Liturgia Da Missa

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Liturgia da Missa

Uma Breve Introdução

(FONTE: www.liturgiadamissa.hpg.com.br)

"Liturgia é uma ação sagrada, através da qual, com ritos, na Igreja e pela Igreja, se exerce e
prolonga a obra sacerdotal de Cristo, que tem por objetivos a santificação dos homens e a
glorificação de Deus" (SC 7).

Introdução

 
Liturgia não é somente a “Festa do Rei Jesus...”

Um dos nossos maiores pecados hoje em dia é reduzirmos o assunto liturgia à


celebração da missa e defini-la apenas como um conjunto de rituais e orações
que nos levam ao céu. E tudo isso fruto de uma crescente automação religiosa,
que podemos perceber a cada domingo em nossas assembléias litúrgicas. As
pessoas vão à missa sem saber o porque de estarem ali e nem o que está
acontecendo perante elas. São meros espectadores do preceito dominical
ensinado por seus pais. Talvez seja por isso que nós católicos sejamos tão
criticados.

Destinados àqueles que querem assumir em plenitude o mistério que Cristo


confiou à sua Igreja, e romper com “tradicionalismos”, este manual, de maneira
simples e objetiva, abordará de um modo geral a liturgia em si, dedicando, a
seguir, uma atenção especial ao rito da missa, que é muito mais que “a festa do
Rei Jesus...”

 
Uma breve palavra sobre história da salvação

O gráfico acima é uma representação do plano de salvação de Deus para a


humanidade. Vale aqui recordar que o sentido da palavra “salvar” em Teologia
significa “unir com Deus”. O gráfico mostra como Deus, após a queda original,
age na história da humanidade, até que esta assuma sua plenitude, conforme os
planos originais do Pai (I Jo 3,2).

E como se dá a ação do Pai na história? Ela é essencialmente Cristológica. Cristo


é o nosso intercessor ao longo de toda história (Ef 1), por ele somos salvos. De
fato, Cristo esteve presente no início da história, pois todas as coisas foram
criadas nele (Jo 1,3). Está presente junto ao povo da antiga aliança, através da
promessa, manifestada através dos patriarcas e profetas. Encarna-se na
plenitude dos tempos, salvando-nos definitivamente através de sua paixão,
morte e ressurreição. Ascende aos céus, prometendo permanecer conosco até o
fim dos tempos (Mt 28,20). Presença essa mística, manifesta em sua Igreja e
em seus sacramentos - a liturgia. No final dos tempos Cristo retornará para levar
toda criação à plenitude.

 
Definição

Após considerarmos estes aspectos, podemos apropriar-nos da definição que a


Igreja faz da liturgia:

“Liturgia é uma ação sagrada, através da qual, com ritos, na Igreja e pela Igreja,
se exerce e prolonga a obra sacerdotal de Cristo, que tem por objetivos a
santificação dos homens e a glorificação de Deus” (SC 7).

Em outras palavras, a liturgia é a continuidade do plano de salvação do Pai,


através da presença mística de Cristo nos sacramentos, que são administrados e
perpetuados pela Igreja. Note-se, à Igreja cabe a missão de continuar a obra de
Cristo, que se dá, sobretudo, através da liturgia. Sem liturgia, não há Igreja e
sem Igreja não há liturgia. E sem liturgia não há continuidade no mistério da
salvação da humanidade.

A Liturgia da Missa

Sentido, valor e utilidade

Certa ocasião, numa cidade do interior, o bispo da diocese fora visitar as obras
de construção de uma Igreja. Ele então, viu vários operários carregando tijolos
de um lado para outro e resolveu conversar com alguns deles:

- O que você está fazendo?

E o primeiro responde-lhe:

- Carrego tijolos.

O segundo, feita a mesma pergunta, responde:

- Estou garantindo o leite de meus filhos.

Fazendo a mesma pergunta a um terceiro operário, este responde ao bispo:

- Estou ajudando a construir uma igreja, aonde as pessoas virão agradecer a


Deus por tudo que ele faz em suas vidas.

Três pessoas, a mesma ação. E para cada uma delas a ação tinha um sentido
diferente. É o mesmo que ocorre com a missa. Para alguns, não há sentido, pois
fazem seus atos sem ter consciência deles. Outros têm uma visão muito
individualista do que fazem, e por fim há os que enxergam o todo da realidade
em que participam, fazendo seus atos terem um sentido total. E nós, em qual
grupo nos encaixamos?
Antes de respondermos, analisemos o sentido da missa. A missa é uma
celebração. E celebrar, “é tornar presente uma realidade através de um rito”. Na
celebração, temos sempre presentes o passado, o presente e o futuro, que em
breves momentos unem-se num tempo só, a eternidade. E qual a finalidade de
uma celebração? Nenhuma. A celebração possui valor. Aliás, as coisas mais
importantes do homem como o lazer, o amor, a arte, a oração não tem uma
finalidade produtiva, mas sim valor. E o valor da missa é tornarmos presente a
paixão-morte-ressurreição de Cristo através da celebração, e assim
participarmos mais ainda do mistério de salvação da humanidade.

