Resumo Completo Abbas
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RESPOSTA IMUNOLÓGICA
IMUNIDADE INATA/NATURAL/NATIVA
IMUNIDADE ADAPTATIVA/ESPECÍFICA/ADQUIRIDA
Resposta imune adaptativa divide-se em: imunidade humoral: mediada por anticorpos
produzidos pelos linfócitos B; imunidade celular: mediada por linfócitos T. Tem como função a
destruição dos micro-organismos que residem nos macrófagos ou a destruição das células
infectadas para eliminar os reservatórios da infecção.
IMUNIDADE ATIVA
Expansão clonal: aumenta o número de linfócitos específicos para determinado antígenos para
fazer frente à capacidade replicativa dos micro-organismos.
Especialização: gera respostas que são ideais para a defesa contra diferentes tipos de micro-
organismos.
Uma pequena população de linfócitos T que expressam uma proteína de superfície celular
encontrada nas células NK é constituída pelas células NKT. As várias classes de linfócitos podem
ser diferenciadas pela expressão de proteínas de superfície, que são denominadas moléculas
CD.
APCs: os antígenos são capturados e apresentados aos linfócitos específicos. As APC com
maior grau de especialização são as células dentríticas que capturam os antígenos provenientes
do meio externo e os leva até os órgãos linfoides, apresentando-os aos linfócitos virgens, que
iniciam a resposta imunológica.
Células Efetoras: medeiam o efeito final da resposta imunológica. Ex.: linfócitos T ativados,
fagócitos mononucleares e outros leucócitos.
OBS: APC presente em órgãos linfoides e linfócitos presentes em órgãos linfoides e sangue
(podem migrar).
IMUNIDADE INATA
Defesa antiviral: promove alterações celulares que impedem a replicação viral. Reação mediada
por citocinas, em que as células adquirem resistência a infeção viral, e na destruição pelas
células NK das células infetadas por vírus.
Sistema complemento: ativada por superfícies microbianas. São gerados produtos de clivagem
proteolítica que medeiam as respostas inflamatórias, revestem os micro-organismos para a
fagocitose e lisam diretamente os micro-organismos.
IMUNIDADE ADAPTATIVA
Células T auxiliares: aumentam a capacidade microbicida dos fagócitos, que inferem os micro-
organismos e os destroem.
Linfócitos T citotóxicos (CTL): destroem células infectadas por micro-organismos que são
inacessíveis aos anticorpos e a destruição fagocítica.
SEGUNDA ETAPA: reconhecimento dos antígenos pelos linfócitos. Seleção clonas: clone de
linfócitos específicos para certo antígeno desenvolvem-se antes e independentemente de sua
exposição ao antígeno.
TERCEIRA ETAPA: Imunidade celular – ativação dos linfócitos T e eliminação dos micro-
organismos intracelulares. Os linfócitos TCD4+ auxiliares secretam a citocina IL-2, que é um fator
de crescimento que atua sobre os linfócitos ativados por antígenos e que estimula a expansão
clonal. Parte da progênie diferencia-se em células efetoras que podem migrar para o local de
infecção e inflamação. Outras células T efetoras CD4+ secretam citocinas que estimulam a
produção de uma classe especial de anticorpos, a IgE e ativam leucócitos, os eonisófilos,
capazes de manter parasitas que podem ser demasiado grandes para serem fagocitados. Os
linfócitos CD*+ ativado proliferam e diferenciam-se em CTL, que destroem as células que contêm
micro-organismos no citoplasma (vírus ou bactéria).
QUARTA ETAPA: Imunidade humoral: ativação dos linfócitos B e eliminação dos micro-
organismos extracelulares. A resposta das células B a antígenos proteicos exige sinais
ativadores das células TCD4+. Parte da progênie dos clones expandidos de células B diferencia-
se em plasmócitos secretores de anticorpos. Os antígenos de polissacarídeos e liídeos
estimulam secreção de IgM, e os proteicos de IgM, IgG, IgA ou IgE. Os anticorpos ligam-se aos
micro-organismos neutralizando-os e impedindo que entrem nas células.
QUINTA ETAPA: Memória Imunológica. A ativação inicial dos linfócitos gera células de memória
de vida longa, que podem sobreviver durante anos após a infeção. São mais efetivas no combate
contra micro-organismos que os linfócitos virgens, pois representam um reservatório expandido
de linfócitos específicos para um determinado antígeno e respondem mais rapidamente e de
modo mais efetivo.
Fagócitos (neutrófilos e macrófagos): são células cuja função primária é identificar, ingerir e
destruir micro-organismos. Recrutamento > reconhecimento > ativação dos fagócitos >
fagocitose > destruição dos micro-organismos.
OBS.: se os neutrófilos não forem para os sítios onde ocorre a inflamação, ele sofre apoptose e
é fagocitado por outros macrófagos residentes do fígado ou do baço.
Funções dos macrófagos: ingestão e morte dos micro-organismos (enzimas de espécies reativas
de O e N e digestão proteolítica); ingestão de células mortas do hospedeiro após a infecção ou
resolução da lesão tecidual; ingestão de células apoptóticas antes que elas possam causar
inflamação; secretam citocinas; atuam como APC que apresentam antígenos e ativam linfócitos
T; reparam os tecidos lesionados pelo estímulo ao crescimento de novos vasos sanguíneos e
pela síntese de matriz extracelular rica em colágenos. Os macrófagos apresentam receptores
semelhante a Toll. A ativação dos macrófagos também ocorre quando receptores na membrana
plasmática se ligam a opsoninas na superfície do micro-organismo. Na imunidade adaptativa, os
macrófagos são ativados por citocinas secretadas e proteínas de membrana de linfócitos T.
APC: capturam o antígenos microbiano e outros antígenos e o apresenta aos linfócitos, fornecem
sinais que estimulam a proliferação e a diferenciação desses linfócitos. Células dendríticas: APC
que ativam células T virgens (produzem citocinas). APC para linfócitos T efetores: macrófagos
apresentam antígenos para os linfócitos T auxiliares nos sítios de infecção, conduzindo a
ativação dessas células e a produção de moléculas para posterior ativação dos macrófagos; as
células B apresentam antígenos para as células T auxiliares nos gânglios linfáticos e no baço, o
que é uma etapa chave na cooperação de células T auxiliares com células B na resposta imune
humoral aos antígenos proteicos.
Linfócitos T citotóxicos (CTL) são células TCD8+ efetoras que podem reconhecer antígenos em
qualquer tipo de célula nucleada e tornar-se ativa para matar a célula.
Linfócitos: principais células da imunidade adquirida. São os únicos que expressam receptores
de antígeno distribuídos clonalmente, cada qual com uma especificidade distinta para diferentes
determinantes antigênicos. Linfócitos B: derivados na medula óssea e sofrem maturação nela.
Linfótos T: derivados na medula óssea e sofrem maturação no timo. NK: apresentam funções
efetoras semelhantes as da CTL.
Os linfócitos se originam na medula óssea. Os órgãos linfoides primários são locais onde ocorrem
as principais etapas de desenvolvimento dos linfócitos (ex.: medula óssea e timo). As células B
e T maduras são os linfócitos virgens. Na resposta imune adaptativa, os linfócitos virgens migram
para os órgãos linfoides periféricos, onde são ativados pelos antígenos a proliferam e
diferenciarem em células efetoras e de memorias, algumas das quais depois migram para os
tecidos. Proliferação da célula virgem = expansão clonal.
As células virgens podem se diferenciar em linfócitos efetores que incluem as células T auxiliares,
CTL e plasmócitos secretores de anticorpos.
Órgãos linfoides periféricos ou secundários: principal sitio onde ocorre apresentação dos
antígenos. Eles segregam anatomicamente os linfócitos B e T, exceto em momentos específicos,
quando é necessária a interação entre essas células. Ex.: gânglios linfáticos, sistema imune
cutâneo e sistema imune de mucosas.
A proliferação e a diferenciação das células precursoras na medula óssea são estimuladas por
citocinas (fatores estimuladores de colônia). A medula também apresenta plasmócitos secretores
de anticorpos. Conforme as células T do timo (timócitos) vão amadurecendo, migram em direção
a medula, de modo que a medula contém a maioria das células T maduras. Somente as células
T maduras saem do timo e entram no sangue e nos tecidos linfoides periféricos. OBS.: na medula
óssea encontrada nos ossos chato, ocorre a hematopoese. O fígado e o baço são locais de
hematopoese extramedular.
SISTEMA LINFÁTICO
Vasos especializados que drenam líquidos dos tecidos para os gânglios linfáticos e desses para
o sangue. (Essencial para a homeostase dos líquidos teciduais e das respostas imunológicas).
Ele capta antígenos microbianos do sítio de entrada e transporta-os aos gânglios linfáticos, onde
podem deflagrar a resposta imune adaptativa. As células dendríticas presentes nos tecidos,
capturam o antígeno e entram nos vasos linfáticos. Alguns micro-organismos e antígenos
solúveis são captados diretamente pelo sistema linfático, independentemente das células
dendríticas. Os gânglios linfáticos, ao longo dos vasos linfáticos, tem acesso aos antígenos
encontrados nos epitélios e provenientes do líquidos intersticial na maioria dos tecidos. As
quimiocinas (citocinas quimioatrativas) determinam em que local as células B e T residirão no
gânglio linfático.
BAÇO
Órgão altamente vascularizadas cujas principais funções são retirar da circulação células
sanguíneas lesionadas e senescentes e partículas (como imunocomplexos e micro-organismos
opsonizados), além de iniciar as respostas imunológicas adaptativas aos antígenos capturados
do sangue. Indivíduos sem baço são mais suscetíveis a infecções por bactérias capsuladas.
Polpa vermelha: sinusóides. Polpa branca: linfócitos.
Tecidos linfoides associados a mucosa (MALT) para antígenos ingeridos e inalados na mucosa
gastrointestinal e brônquica.
Tanto a pele quanto o MALT contêm grande quantidade de células das imunidades inatas e
adquiridas.
Previne, controla ou elimina a infecção do hospedeiro por muitos patógenos; Reparo tecidual,
pois eliminam células infectadas (DAMP – Padrões moleculares associados a danos) ou mortas
do hospedeiro; Estimula as respostas imunológicas adaptativas e podem influenciar a natureza
das respostas específicas.
Obs.: há moléculas solúveis no sangue e nos fluidos extracelulares que também reconhecem
PAMP, o que facilita a eliminação de micro-organismos nesses locais.
NLR (receptores semelhantes a NOD): Ex. NOD1 e NOD2. Presente no citoplasma de fagócitos
e células epiteliais.
RLR (receptores semelhantes a RIG): Ex.: RIG-1 E MDA-5. Presente no citoplasma de fagócitos.
TLR: respondem a micro-organismos, mas não a células saudáveis. Possuem motivos repetidos
ricos em leucina, motivo de flanqueamento rico em cisteína e domino TIR (toll/receptor de IL-1).
TLR-1,2,4,5 e 6 se encontram na membrana plasmática. TLR-3,7,8, e 9 são expressos no interior
das células.
