Congado, Origini

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CONGADO: origens e identidade

Frei Chico (Francisco van der Poel)

LICENÇA, POR FAVOR

Sou um franciscano holandês chegado ao Brasil em 1967. Quase direto,


fui para o vale do Jequitinhonha, onde encontrei um montão de coisas que não
conhecia. Pude vivenciar alimentos diferentes com farinha de mandioca, alho e
pimenta, outras maneiras de fazer comércio, de curar a espinhela caída e
quebranto, coisas que nunca tinha ouvido falar. Diferentes eram também o
modo de rezar e de fazer amigos. Com tudo isso, decidi querer conhecer
melhor esta realidade. Desde então, junto com a artesã Maria Lira Marques, de
Araçuaí, anotei em 15 mil folhas parte da cultura dos pobres, das tradições
orais daquela região. E, nesse trabalho, foi freqüente e intensivo o contato com
a Irmandade N.S. do Rosário dos Homens Pretos da qual escrevi a história do
primeiro centenário (1879-1979) publicada pela Imprensa Oficial com o título
"Rosário dos Homens Pretos". Hoje sou irmão do rosário nesta irmandade.
Sei que da minha parte, estou no começo do princípio do início de algum
conhecimento sobre o congado. Tenho estudado em livros, celebrado a Missa
Conga nas mais diversas comunidades. Participei de muitas festas do Rosário,
de São Benedito, de Santa Efigênia, de 13 de maio, de 20 de novembro,
sempre encontrando coisas novas. Por isso, chego à conclusão que devo estar
sabendo quase nada, principalmente do essencial que é a vivência da fé em N.
S. do Rosário pelos congadeiros que admiro e sobre o qual vou tentar falar
com muito respeito. Ao iniciar uma missa festiva com a participação de reinado
e congadeiros, digo assim:
Senhora do Rosário mandou me chamá./ Licença Senhor Rei, licença Senhora
Rainha, licença capitão, licença os tamborzeiros, licença ao povo todo./
É o que cantam os tamborzeiros quando
chegam à festa, em Araçuaí, no mês de outubro. E, hoje também, peço licença
para falar do assunto: origens e identidade do congado.

IDENTIDADE BRASILEIRA

A identidade do congado, antes de tudo, é brasileira. A partir da África,


são 500 anos de história desde a viagem no Atlântico (calunga), a escravidão,
as lutas, os reinados e tudo, até hoje. É brasileira a identidade do congado. Os
irmãos do rosário estão vivos e sua identidade é dinâmica, mesmo quando
pretendem conservar suas tradições, sabedorias e organização. Vejamos:
antigamente não existia a Federação dos Congados. No mundo de hoje, as
mudanças são grandes. No congado, mudamos algumas coisas para ver se
assim fica melhor. Mas, qualquer adaptação necessária há de ser feita pelos
próprios congadeiros a partir da tradição e das raízes, a partir da
espiritualidade recebida na irmandade. Falamos de uma identidade dinâmica e
brasileira. O congado e a "irmandade do rosário dos Homens Pretos" são fruto
de muita criatividade desde o princípio. Esta criatividade é de beleza e fé, mas
principalmente de necessidade e sobrevivência.
A identidade faz parte do tripé: história, identidade e cultura. As raízes
do congado estão na África, principalmente nos povos bantus. Toda identidade
tem uma história. Até mesmo a identidade de uma pessoa tem tudo a ver com
a história dela desde criança; tudo que ela aprendeu dos pais, da escola, da
vida. Uma identidade cultural surge na história de comunidades ou povos. No
congado, os antepassados, as almas dos escravos, o fundador da irmandade,
reis, rainhas, capitães falecidos são lembrados e reverenciados. A cultura
congadeira é fiel aos ancestrais.

POVOS BANTUS NA ÁFRICA

Na África, os bantus (mais de 500 povos) formam um grupo lingüístico.