Vale a pena ainda lembrar que, ao tornarmos presente o sacrifício de Cristo não
quer dizer que estejamos novamente sacrificando o Cristo. Partindo do princípio
que a salvação de Cristo não se prende à nossa visão de presente, passado e
futuro, mas coloca-se no nível da eternidade, podemos afirmar que Cristo ao
morrer na cruz salva todos os homens em todos os tempos, e a cada instante. É
como se em cada missa, você estivesse aos pés da cruz contemplando o mistério
da redenção da humanidade. E é o que acontece em cada missa, em cada
eucaristia celebrada. E aí está o amor de Cristo ao dar-se na Eucaristia, em
forma de alimento.

“Receita” de Missa

Para realizarmos uma missa precisamos de alguns ingredientes, assim como


uma receita de bolo:

a)    A palavra de Deus

b)   Altar (a missa é uma ceia, precisamos de uma mesa);

c)    Assembléia (no mínimo uma pessoa);

d)   Intenção do que se faz, tanto da parte da assembléia quanto do ministro;

e)    Ministro ordenado (padre ou bispo);

f)     Pão, água e vinho.

Estes são os ingredientes indispensáveis a qualquer celebração eucarística.


Sobre cada um deles, explicaremos no decorrer de cada parte da missa.
Uma mudança de palavras

Outrora, a missa não possuía este nome, mas era chamada de ceia do Senhor ou
eucaristia. De fato, a missa é uma ceia onde nos encontramos com os irmãos
para juntos alimentarmo-nos do próprio Deus, que se dá em alimento por sua
Palavra e pelo pão e o vinho. E a missa também é eucaristia. O que vem a ser
isso?

Eucaristia significa ação de graças. No capítulo 24 do livro do Gênesis, vemos um


exemplo de ação de graças. Após a morte de sua esposa Sara, Abraão pede ao
seu servo mais antigo que procure uma esposa para seu filho Isaac. O servo
parte em busca desta mulher, mas como iria reconhecê-la? Pede a Deus um
sinal e o servo a reconhece quando uma bela jovem dá de beber de seu cântaro
ao servo e seus camelos. E qual sua reação após este fato? “O servo inclinou-se
diante do Senhor. Bendito seja, exclamou ele, o Deus de Abraão, meu senhor,
que não faltou à sua bondade e à sua fidelidade. Ele conduziu-me diretamente à
casa dos parentes de meu Senhor” (Gn 24,26-27). Eis aqui uma ação de graças.

Quais os seus elementos? Temos antes de tudo um fato maravilhoso, uma


bênção, um benefício, uma graça alcançada, manifestação da bondade de Deus.
Depois, a admiração. O servo inclina-se diante do Senhor. Esta admiração
manifesta-se pela exclamação e aclamação. Ele não faltou à sua bondade e à
sua fidelidade. Proclama, então, o fato, narra o acontecimento, o benefício, a
Bênção recebida. Todos estes elementos encontram-se no contexto da missa,
como veremos adiante.

E por que então a missa possui este nome? Por enquanto acompanhemos a
missa parte por parte e as respostas serão dadas.

Ritos Iniciais

 
Instrução Geral ao Missal Romano, n.º 24:

“Os ritos iniciais ou as partes que precedem a liturgia da palavra,


isto é, cântico de entrada, saudação, ato penitencial, Senhor,
Glória e oração da coleta, têm o caráter de exórdio, introdução e
preparação. Estes ritos têm por finalidade fazer com que os fiéis,
reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão e se
disponham para ouvir atentamente a Palavra de Deus e celebrar
dignamente a Eucaristia”.

1. Comentário Inicial

Este tem por fim introduzir os fiéis ao mistério celebrado. Sua posição correta
seria após a saudação do padre, pois ao nos encontrarmos com uma pessoa
primeiro a saudamos para depois iniciarmos qualquer atividade com ela.

2. Canto de Entrada
“Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com os ministros, começa o canto
de entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da
assembléia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar
a procissão do sacerdote e dos ministros”(IGMR n.25)

Durante o canto de entrada percebemos alguns elementos que compõem o início


da missa:

a) O canto

Durante a missa, todas as músicas fazem parte de cada momento. Através da


música participamos da missa cantando. A música não é simplesmente
acompanhamento ou trilha musical da celebração: a música é também nossa
forma de louvarmos a Deus. Daí a importância da participação de toda
assembléia durante os cantos.

b) A procissão

O povo de Deus é um povo peregrino, que caminha rumo ao coração do Pai.


Todas as procissões têm esse sentido: caminho a se percorrer e objetivo a que
se quer chegar.

c) O beijo no altar

Durante a missa, o pão e o vinho são consagrados no altar, ou seja, é no altar


que ocorre o mistério eucarístico. O presidente da celebração ao chegar beija o
altar em sinal de carinho e reverência por tão sublime lugar.