As vias de sinalização iniciadas pela interação entre o ligante e o TLR leva a ativação de fatores
de transcrição. Os principais deles são: NF-KB (fator nuclear KB), AP-1 (proteína ativadora 1),
IRF3 e IRF7 (fator de resposta ao interferon 3 ou 7). O NF-KB e AP-1 estimula a expressão de
genes que codificam moléculas necessárias às respostas inflamatórias: citocinas (TNF e IL-1),
quimiocinas (CXCL8) e moléculas de adesão endotelial (selectina). O IRF3 e IRF7 promovem a
produção de interferons do tipo 1 (IFNalfa e IFNbeta), importantes para o desenvolvimento de
respostas imunes inatas antivirais.
Barreiras epiteliais: além das barreiras intactas são capazes, as células epiteliais, de
produzis substâncias químicas antimicrobianas (defensinas e catelicinas, que tem efeito tóxico
aos micro-organismos) que impedem a entrada de micro-organismos (pele, mucosas dos tratos
gastrointestinal, respiratório e genitourinário). Além disso, as barreiras epiteliais contêm certos
tipos de linfócitos, incluindo linfócitos T intraepiteliais, que reconhecem e respondem aos micro-
organismos encontrados.
Células assassinas naturais (NK [sangue, baço, fígado e útero gravídico] – Natural
killer): linfócitos distintos de B e T atuam principalmente contra vírus e bactérias intracelulares.
Realizam sua função de morte sem a necessidade de expansão clonal e diferenciação, assim
como ocorre em linfócitos T citotóxicos (CTL). As NK diferenciam células infectadas e sob
estresse de células saudáveis, e sua ativação é regulada pelo equilíbrio entre sinais gerados por
receptores de ativação e de inibição. Muitas células NK expressam receptores inibidores que
reconhecem moléculas do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) de classe 1, que
são proteínas de superfície celular normalmente expressas por quase todas as células saudáveis
do corpo (célls tumorais = sem MHC classe 1).
MHC classe 1: regulam a ativação das células NK e apresentam peptídeos derivados
de proteínas citoplasmáticas, incluindo as microbianas, na superfície celular, para serem
reconhecidos por linfócitos TCD8+.
As citocinas do sistema imune inato que estimulam a função das células NK são: IL 12,
IL 15, IL 18 e interferons de tipo 1. Essas citocinas aumentam a atividade citotóxica das células
NK e a quantidade de IFN-y SECRETADO PELAS CÉLULAS NK.
As células NK têm grânulos contendo proteínas que medeiam a morte da célula alvo. A
ativação das células NK leva a liberação de seus grânulos contendo perforina e granzinas, que
induzem a apoptose.
O IFN-y derivado de células NK ativa macrófagos, como o IFN-Y produzido por linfócitos
t, e aumenta a capacidade de morte das bactérias fagocitadas por estas células. O IFN-y
produzido por células NK nos gânglios linfáticos pode também direcionar a diferenciação dos
linfócitos T virgens em células Th1.As células NK matam as células infectadas por vírus antes
da ativação completa de CTL antígeno-específicos, insto é, nos primeiros dias depois da
infecção.
Resposta inflamatória
A principal forma pela qual o sistema imune inato lida com infecções e lesões teciduais
são através da indução da inflamação aguda, que é o acumulo de leucócitos, proteínas
plasmáticas e fluidos derivados do sangue em um sitio de infecção ou lesão no tecido
extracelular.
A inflamação crônica ocorre após a inflamação aguda caso a infecção não seja eliminada
ou em resposta a lesão tecidual prolongada. Este tipo de inflamação envolve o recrutamento e
ativação de monócitos e linfócitos.
TNF (ou TNFalfa): provoca necrose de tumores, inflamação local e trombose de vasos
sanguíneos. Sua produção é estimulada por PAM e DAMP. O TNF pode estimular fagócitos e
outros tipos celulares a produzirem IL 1.
IL1: não é produzida por macrófagos e sim por neutrófilos, cells epiteliais e endoteliais. Duas
formas: IL1(alfa) e IL1(beta – forma ativa secretada)
IL6: apresenta efeitos locais e sistêmicos, inclui a indução da produção de outros mediadores
inflamatórios pelos hepatócitos e a diferenciação de linfócitos T auxiliares (helper) produtores de
IL17. Sintetizada por fagócitos e outras cells em resposta à PAMPS, IL1 E TNF.
As citocinas TNF, IL1 E IL6, as quimiocinas que são secretadas em sítios locais de infecção ou
em locais de lesão tecidual, tem múltiplos efeitos sobre as cells endoteliais, os leucócitos e a
medula óssea, que juntos aumentam a concentração local de cells que podem combater os
patógenos e recuperar os tecidos. Os leucócitos acumulados dos tecidos compõem o infiltrado
inflamatório.
Diminuição de TNF – falha no controle das infecções
O TNF e a IL1 estimulam a secreção de citocinas por diferentes cells, que se ligam a monócitos
e neutrófilos estimulando o movimento direcionado de leucócitos.
Fagocitose:
Os peptídeos microbianos da destruição do antígeno são apresentados aos linfócitos T, que por
sua vez, inicia as respostas imunológicas adaptativas.
Os neutrófilos e macrófagos ativados matam os microorganismos ativados por meio da ação de
moléculas microbicidas nos fagolisossomos (Fagossomo + lisossomo)
Esses produtos podem gerar lesões em meio extracell, pois não diferenciam o próprio do não-
próprio. Os macrófagos ativados também produzem fatores de crescimento que auxiliam no
remodelamento do tecido após lesões e infecções.
IL12: estimula a prod de IFN (gama) por NK e linfocitos T, promove a diferenciação de cells Th1,
aumenta a citotoxidade mediada por NK e CTL.
IL18: aumenta as funções das cells NK
IL15: estimulador do crescimento e da sobrevivência das cells NK e linfócitos T.
Resposta viral:
A principal forma utilizada pelo sist imune inato no combate às infecções virais é a indução da
expressão de IFN(do tipo 1), cuja ação é a inibição da replicação viral. O IFN(do tipo 1) interagem
com seu receptor, ativando a transcrição de diversos genes que conferem ás cells resistência à
infecção viral, chamado estado antiviral. Os IFN(do tipo 1) sequestram os linfócitos T dos
gânglios linfáticos , maximizando a oportunidade de encontro com os antígenos microbianos. Os
IFN(do tipo 1) aumentam a citotoxidade de cells NK e CLT CD8+ e promovem a diferenciação
de linfócitos T virgens em linfócitos T auxiliares (Th1). O IFN(do tipo 1) regula positivamente a
expressão de mol de MHC de classe 1 e portanto aumentam a probabilidade de que as cels
infectadas por vírus sejam reconhecidas e mortas por CTL CD8+. A proteção contra vírus é
devida, em parte, à ativação de vias intrínsecas de morte por apoptose em cels infectadas e ao
aumento da sensibilidade a indutores extrínsecos da apoptose.
A resposta imune inata fornece sinais que induzem juntamente com o antígeno, a proliferação
de linfócitos T e B antígeno-dependentes. A função da resp imune inata é iniciar a resp imune
adaptativa, além de fornecer a 1ª linha de defesa contra micro-organismos.
Hipótese dos dois sinais de ativação de linfócitos:
Citocinas:
- A IL10 inibe a produção de citocinas inflamatórias por macrófagos ativados e cels dendriticas,
incluindo IL1, TNF e IL12. É UM REGULADOR NEGATIVO (alça de retroalimentação
negativa).
- Antagonista do receptor de IL1 (IL-1RA): citocina inibitória de IL1.
- A secreção de citocinas inflamatórias por diversos tipos celulares parece ser regulada pelos
produtos de genes autofágicos (Atg).
- Há numerosas vias de sinalização de regulação negativa que bloqueiam os sinais de ativação
gerados por receptores de reconhecimento de padrões e citocinas inflamatórias. ( Ex.: SOCS
inibem a via de sinalização JAK-STAT. Existem outros exemplos de cinases e fosfatases que
inibem sinalizando por TLR, NLR e RLR.)
Células dendríticas atuam principalmente nas células T virgens. Macrófagos e linf B atuam
principalmente na ativação de linf T CD4+. As cells dendríticas e macrófagos expressam toll like
receptors – sensores de produtos microbianos. E uma vez ativados aumentam a expressão das
moléculas do MHC, o que intensifica a ação das APCs. Além disso, as cells dendríticas
expressam receptores de quimiocinas que estimulam a sua migração até os locais onde estão
as cells T (perdem a aderência ao epitélio quando ativadas).
- órgãos linfoides
- epitélio da pele, TGI e respiratório
- espaço intersticial de órgãos parenquimatosos
As CD são ativadas pela ligação de prod. microbianos aos receptores toll like e por citocinas
(TNF). As CD capturam os antígenos através de receptores de lectina na sua superfície. Uma
vez endocitados os antígenos são processado em peptídeos capazes de se ligar a moléculas de
MHC. As CD através da ação de quimiocinas migram para os gânglios linfáticos e lá entram em
contato com cells T. Além disso, as CD podem ingerir células infectadas e apresentar os
antígenos dessas cells aos linf. T CD8+
Os antígenos também podem ser transportados aos órgãos linfoides na forma solúvel. Eles são
capturados por CD dendriticas residentes no baço (sangue) e nos gl. Linf (linfa).
Outras APCs:
A expressão das mol. De MHC é aumentada pelas citocinas (princ. Interferons) produzidas
durante as respostas imunes (inata (NK) e/ou adaptativa).
A ligação de peptídeos as moléculas do MHC é uma interação não covalente mediada por
resíduos tanto nos peptídeos quanto nas fendas das mol de MHC. Como muitos dos resíduos
dentro e ao redor da fenda de ligação de peptídeos das mol do MHC são polimórficos (diferem
entre vários alelos), favorece a ligação de diferentes peptídeos.
- Conversão dos antígenos proteicos presentes no citosol. Essas proteínas podem ter se
originado de antígenos (virais ou tumorais) que foram internalizados em fagossomos e que
escaparam para o citosol. Geram peptídeos associados à MHC de classe I. As prot citosólicas
sofrem degradação (nos proteassomas – complexo multienzimático, que destrói moléculas
ubiquitinizadas ou em proteases citosólicas – antígenos não ubiquitinizados), são transferidas
para o RE ( TAP – transportador associado ao processamento de antígeno) e ligados a mol de
classe I recém-sintetizadas. O complexo peptídeo-MHC é então expresso na superfície celular,
onde pode ser reconhecido pelo linfócito T CD8+.
Algumas Cd tem a capacidade de capturar e de ingerir cels infectadas por vírus ou cells tumorais
e apresentar os antígenos virais ou tumorais a linfócitos T CD8+ virgens. Esse processo é
chamado de apresentação cruzada, CD pode apresentar antígenos de outra cell e ativar as
cells T especificas para esses antígenos.
Alguns tipos de cells T são capazes de reconhecer antígenos não proteicos sem a participação
de mol de MHC. Dentre elas estão as cells NKT (lipídeos e glicolipideos).
Introdução:
Durante o desenvolvimento de linfócitos B e T maduros de células precursoras ocorre a
expressão de uma grande diversidade de receptores de antígenos. Desenvolvimento/maturação
dos linfócitos é o processo pelo qual progenitores de linfócitos dos órgãos linfoides se diferenciam
em linfócitos maduros. O repertório imune é constituído pelo conjunto de receptores de antígenos
expressos pelos linfócitos B e T. A maturação inicia com sinais de receptores da superfície da
célula que promovem a proliferação dos progenitores e também induzem a expressão de fatores
de transcrição que atuam em conjunto para iniciar o rearranjo dos genes dos receptores de
antígenos específicos e comprometer as células em desenvolvimento em uma célula B ou T.
