Liturgia 1 Aula 2 - 2024.1

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TEO 3815 - Liturgia 1

• TEO 3815 - LITURGIA 1

• Ementa

• Investigação da tríade constitutiva da Constituição litúrgica Sacrosanctum Concilium:


Sacramentos, ano litúrgico e liturgia das horas.

• A teologia litúrgica da Sacrosanctum Concilium como ponto de partida e paradigma


para o estudo bíblico, patrístico, catequético e pastoral desses temas.

• Bibliografia básica

• AUGÉ, M. Liturgia. História, celebração, teologia, espiritualidade. 4. ed.: ; Aparecida:


Ave Maria,, 2013

• CONCÍLIO VATICANO II. Constituição Sacrosanctum Concilum sobre a Sagrada


Liturgia. 11. ed. São Paulo: Paulinas, 2013

• CONCÍLIO VATICANO II. Constituição Dogmática sobre a revelação divina Dei


Verbum. 19. ed. São Paulo:: Paulinas, 2012

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• TEO 3815 - LITURGIA 1

• Bibliografia complementar

• AUGÉ, M. Espiritualidade litúrgica. Aparecida: Ave Maria, 2002

• CELAM. Manual de liturgia IV. A celebração do mistério pascal: Outras expressões


celebrativas do mistério pascal e a liturgia na viva da Igreja. São Paulo: Paulus, 2007

• FARNÉS, P. A mesa da palavra II. Leitura da Bíblia no ano litúrgico. São Paulo:
Paulinas, 2007

• SANTANA, Luiz Fernando R. Liturgia no Espírito. O culto cristão como experiência do


Espírito Santo na fé e na vida. Rio de Janeiro/ São Paulo: PUC-Rio/ Reflexão, 2015

• SANTOS COSTA, V. Liturgia das Horas. Celebrar a luz pascal sob o signo da luz do
dia. São Paulo: Paulinas, 2005

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1.1 Liturgia (definições incompletas ou equivocadas):

■ (1) A parte externa e sensível do culto cristão. (2) A


soma das normas com que autoridade da Igreja
regulamentava a celebração do culto. (definições
estéticas e jurídicas)

■ O Movimento Litúrgico, corrente cultural e


acadêmica que estudou a liturgia a partir do final do
século XIX, buscou outras definições de liturgia, que
não negasse as primeiras, mas contemplava o plano
teológico.
1.2 Liturgia (Movimento Litúrgico):

■ Liturgia(L. Beauduin):
■ A liturgia é o culto da Igreja.

■ Liturgia (O. Casel):


■ A Liturgia é a ação ritual da obra salvífica de Cristo; a
presença, sob o véu dos símbolos, da obra divina da
redenção.

■ Ou ainda: é o movimento da ação salvífica de Deus sobre


o homem de modo que, este, uma vez assumido no Mistério
de Cristo que se tornou presente no rito, possa louvar e
adorar a Deus em espírito e verdade.
1.3 A definição de Liturgia da Mediator Dei:

■ Liturgia é a continuação do exercício sacerdotal de


Cristo, ou até mesmo, o exercício do sacerdócio de
Cristo.
■ Ou ainda: o culto público que nosso redentor, cabeça
da Igreja, presta ao Pai, e que a comunidade dos fiéis
presta ao seu fundador e, por meio dele, ao Pai.

■ Liturgia é o culto público total do corpo místico de


Cristo, cabeça e membros.
1.3 A definição de Liturgia da Mediator Dei:

■ Na Liturgia se realiza o culto pessoal do próprio Cristo, que por


comunicação, se torna culto da Igreja.

■ A Liturgia no Concílio Vaticano II

■ O desígnio salvífico de Deus se realiza gradualmente na revelação de


Deus ao homem. Até concluir-se em Cristo e continuar na Igreja por
meio da Liturgia (cf. SC 5-7)
■ Para o CVII, Liturgia é o exercício do sacerdócio de Jesus Cristo;
nela, por meio de sinais sensíveis, é significada e realizada a
santificação do homem, e é exercido pelo corpo místico de Jesus Cristo,
isto é, pela cabeça e pelos seus membros, o culto público e integral.
(SC 7)
1.4 A Liturgia no Concílio Vaticano II

■ A Liturgia é colocada na mesma linha do mistério


integral da encarnação de Cristo como mistério da
redenção dos homens e da glorificação de Deus;

■ E mais: é apresentada como continuação (exercício)


ou realização última e permanente dele.

■ A Liturgia é o momento supremo, isto é, escatológico,


da encarnação sob a sua modalidade de Mistério
Pascal.
1.5 As contribuições da SC para uma definição de Liturgia

■ Visto que a Liturgia é a continuação/realização do


culto perfeito que Cristo prestou, na sua humanidade
ao Pai,

■ Torna-se, assim, o símbolo da ação com que Deus


opera a transformação do homem em Cristo.

■ O homem será para o Deus o que Cristo era para o


Pai, o filho que o honra e o glorifica com sua própria
existência, feita de obediência e de amor por Ele.
1.5 As contribuições da SC para uma definição de Liturgia

■ No culto que Cristo oferece, há uma identificação entre oferente


e oferta: Jesus é o sacerdote vivendo a oferta de si ao Pai.