Por incrível que possa parecer, o local mais importante de uma igreja é o altar,
pois ao contrário do que muita gente pensa, as hóstias guardadas no sacrário
nunca poderiam estar ali se não houvesse um altar para consagrá-las.
3. Saudação

a) Sinal da Cruz

O presidente da celebração e a assembléia recordam-se por que estão


celebrando a missa. É, sobretudo pela graça de Deus, em resposta ao seu amor.
Nenhum motivo particular deve sobrepor-se à gratuidade. Pelo sinal da cruz nos
lembramos que pela cruz de Cristo nos aproximamos da Santíssima Trindade.

b) Saudação

Retirada na sua maioria dos cumprimentos de Paulo, o presidente da celebração


e a assembléia se saúdam. O encontro eucarístico é movido unicamente pelo
amor de Deus, mas também é encontro com os irmãos.

4. Ato Penitencial

Após saudar a assembléia presente, o sacerdote convida toda assembléia a, em


um momento de silêncio, reconhecer-se pecadora e necessitada da misericórdia
de Deus. Após o reconhecimento da necessidade da misericórdia divina, o povo a
pede em forma de ato de contrição: Confesso a Deus Todo-Poderoso... Em forma
de diálogo por versículos bíblicos: Tende compaixão de nós... Ou em forma de
ladainha: Senhor, que viestes salvar... Após, segue-se a absolvição do
sacerdote. Tal ato pode ser substituído pela aspersão da água, que nos convida
a rememorar-nos o nosso compromisso assumido pelo batismo e através do
simbolismo da água pedirmos para sermos purificados.

Cabe aqui dizer, que o “Senhor, tende piedade” não pertence necessariamente
ao ato penitencial. Este se dá após a absolvição do padre e é um canto que
clama pela piedade de Deus. Daí ser um erro omiti-lo após o ato penitencial
quando este é cantando. O “Senhor, tende piedade” poderá fazer parte do ato
penitencial, mas para isso é necessário a inserção de uma característica de
Deus. Ainda com relação ao texto do “Senhor...”, os vocativos presentes em
cada frase referem-se a Jesus Cristo, aquele que intercede ao Pai por nossos
pecados.

5. Hino de Louvor

Espécie de salmo composto pela Igreja, o glória é uma mistura de louvor e


súplica, em que a assembléia congregada no Espírito Santo, dirige-se ao Pai e ao
Cordeiro. é proclamado nos domingos - exceto os do tempo da quaresma e do
advento - e em celebrações especiais, de caráter mais solene.

6. Oração da Coleta

Encerra o rito de entrada e introduz a assembléia na celebração do dia.


“Após o convite do celebrante, todos se conservam em silêncio por alguns
instantes, tomando consciência de que estão na presença de Deus e formulando
interiormente seus pedidos. Depois o sacerdote diz a oração que se costuma
chamar de ‘coleta’, a qual a assembléia dá o seu assentimento com o ‘Amém’
final” (IGMR 32).

Dentro da oração da coleta podemos perceber os seguintes elementos:


invocação, pedido e finalidade.

Liturgia da Palavra

Não existe celebração na liturgia cristã em que não se proclame a Palavra de


Deus. Isto porque a Igreja antes de tornar presente os mistérios de Cristo ela os
contempla. Pela palavra, Deus convoca e recria o seu povo, através de uma
resposta de conversão da parte de quem a ouve.

“A parte principal da Palavra de Deus é constituída pelas leituras da Sagrada


Escritura e pelos Cânticos que ocorrem entre elas, sendo desenvolvida e
concluída pela homilia, a profissão de fé e a oração universal ou dos fiéis. Pois
nas leituras explanadas pela homilia Deus fala ao seu povo, revela o mistério da
redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual.; e o próprio Cristo, por
sua palavra, se acha presente no meio dos fiéis. Pelos cânticos, o povo se
apropria dessa palavra de Deus e a ele adere pela profissão de fé. Alimentado
por esta palavra, reza na oração universal pelas necessidades de toda a Igreja e
pela salvação do mundo inteiro”(IGMR 33).

1. I , II Leituras e Salmo

Para compreendermos melhor a liturgia da Palavra é necessário distinguir entre


a liturgia dominical e a liturgia dos dias da semana. A primeira é dividida em três
anos, nos quais a Igreja procura ler toda a Bíblia. Nos dias de domingo e festas
o esquema das leituras é o seguinte: Primeira leitura, salmo, segunda leitura,
aclamação ao Evangelho e evangelho. A primeira leitura e o evangelho tratam
geralmente do mesmo assunto, para mostrar Jesus como aquele que leva à
plenitude a antiga aliança; o salmo, é uma meditação da leitura, uma espécie de
comentário cantado - daí ser insubstituível; a segunda leitura é feita de forma
semi-contínua, sempre extraída da carta do apóstolo. Já a liturgia dos dias da
semana não apresenta a segunda leitura, e toda a Bíblia é lida todos os anos.

