Caderno Mapeado - CNU - Eixo Temático 2 - Políticas Públicas

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Albert Rodrigues - [email protected] - CPF: 021.238.242-08


Seja muito bem-vindo!

Você acaba de adquirir o material: Caderno Mapeado para o Concurso Nacional


Unificado – 2024.

Esse material é totalmente focado no certame e aborda os principais pontos do edital


do CNU do eixo temático 2 – Políticas Públicas (bloco 4).

Nele foi inserido toda a teoria sobre a matéria cobrada no certame, para facilitar a sua
compreensão, e marcações das partes mais importantes.

Assim, trabalharemos os assuntos mais importantes para a sua prova com foco na
banca Cesgranrio.

Caso tenha qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando seus
questionamentos para o suporte: [email protected] e WhatsApp.

Bons Estudos!

Rumo à Aprovação!!

Albert Rodrigues - [email protected] - CPF: 021.238.242-08


SUMÁRIO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................................................... 6
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE ............................................................................................................... 7
1) Introdução.................................................................................................................................................. 7
2) Considerações iniciais ............................................................................................................................. 7
3) Disposição preliminar da Lei 8.080/90 ................................................................................................ 7
4) Das disposições gerais ............................................................................................................................ 8
4.1) Direito fundamental: saúde................................................................................................................ 9
4.2) Dever do Estado .................................................................................................................................... 9
4.3) Níveis de saúde.................................................................................................................................... 10
5) Do sistema único de saúde .................................................................................................................. 11
5.1) Dos objetivos do SUS ......................................................................................................................... 12
5.2) Das atribuições do SUS ...................................................................................................................... 13
5.2.1) Da vigilância sanitária .................................................................................................................... 15
5.2.2) Da vigilância epidemiológica ....................................................................................................... 16
5.2.3) Saúde do trabalhador ..................................................................................................................... 16
5.2.4) Saúde bucal ....................................................................................................................................... 18
5.2.5) Assistência toxicológica ................................................................................................................. 18
5.3) Dos princípios e diretrizes do SUS .................................................................................................. 19
5.4) Da Organização, da Direção e da Gestão ...................................................................................... 22
5.5) Da competência e das atribuições .................................................................................................. 28
a) Das atribuições comuns ........................................................................................................................ 28
b) Da competência ...................................................................................................................................... 30
b.1) Da competência da direção nacional do SUS............................................................................... 30
b.2) Da competência da direção estadual do SUS............................................................................... 33
b.3) Da competência da direção municipal do SUS ............................................................................ 34
5.6) Do subsistema de atendimento e internação domiciliar........................................................... 36
5.7) Do subsistema de acompanhamento durante o trabalho de parto, parto e pós-parto
imediato ........................................................................................................................................................ 37
6) Dos serviços privados de assistência à saúde .................................................................................. 38
6.1) Do funcionamento .............................................................................................................................. 38
6.2) Da participação complementar ....................................................................................................... 40
7) Da telessaúde .......................................................................................................................................... 41

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9) Do financiamento................................................................................................................................... 42
9.1) Dos recursos ......................................................................................................................................... 42
9.2) Da gestão financeira .......................................................................................................................... 43
9.3) Do planejamento e do orçamento .................................................................................................. 44
10) Das disposições finais e transitórias ................................................................................................ 44
O PROCESSO DE ELABORAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS .......................... 45
1) Introdução................................................................................................................................................ 45
2) O que são políticas públicas?............................................................................................................... 45
3) Dos atores ................................................................................................................................................ 46
4) Políticas Públicas X Decisão Política .................................................................................................. 47
5) Ciclo de políticas públicas .................................................................................................................... 49
6) Racionalidade e Tomada de decisões ................................................................................................ 51
6.1) Modelos de tomada de decisão....................................................................................................... 51
6.1) Do modelo Racional (Racional-compreensivo) ........................................................................... 52
6.2) Modelo Incremental ........................................................................................................................... 52
6.3) Mixed-scanning (Sondagem mista) ............................................................................................... 54
6.4) Garbage can (lata de lixo)................................................................................................................. 54
6.2) Etapas do Processo Decisório (Fases do Processo Decisório) .................................................. 55
6.3) Classificações das Decisões............................................................................................................... 57
6.3.1) Técnicas para Tomada de Decisões Programadas e Não Programadas ............................. 58
7) Implementação ....................................................................................................................................... 60
7.1) Modelos de Implementação de Políticas Públicas ...................................................................... 61
8) Da equidade social ................................................................................................................................. 63
9) Problemas, dilemas e desafios das políticas públicas (corrupção) ............................................ 63
AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PUBLICAS ................................................................................................... 66
1) Introdução................................................................................................................................................ 66
2) Considerações iniciais ........................................................................................................................... 66
2.1 A Diversidade e a Inclusão nas Políticas Públicas: A Importância das Ações Afirmativas . 67
3) Desafios sociopolíticos relacionados à inclusão de grupos em situação de vulnerabilidade
......................................................................................................................................................................... 68
3.1) Importância das Ações Afirmativas ................................................................................................ 68
3.1) As complexas dinâmicas sociais, econômicas e políticas .......................................................... 69
4) Categorias sociológicas de etnia, raça, cor e sexo ......................................................................... 70
4.1 Principais formas de desigualdade .................................................................................................. 71
INSTRUMENTOS E ALTERNATIVAS PARA IMPLEMENTAÇÃO: FUNDOS, CONSÓRCIOS E
TRANSFERÊNCIAS OBRIGATÓRIAS NA GESTÃO PÚBLICA ............................................................... 75
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1) Introdução................................................................................................................................................ 75
2) Instrumentos e alternativas de implementação ............................................................................. 75
3) Transparência na Gestão Fiscal ........................................................................................................... 76
3.1 Instrumentos para transparência fiscal ........................................................................................... 78
CONSELHOS, CONFERÊNCIAS E MECANISMOS LEGAIS NA CONSTRUÇÃO DE UM CONTROLE
SOCIAL EFETIVO .......................................................................................................................................... 79
1) Introdução................................................................................................................................................ 79
2) Processos Participativos de Gestão Pública ..................................................................................... 79
3) Mecanismos legais e institucionais de ampliação, diversificação e garantia de direitos
individuais, coletivos e difusos. ............................................................................................................... 80
4) Controle Social ........................................................................................................................................ 81
AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PUBLICAS ................................................................................................... 83
1) Introdução................................................................................................................................................ 83
2) Considerações iniciais ........................................................................................................................... 83
3) Avaliação de políticas públicas ........................................................................................................... 84
3.1) Linhas de avaliação de políticas públicas ...................................................................................... 85
4) Tipos de avaliação .................................................................................................................................. 86
4.1 Escala, efetividade e impacto das políticas públicas ................................................................... 88
CONTEXTO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL ............................................................................ 89
1) Introdução................................................................................................................................................ 89
2) Participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) ............................. 89
3) Lei nº 8142/1990 e alterações ............................................................................................................. 90
3.1 Conselho de saúde e conferência de saúde ................................................................................... 91
3.2 Recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) ............................................................................... 92
4) Decreto 7.508/2011 e Organização do Sistema Único de Saúde (SUS) .................................... 95
4.1 – Níveis de Organização do Espaço da Gestão Interfederativa do SUS .................................. 98
5) Programa Nacional de Imunização (PNI) ......................................................................................... 99
5.1) Conservação dos Imunobiológicos ............................................................................................... 100
5.2) Atribuição do MS, SES e SMS ......................................................................................................... 101
5.3 Caderneta de Vacinação ................................................................................................................... 101
6) Políticas Públicas de vigilância em saúde e a vigilância em saúde no âmbito do SUS ....... 102

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Pessoal!

Antes de iniciarmos o estudo do Eixo temático 2 - Políticas Públicas (bloco 4), apresentaremos os
assuntos que são cobrados no edital. Siga firme com os estudos que a aprovação virá!!

CONTEÚDO

1 Política Nacional de Saúde (Lei nº 8.080/1990 e suas alterações e atualizações).

2 O processo de elaboração de políticas; o papel do Estado; a burocracia e o Estado; poder, racionalidade e


tomada de decisões.

3 Implementação de políticas públicas: problemas, dilemas e desafios. Arranjos institucionais para


implementação de políticas públicas.

4 A diversidade e a inclusão nas políticas públicas. Ações afirmativas.

5 Instrumentos e alternativas de implementação, como fundos, consórcios e transferências obrigatórias.

6 Mobilização, organização e participação social nos processos de gestão das instituições estatais: 6.1
Conselhos, conferências e outros fóruns. 6.2 Mecanismos legais e institucionais de ampliação, diversificação
e garantia de direitos individuais, coletivos e difusos. Controle social.

7 Avaliação de políticas públicas; principais componentes do processo de avaliação; custo-benefício, escala,


efetividade, impacto das políticas públicas.

8 Participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), Lei nº 8142/1990 e alterações;
8.1 Organização do Sistema Único de Saúde (SUS), Decreto 7.508/2011 e alterações. 8.2 Programa Nacional
de Imunização (PNI). 8.3 Política Nacional de Promoção da Saúde. 8.4 Políticas Públicas de vigilância em
saúde; a vigilância em saúde no âmbito do SUS.

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POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE

1) Introdução

Iniciaremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre o Eixo temático 2 – Políticas Públicas
(Bloco 4) para todos os blocos de nível superior:

1 Política Nacional de Saúde (Lei nº 8.080/1990 e suas alterações e atualizações).

2) Considerações iniciais

A Lei nº 8.080/1990 é um dos pilares da legislação que sustenta o Sistema Único de Saúde (SUS) no
Brasil. Promulgada em 19 de setembro de 1990, essa lei desempenha um papel crucial na
estruturação e no funcionamento do sistema de saúde do país. Ela define diretrizes, princípios e
mecanismos que orientam a gestão da saúde no Brasil, estabelecendo as bases legais para a
prestação de serviços, a organização do sistema, o financiamento, e a participação da sociedade na
tomada de decisões em saúde.

3) Disposição preliminar da Lei 8.080/90

O artigo 1º da Lei 8.080/90 é um dos pilares fundamentais que estruturam o sistema de saúde no
Brasil. Sua função é estabelecer as bases legais para a regulação, organização e execução das ações
e serviços de saúde em todo o território nacional. Veja o que dispõe o referido dispositivo legal:

Art. 1º da Lei 8.080/90. Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de
saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por
pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado.

O texto inicia esclarecendo que a lei é aplicável em "todo o território nacional", proporcionando
uma uniformidade nas diretrizes e práticas relacionadas à saúde.

O termo "ações e serviços de saúde" abrange uma variedade de atividades relacionadas à


promoção, prevenção, tratamento e reabilitação da saúde. Tais ações podem ser executadas de
forma isolada ou conjunta, indicando que diferentes entidades, sejam elas públicas ou privadas,
podem colaborar na prestação dos serviços de saúde.

A lei estabelece que tais ações e serviços podem ser executados por pessoas naturais ou jurídicas.
Isso significa que tanto indivíduos quanto entidades organizadas, como hospitais, clínicas, órgãos
públicos e organizações privadas, têm um papel importante na implementação das políticas de
saúde.

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O caráter permanente destaca a continuidade e estabilidade das ações de saúde ao longo do
tempo. Por outro lado, o caráter eventual indica que, em certas circunstâncias ou situações
específicas, pode haver a necessidade de ações de saúde pontuais e temporárias.

Exemplos práticos incluem hospitais públicos e privados, campanhas de vacinação, atendimentos


emergenciais e parcerias público-privadas, todos demonstrando a aplicabilidade e abrangência da
lei no cotidiano da prestação de serviços de saúde no Brasil.

1) todo o
território
nacional

5) por pessoas
naturais ou 2) ações e
jurídicas de serviços de
direito Público saúde
ou privado
Disposição
preliminar
Lei 8.080/90

4) em caráter 3) executados
permanente ou isolada ou
eventual conjuntamente

Em síntese, o artigo 1º da Lei 8.080/90, que trata das disposições preliminares, estabelece as bases
para a construção de um sistema de saúde integrado, inclusivo e eficiente, promovendo a
colaboração entre diferentes atores para garantir o direito à saúde a todos os cidadãos brasileiros.

4) Das disposições gerais

A Lei 8.080/90 apresenta suas disposições gerais nos artigos 2º e 3º. Em razão disso, estudaremos
a seguir cada um deles.

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4.1) Direito fundamental: saúde

O artigo 2º da Lei 8.080/90 estabelece um princípio fundamental no contexto da saúde no Brasil ao


afirmar que a saúde é um direito fundamental do ser humano. Isso significa que, de acordo com a
legislação brasileira, o acesso à saúde é reconhecido como um direito de todo cidadão,
intrinsecamente vinculado à sua dignidade e bem-estar. Veja o que dispõe o referido dispositivo:

Art. 2º da Lei 8.080/90. A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado
prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.

Ao declarar a saúde como um direito fundamental, o legislador destaca sua importância não apenas
como um benefício social, mas como um componente essencial para o pleno exercício da vida e da
cidadania. A saúde, portanto, não é vista apenas como a ausência de doenças, mas como um estado
de bem-estar físico, mental e social.

Além disso, ao afirmar que o Estado deve prover as condições indispensáveis ao pleno exercício
desse direito, a lei atribui ao poder público a responsabilidade de criar e manter estruturas, políticas
e serviços que garantam o acesso universal, equitativo e integral à saúde.

Essa responsabilidade estatal envolve a criação de condições propícias para prevenção, diagnóstico,
tratamento e reabilitação da saúde. Abrange, ainda, a promoção de ações que visem à melhoria das
condições de vida, ambiente e saneamento, contribuindo para a prevenção de doenças.

Um exemplo prático dessa abordagem é a implementação de programas de vacinação em larga


escala, visando não apenas a proteção individual, mas a promoção da saúde coletiva. Além disso, a
existência de unidades de saúde públicas, a oferta de medicamentos essenciais e a realização de
campanhas de conscientização são expressões tangíveis do compromisso estatal com o pleno
exercício do direito à saúde.

Dessa maneira, verifica-se que o artigo 2º da Lei 8.080/90 consolida a saúde como um direito
fundamental, atribuindo ao Estado a obrigação de criar as condições necessárias para que todos os
cidadãos possam desfrutar plenamente desse direito, reforçando a ideia de que a saúde é um
elemento essencial para a construção de uma sociedade justa e equitativa.

4.2) Dever do Estado

O parágrafo 1º do artigo 2º da Lei 8.080/90 amplia o entendimento sobre o dever do Estado em


relação à garantia da saúde. Ele estabelece que esse dever não se restringe apenas à oferta de
serviços médicos, mas abrange a formulação e execução de políticas econômicas e sociais. Essas

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políticas têm como objetivo principal a redução dos riscos de doenças e outros agravos à saúde da
população. Veja o que dispõe o referido dispositivo:

Art. 2º, §1º, da Lei 8.080/90. O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e
execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de
outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e
igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.

Além disso, o Estado também é responsável por estabelecer condições que assegurem o acesso
universal e igualitário às ações e serviços de saúde. Isso significa que a busca pela equidade no
acesso aos cuidados de saúde é uma preocupação central, visando superar desigualdades sociais e
regionais que possam existir.

Um exemplo prático desse princípio é a implementação de políticas públicas voltadas para a


promoção da saúde, como campanhas de educação alimentar, programas de prevenção de doenças,
e ações que visem melhorar as condições de vida da população. Ao investir em políticas que
abordam determinantes sociais da saúde, o Estado busca reduzir os fatores de risco e promover um
ambiente propício para o bem-estar geral.

Já o parágrafo 2º do mesmo artigo destaca que o dever do Estado não exclui as responsabilidades
das pessoas, das famílias, das empresas e da sociedade em geral.

O dever do Estado de prover as


não exclui o das pessoas, da família, das empresas e
condições indispensáveis ao pleno
da sociedade.
exercício da saúde

Ou seja, a busca pela saúde não é uma responsabilidade exclusiva do poder público. Cada indivíduo,
núcleo familiar, empresa e a sociedade como um todo também têm um papel ativo nesse processo.

4.3) Níveis de saúde

O artigo 3º da Lei 8.080/90 traz uma perspectiva abrangente ao afirmar que os níveis de saúde de
uma sociedade refletem a sua organização social e econômica. Isso significa que a saúde não é
apenas uma questão individual, mas está intrinsecamente ligada a diversos aspectos que compõem
a estrutura e dinâmica da sociedade. Veja o que dispõe o referido dispositivo:

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Art. 3º da Lei 8.080/90. Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do
País, tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a
moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade
física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.

