Mecanismo de Agressão e Defesa 8 - Profa Roseli Monteiro

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Mecanismo de agressão e

defesa
DOCENTE:
ESP. ROSELI DO SOCORRO DIAS MONTEIRO

BRAGANÇA - 2024
Aula 1
Ementa

• Disciplina de 60 horas (07/02 até 29/05)

• Visa integrar o conhecimento das áreas de imunologia,


bacteriologia, virologia e micologia, possibilitando a
compreensão das interações dos agentes infecciosos
com o organismo humano ao abordar mecanismos de
patogenicidade e virulência, assim como, a
imunofisiologia e os mecanismos de defesa do
hospedeiro associados às doenças infecciosas.
Conteúdo Programático

1. Aspectos morfológicos, biológicos e patogênicos dos


principais tipos de micro-organismos.
2. Papel da imunidade inata e da imunidade adaptativa nas
respostas aos mecanismos de agressão.
3. Distúrbios imunológicos e resposta aos antígenos.
4. Aspectos patogênicos e epidemiológicos das principais
doenças infecciosas.
Bibliografia

• Livro texto da plataforma.


• Abul Abbas [et.al.]. Imunologia básica. 1. ed. - Rio de
Janeiro : Elsevier, 2013. 336 p. : il. ; 24 cm.
• Levinson, Warren. Microbiologia médica e
imunologia.10. ed.Porto Alegre : AMGH, 2011.
• Tortora, Gerard J. [et.al.]. Microbiologia. Porto Alegre:
ArtMed, 2017.
Avaliação

• O processo avaliativo é individual e contínuo


• Exercícios (podem ser avaliativos ou de fixação)
• Extra: 1 pt: Métodos de Controle Microbiano

• 10 Pontos: Prova presencial (Junho):


– A-J (03/06) e K-Z (10/06): compareçam no dia respectivo da
inical do seu nome.
• Obs: Aos trabalhos iguais ou com plágio (copiados da
internet), será atribuído nota zero (0).
• Leiam todos os informes (das paredes e
entregues pela secretária).
• Neles constarão informações
importantes como datas e orientações.
Recomendações

• Não se atrase!!!!!!!!!!!!!!!! 5 minutos de tolerância!!


• Sem conversas paralelas durante a aula! 50 minutos
• Faça os exercícios com o intuito de aprender e não apenas para
ganhar nota. Nem sempre valerão pontuação.
• Revise os conteúdos!
• Não se prendam aos slides.
• Não deixe para estudar em cima da hora!
• Não vá com dúvidas para casa. Pergunte!!
• Obs: Sempre terá aula, caso contrário, entrarei em contato pelo
grupo no WhatsApp ou com o chefe de turma.
• Obrigadaaa!!
Aula 2
Sistema imunológico
Conceitos

Imunologia é o estudo do sistema imunológico, incluindo


suas respostas aos patógenos microbianos e tecidos
danificados e seu papel na doença.
Conceitos

Sistema Resposta
Imunidade
imunológico imunológica A função
fisiológica mais
importante do
sistema
Conjunto de Reação imunológico é
Resistência a prevenir as
células, tecidos e coordenada
doenças, mais infecções e
moléculas que dessas células e
especificamente erradicar as
medeiam a moléculas aos
às doenças infecções
resistência às microrganismos
infecciosas. estabelecidas.
infecções. infecciosos
Conceito

Antígeno Epítopo:

Parte do antígeno que


Moléculas capazes maioria dos linfócitos
de desencadear reconhecem.
uma resposta Ou seja, região
imunológica ao se específica do antígeno
ligarem ao receptor que se liga ao
de célula T ou a anticorpo ou será
um anticorpo. responsável pela
ativação das células T.
Conceito

Anticorpos ou
Todo anticorpo se liga a antígenos
imunoglobulina (Ig)
específicos por meio de regiões
de alta afinidade formando o
complexo antígeno anticorpo.

Glicoproteínas produzidas
pelos plasmócitos, que são Também são capazes de se
células derivadas dos ligarem a outras moléculas do
linfócitos B. sistema imune para aumentar a
eficiência da resposta
imunológica.
Conceitos

Inflamação: Inflamação aguda: Inflamação crônica:

Reação do sistema Processo de curta Longa permanência do


imunológico que ocorre duração, com a agente agressor e sua
nos tecidos remoção do agente remoção total pode
vascularizados. inflamatório. não ocorrer.

Tem função protetora, ao impedir a disseminação do agente estranho, e


promove o reparo do tecido lesionado.
Conceitos

Infecções endógenas Infecções exógenas Nem toda inflamação é


acompanhada de
infecção. Porém todo
processo infeccioso,
independentemente do
São causadas por agente iniciador,
São provocadas por desencadeia uma
microrganismos
microrganismos da resposta inflamatória.
pertencentes à
flora exógena.
microbiota endógena.
TIPOS DE RESPOSTAS
IMUNOLÓGICAS
Células do Sistema Imune
Células que participam da resposta imune
Células que participam da resposta imune

• Podemos dividi-las em três grandes grupos:

• Células apresentadoras de antígeno: capturam, processam


e apresentam o antígeno;

• Linfócitos: fazem o reconhecimento específico;

• Células de fagocitose: eliminam os patógenos.


Células que participam da resposta imune
• Células apresentadoras de
antígeno:
• Células dendríticas e macrófagos.
• São células encontradas nos sítios
mucosos e cutâneos, ou seja, nas
portas de entrada dos
microrganismos.
• Capacidade de fagocitar o antígeno,
processá-lo e expô-lo aos linfócitos
encontrados nos linfonodos e no
baço.
Células que participam da resposta imune
• Células apresentadoras de antígeno:
• Células dendríticas:
• São mais atuantes na captura e no
processamento de antígenos proteicos
que usam o epitélio como porta de
entrada.
• Ao fagocitar o antígeno, a célula
dendrítica se desloca até os linfonodos
e apresenta o produto desse
processamento para o linfócito T
Células que participam da resposta imune
• Linfócitos: são divididos em células B e T conforme o processo de
maturação sofrido.
• Tal processo de diferenciação faz com que essas células adquiram
receptores específicos para o reconhecimento antigênico tornando-os, deste
modo, as principais células atuantes na resposta imune adaptativa.
• Linfócitos B, gerados e maturados na medula óssea, são as únicas células
capazes de produzir anticorpos (imunoglobulinas) = imunidade humoral
Células que participam da resposta imune
• Linfócitos: são divididos em células B e T conforme o processo de
maturação sofrido.
• Linfócitos T, seus receptores são aptos a reconhecerem apenas peptídeos
antigênicos, portanto é necessária a captura e o processamento do antígeno
pelas células dendríticas antes da ativação dos linfócitos T = imunidade
celular.
• Maturação ocorre exclusivamente no timo.
• Células T: as células T CD4+ (T auxiliares) , células T CD8+ (linfócitos T
citotóxicos ou CTLs).
Células que participam da resposta imune
• Células NK
• Existe ainda uma terceira classe de linfócitos que se difere dos linfócitos B e
T por não apresentarem receptores específicos na superfície da membrana.
• É especializada em destruir células infectadas do hospedeiro. Porém, a
ausência de receptores específicos na sua membrana impede que ela atue
diretamente na resposta imune adquirida junto com os linfócitos B e T, mas é
componente essencial para a resposta imune inata por eliminar rapidamente
células infectadas
Células que participam da resposta imuneSistema Imune
• Granulócitos = conhecidas como leucócitos.ç.
• Grupo de células geradas na medula óssea e que se caracterizam por
apresentarem um citoplasma rico em grânulos enzimáticos capazes de
induzir o estresse oxidativo de um patógeno ou, ainda, a sua hidrólise ácida
Respostas

