Liturgia Da Missa
Liturgia Da Missa
Liturgia Da Missa
(FONTE: www.liturgiadamissa.hpg.com.br)
"Liturgia é uma ação sagrada, através da qual, com ritos, na Igreja e pela Igreja, se exerce e
prolonga a obra sacerdotal de Cristo, que tem por objetivos a santificação dos homens e a
glorificação de Deus" (SC 7).
Introdução
Liturgia não é somente a “Festa do Rei Jesus...”
Uma breve palavra sobre história da salvação
Definição
“Liturgia é uma ação sagrada, através da qual, com ritos, na Igreja e pela Igreja,
se exerce e prolonga a obra sacerdotal de Cristo, que tem por objetivos a
santificação dos homens e a glorificação de Deus” (SC 7).
A Liturgia da Missa
Certa ocasião, numa cidade do interior, o bispo da diocese fora visitar as obras
de construção de uma Igreja. Ele então, viu vários operários carregando tijolos
de um lado para outro e resolveu conversar com alguns deles:
E o primeiro responde-lhe:
- Carrego tijolos.
Três pessoas, a mesma ação. E para cada uma delas a ação tinha um sentido
diferente. É o mesmo que ocorre com a missa. Para alguns, não há sentido, pois
fazem seus atos sem ter consciência deles. Outros têm uma visão muito
individualista do que fazem, e por fim há os que enxergam o todo da realidade
em que participam, fazendo seus atos terem um sentido total. E nós, em qual
grupo nos encaixamos?
Antes de respondermos, analisemos o sentido da missa. A missa é uma
celebração. E celebrar, “é tornar presente uma realidade através de um rito”. Na
celebração, temos sempre presentes o passado, o presente e o futuro, que em
breves momentos unem-se num tempo só, a eternidade. E qual a finalidade de
uma celebração? Nenhuma. A celebração possui valor. Aliás, as coisas mais
importantes do homem como o lazer, o amor, a arte, a oração não tem uma
finalidade produtiva, mas sim valor. E o valor da missa é tornarmos presente a
paixão-morte-ressurreição de Cristo através da celebração, e assim
participarmos mais ainda do mistério de salvação da humanidade.
Vale a pena ainda lembrar que, ao tornarmos presente o sacrifício de Cristo não
quer dizer que estejamos novamente sacrificando o Cristo. Partindo do princípio
que a salvação de Cristo não se prende à nossa visão de presente, passado e
futuro, mas coloca-se no nível da eternidade, podemos afirmar que Cristo ao
morrer na cruz salva todos os homens em todos os tempos, e a cada instante. É
como se em cada missa, você estivesse aos pés da cruz contemplando o mistério
da redenção da humanidade. E é o que acontece em cada missa, em cada
eucaristia celebrada. E aí está o amor de Cristo ao dar-se na Eucaristia, em
forma de alimento.
“Receita” de Missa
Outrora, a missa não possuía este nome, mas era chamada de ceia do Senhor ou
eucaristia. De fato, a missa é uma ceia onde nos encontramos com os irmãos
para juntos alimentarmo-nos do próprio Deus, que se dá em alimento por sua
Palavra e pelo pão e o vinho. E a missa também é eucaristia. O que vem a ser
isso?
E por que então a missa possui este nome? Por enquanto acompanhemos a
missa parte por parte e as respostas serão dadas.
Ritos Iniciais
Instrução Geral ao Missal Romano, n.º 24:
1. Comentário Inicial
Este tem por fim introduzir os fiéis ao mistério celebrado. Sua posição correta
seria após a saudação do padre, pois ao nos encontrarmos com uma pessoa
primeiro a saudamos para depois iniciarmos qualquer atividade com ela.
2. Canto de Entrada
“Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com os ministros, começa o canto
de entrada. A finalidade desse canto é abrir a celebração, promover a união da
assembléia, introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar
a procissão do sacerdote e dos ministros”(IGMR n.25)
a) O canto
b) A procissão
c) O beijo no altar
Por incrível que possa parecer, o local mais importante de uma igreja é o altar,
pois ao contrário do que muita gente pensa, as hóstias guardadas no sacrário
nunca poderiam estar ali se não houvesse um altar para consagrá-las.
3. Saudação
a) Sinal da Cruz
b) Saudação
4. Ato Penitencial
Cabe aqui dizer, que o “Senhor, tende piedade” não pertence necessariamente
ao ato penitencial. Este se dá após a absolvição do padre e é um canto que
clama pela piedade de Deus. Daí ser um erro omiti-lo após o ato penitencial
quando este é cantando. O “Senhor, tende piedade” poderá fazer parte do ato
penitencial, mas para isso é necessário a inserção de uma característica de
Deus. Ainda com relação ao texto do “Senhor...”, os vocativos presentes em
cada frase referem-se a Jesus Cristo, aquele que intercede ao Pai por nossos
pecados.