2. Evangelho

É o ponto alto da liturgia da Palavra. Cristo torna-se presente através de sua


Palavra e da pessoa do sacerdote. Tal momento é revestido de cerimônia, devido
sua importância. Todos ficam de pé e aclamam o Cristo que fala. O diácono ou o
padre dirigem-se à mesa da palavra para proclamá-la. O que proclama a Palavra
do evangelho menciona a presença do Cristo vivo entre nós. Faz o sinal da cruz
na testa, na boca e no coração para que todo o ser fique impregnado da
mensagem do Evangelho: a mente a acolha, a boca a proclame e o coração a
sinta e a viva.

3. Homilia

A homilia faz a transição entre a palavra de Deus e sua resposta. É feita


exclusivamente por um ministro ordenado, pois este recebeu, através da
imposição das mãos o dom especial para pregar o Evangelho. A função da
homilia é confrontar o mistério celebrado com a vida da comunidade. Na homilia,
o sacerdote anima o povo, exorta-o e se for preciso o denuncia, mostrando a
distância entre o ideal proposto e a vida concreta do povo.

4. Profissão de fé

“O símbolo ou profissão de fé, na celebração da missa, tem por objetivo levar o


povo a dar seu assentimento e resposta à palavra de Deus ouvida nas leituras e
homilia, bem como lhe recordar a regra da fé antes de iniciar a celebração da
eucaristia”(IGMR 43).

A profissão de fé consiste na primeira resposta dada à Palavra de Deus. Nela


cremos e aderimos, manifestando também nossa fé naquela que possui a
incumbência de perpetuar esta palavra: a Igreja Católica. Possui duas formas,
sendo a mais extensa proclamada em solenidades especiais, como o Natal,
Anunciação etc.

5. Preces da comunidade

“Na oração dos fiéis ou oração universal, a assembléia dos fiéis, iluminada pela
graça de Deus, à qual de certo modo responde, pede normalmente pelas
necessidades da Igreja universal e da comunidade local, pela salvação do
mundo, pelos que se encontram em qualquer necessidade e por grupos
determinados de pessoas” (IGMR 30).

O povo de Deus ouve a Palavra de Deus, a acolhe e dá a sua resposta. Esta pode
ser em forma de louvor, de súplica, adoração ou intercessão. Pede a Deus a
graça de poder realizar a sua vontade; porém ele não é egoísta: pede por todos
para que também possam realizar esta palavra e assim encontrar o sentido para
suas vidas. Pede pela Igreja, para que esta tenha coragem de continuar
proclamando esta palavra. Pede por aqueles que sofrem e pelas autoridades
locais, para que concretizem o Reino de Deus entre nós. Finalmente faz seus
pedidos pela comunidade local.

Talvez seria de imensa riqueza para a liturgia se as preces fossem feitas de


modo espontâneo, mas para isso seria necessário ordem e instrução por parte
da assembléia. Seria necessário lembrar que a resposta à Palavra de Deus nunca
se dá de modo egoísta.

 
Liturgia Eucarística

Na liturgia eucarística atingimos o ponto alto da celebração. Durante ela a Igreja


irá tornar presente o sacrifício que Cristo fez para nossa salvação. Não se trata
de outro sacrifício, mas sim de trazer à nossa realidade a salvação que Deus nos
deu. Durante esta parte a Igreja eleva ao Pai, por Cristo, sua oferta e Cristo dá-
se como oferta por nós ao Pai, trazendo-nos graças e bênçãos para nossas vidas.

“Cristo na verdade, tomou o pão e o cálice em suas mãos, deu graças, partiu o
pão e deu-os aos seus discípulos dizendo: ‘Tomai, comei, isto é o meu Corpo,
este é o cálice do meu Sangue. Fazei isto em memória de mim’. Por isso, a
Igreja dispôs toda a celebração da liturgia eucarística em partes que
correspondam às palavras e gestos de Cristo: 1) no ofertório leva-se o pão e o
vinho com água, isto é, os elementos que Cristo tomou em suas mãos; 2) na
oração eucarística rendem-se graças a Deus por toda obra salvífica e o pão e
vinho tornam-se o Corpo e o Sangue de Cristo; 3) pela fração do mesmo pão
manifesta-se a unidade dos fiéis, e pela comunhão recebem o Corpo e o Sangue
do Senhor como os discípulos o receberam das mãos do próprio Cristo” (IGMR
48).

É durante a liturgia eucarística que podemos entender a missa como uma ceia,
pois afinal de contas nela podemos enxergar todos os elementos que compõem
uma: temos a mesa - mais propriamente a mesa da Palavra e a mesa do pão.
Temos o pão e o vinho, ou seja o alimento sólido e líquido presentes em
qualquer ceia. Tudo conforme o espírito da ceia pascal judaica, em que Cristo
instituiu a eucaristia.

E de fato, a Eucaristia no início da Igreja era celebrada em uma ceia fraterna.


