Caderno Mapeado - CNU - Noções de Direito
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Caderno Mapeado - CNU - Noções de Direito
Você acaba de adquirir o material: Caderno Mapeado para o Concurso Nacional Uni-
ficado – 2024.
Nele foi inserido toda a teoria sobre a matéria cobrada no certame, para facilitar a sua
compreensão, e marcações das partes mais importantes.
Assim, trabalharemos os assuntos mais importantes para a sua prova com foco na
banca Cesgranrio.
Caso tenha qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando seus
questionamentos para o suporte: [email protected] e WhatsApp.
Bons Estudos!
Rumo à Aprovação!!
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Patrícia Monteiro Moreno - [email protected] - CPF: 723.676.602-04
SUMÁRIO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................................................... 8
DIREITO E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ................................................................................................ 9
1) Introdução.................................................................................................................................................. 9
2) Direitos e Garantias Fundamentais ...................................................................................................... 9
3) Direitos e Deveres Individuais............................................................................................................. 10
3.1) Direito à Vida ....................................................................................................................................... 11
3.2) Direito à Liberdade ............................................................................................................................. 11
3.3) Direito à Igualdade ............................................................................................................................. 11
3.4) Direito à Segurança ............................................................................................................................ 12
3.5) Direito à Propriedade ........................................................................................................................ 12
4) Direitos Sociais........................................................................................................................................ 13
5) Direitos de Nacionalidade .................................................................................................................... 15
5.1) Brasileiros Natos ................................................................................................................................. 15
5.2) Brasileiros Naturalizados .................................................................................................................. 15
5.3) Perda e Renúncia da Nacionalidade ............................................................................................... 18
6) Remédios Constitucionais .................................................................................................................... 19
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ...................................................................................................................... 20
1) Introdução................................................................................................................................................ 20
2) Considerações Iniciais ........................................................................................................................... 20
3) Administração Pública .......................................................................................................................... 21
3.1) Sentidos da Administração Pública ................................................................................................ 22
3.2) Poderes do Estado .............................................................................................................................. 23
4) Organização Administrativa ................................................................................................................ 24
5) Entidades políticas e administrativas ................................................................................................ 25
5.1) Entidades políticas .............................................................................................................................. 25
5.2) Entidades administrativas ................................................................................................................. 25
6) Órgãos Públicos ...................................................................................................................................... 26
6.1) Criação e extinção dos órgãos ......................................................................................................... 27
7) Entidades da Administração Pública Indireta ................................................................................. 27
7.1) Autarquias ............................................................................................................................................ 28
7.1.1) Autarquias corporativas ou profissionais .................................................................................. 29
7.1.2) Agências reguladoras e executivas ............................................................................................. 30
7.2) Fundações ............................................................................................................................................. 30
7.3) Empresa pública e Sociedade de economia mista (Lei n. 13.303/2016) ................................ 31
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7.2.1) Aspectos comuns das estatais ...................................................................................................... 32
7.3.1) Sociedade de Economia Mista (SEM).......................................................................................... 32
7.3.2) Empresa Pública ............................................................................................................................... 32
8) Quadro esquematizado das entidades da administração indireta ............................................. 33
PRINCÍPIOS ................................................................................................................................................... 35
1) Introdução................................................................................................................................................ 35
2) Considerações Iniciais ........................................................................................................................... 35
3) Princípios expressos .............................................................................................................................. 35
3.1) Princípio da legalidade ...................................................................................................................... 36
3.2) Princípio da impessoalidade ............................................................................................................ 37
3.3) Princípio da moralidade .................................................................................................................... 37
3.4) Princípio da publicidade ................................................................................................................... 39
3.5) Princípio da eficiência ........................................................................................................................ 39
AGENTES PÚBLICOS ................................................................................................................................... 41
1) Introdução................................................................................................................................................ 41
2) Considerações Iniciais ........................................................................................................................... 41
3) Regime Jurídico Único – Lei nº 8.112/90.......................................................................................... 41
4) Abrangência e Linha do Tempo .......................................................................................................... 42
4.1) Concurso Público ................................................................................................................................ 42
4.2) Provimento ........................................................................................................................................... 42
4.3) Posse ...................................................................................................................................................... 44
4.4) Exercício ................................................................................................................................................ 44
4.5) Estágio Probatório .............................................................................................................................. 45
4.6) Estabilidade .......................................................................................................................................... 45
4.7) Vacância ................................................................................................................................................ 45
5) Remoção ................................................................................................................................................... 47
6) Redistribuição ......................................................................................................................................... 48
7) Substituição ............................................................................................................................................. 49
8) Prerrogativas do Servidor Público Federal ...................................................................................... 50
8.1) Vencimento e Remuneração ............................................................................................................ 51
8.2) Indenizações......................................................................................................................................... 52
8.3) Gratificações e Adicionais ................................................................................................................. 53
8.3.1) Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, Chefia e Assessoramento ................... 54
8.3.2) Gratificação Natalina ...................................................................................................................... 54
8.3.3) Adicional pelo Exercício de Atividades Insalubres, perigosas ou penosas ........................ 54
8.3.4) Adicional pela Prestação de Serviço Extraordinário ............................................................... 55
8.3.5) Adicional Noturno ........................................................................................................................... 55
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8.3.6) Adicional de Férias .......................................................................................................................... 55
8.3.7) Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso ..................................................................... 55
9) Das Férias ................................................................................................................................................. 56
10) Licenças .................................................................................................................................................. 56
10.1) Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família ............................................................. 57
10.2) Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge ou Companheiro..................................... 57
10.3) Licença para o Serviço Militar ....................................................................................................... 58
10.4) Licença para Atividade Política ..................................................................................................... 58
10.5) Licença para Capacitação ................................................................................................................ 58
10.6) Licença para Tratar de Interesses Particulares .......................................................................... 58
10.7) Licença para Desempenho de Mandato Classista ..................................................................... 58
10.8) Licença para Tratamento de Saúde .............................................................................................. 59
10.9) Licença à Gestante, à Adotante e Paternidade .......................................................................... 59
10.10) Licença por Acidente em Serviço................................................................................................ 59
11) Afastamentos ........................................................................................................................................ 60
12) Concessões............................................................................................................................................. 61
13) Do Direito de Petição .......................................................................................................................... 61
13.1) Prescrição ........................................................................................................................................... 62
14) Regime Disciplinar ............................................................................................................................... 63
PODERES E DEVERES DA ADMINISTRAÇÃO ......................................................................................... 69
1) Introdução................................................................................................................................................ 69
2) Considerações Iniciais ........................................................................................................................... 70
3) Deveres da administração .................................................................................................................... 70
4) Abuso de poder ...................................................................................................................................... 71
5) Poderes Administrativos ...................................................................................................................... 72
5.1) Poder vinculado .................................................................................................................................. 73
5.2) Poder discricionário ........................................................................................................................... 73
5.3) Poder disciplinar ................................................................................................................................. 74
5.4) Poder hierárquico ............................................................................................................................... 74
5.5) Poder regulamentar ou normativo................................................................................................. 75
5.6) Poder de polícia .................................................................................................................................. 77
5.6.1) Atributos do Poder de Polícia ...................................................................................................... 78
ATOS ADMINISTRATIVOS ......................................................................................................................... 80
1) Introdução................................................................................................................................................ 80
2) Noções iniciais ........................................................................................................................................ 80
2) Requisitos dos Atos Administrativos................................................................................................. 83
2.1) Teoria dos motivos determinantes ................................................................................................. 84
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2.2) Discricionariedade .............................................................................................................................. 84
3) Classificações ........................................................................................................................................... 85
3.1) Ato vinculado e discricionário ......................................................................................................... 85
3.2) Atos gerais e individuais ................................................................................................................... 85
3.3) Atos simples, complexo e composto ............................................................................................. 86
3.4) Atos de império, gestão e expediente ........................................................................................... 86
3.5) Ato perfeito, válido e eficaz ............................................................................................................. 87
4) Atributos dos atos administrativos.................................................................................................... 87
4.1) Presunção de legitimidade e veracidade ...................................................................................... 87
4.2) Autoexecutoriedade ........................................................................................................................... 88
4.3) Tipicidade ............................................................................................................................................. 88
4.4) Imperatividade .................................................................................................................................... 88
5) Agente putativo e agente necessário ................................................................................................ 89
6) Extinção dos atos administrativos ..................................................................................................... 89
7) Convalidação ........................................................................................................................................... 91
8) Espécies de Atos Administrativos....................................................................................................... 92
9) Pareceres .................................................................................................................................................. 93
10) Licenças, autorizações e permissões ............................................................................................... 93
SERVIÇOS PÚBLICOS .................................................................................................................................. 94
1) Introdução................................................................................................................................................ 94
2) Conceito.................................................................................................................................................... 94
3) Características do serviço público ...................................................................................................... 95
4) Princípios do serviço público .............................................................................................................. 96
5) Formas de prestação do serviço público .......................................................................................... 98
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ......................................................................................... 99
1) Introdução................................................................................................................................................ 99
2) Classificação das formas de controles ............................................................................................. 100
3) Controle administrativo...................................................................................................................... 102
4) Controle judicial ................................................................................................................................... 103
5) Controle legislativo.............................................................................................................................. 104
RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO ............................................................................ 106
1) Introdução.............................................................................................................................................. 106
2) Conceito e Fundamento constitucional .......................................................................................... 106
3) História e Teorias da Responsabilidade Civil da Administração Pública ................................ 106
3.1) Teorias da Responsabilidade Civil ................................................................................................ 107
4) Excludentes ............................................................................................................................................ 109
5) Responsabilidade do Estado .............................................................................................................. 110
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6) Direito de regresso .............................................................................................................................. 111
7) Prazo Prescricional ............................................................................................................................... 112
8) Sanções Aplicáveis aos Atos de Improbidade Administrativa ................................................. 113
LEI DO PROCESSO ADMINISTRATIVO .................................................................................................. 114
1) Introdução.............................................................................................................................................. 114
2) Considerações Iniciais ......................................................................................................................... 114
3) Competência.......................................................................................................................................... 115
4) Partes Interessadas .............................................................................................................................. 117
5) Impedimentos e Suspeição ................................................................................................................ 117
6) Comunicação dos atos ........................................................................................................................ 118
7) Fases do Processo Administrativo .................................................................................................... 119
8) Motivação .............................................................................................................................................. 119
9) Desistência e Extinção do Processo Administrativo .................................................................... 119
10) Recurso Administrativo e Revisão ................................................................................................. 120
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Pessoal!
Antes de iniciarmos o estudo de Noções de Direito, apresentaremos os assuntos que são cobra-
dos no edital. Siga firme com os estudos que a aprovação virá!!
CONTEÚDO
I – DIREITO E GARANTIAS FUNDAMENTAIS: Direitos e deveres individuais e coletivos; direito à vida, à liber-
dade, à igualdade, à segurança e à propriedade; direitos sociais; nacionalidade; cidadania; garantias consti-
tucionais individuais; garantias dos direitos coletivos, sociais e políticos.
3 Agentes públicos: poderes, deveres e prerrogativas; cargo, emprego e função públicos; Regime Jurídico
Único (Lei nº 8.112/1990 e suas alterações): provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição;
direitos e vantagens; regime disciplinar; responsabilidade civil, criminal e administrativa.
4 Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso
e abuso do poder.
5 Ato administrativo: validade, eficácia; atributos; extinção, desfazimento e sanatória; classificação, espécies
e exteriorização; vinculação e discricionariedade.
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DIREITO E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
1) Introdução
Vamos iniciar os estudos sobre a matéria de Direito Constitucional, focado nos direitos e garantias
fundamentais:
Direitos e
Deveres
Individuais
Partidos
Direitos Sociais
Políticos
Direitos Direitos de
Políticos Nacionalidade
Entretanto, iremos focar nos direitos e garantias fundamentais cobrados no edital – os direitos e
deveres individuais (direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade), direitos
sociais, direitos de nacionalidade, cidadania, as garantias constitucionais individuais, bem como as
garantias dos direitos coletivos, sociais e políticos.
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3) Direitos e Deveres Individuais
Na Carta Magna do Brasil de 1988, o artigo inaugural do Título II, intitulado "Dos Direitos e Garantias
Fundamentais", é o artigo 5º. Este artigo delineia, em sua redação, cinco direitos fundamentais que
servem como alicerces para a formulação dos demais e para todo o ordenamento jurídico brasi-
leiro. A passagem estabelece:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade...
A partir dessa disposição, constatamos que os seguintes elementos constituem os pilares dos direi-
tos fundamentais na Constituição Federal:
Direito à vida;
Pilares dos Direitos Fundamentais
À liberdade;
À igualdade;
À segurança; e,
À propriedade.
Esses direitos representam garantias individuais asseguradas a todos os cidadãos brasileiros pela
Constituição Federal. A inviolabilidade desses direitos funciona como a garantia de que a relação
entre o indivíduo e o Estado permanece íntegra, sustentando o Estado Democrático de Direito.
O artigo 5º, § 2º, da Constituição Federal reconhece que a enumeração de direitos na Constituição
não é exaustiva (rol exemplificativo). Mesmo que um direito específico não esteja claramente men-
cionado neste dispositivo, ele pode ser reconhecido e protegido, desde que esteja alinhado com os
princípios e o sistema jurídico adotado pela Constituição.
Além disso, a inclusão da referência aos tratados internacionais destaca a importância do compro-
misso internacional do Brasil.
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regime e dos princípios
adotados pela Constituição
direitos e garantias NÃO excluem outros
expressos na decorrentes (rol
Constituição Federal exemplificativo) tratados internacionais em que
a República Federativa do Brasil
seja parte.
Aprofundaremos, a seguir, de maneira mais detalhada, cada um dos cinco principais direitos funda-
mentais mencionados.
O direito à vida, possivelmente o fundamento mais crucial para a existência em sociedade, não se
limita apenas à prerrogativa de a pessoa deter controle sobre sua própria vida e existência. Ele
abrange, igualmente, a condição de viver de maneira digna, preservando a integridade física e
moral de cada indivíduo dentro da nação.
Além do direito à vida, práticas que possam humilhar fisicamente e psicologicamente o indivíduo
são proibidas. Coação e tortura, por exemplo, são exemplos de ações que violam diretamente o
direito à vida e, portanto, são proibidas conforme estabelecido no artigo 5º:
Art. 5º, II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
de lei;
O direito à liberdade, semelhante ao direito à vida, não se restringe à liberdade física, isto é, a não
ser preso ou detido sem motivo ou sem ter infringido a lei.
Ele engloba o direito de ir e vir, a livre expressão e pensamento, a liberdade religiosa, a liberdade
intelectual, filosófica e política, além da liberdade de manifestação, entre outras.
Dentro dos direitos fundamentais previstos na Constituição Federal, o direito à igualdade aborda
principalmente o tratamento igualitário entre os membros da sociedade.
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Questões relacionadas a gênero, classe, etnia, raça, crença religiosa, entre outras, são tratadas na
Constituição com o propósito de oferecer respaldo legal à possibilidade de as pessoas serem trata-
das como iguais, considerando suas diferenças.
Outro aspecto relacionado à igualdade na Constituição Federal abrange questões materiais, onde as
pessoas devem ter acesso a certos bens e condições materiais com base na classe social, visando
combater a desigualdade social e econômica.
Dos direitos fundamentais, o direito à segurança está intrinsecamente ligado à atuação do Estado
na vida individual dos cidadãos que compõem a nação.
Incluído no direito à segurança está a capacidade do Estado em punir aqueles que não respeitam
as leis, além de proporcionar segurança para que o indivíduo se defenda do Estado quando este age
de maneira contrária à Constituição Cidadã.
O inciso XXXIX do artigo 5º da Constituição Federal, por exemplo, estabelece que ninguém pode
ser responsabilizado por crimes que não estejam tipificados em lei, nem podem ser penalmente
responsáveis sem um julgamento justo e legal.
Esse direito assegura que todos possam usufruir de propriedades privadas, estabelecendo normas
protetivas (como registros para regularizar a propriedade de maneira legal) e instituindo formas de
distribuir propriedades para aqueles que não têm condições de garantir moradia e subsistência.
A usucapião, por exemplo, fundamenta-se no inciso XXIII do artigo 5º da Constituição Federal, que
determina que toda propriedade deve ter uma função social.
Esse mecanismo foi criado para garantir o direito à propriedade a todos, além de estabelecer que a
propriedade deve cumprir uma função social específica (como moradia, trabalho, alimentação, entre
outras).
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Momento da Questão
Um cidadão brasileiro, após manifestar publicamente suas opiniões políticas em uma rede so-
cial, foi alvo de uma investigação policial que visava coibir suas manifestações. Diante desse
cenário, qual princípio fundamental dos Direitos e Deveres Individuais está sendo potencial-
mente violado?
a) Direito à vida.
Gabarito: Letra B.
4) Direitos Sociais
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o trans-
porte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a as-
sistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Os direito sociais são importantes para garantir a cidadania! Por isso, anote esse mnemônico: TAS EM
SALPPT (Isso vai te salvar na hora da prova).