O termo "bantu" não significa uma cultura. Muito tempo antes dos portugueses
chegarem à África, já havia os povos bantus. Atravessaram as densas florestas
do centro da África e, isso demorou séculos. Nessa façanha, misturaram-se
com outros povos e venceram outros. Forjaram-se reinados, e uma civilização
hieraquizada; não uma única cultura e sim muitas. Explicamos a diversidade
cultural dos bantus, pela importância dada aos antepassados. Cada grupo
étnico bantu tem seus antepassados como ponto de união. É deles que
apreenderam a sabedoria dos provérbios; dos antigos receberam as leis para
fazer justiça no caso de uma briga de terras ou entre famílias; é deles que
aprenderam a religião, a cura das doenças e os instrumentos musicais e todas
as outras coisas da vida. Assim, cada grupo, cada clã, cada povo de bantu tem
sua cultura própria. Portanto, existe a civilização bantu na África, o grupo
lingüístico bantu e muitas culturas bantu.

O CRISTIANISMO AFRO NO CONGO

Desde que os portugueses chegaram ao Golfo da Guiné, o cristianismo


entrou lá e pegou. Em 1533, foi criada a diocese de Cabo Verde e Guiné. Outra
diocese fundada no reino do Congo já celebrou os seus 400 anos de
existência! Muitos escravos bantos do Brasil já eram cristãos na África.
No Golfo da Guiné, a recepção do cristianismo não foi passiva. No reino do
Congo, surgiram algumas manifestações afro-católicas. A jovem Beatrice
Kimpa Vita liderava um movimento de Sto. Antônio, que africanizava o
cristianismo. Ela encarnava Santo Antônio e disse que Jesus e muitos santos
nasceram no Congo. Beatrice foi condenada pela inquisição e morreu na
fogueira, em 1706. Curiosamente, no Brasil, encontramos Luiza Pinta, escrava
de Angola e devota de Santo Antônio em Sabará (MG), que foi torturada pela
inquisição, em Lisboa no ano de 1742. Quem sabe, a Luiza tenha pertencido
ao movimento da Beatriz?

IRMANDADES DO ROSÁRIO NA ÁFRICA E EM TODO LUGAR

Como Nossa Senhora do Rosário entrou na devoção dos negros, em


Portugal, na África e no Brasil? Uma lenda contada em todas as irmandades
coloca a Senhora do Rosário como sendo a origem do congado. Vamos ver
isso com calma.
A irmandade do rosário (dos brancos) fundada na Alemanha em 1409,
chegou a Lisboa em 1478.
portanto quatro anos antes da chegada dos portugueses ao Brasil. Esta
informação consta num alvará dado à dita confraria, sita no mosteiro de
S.Domingos de Lisboa, "para poderem dar círios e recolher as esmolas nas
caravelas que vão à Mina e aos rios da Guiné". Encontramos o importante
documento no Arquivo Nacional da Torre do Tombo em Lisboa: Confirmações
Gerais, L.2 fls.107v.-108.
Em 1526, já havia na ilha de São Tomé a irmandade dos "Homens
Pretos". Outras irmandades do Rosário existem no Congo, na Angola e em
Moçambique, desde o séc.XVII.
Antes de 1552, já existia no Brasil uma irmandade para os escravos da Guiné,
segundo Frei Odulfo van der Vat.ofm e outros historiadores.
Em 1610, o rei do Congo entrou na irmandade do rosário fundada por
Fr.Lourenço O.P., em Mbanza, capital do Reino do Congo.
Entendemos que as irmandades do rosário surgidas no Brasil, não vieram só
da Europa, mas também da África. Provavelmente, houve escravos africanos
que já vieram para cá irmãos do rosário.