Porém foram ocorrendo alguns abusos, como Paulo os sinaliza na Primeira Carta
aos Coríntios. Aos poucos foi sendo inserida a celebração da palavra de Deus
antes da ceia fraterna e da consagração. Já no século II a liturgia da Missa
apresentava o esquema que possui hoje em dia.

Após essa lembrança de que a Missa também é uma ceia, podemos nos
questionar sobre o sentido de uma ceia, desde o cafezinho oferecido ao visitante
até o mais requintado jantar diplomático. Uma ceia significa, entre outros: festa,
encontro, união, amor, comunhão, comemoração, homenagem, amizade,
presença, confraternização, diálogo, ou seja, vida. Aplicando esses aspectos a
Missa, entenderemos o seu significado, principalmente quando vemos que é o
próprio Deus que se dá em alimento. Vemos que a Missa também é um convívio
no Senhor.

A liturgia eucarística divide-se em: apresentação das oferendas, oração


eucarística e rito da comunhão.

Apresentação das Oferendas

Apesar de conhecida como ofertório, esta parte da Missa é apenas uma


apresentação dos dons que serão ofertados junto com o Cristo durante a
consagração. Devido ao fato de maioria das Missas essa parte ser cantada não
podemos ver o que acontece durante esse momento. Conhecendo esses
aspectos poderemos dar mais sentido à celebração.
Analisemos inicialmente os elementos do ofertório: o pão o vinho e a água. O
que significam? De fato foram os elementos utilizados por Cristo na última ceia,
mas eles possuem todo um significado especial:
1) o pão e o vinho representam a vida do homem, o que ele é, uma vez que
ninguém vive sem comer nem beber;
2) representam também o que o homem faz, pois ninguém vai na roça colher
pão nem na fonte buscar vinho;
3) em Cristo o pão e o vinho adquirem um novo significado, tornando-se o Corpo
e o Sangue de Cristo. Como podemos ver, o que o homem é, e o que o homem
faz adquirem um novo sentido em Jesus Cristo.

E a água? Durante a apresentação das oferendas, o sacerdote mergulha algumas


gotas de água no vinho. E o porquê disso? Sabemos que no tempo de Jesus os
judeus bebiam vinho diluído em um pouco de água, e certamente Cristo também
devia fazê-lo pois era verdadeiramente homem. Por outro lado, a água quando
misturada ao vinho adquire a cor e o sabor deste. Ora, as gotas de água
representam a humanidade que se transforma quando diluída em Cristo.

Os tempos da preparação das oferendas:

a) Preparação do altar

“Em primeiro lugar prepara-se o altar ou a mesa do Senhor, que é o centro de


toda liturgia eucarística, colocando-se nele o corporal, o purificatório, o cálice e o
missal , a não ser que se prepare na credência”(IGMR 49).

b) Procissão das oferendas

Neste momento, trazem-se os dons em forma de procissão. Lembrando que o


pão e o vinho representam o que é o homem e o que ele faz, esta procissão
deve revestir-se do sentimento de doação, ao invés de ser apenas uma entrega
da água e do vinho ao sacerdote.

c) Apresentação das oferendas a Deus

O sacerdote apresenta a Deus as oferendas através da fórmula: Bendito sejais...


e o povo aclama: Bendito seja Deus para sempre! Este momento passa
despercebido da maioria das pessoas devido ao canto do ofertório. O ideal seria
que todo o povo participasse desse momento, sendo o canto usado apenas
durante a procissão e a coleta fosse feita sem as pessoas saírem de seus locais.
O canto não é proibido, mas deve procurar durar exatamente o tempo da
apresentação das oferendas, para que o sacerdote não fique esperando para dar
prosseguimento à celebração.

d) A coleta do ofertório

Já nas sinagogas hebraicas, após a celebração da Palavra de Deus, as pessoas


costumavam deixar alguma oferta para auxiliar as pessoas pobres. E de fato,
este momento do ofertório só tem sentido se reflete nossa atitude interior de
dispormos os nossos dons em favor do próximo. Aqui, o que importa não é a
quantidade, mas sim o nosso desejo de assim como Cristo, nos darmos pelo
próximo. Representa o nosso desejo de aos poucos, deixarmos de celebrar a
eucaristia para nos tornarmos eucaristia.
e) O lavar as mãos

Após o sacerdote apresentar as oferendas ele lava suas mãos. Antigamente,


quando as pessoas traziam os elementos da celebração de suas casas, este
gesto tinha caráter utilitário, pois após pegar os produtos do campo era
necessário que lavasse as mãos. Hoje em dia este gesto representa a atitude,
por parte do sacerdote, de tornar-se puro para celebrar dignamente a eucaristia.

f) O Orai Irmãos...

Agora o sacerdote convida toda assembléia à unir suas orações à ação de graças
do sacerdote.

g) Oração sobre as Oferendas

Esta oração coleta os motivos da ação de graças e lança no que segue, ou seja,
a oração eucarística. Sempre muito rica, deve ser acompanhada com muita
atenção e confirmada com o nosso amém!