■ A Liturgia tem, antes de tudo, a tarefa de exprimir, tornando


presente e exeqüível na Igreja, o mesmo culto que Cristo
prestou ao Pai na sua vida.

■ Os seus ritos simbólicos são, na verdade aquilo que para


Cristo era sua humanidade, no sentido de que o culto prestado
por Cristo ao Pai imediatamente na sua humanidade, agora,
com a mediação do rito é comunicado a toda a humanidade
redimida (Igreja), para que a ele se associe.
1.5 As contribuições da SC para uma definição de Liturgia

■ Esta Páscoa de Cristo, para o qual tendia todo o Antigo


Testamento, é a própria vida dele inteira. Embora tenha tido
lugar na história, não está condicionada historicamente:

■ Celebrada na liturgia, ela é a aplicação e a realização no


tempo, de modo diferente conforme os tempos, da ação salvífica
de Deus.

■ A liturgia é a anámnesis, memória atual e real das realidades


que o próprio Cristo operou, é a anámnesis, memória real e
atual (atuante) da sua Páscoa, isto é, do seu êxodo deste
mundo para o Pai
1.6 A definição de liturgia que emerge do Vaticano II

■ A liturgia “a ação sagrada através da qual, com um rito, na Igreja e


mediante a Igreja, é exercida e continuada a obra sacerdotal de Cristo,
isto é, a santificação dos homens e a glorificação de Deus”.

■ Ação sagrada: ação de culto no sentido contido nas palavras de Cristo:


“realizei a obra que tu, [Pai], me deste para realizar”. Na liturgia se realiza a
obra de nossa salvação (cf. SC. 2)

■ Através do qual: indica a natureza instrumental da liturgia. Não é uma ação


sagrada genérica, mas ação que recebe a sua virtude por ser o meio através
da qual o Próprio Cristo está presente como agente principal. É ação
participada por Cristo, através da qual a Igreja faz o que o próprio Jesus fez.
1.6 A definição de liturgia que emerge do Vaticano II

■ A liturgia “a ação sagrada através da qual, com um rito, na Igreja e


mediante a Igreja, é exercida e continuada a obra sacerdotal de Cristo,
isto é, a santificação dos homens e a glorificação de Deus”.

■ Com um rito: o rito é o sinal sagrado que significa uma realidade e a


realiza. O rito como ‘sinal’ indica a relação com Cristo, porque serve para
significar e realizar a memória e a presença de Cristo. O rito litúrgico traz
na sua materialidade o significado e o poder do Verbo de Deus (…) nos faz
tocar a própria potência divina da humanidade dele.

■ Na Igreja: entendida como corpo vivo e real de Cristo, em que o próprio


Cristo-cabeça esta presente e é co-agente.
1.6 A definição de liturgia que emerge do Vaticano II

■ A liturgia “a ação sagrada através da qual, com um rito, na Igreja e mediante a


Igreja, é exercida e continuada a obra sacerdotal de Cristo, isto é, a
santificação dos homens e a glorificação de Deus”.

■ Mediante a Igreja: Cristo não realiza o seu próprio mistério diretamente e


sozinho, porém mediante a Igreja. A obra sacerdotal de Cristo se torna, por
participação, a obra sacerdotal da Igreja como corpo de Cristo. A liturgia é a
modalidade particular do culto em que, mediante a Igreja, agora acontece no
mundo o que em tempos atrás foi realizado por Cristo em seu mistério.

■ Exercida e continuada: ‘é exercida’, isto é, deve ser posta em exercício,


tornar-se atual. ‘e continuada’, isto é, realiza-se continuamente, seguidamente,
sem interrupção. O que foi feito por Cristo pela natureza humana de todos,
agora, de fato, é exercido, através da liturgia, por todas as pessoas que
compõem o corpo da Igreja.
1.6 A definição de liturgia que emerge do Vaticano II

■ A liturgia “a ação sagrada através da qual, com um rito, na Igreja e mediante a


Igreja, é exercida e continuada a obra sacerdotal de Cristo, isto é, a santificação
dos homens e a glorificação de Deus”.

■ A obra sacerdotal de Cristo: é a obra total da encarnação que Cristo cumpriu de


modo sacerdotal, isto é, como mediador une Deus aos homens e os homens a
Deus: tudo isso mediante seu sacrifício. É a obra que ele cumpriu e realizou no seu
Mistério Pascal.

■ Santificação e glorificação: A obra de Cristo é a obra de glorificação de Deus, pela


santificação dos homens. Cristo prestou culto a Deus no sentido de que em si
mesmo ele conduziu a Deus os homens purificados, santificados e reconciliados.
Esta mesma obra deve realizar-se na liturgia.: o homem é santificado e pode dar
glória ao Pai.

MARSILI, S., Liturgia. In: SARTORE, D.; TRIACA, A. M. Dicionário de Liturgia. São Paulo: Paulus, 1992. pp.
638-651.

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