. 38).
O alcance da referida proposta reside no facto de que o Dadasmo introduziu uma ideia
de arte segundo a qual o valor esttico de uma obra artstica resulta de um simples acto
mental.
40 Identificar outros movimentos que incorporaram a ideia de arte dadasta (p.
38)

O Surrealismo, a Bahaus (escola que apostou numa renovao do ensino artstico) o

New Dada (aps 1945) e as artes Conceptual, Pobre e Comportamental.

II Os caminhos da abstraco formal

(O Cubismo)
41 Dizer em que consistiu o trabalho experimental dos pintores Pablo Picasso e
Georges Braque (p. 40)
Consistiu num trabalho de pesquisa desenvolvido no sentido de encontrar novos
mtodos e tcnicas de representao formal e espacial que superassem as regras
clssico-renascentistas baseadas nas trs dimenses do mundo fsico e nas leis da
perspectiva (altura, comprimento e profundidade).
42 Descrever o novo mtodo e tcnica de representao formal e espacial do
Cubismo (pp. 40-41).
O novo mtodo baseou-se numa forma de representao de um motivo (pessoa,
paisagem, objecto) considerando no apenas um, mas mltiplos pontos de vista, em
simultneo, mediante a introduo de uma quarta dimenso (a dimenso espao-tempo).
A nova tcnica baseou-se num processo de representao desenvolvido ao longo de trs
fases: cezanniana, analtica/hermtica, e sinttica. Trs fases ao longo das quais se
privilegiou uma representao racional e geomtrica das formas e dos volumes
recorrendo ao desdobramento dos planos.

14

43 Interpretar as trs fases evolutivas do Cubismo luz da concepo de arte

segundo a qual Picasso perguntou a si mesmo se no deveria pintar as coisas como
as conhecemos e no como as vemos (p. 42).
Numa perspectiva de representao das coisas como as conhecemos e no como as
vemos, Picasso encarou a necessidade de descobrir a verdade total e no parcial do
objecto atravs da realizao de uma anlise rigorosa e objectiva do motivo de
representao. Razo pela qual acabou por fazer com que o objecto representado se
afastasse da imagem real que lhe deu origem e se tornasse numa realidade abstracta que,
posteriormente se tentou ultrapassar atravs da fase sinttica marcada por um recuo
estratgico no sentido de sujeitar a representao do objecto a uma reduo dos pontos
de vista e sintetizando os planos. Com esta reduo dos pontos de vista e consequente
sintetizao dos planos, Picasso e Braque passaram a introduzir objectos reais
tridimensionais (recortes de jornal, papel de msica, alfinetes, areias) por meio de
colagens.
44 Analisar a revoluo do conceito de arte desencadeada pela prtica cubista da
colagem (p. 42).
Com a prtica da colagem na pintura verificou-se uma diluio das fronteiras entre
pintura e escultura que outras correntes, como o Dadasmo, haveriam de explorar. Com
efeito, com a prtica da colagem, o cubismo deu origem noo de pintura-objecto que
no visava a decorao ou expresso, mas apenas a realizao/construo da obra. Deste
modo, com a noo de pintura-objecto, imps-se a noo de que a arte mais o acto de
fazer do que o produto obtido.
45 Avaliar o impacto dos princpios do cubismo na evoluo da concepo de
arte (p. 42).
O impacto dos princpios do cubismo:
a) Tornaram-se extensivos escultura, arquitectura e design;
b) Deram origem a novas correntes (Orfismo ou Cubismo rfico, Purismo e
seco de Ouro);
c) Influenciaram correntes como o Abstraccionismo e o Futurismo.

(O Futurismo)
46 Dizer quando nasceu e em que consistiu o Futurismo (p.44).
Nasceu em 1909, pela aco cultural do jornalista Marinetti responsvel pela publicao
do Manifesto Futurista no jornal Le Figaro.
15

Consistiu num movimento cultural que props uma nova potica baseada num combate
cultura tradicional e apostada numa exaltao da vida moderna caracterizada pela
civilizao industrial e tudo o que a integra (mquinas, fbricas, meios de transporte,
cidades modernas, agitao, cinema).
47 Comentar a afirmao contida no Manifesto Futurista de Marinetti e segundo
a qual: Um automvel de corrida () mais belo do que a Vitria de Samotrcia
(p. 44).
Tal afirmao ilustra a importncia de uma exaltao da vida moderna de que o
automvel a realidade mais emblemtica.
48 Relacionar o Futurismo com o Expressionismo e o Cubismo (p. 44).
Entre o Futurismo e o Expressionismo existe uma relao de proximidade em termos
emocionais, na medida em que faz a apologia da mquina, da velocidade e da luz como
expresses de uma sensao dinmica que a obra de arte deve reflectir sob a forma de
exaltao da simultaneidade dos estados de alma gerados pela vivncia de tais
realidades.
Entre o Futurismo e o Cubismo existe uma relao de proximidade em termos visuais e
plsticos, na medida em que tais sensaes dinmicas, vividas e reflectidas pela arte,
deveriam implicar um tratamento baseado numa decomposio geomtrica das formas
mediante o recurso a linhas dinmicas geradoras de uma intercepo e sobreposio de
planos e de modo a obter efeitos de multiplicidade de formas em movimento como se de
uma sequncia flmica se tratasse.
49 Caracterizar os artifcios esttico-tcnicos da arte futurista (p. 44).
Para obter um efeito de multiplicidade de formas e respectiva movimentao no
espao/tempo, os artistas futuristas usaram linhas de cor puras, ortogonais, angulares ou
espiraladas que atravessam as telas semelhana de raios luminosos. Nesta procura de
uma semelhana com os raios luminosos, os artistas tentaram simular o movimento e a
decomposio da luz recorrendo prtica do divisionismo da cor, aplicada de forma
pontuada, contrastada e violenta de modo a alcanar uma grande expressividade
dinmica, transmissora de emoes fortes (velocidade, fora, aco, coragem)
50 Mencionar alguns dos nomes mais representativos do Futurismo (p. 46).
Umberto Boccioni, Giacomo Balla, Carlo Carr, Gino Severini.