A Oração Eucarística

É na oração eucarística em que atingimos o ponto alto da celebração. Nela,


através de Cristo que se dá por nós, mergulhamos no mistério da Santíssima
Trindade, mistério da nossa salvação:

“A oração eucarística é o centro e ápice de toda celebração, é prece de ação de


graças e santificação. O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao
Senhor na oração e na ação de graças e o associa à prece que dirige a Deus Pai
por Jesus Cristo em nome de toda comunidade. O sentido desta oração é que
toda a assembléia se una com Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e
na oblação do sacrifício” (IGMR 54).

Para melhor compreendermos a oração eucarística é necessário que tenhamos


em mente as palavras: ação de graças, sacrifício e páscoa.

1. A missa é ação de graças

Como já foi referida anteriormente, a missa também pode ser chamada de


eucaristia, ou seja, ação de graças. E a partir da passagem do servo de Abraão
pudemos ter uma noção do que é uma oração eucarística ou de ação de graças.
Pois bem, esta atitude de ação de graças recebe o nome de berakah em
hebraico, que traduzindo-se para o grego originou três outras palavras:
euloguia, que traduz-se por bendizer; eucharistia, que significa gratidão pelo
dom recebido de graça; e exomologuia, que significa reconhecimento ou
confissão.

Diante da riqueza desses significados podemos nos perguntar: quem dá graças a


quem? Ou melhor dizendo, quem dá dons, quem dá bênçãos a quem? Diante
dessa pergunta podemos perceber que Deus dá graças a sim mesmo, uma vez
que sendo uma comunidade perfeita o Pai ama o Filho e se dá por ele e o Filho
também se dá ao Pai, e deste amor surge o Espírito Santo. Por sua vez, Deus dá
graças ao homem, uma vez que não se poupou nem de dar a si mesmo por nós
e em resposta o homem dá graças a Deus, reconhecendo-se criatura e
entregando-se ao amor de Deus. Ora, o homem também dá graças ao homem,
através da doação ao próximo a exemplo de Deus. Também o homem dá graças
a natureza, respeitando-a e tratando-a como criatura do mesmo Criador. O
problema ecológico que atravessamos é, sobretudo, um problema eucarístico. A
natureza também dá graças ao homem, se respeitada e amada. A natureza dá
graças a Deus estando à serviço de seu criador a todo instante.

A partir desta visão da ação de graças começamos a perceber que a Missa não
reduz-se apenas a uma cerimônia realizada nas Igrejas, ao contrário, a
celebração da Eucaristia é a vivência da ação de Deus em nós, sobretudo através
da libertação que Ele nos trouxe em seu Filho Jesus. Cristo é a verdadeira e
definitiva libertação e aliança, levando à plenitude a libertação do povo judeu do
Egito e a aliança realizada aos pés do monte Sinai.

2. A missa é sacrifício

Sacrifício é uma palavra que possui a mesma raiz grega da palavra sacerdócio,
que do latim temos sacer-dos, o dom sagrado. O dom sagrado do homem é a
vida, pois esta vem de Deus. Por natureza o homem é um sacerdote. Perdeu
esta condição por causa do pecado. Sacrifício, então, significa o que é feito
sagrado. O homem torna sua vida sagrada quando reconhece que esta é dom de
Deus. Jesus Cristo faz justamente isso: na condição de homem reconhece-se
como criatura e se entrega totalmente ao Pai, não poupando nem sua própria
vida. Jesus nesse momento está representando toda a humanidade. Através de
sua morte na cruz dá a chance aos homens e às mulheres de novamente
orientarem suas vidas ao Pai assumindo assim sua condição de sacerdotes e
sacerdotisas.

Com isso queremos tirar aquela visão negativa de que sacrifício é algo que
representa a morte e a dor. Estas coisas são necessárias dentro do mistério da
salvação pois só assim o homem pode reconhecer sua fraqueza e sua condição
de criatura.

3. A Missa também é Páscoa

A Páscoa foi a passagem da escravidão do Egito para a liberdade, bem como a


aliança selada no monte Sinai entre Deus e o povo hebreu. E diante desses fatos
o povo hebreu sempre celebrou essa passagem, através da Páscoa anual, das
celebrações da Palavra aos sábados, na sinagoga e diariamente, antes de
levantar-se e deitar-se, reconhecendo a experiência de Deus em suas vidas e
louvando a Deus pelas experiências pascais vividas ao longo do dia. O povo
judeu vivia em atitude de ação de graças, vivendo a todo instante a Páscoa em
suas vidas.

E é dentro da celebração da Páscoa anual dos judeus que Jesus Cristo institui o
sacramento da Eucaristia, dando o seu corpo como sinal de libertação definitiva
e dando seu sangue para selar a nova e eterna aliança. Em Cristo dá-se a
verdadeira páscoa, o encontro definitivo do homem com Deus.