Processos que ocorrem nos órgãos linfoides durante a maturação dos linfócitos B e T: 1.
Comprometimento das células progenitoras com as B e T; 2. Aumento de células comprometidas
imaturas em estágios específicos de desenvolvimento e progenitores, capazes de gerar linfócitos
úteis; 3. Rearranjo dos genes receptores de antígenos e expressão de proteínas receptoras de
antígenos; 4.Seleção das células que expressam antígenos corretos e eliminação das que agem
contra antígenos próprios; 5. Separação das células B e T em subpopulações funcionais e
fonotipicamente distintas, o que vai definir a especialização do sistema imune adaptativo
Os pontos de controle são as etapas intrísicas do desenvolvimento dos linfócitos, onde as células
passam por um “teste” pra só assim continuarem amadurecendo. Um dos pontos de controle são
baseados na produção da proteína receptora de antígeno e na montagem do receptor completo.
As células B depois que sofrem rearranjo do gene H, expressam proteína Ig H e montam um pré-
receptor de antígeno (pré-BCR). As células T depois que sofrem rearranjo dos genes da cadeia
beta do TCR sintetizam proteína beta e montam um pré-receptor (pré-TCR). Se as células
sofrerem rearranjo inadequado não ocorre expressão dos pré-receptores, consequentemente
ocorre morte celular programada, pois os pré-receptores e os receptores de antígenos liberam
sinais necessários para a sobrevida, proliferação e maturação continuada das células que
passaram no “teste”.
Os linfócitos que ultrapassam o primeiro ponto de controle continuam o seu desenvolvimento até
a maturação. Na fase que ainda estão imaturos pode ocorrer a eliminação/mudança de células
prejudiciais (reconhecem estruturas próprias) por deleção clonal e preservação de receptores de
antígenos úteis, através da seleção negativa, e da seleção positiva, respectivamente. A seleção
negativa é um importante mecanismo da tolerância, ou tolerância central, aos antígenos próprios.
Três loci codificam todas as cadeias pesadas e as cadeias k e ômega das Ig. Na extremidade 5’
de cada um dos loci das Ig contém um segmento gênico chamado V, em cada locus os
segmentos V estão espaçados por intervalos longos de DNA. Na extremidade 5’ de cada
segmento V, existe um éxon líder que codifica de 20 a 30 resíduos N-terminais na proteína
traduzida. São encontradas sequências de sinais em todas as proteínas secretadas recém-
sintetizadas envolvidas na orientação dos polopieptídios nascentes traduzidos nos ribossomos
ligados à membrana do retículo endoplasmático. Próximo ao éxon líder tem um promotor do gene
V, onde a transcrição pode ser iniciada.
Em 3’, encontram-se os segmentos J, ligados aos éxons que codificam a região constante. Entre
os segmentos V e J, existem os segmentos D. Cada locus de Ig possui o arranjo distinto e número
variados de genes que codificam a região C.
O rearranjo dos genes das Ig e dos TCR é um tipo de recombinação não homóloga do DNA,
mediado pelas atividades coordenadas de várias enzimas. O processo de recombinação V(D)J
pode ser dividido em 4 eventos: 1. Sinapse, onde dois segmentos codificadores selecionados e
suas RSS adjacentes são aproximados; 2. Clivagem, onde a proteína Rag-1(gene ativador da
recombinação I) associada a proteína Rag-2 (gene ativador da recombinação 2), cliva o DNA na
junção entre o hepâmero e o segmento codificador, formando uma estrura semelhante a um
grampo; 3. Abertura do grampo e processamento das extremidade, onde os grampos são abertos
por uma endonuclease denominada Artemis, e bases podem ser adicionadas ou retiradas das
extremidades; 4. Junção, ligação dos grampos por um processo denominado junção não
homóloga, para isso acontecer é necessária a intervenção do complexo Ku70/Ku80/DNA-PK
XRCC4/DNA Ligase IV.
Os linfócitos B, inicialmente são negativos para as Ig, desenvolvem-se em células imaturas que
expressam moléculas de IgM e depois vão da medula óssea para o baço amadurecer. No baço,
as células que se desenvolvem em células B foliculares expressam IgM e IgD. Essas células B
foliculares vão para os folículos linfoides, onde são capazes de reconhecer antígenos estranhos
e responder a eles.
1. Estágio pró-B e pré-B de desenvolvimento das células B: As células pró-B são as primeiras
células da medula óssea comprometidas com a linhagem de células B, elas não produzem Ig,
mas expressam CD19 e CD10, moléculas restritas à linhagem B. As Ig ocorrem nas cadeias
pesada, onde são recombinadas, promovendo a aproximação do segmento gênico D e J (passo
1-DNA de linhagem germinativa). Após a ocorrência da recombinação D-J, um dos genes V se
une a unidade DJ, dando origem ao éxon V(D)J (passo 2-Rearranjo do DNA). A recombinação
de V-para-DJ constitui um evento crítico para a expressão de Ig. Os éxons da região C das
cadeias pesadas permanecem separados do complexo VDJ, e os genes de cadeias pesadas de
Ig rearranjado é transcrito para produzir um complexo VDJ + éxons C (passo 3-Produto de
Transcrição primária do RNA). Depois ocorre o processamento do RNA, dando origem ao mRNA
(passo 4-RNA mensageiro). Se o RNA mensageiro for derivado de um lócus de Ig, em que o
arranjo foi produtivo, a tradução do mRNA da cadeia pesada leva a síntese de proteína M(passo
5-Polipeptídeo nascente). E agora a célula passa a se chamar pré-B, que são as células de
linhagem B que expressam a proteína M.
As CTH derivadas do fígado fetal são os precursores das células B-1. As CTH derivadas da
medula óssea dão origem à maior parte das células B, algumas vezes denominadas células B-
2. Essas células passam rapidamente por dois estágios de transição e podem se comprometer
com o desenvolvimento de células B da zona marginal, ou células B foliculares. Essa decisão
quanto ao destino das células representa um evento de seleção positiva nos linfócitos B, ligado
ao comprometimento da linhagem.
As células B pertencem em maior parte ao subgrupo de células B foliculares e expressam IgD
além de IgM. (COEXPRESSÃO DA IGM E DA IGD – FIG. 8-18).
O timo constitui o principal local de maturação das células T. A ausência congênita do timo, como
a que ocorre na síndrome de DiGeorge, caracteriza-se por baixos números de células T maduras
na circulação e nos tecidos linfoides periféricos e por grave deficiência na imunidade mediada
por células T.
Os linfócitos T tem sua origem de precursores multipotente no fígado fetal e na medula óssea
adulta, depois migram para o timo onde, quando em desenvolvimento, são chamadas de
timócitos. No timo ocorre proliferação e maturação das células T. As moléculas do MHC das
classes I e II e as células do estroma do timo (através da secreção de citocinas e quiocinas) são
as responsáveis pela maturação das células T
A partir da ativação dos linfócitos T virgens (naive), os quais apresentam receptores pre-
determinados para qqr antígeno são geradas células efetoras e de memória, altamente
específicas. Elas apresentam receptores para fragnmentos peptídicos ligados ao complexo
MHC.
Ativação dos naive ocorre na zona de célula T dos órgãos linfoides secundários (eles recirculam
nesses órgãos, haja vista que cells T amadurecem no Timo), onde encontram antígenos
apresentados por cells dentriticas. Estas capturam os antígenos proteicos na circulação e os leva
até os glanglios linfáticos. Essa ativação ocorre qndo naive reconhece os complexos de
peptídeos MHC e recebe sinais coestimuladores das cells dendriticas. A partir dai esse
reconhecimeto: induz a proliferação(expansão clonal) de linfócitos específicos e diferenciação
em efetores e de memoria. As cell T efetoras vao reconhecer os antígenos nos órgão linfoides e
nos tecidos não linfoides periféricos para então eliminá-los (são induzidas pela inlfamação e pelo
dano ao tecido): CD4 –secreta citocinas que: ativa os macrófagos a matar os microorganismos
fagocitados, recruta leucócitos; ajudam as cells B a se diferenciarem em cell secretadoras de
anticorpos/ CD8-destroem cells infectadas e cell tumorarais q expressam antígenos associados
a MHC1. Depois disso são geradas as cells de memoria e as respostas das cells T diminuem
para q o corpo volte para homeostasia.
Coestimulação: moléculas tb expressas pelas APCs (“segundo sinal”), que funcionam junto com
o primeio sinal que é o estimulo dado pelo antígeno. Anergia: ausência de coestimulação leva as
cells T não responderem aos antígenos.
As cell CD4 virgens produzem IL-2, as cell CD4 efetoras tem capacidade de expressar moléculas
de superfície e secretar citocinas que ativam outra cell (linfócitos B, macrófagos e cell
dendríticas).
As cell CD4 Th1, Th2 e Th17 atuam contra diferentes antígenos em diferentes locais. Existem
outros tipos de cell CD4: auxiliares, reguladoras, e um grupo que não é classificável por
apresentar padrões mistos ou limitados.
Em muitas doenças autoimunes crônicas, o dano tecidual é causado por neutrófilos, macrófagos
e cell T, enquanto nas alergias a lesão contém eusinófilos abundantes e outros leucócitos.todas
essas reações imunológicas diferentes são dependentes das cell T CD4, que consistem em
vários subtipos com diferentes atuações por produzirem diferentes citocinas, fatores de
transcrição. Th1: IFN-y / Th2: IL-4, IL-5 e IL-3. / Th17: IL-17 e IL-22.
Por essas razões que uma vez que a resposta imune se desenvolve ao longo de uma via efetora
ela se torna cada vez mais polarizada nessa direção, sendo a polarização mais extensa vista
nas estimulações imunes prolongadas, nas infecções crônicas, e exposições crônicas a
antígenos ambientais.
A diferenciação de cada tipo é induzida pelo patógeno que melhor combate. A Th1 é estimulada
por antígenos intracelulares, sendo as melhores combatentes a esse tipo. Assim como a Th2 é
induzida por helmintos e produz citocinas críticas para combate-los. E Th17 é induzida por alguns
fungos e bactérias.
Diferenciação de Th1:
É induzido principalmente pelas citocinas IL-2 e IFN-Y, e ocorrem em resposta aos micro-
organismos que ativam (infectam) as cell dendríticas, macrófagos e cell NK, como muitas
bactérias intracelulares, vírus, e outro antígenos proteicos. Essas infecções estão associadas a
produção de citocinas IL-12, IL-18 e interferons do tipo I – que são associadas ao fenótipo Th1.
Outros micro-organismos estimulam as cell NK a produzir IFN-y que é uma forte citocina indutora
para Th1, e age sobre as cell dendríticas e macrófagos para prduzirem IL-12.
Uma vez desenvolvidas as Th1 ela liberam IFN-y fazendo retroalimentação positiva
(amplificação) e que inibe a diferenciação em outros subtipos. Ainda algumas cell T por meio dos
ligantes CD40 estimulam a secreção de IL-12.
O IFN-y induz a expressão do fator de transcrição T-bet via STAT1. Assim T-bet promove a
produção de IFN-y (alça de ampliação positiva – IFN-y T-bet; T-bet INF-y). O IL-12 ativa o
fator de transcrição STAT4 que intensifica a produção de IFN-y.