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•Trabalho
T
•Alimentação
A
•Saúde
S
•Educação
E
•Moradia
M
•Segurança
S
•Lazer
L
•Previdência
P
•Transporte
T
Tome nota
Alguns dos direitos sociais não são originários da CF/88, sendo obra do Poder Constituinte Deri-
vado Reformador. Ou seja, são direitos que foram introduzidos no texto Constitucional por meio de
Emenda Constitucional.
Moradia → EC 26/2000;
Alimentação → EC 64/2010;
Transporte → EC 90/2015.
Momento da Questão
a) Direito à propriedade.
b) Direito à alimentação.
c) Direito à moradia.
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d) Direito à saúde.
e) Direito à educação.
Gabarito: Letra E.
5) Direitos de Nacionalidade
O direito de nacionalidade um aspecto fundamental do direito civil que estabelece a relação jurí-
dica entre o indivíduo e um Estado, conferindo-lhe a qualidade de nacional desse país. No con-
texto brasileiro, as regras sobre nacionalidade estão principalmente previstas na Constituição Federal
de 1988 e na legislação infraconstitucional, como o Código Civil.
Conforme Pedro Lenza, “nacionalidade pode ser definida como o vínculo jurídico-político que
liga um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que esse indivíduo passe a integrar o povo
desse Estado e, por consequência, desfrute de direitos e se submeta a obrigações”. Nessa linha, a
legislação brasileira adota dois critérios para a aquisição da nacionalidade: o jus solis e o jus san-
guinis.
O jus solis é o critério que confere a nacionalidade brasileira a todas as pessoas nascidas em terri-
tório nacional, independentemente da nacionalidade de seus pais. Esse princípio é conhecido como
"direito do solo". Dessa forma, uma pessoa que nasce em solo brasileiro é considerada brasileira
nata, mesmo que seus pais sejam estrangeiros.
Já o jus sanguinis é o critério que confere a nacionalidade brasileira aos filhos de brasileiros nas-
cidos no exterior. Esse princípio é conhecido como "direito do sangue". Ou seja, a nacionalidade
brasileira é transmitida aos filhos de brasileiros, independentemente do local de nascimento. Além
desses dois critérios, a Constituição Federal também prevê outras formas de aquisição da nacio-
nalidade, como a naturalização e a concessão de asilo político.
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Brasileiros Naturalizados
Residência por 1 ano ininterrupto Residência permanente Residência há mais de 15 anos ininterrup-
e idoneidade moral no Brasil tos e sem condenação penal, com a requi-
sição da nacionalidade brasileira.
O processo de naturalização ocorrerá com algumas etapas especificas. O interessado inicia o pro-
cesso protocolando um pedido junto ao Ministério da Justiça, órgão responsável pela análise de
naturalizações. O Ministério da Justiça analisa o pedido, verificando se o requerente atende a todos
os requisitos legais. Após a aprovação, o pedido é publicado no Diário Oficial da União, abrindo-se
um prazo para eventuais impugnações.
Superado o prazo e consideradas eventuais impugnações, o Ministério da Justiça emite uma decisão
final sobre a naturalização. Em caso de aprovação, o naturalizando realiza um juramento de fideli-
dade à Constituição e às leis brasileiras. O ato de naturalização é formalizado por meio de decreto
presidencial.
Por fim, com a naturalização concedida, o estrangeiro torna-se cidadão brasileiro, adquirindo plena-
mente os direitos e deveres inerentes a essa condição. Além disso, o Brasil permite a dupla naciona-
lidade em determinadas situações, permitindo que o naturalizado mantenha a sua nacionalidade de
origem.
Importante lembrar que, existem alguns cargos que são privativos de brasileiros natos, ou seja, so-
mente os brasileiros natos podem exercer as funções do cargo.
O rol taxativo dos cargos privativos dos brasileiros natos é um tema simples, mas que despenca nas
provas! Por isso, anote esse mnemônico: MP3.COM (Isso vai te salvar na hora da prova).
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•Ministro do STF
M
•Carreira Diplomática
C
nascidos no Brasil
Naturalizados
residência
inimterrupa por 15
anos
estrangeiros de qualquer
nacionalidade
sem condenação
penal
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5.3) Perda e Renúncia da Nacionalidade
No que diz respeito à possibilidade de revogação da naturalização por meio de decisão judicial de-
vido a atividades prejudiciais ao interesse nacional, a Emenda Constitucional 131 trouxe uma mu-
dança significativa ao redefinir esse conceito indeterminado. Agora, essa revogação é permitida so-
mente nos casos de fraude no processo de naturalização ou de ações que atentem contra a ordem
constitucional e o Estado Democrático de Direito.
fraude relacionada ao
processo de
naturalização
cancelada a
Perda da Nacionalidade naturalização por
sentença judicial
atentado contra a ordem
constitucional e Estado
Democrático
Além disso, a emenda apresenta a possibilidade de renúncia da nacionalidade brasileira por meio de
um pedido expresso feito perante uma autoridade competente do país. No entanto, é importante
ressaltar que tal renúncia não deve acarretar a condição de apátrida, ou seja, não pode deixar o
indivíduo sem nenhuma nacionalidade. Detalhes específicos sobre as cláusulas "a" e "b" do parágrafo
4º foram revogados, indicando a exclusão de disposições anteriores relativas a esse assunto.
No parágrafo 5º, a emenda assegura que a renúncia da nacionalidade brasileira, conforme estabele-
cido no inciso II do parágrafo 4º, não impede o indivíduo de readquirir sua nacionalidade brasi-
leira original, desde que esteja em conformidade com a legislação vigente.
Esta emenda à Constituição, de acordo com o artigo 2º, entrou em vigor na data de sua publicação,
conferindo validade legal imediata às alterações introduzidas no artigo 12 da Constituição Federal.
Este ato constitucional, fruto do exercício legislativo, serve como um marco regulatório para os casos
de perda e renúncia da nacionalidade brasileira, buscando equilibrar a proteção dos direitos indivi-
duais com os interesses do Estado.
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Momento da Questão
Questão inédita – Maria, nascida em solo brasileiro, filha de pais estrangeiros que residem no
Brasil há mais de uma década, manifestou interesse em obter a nacionalidade brasileira. Diante
desse cenário, qual base legal se aplica ao direito de nacionalidade de Maria?
Gabarito: Letra C.
6) Remédios Constitucionais
Os remédios constitucionais são instrumentos jurídicos previstos na Constituição Federal para pro-
teger os direitos fundamentais dos cidadãos, garantindo-lhes meios efetivos de defesa e reparação
em caso de violação.
Esquematizando...
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Ação Civil Pública – ACP Danos causados ao meio ambiente, consumidor, bens e direitos de valor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
Momento da Questão
Questão inédita – Maria, nascida em solo brasileiro, filha de pais estrangeiros que residem no
Brasil há mais de uma década, manifestou interesse em obter a nacionalidade brasileira. Diante
desse cenário, qual base legal se aplica ao direito de nacionalidade de Maria?
Gabarito: Letra C.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1) Introdução
2) Considerações Iniciais
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Você pode perceber que as matérias do direito brasileiro são codificadas, ou seja, as normas jurídicas
básicas são organizadas em um código, como por exemplo – o direito civil tem sua base no Código
Civil.
Assim, o direito administrativo não é codificado, uma vez que as normas que o regem estão dispersas
em diferentes leis, atos normativos e princípios administrativos.
3) Administração Pública
A Administração Pública refere-se ao conjunto de órgãos, entidades e agentes que exercem as ati-
vidades administrativas do Estado para a realização do interesse público. Essa atuação abrange
desde a elaboração e execução de políticas públicas até a prestação de serviços à sociedade. A Ad-
ministração Pública pode ser dividida em diferentes esferas, como a administração federal, estadual
e municipal.
A atuação da Administração Pública é guiada por princípios fundamentais que buscam garantir a
transparência, responsabilidade e adequação das ações estatais. Por fim, a Administração Pública
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está sujeita a controle, seja interno, externo ou judicial, para assegurar que suas atividades estejam
de acordo com as normas legais e constitucionais. Esse controle contribui para a proteção dos direi-
tos dos cidadãos e a promoção do bem comum.
As prerrogativas da administração são típicas do direito público, fato que não existe no direito pri-
vado, no qual predomina a igualdade entre as partes.
De acordo com Marçal Justen Filho, “o regime jurídico de direito público consiste no conjunto de
normas jurídicas que disciplinam o desempenho de atividades e de organizações de interesse cole-
tivo, vinculadas direta ou indiretamente à realização dos direitos fundamentais, caracterizado pela
ausência de disponibilidade e pela vinculação à satisfação de determinados fins.”
De acordo com Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Administração Pública é "o conjunto de órgãos,
serviços e agentes do Estado que exercem a atividade administrativa, isto é, que desempenham fun-
ções públicas de forma direta ou indireta".1 Esse conceito, além do que trataremos no próximo pa-
rágrafo, pode ser dividido em dois sentidos:
Esse conceito, além do que trataremos no próximo parágrafo, pode ser dividido em dois sentidos:
Sentido amplo: A Administração Pública no sentido amplo "é o conjunto de órgãos, entidades
e agentes públicos incumbidos da realização das atividades administrativas, ou seja, de imple-
mentar as políticas públicas";2
Sentido estrito: Já a Administração Pública no sentido estrito é "a parte da estrutura do Estado
que tem por função realizar as tarefas executivas e materiais que lhe são atribuídas, mediante o
exercício direto ou indireto de atividades de natureza administrativa".3
1
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 32ª ed. São Paulo: Atlas, 2019, p. 62.
2
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. 7ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012, p. 150.
3
DI PIETRO, p. 65.
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Além destes sentidos, para o completo entendimento do Direito Administrativo, no que refere-se ao
sentido estrito da Administração Pública, ainda entende-se em dois outros sentidos, os quais preci-
sam estar fixados na memória – o sentido objetivo e o sentido subjetivo!
Sentido Objetivo, Material ou Funcional: Diz respeito à atividade administrativa em si, inde-
pendentemente dos sujeitos que a realizam. Nesse contexto, a Administração Pública refere-se ao
conjunto de atividades que o Estado desempenha para a consecução do interesse público, incluindo
a elaboração e execução de políticas, a prestação de serviços públicos e a edição de normas.
intervenção
Os poderes do Estado referem-se às funções essenciais desempenhadas pelo Estado para garantir o
bom funcionamento da sociedade e a realização dos fins previstos na Constituição. Esses poderes
são divididos em três: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário. Essa divisão tem
como base a teoria da separação dos poderes, proposta por Montesquieu no século XVIII, que busca
evitar a concentração excessiva de poder nas mãos de um único órgão ou indivíduo.
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Poder Função Típica Funções Atípicas
Executivo Administrar
Desempenhar função jurisdicional, como nos casos de julga-
mentos pelo CADE relacionados à possível formação de cartéis ou
outras violações à concorrência.
O Ministério Público, o Tribunal de Contas e a Defensoria Pública não estão subordinados a nenhum dos
Poderes. Possuem autonomia nas esferas administrativa, funcional e orçamentária-financeira.
4) Organização Administrativa
A organização administrativa refere-se à estrutura e distribuição das entidades e órgãos que com-
põem a administração pública em um determinado contexto governamental. Essa estrutura tem
como objetivo facilitar o funcionamento eficiente do Estado, permitindo a implementação e execu-
ção das políticas públicas.
Este modelo, que consiste na organização administrativa dividida entre Administração Direta e In-
direta, será examinado a seguir. É crucial destacar que, atualmente, a atividade administrativa pode
ser desempenhada não apenas por entidades inseridas na estrutura da Administração Pública, mas
também por pessoas jurídicas sujeitas a regime privado. Estas fornecem serviços públicos, como
concessionárias ou permissionárias de serviços públicos, ou colaboram com o Estado na consecução
de seus objetivos, como os entes de cooperação, por meio de diversos vínculos jurídicos. Este as-
pecto também será explorado em momento oportuno.
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5) Entidades políticas e administrativas
As entidades políticas são os entes federativos, compondo a Administração Direta, assim, detém
uma parcela de poder político, sendo regidas pelo Direito Constitucional. As entidades que com-
põem a Administração Direta são: União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Autoadministração
Capacidade de autonomia
Auto-organização
política
Autogoverno
As entidades administrativas são organizações jurídicas, seja de direito público ou privado, esta-
belecidas pelas entidades políticas com o propósito de exercer uma porção de sua capacidade de
autoadministração. Em outras palavras, essas entidades são criadas pelas entidades políticas com a
finalidade específica de prestar serviços conforme os deveres conferidos a elas pela Constituição
Federal.
Momento da Questão
a) A atividade administrativa pode ser desempenhada apenas por entidades na estrutura da Admi-
nistração Pública, excluindo pessoas jurídicas sujeitas a regime privado.
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b) As entidades políticas, como União, Estados, Distrito Federal e Municípios, integram a Adminis-
tração Indireta e são regidas pelo Direito Administrativo.
d) As entidades administrativas são criadas pelas entidades políticas com o propósito de exercer
uma parcela de sua capacidade de autoadministração, sendo regidas pelo Direito Administrativo.
e) A Organização Administrativa não tem relação direta com a implementação e execução de políti-
cas públicas, sendo focada apenas na estrutura burocrática do Estado.
Gabarito: Letra D.
6) Órgãos Públicos
Órgãos públicos são centros de competências – sem personalidade jurídica – instituídos para o
desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurí-
dica a que pertencem. Órgãos públicos estão organizados em uma estrutura hierárquica e podem
estar sujeitos a relações de subordinação. A hierarquia facilita a coordenação e o controle das ativi-
dades administrativas.
Cada órgão público possui competências e atribuições específicas, definidas por lei. Suas funções
estão relacionadas às atividades do respectivo poder ou entidade a que pertencem.
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Centros de competências
Órgãos públicos
A criação e extinção de órgãos na administração pública são processos regulados por normas legais
e administrativas. Esses procedimentos são essenciais para adequar a estrutura administrativa às
demandas e mudanças nas políticas públicas, garantindo eficiência na prestação de serviços.
A criação dos órgãos ocorrem através da desconcentração. Dessa forma, a criação e extinção de
órgãos demandam a edição de uma lei; contudo, para regulamentar a estrutura e operação, é
possível utilizar um instrumento normativo de hierarquia inferior à lei: o decreto.
Este tema é de extrema importância para as provas de concursos públicos, uma vez que a base da
Administração Indireta.
Por isso, anote esse mnemônico: F – A – S – E (Isso vai te salvar na hora da prova).
•Fundações Públicas
F
•Autarquia
A
•Empresas Públicas
E
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O fundamento jurídico relacionado ao tema encontra-se estabelecido no artigo 5º do Decreto-lei
nº 200/67 e, para facilitar os estudos, transcrevemos o artigo:
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e
receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram,
para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.
7.1) Autarquias
As autarquias são entidades da administração pública indireta que possuem personalidade jurídica
própria e autonomia administrativa, financeira e patrimonial. Elas são criadas por lei específica para
desempenhar atividades de interesse público que demandam uma gestão mais flexível e especiali-
zada. A principal característica das autarquias é a descentralização de funções do Estado, permitindo
uma atuação mais eficiente em determinadas áreas.
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Criadas e extintas por lei específica: como a criação se dá por lei, não é
necessário registrar nos órgãos de registros públicos.
Importante!
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A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é uma entidade peculiar, sendo considerada sui generis,
pois não está sujeita à exigência de concurso público para a contratação de seus membros.
Agências reguladoras e agências executivas são tipos de entidades governamentais com funções
específicas e características distintas.
I) agências reguladoras
Além disso, essas agências detêm autonomia técnica, permitindo-lhes tomar decisões fundamen-
tadas em critérios técnicos, em detrimento de considerações políticas. Isso assegura imparcialidade
em suas ações. Essas entidades são essenciais para promover a eficiência, transparência e conformi-
dade nas áreas específicas que regulamentam
A agência executiva é uma autarquia ou fundação pública que recebe uma qualificação jurídica
para alcançar maior autonomia, sendo um título atribuído pelo governo federal. Esta qualificação é
aplicável a autarquias, fundações públicas e órgãos que celebram contrato de gestão para ampliação
de sua autonomia, mediante a fixação de metas de desempenho. A qualificação é estabelecida por
meio de Decreto do Presidente da República ou portaria do Ministro de Estado.
7.2) Fundações
Na Administração Indireta, as fundações são entidades que fazem parte do conjunto de instituições
criadas para atuar em nome do Estado, mas com certa autonomia em relação à Administração Direta.
A característica central das fundações reside na personificação do patrimônio, com a finalidade é
não lucrativa. Compete à lei complementar estabelecer as áreas de atuação específicas dessas
entidades. As Fundações públicas podem ter natureza jurídica de direito privado ou de direito pú-
blico.