5. Hino de Louvor
6. Oração da Coleta
Liturgia da Palavra
1. I , II Leituras e Salmo
2. Evangelho
3. Homilia
4. Profissão de fé
5. Preces da comunidade
“Na oração dos fiéis ou oração universal, a assembléia dos fiéis, iluminada pela
graça de Deus, à qual de certo modo responde, pede normalmente pelas
necessidades da Igreja universal e da comunidade local, pela salvação do
mundo, pelos que se encontram em qualquer necessidade e por grupos
determinados de pessoas” (IGMR 30).
O povo de Deus ouve a Palavra de Deus, a acolhe e dá a sua resposta. Esta pode
ser em forma de louvor, de súplica, adoração ou intercessão. Pede a Deus a
graça de poder realizar a sua vontade; porém ele não é egoísta: pede por todos
para que também possam realizar esta palavra e assim encontrar o sentido para
suas vidas. Pede pela Igreja, para que esta tenha coragem de continuar
proclamando esta palavra. Pede por aqueles que sofrem e pelas autoridades
locais, para que concretizem o Reino de Deus entre nós. Finalmente faz seus
pedidos pela comunidade local.
Liturgia Eucarística
“Cristo na verdade, tomou o pão e o cálice em suas mãos, deu graças, partiu o
pão e deu-os aos seus discípulos dizendo: ‘Tomai, comei, isto é o meu Corpo,
este é o cálice do meu Sangue. Fazei isto em memória de mim’. Por isso, a
Igreja dispôs toda a celebração da liturgia eucarística em partes que
correspondam às palavras e gestos de Cristo: 1) no ofertório leva-se o pão e o
vinho com água, isto é, os elementos que Cristo tomou em suas mãos; 2) na
oração eucarística rendem-se graças a Deus por toda obra salvífica e o pão e
vinho tornam-se o Corpo e o Sangue de Cristo; 3) pela fração do mesmo pão
manifesta-se a unidade dos fiéis, e pela comunhão recebem o Corpo e o Sangue
do Senhor como os discípulos o receberam das mãos do próprio Cristo” (IGMR
48).
É durante a liturgia eucarística que podemos entender a missa como uma ceia,
pois afinal de contas nela podemos enxergar todos os elementos que compõem
uma: temos a mesa - mais propriamente a mesa da Palavra e a mesa do pão.
Temos o pão e o vinho, ou seja o alimento sólido e líquido presentes em
qualquer ceia. Tudo conforme o espírito da ceia pascal judaica, em que Cristo
instituiu a eucaristia.
Após essa lembrança de que a Missa também é uma ceia, podemos nos
questionar sobre o sentido de uma ceia, desde o cafezinho oferecido ao visitante
até o mais requintado jantar diplomático. Uma ceia significa, entre outros: festa,
encontro, união, amor, comunhão, comemoração, homenagem, amizade,
presença, confraternização, diálogo, ou seja, vida. Aplicando esses aspectos a
Missa, entenderemos o seu significado, principalmente quando vemos que é o
próprio Deus que se dá em alimento. Vemos que a Missa também é um convívio
no Senhor.
a) Preparação do altar
d) A coleta do ofertório
f) O Orai Irmãos...
Agora o sacerdote convida toda assembléia à unir suas orações à ação de graças
do sacerdote.
Esta oração coleta os motivos da ação de graças e lança no que segue, ou seja,
a oração eucarística. Sempre muito rica, deve ser acompanhada com muita
atenção e confirmada com o nosso amém!
A Oração Eucarística
A partir desta visão da ação de graças começamos a perceber que a Missa não
reduz-se apenas a uma cerimônia realizada nas Igrejas, ao contrário, a
celebração da Eucaristia é a vivência da ação de Deus em nós, sobretudo através
da libertação que Ele nos trouxe em seu Filho Jesus. Cristo é a verdadeira e
definitiva libertação e aliança, levando à plenitude a libertação do povo judeu do
Egito e a aliança realizada aos pés do monte Sinai.
2. A missa é sacrifício
Sacrifício é uma palavra que possui a mesma raiz grega da palavra sacerdócio,
que do latim temos sacer-dos, o dom sagrado. O dom sagrado do homem é a
vida, pois esta vem de Deus. Por natureza o homem é um sacerdote. Perdeu
esta condição por causa do pecado. Sacrifício, então, significa o que é feito
sagrado. O homem torna sua vida sagrada quando reconhece que esta é dom de
Deus. Jesus Cristo faz justamente isso: na condição de homem reconhece-se
como criatura e se entrega totalmente ao Pai, não poupando nem sua própria
vida. Jesus nesse momento está representando toda a humanidade. Através de
sua morte na cruz dá a chance aos homens e às mulheres de novamente
orientarem suas vidas ao Pai assumindo assim sua condição de sacerdotes e
sacerdotisas.
Com isso queremos tirar aquela visão negativa de que sacrifício é algo que
representa a morte e a dor. Estas coisas são necessárias dentro do mistério da
salvação pois só assim o homem pode reconhecer sua fraqueza e sua condição
de criatura.