16

51 Referir as trs fases evolutivas do Futurismo (p. 46).

1 Fase (entre 1909/10 e a I G. Mundial) - corresponde formao e definio do
movimento em Itlia, bem como sua divulgao no resto da Europa, nomeadamente
na Rssia (Futurismo Russo, Raionismo e influncia sobre o Construtivismo) e na
Inglaterra (Vorticismo - que explora a vertigem do movimento).
2 Fase (entre as duas Grandes Guerras) corresponde ao alargamento do Futurismo a
outras modalidades plsticas, tal como o design industrial, o estilismo e o cinema (obs:
o aproveitamento poltico do Futurismo por Mussolini, ligou-o ao regime fascista).
3 Fase (entre 1947 1950) corresponde a uma leve tentativa, em Frana, no sentido
de restabelecer esta corrente.
(As correntes derivadas do Cubismo e do Futurismo)
52 Indicar duas correntes artsticas derivadas do Cubismo e do Futurismo (p.
46).
a) Seco de Ouro Movimento que, partindo de pressupostos tcnicos e
estticos do Cubismo e do Futurismo, no ano de 1912, tentou a
racionalizao do Cubismo baseada numa aplicao da teoria renascentista
da viso piramidal do olho humano (a este movimento ligam-se os nomes de
Juan Gris e de Marcel Duchamp);
b) Orfismo (ou Cubismo rfico) Movimento que, partindo dos pressupostos
tcnicos e estticos do Cubismo e do Futurismo, procurou aliar tcnica
cubista a cor e o movimento futuristas baseando-se numa aplicao de tons
complementares e harmnicos de sentido lrico em que o movimento se
apresenta com o aspecto de uma sobreposio de formas circulares abstractas
de sentido csmico.

III A nova complexidade material.

A arte abstracta como arte democrtica
53 Situar, no tempo, o aparecimento da arte abstracta (p. 48).
Surgiu no primeiro quartel do sculo XX.
54 Dizer em que consiste a arte abstracta e porque foi assumida, desde o incio,
como smbolo da arte moderna (p. 48).
Consiste numa completa anulao do tema e objecto (motivo) na criao plstica
surgindo, assim, como uma expresso mais pura da arte e tambm como uma forma de
arte mais liberta de qualquer programa cultural ou ideolgico.
17

A arte abstracta foi assumida como smbolo da arte moderna, na medida em que
comporta uma rejeio de qualquer relao com a arte do passado, sendo, por isso,
totalmente nova porque desligada de uma representao mimtica da Natureza.
55 Caracterizar os aspectos que definem o essencial da arte abstracta (p. 48).
O essencial da arte abstracta reside numa revoluo tcnica e esttica baseada numa
crescente simplificao/sintetizao formal da linguagem plstica que passou a ser
valorizada pelos seus valores especficos.
56 Avaliar o contributo de Wassily Kandinsky para o desenvolvimento e
afirmao do Abstraccionismo (p. 48).
Foi o grande teorizador desta forma de arte ao escrever a obra: Do Espiritual na Arte,
onde afirma que a pintura pode viver sem objecto e apoiar-se apenas num jogo dinmico
caracterizado por uma livre estruturao de manchas e linhas sobre o plano da tela. Ou
seja, para Kandinsky, a pintura mais no era do que a expresso abstracta das pulses
espirituais do Homem.
(Abstraccionismo Lrico ou Expressivo)
57 Determinar a origem do abstraccionismo lrico (p. 48).
Derivou do Expressionismo na fase correspondente ao Cavaleiro Azul.
58 Referir a razo de ser do termo lrico como elemento definidor desta
corrente artstica (p.48).
O termo lrico sugere uma forma de pintura marcada por uma realizao espontnea e
baseada na representao de contedos emocionais de carcter simblico e mstico que
privilegiam o recurso a formas orgnicas e dinmicas definidas por manchas cromticas
vibrantes.
59 Relacionar a concepo abstracta de arte de Kandinsky com o seu
pensamento teosfico (p.50).
Inspirado na teosofia (doutrina mstica que admite o conhecimento de Deus pela
comunicao directa com o Alm), Kandinsky alimentou a ideia de que o incio do
sculo XX estava a experimentar uma grande mudana espiritual com o abandono das
doutrinas materialistas do final do sculo XIX.

18

60 Caracterizar a arte da pintura em Kandinsky (p.50).

Kandinsky construiu os seus quadros com linhas e cores, sendo estas utilizadas em
sobreposies de tons (como se de notas musicais se tratassem) ou mediante o recurso
s misturas feitas previamente na paleta. A pincelada ia desde o toque rpido, tenso e
violentamente contrastado, at aos empastes de grande espessura. Na sua ltima fase, a
pintura sem objecto de Kandinsky conheceu o chamado perodo arquitectural porque a
pintura surge como uma construo de linhas e cores.
(O Abstraccionismo Geomtrico)
61 Distinguir entre abstraccionismo lrico e abstraccionismo geomtrico (p.50).
a) Abstraccionismo Lrico Ligado a uma expressividade de necessidades
interiores de carcter metafsico;
b) Abstraccionismo Geomtrico Ligado a uma atitude racionalista baseada
numa anlise intelectual e cientfica.
Observao: Tal atitude racionalista surgiu por influncia directa do Cubismo e movimentos deles
derivados (Seco de Ouro e Orfismo).

62 Salientar as duas grandes correntes artsticas do abstraccionismo geomtrico

(pp.50-54).
O Suprematismo de Malevich e o Neoplasticismo de Piet Mondrian
Observao: E ainda o Construtivismo de Tatlin com a sua ideia de arte moderna, entendida como arte
til ao servio das necessidades quotidianas do povo proporcionando-lhes a utilizao de objectos com
qualidade esttica.