Fazei isto em memória de mim

Cristo ao instituir a Páscoa-rito para os cristãos deixa uma ordem ao final dela:
“Fazei isto em memória de mim”. Mas o que pode significar esta ordem? Pode
significar o fato de que, todas as vezes que quisermos celebrar a Páscoa
devemos dar graças, consagrar o pão e reparti-lo com os irmãos. Mas será que
apenas foi isto que Cristo mencionou na última ceia? Durante as palavras da
consagração é muito forte a idéia de doação: “Tomou o pão e o deu a seus
discípulos”, “Isto é o meu corpo, isto é o meu sangue dados por vós”. A meu
ver, Cristo nos chama a ser pão e vinho dado aos irmãos. Cristo nos chama a
darmos o nosso corpo e o nosso sangue para, desse modo, fazermos memória a
ele.

O esquema da oração eucarística segue aquele esquema referente a berakah dos


judeus. Em resumo temos o seguinte:

1)   O fato maravilhoso - Expresso no prefácio, relembra os benefícios, as


bênçãos de Deus em nossas vidas.
2)   Admiração - Sentimento que atravessa toda oração.
3)   Exclamações e aclamações da assembléia ao longo da oração eucarística.
4)   Proclamação ou a memória dos benefícios, através da consagração das
espécies.
5)   Pedidos e intercessões
6)   Louvor final - Por Cristo, com Cristo, em Cristo...

Após essas breves considerações vejamos agora como se esquematiza a oração


eucarística:

a) Definição

“Trata-se de uma ação de graças ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo. A Igreja
rende graças a Deus Pai pelas maravilhas operadas por Cristo, no Espírito Santo.
Ela louva, bendiz e agradece ao Pai. Comemora o Filho. Invoca o Espírito Santo”.

b) Prefácio

Após o diálogo introdutório, o prefácio possui a função de introduzir a assembléia


na grande ação de graças que se dá a partir deste ponto. Existem inúmeros
prefácios, abordando sobre os mais diversos temas: a vida dos santos, Nossa
Senhora, Páscoa etc.

c) O Santo

É a primeira grande aclamação da assembléia a Deus Pai em Jesus Cristo. O


correto é que seja sempre cantado.

d) A invocação do Espírito Santo

Através dele Cristo realizou sua ação quando presente na história e a realiza nos
tempos atuais. A Igreja nasce do espírito Santo, que transforma o pão e o vinho.
A Igreja tem sua força na Eucaristia.

e) A consagração

Deve ser toda acompanhada por nós. É reprovável o hábito de permanecer-se de


cabeça baixa durante esse momento. Reprovável ainda é qualquer tipo de
manifestação quando o sacerdote ergue a hóstia, pois este é um momento
sublime e de profunda adoração. Nesse momento o mistério do amor do Pai é
renovado em nós. Cristo dá-se por nós ao Pai trazendo graças para nossos
corações. Daí ser esse um momento de profundo silêncio.

f) Preces e intercessões
Reconhecendo a ação de Cristo pelo Espírito Santo em nós, a Igreja pede a
graça de abrir-se a ela, tornando-se uma só unidade. Pede para que o papa e
seus auxiliares sejam capazes de levar o Espírito Santo a todos. Pede pelos fiéis
que já se foram e pede a graça de, a exemplo de Nossa Senhora e dos santos,
os fiéis possam chegar ao Reino para todos preparados pelo Pai.

g) Doxologia Final

É uma espécie de resumo de toda a oração eucarística, em que o sacerdote


tendo o Corpo e Sangue de Cristo em suas mãos louva ao Pai e toda assembléia
responde com um grande “amém”, que confirma tudo aquilo que ela viveu.

Rito da Comunhão

A oração eucarística representa a dimensão vertical da Missa, em que nos


unimos plenamente a Deus em Cristo. Após alcançarmos a comunhão com Deus
Pai, o desencadeamento natural dos fatos é o encontro com os irmãos, uma vez
que Cristo é único e é tudo em todos. Este é o momento horizontal da Missa.
Tem também esse momento o intuito de preparar-nos ao banquete eucarístico.

a) O Pai-Nosso

É o desfecho natural da oração eucarística. Uma vez que unidos a Cristo e por
ele reconciliados com Deus, nada mais oportuno do que dizer: Pai nosso... Esta
oração deve ser rezada em grande exaltação, se possível cantada. Após o Pai
Nosso segue o seu embolismo, ou seja, a continuação do último pensamento da
oração. Segue aqui uma observação: o único local em que não dizemos “amém”
ao final do Pai Nosso é na Missa, dada a continuidade da oração expressa no
embolismo.

b) Oração pela paz

Uma vez reconciliados em Cristo, pedimos que a paz se estenda a todas as


pessoas, presentes ou não, para que possam viver em plenitude o mistério de
Cristo. Pede-se também a Paz para a Igreja, para que, desse modo, possa
continuar sua missão.