Os níveis de saúde são influenciados por uma série de fatores, conhecidos como determinantes e
condicionantes. Dentre esses elementos, destacam-se a alimentação, moradia, saneamento básico,
meio ambiente, trabalho, renda, educação, atividade física, transporte, lazer, e o acesso aos bens e
serviços essenciais. Cada um desses componentes desempenha um papel na formação da saúde de
uma comunidade, contribuindo para o seu bem-estar físico, mental e social.

Por exemplo, a qualidade da alimentação de uma população, seu acesso a moradias dignas, a
existência de saneamento básico adequado e um ambiente saudável são fatores que impactam
diretamente nos níveis de saúde. Da mesma forma, o acesso à educação, ao trabalho e a uma renda
adequada também desempenham papéis cruciais na determinação do estado de saúde de uma
comunidade.

O parágrafo único do artigo 3º reforça que as ações destinadas a garantir o bem-estar físico, mental
e social, conforme mencionado no artigo anterior (direito fundamental à saúde), também fazem
parte do escopo da saúde.

5) Do sistema único de saúde

O artigo 4º da Lei 8.080/90 estabelece as bases para a estruturação do Sistema Único de Saúde (SUS)
no Brasil. De maneira sucinta, o SUS é composto pelo conjunto de ações e serviços de saúde
oferecidos por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, incluindo tanto a
Administração direta quanto a indireta, além das fundações mantidas pelo Poder Público. Veja o que
dispõe o referido dispositivo:

Art. 4º da Lei 8.080/90. O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e
instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das
fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).

§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e


municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos,
inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde.

§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter


complementar.

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É importante ressaltar que o escopo do SUS não se limita apenas à prestação direta de serviços
assistenciais à saúde. O texto legal abrange também instituições públicas dedicadas ao controle de
qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos e equipamentos para saúde. Essa
abrangência reflete a visão universal do sistema, envolvendo não apenas a assistência direta, mas
também o suporte necessário para garantir a qualidade e disponibilidade dos recursos essenciais à
saúde pública.

Outro ponto relevante é a possibilidade de participação da iniciativa privada no SUS, mas em caráter
complementar. Isso significa que a atuação do setor privado deve ser vista como um complemento
às ações desenvolvidas pelo setor público, não como substituição ou desvio dos objetivos e
princípios fundamentais do sistema.

A iniciativa privada poderá participar do


em caráter complementar.
Sistema Único de Saúde (SUS)

Para ilustrar, consideremos um hospital público municipal que oferece atendimentos clínicos e
cirúrgicos à população local. Esse hospital integra o SUS, representando a oferta pública de serviços
de saúde. Ao mesmo tempo, um laboratório privado pode participar de forma complementar,
realizando exames específicos que agregam valor aos serviços já disponíveis no hospital público.

5.1) Dos objetivos do SUS

O artigo 5º da Lei 8.080/90 delineia os objetivos do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Estes
objetivos expressam a essência e as metas primordiais que norteiam o sistema de saúde público no
país.

Primeiramente, o SUS busca a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e


determinantes da saúde. Isso significa que o sistema não se limita apenas a tratar doenças já
manifestas, mas busca compreender e comunicar os elementos que influenciam diretamente na
saúde da população. Essa abordagem vai além da assistência direta, direcionando esforços para
compreender e enfrentar as raízes dos problemas de saúde.

Em segundo lugar, destaca-se a formulação de políticas de saúde destinadas a promover, nos


campos econômico e social, a observância do dever do estado de garantir a saúde. Esse aspecto
ressalta a interconexão entre saúde, economia e aspectos sociais, reconhecendo que políticas
públicas eficazes em saúde devem considerar e integrar diversas dimensões da vida coletiva.

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Por fim, o tem-se como objetivo do SUS a assistência às pessoas por meio de ações de promoção,
proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e atividades
preventivas. Aqui, destaca-se a abrangência do SUS, que não se restringe apenas à atenção curativa,
mas busca ativamente promover a saúde, proteger contra riscos e recuperar o bem-estar.

Para exemplificar, considere um programa de prevenção de doenças crônicas em uma determinada


comunidade. Nesse caso, o SUS iria além do tratamento das condições já estabelecidas, identificando
fatores de risco, promovendo a conscientização e implementando medidas preventivas para
melhorar a saúde da população de forma abrangente.

Bora esquematizar o que estudamos

a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e


determinantes da saúde;

a formulação de política de saúde destinada a promover, nos


São objetivos do Sistema
campos econômico e social;
Único de Saúde SUS:

a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção,


proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das
ações assistenciais e das atividades preventivas.

Dessa forma, o artigo 5º representa os pilares estratégicos que fundamentam a atuação do SUS,
orientando-o na busca por uma abordagem holística e preventiva, capaz de enfrentar os desafios
complexos que envolvem a saúde pública.

5.2) Das atribuições do SUS

O artigo 6º da Lei 8.080/90 delimita as áreas de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS),
estendendo suas competências para além da assistência direta à saúde. Esse artigo reflete a
abrangência do SUS, que vai muito além do tratamento de doenças, buscando promover uma visão
integral do bem-estar da população. Veja o que dispõe o referido dispositivo:

Art. 6º da Lei 8.080/90. Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde
(SUS):

I - a execução de ações:

a) de vigilância sanitária;

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b) de vigilância epidemiológica;

c) de saúde do trabalhador; (Redação dada pela Lei nº 14.572, de 2023)

d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;

e) de saúde bucal; (Incluída pela Lei nº 14.572, de 2023)

II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico;

III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;

V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;

VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros


insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;

VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde;

VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano;

IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização


de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico;

XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados.

Primeiramente, compre frisar que o referido artigo destaca a execução de ações específicas, como
a vigilância sanitária, que visa garantir a qualidade e segurança de produtos e serviços relacionados
à saúde. A vigilância epidemiológica, por sua vez, foca na identificação e controle de doenças
transmissíveis. A inclusão da saúde do trabalhador reconhece a importância da saúde ocupacional
na promoção do bem-estar laboral.

Outras ações incorporadas ao campo de atuação do SUS incluem a assistência terapêutica integral,
englobando o cuidado em todas as fases do tratamento, e a saúde bucal, que ressalta a importância
da promoção e prevenção nessa área.

O artigo também ressalta a participação do SUS na formulação e execução de ações de saneamento


básico, reconhecendo a interligação entre condições ambientais e saúde. Além disso, o sistema
ordena a formação de recursos humanos na área de saúde, visando garantir profissionais capacitados
para atender às demandas da população.

Outras atribuições incluem vigilância nutricional e orientação alimentar, colaboração na proteção do


meio ambiente, formulação da política de medicamentos e participação no controle e fiscalização
de substâncias e produtos diversos.

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A orientação do SUS abrange ainda o incentivo ao desenvolvimento científico e tecnológico em sua
área de atuação, bem como a formulação e execução da política de sangue e seus derivados,
reconhecendo a importância da gestão eficaz desses recursos para a saúde pública.

Dessa forma, verifica-se o artigo 6º evidencia que o SUS vai além da oferta de tratamento médico,
abraçando uma abordagem abrangente que inclui prevenção, vigilância, cuidados especializados,
formação profissional e intervenções em áreas relacionadas à saúde e qualidade de vida.

5.2.1) Da vigilância sanitária

O parágrafo 1º do artigo 6º da Lei 8.080/90 aborda o conceito e a abrangência da vigilância sanitária,


delineando as ações necessárias para proteger a saúde da população. Entender a vigilância sanitária
como um conjunto de práticas é fundamental para garantir a qualidade e segurança nos produtos e
serviços relacionados à saúde. Nesse sentido, veja o que dispõe o referido dispositivo:

Art. 6, § 1º, da Lei 8.080/90. Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz
de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários
decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços
de interesse da saúde, abrangendo:

I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde,


compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e

II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a


saúde.

Vigilância sanitária refere-se a um conjunto de medidas destinadas a eliminar, reduzir ou prevenir


riscos à saúde e intervir em problemas sanitários provenientes do meio ambiente, produção,
circulação de bens e prestação de serviços de interesse da saúde. Essas ações abrangem o controle
de bens de consumo, envolvendo todas as etapas da produção ao consumo, bem como o controle
da prestação de serviços que tenham relação direta ou indireta com a saúde.

No controle de bens de consumo, a vigilância sanitária atua em todas as fases e processos


relacionados à produção, garantindo que produtos como alimentos, medicamentos, cosméticos e
outros itens essenciais à saúde atendam aos padrões de qualidade e segurança estabelecidos. Por
exemplo, ao inspecionar a cadeia alimentar, verifica-se desde a produção agrícola até a distribuição
de alimentos, assegurando a ausência de contaminações prejudiciais à saúde.

Quanto ao controle da prestação de serviços, a vigilância sanitária intervém em atividades que


tenham impacto na saúde, como serviços de saúde, estabelecimentos comerciais e locais públicos.

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Por exemplo, a inspeção de hospitais, restaurantes e estabelecimentos que oferecem serviços de
estética visa garantir condições adequadas de higiene e segurança para os usuários.

Portanto, o percebe-se a importância da vigilância sanitária como um conjunto de ações essenciais


para a prevenção de riscos à saúde, evidenciando a necessidade de controle tanto na produção
quanto na prestação de serviços, assegurando à população um ambiente seguro e produtos de
qualidade.

5.2.2) Da vigilância epidemiológica

O parágrafo 2º do artigo 6º da Lei 8.080/90 versa sobre a vigilância epidemiológica, estabelecendo-


a como um conjunto de ações destinadas a conhecer, detectar ou prevenir mudanças nos fatores
que influenciam a saúde, seja em nível individual ou coletivo. Esse tipo de vigilância tem como
objetivo orientar a implementação de medidas preventivas e de controle diante de doenças ou
agravos à saúde. Nesse sentido, veja o que dispõe o referido dispositivo:

Art. 6º, § 2º, da Lei 8.080/90. Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações
que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos
fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de
recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.

A vigilância epidemiológica se configura como uma ferramenta essencial para o sistema de saúde,
proporcionando uma compreensão mais aprofundada dos fatores determinantes e condicionantes
da saúde. Isso inclui o monitoramento de padrões de ocorrência de doenças, identificação de grupos
mais suscetíveis, análise de fatores ambientais e sociais, entre outros.

Para ilustrar, considere o exemplo de uma vigilância epidemiológica voltada para uma doença
infecciosa, como a dengue. Nesse contexto, as ações poderiam incluir a coleta de dados sobre a
incidência da doença em diferentes regiões, a identificação de fatores que propiciam a proliferação
do vetor (o mosquito Aedes aegypti), o acompanhamento de casos suspeitos e confirmados, além
da recomendação e implementação de estratégias preventivas, como campanhas de conscientização
e controle do vetor.

5.2.3) Saúde do trabalhador

O parágrafo 3º do artigo 6º da Lei 8.080/90 define o conceito de saúde do trabalhador e estabelece


as atividades que visam promover e proteger a saúde dos trabalhadores, além de proporcionar

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assistência e reabilitação àqueles expostos aos riscos e danos decorrentes das condições de trabalho.
Nesse sentido, veja o que dispõe o referido dispositivo:

§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que
se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e
proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde
dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho,
abrangendo:

I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença


profissional e do trabalho;

II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos,


pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo
de trabalho;

III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da


normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento,
transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de
equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador;

IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde;

V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os


riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados
de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de
demissão, respeitados os preceitos da ética profissional;

VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador


nas instituições e empresas públicas e privadas;

VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho,


tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; e

VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição


de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição
a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores.

Saúde do trabalhador abrange uma gama de ações, incluindo a assistência aos trabalhadores vítimas
de acidentes ou portadores de doenças relacionadas ao trabalho. Envolve também a participação
em estudos, pesquisas e controle dos riscos à saúde no ambiente laboral, assim como a normatização
e fiscalização das condições de trabalho e dos equipamentos utilizados.

Além disso, a avaliação do impacto das tecnologias na saúde, a divulgação de informações sobre
riscos aos trabalhadores e sindicatos, e a participação na fiscalização dos serviços de saúde nos locais
de trabalho são aspectos importantes abordados pelo texto legal.

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Destaca-se também a necessidade de revisão periódica da lista oficial de doenças originadas no
trabalho, com a colaboração dos sindicatos. Ademais, o dispositivo legal prevê a garantia ao
sindicato dos trabalhadores de solicitar a interdição de máquinas ou ambientes de trabalho quando
houver risco iminente à vida ou à saúde dos trabalhadores.

Em suma, o parágrafo 3º do artigo 6º da Lei 8.080/90 estabelece diretrizes abrangentes para a


promoção da saúde e segurança dos trabalhadores, envolvendo uma série de medidas preventivas,
assistenciais e de controle necessárias para garantir um ambiente laboral seguro e saudável.

5.2.4) Saúde bucal

O parágrafo 4º do artigo 6º da Lei 8.080/90 define o conceito de saúde bucal, estabelecendo que
se trata de um conjunto coordenado de ações que abrangem desde a promoção até a reabilitação
odontológica, tanto em nível individual quanto coletivo, integradas ao contexto da atenção integral
à saúde.

Saúde bucal engloba todas as medidas relacionadas à saúde da boca, dos dentes e das estruturas
bucais, visando não apenas a prevenção de doenças, mas também a promoção da saúde oral e a
recuperação da funcionalidade em casos de problemas dentários ou bucais.

Isso significa que as ações de saúde bucal devem ser desenvolvidas em diversos níveis de
complexidade, desde a atenção primária até os serviços especializados, de forma a atender às
necessidades individuais e coletivas da população.

Exemplos de ações de saúde bucal incluem a promoção de hábitos saudáveis de higiene bucal,
como a escovação regular dos dentes e o uso de fio dental, a realização de exames odontológicos
periódicos, a aplicação de flúor para prevenção de cáries, o tratamento de doenças gengivais,
restaurações dentárias, extrações e até mesmo a reabilitação oral com próteses ou implantes
dentários, quando necessário.

Portanto, o parágrafo 4º do artigo 6º da Lei 8.080/90 reconhece a importância da saúde bucal como
parte integrante da atenção à saúde de forma abrangente, destacando a necessidade de ações que
promovam a saúde e previnam doenças, além de oferecer tratamento e reabilitação quando
necessário, visando ao bem-estar e à qualidade de vida da população.

5.2.5) Assistência toxicológica

O parágrafo 5º do artigo 6º da Lei 8.080/90 define o conceito de assistência toxicológica, que se


refere às ações e serviços destinados à prevenção, diagnóstico e tratamento das intoxicações agudas
e crônicas resultantes da exposição a diversas substâncias nocivas, como produtos químicos,
medicamentos, toxinas de animais peçonhentos e plantas tóxicas.

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Essa assistência abrange uma série de medidas voltadas para lidar com os efeitos adversos causados
pela exposição a essas substâncias, visando à proteção da saúde pública e ao bem-estar dos
indivíduos afetados.

Na prevenção são incluídas ações educativas para conscientização sobre os riscos associados ao uso
indevido de substâncias tóxicas, bem como medidas de controle e regulamentação para reduzir a
exposição a esses agentes. Por exemplo, campanhas de educação sobre o uso correto de
medicamentos e a armazenagem segura de produtos químicos.

No diagnóstico estão envolvidas a identificação e a avaliação dos sinais e sintomas de intoxicação,


com o objetivo de determinar a substância envolvida e a gravidade do quadro. Isso pode incluir
exames laboratoriais específicos e a análise do histórico do paciente.

Quanto ao tratamento, são adotadas medidas para neutralizar os efeitos da intoxicação e promover
a recuperação do indivíduo afetado. Isso pode envolver a administração de antídotos, a lavagem
gástrica, a hidratação e outros procedimentos médicos para minimizar os danos causados pela
substância tóxica.

Portanto, o parágrafo 5º do artigo 6º da Lei 8.080/90 reconhece a importância da assistência


toxicológica na proteção da saúde pública e na promoção do bem-estar, destacando a necessidade
de ações integradas e coordenadas para lidar com as intoxicações decorrentes da exposição a
diversas substâncias nocivas.

5.3) Dos princípios e diretrizes do SUS

O artigo 7º da Lei 8.080/90 estabelece os princípios norteadores das ações e serviços públicos de
saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Esses princípios são fundamentais para garantir
uma atuação coesa, eficiente e equitativa no setor de saúde. Nesse sentido, veja o que dispõe o
referido dispositivo:

Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou


conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com
as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes
princípios:

I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência;

II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e


serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os
níveis de complexidade do sistema;

III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;

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IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;

V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;

VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização


pelo usuário;

VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de


recursos e a orientação programática;

VIII - participação da comunidade

IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo:

a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;

b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;

X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;

XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos


Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde
da população;

XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; e

XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins
idênticos.