O APARECIMENTO DE NOSSA SENHORA INTERPRETADO

A criativa história do aparecimento de Nossa Senhora do Rosário,


fundadora das irmandades dos homens pretos, é antiga e pertence ao
cristianismo banto. Muitos dizem que Nossa Senhora apareceu no Brasil,
poucos dizem que foi na África. Os congadeiros contam que os brancos, donos
de escravos, não conseguiram tirar ela do lugar; o candombe (ou o
moçambique) pelejou e conseguiu. Ela ficou com os negros e aceitou-os como
eram: pobres, escravos sofridos, com seus reinados e tambores. Os brancos
foram passados para trás, nessa história. O candombe repete este tema.
Todos colocam a experiência religiosa deste aparecimento à origem do
congado. A interpretação desta história há de ser feita a partir dos bantus da
África ou dos escravos bantos do Brasil.
Vejo pessoas dizerem que Nossa Senhora do Rosário, com o rosário na
mão, representa Ifá! Considero isso como um terrível equívoco. Como podem
negros bantos que não conhecem orixás - e, sim, bacuros, inquices e
antepassados, - enxergar Ifá atrás da Mamãe do Rosário? Os congadeiros
antigos não ensinam isso não!
Os bantos praticam uma imensa fidelidade aos antepassados. É certo
tentar descobrir os elementos afro da devoção de N.S.do Rosário. Mas, que
seja um elemento bantu! A experiência religiosa dos congadeiros deve ser
levada a sério! Volto a afirmar: é difícil entender a espiritualidade vivida pelos
congadeiros e perceber como o rosário de Maria os sustenta nas dificuldades
na vida? Para mim, isso é sempre um grande mistério, uma coisa que respeito
muito.

BANTOS NO BRASIL

No Censo 2000, 50% dos brasileiros declararam ser afro-descendente.


Isso mostra a importância do nosso assunto. Ao falar da identidade das
irmandades do rosário em Minas - e que também existem em outros estados, -
não podemos esquecer que a grande maioria dos escravos que vieram para o
Brasil São de origem bantu. A questão bantu é complexa. Isso observamos, por
exemplo, na luta pela valorização da identidade negra no Brasil. Ao afirmar a
"negritude", muitos afirmam principalmente valores dos iorubas, jejes, quêtos
(no Brasil chamados nagôs). Dizem axé (!) e consultam os búzios para saber
qual é seu orixá. Ora, o candomblé é respeitável. Conheço e reverencio seus
grandes líderes e admiro os cultos nos ilês. Mas, na busca da identidade do
congado, não podemos confundir as coisas.
O candombe e o candomblé são diferentes desde a origem.Os nagôs
dos candomblés do Brasil vieram de reinados situados ao norte do rio Congo.
Os congadeiros do Brasil são bantu-descendentes do Congo, da Angola e do
Moçambique, regiões colonizadas por Portugal. Suas origens estão nos
reinados localizados principalmente ao sul do rio Congo. Os numerosos povos
bantus africanos formam um grupo linguístico. Alguma origem comum percebe-
se pelo uso de línguas parecidas. Os bantus Também têm em comum vários
elementos importantes, como a fé em um só Deus próximo aos humanos
(Nzâmbi, Zambiapunga e outros nomes) e a amorosa dedicação devida aos
antepassados, sempre presentes. O sistema perverso da escravidão no Brasil
colônia, visava desestruturar os grupos étnicos de origem. Para evitar
conspirações, os donos de escravos compravam africanos de línguas e origens
diversas. Com grande criatividade, os bantos do Brasil partiram para a
adaptação, sem poder reconstruir os grupos étnicos originais com os mesmos
antepassados. Desde a travessia do mar em navios negreiros, escravos bantus
de povos e línguas diferentes criaram uma língua comum, o chamado
"português crioulo". Entre si, estes escravos tornavam-se "malungos",
companheiros na luta pela sobrevivência, também cultural. Mas foram as
irmandades de Nossa Senhora do Rosário (ao menos, desde 1496), que
possibilitaram uma sofrida reorganização e a busca da identidade dos bantos,
escravos, cristãos, no Brasil. Surgiram grupos de "homens pretos" e de
"pardos". Criar é preciso. Muitos dos congados atuais começaram a partir de
uma família líder que polarizava a participação de outras. Na grande Belo
Horizonte, temos os arturos de Contagem, o moçambique "Treze de Maio" na
Concórdia, o congado do Jatobá e muitos outros que cultivam seus
antepassados recentes.
No congado distinguimos vários grupos: o candombe é o mais antigo e o
mais banto; depois vêm moçambique, congada, marujos, caboclinhos, catopês,
os cavaleiros de São Jorge. Em Araçuaí (MG) têm os tamborzeiros; lá ninguém