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Quando são de direito público, podem, também, ser chamadas de fundação autárquica, são efeti-
vamente criadas por lei. Dessa forma, elas ganham a personalidade jurídica no momento da vigência
da lei instituidora.
No que diz respeito aos bens, as fundações públicas de direito público se distinguem por possuírem
bens públicos. Consequentemente, desfrutam dos benefícios da impenhorabilidade, imprescriti-
bilidade e inalienabilidade.
Por outro lado, as fundações Públicas de direito privado recebem autorização legislativa para cria-
ção, mas dependem do registro do ato constitutivo no registro civil de pessoas jurídicas para
que adquiram a personalidade jurídica. As Fundações públicas de direito privado não fazem jus à
isenção das custas processuais, somente as entidades com personalidade de direito público.
As fundações públicas de direito privado geralmente detêm bens de natureza privada. Entretanto,
caso esses bens estejam sendo diretamente utilizados na prestação de serviços, podem adquirir cer-
tas prerrogativas associadas aos bens públicos, como, por exemplo, a impenhorabilidade.
natureza
A Lei n.º 13.303/2016, conhecida como Lei das Estatais, estabelece normas específicas para a go-
vernança, a transparência e a gestão das empresas públicas, sociedades de economia mista e de suas
subsidiárias no Brasil. A Empresa Pública é uma pessoa jurídica de Direito Privado, seu capital é
exclusivamente público, além disso, poderá ser constituída em qualquer forma das modalidades em-
presariais.
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Já a Sociedade Economia Mista é uma estatal com capital misto, contudo, a maior parte do capital
deverá pertencer a um ente da Administração Pública. Além disso, por determinação legislativa a
SEM deverá ser constituída na forma de Sociedade Anônima (SA).
Ambos os tipos de empresas desempenham atividades de natureza econômica, e, por isso, estão
sujeitos ao regime aplicável às empresas privadas, abrangendo obrigações civis, comerciais, traba-
lhistas e tributárias.
Dessa forma, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, nesses casos, não têm o
privilégio de usufruir de benefícios fiscais não estendidos ao setor privado. No entanto, ao pres-
tarem serviços públicos, essas empresas predominam sob regras de direito público.
No que diz respeito à imunidade tributária, empresas públicas, sociedades de economia mista e suas
subsidiárias que prestam serviços públicos constituem uma exceção à regra, podendo, nesses ca-
sos, usufruir de benefícios fiscais.
As sociedades estão obrigadas a realizar licitações, mas têm a capacidade de estabelecer, por meio
de lei própria, as condições para o cumprimento dessa obrigação. Em resposta a essa possibilidade,
a Lei n.º 13.303/2016 regulamentou o procedimento licitatório para essas empresas.
As Sociedades de Economia Mista são entidades jurídicas de direito privado, sendo, portanto, cri-
adas mediante autorização legal. Geralmente, essas sociedades têm a capacidade de se envolver na
exploração de atividades de natureza econômica em geral e, em determinadas circunstâncias, na
prestação de serviços públicos.
Ao contrário das empresas públicas, que podem adotar diversas formas jurídicas, as sociedades de
economia mista são constituídas como sociedades anônimas. Nesse formato, a maioria das ações
com direito a voto deve pertencer à União, Estados, Distrito Federal, Municípios ou a entidades da
administração indireta.
As Empresas Públicas são entidades de direito privado, criadas mediante autorização legal e po-
dendo adotar qualquer forma jurídica adequada à sua finalidade. Elas têm a prerrogativa de exercer
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atividades de natureza econômica em geral, e em determinadas circunstâncias, realizar a prestação
de serviços públicos.
O patrimônio das empresas públicas é integralmente pertencente à União, Estados, Distrito Federal
e Municípios. Contudo, é admissível a participação de outras pessoas jurídicas de direito público
interno. A composição do patrimônio de uma empresa pública, por exemplo, pode envolver a União,
um Estado e uma autarquia.
Exemplificando, temos Empresas Públicas notáveis, como os Correios, a Caixa Econômica Federal e
o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), destacando a presença dessas
entidades no cenário institucional brasileiro.
Natureza Jurí- Direito Público Definição por lei: di- Direito privado Direito privado
dica reito público (autár-
quicas) ou privado.
Criação Criada por lei espe- Fundação pública - Autorizada por lei Autorizada por lei
cífica Criado por lei
Fundação privada –
autorizada por lei
Finalidade Serviço Público; po- Serviços de interesse Atua no domínio Atua do domínio
der de polícia; fo- da Administração e econômico ou econômico ou
mento coletivo presta serviços pú- presta serviços pú-
blicos blicos
Regime de bens Direito Público: im- Direito público: im- Direito privado. Direito privado.
penhoráveis, inalie- penhoráveis, inalie- bens são penhorá- Bens são penhorá-
náveis e imprescrití- náveis e imprescrití- veis veis
veis. veis.
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Privilégios Imunidade tributária Privilégios próprios Sem privilégios Sem privilégios
e privilégios da Fa- da Fazenda pública
zenda
Forma jurídica Autarquias comuns, Fundação de Direito Sempre será soci- Qualquer forma
agências regulado- Público (autárquica) edade anônima
ras, agências execu- ou direito privado
tivas (contratos de
gestão)
Momento da Questão
a) As autarquias e empresas estatais não possuem personalidade jurídica própria, sendo meros de-
partamentos dos órgãos governamentais.
b) As fundações públicas federais, por não visarem lucro, são classificadas como entidades da admi-
nistração pública direta, atuando sob a supervisão direta dos Ministérios.
c) Empresas públicas e sociedades de economia mista, por serem controladas pelo Estado, não estão
sujeitas aos princípios da administração pública.
d) Agências reguladoras integram a administração pública indireta e são entidades autônomas, re-
gidas por normas próprias, visando a fiscalização e regulação de setores específicos.
Gabarito: Letra D.
Comentário: A opção correta destaca a natureza e a função específica das agências reguladoras,
que compõem a administração pública indireta federal no Brasil. Elas são entidades autônomas, com
normas próprias, responsáveis pela fiscalização e regulação de setores estratégicos, como telecomu-
nicações, energia e transporte. Essa autonomia permite que as agências atuem de forma técnica e
imparcial na regulação desses serviços, contribuindo para o desenvolvimento e a eficiência desses
setores.
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PRINCÍPIOS
1) Introdução
2) Considerações Iniciais
Toda ciência, para produzir seus efeitos de maneira equitativa a todos os interessados, necessita de
postulados fundamentais que sustentem sua atuação. O Direito Administrativo não foge a essa regra.
Portanto, os princípios podem ser definidos como as normas fundamentais que baseiam toda a
atuação da Administração Pública para alcançar seus objetivos.
Conforme sugere seu próprio nome, os princípios têm a característica de serem o "início", a "base",
a "pedra fundamental". É por meio deles que todo o ordenamento jurídico se organiza, conferindo
à Administração uma série de prerrogativas e sujeições que devem ser respeitadas para assegurar
o bem-estar da coletividade.
A doutrina majoritária entende que os princípios, por serem normas gerais e dotados de alto grau
de abstração, possuem uma hierarquia superior, inclusive em relação às demais normas jurídicas.
Segundo o STF, violar um princípio é mais grave do que violar uma lei, visto que desrespeitar um
princípio significa desobedecer a todo o ordenamento jurídico vigente.
3) Princípios expressos
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impes-
soalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:(...)
Este dispositivo constitucional é de extrema importância para as provas de concursos públicos, uma
vez que apresenta os princípios da Administração Pública.
Por isso, anote esse mnemônico: L – I – M – P – E (Isso vai te salvar na hora da prova).
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•Legalidade
L
•Impessoalidade
I
•Moralidade
M
•Publicidade
P
•Eficiência
E
O princípio da legalidade não exclui a atuação discricionária do agente público, uma vez que a lei
não pode prever todas as situações na atuação administrativa. Em determinadas circunstâncias, é
possível realizar uma análise de conveniência e oportunidade para escolher a conduta mais ade-
quada ao caso concreto, respeitando, é claro, os demais princípios administrativos, especialmente a
razoabilidade e proporcionalidade.
É importante ressaltar que o conceito de legalidade difere entre o agente público e o cidadão co-
mum. Para este último, também há o princípio da legalidade, indicando que suas ações são permiti-
das desde que não proibidas por lei.
Aos particulares: ninguém é obrigado a fazer algo, senão em virtude de lei. É dizer: o particular
pode fazer tudo que não for proibido pela lei (trata-se do princípio da autonomia da vontade)
À Administração Pública: a Administração Pública apenas pode agir quando houver previsão
legal (princípio da legalidade estrita).
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3.2) Princípio da impessoalidade
Importante!
Vedação à promoção pessoal: os agentes públicos atuam em nome do Estado. Assim, não po-
derá haver pessoalização ou promoção pessoal dos agentes nos atos praticados.
Validação dos atos dos agentes de fato: entende-se como agente de fato aquele cuja investi-
dura no cargo ou seu exercício esteja maculada por algum vício.
Ex.: Agente que não possui formação universitária exigida em cargo público, etc.
Em termos simples, o princípio da moralidade exige que a atuação do setor público vá além do
simples cumprimento das leis e regulamentos. Ele implica em considerar a ética, a honestidade e a
justiça como aspectos fundamentais na tomada de decisões e na execução de atividades adminis-
trativas. Esse princípio busca garantir que as práticas da administração pública não apenas se en-
quadrem nos limites legais, mas também estejam alinhadas com padrões éticos aceitáveis.
37
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Diante disso, o princípio da moralidade visa prevenir comportamentos que possam ser legalmente
aceitáveis, mas que, do ponto de vista ético, são reprováveis. Ele destaca a importância de uma
gestão pública transparente, íntegra e que promova o bem comum, contribuindo para a construção
de uma sociedade mais justa e ética.
Ex.: Organizações Sociais que, apesar de não precisarem fazer concurso público para contratar
pessoal, devem adotar um processo de seleção imparcial e moral.
Dentro do princípio da moralidade, precisamos no atentar a Súmula Vinculante 13, que tem o pro-
pósito de coibir o nepotismo no serviço público, estabelecendo critérios e restrições específicas para
as nomeações em cargos de confiança.
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As restrições mencionadas aplicam-se à Administração Pública direta e
Abrangência indireta, em todos os poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios.
Observações:
O cargo de Conselheiro de Tribunal de Contas não é considerado político, mas sim técnico, sendo, por-
tanto, sujeito à aplicação da Súmula Vinculante 13.
Esta súmula veda expressamente o nepotismo cruzado, entendido como as designações recíprocas entre
autoridades nomeantes ou servidores de uma mesma pessoa jurídica.
O princípio da publicidade diz respeito a divulgação dos atos praticados pela Administração Pú-
blica, pois o poder público tem o dever de agir com transparência para que a população tenha ciência
de todos os atos praticados. A publicidade não constitui um elemento formador do ato; ao contrário,
é um requisito essencial para sua eficácia e observância da moralidade. Nesse sentido, a publicidade
é uma condição necessária para a produção de efeitos do ato, uma vez que sua divulgação pelo
órgão oficial é indispensável sempre que a lei assim determinar.
“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter
caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos
ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”.
Além do mais, existe a possibilidade de mitigação desse princípio diante de situações excepcionais
e justificadas: quando o sigilo for imprescindível à segurança do estado e da sociedade ou para
intimidade dos envolvidos (art. 5º, X, da CF).
Nas palavras de Hely Lopes Meirelles “a eficiência é um dos deveres da Administração Pública, se
impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento fun-
cional”. O princípio da eficiência passou a ser um direito com sede constitucional.
Tome Nota!
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O princípio da eficiência é o mais recente dos princípios constitucionais da Administração Pública
brasileira, tendo sido adotado a partir da promulgação, da EC nº 19/98 – Reforma Administrativa.
Quando se fala em eficiência na administração pública, significa que o gestor público deve gerir a
coisa pública com efetividade, economicidade, transparência e moralidade visando cumprir as
metas estabelecidas.
Segundo Alexandre de Moraes, o princípio da eficiência é o que impõe à administração pública direta
e indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competên-
cias de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca
da qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para melhor utilização
possível dos recursos públicos, de maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se maior rentabili-
dade social.
Momento da Questão
Questão inédita – No âmbito federal, o Ministério da Saúde decide implementar um novo sis-
tema de informatização para gerenciar os dados de pacientes em hospitais públicos. Diante
dessa situação, surge uma discussão sobre a possibilidade de contratação direta de uma em-
presa de tecnologia da informação sem a realização da licitação. Considerando a situação des-
crita, qual o princípio fundamental constitucional da administração pública federal estaria em
risco, caso o Ministério da Saúde optasse pela contratação direta, sem licitação?
a) Princípio da eficiência.
b) Princípio da legalidade.
c) Princípio da moralidade.
d) Princípio da impessoalidade.
e) Princípio da publicidade.
Gabarito: Letra A.
Comentário: A contratação direta, sem a devida licitação, fere o princípio da eficiência, que
busca garantir que a administração pública alcance resultados positivos de forma célere e utilizando
os recursos de forma otimizada. A licitação é um instrumento que promove a concorrência, contri-
buindo para a escolha da opção mais vantajosa para a administração pública.
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AGENTES PÚBLICOS
1) Introdução
1 – Agentes públicos: considerações iniciais; Regime Jurídico Único (Lei nº 8.112/1990 e suas
alterações).
2) Considerações Iniciais
Os agentes públicos são pessoas que desempenham atividades em nome do Estado. Essas ativida-
des podem variar desde funções administrativas até o exercício do poder de polícia ou prestação de
serviços públicos.
Agente público é toda pessoa que presta serviço ao Estado. A Lei 8.429/1992, conceitua agente
público, vejamos:
Art. 2º. Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda
que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função [...]
Tome Nota!
É importante lembrar que agente público e servidor público não são sinônimos. O servidor público
é uma das espécies de agente público.
A Lei n. 8.112/1990 institui o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autar-
quias federais, incluindo as em regime especial e das fundações públicas federais.
Na lei são encontradas disposições que definem os direitos e garantias, além dos requisitos para o
exercício dos servidores federais estatutários.
Além disso, as disposições da Lei n. 8.112/1990 não se aplicam a todos os agentes públicos, ape-
nas aos servidores públicos civis federais, ou seja, os empregados públicos federais, regidos pela
CLT, não estão incluídos.
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4) Abrangência e Linha do Tempo
A linha do tempo do serviço público possui as seguintes fases: concurso, provimento, posse, exer-
cício, estágio probatório, estabilidade e vacância.
Vacância
Estabilidade
Estágio
Probatório
Exercício
Posse
Provimento
Concurso
O concurso público é um processo seletivo utilizado pela administração pública para preencher
cargos efetivos ou empregos públicos. Ele é regido por princípios constitucionais e legais, visando
garantir a igualdade de oportunidades, a impessoalidade e a seleção dos candidatos mais qualifica-
dos para ocupar os cargos públicos.
A principal finalidade do concurso público é assegurar que o acesso aos cargos públicos seja
realizado de forma transparente e meritocrática, baseado no princípio da igualdade de condições a
todos os concorrentes. Isso significa que qualquer pessoa que preencha os requisitos estabelecidos
em edital pode participar do concurso, desde que atenda aos critérios de qualificação e realize as
etapas de seleção previstas.
4.2) Provimento
Em relação aos estrangeiros ocuparem o cargo público, a Constituição traz a seguinte regra:
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Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impes-
soalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
Além disso, o art. 8º da Lei n. 8.112/1990 estabelece algumas formas de provimento de cargo
público, são elas:
I – nomeação;
II – promoção;
III – Revogado;
IV – Revogado;
V – readaptação;
VI – reversão;
VII – aproveitamento;
VIII – reintegração;
IX – recondução.
Apenas a nomeação é forma originária de provimento, as demais são consideradas derivadas. Veja-
mos características de cada uma:
Nomeação: a nomeação far-se-á em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de pro-
vimento efetivo ou de carreira; em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de con-
fiança vagos. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser nome-
ado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do
que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o
período da interinidade.
Promoção: a promoção ocorre quando o servidor é elevado para outra classe no âmbito da
mesma carreira.
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Reversão: a reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado por invalidez, quando
junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou no interesse da admi-
nistração, desde que: a) tenha solicitado a reversão; b) a aposentadoria tenha sido voluntária; c)
estável quando na atividade; d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicita-
ção; e) haja cargo vago.
4.3) Posse
A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os
deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alte-
rados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei.
Contados da publicação do
POSSE Prazo de 30 dias
ato de provimento
4.4) Exercício
O exercício do cargo público ocorre em diferentes fases, que podem variar dependendo das carac-
terísticas do cargo e da estrutura organizacional da instituição.
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4.5) Estágio Probatório
A partir do momento que o servidor entra em exercício inicia-se o estágio probatório, o qual é
um período de avaliação onde são analisados alguns fatores para verificar a aptidão e a capacidade
do agente público.