• Os mecanismos de defesa do hospedeiro são constituídos pela


imunidade inata (natural), responsável pela proteção inicial
contra as infecções, e pela imunidade adquirida (adaptativa),
que se desenvolve mais lentamente e proporciona uma defesa
mais especializada e mais eficaz contra as infecções.
Imunidade inata Imunidade adquirida

Também chamada de imunidade


natural ou nativa, está sempre Também chamada de imunidade
presente nos indivíduos específica ou imunidade adaptativa,
saudáveis (por isso o termo requer a expansão e a

Respostas
inata), estando preparada para diferenciação de linfócitos em
bloquear a entrada de resposta a microrganismos antes
microrganismos e eliminar que ela possa oferecer uma defesa
rapidamente aqueles que eficaz, isto é, ela se adapta à
conseguem entrar nos tecidos do presença dos invasores
hospedeiro. microbianos.

A imunidade inata é filogeneticamente mais antiga, e o sistema imunológico adaptativo mais especializado e poderoso evoluiu
posteriormente.
AS RESPOSTAS IMUNES SÃO DIVIDIDAS EM:

Imunidade Inata ou natural Imunidade adquirida ou adaptativa

Humoral Celular
Anticorpos Células T
Imunidade inanata (natural
ou nativa)
Imunidade inata

• A principal característica é a capacidade de reconhecer e responder às


estruturas de antígenos que não estão presentes no hospedeiro humano, mas
que são comuns às diversas classes de microrganismos.
Imunidade inata

• A primeira linha de defesa da resposta imune inata é a barreira epitelial,


representada pela pele e mucosas respiratória e gastrointestinal. Todas
essas estruturas, quando íntegras, serão impermeáveis a grande parte dos
patógenos.
Imunidade inata
• As células do epitélio produzem substâncias que interferem quimicamente
na penetração do patógeno.
• Fagócitos, células especializadas em realizar a fagocitose, são
representados pelos neutrófilos e monócitos circulantes recrutados para o
local da infecção.
Imunidade inata
Imunidade inata
• Células NK bloqueiam a ação dos patógenos intracelulares, em especial os
vírus, antes que eles iniciem a sua replicação.
• Fatores de Necrose Tumoral (TNF), ou seja, induzem à apoptose da célula-
alvo, levando à sua morte e à morte do patógeno.
Imunidade inata
.
Imunidade natural ou nativa
Imunidade inata
• Sistema complemento
• É um grupo de composto por mais 20 proteínas plasmáticas.
• Esse sistema faz uma “ponte”
entre a imunidade inata e a
adquirida por:
– Aumentar a resposta por
anticorpos (Ac) e a
memória imunológica
– Lisar células estranhas
– Remover
imunocomplexos e
células apoptóticas
Imunidade inata
• Sistema complemento
• Sua ativação envolve a iniciação
de uma cascata enzimática com
diferentes elementos moduladores,
ocorrendo, assim, uma resposta
rápida e amplificada à presença
do microrganismo.
Imunidade inata

Sistema complemento

Via clássica: Via alternativa: Via da lecitina:

O sistema complemento As proteínas do sistema


será ativado quando complemento interagem Lectina ligante de
anticorpos se ligarem com estruturas manose se une a
ao antígeno ou ao presentes na superfície glicoproteínas da
microrganismo do patógeno ativando a superfície do patógeno
desencadeando a cascata enzimática.
cascata.
Imunidade inata
• Sistema complemento
Imunidade inata
• Sistema complemento
Imunidade inata
• Sistema complemento
Imunidade inata

• Em resposta aos
patógenos, as células
dendríticas, os macrófagos
e outras células secretam
citocinas, que são
intermediárias em muitas
reações celulares da
imunidade inata.
Imunidade inata
• As principais reações do sistema imune inato que atuam para eliminar
microrganismos são a resposta inflamatória aguda e os mecanismos de
defesa antiviral.
• As principais respostas imunes inatas protetoras a diferentes tipos de
microrganismos são as seguintes:
• Bactérias extracelulares e fungos são combatidos pela resposta
inflamatória aguda: neutrófilos e monócitos são recrutados ao local de
infecção e pelo sistema do complemento.
• A defesa contra bactérias fagocitadas e intracelulares é mediada por
macrófagos, que são ativados por receptores tipo Toll e outros sensores,
bem como citocinas.
• A defesa contra vírus é oferecida por interferons tipo I e células
natural killer.
Imunidade adquirida
(imunidade específica ou
imunidade adaptativa)
AS RESPOSTAS IMUNES SÃO DIVIDIDAS EM:

Imunidade Inata ou natural Imunidade adquirida ou adaptativa

Humoral Celular
Anticorpos Células T
Imunidade adquirida

Imunidade específica ou imunidade adaptativa


• Requer:
– Expansão
– Diferenciação de linfócitos
• Em resposta a microrganismos antes que ela possa oferecer uma defesa
eficaz, isto é, ela se adapta à presença dos invasores microbianos.

• São mediados por células e moléculas diferentes e fornecem a defesa


contra microrganismos extra e intracelulares.
Imunidade adquirida

• As principais características da resposta adquirida são: especificidade e


diversidade de reconhecimento, memória, especialização de resposta,
autolimitação e tolerância a componentes do próprio organismo.
• Embora as principais células envolvidas na resposta imune adquirida sejam os
linfócitos, as células apresentadoras de antígenos (APCs) desempenham papel
fundamental em sua ativação, apresentando antígenos associados a moléculas
do complexo de histocompatibilidade principal (MHC, major histocompatibility
complex) para os infócitos T (LT).
Imunidade adquirida ou adaptativa

Humoral Celular
Anticorpos Células T
Imunidade adquirida

Proliferação e
Eventos Ativação diferenciação
Reconheciment
sequenciais dos linfócitos
o antigênico

Formação de
Destruição do Declínio da uma memória
antígeno resposta imune imunológica de
longa duração.
Imunidade adquirida

Imunidade específica ou imunidade adaptativa


Propriedades da resposta imunológica adquirida

Várias propriedades da
imunidade adquirida são
cruciais para a eficácia
dessas respostas no
combate às infecções.
Imunidade adquirida

A imunidade humoral

Quando os anticorpos forem o principal


É mediada por proteínas
mecanismo responsável pela eliminação do
chamadas anticorpos,
patógeno e das toxinas, dizemos que está
produzidas pelos linfócitos B.
ocorrendo a imunidade humoral.
Imunidade adquirida
Funções dos anticorpos:

Ativação do
sistema
Opsonização e complemento:
fagocitose: Citotoxicidade
Neutralização de celular: o IgM e algumas
microrganismos e anticorpos revestem classes de IgG
um microrganismo recrutamento de
toxinas: ligam-se à superfície
formando um células NK e outros
do antígeno,
ligação dos complexo antígeno- leucócitos que
normalmente
anticorpos ao anticorpo. liberaram grânulos
bacteriano,
microrganismo Paralelamente ocorre ricos em proteínas
permitindo a união
neutralizando sua o recrutamento de capazes de destruir
das proteínas do
infectividade. células de fagocitose esses alvos
sistema
que vão remover opsonizados.
complemento na
esses região Fc do
microrganismos. anticorpo
Imunidade adquirida
Imunidade adquirida

• Linfócitos B = Plasmócitos = secretam anticorpos:


Imunidade adquirida

• Imunoglobulinas:
• São proteínas que fazem
parte do plasma
sanguíneo e também
podem ser chamados de
imunoglobulinas, por isso
eles são representados
pelo símbolo “Ig”.
• Produzidas pelos
plasmócitos em resposta
a um imunógeno e que
funcionam como
anticorpos.
Imunidade adquirida
Imunidade adquirida
• Linfócitos B = Plasmócitos =
secretam anticorpos:
• IgA (Imunoglobulina A):
– Responsável pela
neutralização de
microrganismos via
opsonização e de toxinas.
– Está associado à imunidade
das mucosas gastrointestinal e
respiratória e na lágrima, na
saliva e no leite materno
(colostro).
Imunidade adquirida
• Linfócitos B = Plasmócitos = secretam anticorpos:
• IgM (Imunoglobulina M):
– Responsável pela ativação da via clássica do
sistema complemento.
– É a primeira linha de defesa contra bactérias.
– Atuam, principalmente, mediante a ativação do
sistema complemento.
– É a maior de todas as imunoglobulinas.
– É produzido na presença de antígeno T
independente, portanto gera uma memória fraca.
Imunidade adquirida

• Linfócitos B = Plasmócitos = secretam anticorpos:


• IgG (Imunoglobulina G):
– Responsável pela neutralização de toxinas e
opsonização, e consequente fagocitose de
microrganismo.
– Função citotoxicidade celular e de ativação da via
clássica do sistema complemento.
– Será responsável pela imunidade neonatal quando
ocorrer a transferência de anticorpos via placenta e
intestino.
– O mais abundante e capaz de gerar memória
imunológica mais forte.
Imunidade adquirida
• Linfócitos B = Plasmócitos = secretam anticorpos:
• IgE (Imunoglobulina E):
– Responsável por induzir a degranulação dos mastócitos em processos de
hipersensibilidade.
– Também está associado à defesa contra helmintos.
Imunidade adquirida
• Linfócitos B = Plasmócitos = secretam anticorpos:
• IgD (Imunoglobulina D):
– A IgD atua como um receptor de antígeno na superfície dos linfócitos B,
ajudando a reconhecer e se ligar ao antígeno. Isso desencadeia uma série
de eventos que levam à produção de mais anticorpos e à eliminação do
antígeno.
Imunidade adquirida
Imunidade celular

Na resposta imune
celular, a ativação do
linfócito T é precedida A ativação do linfócito
pelo processamento T leva à ativação da
Os anticorpos não
do antígeno pelas expansão clonal de
têm acesso aos
Mediada pelas células células células T antígeno-
microrganismos que
conhecidas como apresentadoras de específicas seguida
vivem e se
linfócitos T. antígeno, que leva um da diferenciação
multiplicam dentro de
fragmento antigênico dessas células em
células infectadas.
de origem proteica diferentes populações
associado ao MHC efetoras.
até o receptor do
linfócito T virgem.
Propriedades da resposta imunológica adquirida
• MHC – Complexo principal de histocompatibilidade
Ø São proteínas localizadas na membrana das células apresentadoras de
antígenos.
Ø O MHC é por definição conhecido como um locus gênico responsável pela
codificação de estruturas proteicas que fazem a apresentação de
antígenos aos linfócitos T.
Ø Promovendo a proliferação dessas células e consequente resposta
imunológica própria.
Propriedades da resposta imunológica adquirida
Ø MHC de classe I e MHC de classe II.
Ø Os genes que codificam as proteínas do MHC são altamente polimórficos, ou
seja, existem muitos alelos diferentes na população, garantindo que indivíduos
respondam de diversas formas à variedade de antígenos presentes no
ambiente.
Propriedades da resposta imunológica adquirida
Obrigada!!!!
Aula 5
Reações de Hipersensibilidade
Introdução

• Apesar de o sistema imune ser importante para defender o


hospedeiro contra infecções, a própria resposta imune pode causar
lesão tecidual e doença, sendo prejudicial para o indivíduo.

• Essas reações imunes são chamadas de reações de


hipersensibilidade, que podem ocorrer em duas situações:
– 1. Resposta descontrolada a antígenos estranhos, ocasionando
uma lesão tecidual.
– 2. Resposta imune contra antígenos próprios, indicando uma
falha no mecanismo de autotolerância (ausência de resposta à
antígenos próprios).
Reações de hipersensibilidade

• Hipersensibilidade é o termo utilizado para designar uma


resposta imune adaptativa benéfica que acontece de forma
exagerada ou inapropriada.

• Por ser uma resposta adaptativa, não se manifesta no primeiro


contato com o antígeno, mas nos contatos subsequentes.
São divididas em 4:

Hipersensibilidade I Hipersensibilidade tipo II Hipersensibilidade tipo III Hipersensibilidade tipo IV

Hipersensibilidade Doenças mediadas por Doenças mediadas pelo Doenças mediadas por
imediata anticorpos complexo imune célula T

• As hipersensibilidades do tipo I, II e III são mediadas por anticorpo, enquanto a tipo IV é


mediada pelos linfócitos T e macrófagos (hipersensibilidade tardia – DTH). Embora existam
quatro tipos de hipersensibilidade, não significa que elas ocorreram sempre isoladamente
Reações de hipersensibilidade
Hipersensibilidade I
• Hipersensibilidade imediata
• Resulta da ação da IgE contra um antígeno inócuo, alimentos, venenos de
insetos, medicamentos e, também, alérgenos respiratórios, como: ácaros,
fungos, pólens e pelos.

Existe a liberação de
mediadores químicos que
desencadeiam uma
reação inflamatória aguda
com sintomas, como
asma e renite.
Hipersensibilidade I
• Mastócitos são células ricas em
receptores Fc de IgE, e sendo
assim, a maioria das
imunoglobulinas IgE produzidas
irão se ligar a mastócitos.

• O alérgeno se liga ao IgE, o qual


irá se ligar ao mastócito
estimulando a liberação de
grânulos de histamina, que
serão responsáveis por todos os
sintomas da hipersensibilidade
do tipo I.
Hipersensibilidade I

• O primeiro contato com o antígeno se


chama sensibilização, ou seja,
houve apenas a produção de IgE e,
por isso, não há sintomas.