XIV – organização de atendimento público específico e especializado para mulheres e vítimas


de violência doméstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento, acompanhamento
psicológico e cirurgias plásticas reparadoras, em conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de
agosto de 2013. (Redação dada pela Lei nº 13.427, de 2017)

O primeiro princípio é o da universalidade, assegurando o acesso de todos os cidadãos aos serviços


de saúde em todos os níveis de assistência. Isso significa que qualquer pessoa, independentemente
de sua condição econômica ou social, tem direito aos cuidados necessários para manter ou recuperar
sua saúde.

A integralidade da assistência é outro princípio destacado, referindo-se à abordagem completa e


contínua das ações preventivas e curativas, tanto em nível individual quanto coletivo, em todos os
níveis de complexidade do sistema de saúde.

Preservar a autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral é um princípio
que destaca a importância do respeito à vontade e aos direitos dos indivíduos no contexto da
assistência à saúde.

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A igualdade da assistência à saúde é um princípio que preconiza a oferta de cuidados sem
discriminação ou privilégios, promovendo equidade no acesso aos serviços de saúde.

O direito à informação é um princípio que assegura às pessoas assistidas o conhecimento sobre


sua saúde, promovendo a transparência e a participação ativa na tomada de decisões relacionadas
ao seu bem-estar.

A utilização da epidemiologia para estabelecer prioridades, alocar recursos e orientar


programações é um princípio que destaca a importância de embasar as decisões em dados
epidemiológicos para otimizar o uso dos recursos disponíveis.

A participação da comunidade é um princípio que enfatiza o envolvimento dos cidadãos nas


decisões relacionadas à saúde, promovendo a democratização do processo decisório.

A descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo, é um


princípio que busca fortalecer a gestão local dos serviços de saúde, com ênfase na descentralização
para os municípios. A regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde é um princípio
que visa organizar a oferta de serviços de forma articulada, priorizando a proximidade e a
distribuição equitativa de recursos.

A integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico é um
princípio que reconhece a interconexão entre diferentes áreas e promove a abordagem integrada
para otimizar resultados.

A conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos


Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde é um
princípio que busca otimizar a utilização dos recursos disponíveis por meio da colaboração entre
diferentes esferas de governo.

A capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência é um princípio que


destaca a importância de garantir que cada serviço de saúde tenha a capacidade necessária para
atender às demandas da população.

A organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos é
um princípio que visa evitar a redundância e otimizar a eficiência na oferta de serviços de saúde.

Por fim, o artigo inclui um princípio adicional, introduzido pela Lei nº 13.427, de 2017, que destaca
a necessidade de organizar atendimento público específico e especializado para mulheres e
vítimas de violência doméstica, conforme a Lei nº 12.845, de 2013. Esse princípio visa garantir
atendimento abrangente, incluindo aspectos psicológicos e cirurgias plásticas reparadoras, quando
necessário.

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5.4) Da Organização, da Direção e da Gestão

De início, destaca-se que os artigos 8º e 9º da Lei 8.080/90 tratam da organização e direção do


Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecendo princípios fundamentais para garantir eficiência e
coordenação no fornecimento de serviços de saúde no Brasil. Vejamos o que dispõe os referidos
artigos:

Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja
diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão organizados
de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente.

Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I do art.
198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes
órgãos:

I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;

II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão
equivalente; e

III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente.

O artigo 8º reforça a necessidade de organização regionalizada e hierarquizada das ações e serviços


de saúde executados pelo SUS. Isso significa que a oferta de cuidados deve ser estruturada de
maneira a atender às demandas de forma escalonada, com serviços distribuídos por regiões e em
diferentes níveis de complexidade. Por exemplo, os serviços básicos de saúde podem ser oferecidos
nos municípios, enquanto procedimentos mais especializados estão concentrados em unidades de
maior complexidade, como hospitais regionais.

Já o artigo 9º reforça o princípio da direção única do SUS, conforme estabelecido na Constituição


Federal. Cada esfera de governo (União, Estados e Municípios) tem um órgão responsável pela
direção do sistema de saúde. Na União, essa função é do Ministério da Saúde, nos Estados e no
Distrito Federal, é da Secretaria de Saúde ou órgão equivalente, e nos Municípios, é da Secretaria de
Saúde ou órgão equivalente. Essa direção única busca assegurar a integração e a eficácia na
implementação das políticas de saúde em todas as esferas do governo.

Dessa maneira, tem-se que a regionalização e hierarquização garantem uma distribuição equitativa
dos serviços, considerando as necessidades específicas de cada localidade, enquanto a direção única
busca promover a unidade e a coordenação na gestão do SUS em todo o país. Esses princípios são
essenciais para que o sistema de saúde possa atender de maneira eficiente e igualitária a população
brasileira.

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O artigo 10 da Lei 8.080/90, por sua vez, estabelece a possibilidade de os municípios se unirem em
consórcios (cai demais isso em prova) para a realização conjunta de ações e serviços de saúde. Esse
dispositivo busca promover a cooperação entre municípios, visando uma gestão mais eficiente e
integrada das políticas de saúde. Veja a íntegra desse dispositivo:

Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto as ações
e os serviços de saúde que lhes correspondam.

§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio da direção única, e


os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua observância.

§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá organizar-se em distritos de


forma a integrar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das
ações de saúde.

A ideia por trás desse artigo é que, ao unirem esforços, os municípios podem otimizar a utilização
de recursos e compartilhar responsabilidades, beneficiando-se de uma abordagem mais coesa e
coordenada. Isso é especialmente relevante em áreas geográficas onde a população de um único
município não justificaria a implementação de determinados serviços de saúde, mas a cooperação
regional torna possível oferecer um cuidado mais abrangente e especializado.

O parágrafo 1º destaca que, mesmo nos consórcios intermunicipais, deve ser aplicado o princípio da
direção única, garantindo que as ações e serviços estejam alinhados com as diretrizes do Sistema
Único de Saúde (SUS). Os atos constitutivos desses consórcios devem dispor sobre a observância
desse princípio.

O parágrafo 2º possibilita a organização do SUS em distritos no âmbito municipal, buscando integrar


e articular recursos, técnicas e práticas para garantir a cobertura total das ações de saúde. Essa
organização em distritos visa facilitar a gestão local, promovendo uma abordagem mais próxima das
necessidades específicas de determinadas áreas, o que pode contribuir para uma distribuição mais
equitativa e eficiente dos serviços de saúde.

Portanto, o artigo 10 incentiva a cooperação entre municípios por meio de consórcios e destaca a
importância da direção única, mesmo nessas parcerias, para manter a coerência e alinhamento com
os princípios do SUS. Essa abordagem colaborativa busca aprimorar a entrega de serviços de saúde
à população.

Momento da questão

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Cesgranrio 2019 - Um gerente de saúde de um determinado município apresenta a um outro
gerente da mesma área, de um município vizinho, proposta para otimizar os parcos recursos que
ambos têm para tratamento dos pacientes de suas localidades.

Nos termos da Lei nº 8.080/1990, os municípios, para desenvolver em conjunto as ações e os serviços
de saúde que lhes correspondam, poderão constituir

a) empresas

b) consórcios

c) organizações

d) sociedades

e) associações

Gabarito: Letra B.

Comentário: É a previsão do art. 10 da Lei 8.080/90. Veja a íntegra do referido dispositivo:

Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto as ações
e os serviços de saúde que lhes correspondam.

Seguindo nesse tema, e adentrando em um assunto que é muito cobrado em prova, vamos trabalhar
sobre as comissões intersetoriais de âmbito nacional. O artigo 12 da Lei 8.080/90 trata da criação de
comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde. Estas
comissões são compostas por representantes dos Ministérios e órgãos competentes, bem como por
entidades da sociedade civil. Veja a íntegra desse dispositivo:

Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho
Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por entidades
representativas da sociedade civil.

Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade de articular políticas e


programas de interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

A proposta dessas comissões é promover a integração entre diferentes setores governamentais e a


sociedade civil para articular políticas e programas que tenham impacto na saúde, mas que
ultrapassem as fronteiras do Sistema Único de Saúde (SUS). Em outras palavras, essas comissões têm

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a função de criar uma abordagem colaborativa entre diferentes esferas e setores, reconhecendo que
questões de saúde muitas vezes estão interligadas com outras áreas de políticas públicas.

Para exemplificar, imagine um programa nacional de combate à obesidade. Esse programa pode
envolver não apenas ações diretas na área da saúde, como campanhas de conscientização e oferta
de tratamento nutricional, mas também requer a participação de setores como educação, esportes,
agricultura e indústria alimentícia. As comissões intersetoriais são responsáveis por articular essas
ações, envolvendo diferentes ministérios e entidades da sociedade civil para garantir uma
abordagem holística e eficaz.

O parágrafo único destaca a finalidade específica dessas comissões, que é articular políticas e
programas que transcendem o escopo exclusivo do SUS. Dessa forma, o artigo 12 reforça a
importância da colaboração e integração interdisciplinar na promoção da saúde, reconhecendo a
natureza multifacetada dos determinantes da saúde e a necessidade de uma abordagem coordenada
para endereçá-los.

Momento da questão

Cesgranrio 2014 - Na organização do Sistema Único de Saúde, nos termos da Lei no


8.080/1990, serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional subordinadas ao

a) Conselho Nacional de Saúde

b) Conselho de Governadores de Estado

c) Gabinete Civil da Presidência da República

d) Ministério da Previdência Social

e) Ministério da Fazenda

Gabarito: Letra A.

Comentário: É a previsão do art. 12 da Lei 8.080/90. Veja a íntegra do referido dispositivo:

Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho
Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por entidades
representativas da sociedade civil.

Seguindo, o artigo 13 da Lei 8.080/90 enfatiza a importância da articulação entre políticas e


programas por meio das comissões intersetoriais, que têm como objetivo integrar ações em áreas
específicas. Esse processo de articulação abrange diversas atividades, destacando-se:

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Alimentação e Nutrição: Inclui políticas e programas que visam garantir o acesso a uma
alimentação adequada, promovendo a saúde por meio de práticas alimentares saudáveis. Exemplo:
campanhas de educação alimentar em escolas.

Saneamento e Meio Ambiente: Envolve a integração de ações relacionadas à melhoria das


condições sanitárias e preservação ambiental, contribuindo para a promoção da saúde. Exemplo:
projetos de saneamento básico em áreas urbanas.

Vigilância Sanitária e Farmacoepidemiologia: Engloba atividades de controle e fiscalização


para garantir a segurança e qualidade de produtos, serviços e ambientes que impactam a saúde.
Exemplo: inspeções regulares em indústrias alimentícias.

Recursos Humanos: Refere-se à articulação de políticas para a formação, capacitação e alocação


de profissionais de saúde, buscando garantir uma força de trabalho qualificada e suficiente. Exemplo:
programas de incentivo à formação de profissionais de saúde em regiões carentes.

Ciência e Tecnologia: Inclui a integração de avanços científicos e tecnológicos na área da saúde,


visando melhorias nos diagnósticos, tratamentos e prevenção de doenças. Exemplo: pesquisa
colaborativa entre instituições para o desenvolvimento de novos medicamentos.

Saúde do Trabalhador: Envolvem ações que visam proteger a saúde dos trabalhadores,
considerando os riscos ocupacionais. Exemplo: programas de prevenção de acidentes e doenças
relacionadas ao ambiente de trabalho.

alimentação e nutrição;

saneamento e meio ambiente;

A articulação das políticas e programas, vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;


a cargo das comissões intersetoriais,
abrangerá, em especial, as seguintes
atividades: recursos humanos;

ciência e tecnologia; e

saúde do trabalhador.

Essas atividades representam áreas estratégicas que, quando integradas de maneira articulada,
potencializam a efetividade das ações em saúde. O artigo 13 reforça a abordagem interdisciplinar e
integrada necessária para lidar com os diversos determinantes da saúde e promover o bem-estar da
população.

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Dando sequência ao estudo, e ainda na parte de Da Organização, da Direção e da Gestão do SUS, o
artigo 14-B da Lei 8.080/90 confere reconhecimento e status legal ao Conselho Nacional de
Secretários de Saúde (Conass) e ao Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde
(Conasems) como entidades representativas dos entes estaduais e municipais em assuntos
relacionados à saúde. Essa designação é respaldada pela declaração de utilidade pública e de
relevante função social, conforme estabelecido no regulamento. Veja a íntegra desse dispositivo:

Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de


Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) são reconhecidos como entidades
representativas dos entes estaduais e municipais para tratar de matérias referentes à saúde e
declarados de utilidade pública e de relevante função social, na forma do regulamento.

§ 1º O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento geral da União por meio do


Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas institucionais, podendo
ainda celebrar convênios com a União.

§ 2º Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) são reconhecidos como


entidades que representam os entes municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias
referentes à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma que
dispuserem seus estatutos.

Esses conselhos têm um papel fundamental na articulação e representação dos interesses dos
gestores de saúde em âmbito nacional. O Conass representa os estados, enquanto o Conasems
representa os municípios. Sua atuação é respaldada por recursos provenientes do orçamento geral
da União, disponibilizados por meio do Fundo Nacional de Saúde, destinados a subsidiar suas
despesas institucionais. Além disso, têm a prerrogativa de firmar convênios com a União para
fortalecer suas atividades.

No âmbito estadual, os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) também são


reconhecidos como entidades representativas dos entes municipais. Contudo, sua vinculação
institucional ao Conasems é um requisito, conforme estabelecido nos respectivos estatutos. Essa
estrutura busca garantir uma abordagem integrada e alinhada entre os níveis estaduais e municipais
na discussão e implementação de políticas e ações voltadas à saúde.

A ideia por trás desse dispositivo legal é fortalecer a representatividade dos gestores de saúde,
promovendo a cooperação entre diferentes esferas administrativas. Ao garantir recursos e
reconhecimento formal, a lei visa assegurar que essas entidades exerçam efetivamente sua função
de defesa dos interesses estaduais e municipais no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). Esse
reconhecimento contribui para uma gestão mais integrada e alinhada aos princípios e diretrizes
estabelecidos para o setor da saúde no país.

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Momento da questão

Cesgranrio 2014 - Nos termos da Lei no 8.080/1990, o Conselho Nacional de Secretários de


Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems)
receberão recursos do orçamento geral da União por meio do Fundo

a) Nacional de Saúde

b) Federal de Prevenção

c) Especial de Emergências

d) de Seguridade Social

e) de Assistência Social

Gabarito: Letra A.

Comentário: É a previsão do art. 14-B, §1º, da Lei 8.080/90. Veja a íntegra do referido dispositivo:

Art. 14-B, § 1º. O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento geral da União por
meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas institucionais,
podendo ainda celebrar convênios com a União

5.5) Da competência e das atribuições

a) Das atribuições comuns

O artigo 15 da Lei 8.080/90 delineia as atribuições específicas que União, Estados, Distrito Federal e
Municípios devem exercer no âmbito administrativo para assegurar a efetividade do Sistema Único
de Saúde (SUS). Essas atribuições abrangem diversas esferas, desde o controle e fiscalização até a
elaboração de normas, o gerenciamento de recursos financeiros e a coordenação de ações
estratégicas. Veja a íntegra desse dispositivo:

Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito
administrativo, as seguintes atribuições:

I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e de fiscalização das ações e


serviços de saúde;

II - administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados, em cada ano, à saúde;

III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da população e das condições


ambientais;

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IV - organização e coordenação do sistema de informação de saúde;

V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade e parâmetros


de custos que caracterizam a assistência à saúde;

VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de qualidade para


promoção da saúde do trabalhador;

VII - participação de formulação da política e da execução das ações de saneamento básico e


colaboração na proteção e recuperação do meio ambiente;

VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde;

IX - participação na formulação e na execução da política de formação e desenvolvimento de


recursos humanos para a saúde;

X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde (SUS), de conformidade


com o plano de saúde;

XI - elaboração de normas para regular as atividades de serviços privados de saúde, tendo em


vista a sua relevância pública;

XII - realização de operações externas de natureza financeira de interesse da saúde,


autorizadas pelo Senado Federal;

XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de


situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a
autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar bens e
serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa
indenização; (Vide ADIN 3454)

XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;

XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos internacionais relativos à saúde,


saneamento e meio ambiente;

XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, proteção e recuperação da saúde;

XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do exercício profissional e outras


entidades representativas da sociedade civil para a definição e controle dos padrões éticos
para pesquisa, ações e serviços de saúde;

XVIII - promover a articulação da política e dos planos de saúde;

XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde;

XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscalização inerentes ao poder de polícia


sanitária;

XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos e de atendimento


emergencial.

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No escopo desse artigo, cada ente federativo tem a responsabilidade de definir instâncias e
mecanismos para o controle, avaliação e fiscalização das ações e serviços de saúde em sua jurisdição.
Além disso, são encarregados da administração dos recursos orçamentários destinados à saúde,
buscando garantir uma gestão eficiente e transparente desses recursos.