63 Definir Suprematismo (pp. 50-52).

Arte pictrica de pura sensibilidade plstica e que Malevich acreditava ser uma forma
de arte no seu estdio supremo (= expresso suprema de uma pura sensibilidade
plstica).
64 Determinar a influncia do Cubismo e do Futurismo na arte suprematista
(p.52).
A arte suprematista combina a noo pura de espao do Cubismo Sinttico (onde h
uma completa ausncia da noo de perspectiva) com a noo de movimentao plstica
do Futurismo.
65 Referir as principais caractersticas da arte suprematista (p.52).
a) Emprego de formas geomtricas puras construdas pela cor pura, sem
modelado;
19

b) Recurso a uma paleta cromtica muito restrita constituda por cores primrias
e secundrias e, ainda, pelo branco e preto, enquanto dois plos de no-cor
em que o branco significa o incio e o negro simboliza o fim.
66 Interpretar o significado de duas das principais obras do Suprematismo:
- Quadro Negro sobre Fundo Branco (1918)
- Quadro Branco sobre Fundo Branco (1920) (pp. 52-53).
Significam uma anulao da pintura, por si mesma, reflectindo o niilismo russo,
enquanto corrente filosfica que preconizava a negao absoluta de qualquer realismo e
que, de certo modo, justificou o Anarquismo do sculo XIX (que advogava o
aniquilamento e a negao da ordem social estabelecida no presente).
67 Relacionar Suprematismo e Construtivismo (p.52).
A ideia de arte pictrica do Suprematismo, baseada numa pura sensibilidade plstica, foi
interpretada, ao nvel da arquitectura pelo construtivismo que defendeu uma ideia de
arte como devendo estar ao servio da construo de objectos utilitrios, mas cuja
formulao plstica radical no foi bem entendida pelo povo e pelo poder devido ao
facto de apresentar solues tcnicas dispendiosas e pouco compatveis com o tempo de
crise da poca revolucionria na Rssia.
68 Definir Neoplasticismo (p.54).
Movimento artstico holands, surgido por volta de 1917, que englobou as artes
plsticas, a arquitectura, o design e a literatura, tendo divulgado as suas ideias atravs da
revista intitulada: De Stijl (O Estilo).
69 Descrever o pensamento prprio da arte neoplasticista (p.54).
O pensamento neoplasticista apoiava-se numa viso impessoal e objectiva da arte
defendendo uma esttica nova e universal capaz de ajudar a procurar a perfeio e a
verdade supremas que esto para alm do mundo fsico e emotivo, para assim, atingir o
mundo mental na sua totalidade. Com efeito, s nessa totalidade reside a possibilidade
de superar a dimenso trgica da vida que se manifesta no desequilbrio e nas oposies
entre o individual e o universal e entre o Homem e a Natureza.
Observao: Nesta perspectiva, o Neoplasticismo tentou superar as artes do passado e em particular o
Expressionismo, na medida em que tendiam a valorizar os aspectos sensoriais e emotivos da vida
considerados como fazendo parte de uma dimenso superficial da natureza humana.

20

70 Referir o principal objectivo do Neoplasticismo (p.54).

Conferir arte uma dimenso impessoal e objectiva traduzida numa linguagem de pura
sensibilidade plstica e no-representativa (no-figurativa) e como tal anti-naturalista.
71 Caracterizar a arte neoplasticista e interpretar o significado dos seus traos
essenciais (pp. 52-54).
- Caracterizao O Neoplasticismo consiste em composies abstractas traduzidas na
utilizao de formas geomtricas e linhas ortogonais que estabelecem mltiplas relaes
espaciais assentes no equilbrio e serenidade do ngulo recto, sem recurso simetria,
mas assumindo uma organizao dinmica e rtmica.
- Interpretao As formas geomtricas (quadrados, rectngulos) de aspecto esttico e
pintadas a branco, preto e cores primrias (azul, amarelo, vermelho) limitadas quase
sempre por linhas verticais e horizontais a negro, formam planos geomtricos puros e
ortogonais com uma forte carga significativa de carcter mstico e at esotrico em que
as telas marcadas por segmentos cromticos ritmados, assinalam o domnio do Homem
sobre a Natureza.
(A pulverizao dos caminhos artsticos: Europa e Estados Unidos)
a) A Arte Informal ou Informalismo
b) O Expressionismo Abstracto,
c) Abstraco Geomtrica

(Arte Informal)
72 Mencionar as influncias inerentes Arte Informal, quer do ponto de vista de
correntes artsticas anteriores, quer do ponto de vista do pensamento filosfico
(p.56).
- Influncias de correntes artsticas anteriores uma arte de raiz abstracta
influenciada pelo Abstraccionismo Lrico de Kandinsky e pelas tcnicas do Cubismo,
Dadasmo, Surrealismo, ao nvel das colagens, assemblages, frottages, grattages,
dripping e que tem em comum uma execuo conceptual e tcnica desrespeitadora de
formalidade anteriores prprias da arte. Razo pela qual recebeu a designao de Arte
Informal (ou seja, sem formas definidas).
- Influncias derivadas do pensamento filosfico uma arte que integra as
teorias/ideologias dos existencialistas com Martin Heidegger (centradas na questo do

21

ser) e de Jean Paul Satre (centrada na questo da aco e autenticidade segundo a qual:
o Homem o ser em que a existncia precede a essncia).
Observao: Deste modo a Arte Informal entende, numa perspectiva existencialista, o Homem como um
ser em aco e , por isso, tendeu a sobrevalorizar/exaltar a aco do acaso e da improvisao como
condio para o exerccio pleno da liberdade individual ao servio de uma expresso interior do artista.

73 Definir Arte Informal (p.56).

Forma de arte que entende a arte como uma aco de fazer.
74 Dizer de que modo que a Arte informal alterou os processos de concepo e
de criao pictricos (p.56).
Passou a privilegiar uma concepo de arte centrada na tcnica e nos materiais a partir
dos quais fez depender todos os outros elementos da composio (tema, cor,
organizao da composio, elementos estilsticos) sem, no entanto, negar a forma em si
mesma.
75 Identificar as vrias formas de arte derivadas da Arte Informal (pp.58-60).
Arte Bruta, Action Painting, Pintura Matrica, e Pintura Espacialista.
76 Caracterizar, no essencial, cada uma das formas de arte identificadas (Arte
Bruta, Action Painting, Pintura Matrica e Pintura Espacialista) (pp. 58-60).
- Arte Bruta Cultivada por Jean Dubuffet apresenta-se com o aspecto de grandes
empastes, com misturas variadas de materiais (carto triturado, vidros modos, limalhas
metlicas, areias, fragmentos de madeira, pigmentos e aglutinantes).
- Action Painting (Pintura de Aco) cultivada por Jackson Pollock nos Estados
Unidos deu plena expresso ao conceito surrealista de autonomia psquica (razo pela
qual tambm ficou conhecida por Expressionismo Abstracto. A tcnica utilizada
baseava-se do dripping (aplicao de tintas escorridas e policromticas).
- Pintura Matrica Forma de arte informal que pe o acento tnico na matria dando
lugar a uma pintura corprea e texturada de carcter abstracto e onde se misturam
materiais no pictricos sujeitos a vrias intervenes como as que resultam das
grattages e outros processos.
- Pintura Espacialista Forma de arte informal que, de forma contraditria recupera a
terceira dimenso, real ou ilusria, ao mesmo tempo que adopta uma grande austeridade
cromtica.
Entre os diversos cultores da pintura espacialista sobressaiu a figura de Yves Klein cuja
arte se desenvolveu em trs fases:
22

a) Fase antropocntrica (telas marcadas por corpos de mulher besuntados com

tinta que rolava sobre elas);
b) Fase monocromtica (uso de cores rosa, dourado e azul sobre as quais
colocava esponjas e outros objectos pintados na mesma cor do fundo);
c) Fase das cosmogonias (telas de cor lisa sobre as quais actuavam vrios
elementos naturais como chuva, vento e fogo que queimava, parcialmente, a
pintura).