• No entanto, quando ocorre uma


segunda exposição ao antígeno, os
mastócitos sensibilizados por IgE irão
agir liberando histaminas, assim,
desencadeiam os sintomas imediatos,
como: prurido, urticária, angioedema,
broncoespasmo, síncope, hipotensão,
entre outros.
Hipersensibilidade I
Hipersensibilidade tipo II
• Hipersensibilidade Mediada por
Anticorpos = Citotóxica
• Caracteriza-se pela produção de
anticorpo IgG contra um
antígeno específico que fica na
superfície de uma célula.
• Assim, IgG irá agir ativando
macrófagos, ou ativando o
complemento, o que irá resultar
em lise da célula-alvo e em
danos teciduais, causando
distúrbios funcionais e orgânicos
deletérios ao indivíduo.
Hipersensibilidade tipo II

• Anemia hemolítica autoimune.


É uma anemia devido à ruptura
das hemácias antes da sua vida
normal de 120 dias. Essa
• Eritroblastose fetal é uma anemia hemolítica ruptura anormal de hemácias
fetal (ou neonatal, como eritroblastose neonatal) pode ocorrer nos vasos
causada pela transmissão transplacentária de sanguíneos ou em outro lugar
anticorpos maternos direcionados às hemácias do corpo.
fetais. O distúrbio costuma resultar de
incompatibilidade entre os grupos sanguíneos
materno e fetal
Hipersensibilidade tipo II

Exame de Coombs indireto = Após 72 horas do parto do primeiro filho, nos casos de incompatibilidade sanguínea
por fator RH, a mulher deve tomar gamaglobulina injetável para que os anticorpos anti-Rh sejam destruídos.
Hipersensibilidade tipo III
• Doenças mediadas pelo complexo
imune.

• Há produção de IgG contra um


antígeno específico que está livre
na corrente sanguínea, formando
um complexo imune.

• Envolve a ação de complexos


imunes que não podem ser
completamente removidos do
organismo.
Hipersensibilidade tipo III

Esta reação pode ser o mecanismo patogênico de doenças causadas por


muitos microrganismos.
Hipersensibilidade tipo III

• A reação pode ser geral (ex. doença do


soro) ou envolve órgãos individuais
incluindo pele (ex. lupus eritematoso
sistêmico, reação de Arthus), rins (ex.
nefrite do lupus), pulmões (ex. aspergilose),
vasos sanguíneos (ex. poliarterite),
articulações (ex. artrite reumatóide) ou
outros órgãos.
Hipersensibilidade tipo IV
• Hipersensibilidade tardia – DTH = mediada por céulas
• Ocorre quando um antígeno fagocitado não consegue ser eliminado
• Estimulando a ação de linfócitos T e a liberação de mediadores
inflamatórios
• Comum em rejeição a transplantes e dermatite alérgica de contato.

Mycobacterium tuberculosis
Hipersensibilidade tipo IV
• Células (como linfócitos
T citotóxicos, macrófagos,
eosinófilos etc.) são
ativadas como agentes
efetores, sem a
necessidade de
anticorpos.
• Ou seja, são ativadas
diretamente contra um
antígeno.
• Sendo assim, não há
produção de IgG.
Hipersensibilidade tipo IV
• Linfócitos T e Macrófagos
• Liberação de citocinas
• IL-2 – ativação de LT e monócitos
• IL-12 – produzida por monócitos atua na ativação de TH1IFN γ – atração e
>ativação de monócitos
• TNFα – atividade citotóxica
• Hipersensibilidade tardia
Hipersensibilidade tipo IV
• Note que a esclerose múltipla, a artrite
reumatoide e o diabetes tipo I são
distúrbios autoimunes. A doença de Crohn,
uma doença inflamatória do intestino, é
provavelmente causada por reações
contra microrganismos no intestino e pode
ter um componente de autoimunidade. As
outras doenças são causadas por reações
contra antígenos estranhos (microbianos
ou ambientais).
• Resultam de inflamação causada por
citocinas produzidas por células CD4+ TH1
e TH17 ou pelo extermínio de células do
hospedeiro por CTL CD8+ .
OBRIGADA!!!
Imunidade e diagnóstico
• A resistência a infecções é
relacionada à imunidade Imunidade Ativa
adaptativa ativa, em que o sistema Resulta da produção de
imune produz anticorpos, gerando anticorpos em resposta a
um antígeno.
memória imunológica de tal forma
que, caso haja contato posterior,
linfócitos de memória e anticorpos
Imunidade Ativa Natural Imunidade Ativa Induzida
IgG específicos eliminarão o
patógeno rapidamente. Desenvolve-se após a Desenvolve-se após a
exposição natural ao administração de antígenos
antígeno. como prevenção.
• Ela pode ser natural, ou seja,
causada por processos infecciosos,
e pode ser artificial, ou seja,
induzida por vacinação.
Imunidade e diagnóstico
• Na imunidade passiva o
indivíduo recebe anticorpos Imunidade Passiva
prontos a fim de combater Resulta da transferência de
certas doenças infecciosas ou anticorpos a partir de outro
indivíduo.
destruir algumas substâncias
nocivas, como toxinas.

Imunidade Passiva Induzida


• Como o indivíduo não produz os Imunidade Passiva Natural
Administração de anticorpos
Transferência de anticorpos
anticorpos, não há maternos (placenta e colostro).
prontos para combater a
infecção
desenvolvimento de memória
imunológica e, portanto, Ela pode ser natural, ou seja, pode ser causada pela
apresenta ação imediata ou transferência de anticorpos durante a gestação ou
pela amamentação, assim como pode ser artificial, ou
pode persistir por apenas seja, realizada pela administração de soros
algumas semanas ou meses. hiperimunes.
Aula 6
Soro x Vacina
Introdução
• Linfócitos B produzem anticorpos, que eliminam diretamente diversos
tipos de patógenos, geram opsonização de patógenos e células alteradas.

• Esses anticorpos podem gerar imunização, ou seja, proteção duradoura
contra determinados patógenos.

• O conhecimento de sua estrutura possibilitou o desenvolvimento de soros


hiperimunes usados em emergências, como, por exemplo, após um
acidente com animal peçonhento ou venenoso.

• Possibilitou a produção de reagente, que permite a realização de tipagens


sanguíneas, impedindo que haja riscos para o paciente em transfusões
sanguíneas.
Soro x Vacina
Soro
• Objetivo é fornecer anticorpos
prontos que possam impedir que
um vírus, bactéria ou mesmo um
veneno de serpente ou escorpião
causem sintomas na pessoa que
já entrou em contato com esses
agentes.

• Função curar.

• Atua como imunização passiva.