Diferenciação de Th2:
É estimulada por IL-4, e ocorre em resposta aos helmintos e alérgenos – frequentemente com
pouca inflamação (indução de resposta imune inata), mas com estimulação percistente ou
repetida. O IL-4 é produzido marjoritariamente por Th2, então se supõe que também seja
produzida por mastócitos, e possivelmente, basófilos e eusinófilos recrutados, e ainda por cell T
CD4 virgens estimuladas pelos antígenos. Dessa forma se o antígeno é persistente e presente
em altas concentração, a concentração de IL-4 aumenta, e ainda se o antígeno não desencadeia
a inflamação ocorre a diferenciação crescente em Th2.
Uma vez desenvolvidas as Th2 elas produzem IL-4 e fazem retroalimentação positiva, e inibem
o desenvolvimento de outros subtipos.
A IL-4 ativa o fator de transcrição STAT6, que junto com os sinais vias TCR nduzem a expressão
de GATA-3. GATA-3 é um fator de transcrição para IL-4, IL-5 e IL-13 que são citocinas
definidoras do fenótipo Th2 (alça de ampliação positiva – IL-4 GATA-3; GATA-3 IL-4). Além
disso GATA-3 deixa acessíveis os genes de Th2, e inibe a diferenciação de Th1.
Diferenciação de Th17:
É estimulado por citocinas pró-inflamatórias (como IL-6, IL-1 e IL-23) produzidas em resposta a
bactérias e fungos. A IL-23 é mais importante para a proliferação do que para a indução de Th17.
Th17 é inibida por IFN-y e IL-4. O TGF-β que é uma citocina anti-inflamatória produzida por
muitos tipos de cell, promove o desenvolvimento, via inibição de Th1 e Th2, de Th17 quando
está presente IL-6 ou IL-1.
Uma vez desenvolvidas as Th17 elas fazem retroalimentação positiva por IL-21.
TGF-β, IL-6 e IL-1 trabalham conjuntamente para induzir a produção do fator de transcrição
RORyt, IL-6 ativa o fator de transcrição STAT3 que funciona junto com RORyt para induzir Th17.
As cell Th17 são abundantes nas mucosas, principalmente intestinal, sugerindo que o ambiente
tecidual influencie a sua geração, e que elas são importantes para infecções intestinais.
As cell T CD4 auxiliares podem promover a ativação das cell T CD8 secretam citocinas que
estimulam essa diferenciação, ainda as cell T CD4 auxiliares estimuladas por antígenos
expressam CD40 que se liga ao CD40 das APC, as quais induzem a diferenciação das cell T
CD8.
As respostas imunes mediadas por cell T a uma antígeno usualmente resultam na geração de
cell T de memória específica para esse antíneno.
As cell de memória podem se desenvolver de cell efetoras, ou podem vir de cell T virgens.
A expansão clonal faz o nº de cell T de memória para um determinado antígeno ser cada vez
maior, o que explica a resposta mais robusta na reinfecção do que no primoinfecção. O nº de cell
virgens determinadas para esse mesmo antígeno é menor.
As cell de memória expressam níveis elevados de proteínas antapoptoticas, como Bcl-2 e Bcl-
XL, que podem ser responsáveis por sua sobrevivência prolongada.
Os loci de gene para moléculas envolvidades nas resposta de cell de T de memória são mantidos
em uma configuração acessível, o que faz com que possam ser rapidamente transcritos.
As cell T de memória central fazem homing para os gânglios linfáticos, onde elas tem baixa
capacidade de gerar resposta efetora mas tem alta capacidade de gerar novas células efetoras.
As cell T de memória efetoras fazem homing para sítios periféricos (mucosas), elas produzem
citocinas efetoras (IFN-y), ou rapidamente se tornam citotóxicas, porem não proliferam muito.
O declínio das respostas da cell T após a eliminação do antígeno é responsável por manter a
homeostasia do sistema imune. Isso pq a resposta imune inata associada a exposição ao
antígeno cessa, os sinais que mantém os linfócitos ativos param. É diminuído o nível das
proteínas anti-apoptóticas e ativada as vias de sinalização apoptóticas. Tudo isso faz o pool dos
linfócitos ativados pelo antígeno contrair.
Tipo de defesa dos hospedeiros que é mediada pelos linfócitos t, e serve como
mecanismos de defesa contra os micro-organismos que se replicam e sobrevivem dentro das
células fagocíticas e não fagocíticas. A fase efetora da imunidade mediada por células é iniciada
pelo reconhecimento dos antígenos pelas células t. Esse tipo de imunidade é especifico para os
micro-organismos associados às células. Defeitos nessa imunidade resultam no aumento da
suscetibilidade as infecções por vírus e bactérias intracelulares.
Respostas aos parasitas helmintos: mediada elas células Th2, que estimula a
produção de anticorpos de IgE e ativa eosinófilos e mastócitos para eliminar os helmintos.
Os subgrupos Th1, Th2 e Th17 das células TCD4+ têm diferentes fenótipos que as
direcionam para migrar para sítios diferentes das infecções: Durante a diferenciação dos
precursores virgens, as células th1 produzem ligantes funcionais que se ligam à selectina,
enquanto as células th2 expressam níveis mais baixos de ligantes de selectina. Além disso, os
receptores de quimiocina são altamente expressos por th1, mas não por th2. Ai th1 tende a ficar
no sitio da infecção, onde os agentes infecciosos desencadeiam fortes reações imunológicas
inatas. As células th2 expressam quimiocinas que são expressas em infecção por helmintos ou
alergia, especialmente na mucosa, preferindo essas áreas. Depois que as células t chegam na
infecção e são ativadas, elas produzem mais citocinas que vão atrair mais leucócitos, isso é
chamado de inflamação imune.
As células Th1 CD4+ ativam os macrófagos com sinais mediados por contato entregues
pelas interações CD40L-CD40 e pelo IFN-y.
IL 13: defesa contra helmintos e alergias. Estimula a produção de muco pelas células
epiteliais das vias aéreas.
IL 5: Ativador de eosinófilos e serve como ligação principal entre a ativação das células
t e a inflamação eosinofílica. Os eosinófilos ativados são capazes de matar os helmintos.
Papéis das células Th17 na defesa do hospedeiro: a sua principal função é induzir a
inflamação neutrofilica, que serve ara destruir bactérias e fungos extracelulares. Síndrome de
Job: aumento da suscetibilidade a infecções fungicas e bacterianas cutâneas e é provocada por
mutações no fator de transcrição STAT 3(desenv de th17). Importantes também na patogênese
de psoríase, artrite reumatoide e esclerose múltipla.
A imunidade humoral é mediada por anticorpos e tem a função de defender o organismo contra
micro-organismos extracelulares e toxinas microbianas. Pode ser transferida de indivíduos
imunizados para indivíduos não imunes por meio da transferência do soro. Dentre os tipos de
micro-organismos que são combatidos pela imunidade humoral estão bactérias, fungos e micro-
organismos intracelulares obrigatórios, como os vírus. As vacinas atualmente utilizadas induzem
proteção pela estimulação da produção de anticorpos.
Anticorpos do isotipo IgG cobre (opsonizam) micro-organismos e promovem sua fagocitose pela
ligação com receptores Fc em fagócitos. Micro-organismos também podem ser opsonizados por
um produto da ativação do complemento chamado C3b. O processo de cobertura de partículas
para promover a fagocitose é chamado opsonização, e as substâncias responsáveis por esta
função, incluindo anticorpos e proteínas do complemento, são chamadas opsoninas.
RECEPTORES Fc DE LEUCÓCITOS
Os receptores Fcγ são classificados em três grupos: CD64 – é o principal receptor de fagócitos.
Expresso em macrófagos e neutrófilos. CD32 e CD16 – ligam-se com baixa afinidade a IgG.
A fagocitose de partículas recobertas por IgG é mediada pela ligação das porções Fc de
anticorpos opsonizantes a receptores Fcγ em fagócitos. CD64 é um receptor de alta afinidade,
sendo o receptor de maior importância na fagocitose de partículas opsonizadas. A ligação de
receptores Fc em fagócitos a partículas multivalentes, cobertas de anticorpos, leva ao
englobamento dessas partículas e à ativação de fagócitos. As partículas são internalizadas em
fagolisossomos, onde são então destruídas.
O SISTEMA COMPLEMENTO
O sistema complemento consiste em proteínas séricas e superfície celular que interagem umas
com as outras e com outras moléculas do sistema imune de uma maneira altamente regulada
para gerar produtos que têm a função de eliminar micro-organismos.
O sistema complemente é ativado por micro-organismos e por anticorpos que estão ligados a
micro-organismos e outros antígenos. A ativação do complemento envolve a proteólise
sequencial de proteínas para gerar complexos enzimáticos com atividade proteolítica. Os
produtos da ativação do complemento se ligam as superfícies celulares dos micro-organismos
ou aos anticorpos ligados aos micro-organismos e a outros antígenos. A ativação do
complemento é inibida por proteínas reguladoras presentes nas células normais do hospedeiro
e ausentes nos micro-organismos.
Existem três vias principais de ativação do complemento: via clássica ( ativada por anticorpos
ligados aos antígenos); via alternativa (ativada sobre as superfícies das células microbianas na
ausência de anticorpos); via das Lectinas (ativada por um lectina plasmática, que se liga aos
resíduos de manose presentes nas superfícies celulares microbianas). As vias das Lectinas e
alternativa são mecanismos efetores da imunidade inata, ao passo que a via clássica é o principal
mecanismo da imunidade humoral adaptativa.
VIA ALTERNATIVA
VIA CLÁSSICA
A via clássica é iniciada pela ligação da proteína C1 aos domínios de IgG ou IgM que possuem
antígenos ligados. C1 é composto de C1q, C1r e C1s. C1q se liga ao anticorpo, e C1r e C1s são
proteases. C1q realiza a função de reconhecimento da molécula. C1r cliva e ativa C1s. C1s cliva
e ativa C4, gerando C4b (homólogo a C3) e C4a. C2 forma um complexo com C4b e é clivada
por C1s, gerando C2a. O complexo resultante C4b@a é a C3-convertase da via clássica. Ele
possui a habilidade de se ligar ao C3 e clivá-lo. C3 na via alternativa é homólogo a C4 na via
clássica e o fator B é homólogo a C2. Algumas moléculas de C3b ligam-se para formar o
complexo C4b2a3b, que funciona como a C5-convertase da via clássica. Esta clica C5 e inicia
as etapas finais da ativação do complemento. Nas infecções por pneumococos ocorre uma forma
variante da via clássica, independente de anticorpo, que é ativada por carboidratos que se ligam
a lectinas. Macrófagos expressam SIGN-R1, que pode reconhecer o polissacarídeo do
pneumococo e também pode se ligar ao C1q. Ligações ao SING-R1 ativam a via clássica e
permitem que o pneumococo seja recoberto por C3b.
FUNÇÕES DO COMPLEMENTO
OPSONIZAÇÃO E FAGOCITOSE
Os sobre os quais o complemento é ativado tornam-se cobertos por C3b, iC3b ou C4b e são
fagocitados pela ligação dessas proteínas a receptores específicos em macrófagos e neutrófilos.
A ativação do complemento leva a geração de C3b e iC3b que agem como opsoninas. C3b e
C4b ligam-se ao CR1 e o iC3b liga-se ao CR3 (mac-1) e CR4. A fagocitose de micro-organismos
dependente de C3b e de iC3b é o principal mecanismo de defesa contra infecções na imunidade
inata e adaptativa.