(O Expressionismo Abstracto)
77 - Definir Expressionismo Abstracto (p.60).
Arte de tipo informalista nascida nos Estados Unidos, por volta de 1947, e que resultou
de uma fuso entre Surrealismo (ao nvel do automatismo psquico) e o
Abstraccionismo (representao no-figurativa).

(Abstraco Geomtrica
78 Descrever a funo da arte tal como a entendem os adeptos e cultores da
Abstraco Geomtrica (p.62).
A arte encarada como uma disciplina interior que visa uma anulao da expresso
individual e da emoo para fazer da pintura um exerccio meramente plstico e
conceptual. Tal forma de encarar a arte reflecte uma filosofia positivista e a sua
concepo de cincia baseada numa preocupao pela objectividade das coisas como se
o conhecimento que verdadeiramente interessa ao homem se resumisse sua dimenso
objectiva e no tanto subjectiva. Assim, para esta forma de arte a tarefa do artista
consiste em representar algo em si mesmo como tendo uma dimenso estritamente
pictrica e desligada de todos os elementos que no estejam relacionados com o
essencial. E esse essencial resume-se ao visual e deve estar despojado de todo o
significado extra-visual.
IV O regresso ao mundo visvel
79 Enunciar a argumentao justificativa do regresso a uma linguagem artstica
figurativa nos anos 20 e 30 do sculo XX (p.64).
Impe-se a ideia de que a arte deveria reflectir a sociedade ao nvel dos temas e
contedos e assumir um compromisso no sentido de uma denncia e de uma
interveno social e poltico-religiosa.
(Neo-Realismo)
80 - Relacionar o Neo-Realismo com a filosofia comunista (p.64)
23

A filosofia comunista apontava para uma praxis social destinada a criar condies para
a realizao de uma revoluo em benefcio de toda a sociedade atravs de uma
mobilizao apoiada por uma linguagem clara e objectiva consagrada pelo NeoRealismo.
Observao: Tal concepo de arte ligada ao conceito de praxis social do comunismo justificou o
abandono do Suprematismo e do Construtivismo nos primrdios da Revoluo Russa de 1917. Assim, o
Neo-Realismo acabou por se designar tambm como Realismo Socialista, na medida em que privilegiava
a temtica do trabalho campons e operrio numa perspectiva herica e apologtica.

.
81 Distinguir o Neo-Realismo e o Realismo Socialista quanto aos objectivos e
temtica (p.64).
a) Quanto aos objectivos O Neo-Realismo sob a forma de Realismo Socialista
assume um carcter propagandstico e apologtico e desta forma serviu,
igualmente, os regimes totalitrios da poca (nazismo, fascismo, salazarismo).
No que se refere aos regimes no totalitrios o mesmo Neo-Realismo acabou por
assumir um carcter tico-humanitrio
b) Quanto temtica O Neo-Realismo, sob a forma de Realismo Socialista
ocupou-se da temtica centrada no trabalho campons e operrio, sendo de
considerar que em pases no totalitrios se ocupou essencialmente de uma
temtica baseada numa crtica social a todas as formas de injustia explorando
linguagens estticas relacionadas com o Cubismo, Dadasmo e Surrealismo.
82 Analisar o desenvolvimento especfico do Neo-Realismo no Brasil e no Mxico
(p.66).
No Brasil merece especial referncia o trabalho de Cndido Portinari ao nvel dos
frescos que executou para o palcio do Ministrio da Educao.
No Mxico salientam-se as figuras de Diego Rivera, Clemente Orozco e David
Siqueiros que com as suas pinturas murais procuraram exaltar as origens prcolombianas do povo mexicano a fim de valorizar o seu esforo na luta pela liberdade e
progresso no mbito da revoluo de 1910.
(Surrealismo)
83 Definir Surrealismo (p.68).
Movimento artstico com manifestaes diversificadas, mas com um idntico objectivo:
abordar/tratar a realidade humana numa base irracional traduzida numa associao
incongruente de ideias enquanto expresso do mundo inconsciente do Homem.
24

84 Relacionar Surrealismo e Dadasmo (p.68).

O Surrealismo foi um movimento artstico inspirado pela Psicanlise de Freud e
subsidirio do Dadasmo, na medida em que, enquanto o Dadasmo apostou numa
associao incongruente de objectos, o Surrealismo apostou numa associao
incongruente de ideias.
85 Determinar os vrios campos de actividade do Surrealismo e do Dadasmo
(p.68).
Literatura (poesia, prosa) Andr Breton,
Artes plsticas Max Ernst,
Fotografia Man Ray,
Cinema Dali, Bunel (O Co da Andaluzia,A Idade de Oiro)
86 Mencionar algumas influncias estticas e conceptuais inerentes ao
Surrealismo (p.68).
a) Influncias estticas O pensamento romntico (incios do sculo XIX), o
Simbolismo de Gauguin (do final do sculo XIX), a Pintura Metafsica de
Chirico, algumas obras de Picasso e de Paul Klee.
b) Influncias conceptuais Hieronimus Bosch (sculo XV-XVI), Giuseppe
Arcimboldo (sculo XVI), Fssli, G. Moreau.
87 Descrever o essencial da concepo de arte prpria do Surrealismo (p.70).
As obras deveriam ser realizadas margem da razo baseando-se numa associao
incongruente de ideias e, por isso sem obedecer procura de sentido e apoiada em trs
tcnicas bsicas:
a) A prtica do automatismo psquico (escrevendo ou desenhando em estado
semi-hipntico e sob a influncia do lcool, da fome ou da droga e
respectivas alucinaes;
b) Realizao de discursos escritos ou ditados durante o sono ou relatos de
sonhos;
c) Jogos baseados na juno de escritas simultneas de vrias pessoas (sob a
forma de perguntas e respostas ) e em que todos os participantes ignoram
o que os outros fazem.