O estágio probatório é uma fase específica do exercício do cargo público destinada a avaliar o de-
sempenho e a aptidão do servidor durante os primeiros anos de sua nomeação. Ele é aplicado aos
servidores efetivos, ou seja, aqueles que passaram por concurso público e foram nomeados para
ocupar cargos públicos permanentes.
O estágio probatório tem como objetivo verificar se o servidor possui as qualificações necessárias
para o pleno exercício do cargo, avaliando sua capacidade técnica, ética, disciplina, responsabilidade
e adaptação ao ambiente de trabalho.
4.6) Estabilidade
A estabilidade é uma garantia concedida aos servidores públicos efetivos após o período de estágio
probatório, com base no princípio da segurança no emprego. Ela assegura que o servidor não
poderá ser demitido sem justa causa, oferecendo-lhe uma maior proteção contra possíveis arbitra-
riedades ou pressões políticas.
Para adquirir a estabilidade, o servidor público deve cumprir o período de estágio probatório, que
geralmente tem a duração de três anos. Durante esse período, o servidor é avaliado quanto ao seu
desempenho, comportamento, assiduidade, produtividade e outros critérios definidos pela legisla-
ção específica.
4.7) Vacância
A vacância de um cargo público desencadeia um processo para que ele seja novamente ocupado.
Esse processo pode envolver a abertura de um novo concurso público para provimento do cargo, a
nomeação de um servidor aprovado em concurso público anteriormente realizado, a redistribuição
de servidores de outros órgãos ou a designação temporária para a função.
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exoneração
demissão
promoção
aposentadoria
falecimento
Momento da Questão
a) Fase de Posse, marcando o início formal do vínculo entre o servidor e a administração pública.
d) Etapa de Estágio Probatório, período de avaliação intensiva do servidor após sua posse.
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Gabarito: Letra D.
5) Remoção
A remoção pode ocorrer por diversos motivos, tais como por pedido do próprio servidor, por mo-
tivo de saúde, por permuta entre servidores, por processo seletivo interno, entre outros. Além disso,
a remoção poderá ocorrer por solicitação do servidor ou por solicitação da administração pública.
Tome nota!
A remoção é um procedimento simples, mas que precisa da sua atenção nos estudos. Dessa forma
fizemos um quadro esquematizando os principais tópicos sobre o assunto:
Remoção
O servidor interessado em ser removido deve manifestar seu interesse junto à adminis-
Manifestação tração pública, geralmente por meio de requerimento formal. É importante destacar que
de interesse a remoção depende da existência de vaga no órgão ou entidade de destino e da aceita-
ção por parte do servidor responsável pela vaga.
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cônjuge ou companheiro, a promoção da qualidade de vida, entre outros fatores rele-
vantes.
A administração pública, por meio dos setores de recursos humanos, é responsável por
coordenar e conduzir o processo de remoção. Isso pode envolver a análise dos requisi-
Processo de re-
tos, a verificação da existência de vaga, a avaliação de critérios de prioridade, a elabora-
moção
ção de lista de classificação, a negociação com os órgãos envolvidos e a formalização da
remoção por meio de ato administrativo.
Ao ser removido para outro órgão ou entidade, o servidor passa a exercer suas atividades
Efeitos da re-
no novo local de trabalho. Podem ocorrer alterações na remuneração, benefícios e van-
moção
tagens, dependendo das regras estabelecidas para o novo órgão ou entidade.
A remoção é uma forma de movimentação dos servidores públicos que visa a atender às demandas
da administração pública e promover a eficiência na distribuição de recursos humanos, considerando
as necessidades e interesses tanto da instituição como dos servidores envolvidos.
6) Redistribuição
Redistribuição
Motivos para a A redistribuição pode ocorrer por diferentes razões, como reestruturação administrativa,
redistribuição extinção ou fusão de órgãos, necessidade de pessoal em outro órgão ou entidade, ade-
quação do quadro de servidores, entre outros motivos de interesse público.
Autoridade A redistribuição é realizada por ato da autoridade competente, que pode ser o chefe do
competente órgão ou entidade de origem ou a autoridade de nível superior responsável pela gestão
de pessoal.
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Processo de re- O processo de redistribuição envolve a análise das necessidades e justificativas para a
distribuição redistribuição, a identificação de servidores disponíveis para a movimentação, a defini-
ção dos critérios de seleção, a formalização da redistribuição por meio de ato adminis-
trativo e a comunicação aos servidores envolvidos.
Direitos e van- O servidor redistribuído mantém seus direitos e vantagens adquiridos no órgão ou en-
tagens tidade de origem, tais como remuneração, férias, licenças e benefícios. O órgão ou enti-
dade de destino é responsável por garantir esses direitos e por realizar a transposição
do servidor, assegurando sua integração ao novo ambiente de trabalho.
Além disso, a redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação e da força de trabalho
às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou
entidade.
A redistribuição é uma medida adotada pela administração pública com o intuito de promover a
otimização dos recursos humanos, ajustar o quadro de pessoal e atender às necessidades e inte-
resses da instituição. Ela contribui para a eficiência e a qualidade dos serviços prestados pela admi-
nistração pública.
7) Substituição
O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exer-
cício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, impedi-
mentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá optar
pela remuneração de um deles durante o respectivo período.
Substituição
Caráter temporário A substituição é uma medida de caráter temporário, destinada a suprir a ausência
temporária de um servidor. Assim que o servidor titular retorna às suas atividades,
o servidor substituto retorna à sua função original.
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Designação A designação para substituição é feita por meio de ato administrativo, geralmente
emitido pela autoridade competente. Nesse ato, são especificados o período de
substituição, as atribuições a serem desempenhadas e outros detalhes relevantes.
Requisitos e qualifi- O servidor designado para a substituição deve possuir os requisitos e qualifica-
cações ções necessários para o desempenho das atribuições do cargo ou função a ser
substituído. É importante que ele tenha o conhecimento e as habilidades adequa-
das para realizar as tarefas de forma competente.
Prestação de contas Durante o período de substituição, o servidor substituto é responsável por prestar
contas de suas atividades, seguindo os procedimentos e normas estabelecidos
pela instituição. Ele deve registrar e informar sobre o trabalho realizado, as deci-
sões tomadas e outros aspectos relevantes.
O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de
cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superi-
ores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem
o referido período.
Os servidores regidos pela lei possuem uma série de prerrogativas que regem a sua vida profissi-
onal, visando garantir condições adequadas de trabalho, valorização profissional e bem-estar no
exercício de suas atividades. Vejamos os direitos e vantagens que o servidor público civil federal
poderá ter:
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vencimento e remuneração
indenizações
gratificações e adicionais
Direitos e vantagens do
servidor público férias
licenças
concessões
direito de petição
A remuneração pode variar de acordo com o cargo, a jornada de trabalho, os níveis salariais, as
classes e os padrões de progressão previstos para cada categoria de servidores. Geralmente, a re-
muneração é definida em uma tabela salarial, que estabelece os valores básicos para cada cargo ou
nível hierárquico.
Tome nota!
Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário-mínimo, assim dispõe o art. 41, §5º da
Lei n. 8.112/90.
Vencimento: O vencimento, por sua vez, é a parcela básica da remuneração do servidor. Ele
representa a parte fixa do salário, sem considerar as demais parcelas adicionais, como gratificações
e benefícios. O vencimento é calculado com base no cargo, a qualificação e a jornada de trabalho
do servidor.
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O vencimento é o elemento principal da remuneração, pois é o valor base que serve de referência
para os cálculos e para a progressão do servidor dentro da tabela salarial. É importante destacar que
o vencimento é o valor mínimo garantido ao servidor, sem considerar eventuais adicionais ou be-
nefícios a que ele possa ter direito.
O servidor perderá a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado ou a
parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as con-
cessões de que trata o art. 97 da Lei 8.112/90, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de com-
pensação de horário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia ime-
diata.
Além disso, as faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força maior poderão ser com-
pensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício. Salvo por
imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento.
8.2) Indenizações
Indenizações
Ajuda de Custo É uma verba com caráter compensatório. A ajuda de custo destina-se a compensar as
despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício
em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente, vedado o duplo pa-
gamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que
detenha também a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede.
Diária A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o
deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio
diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias, como dispõe o art. 58 da Lei.
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Auxílio Mora- O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das despesas comprovadamente realiza-
dia das pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado
por empresa hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da despesa pelo ser-
vidor.
Será concedido auxílio-moradia quando o servidor atender os requisitos descritos no art. 60-B da
Lei:
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário, promi-
tente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município aonde for
exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção, nos doze
meses que antecederem a sua nomeação;
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos doze
meses, aonde for exercer o cargo em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se
prazo inferior a sessenta dias dentro desse período; e
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação para
cargo efetivo.
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o prazo no qual o servidor
estava ocupando outro cargo em comissão relacionado no inciso V.
Além do vencimento e das vantagens previstas no estatuto federal, os servidores poderão ter grati-
ficações e adicionais, vejamos:
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retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e
assessoramento
gratificação natalina
adicional de férias
A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fazer
jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. A fração igual ou superior a 15
(quinze) dias será considerada como mês integral.
Além disso, a gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada ano. A
gratificação natalina não será considerada para cálculo de qualquer vantagem pecuniária.
O servidor exonerado perceberá sua gratificação natalina, proporcionalmente aos meses de exercí-
cio, calculada sobre a remuneração do mês da exoneração.
Os servidores que desempenham suas funções de forma regular em ambientes insalubres ou que
mantenham contato constante com substâncias tóxicas, radioativas ou apresentem risco à vida têm
direito a um acréscimo no salário referente ao cargo efetivo.
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Caso o servidor tenha direito aos adicionais de insalubridade e periculosidade simultaneamente,
será necessário optar por apenas um deles. O direito a esses adicionais cessa assim que as condi-
ções ou riscos que motivaram a concessão forem eliminados.
Haverá um controle contínuo das atividades dos servidores em operações ou locais considerados
penosos, insalubres ou perigosos.
No que diz respeito à concessão dos adicionais de atividades penosas, insalubres e perigosas, o
adicional de atividade penosa será concedido aos servidores em serviço em zonas de fronteira
ou em localidades que justifiquem devida consideração, conforme estabelecido nos regulamen-
tos, termos e limites aplicáveis.
Os locais de trabalho e os servidores que lidam com Raios X ou substâncias radioativas serão con-
tinuamente monitorados, garantindo que as doses de radiação ionizante não ultrapassem os limi-
tes máximos estabelecidos na legislação correspondente.
O serviço extraordinário será remunerado com um aumento de 50% (cinquenta por cento) em
relação à hora normal de trabalho. A prestação de serviço extraordinário só será permitida para
atender a situações excepcionais e temporárias, respeitando-se o limite máximo de 2 (duas) ho-
ras por jornada.
O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e
5 (cinco) horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento),
computando-se cada hora como cinquenta e dois minutos e trinta segundos.
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Participar de banca examinadora ou comissão para exames orais, análise curricular, correção
de provas discursivas, elaboração de questões de provas ou julgamento de recursos interpostos por
candidatos;
9) Das Férias
O direito de férias não é um privilégio dos servidores públicos, ela é direito de todos os traba-
lhadores. As férias no contexto do serviço público referem-se ao período de descanso remunerado
a que os servidores têm direito após determinado tempo de trabalho. O objetivo das férias é pro-
porcionar o descanso necessário para a recuperação física e mental, promovendo o bem-estar e a
qualidade de vida dos servidores.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social:
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal;
O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos,
no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica. Para
o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.
As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e
no interesse da administração pública.
10) Licenças
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III - para o serviço militar;
V - para capacitação;
§ 1º A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem como cada uma de suas prorrogações
serão precedidas de exame por perícia médica oficial, observado o disposto no art. 204 desta Lei.
§ 2º Revogado
A lei do regime jurídico dos servidores públicos da União estabelece que, durante o período de
licença por motivo de doença em pessoa da família, é proibido ao servidor exercer qualquer ati-
vidade remunerada. Essa restrição visa garantir que o servidor possa dedicar-se integralmente ao
cuidado do membro da família enfermo, sem a distração ou comprometimento de suas responsabi-
lidades com outras atividades remuneradas.
Além disso, a norma especifica que a concessão de uma nova licença por motivo de doença em
pessoa da família, dentro de 60 dias após o término de uma licença anterior do mesmo tipo,
será considerada uma prorrogação. Essa regra busca evitar possíveis abusos, assegurando que as
licenças para o mesmo motivo, concedidas em curto intervalo de tempo, sejam tratadas como uma
continuação, em vez de licenças independentes.
É uma licença que poderá ser concedida ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou compa-
nheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas
expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica ofi-
cial, assim dispõe o art. 83 e parágrafos da lei.
É uma licença que poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou compa-
nheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exer-
cício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. Além disso, a licença será por prazo
indeterminado e sem remuneração.
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10.3) Licença para o Serviço Militar
O servidor convocado para o serviço militar receberá licença, seguindo as disposições da legislação
específica. Após completar o serviço militar, o servidor terá um período de até 30 (trinta) dias sem
remuneração para retornar ao exercício de suas funções no cargo.
Conforme estabelece a legislação, o servidor terá direito a licença, sem remuneração, durante o
período que mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e
a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funções e que exerça
cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a partir
do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia
seguinte ao do pleito.
A partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à
licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses.
A lei estabelece que após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor poderá, no interesse
da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até
três meses, para participar de curso de capacitação profissional.
A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde
que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo
de até três anos consecutivos, sem remuneração.
É importante destacar que a licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do
servidor ou no interesse do serviço.
O artigo 92 da lei 8.112/90 estabelece que é assegurado ao servidor o direito à licença sem re-
muneração para o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe
de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profis-
são ou, ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída
por servidores públicos para prestar serviços a seus membros.
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10.8) Licença para Tratamento de Saúde
Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em
perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.
A servidora gestante terá o direito a uma licença de 120 (cento e vinte) dias consecutivos, com
remuneração integral, conforme estipulado pelo art. 207 da Lei:
Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias consecu-
tivos, sem prejuízo da remuneração.
§ 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo antecipação
por prescrição médica.
§ 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias
de repouso remunerado.
Para a servidora lactante que precisa amamentar seu próprio filho até os seis meses de idade, será
concedido, durante a jornada de trabalho, um intervalo de uma hora para descanso, podendo esse
tempo ser dividido em dois períodos de meia hora.
No caso de adoção ou obtenção da guarda judicial de uma criança com até 1 (um) ano de idade,
a servidora terá direito a uma licença remunerada de 90 (noventa) dias.
Será licenciado, com remuneração integral, o servidor acidentado em serviço. Configura acidente
em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediata-
mente, com as atribuições do cargo exercido.
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11) Afastamentos
Os afastamentos dos servidores públicos federais podem ocorrer por diversas razões, as quais vamos
estudar abaixo, de acordo com o que estabelece a lei:
a) Afastamento para servir em outro órgão ou entidade: Nesta hipótese, o servidor poderá ser
cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade, desde que para o desempenho de alguma
das seguintes atribuições: I – para exercício de cargo em comissão, função de confiança ou, no caso
de serviço social autônomo, para o exercício de cargo de direção ou de gerência; II – em casos pre-
vistos em leis específicas.
b) Afastamento para o exercício de mandato eletivo: Caso o servidor público seja eleito para o
desempenho de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela
sua remuneração;
b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado op-
tar pela sua remuneração.
c) Afastamento para estudo ou missão no exterior: o servidor não poderá ausentar-se do País
para estudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos
do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal.
A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estudo, somente decorrido igual
período, será permitida nova ausência.
Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida exoneração ou licença para
tratar de interesse particular antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a hipó-
tese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento.
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o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar-se do exercício do cargo
efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em programa de pós-graduação stricto sensu
em instituição de ensino superior no País.
12) Concessões
De acordo com a Lei n. 8.112/1990, o servidor público federal poderá se ausentar do serviço, sem
desconto na sua remuneração. As concessões referem-se à autorização ou permissão formal dada
por uma autoridade competente para que algo seja realizado, usufruído ou obtido. Essas autoriza-
ções podem abranger diversas áreas e situações. Iremos nos aprofundar, no quadro esquematizado,
os seguintes casos descritos no art. 97:
Concessões
O direito de petição do servidor público federal refere-se à prerrogativa concedida aos servidores
para formalizar solicitações, requerimentos, reclamações, denúncias ou pedidos junto à admi-
nistração pública federal. Esses pleitos são endereçados à autoridade competente para análise e
são encaminhados por intermédio daquela à qual o requerente está imediatamente subordinado.
O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou proferido
a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades. O recurso será encami-
nhado por intermédio da autoridade a que estiver imediatamente subordinado o requerente.
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indeferimento do pedido de
reconsideração
Cabimento do Recurso
O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade competente.
13.1) Prescrição
A prescrição do direito de petição refere-se ao prazo legal estabelecido para que uma pessoa exerça
o seu direito de apresentar uma petição ou requerimento junto à administração pública. No contexto
jurídico, a prescrição é o instituto que determina o tempo máximo durante o qual um direito pode
ser exercido, após o qual esse direito é considerado extinto ou "prescrito".