Soro x Vacina
Vacina
• Objetivo é induzir uma proteção de
longa duração, que leve à
produção de anticorpos pelo
organismo.
• É usada na prevenção de doenças
com que possamos entrar em
contato no futuro.
• A vacina é indicada antes da
exposição ao um microrganismo.
• É uma forma de imunização ativa.
Soro x Vacina
Soro Vacina
• Objetivo é fornecer anticorpos • Objetivo é induzir uma proteção de
prontos que possam impedir que longa duração, que leve à
um vírus, bactéria ou mesmo um produção de anticorpos pelo
veneno de serpente ou escorpião organismo.
causem sintomas na pessoa que • É usada na prevenção de doenças
já entrou em contato com esses com que possamos entrar em
agentes. contato no futuro.
• A vacina é indicada antes da
• Função curar. exposição ao um microrganismo.
• É uma forma de imunização ativa.
• Atua como imunização passiva.
Soro x Vacina

• Vacinação: é o processo que estimula as respostas imunes


adaptativas protetoras contra os microrganismos por meio da
exposição a formas ou componentes não patogênicos de
microrganismos.

• Tanto o soro quanto a vacina possuem o mesmo objetivo, a


imunização.

• Porém, atuam de maneiras diferentes no corpo humano.


Vacina

• Imunoprofilaxia: vacinação
• O desenvolvimento de vacinas contra as infecções foi um dos
grandes sucessos da imunologia.
• Diversos tipos de vacinas estão em uso e sendo desenvolvidas.
• A vacinação é reconhecida como uma das mais eficazes
estratégias para preservar a saúde da população e fortalecer uma
sociedade saudável e resistente.
• Além de prevenir doenças graves, a imunização contribui para
reduzir a disseminação desses agentes infecciosos na
comunidade, protegendo aqueles que não podem ser vacinados
por motivos de saúde.
Vacina: Características

• Eficácia na prevenção ou redução da gravidade;


• Proteção duradoura e de longo prazo;
• Imunidade com um número mínimo de doses;
• Ampla proteção;
• Efeitos adversos leves ou ausentes;
Comercial:
• Estabilidade por período prolongado;
• Produção em massa;
• Acessibilidade a populações em risco de doenças
infecciosas
Vacina: Componentes

• Para garantir a produção de IgG específica, a vacina deve ser


composta por antígenos vacinais (partículas imunogênicas
derivadas do microrganismo causador da doença), estabilizantes,
adjuvantes, antimicrobianos e conservantes:
Vacina: Componentes
Antígenos (Ags) vacinais:
partículas imunogênicas
derivadas do patógeno.

Estabilizantes: manutenção
da eficácia da vacina durante
o armazenamento.
Componentes

Adjuvantes: melhora da
resposta imune específica aos
Ags vacinais.

Antimicrobianos: fabricação:
evitar contaminação.

Conservantes: impedem o Formaldeído: inativação viral e


Timerosal ou tiomersal: redução alteração da estrutura de toxinas
crescimento de bactérias e nos custos de armazenamento; bacterianas. Eliminado ao final da
fungos – vacinas multidose: produção.
Vacina: Classificação por número de Ags vacinais

Monovalente: Polivalente: Combinadas:

Combinação de
Uma cepa de um Duas ou mais cepas diferentes Ags vacinais;
único antígeno ou sorotipos do
vacinal. mesmo antígeno
vacinal. Facilitação de
Prevenção administração
simultânea em crianças e o
contra doenças cumprimento do
diferentes; esquema
vacinal.
Vacina: Tipo de Ags vacinais

• Patógenos atenuados
• Patógenos inativados
• Toxoides
• Polissacarídeos
• Polissacarídeos conjugados
• Subunidade proteíca
• Ácidos nucleicos: Vetor viral ou bacteriano
recombinante
Vacina: Tipo de Ags vacinais

Patógenos
inativados:
Patógenos São produzidas a partir
atenuados: de vírus e bactérias, Toxoides:
O patógeno é que foram mortos por São produzidas a partir
enfraquecido por processos físicos de toxinas
infecções consecutivas (aumento de bacterianas
em um hospedeiro não temperatura) ou responsáveis pelos
natural ou ao ser químicos sintomas de
cultivado em um meio (desnaturação por determinadas doenças.
desfavorável. formaldeído) e,
portanto, não podem
causar doenças.
Vacina: Tipo de Ags vacinais

Polissacarídeos
conjugados: Subunidade
São feitas usando proteíca:
Polissacarídeos: uma combinação de São produzidas a
São produzidas a dois componentes partir de uma
partir de diferentes, ou seja, subunidade de
polissacarídeos da de fragmentos do proteína específica
cápsula bacteriana. microrganismo do patógeno, ou seja,
quimicamente ligado não contêm o
a uma proteína patógeno completo.
transportadora.
Vacina: Tipo de Ags vacinais
Vacina: Tipo de Ags vacinais
Vacina: Tipo de Ags vacinais

Em vez de injetar uma


Ácidos nucleicos: forma enfraquecida de
As vacinas de ácidos um vírus ou bactéria no
nucleicos (DNA ou RNA) corpo como com uma
têm o mesmo objetivo vacina tradicional, as
que as vacinas vacinas de DNA e RNA
tradicionais, mas usam parte do código
funcionam de maneira um genético do próprio vírus
pouco diferente. para estimular uma
resposta imune.
Vacina: Tipo de Ags vacinais

As principais diferenças entre as vacinas de DNA e RNA

Na vacina de DNA, o fragmento é inserido


nas células por meio de um pequeno pulso Na vacina de RNA, por sua vez,
elétrico. Além disso, o DNA precisa ao penetrar na célula hospedeira
penetrar no núcleo celular e realizar a tem o potencial de provocar a
etapa de transcrição do DNA em RNA, para produção dos antígenos sem as
que então a célula hospedeira inicie a etapas iniciais necessárias
produção efetiva das proteínas virais, os quando se aplica fragmentos de
antígenos que deverão ativar o sistema DNA.
imune doindivíduo.
Vacina: Tipo de Ags vacinais
Vacina: Tipo de Ags vacinais

Vantagem:
Apresentam em relação as vacinas Desvantagens:
tradicionais mais vantagens Dificuldade em reconhecer, selecionar
econômicas, técnicas e logísticas, pois e correlacionar todas as partes do
possuem um controle de qualidade DNA do agente que se quer combater;
mais simples, não necessitam de Possibilidade da indução de uma
refrigeração para seu transporte, já doença autoimune; integração do DNA
que elas são estáveis em temperatura no cromossomo do hospedeiro,
ambiente; possuem baixo custo de causando mutações que poderiam
produção e manutenção, entre outros. levar ao aparecimento de um câncer;
Estimulam a produção de linfócitos T, e indução de tolerância do hospedeiro
responsáveis por identificar e matar as às substâncias estimuladas pelo DNA.
células infectadas.
Vacina
Aprovação e produção de
vacinas
Aprovação e produção de vacinas
<https://www.pucrs.br/blog/entenda-como-funciona-a-producao-de-uma-vacina-em-5-passos/>.
Fiocruz
• O Complexo Tecnológico de Vacinas do Instituto de Tecnologia em
Imunobiológicos (Bio- Manguinhos/Fiocruz) garante a autossuficiência em
vacinas essenciais para o calendário básico de imunização do Ministério da
Saúde.