25

88 Caracterizar o Surrealismo em termos tcnico-artsticos (pp.70-72).

O Surrealismo em termos tcnico-artsticos seguiu, no s os ensinamentos do
Dadasmo, adoptando o desenho e a pintura automticos, mas tambm os ensinamentos
da arte clssica do desenho e da gradao cromtica (modelado) aos quais associa
tcnicas inovadoras, tais como:
a) A colagem, o frottage, a asemblage e o dripping;
b) O desenho e a pintura automticos relacionando inconsciente e aco sem
controlo racional e marcada por um forte individualismo;
c) Tcnicas clssicas seguidas por Salvador Dali, Ren Magritte, Yves Tanguy
e

Paul

Delvaux

que

aplicam

formas

fantasmagricas

(ou

incongruentemente associadas) e ao trompe loeil (iluso ptica espacial).

89 Caracterizar o Surrealismo em termos temticos (p.72).
As temticas privilegiam os mundos ertico e onrico no intuito de revelar as foras
ocultas do inconsciente e que visam libertar o homem de tabus e de tenses no domnio
da sexualidade (lbido = impulso sexual); e, ainda, o mundo da magia e outras foras
alheias racionalizao do mundo ocidental e ao senso-comum.
90 Indicar alguns autores de vulto cuja obra aparece conotada com o
Surrealismo (p.72).
a) Francis Picabia (procura libertar-se dos movimentos j existentes);
b) Marc Chagal (aposta em seres voadores e na ausncia de gravidade);
c) Juan Mir (uso de formas e cores simples num regresso infncia);
d) Man Ray (oriundo do Dadasmo foi pioneiro nas fotomontagens e nos
rayografics);
e) Pablo Picasso (influncia surrealista ao nvel da pintura e das assemblages);
f) Paul Klee (adopta uma vertente mais abstractizante).
91 Indicar nomes relevantes da escultura surrealista (p.72).
a) Hans Arp (vem do movimento Dada);
b) Alberto Giacometti (aposta em figuras humanas reduzidas estrutura e de
aspecto longilneo);

26

c) Henry Moore (tende a valorizar os espaos vazios por oposio s fortes

massas das suas figuras reclinadas e muito ligadas ao espao onde so
integradas).

V Arte e Funo: a arquitectura e o design

92 Inserir, no seu contexto histrico (primeiras dcadas do sculo XX), as
polmicas verificadas volta das relaes arte/tcnica e forma/funo (p.74).
Tais polmicas devem-se a uma crise de valores marcada pela tenso entre concepes
mentais, valores ticos e estticos do passado e o esprito inovador do chamado
Modernismo, cujas razes remontam Arquitectura do Ferro do sculo XIX e s suas
principais premissas:
a) Adeso s inovaes tecnolgicas do sculo XIX;
b) Fidelidade verdade dos materiais;
c) Preocupao com as propores escala humana e ateno aos pormenores;
d) Consagrao do conceito de que a forma segue a funo.
93 Relacionar as premissas da Arquitectura do Ferro com o Estilo
Internacional (p74).
O Estilo Internacional cristalizou, nos anos 20 e 30 do sculo XX, as premissas da
Arquitectura do Ferro prolongando-as at aos anos 50 e 60 do mesmo sculo, atravs da
realizao regular dos Congressos Internacionais de Arquitectura Moderna.
Observao: A partir dos anos 50 e 60 do sculo XX, o Estilo Internacional entra em crise dando lugar
ao Ps-Modernismo.

94 Identificar as escolas responsveis pelo lanamento e desenvolvimento do

Modernismo na arquitectura (p.74).
a) Escola de Chicago (com Sullivan e Adler);
b) Escola de Glasgow (com Mackintosh)
c) Escola da Secesso Vienense (com um conjunto de jovens arquitectos)
95 Mencionar as orientaes comuns a todas as escolas anteriormente apontadas
(p.74).
a) Afirmao da eficcia dos novos materiais (ferro, vidro e beto) usados sem
disfarce;
b) Adopo de novos mtodos e meios construtivos baseados no recurso ao
esqueleto estrutural e s fachadas sem sustentao;
27

c) Aplicao de critrios crescentemente racionalistas e funcionalistas no

sentido:
- Da planta de organizao livre,
- Da depurao formal,
- Da desornamentao dos edifcios baseados em paredes lisas como smbolo
da nova era da mquina.
96 Definir Funcionalismo (p.74).
Nome dado corrente de arquitectura e do design modernistas que procuraram expurgar
as construes e os objectos de todos aqueles elementos que no tivessem utilidade
prtica
97 Mencionar as estruturas organizativas que veicularam os valores
funcionalistas no campo do design (p.76).
a) Escola da Bahaus (Walter Gropius);
b) O Grupo Holands De Stijl liderado por Piet Mondrian;
c) Le Corbousier;
d) Deutscher Werkbund (Peter Behrens).
98 Avaliar o contributo das referidas estruturas organizativas no sentido de uma
definio e afirmao do Modernismo na arquitectura e no design (p.76).
Desenvolveram um debate no sentido da:
a) Aceitao de mecanizao do processo de produo de objectos dentro de
critrios de qualidade;
b) Criao de uma nova concepo de desenho industrial assente na
racionalizao dos processos e destinado estandardizao;
Observao: A partir destes aspectos do debate referido, a arquitectura passou a ser pensada e realizada
em novas bases: dar forma artstica ao espao da tcnica e no tentar decor-la.

(Art Dco)
99 Definir Art Dco (p.78).
Estilo artstico de grande amplitude, desenvolvido entre as duas Grandes Guerras, que
se manifestou ao nvel da arquitectura, decorao de interiores, design de objectos,
cinema, publicidade e moda (txtil e jias).

28

100 Situar, no tempo, o surgimento da Art Dco (p.78).

1925, no contexto da Exposio de Artes Decorativas e Industriais, em Paris, tendo-se
expandido rapidamente pela Europa e Estados Unidos.