Um antígeno pode ser tanto imunógeno quanto tolerógeno (ex: na presença ou ausência de
inflamação ou respostas imunes inatas, respectivamente).
Indivíduos normais são tolerantes aos seus antígenos próprios porque os linfócitos que
reconhecem antígenos próprios são destruídos ou inativados, ou porque a especificidade
desses linfócitos é alterada.
A tolerância ocorre durante a maturação dos linfócitos nos órgãos linfoides centrais
(primários), onde todos os linfócitos passam por um estágio no qual um encontro com
um antígeno pode levar à morte da célula (apoptose – deleção clonal ou seleção
negativa) ou à substituição de um antígeno receptor autorreativo por um novo antígeno
receptor autorreativo. Muitas células B não morrem, apenas mudam seus receptores
(edição de receptor), e, portanto não reconhecem mais o antígeno próprio que disparou
esse processo. Algumas células T CD4+ se diferenciam em células T reguladoras, que
migram para a periferia e impedem respostas aos antígenos próprios. É importante
lembrar que os órgãos linfoides primários contêm, majoritariamente antígenos próprios
e não antígenos estranhos (ex: microbianos), pois estes são capturados e transportados
para os órgãos linfoides periféricos (linfonodos, baço e tecidos linfoides mucosos) e não
para o timo ou para a medula óssea.
Alguns antígenos próprios podem ser ignorados pelo sistema imunológico – podem ser
anatomicamente isolados do SI (fenômeno de “ignorância”).
Durante seu amadurecimento no timo, muitas células T imaturas que reconhecem antígenos de alta
avidez são eliminados e algumas das células sobreviventes na linhagem CD4+ se desenvolvem como
células T reguladoras. Os dois principais fatores que determinam se um antígeno próprio específico irá
induzir a seleção negativa nos timócitos autorreativos são a presença desse antígeno no timo, por
expressão local ou por estar presente no sangue, e a afinidade dos receptores das células T (TCR) dos
timócitos que reconhecem o antígeno.
O timo tem também um mecanismo incomum para a expressão de antígenos proteicos que estão
normalmente presentes em apenas alguns tecidos periféricos, de modo que células T imaturas que são
específicas para estes antígenos podem ser eliminadas do repertório de células T em desenvolvimento.
Alguns destes antígenos de tecidos periféricos são expressos em células epiteliais medulares do timo sob
o controle da proteína reguladora autoimune (AIRE). Mutações no gene AIRE são a causa de uma doença
autoimune em vários órgãos (Síndrome poliendócrina autoimune – (APS) – lesões mediada por anticorpos
e linfócitos em múltiplos órgãos endócrinos – paratireoides, suprarrenais e ilhotas pancreáticas). Na
ausência de AIRE funcional, os antígenos não são exibidos no timo, e as células T específicas para os
antígenos escapam da deleção, maturam e entram na periferia, onde elas atacam os tecidos-alvo nos
quais os antígenos são expressos independentemente do gene AIRE. A proteína AIRE pode funcionar
também como fator de transcrição para promover a expressão de antígenos teciduais selecionados no
timo. Ela é um componente de um complexo multiproteico. Muitos timócitos imaturos com receptores
de alta afinidade para antígenos próprios que encontram estes antígenos no timo morrem por apoptose.
A seleção negativa ocorre nas células T duplamente positivas no córtex do timo ou em células unicamente
positivas recém-geradas na medula.
Algumas células T CD4+ autorreativas que veem antígenos próprios no timo não são eliminadas, mas se
diferenciam em células T reguladoras específicas para estes antígenos. As células reguladoras saem do
timo e inibem respostas contra tecidos próprios na periferia. A deficiência de AIRE, que interfere com a
deleção das células T reativas com alguns antígenos no timo, não parece evitar o desenvolvimento de
células T reguladoras de origem tímica específicas para os mesmos antígenos próprios.
A tolerância periférica é o mecanismo pelo qual as células T maduras que reconhecem antígenos próprios
dos tecidos periféricos se tornam incapazes de responder subsequentemente a esses antígenos. Os
mecanismos de tolerância periférica são anergia (não responsividade funcional), supressão e deleção
(morte da célula).
Anergia
A ativação completa das células T requer o reconhecimento dos coestimuladores do antígeno pelo TRC
(que fornece o sinal 1) e o reconhecimento dos coestimuladores, principalmente as moléculas B7-1 e B7-
2, pelo CD28 (sinal 2). Sinal 1 (reconhecimento do antígeno) prolongado isoladamente pode levar à
anergia. A anergia resulta de alterações bioquímicas que reduzem a habilidade dos linfócitos de responder
a sinais de seus receptores de antígeno. Acredita-se que várias vias bioquímicas cooperam para manter
esse estado não responsivo.
As células anérgicas mostram um bloqueio na transdução do sinal induzido pelo TCR relacionado à
expressão diminuída de TCR (degradação aumentada) e ao recrutamento diminuído para o complexo TCR
de moléculas inibidoras.
O reconhecimento de antígeno próprio pode ativar ubiquitinas ligases celulares, as quais podem
ubiquitinar proteínas TCR associadas e dirigi-las para degradação proteolítica em proteassomas ou
lisossomos. O resultado é a perda destas moléculas de sinalização e ativação defeituosa das células T.
Uma ligase de ubiquitina que é importante em células T é a Cbl-b.
Quando células T reconhecem antígenos próprios, podem engajar receptores inibitórios da família
CD28, cuja função é a de terminar respostas de célula T. Os receptores inibitórios cuja função fisiológica
na autotolerância foi mais bem estabelecida são CTLA-4 e PD-1.
CTLA-4: como receptor ativador de CD28, liga-se a moléculas B7. Tem maior afinidade por moléculas B7
que por CD28, prevenindo assim coestimuladores nas APC de se engajar ao CD28; ele também pode
remover moléculas B7 da superfície das APC. Fornece sinais inibitórios que anulam os sinais disparados
pelo TCR. Sua cauda citoplasmática contém um motivo potencialmente inibitório que pode contrapor-se
aos sinais dependentes de ITAM do TCR e CD28. Além disso, é um mediador da função inibitória de células
T reguladoras. A eliminação desse mecanismo de controle resulta em uma doença grave mediada por
células T, provavelmente pelos defeitos tanto na anergia da célula T quanto na supressão por células T
reguladoras. O bloqueio da CTLA-4 por anticorpos também desencadeia doenças autoimunes em animais
(ex: encefalomielite e diabetes). Polimorfismos no gene CTLA-4 podem levar a várias doenças autoimunes
humanas, incluindo diabetes tipo 1 e a doença de Graves. Logo, CTLA-4 funciona para manter a ordem
das células T.
PD-1: receptor inibitório da família CD28. Reconhece dois ligantes: PD-L1 (expresso nas APC e em outras
células do tecido) e PD-L2 (expresso, principalmente nas APC). O engajamento do PD-1 por qualquer um
dos ligantes leva à inativação das células T.
Uma explicação possível para o engajamento de CTLA-4 vs CD28 por moléculas B7 é que as APC que
apresentam antígenos próprios normalmente expressam baixos níveis de B7-1 e B7-2, o que é suficiente
para engajar o receptor inibitório de alta afinidade CTLA-4. Em contrapartida, microorganismos ativam as
APCs para aumentar a expressão de coestimuladores B7, e a CD28, que tem menor afinidade por
moléculas B7 do que a CTLA-4, é engajada nestes níveis mais altos de expressão de B7. Isso pode explicar
porque o reconhecimento de antígenos próprios pode pesar a balança na direção da CTLA-4, enquanto as
infecções microbianas induzem relativamente mais sinais CD28.
Células dendríticas que são residentes nos órgãos linfoides e tecidos não linfoides podem apresentar
antígenos próprios aos linfócitos T e manter a tolerância. Células dendríticas teciduais estão normalmente
em um estado de repouso (imaturo) e expressam pouco ou nenhum coestimulador. Essas APC podem
estar apresentando antígenos próprios constantemente sem ativar sinais, e as células T que reconhecem
estes antígenos se tornam anérgicas. Também há evidências que células dendríticas em repouso tendem
a promover o desenvolvimento de linfócitos T reguladores em vez de linfócitos efetores e de memória.
Em contrapartida, células dendríticas que são ativadas por micro-organismos são as principais APC para a
iniciação de respostas de células T.
Supressão dos linfócitos autorreativos pelas células T reguladoras: linfócitos T que inibem respostas
imunológicas são chamadas de linfócitos T reguladores.
Linfócitos T reguladores são um subconjunto de células T CD4+ cuja função é suprimir respostas
imunológicas e manter a autotolerância. A maioria destes linfócitos T reguladores CD4+ expressa altos
níveis de cadeia alfa (CD25) do receptor de IL-2. Um fator de transcrição chamado FoxP3 é crítico para o
desenvolvimento e função da maioria das células T reguladoras. Uma rara doença autoimune em
humanos chamada IPEX (síndrome de desregulação imune, poliendocrinopatia e enteropatia ligada ao X)
é também associada à deficiência de células T reguladoras, causada por mutações no gene FoxP3,
mostrando a importância das células T reguladoras para a manutenção da autotolerância e defeitos nestas
células podem resultar em diversas doenças autoimunes.
Geração e manutenção de células T reguladoras: as células T reguladoras são geradas principalmente pelo
reconhecimento de antígenos próprios no timo e pelo reconhecimento de antígenos próprios e estranhos
nos órgãos linfoides periféricos. No timo, o desenvolvimento de células T reguladoras é um dos destinos
das células T comprometidas com a linhagem CD4 que reconhece antígenos próprios (células T
reguladoras naturais). Em órgãos linfoides periféricos, o reconhecimento de antígenos na ausência de
respostas imunológicas naturais fortes favorece a geração de células reguladoras de linfócitos T CD4+
virgens (naive), embora células T reguladoras também possam se desenvolver depois de reações
inflamatórias. (adaptativas ou induzíveis). Células reguladoras derivadas do timo são específicas para
antígenos próprios porque estes são os antígenos encontrados principalmente no timo. Células
reguladoras geradas perifericamente podem ser específicas para antígenos próprios ou estranhos.
A geração e sobrevida das célulasT reguladoras são dependentes das citocinas TGFbeta e IL-2.
Células T reguladoras inibem a habilidade de estimulação de células T das APC: pode ser que a
CTLA-4 em células reguladoras se ligue a moléculas B7 nas APC e bloqueie estas moléculas ou
as remova através de sua internalização, resultando na disponibilidade reduzida de B7 e em uma
inabilidade de fornecer coestimulação adequada para respostas imunológicas. Outros
mecanismo de supressão por células T reguladoras que foram relatados incluem o consumo de
IL-2, matando de fome os linfócitos que respondem a este fator de crescimento essencial, e a
morte de T células responsivas.
Citocinas inibitórias produzidas por células T reguladoras: TGFbeta e IL-10 estão envolvidas
tanto na geração quanto no funcionamento de células T reguladoras.