Outras responsabilidades incluem o acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da


população, a organização e coordenação do sistema de informação de saúde, a elaboração de
normas técnicas e padrões de qualidade para a assistência à saúde, entre outras.

A elaboração de propostas orçamentárias do SUS, a regulação das atividades dos serviços privados
de saúde, a participação na formulação e execução da política de saneamento básico e a realização
de operações externas de interesse da saúde também estão contempladas nessas atribuições.

Esse conjunto de responsabilidades destaca o papel crucial de cada ente federativo na construção e
manutenção de um sistema de saúde robusto e eficiente, alinhado aos princípios e diretrizes
estabelecidos para o SUS. Essas medidas visam promover a universalidade, integralidade e equidade
no acesso aos serviços de saúde em todo o território nacional.

b) Da competência

b.1) Da competência da direção nacional do SUS

O artigo 16 da Lei 8.080/90 delineia as competências da direção nacional do Sistema Único de Saúde
(SUS). Essas competências são fundamentais para a formulação, coordenação e execução de políticas
e ações estratégicas na esfera da saúde em âmbito nacional. Veja a íntegra desse dispositivo:

Art. 16. À direção nacional do SUS compete: (Redação dada pela Lei nº 14.572, de 2023)

I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição;

II - participar na formulação e na implementação das políticas:

a) de controle das agressões ao meio ambiente;

b) de saneamento básico; e

c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho;

III - definir e coordenar os sistemas:

a) de redes integradas de assistência de alta complexidade;

b) de rede de laboratórios de saúde pública;

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c) de vigilância epidemiológica; e

d) vigilância sanitária;

IV - participar da definição de normas e mecanismos de controle, com órgão afins, de agravo


sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde humana;

V - participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle das condições e dos
ambientes de trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador;

VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilância epidemiológica;

VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras,


podendo a execução ser complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;

VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da qualidade sanitária de


produtos, substâncias e serviços de consumo e uso humano;

IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de fiscalização do exercício


profissional, bem como com entidades representativas de formação de recursos humanos na
área de saúde;

X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da política nacional e produção


de insumos e equipamentos para a saúde, em articulação com os demais órgãos
governamentais;

XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência nacional para o


estabelecimento de padrões técnicos de assistência à saúde;

XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde;

XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
para o aperfeiçoamento da sua atuação institucional;

XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os
serviços privados contratados de assistência à saúde;

XV - promover a descentralização para as Unidades Federadas e para os Municípios, dos


serviços e ações de saúde, respectivamente, de abrangência estadual e municipal;

XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e


Derivados;

XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde, respeitadas as


competências estaduais e municipais;

XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do SUS, em cooperação


técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal;

XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avaliação técnica e financeira


do SUS em todo o Território Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municípios e
Distrito Federal.

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XX - definir as diretrizes e as normas para a estruturação física e organizacional dos serviços
de saúde bucal. (Incluído pela Lei nº 14.572, de 2023)

A direção nacional do SUS é encarregada de diversas responsabilidades, desde a formulação de


políticas relacionadas à alimentação e nutrição até a participação ativa na implementação de políticas
ambientais, de saneamento básico e condições de trabalho. Além disso, ela desempenha um papel
crucial na definição e coordenação de sistemas integrados de assistência, redes de laboratórios de
saúde pública, vigilância epidemiológica e sanitária.

Outras atribuições incluem a normatização e fiscalização de procedimentos, produtos e substâncias


de interesse para a saúde, o estabelecimento de critérios para o controle da qualidade sanitária, a
promoção de cooperação técnica e financeira aos entes federativos, e a elaboração de normas para
regular as relações entre o SUS e os serviços privados contratados de assistência à saúde.

A direção nacional do SUS desempenha, ainda, um papel importante na descentralização dos


serviços de saúde para as Unidades Federadas e Municípios, promovendo a articulação entre os
diversos níveis de governo. Além disso, ela normatiza e coordena o Sistema Nacional de Sangue,
Componentes e Derivados, acompanha, controla e avalia as ações e serviços de saúde em todo o
território nacional, elabora o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do SUS e define diretrizes
para a estruturação dos serviços de saúde bucal.

Essas competências visam assegurar a eficácia, a qualidade e a equidade no sistema de saúde


brasileiro, promovendo a melhoria contínua e a integração entre os diferentes atores envolvidos na
prestação de serviços de saúde.

Dessa forma, verifica-se que o artigo 16 da Lei 8.080/90 traz dispositivos importantes relacionados à
atuação da União em situações específicas no âmbito da saúde pública. O §1º estabelece que a União
pode executar ações de vigilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como na
ocorrência de agravos à saúde que fogem ao controle estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou
representam risco de disseminação nacional. Em termos práticos, isso significa que, diante de
eventos de grande impacto ou de difícil controle por instâncias estaduais, a União pode intervir para
garantir medidas eficazes de vigilância e controle sanitário.

O §2º aborda situações epidemiológicas que caracterizem emergência em saúde pública. Nesses
casos, é permitido um procedimento simplificado para a remessa de patrimônio genético ao exterior,
conforme estabelecido em regulamento. Isso se refere à flexibilização de trâmites burocráticos para
o envio de material genético em situações de emergência em saúde, facilitando processos
importantes para pesquisas e desenvolvimento de medidas de enfrentamento.

O §3º trata da repartição dos benefícios resultantes da exploração econômica de produto acabado
ou material reprodutivo proveniente do acesso ao patrimônio genético mencionado no §2º. Essa
repartição de benefícios segue os termos da Lei nº 13.123/2015, que regulamenta o acesso ao

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patrimônio genético e aos conhecimentos tradicionais associados, assegurando uma distribuição
justa e equitativa dos ganhos provenientes dessas explorações.

Esses dispositivos (§1º, 2º e 3 do art. 16) destacam a flexibilidade e adaptabilidade do SUS para lidar
com situações excepcionais, garantindo uma resposta eficiente e equitativa em momentos críticos
para a saúde pública nacional.

b.2) Da competência da direção estadual do SUS

O artigo 17 da Lei 8.080/90 atribui à direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) uma série de
competências que visam fortalecer a gestão e a oferta de serviços de saúde no âmbito estadual.
Essas responsabilidades abrangem desde a descentralização dos serviços para os municípios até a
coordenação de redes especializadas e a formulação de normas suplementares. Veja a íntegra desse
dispositivo:

Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete:

I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das ações de saúde;.

II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema Único de Saúde (SUS);

III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supletivamente ações e
serviços de saúde;

IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços:

a) de vigilância epidemiológica;

b) de vigilância sanitária;

c) de alimentação e nutrição; (Redação dada pela Lei nº 14.572, de 2023)

d) de saúde do trabalhador;

e) de saúde bucal; (Incluída pela Lei nº 14.572, de 2023)

V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do meio ambiente que
tenham repercussão na saúde humana;

VI - participar da formulação da política e da execução de ações de saneamento básico;

VII - participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de trabalho;

VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e avaliar a política de insumos


e equipamentos para a saúde;

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IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sistemas públicos de alta
complexidade, de referência estadual e regional;

X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e hemocentros, e gerir as


unidades que permaneçam em sua organização administrativa;

XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e avaliação das ações e


serviços de saúde;

XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de procedimentos de


controle de qualidade para produtos e substâncias de consumo humano;

XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de portos, aeroportos e


fronteiras;

XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indicadores de morbidade e


mortalidade no âmbito da unidade federada.

A descentralização é um ponto-chave, onde a direção estadual tem o papel de promover a


transferência de serviços e ações de saúde para os municípios, garantindo maior proximidade e
adequação às realidades locais. Além disso, a direção estadual acompanha, controla e avalia as redes
hierarquizadas do SUS, garantindo a efetividade e a qualidade dos serviços prestados.

No aspecto financeiro e técnico, a direção estadual presta apoio aos municípios, executando
supletivamente ações e serviços de saúde quando necessário. Coordena e executa, de maneira
complementar, ações nas áreas de vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, alimentação e
nutrição, saúde do trabalhador e saúde bucal.

A participação ativa na formulação de políticas, execução de ações de saneamento básico,


identificação de estabelecimentos hospitalares de referência e gerenciamento de sistemas públicos
de alta complexidade são aspectos destacados. Adicionalmente, a direção estadual colabora com a
União na execução da vigilância sanitária em portos, aeroportos e fronteiras, fortalecendo a
abordagem integrada.

Em resumo, o artigo 17 delineia o papel fundamental da direção estadual na gestão descentralizada


e na oferta de serviços de saúde, reforçando sua importância no contexto do Sistema Único de
Saúde.

b.3) Da competência da direção municipal do SUS

O artigo 18 da Lei 8.080/90 delineia as competências da direção municipal do Sistema Único de


Saúde (SUS), atribuindo responsabilidades fundamentais para a gestão local da saúde. Nesse
contexto, a direção municipal assume um papel estratégico na organização, execução e avaliação
das ações e serviços de saúde no âmbito municipal. Veja a íntegra desse dispositivo:

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Art. 18. À direção municipal do SUS compete: (Redação dada pela Lei nº 14.572, de 2023)

I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e executar os


serviços públicos de saúde;

II - participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e


hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual;

III - participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições e aos
ambientes de trabalho;

IV - executar serviços

a) de vigilância epidemiológica;

b) vigilância sanitária;

c) de alimentação e nutrição;

d) de saneamento básico; (Redação dada pela Lei nº 14.572, de 2023)

e) de saúde do trabalhador;

f) de saúde bucal; (Incluída pela Lei nº 14.572, de 2023)

V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a saúde;

VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que tenham repercussão sobre
a saúde humana e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para
controlá-las;

VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;

VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;

IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sanitária de portos,


aeroportos e fronteiras;

X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e convênios com entidades
prestadoras de serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;

XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de saúde;

XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de saúde no seu âmbito de


atuação.

Dentre as atribuições, destaca-se a responsabilidade de planejar, organizar, controlar e avaliar as


ações e serviços de saúde, bem como gerir e executar os serviços públicos de saúde no município.
A participação ativa no planejamento da rede regionalizada e hierarquizada do SUS, em articulação
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com a direção estadual, é crucial para garantir uma abordagem integrada e eficiente na oferta de
serviços de saúde.

A execução de serviços de vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, alimentação e nutrição,


saneamento básico, saúde do trabalhador e saúde bucal evidencia a abrangência e a importância
das ações municipais. Além disso, a gestão da política de insumos e equipamentos para a saúde no
âmbito municipal é um componente essencial para assegurar o adequado funcionamento dos
serviços de saúde.

Colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que impactam a saúde humana, gerir
laboratórios públicos de saúde e hemocentros, participar da execução da vigilância sanitária em
portos, aeroportos e fronteiras são aspectos que ressaltam a interconexão entre as esferas municipal,
estadual e federal na promoção da saúde.

Adicionalmente, a capacidade de celebrar contratos e convênios com entidades privadas de saúde,


bem como controlar e fiscalizar sua execução, confere à direção municipal uma abordagem flexível
na busca por soluções que atendam às necessidades locais. Normatizar complementarmente as
ações e serviços públicos de saúde no âmbito municipal completa o arcabouço de responsabilidades,
permitindo uma adequação mais específica à realidade do município.

Fique atento!

Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos Estados e aos Municípios.

5.6) Do subsistema de atendimento e internação domiciliar

O artigo 19-I da Lei 8.080/90 institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), duas modalidades
de assistência de extrema relevância: o atendimento domiciliar e a internação domiciliar. Essas
modalidades visam proporcionar cuidados de saúde de forma integral e personalizada, levando os
serviços de saúde diretamente ao domicílio dos pacientes. Veja a íntegra desse dispositivo:

Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o atendimento domiciliar
e a internação domiciliar.

§ 1º Na modalidade de assistência de atendimento e internação domiciliares incluem-se,


principalmente, os procedimentos médicos, de enfermagem, fisioterapêuticos, psicológicos e
de assistência social, entre outros necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu
domicílio.

§ 2º O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por equipes multidisciplinares


que atuarão nos níveis da medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora.

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§ 3º O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realizados por indicação
médica, com expressa concordância do paciente e de sua família.

No contexto do atendimento e internação domiciliares, uma ampla gama de procedimentos é


contemplada, englobando desde intervenções médicas e de enfermagem até a prestação de serviços
fisioterapêuticos, psicológicos e de assistência social. O objetivo é garantir que os pacientes recebam
todos os cuidados necessários para sua recuperação ou manutenção da saúde no conforto de seu
lar.

Esses serviços são executados por equipes multidisciplinares, abrangendo profissionais de diversas
áreas, o que permite uma abordagem abrangente e holística. As equipes atuam nos níveis de
medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora, assegurando que as necessidades específicas de
cada paciente sejam atendidas de maneira abrangente.

É importante ressaltar que o atendimento e a internação domiciliares só podem ser realizados


mediante indicação médica. Além disso, a concordância expressa do paciente e de sua família é
requisito fundamental. Essa abordagem reforça o princípio da autonomia do paciente, assegurando
que ele e seus familiares tenham participação ativa nas decisões relacionadas à sua saúde.

Dessa forma, o atendimento e a internação domiciliares surgem como alternativas valiosas no


panorama da saúde, proporcionando maior comodidade, humanização e personalização nos
cuidados, além de contribuir para a otimização dos recursos do sistema de saúde.

5.7) Do subsistema de acompanhamento durante o trabalho de parto, parto e pós-parto


imediato

O artigo 19-J da Lei 8.080/90, incluído pela Lei nº 11.108/2005, estabelece um avanço significativo
no contexto da assistência à saúde da mulher. Ele assegura o direito da parturiente de ter a presença
de 1 (um) acompanhante durante todo o processo de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato
nos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), seja na rede própria ou conveniada. Veja a
íntegra desse dispositivo:

Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou
conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um)
acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)

§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado pela parturiente.
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)

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§ 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de que trata este artigo
constarão do regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo.
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)

§ 3o Ficam os hospitais de todo o País obrigados a manter, em local visível de suas


dependências, aviso informando sobre o direito estabelecido no caput deste artigo. (Incluído
pela Lei nº 12.895, de 2013)

Essa medida busca humanizar o atendimento obstétrico, reconhecendo a importância do apoio


emocional e afetivo no momento delicado do parto. O acompanhante, indicado pela própria
parturiente, pode ser um familiar, amigo ou pessoa de confiança, proporcionando suporte e conforto
durante todo o processo.

A presença do acompanhante visa não apenas atender às necessidades emocionais da parturiente,


mas também promover uma experiência mais positiva e participativa, considerando que o apoio
social pode influenciar diretamente na saúde física e mental da mulher.

O texto da lei destaca a necessidade de regulamentação das ações destinadas a viabilizar esse direito,
o que permite uma padronização e orientação mais específica por meio do regulamento a ser
elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo.

Adicionalmente, os hospitais são obrigados a divulgar de forma visível em suas dependências um


aviso informando sobre o direito estabelecido pelo artigo 19-J, reforçando a transparência e
garantindo que as parturientes tenham conhecimento de seus direitos.

Essa medida visa fortalecer a humanização no processo de parto, considerando não apenas o
aspecto clínico, mas também a experiência emocional e social da gestante, contribuindo para um
cuidado mais integral e centrado na pessoa.

6) Dos serviços privados de assistência à saúde

6.1) Do funcionamento

Os artigos 20, 21, 22 e 23 da Lei 8.080/90 tratam do funcionamento dos serviços privados na
assistência à saúde no Brasil. Veja a íntegra desse dispositivo:

Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela atuação, por iniciativa
própria, de profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito
privado na promoção, proteção e recuperação da saúde.

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Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saúde, serão observados os


princípios éticos e as normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde
(SUS) quanto às condições para seu funcionamento.

Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, inclusive controle, de empresas ou de


capital estrangeiro na assistência à saúde nos seguintes casos: (Redação dada pela Lei nº
13.097, de 2015)

I - doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Unidas, de


entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos; (Incluído pela Lei nº
13.097, de 2015)

II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou explorar: (Incluído pela Lei nº


13.097, de 2015)

a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado, policlínica, clínica geral e clínica
especializada; e (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)

b) ações e pesquisas de planejamento familiar; (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)

III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento de
seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social; e (Incluído pela
Lei nº 13.097, de 2015)

IV - demais casos previstos em legislação específica. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)

O Art. 20 define os serviços privados de assistência à saúde como aqueles prestados por profissionais
liberais legalmente habilitados, bem como por pessoas jurídicas de direito privado, sempre voltados
para a promoção, proteção e recuperação da saúde. Esse setor, por iniciativa própria, colabora para
a oferta diversificada de serviços na área da saúde.