101 Caracterizar a Art Dco (p.80).

Arte alegre e frvola, leve, em geral, e austera nalgumas situaes. Foi aplicada a uma
grande diversidade de actividades e de objectos (na base do design industrial de
objectos utilitrios tais como mobilirio, louas, talheres, caixas para rdios, bibelots,
carroarias para automveis, desenho e decorao de navios), mediante a utilizao dos
mais diversos tipos de materiais (plstico, baquelite e crmio) e o recurso a formas de
gosto depurado, de carcter rectilneo e/ou geomtrico associadas a cores vivas e
douradas.
102 Caracterizar a aplicao da Art Dco na arquitectura (p.80).
Foi aplicada a edifcios modernistas (fbricas, cinemas, teatros e moradias familiares)
utilizando, de modo predominante, a horizontalidade, a geometrizao e a simplicidade
da estrutura, das plantas (ao nvel da organizao interna dos espaos) e das fachadas.
Tais caractersticas fazem sobressair volumes de grandes dimenses alternando com
superfcies planas e rectilneas e com curvas pronunciadas de traado geomtrico.

(As utopias arquitectnicas e o Estilo Internacional)

103 Explicar as condies propcias ao aparecimento das utopias arquitectnicas
e do Estilo internacional (p.80).
O perodo durante o qual decorreu a I G. Mundial foi marcado pela ausncia de
encomendas, tendo os arquitectos ocupado o tempo com reflexes tericas sobre a
arquitectura, encarada numa referncia a teorias dos novos movimentos artsticos de
vanguarda (Expressionismo, Cubismo, Futurismo, Neoplasticismo), e na base, quer de
um aproveitando dos seus conceitos estticos e plsticos, quer fazendo com que a arte
voltasse arquitectura dando lugar a construes transformadas em autnticas utopias
arquitectnicas de formas fantasistas, como se a arquitectura devesse assumir um
aspecto algo semelhante a um organismo vivo habitvel (casa = tero acolhedor da
me). Surge, assim, o Expressionismo arquitectnico.

29

104 Caracterizar o Expressionismo arquitectnico e a utopia da arquitectura

futurista (p.82).
Trata-se de construes baseadas em forma e volumes e em materiais criteriosamente
seleccionados pelo arquitecto que avaliava as suas qualidades construtivas e as suas
potencialidades plsticas (recaindo a preferncia sobre o vidro e o beto). A par do
expressionismo Arquitectnico desenvolveu-se tambm a arquitectura futurista utpica,
cujos projectos idealizados nunca foram concretizados.
105 Relacionar os ideais arquitectnicos do Futurismo com o Construtivismo
russo (p.84).
Em ambas as correntes (Futurismo e Construtivismo) os ideais arquitectnicos ficaram
por realizar devido ao seu carcter radical, oneroso e de difcil entendimento por parte
do povo.
Observao: Contudo as propostas arquitectnicas do Construtivismo Russo tiveram grande aceitao
junto da Bauhaus e do Grupo De Stijl holands.

106 Analisar o contributo do Neoplasticismo para uma evoluo da arquitectura

(pp.84-86).
A partir das suas novas propostas formais e plsticas, o Neoplasticismo influenciou o
aparecimento de uma nova concepo de arquitectura e abriu caminho ao design (=
interveno racional da forma no campo infinito dos objectos de uso). Consiste essa
nova concepo de arquitectura numa proposta de novas formas espaciais e de novas
concepes formais que visavam um rigor tcnico e uma clareza formal baseada em
regras matemticas e geomtricas.
Observao: Fazem parte dessas regras matemticas e geomtricas
a)

A prevalncia de linhas ortogonais (horizontais e verticais);

b) A criao de grandes espaos vazios cobertos por vidraas horizontais que destruram aa
ideia de caixa da construo tradicional para assim fazer comunicar o interior e o exterior.
Ou seja, com o Neoplasticismo, a arquitectura passou a privilegiar o espao livre e
polifuncional (polivalente), quase sem divises ou com divisrias deslizantes (mveis) e em
que a cor quase se resume cor dos materiais ou s cores puras primrias (amarelo,
vermelho, azul e tambm preto).

107 Dizer em que consistiu a Bauhaus (p.86).

A Bauhaus (= casa da construo) reflecte uma forte influncia da arquitectura
neoplasticista foi uma escola de artes fundada por Walter Gropius, que props uma
unificao das artes (artes aplicadas + belas-artes) baseada numa renovao dos
conceitos de arte e numa valorizao do design industrial.
30

Esta escola resultou da fuso de dois projectos anteriores: a Escola de Artes e Ofcios de
Weimar (dirigida por Van de Velde) e a Escola Superior de Artes Aplicadas do GroDucado da Saxnia.
108 Caracterizar o projecto pedaggico da Bauhaus (p.86).
Visava estimular a prtica de um trabalho em equipa baseada:
a) Numa diversidade de artistas e artesos;
b) No respeito pelo princpio da unidade das artes;
c) Numa interaco entre teoria e prtica cultivada num ambiente de liberdade
de concepo e de criao.
109 Avaliar o contributo do projecto pedaggico da Bauhaus para o
desenvolvimento da arte (pp.86-88).
Contribuiu para:
a) Uma renovao da pesquisa plstica;
b) Uma modernizao do desenho industrial;
c) Uma influncia decisiva nas geraes futuras (de artistas e arquitectos) cujos
trabalhos se prolongaram muito para alm da II G. Mundial e assumiram
uma dimenso multifacetada e experimental (arte da pintura, artes
decorativas, msica, teatro, arquitectura).
Observao: Na sua fase de Dassau (1924-30), a Bauhaus conheceu um perodo fecundo tendo
ultrapassado as tendncias expressionistas da primeira fase e enveredado por critrios mais racionalistas e
funcionais ao defender: a actualizao tecnolgica e a normalizao do desenho industrial como forma de
assegurar uma interveno mais directa na sociedade em colaborao com a industria e donde resultou um
maior desenvolvimento do design que se traduziu em objectos cuja produo se imps:
a)

Pela qualidade do desenho;

b) Pela modernidade dos materiais;

c)

Pela boa relao forma-funo.

110 Avaliar o contributo da Bauhaus e da Deutscher Werkbund para o

surgimento do Movimento Moderno no campo da arquitectura (p.88).
Tanto a Bauhaus como a Deutscher Werkbund adoptaram critrios (actualizao
tecnolgica/normalizao do desenho industrial/modernidade dos materiais/relao
forma-funo/unidade das artes) que esto na base de uma arquitectura racionalista e
estruturalista baseada num esqueleto estrutural dos interiores e exteriores e onde o
espao se desenvolve em continuidade.