Deleção de células T por morte celular apoptótica: os linfócitos T que reconhecem antígenos
próprios sem inflamação ou que são repetidamente estimuladas por antígenos morrem por
apoptose. Existem duas vias principais de apoptose em diversos tipos de células:
Via mitocondrial (intrínseca) é regulada pela família de proteínas Bcl-2. Ela é iniciada quando
proteínas citoplasmáticas da família Bcl-2 que pertencem à subfamília “apenas BH3” são
induzidas ou ativadas em consequência de sinalização celular, privação do fator de crescimento,
estímulos nocivos ou danos no DNA. Proteínas “apenas BH3” podem ser consideradas como
sensores do estresse de células que pode se ligar e influenciar a morte de efetores e reguladores.
Em linfócitos, o mais importante destes sensores é uma proteína chamada Bim. A Bim ativada
se liga a duas proteínas efetoras pró-apoptóticas da família Bcl-2 chamadas Bax e Bak, que se
oligomerizam e se inserem na membrana mitocôndrica externa, levando a um aumento da
permeabilidade mitocondrial. Os fatores de crescimento e outros sinais de sobrevivência
induzem a expressão de membros antiapoptóticos da família Bcl-2, como Bcl-2 e Bcl-X1, que
funcionam como reguladores de apoptose pela inibição de Bax e Bak, mantendo assim as
mitocôndrias intactas. Proteínas apenas Bh-3 também antagonizam Bcl-2 e Bcl-X1. Quando as
células são privadas de sinais de sobrevivência, a mitocôndria começa a vazar devido às ações
das proteínas Bh3, Bax e Bak e à deficiência relativa de proteínas como Bcl-2 e Bcl-X1. O
resultado é que muitos componentes mitocôndricos, incluindo o citocromo c, vazam para o
citoplasma. Estas proteínas ativam enzimas citoplasmáticas chamadas caspases, inicialmente a
caspase-9, que por sua vez cliva e ativa uma série de outras caspases que levam à fragmentação
do DNA nuclear e outras mudanças que culminam na morte apoptótica.
Via de receptores de morte (extrínseca): os receptores na superfície da célula são engajados por
seus ligantes. Os receptores se oligomerizam e ativam proteínas adaptadoras citoplasmáticas,
que reúnem e clivam a caspase-8, que é ativada e cliva uma série de caspases, resultando em
apoptose. Células que passam por apoptose desenvolvem bolhas na membrana, e fragmentos
do núcleo e do citoplasma se rompem em estruturas ligadas à membrana, chamadas corpos
apoptóticos. Ocorre exposição de lipídios como a fosfatidilserina. Estas alterações são
reconhecidas por receptores nos fagócitos, e células apoptóticas são rapidamente engolfadas e
eliminadas. A morte celular que ocorre como consequência de exposição de células T maduras
ao antígeno é às vezes chamada de morte celular induzida por ativação.
As células T que reconhecem antígenos próprios sem coestimulação podem ativar a Bim,
resultando em apoptose pela via mitocondrial: quando as células T reconhecem avidamente
antígenos próprios, elas podem ativar a Bim diretamente, o que dispara a morte pela via
mitocondrial. Ao mesmo tempo, devido à falta de coestimulação e de fatores de crescimento, os
membros antiapoptóticos da família Bcl-2, a própria Bcl-2 e a Bcl-X1, são expressos em baixos
níveis e as ações da Bim, Bax e Bak, portanto não são combatidas.
Tolerância central das células B: os linfócitos B imaturos que reconhecem os antígenos próprios
com alta afinidade na medula óssea são eliminados ou mudam a sua especificidade. Seus
mecanismos são:
Edição de receptores: as células B reativam seus genes RAG1 e RAG2 e recombinam as cadeias
da imunoglobulina.
Deleção: se a edição das células B falhar, elas sofrem apoptose.
Anergia: se as células B em desenvolvimento reconhecem antígenos próprios fracamente, elas
tornam-se funcionalmente não responsivas.
Tolerância periférica das células B: os linfócitos B maduros que reconhecem antígenos próprios
nos tecidos periféricos na ausência de células T auxiliares específicas podem se tornar
funcionalmente irresponsivos ou morrer por apoptose. Seus mecanismos são:
Anergia e deleção: células B autorreativas tornam-se irresponsíveis a ativação posterior, pois
exigem níveis mais elevados do fator de crescimento BAFF/BLys para sua sobrevida.
Células B que encontraram antígenos próprios têm vida encurtada e são eliminadas mais
rapidamente e podem passar por morte apoptótica pela via mitocondrial.
Sinalização por receptores inibitórios: células B que reconhecem antígenos próprios com baixa
afinidade podem não conseguir responder por meio do envolvimento de vários receptores
inibitórios, que tem a função de estabelecer um limiar para ativação da célula B, que permite
respostas a antígenos estranhos com células T auxiliares ou imunidade natural, mas não permite
respostas a antígenos próprios.
Genes que codificam proteínas do complemento: deficiências genéticas de poteínas C1q, C2,
C4 são associadas a doenças semelhantes ao lúpus.
Papel das infecções na autoimunidade: doenças autoimunes podem ter o início disparado por
respostas às medidas imunológicas decorrentes de uma invasão por um patógeno. Infecções em
tecidos específicos podem induzir respostas imunológicas naturais que recrutam leucócitos e
ativam as APC teciduais. Assim, a infecção resulta na ativação das células T não específicas
para o patógeno infeccioso (resposta chamada de ativação espectadora) que pode resultar no
colapso da autotolerância e iniciar uma doença autoimune.
Microorganismos também podem se envolver em receptores semelhantes a Toll em células
dendríticas levando à produção de citocinas ativadoras de linfócitos e em células B autorreativas
leva ao aumento da produção de autoanticorpos.
Microorganismos infecciosos podem conter antígenos que têm reações cruzadas com antígenos
próprios (mimetismo molecular). Exemplo= na febre reumática, anticorpos antiestreptocócicos
têm reações cruzadas com proteínas miocárdicas.
Algumas infecções podem proteger contra o desenvolvimento da autoimunidade. (diabetes e
esclerose múltipla podem ser retardadas por infecções).
Em muitas infecções, a lesão tecidual e a doença podem ser causadas pela resposta
do hospedeiro aos micro-organismos e seus produtos, mais do que pelo micro-organismo em si.
As bactérias extracelulares são capazes de se replicar fora das células do hospedeiro (sangue,
tecidos conjuntivos, espaços teciduais e lúmen dos tratos respiratório e gastrointestinal. Elas
podem causar doença pela indução da inflamação no sítio da infecção e também pela produção
de toxinas com efeitos patológicos. Dentre estas temos endotoxinas (componentes das paredes
de bactérias Gram-negativas // LPS-pontente ativador de macrófagos e células dendríticas) e
exotoxinas que são ativamente secretadas pelas bactérias e são citotóxicas destruindo células
por vários mecanismos bioquímicos. Outras interferem nas funções celulares normais sem
destruir as células e outras ainda induzem a formação de citocinas que causam a doença.
Diferentes fungos infectam o homem e podem viver em tecidos extracelulares e dentro dos
fagócitos. Portanto, as respostas imunológicas a esses micro-organismos são frequentemente
combinações de respostas a bactérias extracelulares e intracelulares.
Resposta inata e adaptativa bloquear infecção e eliminar células infectadas; a prevenção: por
interferon tipo I (inata) e anticorpos (adaptativa); eliminada por células NK (inata) e CTL
(adaptativa)
Principais mecanismos: inibição da infecção por interferon tipo I (por células dendríticas;
reconhecem DNA e RNA virais por TLR e descobra a sinalização para produção de interferon-I)
e morte viral mediada por células NK (reconhecem células infectadas bloqueadas para MHC
classe I).
Mediada por anticorpos que bloqueiam a ligação e entrada do vírus na célula, ligam-se ao
envoltório do vírus ou aos antígenos do capsídeo, neutralizando-os; também podem opsonizar
partículas e promover eliminação por fagocitose; além das células CTL (CD8+) que destroem
células infectadas.
Células CTL (CD8+) sofrem proliferação durante infecção viral reconhecem e apresentam
a moléculas de MHC classe I; se for uma célula tecidual infectada (e não uma APC), ela pode
ser fagocitada pela célula dendítica que processa e apresenta a células CTL CD8+ virgens.
IgA – bloqueia ação viral no intestino e trato respiratório (vacina oral contra poliomielite
imunidade de mucosas)
Alguns vírus podem inibir a resposta imunológica codificam moléculas que são secretadas por
células infectadas e se ligam a citocinas IFN-gama, TNF, IL-1, IL-9, quimiocinas, atuando como
antagonistas competitivos de citocinas.
Algumas infecções virais crônicas estão associadas a falhas na resposta dos CTL (falta de
reponsividade de células T mediada por PD-1).
A principal resposta da imunidade inata, nesse caso, é a fagocitose. Mas muitos microrganismos
podem replicar dentro de macrófagos.
Parasitas helmínticos são muito grandes para serem fagocitados, então fagócitos liberam
substâncias para matá-los, porém muitos possuem tegumento espesso e resistem.
Como são muito diferentes em termos estruturais, bioquímicos, patogênese, ciclos de vida, os
parasitas induzem diferentes respostas imunológicas adaptativas.
Protozoários que replicam no interior das células e causam lise (Ex.: Plasmodium) estimulam
produção de anticorpos específicos e respostas dos CTL.
Defesa contra helmintos mediada por células TH2 produção de IgE + ativação de
eosinófilos
Helmintos estimulam diferenciação de células CD4+ auxiliares virgens para subgrupos TH2
que secretam IL-4 (estimula produção de IgE que se liga ao receptor Fcε de eosinófilos e
mastócitos) e IL-5 (estimula desenvolvimento e a ativação de eosinófilos).
Respostas adaptativas contra parasitas podem causam lesão tecidual (formam-se granulomas e
fibrose; esta última associada à resposta imunológica crônica pode levar à cirrose, interrupção
do fluxo venoso e hipertensão porta).
VACINAS
O que é necessário para a eficácia de uma vacina? O agente infeccioso não estabelecer latência,
não sofrer muita ou qualquer variação antigênica, não interferir na resposta imunológica do
hospedeiro. Daí, vem a dificuldade de se desenvolver vacinas para certo micro-organismo, como
o HIV.
Vacinas são mais eficazes contra infecções que não têm hospedeiros/ reservatórios animais
além do humano.
Qual a imunidade relacionada com as vacinas? Imunidade humoral (maioria das vacinas). Isso
porque os anticorpos formam o único mecanismo imunológico que previne infecções por meio
de neutralização e eliminação de micro-organismos antes que consigam se estabelecer no
hospedeiro.
Vacinas que estimulam plasmócitos de vida longa, que são produtores de células B de memória
e anticorpos de alta afinidade são as melhores.
Tipos de vacinas
Elaborada a partir de antígenos purificados de moo (a partir daqui, considere a sigla moo para
micro-organismo) ou toxinas inativadas. Vantagem: estimulam células T auxiliares e respostas
de anticorpos. Desvantagem: não são reconhecidas de forma eficaz pelas cells T CD8 restritas
ao MHC classe I, não geram potentes CTL.
Abordado em aula: são vacinas difíceis de eficácia porque como cada indivíduo tem seu HLA
específico, pode ser que aquele peptídeo isolado não gere uma resposta em todas as pessoas.
Quando a proteína clivada é maior, há mais chances de haver resposta imune por HLA, uma vez
que mais peptídeos são formados. Os polissacarídeos não são “bons antígenos”, daí quando
isolados, eles são capsulados por proteína para gerarem melhor resposta imunológica (são mais
facilmente reconhecidos pelo linfócito B dessa maneira). Exemplos: difteria e tétano
3. Vacinas gênicas
Podem produzir resposta via MHC classe I (TCD8) e MHC classe II (TCD4). Podem ser a partir
de:
Antígenos sintéticos derivados de DNA recombinante; baixa estabilidade. Ex.: HPV,
herpes simples, hepatite.