rosário comprovam que é possível viver no Brasil a diversidade própria e


tradicional dos bantos, mantendo viva a memória da África bantu. Há reinados,
"ngomas" (tambores), os antepassados e Deus que é chamado de Zâmbi.

CANDOMBE

O candombe é o que há de mais banto no congado. É um grupo "de


raiz". Uma espécie de sociedade fechada na qual reúnem-se negros de Nossa
Senhora do Rosário que desejam ser cristãos sem deixar de ser bantos.
Sabendo que, deste modo, correm o risco de alguma perseguição, dão-se ao
direito de utilizar uma linguagem enigmática e de não revelar o candombe a
forasteiros. No candombe são lembrados os antepassados, ali são tocados os
tambores antigos e sagrados (Santana, Santaninha e Chama), e Zâmbi (Deus
Criador) está com eles. É assim que sobrevivem as manifestações culturais
dos bantu-descendentes do Brasil. Os candombeiros guardam bem seus
mistérios e não há livros a respeito. Ostumam dizer: "lingua que fala muito,
merece faca de sapateiro."
Em muitas coisas, o candombe se parece com o jongo e o caxambu. É uma
pena que ultimamente vários candombes pararam de tocar.

CHICO REI

Do famoso "Chico Rei", a história oficial não conta muita coisa. Não existem
documentos a seu respeito. Há romances que são inventados. Mas, a história
de "Chico Rei" é verdadeira na medida em que ela representa coisas
acontecidas com muitos negros escravos. Imaginem, no tempo da escravidão
que, uma vez por ano, um negro que vai saindo à rua com uma coroa bonita na

dignidade! É isso que significa a memória de Chico Rei. Ele representa essa
resistência histórica do povo negro do Brasil, essa consciência de dignidade
humana, essa memória dos reinados da África. Por isso, Chico Rei tornou-se
um personagem tão importante. Olhem, com essas coisas não se brinca.
go é
escolhido na sua comunidade aos poucos. As lideranças, os capitães, vão
observando quem servirá melhor para representar essa dignidade e essa

herdeiros dos templários, misteriosa


é uma falta de respeito, um absurdo que não deveria existir.... Pois, a
identidade brasileira do congado tem tudo a ver com a memória da África e da
escravidão.

MISSA CONGA

A missa Conga é uma manifestação recente. Sempre houve missas nas


festas de N.S. do Rosário, mas não existiram manifestações "afro" com
tambores dentro das igrejas. Pelo menos, disso não temos notícia, nem mesmo
nos sécs. XVI, XVII e XVIII quando o padroado e a igreja do Brasil ainda não
seguiam o direito canônico da igreja tridentina que proibia o uso de qualquer
tambor na liturgia.
Sabemos que as irmandades cantavam suas missas festivas em latim, e
muito solenemente. A missa Conga é do tempo do Concílio Vaticano II (década
de 1960) quando no Congo surgiu uma famosa "Missa Luba" ainda em latim,
mas de caráter fortemente africano. No canto do Credo, tambores de sinais
avisam a morte de Jesus. Esta missa foi cantada dentro da basílica de São
Pedro, em Roma, pelos Trovadores do Rei Balduino, e emocionou o mundo
inteiro. Foi naquele tempo que a Missa Conga surgiu em Belo Horizonte. Não
se trata de uma missa com enfeite de congado e sim de uma celebração da
memória da paixão de Cristo unida à memória da escravidão do povo negro.
Impressiona muito quando, no início da missa, o congado canta diante da porta
fechada da igreja: "Branco ia para a missa, negro é que carregava./ Se
dissesse alguma coisa, de chicote ele apanhava./ Branco reza na igreja, negro
reza na senzala./" E continua: "Senhor padre, abra a porta, que o negro quer
entrar
Vejo com muita contrariedade alguns vigários dizerem que o congado
pode aparecer na Igreja, mas para cantar as músicas do movimento
carismático. Puxa vida... Quando uma vez ao ano, um grupo pobre de congado
de N.Sra.do Rosário pede ao vigário da igreja católica - que fez opção pelos
pobres, - para celebrar a festa do rosário com reinado, tambores e dança, e o