Prescrição
em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei.
O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência
pelo interessado, quando o ato não for publicado. O pedido de reconsideração e o recurso,
quando cabíveis, interrompem a prescrição. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser
relevada pela administração. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo,
salvo motivo de força maior.
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14) Regime Disciplinar
a) Deveres
Conforme estabelecido no estatuto federal, os servidores públicos regidos por essa norma estão
sujeitos a uma série de deveres. É importante destacar que a lista de deveres apresentada não é
exaustiva, mas sim exemplificativa. Portanto, o servidor não pode alegar o não cumprimento de
alguma obrigação com base na ausência de previsão expressa no texto normativo que governa sua
categoria funcional.
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exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
b) à expedição de certidões
atender com presteza: requeridas para defesa de direito ou
esclarecimento de situações de
levar as irregularidades de que tiver ciência em razão interesse pessoal
Deveres dos Servidores
b) Proibições
As proibições impostas ao servidor público são elencadas como condutas vedadas, visando garan-
tir a ética, a eficiência e a integridade no desempenho das funções públicas. Segue uma descrição
detalhada das proibições:
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Ausentar-se do Serviço ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do
Sem Autorização chefe imediato
Retirar Documentos ou Ob- retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer docu-
jetos sem Autorização mento ou objeto da repartição
Delegar Atribuições a Pes- cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o
soas Estranhas: desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu
subordinado
Nomeação de Parentes manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, côn-
juge, companheiro ou parente até o segundo grau civil
Uso Indevido do Cargo valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detri-
para Proveito Pessoal mento da dignidade da função pública
Atuação como Procurador atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas,
ou Intermediário salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais
de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro
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Aceitação de Comissão, aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro
Emprego ou Pensão de
Estado Estrangeiro
Uso Indevido de Recursos utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou ativida-
Públicos des particulares
Delegação de Atribuições cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, ex-
Estranhas ao Cargo ceto em emergências e transitórias
Atividades Incompatíveis exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do
com o Cargo e Horário de cargo ou função e com o horário de trabalho
Trabalho
Recusa em Atualizar Dados recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado
Cadastrais
c) Acumulação de Cargos
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A acumulação de um cargo de professor com outro de natureza técnica ou científica;
d) Responsabilidades
De acordo com as disposições da Lei 8.112/1990, os servidores públicos federais estão sujeitos a três
esferas de responsabilidade:
Responsabilidades
A responsabilidade civil surge quando o servidor, seja por ação ou omissão, intencional ou negli-
gente, causa prejuízo ao erário ou a terceiros. Abrangem-se nesse conceito todas as ações ou omis-
sões do servidor que, ao agir em nome da administração, resultem em danos a particulares ou ao
próprio Poder Público. Nesse contexto, a teoria da imputação faz com que as ações do servidor
sejam atribuídas ao órgão ou entidade em que ele exerce suas funções. Inicialmente, a responsabi-
lidade pelos danos causados cabe ao Poder Público, que pode, após indenizar o particular prejudi-
cado, propor uma ação regressiva contra o servidor. Se condenado, o servidor deve restituir os cofres
públicos, podendo ser parcelado o pagamento, desde que as parcelas não sejam inferiores a 10% de
sua remuneração, pensão ou proventos.
Por fim, a responsabilidade administrativa decorre de ato, seja por ação ou omissão, praticado
pelo servidor no desempenho de seu cargo ou função. As três esferas de responsabilização são
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independentes, o que significa que é possível acumular duas ou mais delas, sendo atribuídas ao
servidor conforme as circunstâncias e a gravidade da conduta.
e) Penalidades
De acordo com a Lei n. 8.112/1990 são as seguintes as penalidades passíveis de aplicação aos
servidores públicos federais:
Penalidades
cassação de aposentado- É uma penalidade aplicada aos servidores inativos, que tenham se aposen-
ria ou disponibilidade tado ou estejam em disponibilidade, quando cometem infrações disciplina-
res graves. A cassação de aposentadoria ou disponibilidade implica na perda
dos benefícios e vantagens decorrentes da inatividade.
destituição de cargo em É uma penalidade aplicada aos servidores ocupantes de cargos em comissão
comissão quando cometem infrações disciplinares. A destituição implica na perda do
cargo em comissão e do status de ocupante de cargo de confiança.
Importante!
As penalidades são um rol taxativo, ou seja, não poderão ser aplicadas outras penalidades além
dessas mencionadas na lei.
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Momento da Questão
Questão inédita – Maria é uma servidora pública federal exemplar, conhecida por seu compro-
metimento e dedicação ao trabalho. No entanto, em um determinado período, ela enfrenta
situações pessoais desafiadoras que afetam temporariamente seu desempenho. Em decorrên-
cia disso, ela comete pequenas infrações no cumprimento dos prazos de algumas tarefas. Ao
perceber a irregularidade, o superior hierárquico de Maria decide iniciar um processo discipli-
nar. Diante desse contexto, de acordo com o Regime Disciplinar dos Servidores Públicos Fe-
derais, qual alternativa representa uma abordagem correta diante das circunstâncias?
a) Maria deve ser imediatamente demitida, visto que suas ações violaram as normas estabelecidas,
independentemente de seus problemas pessoais.
c) Devido às dificuldades pessoais de Maria, o superior hierárquico deve arquivar o processo disci-
plinar, considerando as circunstâncias temporárias que afetaram seu desempenho.
d) A administração deve oferecer a Maria a oportunidade de apresentar sua versão dos fatos, possi-
bilitando sua defesa e considerando possíveis medidas corretivas, como um plano de acompanha-
mento.
e) Maria deve ser transferida para outro setor, evitando assim possíveis conflitos e mantendo seu
histórico funcional sem registros disciplinares.
Gabarito: Letra D.
1) Introdução
Seguimos o nosso estudo com o assunto Poderes Administrativos. Para iniciarmos são necessárias
algumas informações importantes.
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2) Considerações Iniciais
Os poderes e deveres da Administração Pública estão relacionados ao exercício das atividades es-
tatais, visando o interesse público e o correto funcionamento da máquina administrativa.
A Administração Pública detém certas prerrogativas para a condução de suas atividades, conhecidas
como poderes. Por conta da indisponibilidade do interesse público, o administrador encontra-se
sujeito ao que a legislação determina. Essas responsabilidades são designadas como deveres ad-
ministrativos.
3) Deveres da administração
Dever de probidade
Deveres da
administração
Dever de eficiência
Poder dever de agir: significa que ao mesmo tempo que a Administração Pública possui com-
petência para atuar e atender as necessidades públicas, ela possui o dever de agir, ou seja, tem uma
obrigação em benefício da coletividade.
Dever de probidade: o administrador público deve desempenhar suas funções com ética, ho-
nestidade e boa-fé.
Dever de prestar contas: esse dever é imposto a qualquer órgão ou agente que tenha respon-
sabilidade pela conservação ou gestão de bens públicos, inclusive particulares que tenham respon-
sabilidade por algum recurso público.
Dever de eficiência: tem relação com a qualidade na prestação do serviço, deve prezar pela
celeridade, economicidade e perfeição técnica.
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Este tema é de extrema importância para as provas de concursos públicos, uma vez que constitui os
deveres da Administração Pública.
Por isso, anote esse mnemônico: P – E – P – A (Isso vai te salvar na hora da prova).
•Dever de Eficiência
E
•Dever de Probidade
P
•Dever de Agir
A
4) Abuso de poder
Exorbitância de competência: o agente vai além da Ato visando interesse diverso do interesse pú-
sua competência. blico.
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Desproporcionalidade entre situação de fato e a con- Defeito na finalidade
duta praticada
5) Poderes Administrativos
Para iniciarmos propriamente o assunto poderes, vejamos alguns conceitos trazidos por doutrina-
dores renomados:
Para José dos Santos Carvalho Filho poderes é o “conjunto de prerrogativas de direito público que
a ordem jurídica confere aos agentes administrativos para o fim de permitir que o Estado alcance
seus fins”.
Para Hely Lopes Meirelles cada agente público “é investido da necessária parcela de poder público
para o desempenho de suas atribuições”. É este poder “que empresta autoridade ao agente público
quando recebe da lei competência decisória e força para impor suas decisões aos administrados”.
Após a explanação dos doutrinadores, podemos identificar que os poderes administrativos refe-
rem-se às prerrogativas e instrumentos concedidos à Administração Pública para que ela possa de-
sempenhar suas funções de forma eficiente e atender ao interesse público. Existem diversos poderes
administrativos, e cada um possui características específicas.
Este tema é de extrema importância para as provas de concursos públicos, uma vez que constitui os
seis principais poderes da Administração Pública.
Por isso, anote esse mnemônico: HI – PO – DI DI – VI – NO (Isso vai te salvar na hora da prova).
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•Hierárquico
HI
•Polícia
PO
•Disciplinar
DI
•Discricionário
DI
•Vinculado
VI
•Normativo / regulamentar
NO
A lei atribui competência e define todos os aspectos da conduta a ser praticada. Não há margem
de liberdade para o agente escolher a melhor forma de agir (competência, forma e finalidade são
requisitos sempre vinculados; motivo e objeto, não);
De acordo com Hely Lopes Meirelles, “atos vinculados ou regrados são aqueles para os quais a lei
estabelece os requisitos e condições de sua realização”.
Ex.: Uma licença para funcionamento de um estabelecimento. Quando particular cumpre todos
os requisitos trazidos na lei, a Administração Pública é obrigada a conceder a licença, não há margem
de escolha.
A lei atribui competência, mas reserva certa margem de discricionariedade para que, diante da
situação concreta, o agente possa selecionar a opção mais apropriada para a defesa do interesse
público. Essa discricionariedade só pode residir no motivo ou no objeto do ato administrativo.
Para Hely Lopes Meirelles, “discricionários são os que a Administração pode praticar com liberdade
de escolha de seu conteúdo, de seu destinatário, de sua conveniência, de sua oportunidade e de seu
modo de realização”.
O Poder Discricionário está ligado, inclusive com a revogação, pois quando um ato discricionário é
praticado e em seguida a administração considera que não é mais conveniente ou oportuno, poderá
haver a revogação desse ato.
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Além disso, é importante frisar que o poder discricionário também encontra limites na lei, caso um
ato seja praticado com alguma ilegalidade disfarçada de discricionariedade, poderá haver a anula-
ção, a esse procedimento dá-se o nome de controle de legalidade.
É a possibilidade de a Administração aplicar punições aos agentes públicos que cometem infrações
funcionais. Esse poder tem relação com a natureza, a gravidade da infração e com os danos que ela
causar ao serviço público. Características do poder disciplinar:
Poder interno: só se aplica aos particulares quando eles forem contratados da Administração;
O poder disciplinar pode ser aplicado ao particular que celebrou contrato com a Administração,
particular que participa de licitação, presidiários, estudantes de escola pública, pacientes de hospital
público, concessionários, permissionários e autorizatários de serviço público.
Já para o servidor, pode ser aplicado o poder disciplinar quando o servidor comete infrações fun-
cionais que são punidas com: advertência, suspensão, demissão, destituição de cargo comissionado,
cassação de aposentadoria, cassação de disponibilidade.
Tome Nota!
Constatada a infração, a Administração é obrigada a punir, mas tem o poder discricionário de ajustar
a pena.
É o poder da administração para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos e ordenar e rever
a atuação de seus agentes, estabelecendo relação de subordinação entre os servidores do seu qua-
dro de pessoal.
a) Poder interno: só se manifesta dentro da mesma pessoa jurídica. Lembrando que não há hierar-
quia entre administração direta e indireta.
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b) Permanente: trata-se de exercício constante e permanente dos agentes públicos.
De acordo com Hely Lope Meirelles “O Poder hierárquico tem por objetivo ordenar, coordenar, con-
trolar e corrigir as atividades administrativas, no âmbito interno da Administração Pública (...) Do
poder hierárquico decorrem faculdades implícitas para o superior, tais como a de dar ordens e fis-
calizar o seu cumprimento, a de delegar e avocar atribuições, e a de rever os atos dos inferiores (...)
Fiscalizar é vigiar permanentemente os atos praticados pelos subordinados, com o intuito de mantê-
los dentro dos padrões legais e regulamentares instituídos para cada atividade administrativa.”
Além disso, a manifestação do Poder Hierárquico pode ocorrer das seguintes maneiras: dar ordens
aos subordinados, controle de atividades de órgãos inferiores, delegação de atribuições, avocação
de atribuições, aplicação de sanções aos servidores e edição de atos normativos.
É importante salientar que hierarquia não deve ser confundida com disciplina, elas apenas caminham
juntas na base de organização do Estado.
Apura infrações
Subordinação entre agentes e órgãos
Aplica sanções
Há distribuição de funções
Sujeitos internos da Administração
Apenas âmbito interno
Servidores públicos Particulares com vínculo espe-
Ordena e revisa a atuação dos agentes.
cífico
Segundo a doutrina o poder normativo é mais amplo e mais genérico do que o "poder regulamen-
tar", pois permite a edição de todas as categorias de atos (regimentos, instruções, deliberações, re-
soluções e portarias).
É um poder que apenas complementa a lei, não podendo alterar ou modificar o seu entendimento.
De maneira geral o poder regulamentar é mais restrito que o "poder normativo", pois é a possibili-
dade de edição de decretos e regulamentos, tidos como atos administrativos gerais.
Importante!
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Além disso, decorre do poder hierárquico; se estende aos chefes do executivo federal, estadual e
municipal. O agente não pode alterar a lei. Ele deve apenas regulamentá-la.
O Poder Regulamentar se formaliza por Decreto, nos termos do art. 84, inc. IV da Constituição
Federal, conforme o artigo transcrito abaixo:
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos
para sua fiel execução;
“O poder regulamentar como uma das formas pelas quais se expressa a função normativa do
Poder Executivo pode ser definido como o que cabe ao Chefe do Poder Executivo da União,
dos Estados e dos Municípios, de editar normas complementares à lei, para sua fiel execução”.
Existem variadas situações em que o Poder Regulamentar está presente na Administração Pública,
vejamos:
Decretos regulamentares ou de execução: via de regra, as leis são editadas de maneira geral,
necessitando de uma complementação posterior. Nesse sentido, é que funcionam os decretos regu-
lamentares ou de execução, para garantir a execução das leis. Lembrando que os decretos não tra-
zem inovações para a lei, são atos secundários.
Decretos autônomos: são atos normativos primários, tem validade e fundamento na Constitui-
ção. Não servem para regulamentar uma norma, eles trazem inovações ao ordenamento jurídico.
Lembrando que, em regra, a Administração não pode inovar no ordenamento, mas o Decreto Autô-
nomo é uma figura sui generis. A emenda Constitucional 32/2001 autorizou Presidente da Repú-
blica a expedir decretos autônomos, para dispor unicamente sobre:
Regulamentos autorizados ou delegados: são autorizações dadas pela Lei para que o Poder
Executivo regule situações do texto legal. Esses regulamentos são utilizados para editar normas téc-
nicas, por exemplo.
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5.6) Poder de polícia
Antes de adentrar nos estudos específicos sobre o poder de polícia, é relevante destacar que este é
o poder da administração mais frequentemente abordado em concursos!
Segundo o doutrinador Hely Lopes Meirelles: “Poder de polícia e a faculdade de que dispõe a admi-
nistração pública para condicionar e restringir o uso de gozo de bens atividades e direitos individuais
em benefício da coletividade ou do próprio Estado”.
Dessa maneira, podemos dizer que poder de polícia é a imposição de limites à liberdade e propri-
edade dos particulares. Trata-se de poder do Estado utilizado para condicionar, restringir, limitar,
frenar o exercício das atividades particulares em busca do interesse público.
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em
razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à dis-
ciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à proprie-
dade e aos direitos individuais ou coletivos.
Tome nota!
Atente para a distinção entre o poder de polícia e o poder da polícia. O poder da polícia refere-se
ao tipo de poder voltado para a segurança pública, enquanto o poder de polícia consiste na prerro-
gativa preventiva que orienta toda a atividade administrativa, independentemente da área de atua-
ção.
O exercício do poder de polícia pode se manifestar por meio de diversas formas, envolvendo a
regulação, fiscalização e restrição de atividades para preservar a ordem pública, segurança e interes-
ses coletivos.
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Estabelecimento de leis, decretos e regulamentos que determinam normas e
Leis e atos normativos padrões a serem seguidos pela sociedade para garantir a ordem pública e o
interesse coletivo.
Por se tratar de um tema de grande relevância dos poderes administrativos, os atributos do poder
de polícia precisam estar afiados na sua mente. Por isso, anote esse mnemônico: DI – C – A (Isso vai
te salvar na hora da prova).
•DIscricionariedade
DI
•Coercitibilidade
C
•Autoexecutoriedade
A
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Autoexecutoriedade: Possibilidade de executar diretamente suas decisões sem necessidade
de autorização do Judiciário.