O Art. 21 estabelece que a assistência à saúde é livre à iniciativa privada, destacando o caráter plural
e diversificado do sistema de saúde brasileiro, no qual os serviços públicos e privados coexistem para
atender às necessidades da população.

O Art. 22, por sua vez, destaca a importância da observância, pelos serviços privados, dos princípios
éticos e das normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa
regulamentação visa garantir padrões de qualidade e segurança na prestação dos serviços,
promovendo uma assistência de saúde alinhada aos objetivos do SUS.

Seguindo, o Art. 23 aborda a participação direta ou indireta de empresas ou capital estrangeiro na


assistência à saúde, especificando casos nos quais essa participação é permitida. Isso inclui doações
de organismos internacionais, a instalação e operacionalização de hospitais e clínicas especializadas,
serviços mantidos por empresas sem finalidade lucrativa para seus empregados, entre outros. Essa

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flexibilidade visa estimular investimentos e parcerias que contribuam para a ampliação do acesso e
a melhoria da qualidade dos serviços de saúde no país.

Em conjunto, esses artigos refletem a natureza diversificada e complementar do sistema de saúde


brasileiro, no qual a coexistência entre o setor público e privado é essencial para atender às
demandas variadas da população.

6.2) Da participação complementar

Os artigos 24, 25 e 26 da Lei 8.080/90 abordam aspectos importantes relacionados à


complementaridade entre os serviços públicos e privados no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS).

Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura
assistencial à população de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá
recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada.

Parágrafo único. A participação complementar dos serviços privados será formalizada


mediante contrato ou convênio, observadas, a respeito, as normas de direito público.

Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão
preferência para participar do Sistema Único de Saúde (SUS).

Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os parâmetros de cobertura


assistencial serão estabelecidos pela direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS),
aprovados no Conselho Nacional de Saúde.

§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de pagamento da remuneração


aludida neste artigo, a direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar
seu ato em demonstrativo econômico-financeiro que garanta a efetiva qualidade de execução
dos serviços contratados.

§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas e administrativas e aos


princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico e
financeiro do contrato.

§ 3° (Vetado).

§ 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou serviços contratados é


vedado exercer cargo de chefia ou função de confiança no Sistema Único de Saúde (SUS).

O Art. 24 estabelece que, quando os recursos públicos disponíveis não forem suficientes para atender
plenamente a população de uma determinada área, o SUS pode recorrer aos serviços oferecidos pela
iniciativa privada. Essa participação complementar é formalizada por meio de contratos ou
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convênios, respeitando as normas de direito público. Um exemplo prático seria a contratação de
leitos de hospitais privados em situações de alta demanda, garantindo assim uma cobertura
assistencial mais abrangente.

O Art. 25 destaca que, nesses casos, as entidades filantrópicas e sem fins lucrativos têm preferência
para participar do SUS. Essas organizações, por sua natureza, têm um compromisso social e podem
contribuir significativamente para a oferta de serviços de saúde à comunidade.

O Art. 26 estabelece os critérios e valores para a remuneração dos serviços privados contratados
pelo SUS. A direção nacional do SUS, em conjunto com o Conselho Nacional de Saúde, define esses
parâmetros, garantindo que o financiamento seja adequado para manter a qualidade na execução
dos serviços. Isso inclui a necessidade de um demonstrativo econômico-financeiro que assegure a
eficácia da execução dos serviços contratados.

Além disso, o texto destaca que os serviços contratados devem estar em conformidade com as
normas técnicas e administrativas, bem como seguir os princípios e diretrizes do SUS. É crucial
manter o equilíbrio econômico e financeiro do contrato para garantir a sustentabilidade dessas
parcerias.

Finalmente, o Art. 26, §4º, proíbe que os proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou
serviços contratados exerçam cargos de chefia ou funções de confiança no SUS, evitando conflitos
de interesse e garantindo a transparência e imparcialidade na gestão do sistema de saúde.

7) Da telessaúde

O Art. 26-A da Lei 8.080/90, incluído pela Lei nº 14.510, de 2022, versa sobre a telessaúde, uma
modalidade que envolve a prestação remota de serviços relacionados a todas as profissões da área
da saúde, conforme regulamentadas pelos órgãos competentes do Poder Executivo federal.

Os princípios fundamentais que norteiam a telessaúde, conforme estabelecidos pelo referido artigo,
refletem uma abordagem ética e prática dessa modalidade. A autonomia do profissional de saúde
(I) é assegurada, reconhecendo sua capacidade de atuação à distância. O consentimento livre e
informado do paciente (II) é crucial, garantindo que o indivíduo compreenda e concorde com a
prestação de serviços por meio da telessaúde.

A possibilidade de recusa ao atendimento remoto, com a garantia do atendimento presencial


quando solicitado (III), respeita a vontade do paciente. A dignidade e valorização do profissional de
saúde (IV) são enfatizadas, reconhecendo a importância do seu papel mesmo em contextos virtuais.

A assistência segura e com qualidade ao paciente (V) reforça o compromisso com a excelência na
prestação de serviços de saúde. A confidencialidade dos dados (VI) protege a privacidade do
paciente, enquanto a promoção da universalização do acesso (VII) busca garantir que a telessaúde
contribua para a ampla disponibilidade de serviços de saúde.
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A estrita observância das atribuições legais de cada profissão (VIII) reforça a importância do
cumprimento das normas e regulamentações específicas de cada área. Por fim, a responsabilidade
digital (IX) destaca a necessidade de garantir a segurança e integridade das informações em
ambientes virtuais de saúde. Esses princípios combinados visam estabelecer uma base ética sólida
para a prática da telessaúde no Brasil.

9) Do financiamento

9.1) Dos recursos

O Art. 31 da Lei 8.080/90 estabelece as diretrizes para a destinação de recursos ao Sistema Único de
Saúde (SUS) por meio do orçamento da seguridade social. De acordo com a receita estimada, são
alocados recursos necessários para cumprir os objetivos do SUS, considerando metas e prioridades
da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

As fontes de recursos adicionais, conforme o Art. 32, incluem serviços que não prejudiquem a
assistência à saúde, doações, alienações patrimoniais, taxas e preços públicos, entre outros. Esses
recursos são fundamentais para complementar o orçamento e ampliar a capacidade de atendimento
do SUS.

Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da


assistência à saúde;

ajuda, contribuições, doações e donativos;

São considerados de outras fontes os alienações patrimoniais e rendimentos de capital;


recursos provenientes de:

taxas, multas, emolumentos e preços públicos


arrecadados no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS); e

rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.

É importante destacar que parte da receita (inciso I do Art. 32) é destinada à recuperação de viciados,
evidenciando a abrangência do SUS em contemplar não apenas a assistência médica tradicional, mas
também questões sociais relacionadas à saúde.

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A alocação desses recursos segue critérios específicos, como a destinação da metade da receita
mencionada ao combate ao vício. Além disso, as receitas geradas pelo SUS são creditadas em contas
especiais movimentadas pela sua direção, garantindo transparência e controle na gestão financeira.

No contexto das ações de saneamento, o SUS pode atuar supletivamente, financiando-as com
recursos tarifários específicos, além de contribuições da União, Estados, Distrito Federal, Municípios
e do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).

O Art. 31 também aborda o financiamento de atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e


tecnológico em saúde, indicando a co-financiamento pelo SUS, universidades e orçamento fiscal,
assim como recursos externos e receitas próprias das instituições executoras.

Esses dispositivos legais evidenciam a complexidade do financiamento do sistema de saúde,


buscando diversificar as fontes de recursos para garantir a sustentabilidade e efetividade do SUS.

9.2) Da gestão financeira

O Art. 33 da Lei 8.080/90 trata da gestão financeira do Sistema Único de Saúde (SUS) e estabelece
diretrizes para o controle e movimentação dos recursos alocados para a saúde pública no Brasil.

Segundo o texto, os recursos financeiros do SUS devem ser depositados em contas especiais,
específicas para cada esfera de atuação do sistema, seja municipal, estadual ou federal. Essas contas
são movimentadas sob a fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde, garantindo transparência
e controle social sobre o uso dos recursos.

Na esfera federal, o texto determina que os recursos, provenientes do Orçamento da Seguridade


Social, de outros Orçamentos da União e de outras fontes, serão administrados pelo Ministério da
Saúde, por meio do Fundo Nacional de Saúde. Essa centralização visa a eficiência na gestão e a
adequada aplicação dos recursos em âmbito nacional.

O Ministério da Saúde, por meio de seu sistema de auditoria, tem a responsabilidade de acompanhar
a conformidade à programação aprovada para a aplicação dos recursos repassados a Estados e
Municípios. Caso seja constatada malversação, desvio ou não aplicação dos recursos, o Ministério da
Saúde está autorizado a aplicar as medidas previstas em lei, garantindo a responsabilização em casos
de irregularidades.

Esse artigo, ao estabelecer essas diretrizes, busca assegurar a correta destinação dos recursos
públicos para a saúde, promovendo a transparência, a accountability e a efetividade na execução das
políticas e ações do SUS.

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9.3) Do planejamento e do orçamento

Os artigos 36, 37 e 38 da Lei 8.080/90 delineiam princípios fundamentais relacionados ao


planejamento, orçamento e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Art. 36 estabelece que o processo de planejamento e orçamento do SUS seguirá uma abordagem
ascendente, partindo do nível local até o federal. Esse processo deve envolver a participação dos
órgãos deliberativos, garantindo a compatibilização entre as necessidades da política de saúde e a
disponibilidade de recursos nos planos de saúde de Municípios, Estados, Distrito Federal e União. Os
planos de saúde, por sua vez, servirão como base para as atividades e programações em cada nível
de direção do SUS, com seu financiamento previsto na proposta orçamentária correspondente. A
transferência de recursos fica limitada às ações contempladas nos planos de saúde, ressalvadas
situações emergenciais ou de calamidade pública na área de saúde.

O Art. 37 atribui ao Conselho Nacional de Saúde a responsabilidade de estabelecer diretrizes para a


elaboração dos planos de saúde. Essas diretrizes devem levar em consideração as características
epidemiológicas e a organização dos serviços em cada jurisdição administrativa, garantindo uma
abordagem adequada às necessidades específicas de cada localidade.

Por fim, o Art. 38 proíbe a destinação de subvenções e auxílios a instituições prestadoras de serviços
de saúde com finalidade lucrativa. Essa medida reforça o caráter público e sem fins lucrativos do
SUS, resguardando o direcionamento dos recursos para entidades comprometidas com o bem-estar
da população, alinhadas aos objetivos do sistema de saúde.

Esses dispositivos legais, ao estabelecerem essas diretrizes, visam garantir uma gestão eficiente,
participativa e ética do SUS, promovendo a adequada aplicação dos recursos e a oferta de serviços
de saúde alinhados às reais necessidades da população.

10) Das disposições finais e transitórias

A Lei 8.080/90 destaca o papel relevante da Fundação das Pioneiras Sociais e do Instituto Nacional
do Câncer (INCA) no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). Essas instituições, supervisionadas
pela direção nacional do SUS, servem como referência não apenas na prestação de serviços de saúde,
mas também na formação de recursos humanos e na transferência de tecnologia. Isso significa que
suas práticas e expertise são fundamentais para orientar outras instâncias do sistema, contribuindo
para a excelência e a padronização nos serviços de saúde em todo o país.

Ressalta-se que o Art. 43 destaca a preservação da gratuidade nas ações e serviços de saúde, mesmo
nos casos em que o atendimento é realizado por serviços públicos contratados. Essa disposição
assegura que, ao firmar contratos ou convênios com entidades privadas para a prestação de serviços
de saúde, a gratuidade seja mantida, exceto se houver cláusulas específicas nos contratos que
estabeleçam de outra forma. Essa medida visa garantir o acesso universal e igualitário à saúde,
independentemente da natureza da instituição responsável pela execução dos serviços.
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Por fim, uma informação a ser mencionada é que os convênios celebrados entre União, Estados e
Municípios para a implantação dos Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde. Esses
convênios são rescindidos à medida que o objeto para o qual foram estabelecidos é absorvido pelo
SUS. Isso significa que, à medida que o SUS se consolida e expande suas ações, os convênios que
inicialmente viabilizaram a implementação do sistema vão sendo encerrados, refletindo a integração
gradual desses serviços ao âmbito do SUS.

O PROCESSO DE ELABORAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

1) Introdução

Iniciaremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre o Eixo temático 2 – Políticas Públicas
(Bloco 4) para todos os blocos de nível superior:

2 O processo de elaboração de políticas; o papel do Estado; a burocracia e o Estado; poder,


racionalidade e tomada de decisões.

3 Implementação de políticas públicas: problemas, dilemas e desafios. Arranjos institucionais


para implementação de políticas públicas.

2) O que são políticas públicas?

Primeiramente, é fundamental compreender que a administração pública, no desempenho de suas


atribuições, deve sempre direcionar suas ações para o benefício da coletividade, evitando favorecer
interesses individuais em detrimento do bem comum. Em outras palavras, a atuação da
administração pública deve ser orientada para o bem-estar geral, considerando os cidadãos, a
sociedade e demais partes envolvidas como destinatários de suas ações, buscando promover o bem
comum e o desenvolvimento sustentável.

Quanto ao conceito de políticas públicas, é variado e depende da abordagem de cada autor,


refletindo diferentes perspectivas. Por exemplo, alguns autores podem enfatizar a importância da
equidade na distribuição dos recursos públicos, enquanto outros podem destacar a eficiência na
implementação de programas governamentais. Em resumo, a compreensão do termo "políticas
públicas" pode variar de acordo com a ênfase dada por cada pensador ou estudioso do tema.

Segundo o autor Secchi, uma política pública é definida como "uma diretriz elaborada para
abordar um problema público". Isso quer dizer que uma política pública consiste em dois
elementos essenciais: a intencionalidade pública e a resposta a um problema público. Em outras
palavras, a razão subjacente à criação de uma política pública é a abordagem ou resolução de um
problema considerado como relevante para a coletividade.

Já Dias e Matos, por sua vez, complementam essa definição, explicando que as políticas públicas são
"ações realizadas ou não pelos governos, com o propósito de estabelecer condições equitativas na

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convivência social, visando proporcionar a todos a oportunidade de alcançar uma melhoria na
qualidade de vida condizente com a dignidade humana."

Por exemplo, vamos considerar uma política pública de educação voltada para a redução das
disparidades no acesso à educação de qualidade. Nesse caso, a intencionalidade pública seria
promover a equidade educacional, enquanto o problema público abordado seria a desigualdade no
acesso à educação. A implementação dessa política visa criar condições que permitam a todos atingir
uma qualidade de vida melhor, alinhada com os princípios da dignidade humana.

Resumindo

As políticas públicas englobam um conjunto de escolhas, iniciativas e operações que o governo

realiza com o intuito de obter resultados que promovam o aprimoramento da qualidade de vida

da população. Em outras palavras, referem-se a um conjunto de estratégias, planos, metas e

propósitos delineados pelo governo com a finalidade de alcançar o bem-estar social, ou seja, o

benefício coletivo.

Exemplo

Por exemplo, uma política pública na área de saúde pode envolver a implementação de

programas de vacinação, a construção de hospitais e a promoção de campanhas preventivas.

Todas essas ações, dentro de um planejamento governamental, visam melhorar a saúde da

população como um todo, exemplificando o papel das políticas públicas na busca pelo bem

comum.

3) Dos atores

Os "atores" referem-se a organizações, pessoas ou conjuntos sociais que têm participação e impacto,
seja de forma direta ou indireta, no desenvolvimento de políticas públicas. Em outras palavras, esses
atores desempenham algum tipo de "papel" (função), seja ela direta ou indireta, no cenário político.

Dentro desse contexto, os atores podem ser categorizados como Governamentais e Não
Governamentais.

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Governamentais

Atores

Não governamentaris

a) Atores governamentais são indivíduos ou grupos que possuem funções claramente definidas
pelo Estado. Isso inclui agentes políticos, nomeados politicamente, servidores e funcionários
públicos, além de juízes. Em outras palavras, são aqueles que ocupam posições no aparato estatal e
têm responsabilidades específicas atribuídas pelo poder público.

Por exemplo, em um contexto jurídico, juízes são atores governamentais que aplicam a lei para
garantir a justiça. Em relação à implementação de políticas públicas de saúde, como os servidores
do Ministério da Saúde, são atores governamentais que têm a responsabilidade de executar e
administrar as iniciativas nessa área. Essa categorização destaca a diversidade de funções
desempenhadas por diferentes atores dentro do âmbito governamental.

b) Atores Não Governamentais referem-se a instituições e organizações privadas que


desempenham papéis significativos na sociedade e na esfera política. Exemplos desses atores
incluem Grupos de Interesse, Partidos Políticos, Meios de Comunicação, Grupos de Pressão,
destinatários (beneficiários) das políticas públicas, Think Tanks (organizações dedicadas a aconselhar
e conduzir pesquisas na área de políticas públicas), empresários, sociedade civil organizada,
Organizações do Terceiro Setor e outros Stakeholders.

