Resenha Sociologia

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 4

1º Bimestre – 2024.

1
Resenha
BACHARELADO EM DIREITO
Semestre:1º Noturno Data: 11/03/2024
Disciplina: Sociologia Geral e Jurídica Valor:
Docente: Lucas Ribeiro Campos Nota:
Aluno (a): Abelardo Silva, Filipe Freitas e Matheus Oliveira

RESENHA: Raça e Racismo

Nesse capitulo que discorre acerca de raça e racismo é feita uma análise
crítica sobre a evolução do conceito de raça ao longo da história, desde suas
origens até suas manifestações contemporâneas, com destaque para a questão do
racismo. O autor explora a emergência e desenvolvimento da ideia de raça,
inicialmente utilizada para categorizar plantas e animais e depois para classificar
seres humanos, especialmente durante a era mercantilista e a colonização do Novo
Mundo.
É essencial compreender que uma das críticas centrais apontadas está
relacionada à construção do conceito de raça como uma ferramenta política e
econômica, usada para justificar a dominação e exploração de grupos étnicos
específicos. Além disso, o autor destaca como a noção de raça foi instrumentalizada
para legitimar práticas colonialistas e escravistas nos séculos XVIII e XIX.
Outro ponto crucial destacado no texto, é uma possível discussão de como o
racismo não se limita apenas a atitudes individuais, mas também se manifesta em
níveis institucionais e estruturais. Sendo assim, é notória que essa distinção entre
racismo individualista, institucional e estrutural é importante para entender como o
racismo permeia diversas esferas da sociedade e como é necessário enfrentá-lo em
todos esses níveis.
Outro ponto destacado é a necessidade de compreender o racismo não
apenas como um problema moral, mas também como um fenômeno histórico e
político, enraizado em estruturas sociais e econômicas. A crítica ao moralismo
superficial e à abordagem legalista do racismo ressalta a importância de uma análise
mais profunda e contextualizada das raízes e manifestações desse fenômeno.
Com isso, o texto oferece uma análise crítica abrangente sobre a história e o
significado do conceito de raça, bem como sobre as diferentes formas de racismo e
suas implicações na sociedade contemporânea. Ao destacar a complexidade e a
profundidade desse fenômeno, o autor convida o leitor a refletir sobre as estruturas
de poder e as relações sociais que perpetuam a discriminação racial.
Outro ponto relevante a ser ressaltado, é a concepção institucional do
racismo, que representa um avanço significativo no entendimento das relações
raciais, indo além da análise individualista para considerar as estruturas sociais que
perpetuam a desigualdade racial. Nessa perspectiva, as instituições não são apenas
formas neutras de organização social, mas sim instrumentos que moldam e mantêm
dinâmicas de poder baseadas na raça.
As instituições são entendidas como meios de orientação e coordenação dos
comportamentos sociais, fornecendo estabilidade aos sistemas sociais ao absorver
e controlar os conflitos e antagonismos inerentes à vida social. Essa estabilidade,
porém, muitas vezes é mantida à custa da perpetuação das desigualdades raciais, já
que as instituições refletem as relações de poder existentes na sociedade.
O racismo institucional se manifesta quando as instituições são
hegemonizadas por determinados grupos raciais, que utilizam mecanismos
institucionais para impor seus interesses políticos e econômicos, perpetuando assim
a desigualdade racial. O poder é central nesse processo, pois os grupos dominantes
não apenas exercem controle sobre as instituições, mas também as moldam de
acordo com seus interesses.
Essa perspectiva destaca que o racismo não se limita a comportamentos
individuais, mas está enraizado nas próprias estruturas das instituições, tornando-se
parte integrante da sociedade. Portanto, as políticas de combate ao racismo devem
necessariamente abordar as instituições, buscando reformá-las para eliminar os
mecanismos discriminatórios e garantir a igualdade racial.
A obra "Black Power: Politics of Liberation in America", de Charles V. Hamilton
e Kwame Ture, foi pioneira ao introduzir o conceito de racismo institucional,
destacando como as instituições são fundamentais para a manutenção da
supremacia branca. Os autores mostram como o racismo institucional é menos
evidente, mas não menos destrutivo do que o racismo individual, pois se baseia na
operação de forças estabelecidas na sociedade.
Em suma, a concepção institucional do racismo representa uma abordagem
mais abrangente e complexa, reconhecendo que as instituições desempenham um
papel fundamental na perpetuação das desigualdades raciais e que qualquer esforço
real para combater o racismo deve necessariamente confrontar e reformar essas
estruturas.
É importante destacar a abordagem adotada pelo autor em relação ao
racismo como um fenômeno estrutural. Ao considerar o racismo como parte
intrínseca da ordem social, ele lança luz sobre a necessidade de entender não
apenas as manifestações individuais ou institucionais do racismo, mas também suas
raízes profundas nas estruturas políticas, econômicas, jurídicas e ideológicas de
uma sociedade.
Outro ponto relevante é a análise estrutural proposta pelo autor, que o
racismo não é simplesmente um conjunto de atitudes discriminatórias isoladas, mas
sim um sistema interligado de poder, privilégio e opressão que permeia todas as
esferas da vida social. Ao reconhecer essa interconexão, torna-se evidente que o
combate efetivo ao racismo requer uma abordagem multifacetada que aborde não
apenas as manifestações superficiais, mas também as raízes estruturais do
problema.
Um aspecto crucial levantado pelo autor é a importância da
representatividade nas instituições de poder e decisão. Embora a presença de
pessoas racializadas nessas posições seja fundamental para a promoção da
igualdade racial, não é suficiente por si só. É necessário que essas instituições
adotem políticas internas que promovam ativamente a igualdade e a diversidade,
além de criar espaços para o debate e a revisão de práticas discriminatórias.
Além disso, o autor ressalta a necessidade de uma análise cuidadosa das
diferentes formas de racismo que operam em uma determinada sociedade, levando
em consideração suas especificidades históricas, políticas e culturais. Isso implica
reconhecer que o racismo não é um fenômeno homogêneo, mas sim diversificado e
mutável, manifestando-se de maneiras distintas em contextos diferentes.
Por fim, ao abordar o racismo como um processo político e histórico, o autor
destaca a importância de compreender como as relações de poder e as estruturas
sociais influenciam e perpetuam a discriminação racial. Isso envolve não apenas
examinar as políticas e práticas institucionais, mas também investigar as ideologias
e narrativas que sustentam e legitimam o racismo em uma sociedade.
No geral, a análise oferecida pelo autor fornece uma base sólida para o
entendimento do racismo como um fenômeno complexo e multifacetado, enraizado
nas estruturas fundamentais da sociedade. Ao reconhecer a interconexão entre as
diferentes dimensões do racismo, ele destaca a necessidade de uma abordagem
abrangente e holística para combatê-lo efetivamente e promover a igualdade racial.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. Raça e Racismo. São Paulo: Sueli Carneiro;
Polén, 2019, p. 17-37. Disponível em:
https://blogs.uninassau.edu.br/sites/blogs.uninassau.edu.br/files/anexo/
racismo_estrutural_feminismos_-_silvio_luiz_de_almeida.pdf. Acesso em: 15 de abr.
2024.

Você também pode gostar