Importante!
A delegação do poder de polícia aos particulares é vedado. Essa restrição ocorre porque, ao praticar
os atos decorrentes do poder de polícia, o Estado age com seu poder de império e sua supremacia.
Os particulares não detêm essa prerrogativa, e permitir tal delegação equivaleria a transferir a enti-
dades privadas a autoridade e o poder de império inerentes ao Estado.
Quadro resumo entre polícia administrativa e judiciária (extraído das explicações do Prof. Cyonil Bor-
ges):
PODER DE POLÍCIA
ADMINISTRATIVA JUDICIÁRIA
Momento da Questão
a) O poder hierárquico é utilizado pelo Presidente da República para criar normas que regem a
Administração Pública federal.
b) O poder disciplinar, atribuído aos Ministros de Estado, possibilita a edição de medidas provisórias
para regulamentar condutas dos servidores públicos.
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c) O poder legislativo, conferido ao Chefe do Executivo, permite a supervisão e controle das ativida-
des do Poder Legislativo.
d) O poder normativo, inerente aos órgãos de fiscalização, concede a prerrogativa de editar decretos
autônomos que regulamentam a organização e funcionamento da Administração Pública federal.
e) O poder de polícia, exercido por agentes federais, concede a autoridade para intervir nas relações
particulares dos cidadãos, regulando suas condutas para garantir a ordem pública.
Gabarito: Letra D.
Comentário: A alternativa correta destaca o poder normativo como um atributo inerente aos
órgãos de fiscalização, como a Controladoria-Geral da União (CGU). Esses órgãos têm a prerrogativa
de emitir decretos autônomos para regulamentar aspectos relacionados à organização e funciona-
mento da Administração Pública federal. Essa atribuição é crucial para a eficiência e eficácia na ges-
tão pública, permitindo a adaptação rápida às necessidades e mudanças na administração federal.
Os demais poderes mencionados nas outras alternativas não correspondem às atribuições específi-
cas na esfera federal.
ATOS ADMINISTRATIVOS
1) Introdução
1 – Atos administrativos: noções iniciais; diferenciação; classificação; elementos dos atos ad-
ministrativos; atributos dos atos administrativos; agente putativo e agente necessário; conva-
lidação; extinção dos atos administrativos; espécies de atos administrativos; pareceres; licen-
ças, autorizações e permissões.
2) Noções iniciais
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Manifestação unilateral de vontade
Ato administrativo
No sentido de conceituar ato administrativo podemos citar algumas definições dos principais auto-
res, vejamos:
Hely Lopes Meirelles: “Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administra-
ção Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, mo-
dificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.”
Celso Antônio Bandeira de Mello: “Declaração do Estado (ou de quem lhe faça as vezes – como, por
exemplo, um concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas públicas, manifestada
mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento, e sujeitas a
controle de legitimidade por órgãos jurisdicional.”
De maneira geral o conceito de ato administrativo, envolve declaração unilateral de vontade; von-
tade da administração; finalidade de interesse público.
Tome Nota!
Para a doutrina majoritária, o silêncio não é propriamente ato administrativo, mas sim fato adminis-
trativo, o qual pode gerar consequências jurídicas, como a prescrição e a decadência. E, realmente,
não é ato, pois falta, ao silêncio, a declaração de vontade, algo que é essencial ao conceito de ato
administrativo. O silêncio é o oposto disso: é ausência de manifestação. E não há ato sem a decla-
ração de vontade.
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Vamos esquematizar os atos administrativos?
Ato administrativo abdi- É aquele pelo qual, mediante autorização legal, o titular renuncia a um di-
cativo reito. A peculiaridade desse ato é seu caráter incondicional e irretratável.
Atos de administradores de empresa estatal também podem ter natureza de ato administrativo.
Ex.: decisões que indeferem requerimento de informações sobre os serviços públicos prestados pela em-
presa.
Tome nota!
Para a administração pública, temos os tipos de manifestações de vontade – ato unilateral e ato
bilateral. O ato unilateral é emitido por uma única parte, enquanto o ato bilateral resulta do acordo
e da vontade de duas partes.
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2) Requisitos dos Atos Administrativos
São os chamados requisitos de validade. Requisitos que devem ser observados para que o ato seja
válido. Requisitos que se não forem observados o ato será inválido. Por se tratar de um tema com
grande relevância no concurso públicos, anote esse mnemônico: CO – FI – FO – MO - OB (Isso vai
te salvar na hora da prova).
•Competência
CO
•Finalidade
FI
•Forma
FO
•Motivo
MO
•Objeto
OB
Finalidade: A finalidade está ligada ao objetivo, o qual, o interesse público pretende atingir.
Todo ato administrativo é praticado necessariamente com um fim público. Além disso, é importante
deixar claro que podem existir vícios na finalidade e esses vícios são chamados de desvio de finali-
dade ou desvio de poder.
Não se pode praticar o ato com fins privados, nem para beneficiar amigos e prejudicar inimigos. A
finalidade que deve ser observada é aquele prevista em lei para o ato.
Forma: A forma é a manifestação do ato no mundo externo, ou seja, o jeito como o ato é prati-
cado. Como regra, o ato é formal e escrito.
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Motivo: O motivo é a situação de direito ou de fato, o qual, autoriza a realização do ato admi-
nistrativo. Além disso, o motivo pode ser um elemento vinculado, previsto em lei, ou discricionário,
a critério do administrador.
No caso da vinculação o ato será praticado de acordo com as diretrizes legais, a lei descreverá exa-
tamente como o ato deverá ser praticado e na discricionariedade, a lei traz diversos objetos e que
serão escolhidos a critério do administrador.
Situação fática (fatos – o que aconteceu no caso concreto) e jurídica (o que está na lei) que justifica
a prática do ato.
Objeto: O objeto, o qual, também pode ser chamado de conteúdo, é o efeito jurídico produzido
pelo ato administrativo. Seria o que o ato enuncia, prescreve ou dispõe. São os efeitos produzidos.
Trata-se do próprio ato.
Em resumo o objeto pode ser definido como: conteúdo, de efeito imediato, pode ser vinculado ou
discricionário, lícito, possível e certo.
A Teoria dos motivos determinantes entende que uma vez motivado o ato, a validade está vincu-
lada aos motivos que o fundamentam. Dessa maneira, se os motivos indicados não existirem, o ato
será nulo. Portanto, os motivos alegados para prática do ato devem ser verdadeiros.
A Teoria se aplica aos atos discricionários ou vinculados e quando a motivação for ou não obrigató-
ria.
Tome Nota!
Nem todo ato precisa ser motivado. Ex.: exoneração do titular de um cargo em comissão. A mo-
tivação neste caso não é exigida, mas, se por acaso a motivação for feita, aplica-se esta teoria.
2.2) Discricionariedade
A discricionariedade no ato administrativo está presente nos elementos motivo e objeto. A com-
petência, finalidade e forma são elementos vinculados, enquanto o motivo e o objeto podem ser
vinculados ou discricionários.
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3) Classificações
Os atos administrativos podem ser classificados de várias formas, levando em consideração diferen-
tes critérios.
Ato vinculado: É aquele praticado pela Administração Pública sem qualquer margem de liber-
dade / escolha. Uma vez que os requisitos legais forem preenchidos a Administração é obrigada a
praticar o ato nos exatos termos da lei. É praticado apenas no aspecto da legalidade.
Ato discricionário: É aquele em que o administrador tem certa margem de escolha. Escolha:
análise do mérito administrativo (juízo de conveniência e oportunidade) – interesse público
A discricionariedade jamais é presumida. Ela está prevista na lei ou em conceitos jurídicos indeter-
minados ( ex.: conduta escandalosa na repartição).
É praticado apenas no aspecto da legalidade. Mas, além disso, também deve ser observado o aspecto
de mérito.
Atos gerais: Os atos gerais ou normativos são aqueles que possuem destinatários indetermina-
dos, ou seja, não sabemos as pessoas que serão atingidas por aquele ato.
Por possuir caráter genérico, atingem todos aqueles que se enquadrarem na situação descrita. Em
resumo, possuem caráter normativo, natureza genérica e conteúdo abstrato.
Atos individuais: Os atos individuais ou especiais são aqueles que possuem destinatários, certos,
determinados, ou seja, sabemos quem serão os atingidos pelo ato.
Além disso podemos dizer que produzem efeitos nos casos concretos.
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3.3) Atos simples, complexo e composto
Ato simples: É aquele ato formado pela manifestação de vontade de um órgão, podendo ser
unipessoal ou colegiado. O número de agentes que participa do ato não é relevante, desde que se
trate de uma vontade unitária. Um ato simples poderá ser um despacho manifestando a vontade do
colegiado de um órgão, por exemplo.
Ato complexo: É aquele formado pela manifestação de vontade de dois ou mais órgãos, produ-
zindo um ato.
Ato composto: É aquele formado pela manifestação de vontade de um órgão (ato principal).
Porém, é necessário a aprovação da vontade (ato acessório / instrumental), que é feita por outro
órgão. Neste caso, há dois atos distintos, ou seja, um ato principal e um ato acessório.
Ex.: Homologação.
Dois atos, sendo um principal e outro acessório; o ato principal depende do aces-
Ato composto
sório para a produção de efeitos. Ex.: homologação.
Ato complexo Manifestação de dois ou mais órgãos; único ato. Ex.: Portaria interministerial.
Ato de gestão: É aquele ato que a administração pratica sem utilizar a sua supremacia, são atos
praticados em situação de igualdade com os particulares.
Ato de expediente: São aqueles atos internos, que não possuem conteúdo decisório, apenas se
destinam a dar andamento aos processos. Além disso, os atos de expediente não geram efeitos
vinculantes nem possuem forma específica.
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Ex.: Entrega de certidão, expedição de ofício.
Ato perfeito: É aquele que completou o seu ciclo de formação, ou seja, todas as etapas foram
realizadas. Se o ato não completou o seu ciclo de formação ele será imperfeito.
Ato válido: É aquele que está em conformidade com o ordenamento jurídico (lei). Caso o ato
não esteja de acordo com a lei ele será inválido.
Ato eficaz: É aquele ato que está apto para produção de efeitos, é um ato que independe de
evento posterior para produzir seus efeitos.
Se o ato não está apto a produzir os seus efeitos ele será ineficaz.
Os atributos ou características do ato administrativo são as peculiaridades que os fazem ser diferen-
tes dos atos privados.
Por se tratar de um tema com grande relevância no concurso públicos, anote esse mnemônico: P –
A – T – I (Isso vai te salvar na hora da prova).
•Autoexecutoriedade
A
•Tipicidade
T
•Imperatividade
I
De acordo com esse atributo pressupõe-se que os atos estão de acordo com a lei, até que se prove
o contrário, ou seja, são legítimos, legais, lícitos ou válidos.
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Presunção de legitimidade: presume que o ato está de acordo com a lei.
4.2) Autoexecutoriedade
Atributo que permite a Administração Pública executar as suas decisões de forma direta, imediata.
Sem necessidade de intervenção judicial, inclusive com o uso da força, caso seja necessário. A auto-
executoriedade existe em duas principais situações, quando estiver expressamente prevista em lei e
quando se tratar de medida urgente (medida que deve ser adotada de imediato).
Nem todo ato possui o atributo da autoexecutoriedade. As situações em que o ato administrativo
não tem este atributo: cobrança de multa, tributos, desapropriação, servidão administrativa.
4.3) Tipicidade
Nem todo doutrinador entende que a tipicidade é um atributo. Esse atributo está presente na obra
de Maria Sylvia Zanella Di Pietro. Segunda a doutrinadora, tal atributo deve corresponder a figuras
definidas em lei para que produzam resultados. Ou seja, a tipicidade exige que haja uma previsão
legal do ato administrativo. Deve ser previsto em lei.
Em resumo a tipicidade é regida pelo princípio da legalidade. Todo ato administrativo unilateral
possui esse atributo. Se for ato administrativo bilateral, há doutrina que diga que não possui esse
atributo.
4.4) Imperatividade
É decorrente do poder de império / extroverso, ou seja, o poder público pode editar atos que estão
relacionados a terceiros e não somente para o sujeito que o emitiu.
Como impõe obrigações a terceiros, os atos administrativos são impostos de forma unilateral pelo
Estado independente da anuência (concordância) dos administrados.
Nem todo ato possui o atributo da imperatividade, como, por exemplo, os atos negociais.
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5) Agente putativo e agente necessário
Os agentes putativos são sujeitos que desempenham uma atividade pública presumindo que seja
legítima, mesmo que a investidura no cargo não tenha sido dentro do procedimento exigido. Já os
agentes necessários, são aqueles que praticam atos em situações excepcionais, em emergências,
por exemplo.
Ex.: entrou em exercício sem tomar posse e ninguém Ex.: bombeiro pede ajuda para cidadão ajudá-lo.
percebeu. Logo, não assinou a posse.
Os atos são válidos perante terceiros de boa-fé - Atos praticados: Estado responde
Tome Nota!
Usurpador de função: fingindo ser agente público com uma finalidade ilícita. Os atos por ele prati-
cados não são ilegais, mas inexistentes.
A extinção é o desfazimento do ato administrativo. Retirada do ato do mundo jurídico. O ato deixa
de existir. Poderá ser extinto das seguintes formas:
Pode ser decretada pela própria administração (autotutela) – de ofício ou a requerimento. Mas
como a lei foi violada, o ato também pode ser anulado pelo Poder Judiciário, que deverá ser provo-
cado (princípio da inércia).
A anulação poderá incidir tanto em atos vinculados quanto discricionários – não olha o mérito, ape-
nas os aspectos de sua legalidade.
A anulação possui efeitos retroativos – retroage a data da prática do ato. Trata-se do efeito “ex tunc”.
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Qual o prazo que a administração pública tem para anular seus atos?
Prazo decadencial de 5 anos, quando o destinatário estiver de boa-fé. Caso esteja de má-fé, a anu-
lação do ato poderá ser feita a qualquer momento.
Revogação: O ato é válido. Não há ilegalidade, pois foi praticado conforme a lei. No entanto, a
administração pública fez o juízo de conveniência e oportunidade e verifica que o ato não coaduna
mais com o interesse público.
Decretada apenas pela própria Administração Pública (autotutela – controle dos próprios atos)
A revogação possui efeitos não retroativos (prospectivos). Trata-se do efeito “ex nunc”.
Qual o prazo que a administração pública tem para revogar seus atos?
Ato vinculado
Impossibillidade de revoção do ato
O Poder Judiciário não revoga ato dos outros. Mas revoga seus próprios atos quando atua em sua
função administrativa.
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Cassação: Trata-se de uma penalidade, aplicada em razão do descumprimento de alguma con-
dição.
Ex.: tinha licença para jogar entulho no terreno, vem nova lei proibindo tal prática.
Anulação Ilegal
Cassação Penalidade
7) Convalidação
A convalidação dos atos administrativos refere-se ao processo pelo qual a Administração Pública,
reconhecendo a existência de um vício ou irregularidade em um ato que praticou, busca corrigi-lo,
conferindo-lhe validade e eficácia. Os seus efeitos são retroativos – “ex tunc”, ou seja, sana o vício
desde sua origem.
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Vício sanável (ato anulável)
Requisitos para a
Ato ainda não foi impugnado
convalidação
Ao Poder Judiciário cabe anular atos administrativos ilegais e não a sua convalidação.
Tome Nota!
Como regra, se o vício for no elemento competência (salvo competência exclusiva, que não pode
ser delegada, e competência em razão da matéria) ou na forma (salvo se a forma for essencial à
validado do ato) poderá ser convalidado.
“FoCo na convalidação”.
Os atos administrativos podem ser categorizados em diversas espécies, levando em conta suas
características e finalidades específicas.
Por se tratar de um tema com grande relevância no concurso públicos, anote esse mnemônico: N –
O – N - E – P (Isso vai te salvar na hora da prova).
•Normativos
N
•Ordinário
O
•Negociais
N
•Enunciativo
E
•Punitivo
P
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Normativos: Atos gerais (destinatários indeterminados – caráter genérico e abstrato)
Ordinário: Atos internos (ordens que a administração pública profere para ser órgãos e servido-
res subordinados. Decorre do poder hierárquico. Aqueles que disciplinam o funcionamento da Ad-
ministração Pública, incluindo as condutas dos seus agentes.
Negociais: São casos em que o particular precisa da anuência da administração pública. Não são
imperativos, coercitivos, autoexecutórios.
Enunciativo: É aquele ato que não representa uma manifestação de vontade propriamente dita.
A administração pública simplesmente emite uma opinião (juízo de valor). Apenas declara uma situ-
ação.
Ex.: atestado, parecer, certidão, apostila. Externam ou declaram uma situação existente em regis-
tros, processo ou arquivos públicos sem qualquer manifestação de vontade original da Administra-
ção).
Punitivo: Tem o objetivo de punir a prática de infrações administrativas. Pode estar punindo um
servidor, particular ou particular com vínculo.