Em outras palavras, são entidades e grupos que, embora não façam parte diretamente do aparato
estatal, têm um impacto relevante no desenvolvimento e implementação de políticas públicas,
representando uma variedade de interesses e perspectivas na sociedade.

Por exemplo, Meios de Comunicação desempenham um papel crucial na formação de opinião


pública e podem influenciar a agenda política por meio de reportagens e análises. Grupos de Pressão,
como associações setoriais, podem defender políticas específicas em benefício de seus membros.
Organizações do Terceiro Setor, como ONGs, muitas vezes desempenham funções de
implementação e monitoramento de programas sociais.

Essa diversidade de atores não governamentais destaca a complexidade e a pluralidade de vozes


envolvidas no cenário das políticas públicas, contribuindo para a formação de uma sociedade
participativa e dinâmica.

4) Políticas Públicas X Decisão Política

É fundamental compreender que Política Pública e Decisão Política não são termos diferentes. Em
geral, uma política pública vai além de uma simples decisão, envolvendo uma série de ações
estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas. Por outro lado, a decisão
política representa a escolha entre diversas alternativas, refletindo as preferências hierárquicas dos
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atores envolvidos e demonstrando, em maior ou menor grau, uma adaptação entre os objetivos
desejados e os recursos disponíveis.

Em outras palavras, uma política pública é resultado de decisões políticas, pois depende das escolhas
feitas pelos tomadores de decisão para atender a necessidades específicas da sociedade. No entanto,
nem toda decisão política se transforma em uma política pública, já que isso demanda um conjunto
mais amplo de ações coordenadas para a efetiva implementação e impacto na sociedade.

Por exemplo, consideremos uma decisão política de aumentar o investimento em educação. Essa
decisão representa uma escolha dentre várias possíveis. No entanto, para se tornar uma política
pública efetiva, seria necessário um conjunto de ações coordenadas, como elaboração de programas
educacionais, treinamento de professores e alocação de recursos específicos para a implementação
bem-sucedida da decisão. Assim, a diferença entre decisão política e política pública reside na
extensão e na abrangência das ações que acompanham e concretizam as escolhas políticas.

Momento da questão

Questão para treino - Com relação à distinção entre política pública e decisão política, analise
as afirmativas a seguir.

I. Uma política pública geralmente envolve mais de uma decisão e requer diversas ações
estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas.

II. A decisão política corresponde a uma escolha dentre as opções de alternativas conforme a
hierarquia das preferências dos atores envolvidos, expressando uma adequação entre os fins
pretendidos e os meios disponíveis.

III. Embora uma política pública implique uma decisão política, nem toda decisão política chega a
constituir uma política pública.

Está correto o que se afirma em:

a) I, apenas.

b) I e II, apenas.

c) I e III, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

Gabarito: Letra E

Comentários:

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A primeira afirmação é correta. De fato, a elaboração de políticas públicas geralmente vai além de
uma única decisão e demanda a implementação de uma série de ações estrategicamente escolhidas
para efetivar as decisões tomadas.

Por exemplo, ao decidir implementar uma política pública voltada para a melhoria da educação, o
governo não se limita a uma única decisão. Em vez disso, são necessárias várias ações coordenadas,
como a formulação de currículos educacionais, a capacitação de professores e a alocação de recursos
para a construção de escolas. Essas medidas estratégicas representam a implementação efetiva da
decisão política inicial de melhorar a qualidade da educação.

A segunda afirmação está correta. De fato, a decisão política implica na escolha entre diferentes
opções, de acordo com a hierarquia das preferências dos atores envolvidos, demonstrando, em
maior ou menor medida, uma adaptação entre os objetivos desejados e os recursos disponíveis.

A terceira afirmação também está correta. Com efeito, pode-se afirmar que uma política pública é
resultante de decisões políticas, indicando que a formulação de políticas depende das escolhas feitas
pelos tomadores de decisão. Em termos mais simples, uma política pública é, de fato, uma
materialização de decisões políticas.

No entanto, é importante destacar que nem toda decisão política se transforma automaticamente
em uma política pública. Isso significa que a efetiva implementação de uma decisão política como
uma política pública requer ações coordenadas e estratégias específicas para alcançar os resultados
desejados na sociedade. Por exemplo, a decisão política de combater a desigualdade social pode
demandar uma série de medidas e programas específicos para se tornar uma política pública efetiva.

5) Ciclo de políticas públicas

Segundo o autor Secchi, o ciclo de políticas públicas é um modelo que organiza a trajetória de uma
política pública em fases sequenciais e interdependentes. No entanto, o autor ressalta que esse
ciclo raramente reflete a dinâmica real de uma política pública, pois as fases geralmente se
apresentam de maneira misturada, e as sequências podem se alternar.

Em outras palavras, as políticas públicas são compostas por várias fases que ocorrem de maneira
interligada e sequencial. No entanto, é importante observar que essas fases podem acontecer
simultaneamente, se sobrepondo umas às outras, ou até mesmo em uma ordem diferente do que
sugere o modelo padrão.

Para o referido autor, o ciclo de políticas públicas é constituído pelas fases a seguir:

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Fases do ciclo de políticas públicas

1) Identificação do problema

2) Formação da agenda

3) Formulação de alternativas

4) Tomada de decisão

5) Implementação

6) Avaliação

7) Extinção

Para aprofundarmos o estudo, neste momento, vamos identificar as fases das políticas públicas na
visão de Howlett e Ramesh.

Construção da
agenda;

Formulação da
Avaliação.
política;

Fases das Políticas


Públicas
Howlett e Ramesh

Tomada de
Implementação;
decisão;

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Vários são os modelos de fases e ciclos das políticas públicas, de modo que a depender o autor
teremos um modelo diferente. Entretanto, atente-se a lógica dos modelos, para chegar na hora da
prova e conseguir acertar a questão.

6) Racionalidade e Tomada de decisões

Primeiramente, é relevante ressaltar que, dependendo do modelo de ciclo analisado, a tomada de


decisões é considerada como uma parte integrante da fase de formulação de políticas públicas.
Nesse contexto, a tomada de decisão é uma das partes mais cruciais do processo de formular
políticas públicas.

A tomada de decisão representa a etapa em que se opta por uma ação (ou não ação) para lidar com
um problema público. Durante essa fase, os agentes políticos escolhem, dentre as alternativas
disponíveis, aquela que consideram ser a melhor solução para o problema em questão.

Para ilustrar, consideremos uma situação em que o governo está formulando políticas para combater
a desigualdade de renda. Na fase de tomada de decisões, os formuladores de políticas decidiriam
sobre as medidas específicas a serem implementadas, como a criação de programas sociais ou
ajustes nos impostos. Essa escolha estratégica é parte integrante do processo de formulação de
políticas públicas, conforme o modelo destacado.

6.1) Modelos de tomada de decisão

Destaca-se que existem os seguintes modelos de tomada de decisão:

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Modelo
Racional
(Racional-
compreensivo)

Modelos de
Garbage can Modelo
(lata de lixo) tomada de Incremental
decisão

Mixed-scanning
(Sondagem
mista)

6.1) Do modelo Racional (Racional-compreensivo)

O Modelo Racional (Racional-compreensivo) considera que o tomador de decisão possui


informações completas e habilidades para processá-las, sendo capaz de compreender exatamente
as consequências de cada decisão. Nesse modelo, parte-se do princípio de que o responsável pela
tomada de decisões conhece todos os custos e benefícios envolvidos em cada escolha. O objetivo é
selecionar políticas nas quais os benefícios superem os custos, evitando aquelas em que os custos
sejam maiores que os benefícios. O foco principal está em buscar as alternativas mais eficientes.

O Modelo de Decisão Racional opera sob a premissa de que as consequências de cada opção de
política pública podem ser previstas antecipadamente. Segundo o modelo, os tomadores de decisão
devem escolher a opção que maximize a realização de seus objetivos, valores e metas individuais.

Apesar de parecer um modelo "ideal" que leva a uma implementação mais eficiente de políticas
públicas, sua aplicação é desafiadora, uma vez que requer uma quantidade significativa de
informações. Por exemplo, ao decidir sobre uma política para melhorar o sistema de transporte
público em uma cidade, os responsáveis pela tomada de decisão precisariam avaliar minuciosamente
os custos e benefícios de diferentes abordagens antes de implementar a medida mais eficaz.

6.2) Modelo Incremental

O Modelo Incremental busca abordar problemas de forma gradual, evitando mudanças bruscas ou
rupturas significativas. Em vez de estabelecer objetivos específicos e avaliar decisões que possam

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atendê-los, os tomadores de decisão escolhem alternativas comparando-as e estimando quais
podem produzir os resultados esperados. Nesse contexto, a "melhor decisão" não é aquela que
maximiza os valores e objetivos dos tomadores de decisão, mas aquela que assegura o "melhor
acordo" entre os interesses envolvidos.

Ao contrário do modelo racional, o modelo incremental considera os "custos" das decisões e


reconhece que nem sempre todas as informações estão disponíveis. Portanto, as decisões muitas
vezes precisam ser incrementais, de pequena escala, envolvendo processos de "ajustamento mútuo
entre os parceiros".

Dessa forma, o Modelo de Decisão Incremental analisa a tomada de decisão pública como um
processo com limitações de tempo e informação, caracterizado por conflitos, negociações e
compromissos entre os decisores com interesses próprios. Nesse modelo, ao invés de adotar
alternativas de "maximização", espera-se que as decisões resultem de novas propostas em relação
aos resultados de decisões anteriores, geralmente resultando em mudanças incrementais do que era
antes.

Enquanto o modelo racional aborda o problema de forma abrangente desde o início, o modelo
incremental define e redefine o problema ao longo do processo, adaptando-se à medida que novas
informações e circunstâncias emergem. Por exemplo, ao lidar com questões de tráfego em uma
cidade, o modelo incremental poderia envolver a implementação gradual de medidas como
alterações nas sinalizações e pequenas modificações nas vias, em vez de uma reestruturação
completa do sistema viário.

Momento da questão

Questão para treino - A tomada de decisão é a função de política pública em que se decide tomar
um curso de ação (ou não ação) para tratar de um problema de políticas. Cientistas de políticas
públicas usam uma variedade de modelos para capturar a dinâmica da tomada de decisão de
políticas públicas. Acerca desse assunto, julgue a assertiva a seguir.

O modelo de decisão “racional” analisa a tomada de decisão pública como um processo com
restrição de tempo e informação, caracterizado por conflitos, negociações e compromisso entre os
tomadores de decisão com interesses próprios

Gabarito: Letra E

Comentários: De forma alguma! O Modelo de Decisão Incremental analisa o processo de


tomada de decisão pública como um procedimento restrito pelo tempo e pela informação,
caracterizado por conflitos, negociações e compromissos entre os tomadores de decisão com
interesses próprios.

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6.3) Mixed-scanning (Sondagem mista)

O conceito de Mixed-Scanning, ou Sondagem Mista, surge como resposta às limitações percebidas


nos modelos anteriores. O modelo racional é criticado por sua ingenuidade ao supor que a
informação é perfeita e por não considerar adequadamente as relações de poder na tomada de
decisões. Por outro lado, o modelo incremental é visto como pouco compatível com a necessidade
de mudanças e pode ser tendencioso para conservadorismo. Para superar essas limitações, Etzioni
propôs o modelo de mixed-scanning.

Nesse modelo, são identificados dois tipos de decisões: as decisões ordinárias ou incrementais
(relativas ao cotidiano) e as decisões fundamentais ou estruturantes (decisões estratégicas que
estabelecem os rumos básicos das políticas públicas). O mixed-scanning é uma abordagem híbrida
que incorpora esses dois tipos de decisões, tanto as incrementais quanto as estruturantes.

Em termos simples, o mixed-scanning exige que os tomadores de decisão realizem uma revisão
abrangente do campo de decisão, sem se dedicarem à análise detalhada de cada alternativa, como
faz o modelo racional-compreensivo. Essa revisão permite que alternativas de longo prazo sejam
examinadas, levando a decisões estruturantes. As decisões incrementais, por sua vez, derivam das
decisões estruturantes e envolvem uma análise mais detalhada de alternativas específicas.

Em resumo, os tomadores de decisão, no mixed-scanning, iniciam com uma revisão ampla do campo
de decisão sem aprofundar a análise das alternativas, tomando decisões estruturantes.
Posteriormente, examinam detalhadamente as alternativas específicas que decorrem dessas decisões
estruturantes, culminando em decisões incrementais.

Por exemplo, ao formular políticas de desenvolvimento urbano, poderia ocorrer uma revisão ampla
considerando aspectos como meio ambiente, infraestrutura e habitação, resultando em decisões
estruturantes. Em seguida, as decisões incrementais poderiam envolver análises detalhadas de
propostas específicas para cada área, como a implementação de projetos de infraestrutura ou
programas habitacionais.

6.4) Garbage can (lata de lixo)

O modelo da "lata de lixo" (Garbage Can) se destaca pela ideia central de que as soluções ou
alternativas procuram problemas, em oposição à abordagem convencional em que os problemas
exigem soluções específicas. No âmbito desse modelo, o processo se inicia com a construção de
diversas soluções em teoria, ou seja, propostas que ainda não têm um problema específico em
mente. Essas soluções são então armazenadas em uma "lata de lixo", que funciona como uma
coleção de opções teóricas.

Em um segundo momento, os agentes públicos procuram identificar problemas que possam ser
resolvidos pelas soluções contidas em sua "coleção". Em outras palavras, os gestores escolhem o
problema a ser abordado a partir das soluções já disponíveis, utilizando as capacidades existentes
como base para a decisão.

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O modelo de decisão da lata de lixo é aplicável em situações em que há um grande número de
tomadores de decisão e considerável incerteza sobre as causas dos problemas e suas soluções. Um
exemplo prático desse modelo poderia ser observado em um contexto governamental em que várias
propostas ou políticas são desenvolvidas sem ter um problema específico em vista. Posteriormente,
quando surge um desafio específico, os decisores podem recorrer à "lata de lixo" de soluções
existentes para encontrar uma adequada, em vez de desenvolver uma resposta sob medida para o
problema identificado.

6.2) Etapas do Processo Decisório (Fases do Processo Decisório)

Conforme a explicação de Maximiano, o processo decisório é uma sequência de etapas que se inicia
com a identificação de um problema ou oportunidade e se encerra com a escolha e implementação
de uma ação ou solução. Quando a decisão é efetivamente aplicada, o ciclo se fecha, criando uma
nova situação que pode demandar novas decisões ou processos de resolução de problemas.

O referido autor destaca que o processo de tomada de decisões abrange cinco fases principais. Essas
fases podem ser entendidas como os estágios sequenciais que uma decisão percorre desde sua
identificação até sua concretização, proporcionando uma compreensão abrangente e estruturada
desse importante aspecto na gestão organizacional.

De acordo com o autor, o processo de decisão compreende cinco fases fundamentais:

Identificação do problema ou oportunidade

Diagnóstico da situação

Cinco fases fundamentais do processo de Geração de alternativas (Desenvolvimento de


decisão alternativas)

Avaliação e escolha de uma alternativa

Avaliação da decisão

a) Identificação do problema ou oportunidade: Esta fase refere-se ao momento em que se


percebe a presença de uma oportunidade a ser explorada ou a existência de algum problema que
demanda uma decisão.

b) Diagnóstico da situação: Nesta etapa, busca-se compreender a oportunidade ou o problema,


identificando suas causas e consequências.

c) Geração de alternativas (Desenvolvimento de alternativas): Após o diagnóstico, torna-se


necessário criar alternativas (ideias) para aproveitar a oportunidade ou solucionar o problema.
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d) Avaliação e escolha de uma alternativa: Esta etapa envolve a seleção de uma das alternativas
geradas. As opções são avaliadas, julgadas e comparadas, visando escolher aquela que apresenta as
maiores vantagens.

e) Avaliação da decisão: O processo de tomada de decisão é concluído quando a decisão é


implementada e seus efeitos são avaliados. A avaliação de uma decisão reinicia o ciclo do processo
de resolução de problemas ou aproveitamento de oportunidades.

Em outras palavras, o autor destaca que o processo decisório percorre essas fases sequenciais, desde
a identificação do problema ou oportunidade até a avaliação dos resultados da decisão
implementada. Essa abordagem estruturada e cíclica demonstra a importância de considerar diversas
etapas para uma tomada de decisão eficaz. Por exemplo, ao identificar um problema de baixa
eficiência em uma empresa, a fase de diagnóstico envolveria a análise das causas desse problema,
seguida pela geração de alternativas (como reorganização de processos) e, finalmente, a avaliação e
implementação da melhor alternativa.