Vírus vivos envolvendo vírus recombinante: introdução de genes de antígenos
microbianos em vírus não citopático e infecção do indivíduo. Vantagem de resposta
imune integral (todos os tipos). Desvantagem quanto à segurança.
Vacinas de DNA: baseada na inoculação de um plasmídeo contendo DNA complementar
que codifica antígeno proteico e desencadeia resposta imune; amplificação por PCR.
Vantagens: fortes respostas CTL, induz imune inata e aumenta imune adaptativa, não
precisam de adjuvantes na aplicação, facilidade de manipulação, capacidade de estocar
DNA sem refrigeração. Desvantagem: eficácia no homem ainda não totalmente definida.
Adjuvantes e imunomoduladores
Abordado em aula: o antígeno proteico inoculado na vacina, por meio de micelas formadas com
o coadjuvante, chega ao interior da célula e pode ser apresentado ao MHC classe I. O adjuvante
impede que o antígeno se espalhe rápido, daí há resposta local bem concentrada, o que aumenta
a eficácia. Eles adsorvem o antígeno para que fiquem no local da inoculação, daí, fica mais fácil
para cell APC e macrófagos encontrarem o antígeno e gerarem resposta. Gasta-se menos
material, mas há maior irritação no local de aplicação.
Usa-se na clínica como tratamento rápido para doenças causadas por toxinas, acidentes
ofídicos, com outros animais venenosos. Imunidade curta, porque o indivíduo não responde á
imunização; ele recebe anticorpos e a proteção dura enquanto estes persistirem, não produz
cells de memória. Os antivenenos devem ser específicos à espécie ou pelo menos ao gênero,
sendo que não há antiveneno universal. Foi abordado que há antiveneno (anticorpo) mono, bi,
poivalente; isso se relaciona com o formato de anticorpos e sua ligação com epítopo.
CAP. 16-parte 2:
O principal mecanismo da rejeição celular aguda é a morte de células do enxerto mediada por
CTL. Esse tipo de rejeição é caracterizado por infiltrados de linfócitos, que invadem e destroem
componentes do enxerto. Os infiltrados são marcadamente ricos em CTLCD8+ específicas para
aloantígenos do enxerto. A destruição de células alogênicas em um enxerto é altamente
específica. As células T CD4+ auxiliares ativadas e CTL produzem citocinas que recrutam e
ativam células inflamatórias, que também lesam o enxerto. Em enxertos vascularizados, tais
como os renais, as células endoteliais são os principais alvos da rejeição aguda. A endotelite
endovascular é um achado precoce frequente em enxertos passando por episódios de rejeição
aguda. Tanto as células T CD8+ como as CD4+ podem contribuir para a lesão endotelial.
A principal causa de falha dos aloenxertos de órgãos vascularizados tem sido a rejeição crônica.
No rim e no coração, a rejeição crônica resulta na oclusão vascular e na fibrose intersticial.
Transplantes de pulmão que passam por rejeição crônica apresentam vias aéreas pequenas
espessadas, e transplantes de fígado dutos biliares fibróticos e não funcionais. Uma lesão
dominante da rejeição crônica é a oclusão arterial como consequência da proliferação de células
musculares lisas da íntima, e os enxertos falham devido ao dano isquêmico resultante. As
alterações arteriais são chamadas de vasculopatia de enxerto ou arteriosclerose acelerada de
enxerto. Os mecanismos subjancentes prováveis das lesões vasculares oclusivas são ativação
de células T alorreativas e secreção de citocinas que estimula a proliferação de células
vasculares endoteliais e células musculares lisas; reparo com fibrose; isquemia perioperativa,
efeitos tóxicos de fármacos imunossupressores e infecções virais crônicas.
Antimetabólitos
Toxinas metabólicas que destroem as células T em proliferação são usadas em combinação com
outros fármacos para tratar a rejeição de enxertos. Estes agentes inibem a proliferação de
linfócitos de precursores durante sua maturação e também podem matar células T maduras que
foram estimuladas por aloantígenos. O primeiro desses fármacos foi a azatioprina. O fármaco
mais novo é o micofenolato mofetil (MMF). O MMF é utilizado em combinação com a ciclosporina
ou com o FK506.
Anticorpos que reagem com estruturas de superfície das células T e esgotam ou inibem as
células T são usados para tratar episódios de rejeição aguda. Um anticopor amplamente utilizado
é OKT3, que é específico para o CD3 humano. Anticorpos anticélula T esgotam as células T em
circulação pela ativação do sistema complementar para eliminar células T pela sua opsonização
para fagocitose. As células T que escapam da eliminação por OKT3 provavelmente o fazem
realizado a endocitose do CD3, retirando-o de sua superfície. Há anticorpos monoclonais em uso
que são específicos para CD25, a subunidade alfa do receptor IL-2. Estes reagentes evitam a
ativação de células T pelo bloqueio da ligação de IL-2 a células T ativadas e da sinalização de
IL-2. Outro anticorpo, o IgM específico para CD52, esgota profundamente a maioria das células
B e T periféricas por muitas semanas depois de ser injetado em pacientes.
Bloqueio coestimulatório
Fármacos que bloqueais as rotas coestimuladoras das células T reduzem a rejeição aguda de
aloenxerto. Eles evitam a apresentação de sinais coestimuladores necessários para a ativação
das células T. Uma forma solúvel de CTLA-4 funfida a um domínio Fc de IgG se liga a moléculas
B7 em APC e evita que elas interajam com CD28 das células T. A Ig-CTLA-4 pode ser tão eficaz
quanto a ciclosporina na prevenção da rejeição aguda.
A plasmaférese é usada para tratar rejeição aguda mediada por anticorpos. O sangue de um
paciente é bombeado através de uma máquina que remove o plasma. Desta maneira, anticorpos
circulantes, inclusive anticorpos patogênicos alorreativos, podem ser removidos.
Fármacos anti-inflamatórios
Fingolimod (FTY720) opera ligando-se e bloqueando os receptores de S1P nos linfócitos. O S1P
é necessários para a saída dos linfócitos dos órgãos linfoides, e o bloqueio da sua ação leva ao
sequestro dos linfócitos nos linfonodos. Este fármaco foi aprovado para o tratamento de
esclerose múltipla. Anticorpos de anti-integrina bloqueiam o recrutamento de leucócitos da
circulação para dentro dos tecidos inflamados. Uma forte imunossupressão é geralmente
iniciada em receptores de aloenxerto no momento do transplante com uma combinação de
fármacos, e após alguns dias, os fármacos são mudados para a manutenção da
imunossupressão a longo prazo. A rejeição aguda, quando ocorre, é tratada com a intensificação
rápida da terapia imunossupressora. A rejeição crônica é mais insidiosa que a aguda e muito
menos reversível pela imunossupressão.
Pacientes que necessitam de aloenxertos também são testados contra a presença de anticorpos
pré-formados contra moléculas MCH do doador ou outros antígenos da superfície celular. Dois
tipos de testes são feitos para detectar estes anticorpos. No teste do painel de anticorpos
reativos, busca-se a presença de anticorpos pré-formados reativos contra moléculas HLA
alogênicas. Esses anticorpos podem identificar o risco de reação hiperaguda ou vascular aguda.
Os resultados são relatados como PRA, que é a percentagem do reservatório de alelos MHC
com a qual o soro do paciente reage. O teste de compatibilidade cruzada determinará se o
paciente tem anticorpos que reagem especificamente com as células do doador. O teste é
realizado misturando o soro do receptor com os linfócitos sanguíneo do doador. O cruzamento
positivo indica que o doador não é adequado para aquele receptor.
Transplante xonogênico
A transfusão de sangue é uma forma de transplante na qual o sangue total ou céulas sanguíneas
de um ou mais indivíduos são transferidos por via endovenosa para a circulação de um
hospedeiro. A principal barreira ao sucesso das transfusões sanguíneas é a resposta
imunológica contra moléculas da superfície celular que diferem entre indivíduos. O sistema de
aloantígenos mais importante na transfusão sanguínea é o sistema ABO. Antígenos ABO são
expressos em todas as células, incluindo as hemácias. Indivíduos que não têm um antígenos
específico de um grupo sanguíneo produzem anticorpos IgM naturais contra aquele antígeno. Se
tais indivíduos receberem células sanguíneas que expressem o antígeno ausente, os anticorpos
preexistentes se ligam as células transfundidas, ativam o complemento e provocam reações de
transfusão. Ocorre uma reação hemolítica imediata, resultando em lise intravascular das
hemácias, mediada pelo sistema de complemento, e fagocitose extensiva dos eritrócitos
revestidos por anticorpos e complemento. A hemoglobina é liberada das hemácias que sofrem
lise em quantidades que podem ser tóxicas para as células renais, causando necrose. Podem
ocorrer febre alta, choque e coagulação intravascular dissemina, sugestivo de liberação maciça
de citocinas (TNF ou IL-1).
Indivíduos que expressam um antígeno ABO específico são tolerantes àquele antígeno, mas
indivíduos que não expressam aquele antígeno produzem anticorpos naturais que reconhecem
o antígeno. Praticamente todos os indivíduos expressam o antígeno H, e, portanto são tolerantes
a este antígeno e não produzem anticorpos anti-H. Indivíduos com tipo sanguíneo O e A
produzem anticorpos anti-B IgM, e indivíduos com grupo sanguíneo O e B produzem anticorpos
anti-A IgM. A explicação provável é que os anticorpos são produzidos contra glicolipídeos de
basctérias intestinais que têm reações cruzadas com os antígenos ABO.
Antígeno Lewis
A adição de frações de fucose em outras posições não terminais resulta em epítopos do sistema
de antígenos de Lewis. Estes grupos de carboidratos servem como ligantes para E-selectina e
P-selectina.
A doença do enxerto vesus hospedeiro (GVHD) é causada pela reação de céulas T maduras
enxertadas no inóculo da medula com aloantígenos do hospedeiro. Ocorre quando o hospedeiro
é imunocomprometido. A GVHD também pode se desenvolver quando órgãos sólidos que
contêm números significativos de células T são transplantados. Ela é a principal limitação contra
o êxito do transplante de medula óssea. A GVHD aguda é caracterizada por morte de células
epiteliais na pele, no fígado e no trato GI. Manifesta-se clinicamente por exantema, icterícia,
diarreia e hemorragia GI. A GVHD crônica é caracterizada por fibrose e atrofia de um ou mais
dos mesmos órgãos, sem evidências de morte celular aguda. Pode também envolver os
pulmões, produzindo obstrução das pequenas vias aéreas. A GVHD é iniciada pelas células T
maduras presentes no inóculo da medula óssea, e a eliminação das células T maduras do doador
do enxerto poderá evitar o seu desenvolvimento. A GVHD é iniciada por células T enxertadas
que reconhecem aloantígenos do hospedeiro. CTL CD8+ e citocinas também parecem estar
envolvidos na lesão tecidual da GVHD aguda. A GVHD crônica representa uma resposta à
isquemia causada pela lesão vascular.
Hipersensibilidade imediata (ou do tipo I): causada por anticorpos IgE específicos para
antígenos ambientais e mastócitos, é o tipo mais prevalente e são chamadas de alergias.