E é dentro da celebração da Páscoa anual dos judeus que Jesus Cristo institui o
sacramento da Eucaristia, dando o seu corpo como sinal de libertação definitiva
e dando seu sangue para selar a nova e eterna aliança. Em Cristo dá-se a
verdadeira páscoa, o encontro definitivo do homem com Deus.
Cristo ao instituir a Páscoa-rito para os cristãos deixa uma ordem ao final dela:
“Fazei isto em memória de mim”. Mas o que pode significar esta ordem? Pode
significar o fato de que, todas as vezes que quisermos celebrar a Páscoa
devemos dar graças, consagrar o pão e reparti-lo com os irmãos. Mas será que
apenas foi isto que Cristo mencionou na última ceia? Durante as palavras da
consagração é muito forte a idéia de doação: “Tomou o pão e o deu a seus
discípulos”, “Isto é o meu corpo, isto é o meu sangue dados por vós”. A meu
ver, Cristo nos chama a ser pão e vinho dado aos irmãos. Cristo nos chama a
darmos o nosso corpo e o nosso sangue para, desse modo, fazermos memória a
ele.
a) Definição
“Trata-se de uma ação de graças ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo. A Igreja
rende graças a Deus Pai pelas maravilhas operadas por Cristo, no Espírito Santo.
Ela louva, bendiz e agradece ao Pai. Comemora o Filho. Invoca o Espírito Santo”.
b) Prefácio
c) O Santo
Através dele Cristo realizou sua ação quando presente na história e a realiza nos
tempos atuais. A Igreja nasce do espírito Santo, que transforma o pão e o vinho.
A Igreja tem sua força na Eucaristia.
e) A consagração
f) Preces e intercessões
Reconhecendo a ação de Cristo pelo Espírito Santo em nós, a Igreja pede a
graça de abrir-se a ela, tornando-se uma só unidade. Pede para que o papa e
seus auxiliares sejam capazes de levar o Espírito Santo a todos. Pede pelos fiéis
que já se foram e pede a graça de, a exemplo de Nossa Senhora e dos santos,
os fiéis possam chegar ao Reino para todos preparados pelo Pai.
g) Doxologia Final
Rito da Comunhão
a) O Pai-Nosso
É o desfecho natural da oração eucarística. Uma vez que unidos a Cristo e por
ele reconciliados com Deus, nada mais oportuno do que dizer: Pai nosso... Esta
oração deve ser rezada em grande exaltação, se possível cantada. Após o Pai
Nosso segue o seu embolismo, ou seja, a continuação do último pensamento da
oração. Segue aqui uma observação: o único local em que não dizemos “amém”
ao final do Pai Nosso é na Missa, dada a continuidade da oração expressa no
embolismo.
c) O cumprimento da Paz
d) O Cordeiro de Deus
e) A comunhão
Ritos Finais
Para muitos, este momento é um alívio, está cumprido o preceito dominical. Mas
para outros, esta parte é o envio, é o início da transformação do compromisso
assumido na Missa em gestos e atitudes concretas. Ouvimos a Palavra de Deus e
a aceitamos em nossas vidas. Revivemos a Páscoa de Cristo, assumindo também
nós esta passagem da morte para a vida e unimo-nos ao sacrifício de Cristo ao
reconhecer nossa vida como dom de Deus e orientando-a em sua direção.
Passando a despedida para o latim ela soa da seguinte forma: “Ite, Missa est”.
Traduzindo-se para o português, soa algo como “Ide, tendes uma bênção e uma
missão a cumprir”, pois em latim, missa significa missão ou demissão, como
também pode significar bênção. Nesse sentido, eucaristia significa bênção, o que
não deixa de ser uma realidade, já que através da doação de seu Filho, Deus
abençoa toda a humanidade. De posse desta boa-graça dada pelo Pai, os
cristãos são re-enviados ao mundo para que se tornem eucaristia, fonte de
bênçãos para o próximo. Desse modo a Missa reassume todo seu significado.
Bibliografia
Beckhäuser, Alberto. A Liturgia da Missa. Teologia e Espiritualidade da Eucaristia.
Petropólis, Ed. Vozes, 1993.
Bíblia de Jerusalém. Paulus, 1996.
Cechinato, Luiz. A Missa Parte por Parte. Petrópolis, Ed. Vozes, 1979.
Duarte, Luiz Miguel. Liturgia: conheça mais para celebrar melhor. São Paulo, Paulus,
1996.
Instrução Geral ao Missal Romano(IGMR).
Góis, João de Deus. Breve Curso de Liturgia. São Paulo, Ed. Loyola, 1987.
Junior, Joviano de Lima. A Eucaristia que Celebramos: explicação popular da Missa. São
Paulo, Ed. Paulinas, 1982.
Schnitzler, Theodor. Missa, mensagem de vida: entenda a missa para participar
melhor. São Paulo, Ed. Paulinas, 1978.