31

(O estilo Internacional)
111 Explicitar a concepo de arquitectura estabelecida por Le Corbusier na sua
obra L Esprit Nouveau, de 1921 (p.90).
A casa deve ser encarada como uma mquina de habitar.
112 Interpretar o sentido da expresso Mquina de Habitar utilizada por Le
Corbusier (p.90).
Tudo o que o homem faz/produz cumpre uma determinada funo (como o caso da
arquitectura).
Observao: Esta expresso mquina de habitar reflecte a perspectiva inerente arquitectura moderna
marcada por um racionalismo funcionalista prprio da vida moderna que procura libertar-se de
individualismos e de sentimentalismos fantasistas e se manifesta mais preocupada com a economia dos
meios e dos gastos e com um compromisso social relacionado com problemas da habitao colectiva das
cidades tornando-a acessvel maioria da populao em termos de qualidade e custos.
Esta preocupao social, inerente arquitectura modernista, est presente nas obras de Le Corbusier:
a)

Para Uma Nova Arquitecrtura (1923);

b) O Modulor (1940).
Nestas obras abordam-se questes de racionalizao e matematizao dos espaos a habitar, bem como
questes de ergonomia e proporcionalidade que adoptaram como medida o corpo humano.

113 Referir o grande objectivo da arquitectura dita funcionalista (p.90).

Procurar normas padronizadas para desenhar e projectar habitaes acessveis maioria
das pessoas e sempre com a preocupao de assegurar altos padres de conforto,
higiene, salubridade e funcionalidade. Tal objectivo no pode esquecer o chamado
mnimo vital baseado na optimizao dos meios e recursos na construo s possvel
atravs de uma grande racionalidade e pragmatismo traduzidos na ideia de mquina de
habitar. A expresso desta concepo racional e funcionalista de Le Corbusier reside
na obra conhecida por Casa Dom-ino, de 1914, onde se consubstanciam os chamados
Cinco Pontos da Nova Arquitectura, de 1926, e que definem uma construo baseada:
a) Em pilotis (pilares), colocados livremente em relao planta, que serviam
para sustentar e isolar o edifcio das humidades;
b) Em tectos planos aproveitados para terraos e jardins;
c) Em plantas de andar totalmente livres;
d) Em fachadas de composio livre;
e) Em janelas colocadas segundo faixas horizontais.

32

114 Mencionar a importncia dos Congressos Internacionais de Arquitectura

(p.92).
Ajudaram a organizar e a difundir, a partir de 1928, as ideias que estiveram na origem
do Estilo Internacional que se difundiu nos dois lados do Atlntico.

(Organicismo como reaco ao funcionalismo racionalista)

115 Caracterizar a arquitectura organicista (pp.92-94).
Surgiu por oposio ao funcionalismo tendo reflectido preocupaes relacionadas com
uma maior humanizao da arquitectura e respectiva integrao na Natureza, ao mesmo
tempo que procurava respeitar as tradies locais ao nvel do uso de materiais e de
tcnicas construtivas.
116 Descrever o pensamento organicista de F. L. Wright (p.94).
Em vez do conceito de mquina de habitar de Le Corbusier, F. Lloyd Wright adoptou
o conceito de espao vital valorizando, quer a relao com a Natureza, na sua
dimenso exterior, quer a relao da habitao com o homem na sua dimenso interior.
117 Mencionar os traos essenciais do organicismo (p.94).
O organicismo apresenta uma esttica baseada numa pureza das linhas ortogonais e num
equilbrio de massas e volumes projectados em funo dos condicionalismos ambientais
do espao envolvente.

VI A Arte Portuguesa at aos anos 60

118 Inserir a arte modernista portuguesa no seu contexto histrico (p.96).
As dificuldades estruturais do pas no campo econmico e sociocultural e a
instabilidade poltica, vividas durante alguns perodos do sculo XX, ditaram um grande
atraso em relao ao resto da Europa. Deste modo, foram feitas algumas tentativas no
sentido de uma sensibilizao ao Modernismo, mas sem grandes resultados, como so
os casos:
a) Do I Salo dos Humoristas (1912);
b) Da I Exposio dos Humoristas e Modernistas (1915) pela aco de Manuel
Bentes e Eduarda Viana;
c) Da revista Orpheu, fundada por Fernando Pessoa e Mrio de S-Carneiro,
aos quais se juntou Almada Negreiros e Santa-Rita Pintor (que divulgaram o
Modernismo e o Futurismo);
33

d) Do Secretariado de Propaganda Nacional de Antnio Ferro e que visou um

controlo ideolgico baseado na trilogia; Deus, Ptria e Famlia, tendo
promovido a clebre Exposio do Mundo Portugus, em 1940;
e) Dos trabalhos artsticos, correspondentes aos anos 50 e 60, ligados ao
Modernismo, mas que foram produzidos na clandestinidade e sem grande
impacto no pas que viveu afectado por uma estagnao artstica.
119 Caracterizar a arte modernista portuguesa no campo da pintura, da
escultura e da arquitectura (pp.96-119).
a) No campo da pintura:
Persistiu, durante longos anos, o gosto naturalista,
A 1 contestao a esse gosto surge com a primeira gerao modernista
constituda por Eduardo Viana, Amadeo de Souza Cardoso e Santa-Rita
Pintor (e tambm Almada Negreiros, Jos Pacheko e Cristiano Cruz),
Observao: Eduardo Viana enveredou pelo Pr-Cubismo de Czanne e recebeu influncias do Cubismo
rfico ou Orfismo

Amadeo passou por vrias correntes desde o Naturalismo ao expressionismo e

ao Cubo-Futurismo, tendo privado com Modigliani e Brancusi e participado em
exposies, em Paris, Berlim, Nova Iorque (conheceu, ainda, Picasso, Braque e
Delaunay).
Guilherme Santa-Rita Pintor Considerava-se o mais futurista de todos os
pintores e, por isso, organizou a revista Portugal Futurista, surgida em 1917.
Almada Negreiros personalidade excntrica, original e polivalente, adoptou
uma pintura situada entre a Arte Nova e a Abstraco, entre o Futurismo e as
razes portuguesas. Escreveu um manifesto de pendor futurista (conhecido pela
designao de Manifesto Anti-Dantas). Foi cengrafo. Bailarino, caricaturista,
pintor e dinamizador das revistas Orpheu e Portugal Futurista. Em Paris, foi
influenciado pelo Cubismo e de regresso a Portugal animou alguns espaos de
arte moderna. A sua obra reflecte a vida elegante da poca (como se v nos
Banhistas). Pintou os vitrais da Igreja de Nossa Senhora de Ftima, em
Lisboa, bem como os frescos das Gares Martimas de Alcntara inspiradas nas
lendas de D. Fuas Roupinho e da Nau Catrineta. Realizou, na Fundao
Gulbenkian, o painel intitulado Comear.
Observao: Deste primeiro Modernismo fazem parte muitas outras figuras, algumas das quais, como
Abel Salazar, foram perseguidas pelo Secretariado da Propaganda Nacional