Protótipo das doenças causadas pela ativação das células Th2 de linfócitos T auxiliares,
em que as células T estimulam produção de IgE e a inflamação.
Hipersensibilidade do tipo II : causada por IgG e IgM que provocam lesão através da
ativação do sistema complemento, recrutamento de células inflamatórias e interferindo
nas funções celulares normais.
Hipersensibilidade do tipo III: causada por alguns outros anticorpos podem formar
complexos imunes que se depositam nos tecidos causando lesão.
Hipersensibilidade do tipo IV: lesão tecidual causada pela indução de inflamação pelos
linfócitos T ou diretamente pela morte das células alvo. A hipersensibilidade pode ser
causada pela ativação de Th1 ou Th17, que secretam citocinas que promovem a
inflamação e lesão tecidual através do recrutamento de leucócitos (neutrófilos e
macrófagos). As células T auxiliares também estimulam a produção de anticorpos que
danificam os tecidos e induzem a inflamação, assim como os CTL.
Clinicamente, as doenças imunológicas são causadas por uma combinação das respostas
imunes humoral e mediada por células, por múltiplos mecanismos efetores e a inflamação sendo
geralmente crônica, de forma que elas são agrupadas em doenças inflamatórias imunomediadas.
Doenças causadas por anticorpos
São produzidas tanto por anticorpos que se ligam a antígenos em determinadas células ou
tecidos extracelulares, quanto por complexos antígeno-anticorpo que se formam na circulação e
são depositados nas paredes dos vasos.
Causam doenças que afetam especificamente células ou tecidos onde esses antígenos estão
presentes, e geral não são sistêmicas.
Anticorpos depositados nos tecidos recrutam neutrófilos e macrófagos, que se ligam aos
anticorpos ou se inserem a proteínas do complemento pelo Fc de IgG e receptores do
complemento, são então ativados e secretam enzimas lisossomais e espécies reativas
de oxigênio que irão causar a lesão tecidual. Ex: glomerulonefrite mediada por
anticorpos.
Os anticorpos podem ainda ser produzidos contra um antígeno estranho (microorganismo) que
é imunologicamente cruzado com um componente de tecido próprio. Ex: febre reumática, uma
infecção por estreptococos causa uma reação cruzada dos anticorpos com antígenos no
coração, se depositando então no órgão e causam inflamação e lesão tecidual.
Podem se ligar a antígenos próprios ou estranhos. Tendem a afetar múltiplos tecidos e órgãos,
mas alguns são mais suscetíveis como rins e articulações.
Doença do soro: o hospedeiro produzia anticorpos para proteínas séricas presentes no soro do
cavalo que era injetado na vacina, assim a doença devia-se a anticorpos ou complexos imunes.
Doença do soro: A imunização de um animal com uma dose alta de antígeno proteico estranho
desencadeia a formação de anticorpos contra o antígeno. Esses anticorpos se ligam e formam
complexos com anticorpos circulantes, que inicialmente serão eliminados por macrófagos no
fígado e no baço. Com o excesso de complexos antígeno-anticorpos sendo formados, alguns se
depositam no leito vascular, onde podem então ativar o sistema complemento. Essa ativação
leva ao recrutamento e ativação das células inflamatórias, principalmente neutrófilos, nos locais
de deposição dos complexos. Os neutrófilos irão então provocar lesão tecidual. Os neutrófilos se
ligam através dos receptores Fc, e a sinalização do receptor Fc ativa os leucócitos a produzir
substancias que lesam os tecidos.
Os linfócitos T lesam tecidos tanto por desencadear inflamação como por eliminar diretamente
as células alvo.
Algumas reações mediadas por células T, CTL CD8+ eliminam células-alvo que trazem
antígenos associados ao MHC de classe I. As células T que causam lesão tecidual podem ser
autorreativas ou podem ser especificas pra antígenos proteicos estranhos que estão nas células
ou tecidos.
A lesão tecidual mediada por linfócitos T pode ser acompanhada de uma forte resposta imune
contra microorganismos persistentes, especialmente os intracelulares que resistem aos fagócitos
e anticorpos.
A IL017, produzida por células T H17 promove o recrutamento de neutrófilos. O interferon gama,
produzido pelas células T H1 ativa macrófagos. O TNF e as outras quimiocinas produzidas pelos
linfócitos T estão envolvidos no recrutamento e ativação de muitos tipos de leucócitos.
As células endoteliais, nas lesões, podem expressar níveis altos de proteínas de superfície
reguladas por citocinas, como moléculas de adesão e MHCII.
A inflamação mediada por células T normalmente é crônica, e produzem fibrose como resultado
da secreção de citocinas e de fatores de crescimento.
Muitas doenças autoimunes específicas de órgãos são causadas pela interação de células T
autorreativas com antígenos próprios.
Reação inflamatória lesiva mediada por citocinas que resultam da ativação de células T, em
particular, CD4+.
Os humanos podem ser sensibilizados para DTH por meio de infecções bacterianas,
sensibilização de contato com substâncias químicas e antígenos ambientais ou por injeção
subcutânea/intradérmica de antígenos de proteínas. A exposição subsequente (chamada de
desafio) elícita a reação. EX: Injeção de Mycobacterium tuberculosis (derivado proteico purificado
– PPD) num indivíduo que já tenha sido exposto, elícita a reação chamada de TUBERCULÍNICA.
Esse teste é utilizado para saber se a infecção tuberculosa é ativa ou prévia.
*A tumefação é característica da DTH, e é detectável cerca de 18h após a injeção. Máxima por
volta de 24 a 48h.
Predominantemente, a DTH é mediada por TH1. Mas já foi sugerido envolvimento de T H17 em
lesões onde neutrófilos sobressaem; e T H2 em infecções por ovos helmínticos, com forte
componente eosinofílico; A TCD8+ participa de reações cutâneas, produzindo IFN-gama.
Linfócitos T não conseguem distinguir entre vírus citopático ou não, então eles eliminam qualquer
célula infectada por vírus, independente se a lesão for danosa ou não. Ex de infecção não
citopática: Coriomeningite linfocítica e certas formas de hepatite. Os CTL podem contribuir para
lesões teciduais causadas por CD4+, como diabetes tipo 1.
.Agentes que inibem interações Célula-célula nas Respostas Imunológicas: Agentes que
bloqueiam B7, no tratamento de artrite reumatoide, psoríase e até LES, e CD40, que impede a
ativação de células B e macrófagos mediada por células T, usada para pacientes com doença
intestinal inflamatória. Anticorpos contra integrinas inibem a migração de leucócitos nos tecidos
(SNC na esclerose múltipla).
.IgG Intravenosa: Não está claro como esse agente suprime a inflamação. Uma possibilidade é
a ligação com o receptor Fc inibitório em macrófagos e linfócitos B, atenuando a resposta
inflamatória. Pode competir com anticorpos patogênicos na ligação ao receptor Fc neonatal, em
adultos protege os anticorpos do catabolismo, com isso, anticorpos patogênicos têm meia-vida
reduzida. Existem tentativas para induzir tolerância em células T produtoras de doença ou induzir
células T reguladoras específicas para autoantígenos. A tolerância a antígenos específicos visa
seletivamente os linfócitos causadores de doença.
Terapias: Anticorpos anti-IFN-alfa e tentativas de inibir sinais TLR. Depleção de células B pelo
uso de anticorpo contra a proteínca CD20 de superfície da célula B. Uso também de um anticorpo
que bloqueia o fator de crescimento BAFF da célula B.
Artrite Reumatoide
Doença inflamatória, que envolve pequenas e grandes articulações, como dedos, joelhos,
ombros, cotovelos e tornozelos. Inflamação da sinóvia associada à destruição da cartilagem
articular e osso. Células CD4+ T H1 e TH17, linfócitos B ativados, plasmócitos e macrófagos são
encontradas na sinóvia inflamada, em casos graves podem estar presentes nos folículos linfoides
bem formados com centros germinativos. Citocinas encontradas são IL-1, IL-8, TNF, IL-6, IL-17
e IFN-gama. Elas recrutam leucócitos que causam lesão tecidual, e ativam as células sinoviais
residentes a produzir enzimas proteolíticas, como colagenases, que medeiam a destruição de
cartilagem, ligamentos e tendões das articulações. Osteoclastos possuem atividade aumentada,
por isso a destruição óssea, devido a citocina RANK por células T ativadas. RANK se liga ao seu
receptor em precursores de osteoclastos, e induz sua diferenciação e ativação. Complicações
sistêmicas incluem vasculite e lesão pulmonar.
Acredita-se que anticorpos também contribuem para a destruição articular. Anticorpos PARA IgM
e IgG são encontrados no líquido sinovial. Eles reagem com as porções Fc de suas próprias
moléculas de IgG. São os fatores reumatoides. Eles participam na formação de complexos
imunes prejudiciais. Pacientes também apresentam anticorpos para peptídeos citrulinados
cíclicos (CCP), derivados da conversão de arginina para citrulina. Os anti- CCP são marcadores
diagnósticos da doença.
Esclerose Múltipla
Doença autoimuno do SNC, onde células dos subgrupos T H17 e TH1 das células CD4+ reagem
contra antígenos próprios da mielina, resultando em uma inflamação do SNC com ativação de
macrófagos ao redor de nervos, cérebro e medula espinal, além da destruição da mielina,
anormalidades na condução nervosa e defeitos neurológicos. Existe uma inflamação da
substância branca do SNC com desmielinização secundária. Clinicamente é caracterizada por
fraqueza, paralisia e sintomas oculares com períodos de exacerbação e remissão.
Patogênese: Acredita-se que a encefalomielite é causada por células T H17 e TH1 específicas
para a mielina, e estas células têm sido identificadas no sangue de pacientes. Uma hipótese de
ativação dessas células, é a de que uma infecção viral ativa essas células T autorreativas para
mielina através de mimetismo celular. A autotolerância pode falar devido a suscetibilidade
genética. O polimorfismo genetico associado é o HLA, sendo o HLA-DR2 o mais forte. Existe
uma associação com a cadeia alfa do receptor de IL-2 e CD25, mas não se sabe como elas
ativam as células T. As células T ativadas migram para o SNC e encontram as proteínas de
mielina, então liberam citocinas que recrutam e ativam macrófagos, levando à destruição da
mielina. O tecido lesado libera novos antígenos que expressam novos epítopots, que ativam mais
células T autorreativas.
Patogênese: Destruição das células beta pela inflamação mediada de células CD4+ e Th1
reativas a antígenos das ilhotas pancreáticas, lise das células das ilhotas mediada por CTL,
produção local de citocinas que lesam as células das ilhotas e autoanticorpos contra célular das
ilhotas. Alguns pacientes apresentaram necrose celular e infiltração linfocítica de células TCD4+
e TCD8+, é a insulite. Em crianças suscetíveis que ainda não desenvolveram diabetes, foi
encontrado anticorpos contra as células das ilhotas. HLA-DR3 e DR4 são os genes de
suscetibilidade.
Doença de Crohn e colite ulcerativa. São doenças inflamatórias causadas por células T. A
doença de Crohn é caracterizada por inflamação crônica e destruição da parede intestinal, com
frequente formação de fístulas. Na colite ulcerativa, as lesões são largamente confinadas à
mucosa e consistem em ulceras com focos subjacentes de inflamação.