• O instituto está voltado basicamente à produção vacinas para:


– DTP e Hib, febre amarela
– Haemophilus influenzae tipo B (Hib)
– Meningite A e C, pneumocócica 10-valente
– Poliomielite oral (VOP), poliomielite inativada (VIP),
– Rotavírus humano, tríplice viral e tetravalente viral.
Instituto Butantan
• Desde 1901, o Instituto Butantan produz imunobiológicos voltados para a
saúde pública, sendo responsável por grande parte dos soros e vacinas
produzidas no Brasil.
• Seus produtos fazem parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e
são enviados ao Ministério da Saúde, que os distribui de forma estratégica e
gratuita à população.
• Com um amplo complexo produtivo, centros de pesquisa e a Fazenda São
Joaquim (situada no município de Araçariguama, local onde são criados os
cavalos responsáveis pela produção de anticorpos utilizados na produção
dos soros), o Instituto Butantan vem investindo no aprimoramento dos
processos e equipamentos para o desenvolvimento e produção de
imunobiológicos.
Instituto Butantan

• Vacinas • Soro
Obtenção de antígenos:
• O Butantan possui biotérios para criação e manutenção de serpentes,
escorpiões e aranhas, destinados à produção de venenos.
• Nas áreas de produção de vacinas, as toxinas de Clostridium tetani, C.
botulinum e Corynebacterium diphtheriae são isoladas e purificadas. Da
mesma maneira é obtido o vírus inativo da raiva.
• Todos esses elementos são os antígenos utilizados na imunização de
cavalos.
• Obrigadaaa!!!
Aula 7
Microbiologia
Microbiologia
• É a ciência responsável pelo estudo dos organismos microscópicos, ou seja,
aqueles que só podem ser estudados através dos microscópios.

Dois tipos de microrganismos são explorados pela Microbiologia:


• 1. Partículas infecciosas ou microrganismos acelulares
• 2. Microrganismos celulares
Microbiologia

Antony Van Leeuwenhoek Louis Pasteur


• Primeiro microscópio • Presença dos microrganismos no ar
e atribuiu a eles o papel de
contaminação de diferentes meios.
Pasteurização.

Robert Koch Alexander Fleming


• interação entre o patógeno e o seu • Primeiro antibiótico, a penicilina.
hospedeiro doente
Microbiologia
• Microrganismos: são organismos que, devido ao seu pequeno tamanho,
são imperceptíveis aos olhos .
• Também chamados de micróbios.

• Possuem organização biológica muito básica; a maioria unicelulares,


possuem diferentes formas e tamanhos.
• São encontrados em praticamente todos os ambientes chamados de
naturais em populações mistas, ou seja, diferentes grupos de
microrganismos coabitam o mesmo lugar.
• Em laboratório é preciso que esses microrganismos sejam separados e
isolados para o estudo.
Microbiologia
• Microbiota comensal (microbiota normal ou
ainda microbiota endógena)
• Grupo de microrganismos que colonizam
diversas regiões do corpo humano.
• Essa microbiota pode colonizar temporariamente
ou permanentemente seu hospedeiro sem
interferir no funcionamento normal desse
organismo.

Têm um papel importante:


• Na sobrevivência do seu hospedeiro por contribuírem no metabolismo de
alguns produtos alimentícios.
• Auxiliarem na produção de vitaminas e fatores de crescimento.
• Defendem seu hospedeiro de outros microrganismos de alta virulência.
Microbiologia
• Patógeno: aquele microrganismo causador de doença.
• Poucos microrganismos são considerados patógenos estritos, ou seja,
obrigatoriamente acarretam doença ao seu hospedeiro.

Podemos citar:
• Mycobacterium tuberculosis: agente causador da tuberculose.
• Neisseria meningitides e Neisseria gonorrhoeae: causadoras da meningite
meningocócica e da gonorreia.
• Vírus da dengue, febre zika e febre chikungunya.
• Trypanosoma cruzi: causador da doença de Chagas.
Microbiologia: Cultivo

Para que cada microrganismo,


São preparações feitas de um
prepara-se um meio de cultura
material nutritivo que permite o
específico que atenda a todos os
cultivo artificial de
requisitos nutricionais desse
microrganismos em laboratórios.
microrganismo.

Meios enriquecidos são Meios seletivos capazes de


aqueles que favorecem o estimular o crescimento de um
crescimento e a reprodução de tipo de microrganismo e inibir o
um ou mais microrganismo de crescimento de outros por meio
interesse (microbiologia médica e do uso de antibióticos específicos,
de alimentos). corante e sais biliares.
Microbiologia: Identificação

A caracterização morfológica Organismos de dimensões


ainda é a principal forma de reduzidas, para o estudo se
identificação de vários seres utiliza obrigatoriamente o
vivos. (Temos Genética) microscópio.

Os microscópios são um Para estudo de microrganismos,


conjunto de lentes e são utilizados os microscópios de
condensadores que aumentam campo claro, mas ainda é
em até 1,2 mil vezes o tamanho necessário o uso de corantes
de uma célula de forma a permitir que permitem a diferenciação de
a distinção dos detalhes de grupos químicos isolados e/ou
determinadas estruturas. associados.
Microbiologia: Identificação

• No estudo das bactérias, a principal técnica utilizada é a coloração de


Gram.
• Desenvolvida em 1884 pelo médico Hans Christian Gram.
• A técnica de Gram, permite a identificação e a diferenciação de dois
grupos de bactérias:
• Gram+ (Gram positivas)
• Gram- (Gram negativas)
• Esses grupos se diferenciam pela composição de sua parede celular.

• A técnica viabiliza a identificação morfológica da bactéria e o


acompanhamento do isolamento de uma amostra, além de auxiliar na
escolha do melhor tipo de antibiótico a ser prescrito no tratamento.
Coloração de Gram
GRAM POSITIVA (G +) GRAM NEGATIVA (G -)

FIXAÇÃO Chama

CRISTAL VIOLETA 1 minuto

Identificação LUGOL 1 minuto

DESCOLORAÇÃO 15 segundos

FUCSINA OU
SAFRANINA 30 segundos
Coloração de Gram
Microbiologia: Identificação
• Testes bioquímicos
• Consistem em sucessivos testes em meios de
culturas específicos que indicam ação
metabólica do microrganismo através da
alteração da cor, turbidez, pH, formação de
gás e etc.

• Os testes bioquímicos são divididos em dois


grupos:
• 1. Tipos de metabolismo
• 2. Atividade enzimática
Microbiologia: Identificação
• Testes bioquímicos
• Esses testes são expressos, na maioria das vezes, como positivo ou negativo
• Resultado gerado será comparado às características já descritas na literatura..
Microbiologia: Identificação
• Testes bioquímicos
Bacteriologia
Principal característica das células procariontes

• Célula simples
• Ausência de organelas
• Citoplasma é formado essencialmente
pelo citosol.
• Ribossomos livres, ou na forma de
polirribossomos e grânulos de reservas
• Citoesqueleto está ausente
• Ausência de núcleo
• Parede celular obrigatória
Organismos unicelulares
Principal característica das células procariontes
• Membrana Plasmática Parede Celular
• Formada de fosfolipídios • Controla a pressão osmótica,
• Proteínas com funções de permitindo a sobrevivência das
transporte. bactérias em meios hipotônicos.
• Manutenção da forma
• Proteção contra os bacteriófagos.
Morfologia

Tamanho

Forma

Características da
parede

Características
metabólicas

Antigênicas

Genéticas
Morfologia
• Organizam-se em colônias
• Pleomorfismo: apresentam diferentes arranjos.