9) Pareceres
Os pareceres podem ser facultativos (meramente opcional), obrigatórios (exige-se o parecer para a
realização do ato, mas é mera opinião, podendo a autoridade dele divergir) ou vinculantes (a auto-
ridade não pode divergir dele, nesse caso deixa de ser mera opinião).
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Momento da Questão
b) O ato administrativo vinculado é aquele em que a Administração Pública possui margem de es-
colha na sua prática, podendo decidir conforme seu juízo de conveniência e oportunidade.
Gabarito: Letra E.
SERVIÇOS PÚBLICOS
1) Introdução
1 – Serviços públicos: conceito; características dos serviços públicos; princípios do serviço pú-
blico; titularidade do serviço público; formas de prestação de serviços públicos; formas de
delegação.
2) Conceito
O serviço público refere-se as atividades ou funções realizadas pelo Estado ou por entidades por
ele autorizadas para atender às necessidades da sociedade. Estes serviços visam proporcionar o bem-
estar coletivo, garantir os direitos fundamentais e promover o interesse público. A sua finalidade não
é a obtenção de lucro, mas o benefício coletivo.
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Existem alguns conceitos trazidos pelos doutrinadores que eventualmente podem ser cobrados em
prova, vejamos:
Maria Sylvia Zanella Di Pietro: “Toda atividade material que a lei atribui ao Estado para que a exerça
diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer concretamente às neces-
sidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente público.”
Hely Lopes Meirelles - “Serviço público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus de-
legados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades sociais essenciais ou secun-
dárias da coletividade ou simples conveniências do Estado.”
Celso Antônio Bandeira de Mello - “Serviço público é toda atividade de oferecimento de utilidade e
comodidade material destinada à satisfação da coletividade em geral, mas fruível singularmente pe-
los administrados, que o Estado assume como pertinente a seus deveres e presta por si mesmo ou
por quem lhe faça as vezes, sob regime de Direito Público – portanto, consagrador de prerrogativas
de supremacia e de restrições especiais –, instituído em favor dos interesses definidos como públicos
no sistema normativo.”
De acordo com o texto Constitucional, o serviço público é de competência do Poder Público, art.
175, conforme transcrevemos para facilitar os estudos:
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de conces-
são ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Exemplos de serviços públicos incluem saúde, educação, segurança pública, transporte coletivo,
energia, saneamento básico, entre outros. A gestão desses serviços pode ser realizada diretamente
pelo Estado ou por meio de concessões e parcerias público-privadas. A prestação eficiente de
serviços públicos é fundamental para o funcionamento adequado de uma sociedade e o atendi-
mento das demandas de seus cidadãos.
As características do serviço público são atributos distintivos que ajudam a definir e identificar as
atividades realizadas pelo Estado ou por entidades autorizadas para atender às necessidades da so-
ciedade. As principais características são:
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Imaterial
Natureza ampliativa
Natureza ampliativa: é uma atividade ampliativa do Estado para o particular, oferece vantagens
aos usuários.
Prestado pelo Estado ou por seus delegados: pode ser prestada pelo Estado ou pelos seus
delegados, por meio, de concessão ou permissão.
Sob regime de Direito Público: os serviços são prestados sob a ótica normativa de Direito Pú-
blico.
Visa satisfação de necessidades da coletividade: são serviços públicos prestados para toda a
coletividade, como transporte público, iluminação pública, serviços de telefonia etc.
Dentro do tema de serviço público temos princípios específicos, os quais tem base no artigo 6º da
Lei n° 8.987/95 – regime de concessão e permissão da prestação dos serviços públicos:
Este tema é de extrema importância para as provas de concursos públicos, uma vez que constitui as
principais características da satisfação dos serviços públicos.
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Por isso, anote esse mnemônico: EFIGÊNIA, AMORECO DO GENERAL, SE CORTOU! (Isso vai te salvar
na hora da prova).
•Eficiência
EFI
•Atualidade
A
•Regularidade
RE
•Continuidade
CO
GENER •Generalidade
AL
•Segurança
SE
•Cortesia na prestação
CORT
Vamos explorar de forma mais aprofundada as diretrizes fundamentais que orientam a atuação do
Estado na prestação de serviços à sociedade. Estes princípios visam garantir a eficiência, legalidade,
transparência e promoção do interesse público.
Princípio da regularidade: Por este princípio o serviço público deve ser prestado de acordo com
os melhores horários para a coletividade, devem ser evitados atrasos ou intermitências.
Ex.: Se o ônibus que passa todos os dias às 7hs no ponto começa a chegar 7h:30min, depois 8h,
outro dia não passa, está violando o princípio da regularidade.
Princípio da continuidade: Via de regra, os serviços públicos não podem ser interrompidos,
exceto, por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; por inadimplemento do usu-
ário, considerado o interesse da coletividade; emergência.
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Princípio da eficiência: O serviço público deve ser prestado com a melhor qualidade e proveito
possível. O serviço eficiente será aquele que atinge o resultado pretendido, seja em relação à quali-
dade, ou em relação a quantidade.
Princípio da segurança: O serviço deve ser prestado sem colocar a integridade física, ética e
moral da coletividade em risco. Reflete a necessidade de o serviço ser prestado sem riscos para a
vida, a saúde e o patrimônio dos usuários. A segurança é crucial, especialmente em setores como
transporte e saúde.
Além disso, esse princípio está definido no § 2º do art. 6º da Lei n. 8.987/85: A atualidade compre-
ende a modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua conservação, bem como
a melhoria e expansão do serviço.
Princípio da generalidade/universalidade: Esse princípio diz que o serviço público deve ser
prestado para o maior número de pessoas possíveis, sem discriminação ou privilégios.
Ex.: o transporte público de um bairro da periferia deve ter a mesma qualidade dos ônibus que
circulam em áreas nobres da cidade.
Princípio da modicidade das tarefas: Segundo esse princípio o valor das tarifas deve ser o me-
nor possível, deve ter um valor baixo para que mais pessoas sejam beneficiadas com prestação do
serviço.
A prestação de serviços públicos pode ocorrer de diversas formas, e as modalidades adotadas po-
dem variar de acordo com as políticas públicas, a natureza do serviço e as características específicas.
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Conforme já estudamos anteriormente no art. 175, CF, a prestação do serviço público poderá se dar
diretamente pela Administração Pública ou mediante concessão ou permissão.
Assim, podemos sintetizar que o serviço público poderá ser prestado das seguintes maneiras:
a) Prestação direta e indireta: a prestação direta é aquela feita pela Administração Direta ou Indi-
reta; já a prestação indireta é aquela feita pelos particulares, por meio da autorização, concessão
ou permissão de serviço público.
Momento da Questão
Questão inédita – Em relação aos serviços públicos no Brasil, assinale a alternativa correta:
a) Serviços públicos são atividades exclusivas do Estado, não admitindo a participação de particula-
res na sua prestação.
b) A universalidade, um dos princípios dos serviços públicos, significa que esses serviços devem ser
oferecidos gratuitamente a todos os cidadãos, sem exceção.
c) Concessionárias de serviços públicos são sempre entidades estatais, sem a possibilidade de parti-
cipação de empresas privadas na gestão desses serviços.
d) A descontinuidade, como princípio dos serviços públicos, permite que o Estado interrompa a
prestação de um serviço a qualquer momento, sem aviso prévio.
Gabarito: Letra E.
1) Introdução
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1 –Controle da Administração Pública: classificação das formas de controle; controle admi-
nistrativo; controle judicial; controle legislativo.
Antes de adentrar na classificação das formas de controle, precisamos entender o conceito de con-
trole. A doutrinadora Maria Sylvia Zanella Di Pietro dispõe que o controle da Administração Pública
pode ser definido “como o poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os órgãos dos
Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, com o objetivo de garantir a conformidade de sua atuação
com os princípios que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico”.
Quanto ao fundamento
Quanto a origem
Tome Nota!
Não há controle hierárquico entre pessoas jurídicas diferentes, essa relação de subordinação existe
somente em uma mesma pessoa jurídica.
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Já o controle finalístico é a fiscalização e revisão, o qual, uma pessoa jurídica exerce sobre atos
praticados por outra pessoa jurídica. Geralmente, esse controle é exercido pela administração direta
sobre as entidades da administração indireta. Pode ser chamado também de supervisão ministerial
ou tutela administrativa.
Amplitude
Quanto à origem: o controle poderá ser interno, ou seja, o controle poderá ser feito por órgão
que seja da mesma estrutura do órgão que praticou o ato; externo, o qual, será exercido por órgão
de outra estrutura organizacional; ou controle popular, o qual é exercido pelos administrados ou
pela sociedade civil.
Quanto ao órgão que exerce o controle: em relação ao órgão controlador poderá ser adminis-
trativo, legislativo ou judicial. O controle administrativo é aquele exercido pela própria adminis-
tração pública que praticou o ato, está relacionado com o princípio da autotutela.
Já o controle legislativo ou parlamentar é o realizado pelo Poder Legislativo quando está exercendo
sua função fiscalizadora.
E por último, o controle judicial, o qual é exercido pelo Poder Judiciário em sua função típica de
julgar.
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Quanto ao momento do controle: poderá ser prévio, concomitante ou posterior.
O controle prévio ou preventivo tem a finalidade de impedir a prática de atos ilegais ou que não
estejam de acordo com o interesse público. Já o controle concomitante é controle que ocorre
quando, por exemplo, há uma fiscalização in loco em um prédio em construção com recurso do
âmbito federal.
E por último, temos o controle posterior, o qual é exercido após a pratica do ato.
3) Controle administrativo
De acordo com José dos Santos Carvalho Filho, é possível conceituar controle da Administração
Pública como sendo o conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos por meio dos quais
se exerce o poder de fiscalização e revisão da atividade administrativa em qualquer das esferas de
Poder.
Súmula 473 do STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos,
a apreciação judicial.
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4) Controle judicial
O controle judicial é um princípio fundamental em sistemas legais que estabelece a autoridade dos
tribunais para revisar, avaliar e, se necessário, corrigir as ações, decisões e políticas tomadas por
outros poderes do governo, como o executivo e o legislativo. Esse conceito é central para a separa-
ção dos poderes e o Estado de Direito em muitos sistemas legais ao redor do mundo.
O controle judicial desempenha um papel crucial para garantir que o governo e seus agentes operem
de acordo com as leis e os regulamentos, evitando abusos de poder e protegendo os direitos e
liberdades dos cidadãos. Ele envolve a capacidade dos tribunais de analisar a legalidade, constitu-
cionalidade e justiça das ações governativas, bem como resolver disputas entre partes privadas.
Ação Declaratória de Inconsti- Permite que os tribunais declarem a inconstitucionalidade de leis e nor-
tucionalidade mas, estabelecendo assim um padrão para futuras decisões.
É uma ação judicial que visa proteger os direitos dos indivíduos detidos,
Habeas Corpus garantindo que eles não sejam admitidos ilegalmente.
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O controle judicial é um componente essencial da democracia e do Estado de Direito, pois ajuda a
equilibrar os poderes do governo, evitando abusos e assegurando que as leis e os direitos dos cida-
dãos sejam respeitados.
5) Controle legislativo
O controle legislativo envolve várias atividades e negociação que permite ao poder legislativo exer-
cer supervisão e influência sobre as ações do poder executivo e outras entidades governamentais.
Alguns aspectos do controle legislativo incluem:
O poder legislativo tem a autoridade para criar, debater e aprovar leis e or-
Aprovação de Leis e Orça- çamentos governamentais. Esse processo garante que as políticas e ações do
mentos governo sejam consistentes com a vontade do legislativo, que represente os
interesses dos cidadãos.
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O poder legislativo pode revisar, alterar ou anular atos administrativos toma-
Controle de Atos Admi-
dos pelo governo, assegurando que eles estejam de acordo com as leis e
nistrativos
regulamentos.
O controle legislativo é essencial para garantir que o governo atue em nome do povo e dentro dos
limites pela lei. Ele contribui para a prestação de contas, a transparência e a responsabilidade no
governo, bem como para a proteção dos direitos e interesses dos cidadãos.
Momento da Questão
a) O controle externo, exercido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), abrange apenas questões
contábeis e financeiras, não incluindo a fiscalização da execução de obras públicas.
b) O controle social, representado pela participação ativa da sociedade, é uma ferramenta relevante
para fiscalizar a gestão pública federal, incluindo a execução de obras, por meio de participação em
audiências públicas e consultas online.
e) O Ministério Público Federal (MPF) exerce exclusivamente o controle jurisdicional sobre a Admi-
nistração Pública federal, não participando de atividades de fiscalização e auditoria.
Gabarito: Letra B.
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RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO
1) Introdução
O ressarcimento dos danos é inicialmente suportado pelo Estado, sendo posteriormente buscada
a recuperação dos valores junto ao servidor por meio de uma ação regressiva.
Dessa forma, o Estado será responsável, sem a necessidade de comprovação de intenção delibe-
rada ou negligência, sempre que, no exercício de uma atividade, ocasionar prejuízos a terceiros. É
suficiente que a vítima evidencie: a conduta, o dano e o vínculo causal.
A história da responsabilidade civil da Administração Pública é marcada por uma evolução significa-
tiva ao longo do tempo. Inicialmente, nos sistemas jurídicos de alguns países, predominava a ideia
de que o Estado não poderia ser responsabilizado por danos causados aos cidadãos no exercício de
suas funções públicas. Esse princípio era conhecido como a "imunidade do príncipe".
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prejuízos causados pela Administração Pública. Com o tempo, a necessidade de equilibrar os inte-
resses públicos e privados levou ao desenvolvimento da teoria da responsabilidade civil do Estado.
A Revolução Francesa, no final do século XVIII, foi um marco importante nesse processo. Com o
advento do princípio da igualdade, cresceu a percepção de que o Estado deveria responder por seus
atos danosos, da mesma forma que qualquer outro agente privado. A França, então, promulgou a
Lei de 1790, que permitia que os cidadãos demandassem o Estado por danos.
Ao longo do século XIX e início do século XX, outros países europeus, como Alemanha e Itália, tam-
bém começaram a adotar princípios semelhantes, consolidando a ideia de que a Administração Pú-
blica deveria ser responsabilizada pelos danos que causasse.
No século XX, a responsabilidade civil da Administração Pública tornou-se um tema central nas dis-
cussões jurídicas e legislativas em todo o mundo. Diversos sistemas jurídicos desenvolveram normas
específicas para regular a responsabilidade do Estado, estabelecendo critérios como a existência de
conduta, dano e nexo causal para a responsabilização.
Essa evolução culminou em sistemas de responsabilidade objetiva, nos quais o Estado é responsa-
bilizado independentemente da presença de culpa, bastando a comprovação dos elementos objeti-
vos para a configuração da responsabilidade.
A base da responsabilidade civil do Estado está fundamentada em diversas teorias que procuram
elucidar os princípios e critérios pelos quais o Estado pode ser responsabilizado por danos infligidos
a terceiros. A evolução da responsabilidade estatal pode ser subdividida em três períodos distintos:
a fase de irresponsabilidade estatal, seguida pela responsabilidade subjetiva, e, atualmente, a pre-
dominância da responsabilidade objetiva. Dentre as teorias mais relevantes, merecem destaque:
Teoria da irresponsabilidade: Essa teoria foi adotada no período dos Estados Absolutistas onde
se tinha a ideia de que igreja e Estado eram considerados um só. De acordo com essa Teoria o Estado
não responde civilmente, pois é representante de DEUS, que não erra. No entanto, essa concepção
foi gradualmente abandonada em face da crescente demanda por justiça e igualdade.
a) Atos de império X atos de gestão: De acordo com esta teoria, o Estado não é responsável por
atos de império, mas assume responsabilidade por atos de gestão. Nesse último caso, a responsa-
bilidade é subjetiva, requerendo a comprovação da culpa do agente público.
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c) Culpa do serviço (faut du service ou culpa anônima): Essa teoria dispensa a necessidade de
provar a culpa do agente público. O foco recai sobre a demonstração de que (i) o serviço não foi
prestado; (ii) foi prestado de maneira defeituosa; ou (iii) foi prestado com atraso. Em casos de falha
do serviço, a responsabilidade é imputada ao Estado de forma objetiva.
Teorias publicistas: As teorias publicistas, por sua vez, adotam a responsabilidade do Estado de
forma objetiva, sendo representadas por duas abordagens distintas:
b) Teoria do risco integral: A regra no Brasil é a teoria do risco administrativo, mas em casos ex-
cepcionais, é adotada a teoria do risco integral. De acordo com essa teoria o Estado é responsabi-
lizado e obrigado a indenizar, não podendo utilizar nenhuma excludente. Além disso, segundo a
doutrina existem três situações principais em que pode ser adotada a teoria do risco integral:
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Art. 21, XXIII, CF - É competência da União
explorar os serviços e instalações nucleares
de qualquer natureza e exercer monopólio
estatal sobre a pesquisa, a lavra, o
Responsabilidade do
enriquecimento e reprocessamento, a
Estado por danos
industrialização e o comércio de minérios
nucleares nucleares e seus derivados, atendidos os
seguintes princípios e condições, a
responsabilidade civil por danos nucleares
independe da existência de culpa.