Momento da questão

Cesgranrio – 2022. Um projeto de sistema de informações para apoio decisório foi encomendado
por um órgão público. Esse sistema deve possuir 5 módulos principais, representando as 5 etapas
de um processo decisório.

Por conta desse requisito, esse sistema deve possuir os módulos de

a) Diagnóstico; Recuperação de histórico; Análise de soluções; Verificação de alternativas e Avaliação


final

b) Identificação do problema; Avaliação de soluções; Workflow de tarefas; Tomada de decisão e


Controle de tarefas

c) Identificação do problema; Diagnóstico; Verificação das alternativas; Tomada de decisão e


Avaliação final

d) Recuperação de histórico; Análise de soluções; Designação de responsabilidades; Execução e


Tomada de decisão

e) Workflow de tarefas; Designação de responsabilidades; Tomada de decisão; Execução e Controle


de tarefas

Gabarito: Letra C

Comentário:

De acordo com Maximiano, o processo de tomar decisões envolve 05 fases principais:

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Identificação do problema ou oportunidade

Diagnóstico da situação

Geração de alternativas (Desenvolvimento de alternativas) – Verificação das alternativas

Avaliação e escolha de uma alternativa – Tomada de decisão

Avaliação da decisão – Avaliação final

6.3) Classificações das Decisões

As decisões são classificadas de duas formas: decisões programadas e decisões não programadas.

Decisões programadas
Classificações das decisões
Decisões não programadas

As Decisões Programadas (também chamadas de Decisões Programáveis ou Decisões Estruturadas)


referem-se a escolhas rotineiras e repetitivas destinadas a resolver problemas do cotidiano. Em
outras palavras, são decisões padronizadas empregadas para lidar com situações que ocorrem
regularmente. Essas decisões são adequadas para contextos de certeza e previsibilidade, nos quais
existem dados suficientes e apropriados.

Esse tipo de decisão baseia-se em um conjunto predefinido de soluções estabelecidas pela


organização. Ele restringe a liberdade dos indivíduos ao decidir, uma vez que as decisões
programadas limitam ou excluem as alternativas disponíveis para escolha. Isso ocorre porque as
pessoas devem decidir com base nos procedimentos ou padrões estabelecidos anteriormente,
derivados de experiências passadas.

Assim, quando uma determinada situação ocorre, o tomador de decisão já conhece exatamente
como deve proceder. As decisões programadas agilizam o processo decisório, pois já existe um
procedimento padrão para cada tipo de decisão, além de tornarem as decisões mais uniformes,
evitando abordagens divergentes.

Essas decisões são descentralizadas entre os funcionários da organização e predominam no nível


operacional. São mais indicadas para ambientes organizacionais estáveis, nos quais as condições e
os requisitos para as decisões são previsíveis. Por exemplo, em uma cadeia de fast food, as decisões

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sobre a produção diária de alimentos podem seguir padrões predefinidos para garantir eficiência e
uniformidade.

Por sua vez, as Decisões Não Programadas (também conhecidas como Decisões Não Programáveis
ou Decisões Não Estruturadas) referem-se a escolhas inéditas e não repetitivas destinadas a resolver
problemas não rotineiros. Em outras palavras, são decisões mais complexas, utilizadas para lidar com
situações excepcionais ou extraordinárias que não ocorrem regularmente. Esse tipo de decisão é
aplicado em contextos de maior risco, incerteza e imprevisibilidade, nos quais há dados inadequados
e insuficientes.

Decisões não programadas são mais intrincadas, exigindo criatividade, inovação e improvisação. Elas
são acionadas quando as respostas padronizadas, ou seja, as decisões programadas, não são
adequadas para a situação enfrentada. Geralmente, essas decisões são centralizadas nos gestores da
organização e predominam no nível estratégico.

Um exemplo prático seria o seguinte: considere uma empresa de transporte com 50 veículos. Se um
caminhão quebra e é enviado para reparo, trata-se de uma decisão programada, uma vez que existe
um procedimento padrão para essa situação rotineira. Agora, imagine que todos os 50 veículos da
empresa quebrem simultaneamente. Nesse caso excepcional, o gestor enfrenta uma situação nova
e imprevisível, demandando uma decisão mais complexa e inovadora. Aqui, o gestor precisa aplicar
criatividade e improvisação para resolver o problema, configurando uma decisão não programada.

6.3.1) Técnicas para Tomada de Decisões Programadas e Não Programadas

Há várias abordagens para auxiliar na tomada de decisões. Vamos explorar, nas tabelas
subsequentes, algumas técnicas empregadas para facilitar as decisões rotineiras e outras utilizadas
para apoiar as decisões mais complexas e não programadas.

a) Técnicas para a tomada de Decisões Programadas

Técnicas tradicionais Técnicas modernas

Hábitos e Costumes Programas de computador

Rotinas, regras e procedimentos padronizados Análises e modelos matemáticos

Estrutura organizacional rígida com canais de Simulações computacionais


comunicação bem definidos

Objetivos e expectativas comuns em uma Canais de comunicação livres


organização

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b) Técnicas para a tomada de Decisões NÃO Programadas

Técnicas tradicionais Técnicas modernas

Julgamento, intuição e criatividade Técnicas heurísticas

Divisão do trabalho organizacional Criação de redes capazes de lidar com tarefas

novas e soluções inovadoras

Contratação de especialistas Sistemas computacionais de apoio à decisão

Momento da questão

Cesgranrio – 2014. De acordo com as situações a que se aplicam, as decisões podem ser
classificadas de diversas formas.

As decisões que se aplicam a problemas repetitivos são denominadas

a) coletivas

b) individuais

c) maximizadas

d) programadas

e) administrativas

Gabarito: Letra D

Comentário: As decisões programadas referem-se a escolhas habituais e recorrentes


empregadas na solução de questões do dia a dia. Em outras palavras, são decisões padronizadas
utilizadas para lidar com situações regulares. Essas decisões são apropriadas para cenários de certeza
e previsibilidade, nos quais há dados suficientes e adequados disponíveis.

Cesgranrio – 2014. O administrador, em suas atividades diárias, precisa fazer diversas escolhas para
que os objetivos da organização sejam alcançados.

Essas escolhas se constituem em decisões necessárias para a resolução de problemas ou para


aproveitar alguma oportunidade.

As decisões em uma organização são classificadas em duas categorias, a saber:

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a) programadas e não programadas

b) cíclicas e lineares

c) cíclicas e programadas

d) lineares e estruturadas

e) programadas e estruturadas

Gabarito: Letra A

Comentário: Conforme vimos em nosso estudo teórico, as decisões podem ser classificadas
em programadas e não programadas.

7) Implementação

A etapa de implementação é aquela em que a política pública é efetivamente posta em prática,


saindo do plano teórico para a ação concreta. Nesse estágio, os planos e decisões previamente
estabelecidos começam a ser executados, dando vida à política pública de acordo com o que foi
planejado e decidido.

De acordo com Secchi, é na fase de implementação que se materializam os resultados tangíveis da


política pública. Essa etapa é caracterizada pela transformação de regras, rotinas e processos sociais,
convertendo intenções em ações concretas. A Administração Pública desempenha aqui seu papel
fundamental, executando as políticas públicas conforme planejado. Em resumo, a implementação
envolve a execução prática da política pública.

A implementação abrange o conjunto de eventos e atividades que ocorrem após a definição das
diretrizes de uma política, incluindo tanto os esforços administrativos quanto os impactos
substantivos sobre pessoas e eventos.

Para exemplificar, considere-se a implementação de uma política de educação que visa melhorar a
qualidade do ensino. Nessa fase, seriam realizadas ações concretas, como a capacitação de
professores, a aquisição de recursos educacionais e a implementação de métodos inovadores de
ensino, buscando efetivar as metas estabelecidas na fase de planejamento.

Destaca-se a diferenciação de implementação e execução de políticas públicas apresentada por


Saraiva. Para o referido autor, a implementação envolve o planejamento e a organização do aparato
administrativo, bem como dos recursos humanos, financeiros, materiais e tecnológicos necessários
para efetuar uma política. Trata-se da preparação para a efetivação da política pública, englobando
a elaboração de todos os planos, programas e projetos que possibilitarão sua execução.

A execução, por outro lado, representa o conjunto de ações voltadas para alcançar os objetivos
estabelecidos pela política. Refere-se à efetiva implementação da política, sua realização prática. Essa
etapa inclui a análise dos obstáculos que geralmente se apresentam no caminho da transformação
de conceitos em resultados, destacando-se a avaliação da burocracia. Como exemplo, consideremos
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a implementação de uma política de saúde que requer a preparação prévia de estratégias, alocação
de recursos e planejamento de ações específicas (implementação), seguida pela execução efetiva
dessas ações para proporcionar os resultados desejados.

7.1) Modelos de Implementação de Políticas Públicas

Conforme delineado por Sabatier, há dois modelos de implementação das políticas públicas:

Modelo top-down (de cima para baixo)


Modelos de
implementação da
Políticas Públicas
Modelo bottom-up (de baixo para cima)

a) Modelo top-down (de cima para baixo)

Este modelo é caracterizado pela clara separação entre o momento da tomada de decisão, realizado
pelos "agentes políticos" ou tomadores de decisão, e o momento de implementação, conduzido pela
"burocracia" ou executores. Em resumo, ocorre uma distinção nítida entre a Política (envolvendo
agentes políticos, tomadores de decisão, considerada um processo mais "importante") e a
Administração (englobando a burocracia, executores, considerada um processo menos
"importante"). Esse modelo se caracteriza por um processo linear de implementação de políticas
públicas.

Nesse contexto, o papel da burocracia (como, por exemplo, professores, médicos, policiais) é restrito
à execução das políticas públicas previamente decididas pelos agentes políticos. A burocracia não
detém poder decisório; as decisões emanam de instâncias superiores, e a burocracia se encarrega
apenas da execução. Esse modelo, no entanto, tende a gerar lentidão no processo decisório, uma
vez que as demandas estão condicionadas às decisões dos escalões superiores. Como exemplo
prático desse modelo, podemos considerar um sistema educacional em que as diretrizes
educacionais são decididas pelo governo central, e os professores, na base, têm a responsabilidade
de implementar essas políticas sem ter influência na tomada de decisões.

b) Modelo bottom-up (de baixo para cima)

No Modelo bottom-up (de baixo para cima), destaca-se a maior autonomia dos "burocratas" e outros
agentes em se auto-organizarem e moldarem a implementação de políticas públicas. Em outras
palavras, os executores das políticas públicas têm uma participação mais ativa no processo e uma
liberdade ampliada para decidirem sobre as "soluções" durante a implementação (posteriormente,
as práticas adotadas pelos burocratas são legitimadas pelos tomadores de decisão nos níveis mais
altos).

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A essência desse modelo é permitir que os executores das políticas públicas exerçam influência sobre
o processo de implementação, desfazendo a ideia de que o formato da política pública após a
tomada de decisão é definitivo. Em outras palavras, a política pública é modificável por aqueles que
a implementam diariamente. Alguns autores consideram o burocrata como o principal ator nesse
modelo bottom-up. Esse modelo é marcado por uma maior flexibilidade no processo decisório.

É relevante destacar a existência de um modelo híbrido, que combina elementos dos modelos top-
down e bottom-up. Segundo Antunes, a partir dos anos 90, com a Reforma do Estado, a maioria
das políticas públicas passou a ser implementada de maneira híbrida, combinando características de
ambos os modelos.

Por fim, é importante ressaltar que o monitoramento da implementação desempenha um papel


crucial, permitindo identificar problemas e propor medidas corretivas para saná-los, aumentando a
probabilidade de uma política pública atingir seus objetivos pretendidos.

Momento da questão

Questão para treino - Considere a etapa de implementação de uma política pública e assinale a
alternativa INCORRETA.

a) As abordagens top down e bottom-up são totalmente contraditórias.

b) A implementação compreende a etapa de produção de resultados da política pública.

c) O modelo de implementação bottom-up tem como principal ator o burocrata.

d) O modelo top down apresenta um processo de implementação linear.

e) No modelo bottom-up, o formato da política pública após tomada de decisão não é definitivo e
pode ser modificado pelos que a implementam no dia a dia.

Gabarito: Letra A

Comentários: A única afirmativa que está incorreta é a alternativa A. Isso se deve ao fato de
que as abordagens top-down e bottom-up não são mutuamente contraditórias. Pelo contrário,
existe um modelo que combina as características dos dois, conhecido como modelo híbrido. Esse
modelo integra elementos tanto da abordagem top-down quanto da bottom-up, buscando uma
abordagem mais flexível e abrangente. Em outras palavras, a coexistência e a complementaridade
dessas abordagens são reconhecidas no contexto do modelo híbrido. Para exemplificar, podemos
considerar uma política de educação em que as diretrizes gerais são definidas centralmente (top-
down), mas os professores nas escolas têm a liberdade de adaptar a implementação de acordo com
as necessidades locais (bottom-up).

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8) Da equidade social

A equidade social é um dos princípios associados à cidadania, destacando que a administração


pública deve proporcionar um tratamento imparcial aos indivíduos considerados "iguais" e que se
encontram em situações semelhantes. O usuário dos serviços públicos deve receber tratamento
isonômico, promovendo, assim, a busca pela equidade.

Vale ressaltar que é crucial compreender a distinção entre igualdade e equidade. A igualdade refere-
se a tratar todas as pessoas de maneira idêntica, independentemente de suas circunstâncias
individuais. Já a equidade, como conceito complementar, visa superar a igualdade ao proporcionar
tratamento igual para os indivíduos semelhantes e um tratamento "desigual" para os "desiguais",
considerando suas respectivas disparidades.

Outro exemplo prático seria a implementação de políticas de cotas em instituições de ensino, onde
são oferecidas oportunidades adicionais para grupos historicamente desfavorecidos, visando corrigir
desigualdades preexistentes.

Dessa forma, pode-se afirmar que a equidade está associada à noção de justiça.

9) Problemas, dilemas e desafios das políticas públicas (corrupção)

Infelizmente, a corrupção é uma realidade profundamente enraizada na sociedade brasileira, sendo


frequentemente noticiada nos meios de comunicação. Em termos amplos, é possível conceituar
corrupção como o uso impróprio de posição por um agente, seja público ou privado, dentro de
uma organização (pública ou com fins públicos), visando obter vantagens ilegítimas para si mesmo
ou para terceiros.

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Em outras palavras, a corrupção, em sua acepção ampla, envolve a ação de um agente que, fazendo
uso inadequado de sua posição ou influência, viola normas estabelecidas para obter vantagens
indevidas, seja para benefício próprio ou de terceiros. Uma definição adicional enfatiza a corrupção
como o "abuso do poder confiado para ganhos privados".

Como exemplo, casos de suborno, nepotismo e desvio de recursos públicos frequentemente ilustram
formas diversas de corrupção, onde agentes utilizam suas posições para obter benefícios pessoais
em detrimento da integridade do sistema.

A corrupção exerce um impacto significativo na implementação das políticas públicas. Identificar


esse fenômeno requer uma logística complexa, que inclui sistemas de controle (como controle social,
controles internos e externos realizados pelos Tribunais de Contas) e mecanismos de
responsabilização.

Para exemplificar, a corrupção pode comprometer a efetividade de programas sociais, desviando


recursos que deveriam beneficiar a população em situação de vulnerabilidade. A necessidade de
controles rigorosos, tanto internos quanto externos, é evidenciada para prevenir e detectar práticas
corruptas que possam prejudicar a execução adequada das políticas públicas.

Comumente, a corrupção manifesta-se principalmente durante a implementação das políticas


públicas, pois é nesse estágio que as interações entre os agentes públicos e os atores privados são
mais intensas. No entanto, é importante destacar que a corrupção pode ocorrer em qualquer fase
do ciclo de políticas públicas.

Alguns elementos que exercem influência sobre a ocorrência da corrupção incluem:

Condições de pobreza e desigualdade social.

Níveis econômicos menos desenvolvidos no país.

Quando há uma elevada participação do Estado na economia, tendo em vista que esse fato
aumenta as possibilidades de corrupção para os agentes políticos.

Fragilidades nas instituições legais, como o sistema judiciário, a polícia e o ministério público,
assim como nas instituições financeiras independentes, impedindo a fiscalização eficaz do poder
público.

Influência da cultura política do país, incluindo valores, atitudes, normas e crenças que moldam
a conduta política das pessoas.

Capital social, que abrange redes de relações, normas de comportamento, valores e confiança,
sendo maior capital social associado a uma menor propensão à corrupção.

Abundância de recursos naturais como fator que amplia as oportunidades de corrupção para os
agentes políticos.

Regimes autoritários, geralmente associados a maior corrupção devido à menor transparência e


controle social sobre a gestão pública.