Podem ser classificadas de acordo com forma:


• Cocos: forma esférica
• Cachos: estafilococos
• Lineares: estreptococos
• Bacilos: forma de bastão
• Espiroqueta: forma helicoidal
Morfologia
Forma
• Cocos: forma esférica

• Cocos • Diplococos:

Neisseria
Forma
• Cachos: cachos de uva ou estafilococos

Staphylococcus aureus
Forma
• Estreptococos: cadeias lineares ou cordão de pérolas

Streptococcus pneumoniae
Forma
• Bacilos: forma de bastão

Escherichia coli Salmonella


Forma
• Espiroqueta: forma helicoidal ou espiral

Ex: Leptospira spp; Vibrio sp. Treponema pallidum


Aula 8
Estruturas e apêndices
bacterianos
Introdução

• Estruturas bacterianas externas ou internas.


– Parede celular
– Fímbrias
– Cápsula
– Flagelos
– Esporos

• Auxiliam as bactérias a desempenharem


funções como:
– Nutrição, crescimento e reprodução.
– Podem atuar como fatores de virulência.
Introdução
Parede celular

• Controla a pressão osmótica, permitindo a sobrevivência das bactérias em


meios hipotônicos.
• Manutenção da forma
• Proteção contra os bacteriófagos

Formada:
• Peptidoglicano
– Cadeia linear de dissacarídeos repetidos de ácido N-acetilglicosamina e
ácido N-acetilmurâmico.
– É alvo da ação das lisozimas (enzima encontrada na lágrima, na saliva e
no suor), além de ser o sítio de ação dos antibióticos: lactâmicos.

• Conforme a composição da parede, as bactérias podem ser classificadas em


Gram positivas (Gram+) e Gram negativas (Gram-)
Peptidoglicano
Parede celular

Bactérias Gram (+)


• Possuem múltiplas camadas de peptidoglicano entrecruzadas
• Malha rígida e espessa, no entanto porosa.
• Parede celular (ácido N-acetilglicosamina e do ácido N-acetilmurâmica), e o
ácido teicoico e o ácido lipoteicoico.

• Ácido teicoico e o ácido lipoteicoico:


– Atuam como antígenos que, além de diferenciarem sorotipos bacterianos
– Promovem a adesão bacteriana às superfícies celulares.
– Agregação com outras bactérias.
– Interferem na fagocitose e estimulam a resposta imune inata.
Parede celular
Parede celular
Bactérias Gram ( - )
• Possuem duas camadas externas de membranas citoplasmáticas
• Há 1 única camada de peptidoglicanos sem de ácidos teicoico e
lipoteicoico.

• Tem-se uma membrana externa formada por lipopolissacarídeos (LPS),


dividida em três regiões:
– Lipídio A: indução de células de defesa e liberação de mediadores de
resposta inflamatória.
– Cerne granular: Responsável pela viabilidade bacteriana.
– Antígeno O: Responsável pela distinção de cepas bacterianas. Diferencia
as bactérias em sorogrupos:
– Ag O + Ag H = sorotipo Ag O: O1- O173/Ag H: H1- H60 (ex. E.coli O55:H6)
Parede celular

Proteínas de membrana externa (OMPs)


Parede celular

As reações de aglutinação são reações de


floculação celular em que antígeno é
constituído por suspensão homogênea de
Análise antigênica: em Laboratório Clínico é realizada células. Estas células podem ser bactérias,
apenas para : hemácias etc, que normalmente são vistas
no microscópio, mas quando aglutinadas,
E. coli (fezes) e Salmonella sp elas formam flocos ou flóculos que são
Shigella sp e Yersinia sp aglomerados visíveis a olho nu.
Parede celular
Parede celular
DIFERENÇAS NA PAREDE CELULAR

Gram (+) Gram (-)


• Possui a parede mais espessa e • Possui duas camadas de membrana
rígida • Menor quantidade de
• Maior quantidade de peptídeoglicanos
peptídeoglicanos • Sem Ácido teicoico e lipoteicoico
• Ácido teicoico e lipoteicoico • Possuem uma maior concentração
• Sua composição faz com que de lipídios
esta parede seja o ponto de ação • Presença de lipopolissacarídeo
de vários antibióticos (LPS) .
DIFERENÇAS NA PAREDE CELULAR
Fímbrias

• Localizadas externamente à parede celular bacteriana


• São estruturas proteicas, também chamadas de pili.
• A proteína que forma a fímbria recebe o nome de pilina.
• São mais comuns em bactérias Gram (-)

• Existem dois tipos de fímbrias que se diferem quanto à função.


ü Fímbrias curtas e numerosas (adesão)
ü Fímbria única e mais longa , a fímbria sexual (pili sexual ou pelo F):
conjugação
Fímbrias

• Fímbrias curtas e numerosas:


• Dispostas ao redor de toda superfície
bacteriana
• Função de adesão (bactérias que
colonizam regiões cujo fluxo de
substância é grande, como a luz
intestinal e o canal da uretra)

• Fímbria única e mais longa chamada


fímbria sexual (pili sexual ou pelo F):
• Capaz de se ligar a outra por meio dessa
estrutura.
• Conjugação: Transferência de meterial
genético por plásmidio.
Fímbrias

• Fímbria única e mais longa chamada fímbria sexual (pili sexual ou pelo
F):
• Capaz de se ligar a outra bactéria por meio dessa estrutura.
• Conjugação: Transferência de meterial genético por plásmidio.
Flagelos

• Função é associada à locomoção.


• Estrutura do flagelo é constituída de
filamentos proteicos (flagelina).
• O flagelo bacteriano tem origem
membranar e se projeta através da
parede.

• A quantidade e a localização dos


flagelos variam conforme a espécie.
Flagelos

Podem ser:
• Monotríquios: um único flagelo
polar ex: Escherichia
• Lofotríquios: diversos flagelos
em uma só extremidade
• Anfitríquio ou axiais: dois
filamentos que entrelaçam e são
ligados aos dois polos celulares
ex: Treponema
• Peritríquios: distribuídos na
superfície celular ex: Salmonella
Cápsula ou glicocálice
• É uma camada gelatinosa localizada externamente à parede celular.
• Constituída de polissacarídeos, lipídios e proteínas.
• É utilizada na classificação sorológica de bactérias dentro de uma
determinada espécie e no grau de sua patogenicidade.
Cápsula
• A cápsula é conhecida por sua função
antifagocítica, ou seja, as bactérias
encapsuladas não são englobadas por células
de defesa com poder de fagocitose, como os
macrófagos e os neutrófilos.