4) Excludentes
As excludentes de responsabilidade civil são circunstâncias que, quando presentes, podem isentar
a Administração Pública ou seus agentes de responderem por danos causados a terceiros. Em-
bora a responsabilidade do Estado seja, em muitos casos, objetiva, existem situações em que certas
condutas ou eventos podem afastar essa responsabilidade. Aplicam-se normalmente todas as exclu-
dentes do nexo de causalidade (caso fortuito, força maior e culpa exclusiva da vítima). Na hipótese
de culpa concorrente, deve ser diminuído o valor da indenização.
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Culpa exclusiva da vítima •o dano é causado pela própria pessoa que se lesou;
Tome Nota!
Nos termos do artigo 37, § 6º, da CF, não se caracteriza a responsabilidade civil objetiva do Estado
por danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema prisional, quando não
demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta praticada. STF. Plenário. RE
608880, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 08/09/2020
(Repercussão Geral – Tema 362) (Info 993).
Outro assunto bastante cobrado nas provas é a responsabilidade estatal em situações de con-
fronto entres policiais e criminosos. É relevante destacar também uma decisão do Supremo Tribu-
nal Federal (STF) que abordou o tema de bala perdida.
Informativo 1089: Segundo o STF, se uma pessoa é atingida por uma bala perdida durante
um confronto entre policiais e criminosos, o Estado pode ser condenado a indenizar, mesmo que
a parte autora não consiga comprovar que a bala partiu dos policiais. Nesse contexto, cabe ao Estado
apresentar evidências que excluam o nexo causal entre a ação e o dano, pois a responsabilidade civil
objetiva do Estado presume a conexão entre o ato estatal e o prejuízo. Essa posição foi ratificada
pelo STF, 2ª Turma, no julgamento do ARE 1.382.159 AgR/RJ, tendo como Relator o Ministro Nunes
Marques e como redator do acórdão o Ministro Gilmar Mendes, ocorrido em 28/03/2023.
5) Responsabilidade do Estado
Em 2019, o STF pacificou, em sede de repercussão geral, a teoria da dupla garantia, segundo a qual
a vítima só pode ajuizar a ação contra o Poder Público, e não contra o agente público causador do
dano, uma vez que o servidor tem, a seu favor, a garantia de só ser processado via ação de regresso
proposta pelo Estado.
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Para o STF, a necessidade de ação de regresso (Estado X agente) representa uma dupla garantia:
Em favor do particular: que ajuíza ação diretamente contra quem pode pagar;
1º passo: ação do cidadão contra o ente público (U/E/DF/M). Nessa ação, não se verifica se o agente
que causou o dano agiu com culpa ou dolo.
2º passo: ação de regresso: depois que ressarcir o cidadão, o Estado vai entrar com uma ação contra
o agente que praticou o ato e, nesse caso, irá verificar se ele agiu com culpa ou dolo. Se ele não teve
nem mesmo culpa, não vai pagar pelo erro.
Em resumo: primeiro o Estado paga o cidadão e depois tenta receber do agente público que come-
teu o erro.
Importante!
6) Direito de regresso
No contexto da responsabilidade civil, o direito de regresso geralmente surge quando uma pessoa
ou entidade é obrigada a indenizar um terceiro por danos causados, mas existe uma relação
jurídica que justifica a transferência desse ônus para outra parte.
O Estado propõe ação regressiva contra o agente causador do dano, quando há dolo ou culpa. Nesse
tipo de ação, o Estado já foi processado pela vítima e condenado a pagar indenização. Dessa ma-
neira, é cabível ao Estado propor ação regressiva contra o agente público, para que ele ressarça o
Estado.
A ação de regresso perante a Fazenda Pública é obrigatória, ou seja, o Estado tem a obrigação de
mover a ação regressiva, conforme o princípio da indisponibilidade do interesse público, essa
obrigatoriedade está fundamentada no art. 122, §2º da Lei 8.112/92 – Estatuto dos Servidores Públi-
cos Federais, o qual transcrevemos abaixo:
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo,
que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
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§ 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda
Pública, em ação regressiva.
§ 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada,
até o limite do valor da herança recebida.
Além disso, existe o instituto da denunciação da lide, o qual, se dá pelo ato de chamar o agente
público a integrar o processo original movido pela vítima contra a administração pública, entretanto,
o STJ entende que, processado apenas o Poder Público, não é obrigatória a denunciação da lide
em face do servidor.
7) Prazo Prescricional
No tocante à prescrição, é crucial observar que duas ações podem ser instauradas:
uma ação regressiva contra o agente, nos casos de dolo ou culpa, promovida pelo Estado quando
condenado a reparar os danos causados.
Quanto ao prazo prescricional da ação intentada pelo terceiro prejudicado contra o Estado, há certa
divergência na jurisprudência, mas a inclinação atual é considerar um prazo de cinco anos, conforme
estabelecido no Decreto 20.910/32 e no art. 1º-C da Lei 9.494/97:
Lei 9.494/97, art. 1º-C. Prescreverá em cinco anos o direito de obter indenização dos danos
causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito
privado prestadoras de serviços públicos.
Dec. 20.910/32, art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim
todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for
a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se origina-
rem.
Contudo, é importante destacar que as ações de reparação de danos resultantes de atos de im-
probidade administrativa não estão sujeitas a prescrição.
Tema 897: São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato
doloso tipificado na Lei de Improbidade Administrativa.
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Nesses casos, o prazo prescricional de 5 anos estipulado no art. 1º do Decreto 20.910/1932 não se
aplica. A natureza imprescritível dessas demandas decorre do contexto em que ocorreram, marcado
por uma desconsideração da ordem jurídica, a presença de legislação excepcional e uma série de
abusos e violações dos direitos fundamentais, com destaque para o direito à dignidade da pessoa
humana.
Súmula 647 do STJ: São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e materiais
decorrentes de atos de perseguição política com violação de direitos fundamentais ocorridos du-
rante o regime militar.
As sanções aplicáveis aos atos de improbidade administrativa estão previstas na Lei de Improbidade
Administrativa (Lei nº 8.429/1992), e podem ser classificadas em três categorias: as sanções civis, as
sanções administrativas e as sanções penais. Cada uma delas tem o objetivo de punir ou prevenir
condutas ímprobas por parte dos agentes públicos ou particulares que praticam atos lesivos à ad-
ministração pública.
Além disso, a CF determina as sanções administrativas aos atos de improbidade administrativa, con-
forme a transcrição do artigo:
Como este dispositivo constitucional é de extrema importância para as provas de concursos públicos,
uma vez que apresenta as sanções dos atos de improbidade administrativa!
Por isso, anote esse macete: O servidor foi para PARIS! (Isso vai te salvar na hora da prova).
•Ressarcimento ao erário
R
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Momento da Questão
Questão inédita – Em um cenário de obras públicas realizadas pela Administração Pública fe-
deral, um cidadão sofre danos materiais em sua residência devido a deslizamentos de terra
causados por intervenções no solo. Considerando o tema da responsabilidade civil da Admi-
nistração Pública federal, assinale a alternativa correta:
a) A Administração Pública federal não pode ser responsabilizada pelos danos causados, uma vez
que a realização de obras públicas está isenta de qualquer responsabilidade civil.
b) A responsabilidade civil da Administração Pública federal, no caso de danos causados por obras
públicas, é subjetiva, exigindo a comprovação de culpa por parte dos agentes públicos envolvidos.
c) A Administração Pública federal possui responsabilidade civil objetiva pelos danos causados,
sendo suficiente a comprovação do nexo causal entre a obra pública e os prejuízos sofridos pelo
cidadão.
d) O cidadão prejudicado deve acionar diretamente os agentes públicos responsáveis pelas obras,
pois a responsabilidade civil da Administração Pública federal é sempre pessoal e individual.
e) A responsabilidade civil da Administração Pública federal, neste caso, é limitada aos danos emer-
gentes, não abrangendo lucros cessantes, ainda que diretamente relacionados aos prejuízos sofridos.
Gabarito: Letra C.
Comentário: Nesse contexto, basta comprovar o nexo causal entre a intervenção estatal e os
prejuízos sofridos pelo cidadão, sem a necessidade de demonstrar culpa por parte dos agentes pú-
blicos. Essa responsabilidade objetiva visa garantir a reparação dos danos causados, assegurando a
proteção dos direitos dos cidadãos afetados por ações estatais. As demais alternativas apresentam
conceitos incorretos ou incompletos sobre a responsabilidade civil da Administração Pública federal.
1) Introdução
2) Considerações Iniciais
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Importante!
Além disso, a Lei 9.784/99 é igualmente aplicável ao Poder Judiciário e ao Poder Legislativo quando
estes estiverem exercendo suas atividades administrativas atípicas.
Nos processos administrativos, diversos critérios são observados para assegurar a legalidade, trans-
parência e justiça nas decisões e procedimentos conduzidos pela Administração Pública. Os princi-
pais critérios a serem observados nos processos administrativos federais são:
Contraditório e ampla defesa garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais,
à produção de provas e à interposição de recursos;
Segurança jurídica (2 aspectos) observância das formalidades à garantia dos direitos (inciso VIII) e inter-
pretação da norma de forma que melhor atenda o fim público, vedada
a aplicação retroativa de nova interpretação (inciso XIII);
3) Competência
A competência é quem possui a atribuição legal para a prática do ato. No caso do processo admi-
nistrativo, a competência é irrenunciável, ou seja, o órgão público não pode abrir mão da respon-
sabilidade. Apesar de ser irrenunciável, a competência pode ser delegada ou avocada.
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Tipos de Alteração de Competência
Delegação Avocação
A delegação de atribuições por um agente público Ocorre quando um superior assume para si as
ocorre quando ele transfere parte de suas responsabi- responsabilidades de um subordinado, exigindo
lidades. uma relação hierárquica.
A regra geral é a possibilidade de delegação, sendo ve- Trata-se de uma medida excepcional e tempo-
dada se houver impedimento legal. rária.
Impossibilidade de delegação:
Tome Nota!
Macete - CENORA
A delegação pode ser realizada a outros órgãos ou autoridade ainda que não esteja subordinado.
A delegação poderá ocorrer de mesma hierarquia ou inferior. Além disso, tenha em mente que a
delegação poderá ser revogável a qualquer momento.
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Ex.: Por razões técnicas, o Presidente da República transferiu ao Ministro do Planejamento a com-
petência para autorizar a realização de concursos em âmbito federal.
4) Partes Interessadas
O art. 9º da Lei de Processo Administrativo Federal determina quem são os legitimados, ou seja, os
interessados no processo administrativo:
Art. 9º São legitimados como interessados no processo administrativo:
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses indivi-
duais ou no exercício do direito de representação;
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser
afetados pela decisão a ser adotada;
O direito coletivo fundamenta-se em uma relação jurídica base, cujos destinatários são pessoas
determinadas, como os proprietários de quiosques que podem ser afetados caso a autoridade com-
petente decida revogar as autorizações para uso de área pública. Nesse contexto, existe um título
jurídico (autorização de uso) que vincula todos os destinatários, ou seja, os próprios donos dos
estabelecimentos.
Por outro lado, o direito difuso refere-se a uma situação em que os destinatários são conectados
por uma circunstância de fato e são indeterminados, como no caso do direito ao meio ambiente.
Para ilustrar, considere a transformação de um parque em área residencial. Nesse cenário, há um
processo administrativo prévio, e uma associação que defende o meio ambiente pode participar,
representando titulares de direitos difusos.
5) Impedimentos e Suspeição
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Tenha interesse na matéria (pode ser interesse direto
ou indireto);
A suspeição ocorre quando há dúvida razoável sobre a imparcialidade do servidor público. Embora
não haja uma proibição absoluta de participar, a suspeição indica a possibilidade de influência inde-
vida. Na lei, é suspeito o servidor que tenha amizade intima ou inimizade notória com os interes-
sados ou seus cônjuges, companheiros, parentes e afins até o 3º grau.
Tome nota!
Cabe recurso (sem efeito suspensivo) da decisão que indeferir a suspeição.
As comunicações dos atos no âmbito da Lei nº 9.784/1999, que trata do processo administrativo no
contexto da Administração Pública Federal, são procedimentos destinados a informar e notificar as
partes envolvidas no processo sobre decisões, despachos, intimações e outros eventos relevantes.
Essas comunicações têm o objetivo de garantir a transparência, a ciência e a participação adequada
das partes interessadas.
As comunicações podem ocorrer por meio de publicação oficial, como no Diário Oficial da União,
ou mediante comunicação direta aos interessados, por correspondência, por exemplo.
Importante!
As intimações que não observam as prescrições legais são nulas.
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7) Fases do Processo Administrativo
A instauração marca o início do processo, podendo ocorrer de ofício pela Administração Pública ou
a pedido dos legitimados, ou seja, das partes interessadas. O pedido inicial deve ser formalizado
por escrito, e, em situações de pluralidade de interessados, os fundamentos devem ser apresentados
em um único requerimento.
Durante a instrução, há a possibilidade de manifestação por parte de terceiros, seja por meio de
consulta pública, um procedimento documental relacionado a assuntos de interesse geral, ou por
audiência pública, um procedimento presencial realizado em virtude da relevância da matéria em
discussão.
Por fim, a etapa final do processo é a decisão colegiada, que requer a participação de três ou mais
setores, órgãos ou entidades quando há uma relevância justificável da matéria ou discordância
que possa prejudicar a agilidade do processo administrativo decisório.
8) Motivação
Como já estudamos, o ato administrativo deve ser motivado. A motivação deverá indicar os fatos e
fundamentos jurídicos. Essa motivação deverá ser explicita, clara e congruente.
O processo administrativo pode ser encerrado por meio de duas formas específicas: desistência ou
extinção. A desistência ocorre quando a parte interessada decide, de forma voluntária, renunciar
ao prosseguimento do procedimento. Essa atitude é uma expressão de vontade por parte da parte
envolvida, sinalizando a escolha de não dar continuidade ao processo.
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Por outro lado, a extinção do processo administrativo refere-se à sua conclusão, podendo ocorrer
por vários motivos, não necessariamente relacionados à vontade das partes. Alguns motivos comuns
que levam à extinção do processo incluem:
Poderá interpor o recurso por razões de legalidade ou mérito na decisão e, independente de cau-
ção, ou seja, trata-se de procedimento gratuito.
Tome nota!
Os recursos, em regra, não possuem efeito suspensivo, ou seja, a interposição do recurso não sus-
pende automaticamente a eficácia da decisão impugnada. Entretanto, se a decisão for de difícil ou
incerta a reparação, a autoridade poderá dar o efeito suspensivo.
Os legitimados para recorrer da decisão prolatada pela autoridade administrativa são as partes no
processo, os titulares de direitos que forem indiretamente afetados pela decisão e, por fim, os cida-
dãos, organizações e associações representativas de direitos e interesses coletivos e difusos.
O recurso não será conhecido se for interposto fora do prazo, perante órgão incompetente, por
agente que não seja legitimado ou ainda, após exaurida a esfera administrativa. Fique atento que a
autoridade administrativa pode rever de ofício o ato ilegal – desde que não preclusa a oportunidade.
Com a interposição do recurso, a autoridade que proferiu a decisão poderá reconsiderar o teor da
decisão, antes de remeter à autoridade superior dentro do prazo de 5 dias. Caso não seja reconsi-
derada, o processo é encaminhado ao órgão competente que poderá confirmar, modificar, anular
ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida.
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Momento da Questão
a) O servidor, durante o processo administrativo, não tem direito à ampla defesa e ao contraditório,
uma vez que tais garantias são exclusivas de processos judiciais.
b) A Comissão responsável pelo processo administrativo disciplinar deve ser composta exclusiva-
mente por servidores do mesmo órgão, assegurando a imparcialidade na apuração.
c) A decisão administrativa disciplinar é sempre sigilosa, e o servidor não tem acesso ao teor da
decisão que o envolve.
d) O prazo para conclusão do processo administrativo disciplinar, de acordo com a Lei nº 9.784/1999,
não pode ser prorrogado, mesmo diante de complexidade na apuração dos fatos.
e) O servidor tem o direito de ser assistido por advogado durante todas as fases do processo admi-
nistrativo disciplinar, podendo apresentar defesa, impugnar provas e recorrer das decisões.
Gabarito: Letra E.
Comentário: A opção correta destaca o direito do servidor de ser assistido por advogado du-
rante todas as fases do processo administrativo disciplinar, conforme previsto na Lei nº 9.784/1999.
Essa garantia visa assegurar a plenitude da defesa, permitindo ao servidor apresentar argumentos,
impugnar provas e recorrer das decisões desfavoráveis. As demais alternativas apresentam conceitos
incorretos ou incompletos sobre o processo administrativo disciplinar e a legislação que o rege.
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