c) O cumprimento da Paz

É um gesto simbólico, representando nosso bem-querer ao próximo. Por ser um


gesto simbólico não há a necessidade em sair do local para cumprimentar a
todos na Igreja. Se todos tivessem em mente o simbolismo expresso nesse
momento não seria necessária a dispersão que o caracteriza na maioria dos
casos. Também não é conveniente que se cante durante esse momento, uma
vez que deveria durar pouco tempo. A música pode ficar para Missas celebradas
em pequenos grupos.

d) O Cordeiro de Deus

O sacerdote e a assembléia se preparam em silêncio para a comunhão. Neste


momento o padre mergulha um pedaço do pão no vinho, representando a união
de Cristo presente por inteiro nas duas espécies. A seguir todos reconhecem sua
pequenez diante de Cristo e como o Centurião exclamam: Senhor, eu não sou
digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo.
Cristo não nos dá apenas sua palavra, mas dá-se por amor a cada um de nós.

e) A comunhão

Durante esse momento a assembléia dirige-se à mesa eucarística. O canto deve


procurar ser um canto de louvor moderado, salientando a doação de Cristo por
nós. A comunhão pode ser recebida nas mãos ou na boca, tendo o cuidado de,
no primeiro caso, a mão que recebe a hóstia não ser a mesma que a leva a
boca. Aqueles que por um motivo ou outro não comungam é importante que
façam desse momento também um momento de encontro com o Cristo. Após a
comunhão segue-se a ação de graças, que pode ser feita em forma de um canto
de meditação ou pelo silêncio, que dentro da liturgia possui sua linguagem. O
que não pode é esse momento ser esquecido ou utilizado para conversar com
que está ao nosso lado.

f) Oração após a comunhão

Infelizmente criou-se o mau costume em nossas assembléias de se fazer essa


oração após os avisos, como uma espécie de convite apressado para se ir
embora. Esta oração liga-se ainda a liturgia eucarística, e é o seu fechamento,
pedindo a Deus as graças necessárias para se viver no dia-a-dia tudo que se
manifestou perante a assembléia durante a celebração.

Ritos Finais

“O rito de encerramento da Missa consta fundamentalmente de três elementos:


a saudação do sacerdote, a bênção, que em certos dias e ocasiões é enriquecida
e expressa pela oração sobre o povo, ou por outra forma mais solene, e a
própria despedida, em que se despede a assembléia, afim de que todos voltem
ás suas atividades louvando e bendizendo o Senhor com suas boas obras” (IGMR
57).

Para muitos, este momento é um alívio, está cumprido o preceito dominical. Mas
para outros, esta parte é o envio, é o início da transformação do compromisso
assumido na Missa em gestos e atitudes concretas. Ouvimos a Palavra de Deus e
a aceitamos em nossas vidas. Revivemos a Páscoa de Cristo, assumindo também
nós esta passagem da morte para a vida e unimo-nos ao sacrifício de Cristo ao
reconhecer nossa vida como dom de Deus e orientando-a em sua direção.

Sem demais delongas, este momento é o oportuno para dar-se avisos à


comunidade, bem como para as últimas orientações do presidente da
celebração. Após, segue-se a bênção do sacerdote e a despedida. Para alguns
liturgistas, esse momento é um momento de envio, pois o sacerdote abençoa os
fiéis para que estes saiam pelo mundo louvando a Deus com palavras e gestos,
contribuindo assim para sua transformação. Vejamos o porquê disso.

Passando a despedida para o latim ela soa da seguinte forma: “Ite, Missa est”.
Traduzindo-se para o português, soa algo como “Ide, tendes uma bênção e uma
missão a cumprir”, pois em latim, missa significa missão ou demissão, como
também pode significar bênção. Nesse sentido, eucaristia significa bênção, o que
não deixa de ser uma realidade, já que através da doação de seu Filho, Deus
abençoa toda a humanidade. De posse desta boa-graça dada pelo Pai, os
cristãos são re-enviados ao mundo para que se tornem eucaristia, fonte de
bênçãos para o próximo. Desse modo a Missa reassume todo seu significado.

Bibliografia

 
 Beckhäuser, Alberto. A Liturgia da Missa. Teologia e Espiritualidade da Eucaristia.
Petropólis, Ed. Vozes, 1993.
 Bíblia de Jerusalém. Paulus, 1996.
 Cechinato, Luiz. A Missa Parte por Parte. Petrópolis, Ed. Vozes, 1979.
 Duarte, Luiz Miguel. Liturgia: conheça mais para celebrar melhor. São Paulo, Paulus,
1996.
 Instrução Geral ao Missal Romano(IGMR).
 Góis, João de Deus. Breve Curso de Liturgia. São Paulo, Ed. Loyola, 1987.
 Junior, Joviano de Lima. A Eucaristia que Celebramos: explicação popular da Missa. São
Paulo, Ed. Paulinas, 1982.
 Schnitzler, Theodor. Missa, mensagem de vida: entenda a missa para participar
melhor. São Paulo, Ed. Paulinas, 1978.

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