• Essa capacidade permite que tais bactérias


neutralizem a ação do sistema imunológico e
consigam sobreviver mais tempo no
hospedeiro.
Esporos

• Algumas bactérias Gram (+)


Condições adversas do
são capazes de formar meio, como a presença de
Perda de um requisito
nutricional, como o
esporos. oxigênio para uma bactéria
aminoácido alanina.
anaeróbica.
• Estruturas de resistência

Quando uma bactéria forma


o esporo, ela entrará em um
estado vegetativo, ou seja,
sua taxa metabólica
reduzirá drasticamente e
ficará incapaz de se
reproduzir.
Exercício de fixação

• O que é microbiologia?
• O que são meios de cultura? Defina meios enriquecidos e seletivos.
• Qual a principal técnica utilizada na identificação de bactérias, justifique.
• Esquematize a sequência da coloração de Gram.
• Explique o que é microbiota comensal, sua função e importância.
• O que são patógenos?
• Quais as características da célula procarionte.
• Quais as diferenças de bactérias gram (+) e gram (-)?
• Defina fímbrias, flagelos, cápsula e esporos.
Metabolismo bacteriano
Metabolismo bacteriano

• Conjunto de reações responsáveis pela manutenção das funções


bacterianas básicas.

• O metabolismo bacteriano se faz necessário a fim de que ocorra:

– Produção de energia para a síntese de proteínas


– Estruturas citoplasmáticas
– Membrana plasmática
– Estruturas essenciais à sobrevivência da bactéria.
Metabolismo bacteriano

• Anabolismo: reações que • Catabolismo: reações que quebram


sintetizam novas estruturas, ou um determinado substrato resultando
seja, constrói elementos celulares. na formação de ATP.
Tipos de metabolismo
Respiração Anaeróbica Putrefação
• Ausência de oxigênio • Ocorre na ausência de O2
• Que quebra de nutrientes • Decomposição de proteínas
(carboidratos e proteínas) tendo • Produto final: ácido sulfídrico.
como aceptor final de elétrons
compostos inorgânicos.

Fermentação Respiração Aeróbica


• Ocorre na ausência de O2 • Presença de oxigênio
• Quebra parcial da molécula de • Quebra de nutrientes
carboidrato, gera diferentes (carboidratos e proteínas)
produtos finais. tendo o oxigênio como aceptor
final de elétrons.
Classificação bacteriana: Crescimento

Anaeróbicas obrigatórias
• Crescem na ausência de oxigênio
• Uma característica comum para a maioria dessas bactérias é a capacidade
de esporular, uma vez que elas são incapazes de crescer na presença O2.
Exemplo: Clostridium

Anaeróbicas facultativas
• Crescem tanto na presença como na ausência de oxigênio, mudando a sua
forma de metabolizar os nutrientes conforme a disponibilidade desse gás.
Exemplo: A maioria das bactérias de interesse médico.

Aeróbicas obrigatórias
• Têm o oxigênio como um elemento indispensável ao seu crescimento.
Exemplo: Mycobacterium
Crescimento e Reprodução Bacteriana

• As bactérias são seres unicelulares o que lhes permite uma reprodução


rápida para produzir mais células semelhantes.

• São necessários alguns “ingredientes” básicos, no caso, água e nutrientes.


• Heterotróficos
• Quimio-heterotróficas: Bactérias patogênicas

• A diminuição de nutrientes ou o acúmulo de produtos tóxicos no meio leva à


interrupção de outros eventos do processo de crescimento, mas mantém a
duplicação do cromossomo bacteriano até que ele esteja totalmente
duplicado, permitindo, em alguns casos, a esporulação.
Crescimento e Reprodução Bacteriana

• O principal substrato energético para a


maioria das bactérias é a glicose.

• Esse monossacarídeo pode ser convertido


em energia por meio de vias aeróbicas, no
caso a respiração aeróbica, como também
por vias anaeróbicas, mediante os
processos de fermentação e respiração
anaeróbica.
Dinâmica populacional
Em um meio de cultura, é possível identificar todas essas fases do crescimento bacteriano e determinar o tempo
que uma bactéria leva para crescer, bem como avaliar os efeitos de diferentes agentes antimicrobianos.

Fase de retardo (ou lag): • refere-se ao tempo que a bactéria leva para se adaptar ao meio.

Fase exponencial (ou • ocorre o aumento numérico das bactérias como consequência da divisão
log): celular e a redução dos nutrientes da cultura.

• as bactérias param de crescer por causa da falta de nutrientes (essa carência


Fase estacionária: de nutrientes é acompanhada pelo acúmulo gradual de substâncias tóxicas,
que tornam o meio impróprio para o crescimento bacteriano).

• acontece uma redução numérica da população bacteriana em decorrência de


Fase de declínio:
sua morte.
Crescimento e Reprodução Bacteriana
CURVA DE CRESCIMENTO BACTERIANO

Fase Fase Fase


Fase de declínio
lag log estacionária
Log do número de bactérias (UFC)

2
4

0 5 10
Tempo (horas)
Atividade

Ao seadministrar um antibiótico em um meio de cultura veremos a eficiência do


medicamento por meio das alterações da fase:

a) Apenas na Fase Lag.


b) Apenas nas Fases Log e Estacionária.
c) Apenas na Fase Estacionária.
d) Apenas na Fase de Morte.
e) Apenas nas Fases Lag e de Morte.
Genética e reprodução bacteriana

• Genes: sequências de nucleotídeos que têm funções biológicas.


• Genoma: conjunto de genes de um determinado organismo.
• Os genes estão organizados num único cromossomo circular, que fica
localizado na região nucleoide, é lá que encontramos o genoma bacteriano.

• Plasmídeos: elementos genéticos extracromossômicos.


• encontrados em bactérias Gram (-), porém não são estruturas obrigatórias
nas bactérias.
• Não são essenciais para a sobrevivência da bactéria, mas podem expressar
produtos biológicos que forneçam vantagem seletiva à bactéria e,
principalmente, ser transferidos de uma bactéria a outra.
Genética e reprodução bacteriana

Para que haja a divisão da célula bacteriana, é imprescindível, assim como nas eucariontes, que aconteça
a replicação do cromossomo bacteriano. Ademais, nas bactérias é importante que ocorra a extensão dos
elementos citoplasmático e da parede celular.
Fímbrias

• Fímbria única e mais longa chamada


fímbria sexual (pili sexual ou pelo F):
• Capaz de se ligar a outra bactéria por
meio dessa estrutura.
• Conjugação: Transferência de meterial
genético por plásmidio.
Fissão binária transversal

Para que haja a formação das


Esse septo inicia sua formação no
células filhas, é necessário a
meio da célula e cresce de lados
produção de um septo que
opostos em direção ao centro da
atravesse a parede celular e
célula.
separe as células-filhas formadas.

Porém, existem situações cuja


separação não é total, ou seja, as
células-filhas permanecem ligadas,
Quando os dois lados se
levando à formação de cadeias,
encontrarem, existirá a separação
como as observadas em colônias
total das duas células-filhas.
de Streptococcus pneumoniae e As células bacterianas geradas pelo
dos cachos visíveis em colônias de processo de fissão são geneticamente
Staphylococcus aureus. idênticas, e o tempo que uma célula-
mãe leva para originar as duas células-
filhas é chamado de tempo de geração.
Obrigada!!!

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