atrasados e cantam umas coisas que eu nã


"Eu não vou coroar um homem que não é rei. Isso é palhaçada!" Outro sugere
que os congadeiros podem pedir uma intenção na missa e ficar na Igreja igual
como
entender essas coisas. Os congadeiros são filhos de Deus, são católicos! A
igreja não é do padre. Os congadeiros estão na sua igreja! Será possível que,
até hoje, o negro para ser um cristão tem de deixar de ser negro. Sempre
aprendi que a igreja é o povo. Como, nessa igreja, não há espaço para a
memória do sofrimento da escravidão e da África? Nas igrejas do Brasil -
católicas, evangélicas, pentecostais - existe uma grande ignorância quanto à
história do negro. A experiência religiosa dos escravos e sua expressão cultural
não podem ser banidas da igreja. A história não se nega e a identidade não se
negocia!
Pelejo para entender o que queriam os bispos da America Latina
reunidos em Santo Domingo (1992), quando colocaram a inculturação como
prioridade pastoral. Segundo o documento final da sua importante conferência
episcopal, "uma meta da evangelização inculturada será sempre a salvação de
um determinado povo ou grupo humano que fortaleça sua identidade e confie
em seu futuro específico, contrapondo-se aos poderes da morte, adotando a
perspectiva de Jesus Cristo encarnado, que salvou a vida de todos partindo da
fraqueza, da pobreza e da cruz redentora."
Existem alguns grupos de congados ligados à umbanda, porque? A
partir da segunda metade do séc.XIX, a igreja católica romanizada interditou e
até derrubou várias igrejas do rosário para impedir a ação das irmandades dos
"homens pretos" ou dos "pardos". Segundo o direito canônico da época, o
vigário da paróquia era presidente nato de todas a irmandades e associações
religiosas. Isso trouxe choques violentos entre o clero e as irmandades, até
então dirigidas por leigos. Diante desta luta pelo poder, o negro atingido passou
a pensar assim: "minha história não posso negar!" E deu-se ao direito de
celebrar a memória da África e da escravidão onde fosse bem recebido. Foi
assim que costumes dos irmãos do rosário se misturaram com costumes dos
cultos afro-brasileiros.
Tanto as irmandades do rosário, como os terreiros do candomblé e da
umbanda foram uma força muito grande para os negros que tiveram suas
famílias destruídas pelo sistema da escravidão. No rosário, havia os irmãos e
também a "Mamãe do Rosário", além da autoridade do rei e da rainha. Nos
terreiros, havia pai-de-santo, mãe-de-santo, filhos-de-santo. Na verdade,
irmandades e terreiros eram substitutos da vida familiar, da união que
precisavam para viver e para se criarem.
POR FIM

Chegamos ao final. Espero que possa ter contribuído para esclarecer


algumas coisas que acontecem nas irmandades. Peço desculpas se alguns
temas ficaram muito resumidos. Um dia, vi na capital mineira um grupo de
moçambique atravessando a avenida. Em meio aos enormes prédios dos
bancos e com os ônibus passando barulhentos, parecia um acontecimento
insignificante. Mas ouvi eles cantando: "Esses pretos se soubessem,/ a força
que o negro tem,/ não atoleravam/ cativeiro de ninguém."

Obrigado!

(www.religiosidadepopular.uaivip.com.br. Acesso em 13/09/2011)

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