34

 O segundo Modernismo foi tutelado pelo Estado Novo e caracterizou-se por

uma arte estril na medida em que a arte se sujeitou a temticas nacionalistas,
ruralistas e sentimentais de pendor figurativo e baseada no uso de cores claras e
calmas. A esse controlo opuseram-se, por exemplo, Vieira da Silva que emigrou
para Paris. Mesmo assim foi possvel introduzir, nos anos 30 e 40, o
Expressionismo e nos anos 50 e 60, o Neo-Realismo, o Surrealismo, o
Abstraccionismo e o Neo-figurativismo cultivados por pequenos grupos de
artistas (Mrio Eloy e Dominguez Alvarez expressionistas; Abel Salazar,
Cunhal, Jlio Pomar, Mrio Cezariny neorealistas; Antnio Pedro, Antnio
Dacosta, Mrio Cezariny surrealistas; Vieira da Silva abstraccionista);
b) No campo da escultura:
S a partir dos anos 50 a escultura comeou a afastar-se da sensibilidade
neoclssica e naturalista aproximando-se do Modernismo por influncia do
Surrealismo, Neo-Realismo e Abstraccionismo.
Nomes relevantes:
- Francisco Franco (escultura de tnica expressionista e de carcter
monumental),
- Diogo de Macedo (aluno de Teixeira Lopes e de gosto neoclssico),
- Leopoldo de Almeida (autor do Padro dos Descobrimentos),
- Salvador Barata-Feyo (escultor prximo do Realismo simblico),
- Marcelino Vespeira (escultor surrealista);
c) No campo da arquitectura:
Entre os anos de 1905 e 1960 sobressai:
Uma primeira tendncia caracterizada pela tentativa de restaurao da
arquitectura tradicional portuguesa baseada numa recuperao dos valores rurais
e romnticos da alma portuguesa e expressa no modelo da Casa Portuguesa de
Raul Lino:
- Cobertura saqueada e arrematada pelo beiral portuguesa,
- Emprego do alpendre,
- Vos guarnecidos de cantaria,
- Caiao a branco e cor e emprego de azulejos.
Uma segunda tendncia da arquitectura portuguesa marcada pela obedincia a
esquemas acadmicos e eclticos que esto na base de muitas construes
prediais em Lisboa e no Porto. Sendo de considerar que foi nas obras pblicas
(escolas, hospitais, liceus, bancos, teatros, termas, hotis, fbricas) que a
arquitectura assumiu preocupaes mais tcnicas do que estticas. A este
35

propsito importa realar os nomes de maior relevo: Ades Bermudes, Marques

da Silva e Ventura Terra (arquitectos ligados a obras pblicas importantes).
Uma terceira tendncia surgiu entre 1925-1930 caracterizada:
a) Pela procura de originalidade;
b) Pela libertao em relao gramtica decorativa clssica e acadmica e
pela procura de um gosto mais baseado na simplificao e geometrizao
prpria da Art Dco;
c) Pela aplicao do racionalismo construtivista e funcionalista de Le Corbusier
e da Bahaus (composio assimtrica e livre das plantas, na organizao dos
volumes e geometrrizao prpria da Art Dco);
d) Pela utilizao do beto e dos novos materiais que passam a ficar expostos;
e) Pelo uso de elementos estandardizados, fruto da produo em srie e visando
a reduo de custos;
Um dos arquitectos mais representativos da arquitectura modernista, em
Portugal, foi Cassiano Branco que concebeu um projecto utpico ligado urbanizao
da Costa da Caparica.
O Estado Novo promoveu tambm a chamada arquitectura nacional
promovida pelo Secretariado da Propaganda de Antnio Ferro e pela aco do ministro
Duarte Pacheco e que se caracterizou:
a) Pela imposio de um estilo nico;
b) Pela promoo de projectos de equipamento social com sentido
propagandstico e funcional (escolas, hospitais, viadutos, senatrios );
c) Pelo recurso a obras monumentais, simtricas, austeras, estticas e com um
vocabulrio essencialmente neoclssico;
d) Pelas marcas de revivalismo historicista ligadas arquitectura manuelina,
joanina e pombalina;
e) Pelas fachadas decoradas com linhas Art Dco e baixos-relevos alegricos
alusivos ao trabalho, progresso e ordem;
f) Pela pouca ateno organizao do espao interno;
Nomes mais sonantes da arquitectura nacional em Lisboa:
Cristino da Silva (Praa do Areeiro),
Pardal Monteiro (escadaria da Universidade de Coimbra e do Instituto Superior
Tcnico),
Carlos Ramos (Instituto de Oncologia de Lisboa),
Jorge segurado (Casa da Moeda),
Keil do Amaral (Clube de Tnis de Lisboa)
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Nomes mais sonantes da arquitectura nacional no Porto:

Viana de Lima, Armnio Losa, Cassiano Barbosa, Agostinho Ricca.
Estes novos arquitectos estudaram e interpretaram as obras de F. L. Wright e Aalto
defendendo ideias como:
a) A hegemonia do espao interno;
b) O estudo da morfologia e a linguagem da arquitectura popular, a integrao
do tecido urbano e o aprofundamento sistemtico das realidades do habitat;
c) Recusa do Estilo Internacional por fomentar a monotonia e a aridez
arquitectnicas quando submetidas a um sistema formal e universal.
A partir dos anos 60, Keil do Amaral, Teotnio Pereira e Fernando Tvora foram as
referncias da arquitectura moderna portuguesa.

V Casos Prticos
120 - Ler e analisar os elementos informativos relacionados com os dois casos
prticos descritos nas pginas 120-123 do livro.

121 Responder s questes e realizar as actividades previstas nos referidos casos

prticos.

O professor:
___________________________
(Lus Paulo Ribeiro)

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