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Momento da questão

Questão para treino - A formulação de políticas públicas é um processo longo cujo


desenvolvimento é permeado por conflitos de interesses. Grupos políticos divergentes buscam
favorecer seus interesses e, consequentemente, podem influir na formulação de políticas públicas.

Acerca da corrupção na formulação de políticas públicas, é correto afirmar que é:

a) mais ampla em ambientes democráticos, em que um número maior de atores e grupos de


interesse tem acesso ao processo e pode monitorá-lo, especialmente em Estados com índices de
apoio popular reduzidos;

b) menos ampla em ambientes democráticos, em que um número maior de atores e grupos de


interesse tem acesso ao processo e pode monitorá-lo, especialmente em Estados com índices de
apoio popular reduzidos;

c) mais ampla em ambientes democráticos, em que um número maior de atores e grupos de


interesse tem acesso ao processo e pode monitorá-lo, especialmente em Estados onde o processo
de criação de políticas é retardado por oportunidades de veto;

d) mais ampla em ambientes democráticos, em que um número maior de atores e grupos de


interesse tem acesso ao processo e pode monitorá-lo, especialmente em Estados com índices de
apoio popular elevados;

e) menos ampla em ambientes autocráticos, em que um número maior de atores e grupos de


interesse tem acesso ao processo e pode monitorá-lo, especialmente em Estados onde o processo
de criação de políticas é retardado por oportunidades de veto.

Gabarito: Letra B

Comentários: Ambientes com menor grau de democracia geralmente apresentam maior


incidência de corrupção. Em regimes autoritários, onde há maior rigidez e menor controle social
sobre a gestão pública, a corrupção tende a ser mais expressiva devido à falta de transparência. Logo,
a alternativa correta é a letra B, indicando que a corrupção é geralmente menor em ambientes
democráticos. Este fenômeno ocorre porque, em sistemas democráticos, um número mais amplo de
atores e grupos de interesse tem acesso ao processo e pode monitorá-lo. Notavelmente, em Estados
com baixos índices de apoio popular, a corrupção também pode ser menor, já que a população, ao
não apoiar o governo, está mais propensa a exercer um controle mais rigoroso sobre as ações
governamentais.

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AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PUBLICAS

1) Introdução

Iniciaremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre o bloco 4: Eixo Temático 2 – Políticas
Públicas.

4 - A diversidade e a inclusão nas políticas públicas. Ações afirmativas.

2) Considerações iniciais

A diversidade e a inclusão são temas fundamentais nas políticas públicas, visando promover uma
sociedade mais justa e igualitária. As ações afirmativas é uma ferramenta importante nesse
contexto, sendo políticas específicas que buscam corrigir desigualdades históricas e proporcionar
oportunidades equitativas para grupos que enfrentam discriminação sistemática.

A diversidade e a inclusão são valores fundamentais em sociedades democráticas que buscam


garantir oportunidades iguais para todos os seus cidadãos. As políticas públicas desempenham
um papel crucial nesse contexto, e as ações afirmativas surgem como ferramentas específicas
para corrigir desigualdades históricas e promover a equidade.

Em primeiro lugar, vamos diferenciar os termos diversidade, inclusão e ações afirmativas:

Diversidade refere-se à
ampla gama de
características que compõem
a identidade de um
indivíduo, abrangendo
elementos como raça,
gênero, orientação sexual, Por outro lado, inclusão
As ações afirmativas, por origem étnica e habilidades. transcende essa variedade
sua vez, constituem políticas
ao englobar a criação de
deliberadas destinadas a
ambientes que não apenas
corrigir desigualdades
acolhem, mas também
históricas, com ênfase na
valorizam essa diversidade,
priorização de grupos que,
assegurando a participação
ao longo do tempo, foram
ativa de todos os membros
marginalizados.
da sociedade.
As políticas públicas
desempenham um papel
crucial na construção de
uma sociedade mais
justa e igualitária,
adotando medidas que
visam eliminar barreiras
e promover a
participação plena de
todos os cidadãos.

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2.1 A Diversidade e a Inclusão nas Políticas Públicas: A Importância das Ações Afirmativas

As políticas públicas atuam no contexto da diversidade, inclusão e ações afirmativas de


diversas maneiras, buscando promover igualdade e equidade em diferentes setores da sociedade.
Alguns dos principais modos de intervenção incluem:

Legislação antidiscriminatória:

Ex.: Implementação de leis que proíbem a discriminação com base em características como raça,
gênero, orientação sexual, origem étnica, entre outras.

Comentário: Essas leis visam criar um ambiente legal que proteja os direitos e promova a
igualdade.

Programas de inclusão:

Ex.: Desenvolvimento e apoio a programas que visam criar ambientes inclusivos em instituições
educacionais, no mercado de trabalho e em outras esferas sociais.

Comentário: Isso pode incluir a promoção de práticas de recrutamento inclusivas, a oferta de


recursos para acomodar diferentes necessidades e a criação de espaços que celebrem a diversidade.

Cotas e ações afirmativas:

Ex.: Implementação de políticas que visam corrigir desigualdades históricas, como a adoção de
cotas em instituições de ensino superior e em cargos públicos para grupos historicamente
marginalizados.

Comentário: Essas medidas têm o objetivo de garantir uma representação mais equitativa e
proporcionar oportunidades iguais.

Educação para a diversidade:

Ex.: Desenvolvimento de programas educacionais que promovam a compreensão, aceitação e


valorização da diversidade desde as fases iniciais da educação.

Comentário: Isso pode incluir currículos que abordem temas relacionados à diversidade e
treinamentos para professores e profissionais.

Monitoramento e fiscalização:

Ex.: Estabelecimento de mecanismos para monitorar e fiscalizar a implementação de políticas


públicas relacionadas à diversidade e inclusão.

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Comentário: Isso envolve a criação de órgãos reguladores e a realização de avaliações
periódicas para garantir o cumprimento das metas estabelecidas.

Campanhas de conscientização:

Ex.: Realização de campanhas de conscientização pública para promover a compreensão e a


aceitação da diversidade, combatendo estereótipos e preconceitos.

3) Desafios sociopolíticos relacionados à inclusão de grupos em situação de vulnerabilidade

Os grupos que são frequentemente contemplados pelas ações afirmativas são aqueles que
historicamente enfrentaram discriminação sistemática e desvantagens estruturais. Esses
grupos podem variar de acordo com o contexto e as características demográficas específicas de uma
sociedade. Veremos os exemplos mais comuns:

Mulheres: Pessoas com Pessoas com


Comunidade Religiões
Em muitas Deficiência: Deficiência:
LGBTQ+: Minoritárias: Refugiados e
sociedades, as Indivíduos que Indivíduos que Comunidades
Minorias Pessoas lésbicas, Grupos Migrantes:
mulheres têm enfrentam enfrentam Indígenas:
Étnicas e gays, bissexuais, religiosos que Pessoas que
Raciais: enfrentado desafios desafios Grupos nativos
transgêneras e podem foram forçadas
desigualdades devido a devido a que têm
Grupos étnicos outras enfrentar a deixar seus
de gênero, seja limitações limitações enfrentado
e raciais que identidades não discriminação países de
no acesso a físicas, físicas, historicamente
foram alvo de heteronormativas com base em origem devido
oportunidades sensoriais ou sensoriais ou a
discriminação que enfrentam suas crenças a conflitos,
educacionais, cognitivas, cognitivas, marginalização
com base na discriminação em sociedades perseguições
no mercado de buscando a buscando a e a perda de
cor da pele ou com base na predominante ou outras
trabalho ou inclusão e a inclusão e a direitos
origem étnica. orientação sexual mente circunstâncias
em outros igualdade de igualdade de territoriais.
e identidade de dominadas por adversas.
setores da vida oportunidades oportunidades
gênero. outra fé..
social. . .

3.1) Importância das Ações Afirmativas

As ações afirmativas são ferramentas fundamentais na promoção da igualdade e na criação de


sociedades mais justas, abrindo caminho para um futuro onde a diversidade é celebrada e todos têm
oportunidades iguais. Isso se deve ao impacto significativo que as ações afirmativas podem ter na
transformação das estruturas sociais, combatendo desigualdades profundamente enraizadas.
Essas políticas são capazes de:

Equidade e Oportunidades: As ações afirmativas visam proporcionar oportunidades equitativas,


combatendo a discriminação estrutural que limita o acesso de certos grupos a recursos e
benefícios.

Representatividade: Ao garantir a presença de diferentes grupos em diversas esferas da sociedade,


as ações afirmativas contribuem para uma representação mais fiel da diversidade existente na
população.

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Quebra de Ciclos de Desigualdade: Atuam como instrumentos para romper com ciclos de
desigualdade, oferecendo a grupos historicamente discriminados a chance de superar obstáculos e
alcançar posições de destaque.

Vamos explorar como a implementação de ações afirmativas pode concretamente se manifestar.


Abaixo, apresento exemplos práticos dessas medidas:

Cotas em Instituições de Ensino: A reserva de vagas em universidades para estudantes de


grupos étnicos minoritários visa promover a inclusão educacional, proporcionando
oportunidades equitativas de acesso ao ensino superior.

Políticas de Contratação: Empresas que adotam políticas de contratação afirmativa demonstram


um compromisso com a diversidade, priorizando a inclusão de profissionais de diferentes origens
étnicas, culturais e sociais. Isso contribui para a construção de equipes mais representativas da
sociedade.

Incentivos para Empresas Inclusivas: Governos podem conceder incentivos fiscais a empresas
que implementam práticas inclusivas, encorajando a criação de ambientes de trabalho que
valorizem a diversidade. Esses incentivos contribuem para o estabelecimento de uma cultura
organizacional que reconhece e respeita as diferenças, promovendo a equidade no ambiente de
trabalho.

3.1) As complexas dinâmicas sociais, econômicas e políticas

Os obstáculos enfrentados por grupos vulnerabilizados são diversos e multifacetados, refletindo uma
complexa interseção de fatores sociais, econômicos e políticos. Abaixo, destacam-se alguns dos
obstáculos específicos que precisam ser eliminados em relação a cada um desses grupos:

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Pessoas com Deficiência:
Barreiras físicas em espaços públicos e locais de trabalho que dificultam a acessibilidade.
Discriminação no emprego e falta de adaptações razoáveis.
Estigma social que pode levar à exclusão e isolamento.

Mulheres:
Desigualdades salariais e de oportunidades no mercado de trabalho.
Discriminação de gênero e assédio no ambiente de trabalho.
Falta de representação em posições de liderança e tomada de decisão.
Normas sociais que limitam as escolhas e oportunidades das mulheres.

Comunidade LGBTQ+:
Discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero.
Falta de leis de proteção e reconhecimento de direitos para casais do mesmo sexo.
Estigma e falta de aceitação social, levando a problemas de saúde mental.

Religiões Minoritárias:
Discriminação religiosa e perseguição.
Restrições à prática de sua fé e participação na vida pública.
Falta de reconhecimento oficial de feriados religiosos.

Pessoas de Baixa Renda:


Desigualdades econômicas que limitam o acesso a educação de qualidade e oportunidades de emprego.
Habitação precária e falta de acesso a serviços básicos.
Barreiras para receber cuidados de saúde adequados.

Refugiados e Migrantes:
Discriminação e xenofobia por parte da população local.
Dificuldades na obtenção de estatuto legal e documentação.
Acesso limitado a serviços essenciais, como saúde e educação.

Comunidades Indígenas:
Perda de terras e recursos tradicionais devido à exploração e expansão industrial.
Falta de respeito pela cultura e direitos tradicionais.
Barreiras educacionais e de saúde em áreas remotas.

Eliminar esses obstáculos requer uma abordagem integrada, envolvendo mudanças em políticas
públicas, educação para a sensibilização, promoção de ambientes inclusivos e a criação de leis
que garantam a igualdade de direitos para todos os membros da sociedade. Além disso, é crucial
envolver atores sociais, governamentais e organizações da sociedade civil para efetuar mudanças
substanciais e duradouras.

4) Categorias sociológicas de etnia, raça, cor e sexo

As categorias sociológicas de etnia, raça, cor e sexo são conceitos fundamentais no campo da
sociologia, sendo utilizadas para analisar e compreender as dinâmicas sociais, as relações de
poder e as disparidades que ocorrem em sociedades diversas. Abaixo, são apresentadas
definições e implicações dessas categorias:

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Raça:
Definição: Raça é uma categoria que historicamente foi associada a características físicas distintas, como cor da pele, cabelo e formato do rosto.
No entanto, a raça não possui bases biológicas sólidas, sendo socialmente construída.
Implicações Sociológicas: A noção de raça tem sido utilizada para justificar sistemas de hierarquia e discriminação. Analisar a raça sociologicamente envolve
entender como essas categorias são socialmente construídas e como impactam as oportunidades e tratamentos individuais e grupais.

Etnia:
Definição: Etnia refere-se a uma identificação compartilhada por um grupo de pessoas com base em características culturais, como língua, religião, costumes e
história.
Não está estritamente ligada a características biológicas.
Implicações Sociológicas: A etnia desempenha um papel na construção de identidades coletivas, influenciando interações sociais, padrões de comportamento e a
forma como os grupos são percebidos e tratados na sociedade.

Cor:
Definição: A cor está relacionada à pigmentação da pele e é frequentemente utilizada como uma categoria social para classificar as pessoas.
Pode ser associada à ideia de raça, mas também pode transcender essa associação.
Implicações Sociológicas: A categorização com base na cor pode resultar em preconceito e discriminação, afetando o acesso a oportunidades educacionais,
emprego, serviços de saúde e outros aspectos da vida social.

Sexo:
Definição: Sexo refere-se às características biológicas que distinguem machos de fêmeas em uma espécie, enquanto gênero é uma construção social que refere-
se às características, papéis e comportamentos atribuídos culturalmente a homens e mulheres.
Implicações Sociológicas: As questões de sexo e gênero são fundamentais na análise das relações de poder, papéis sociais e desigualdades. A sociologia de gênero
explora como as normas sociais moldam as experiências e oportunidades de homens e mulheres na sociedade.

Essas categorias sociológicas são ferramentas analíticas cruciais para compreender as complexas
interações sociais e as estruturas que moldam a vida em sociedade. A abordagem sociológica
busca questionar e desconstruir as suposições tradicionais associadas a essas categorias,
promovendo uma compreensão mais crítica e inclusiva das dinâmicas sociais.

4.1 Principais formas de desigualdade

A desigualdade refere-se à disparidade ou diferença significativa na distribuição de recursos,


oportunidades, direitos ou benefícios entre diferentes indivíduos, grupos ou regiões dentro
de uma sociedade. Essa disparidade pode manifestar-se em várias dimensões, incluindo econômica,
social, educacional, de saúde, de gênero, racial, étnica, entre outras. Vamos abordar mais
detalhadamente sobre isso:

Acesso Desigual a Recursos e Bens Materiais:

Ex.: Algumas pessoas ou grupos podem ter acesso privilegiado a recursos econômicos, como
renda, propriedades e empregos, enquanto outros enfrentam desvantagens econômicas, levando a
disparidades significativas no padrão de vida.

Gratificações e Retribuições:

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Ex.: Privilégios, recompensas e reconhecimento podem ser distribuídos de maneira desigual com
base em características como classe social, gênero, raça, entre outras, impactando a qualidade de
vida e as oportunidades de desenvolvimento pessoal.

Poder e Participação Política:

Ex.: Grupos privilegiados podem exercer mais influência sobre processos políticos e decisões,
enquanto grupos desfavorecidos podem ter menos representação e voz nas instituições políticas,
resultando em desigualdades na formulação de políticas e na distribuição de recursos públicos.

Fatores de Desigualdade:

Ex.: Desigualdades podem ser baseadas em uma variedade de fatores, como classe social
(diferenças econômicas), gênero (desigualdades entre homens e mulheres), raça e etnia
(disparidades entre grupos étnicos e raciais), orientação sexual, entre outras características sociais.

Combater a desigualdade envolve a implementação de políticas públicas eficazes, promoção da


justiça social, conscientização sobre preconceitos e discriminações, além do engajamento ativo
da sociedade civil na busca por equidade e inclusão, ou seja, combater a desigualdade é um
desafio complexo que requer esforços coordenados em diversas áreas. Abaixo estão algumas
estratégias e abordagens que podem ser empregadas para promover a equidade e reduzir as
disparidades:

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Políticas Públicas Inclusivas:
Desenvolver e implementar políticas públicas que abordem as causas subjacentes da desigualdade, focando em áreas como
educação, saúde, habitação e emprego. Essas políticas devem considerar as diferentes necessidades de grupos diversos.

Acesso Equitativo à Saúde:


Garantir acesso universal a cuidados de saúde de qualidade, abordando disparidades em termos de acesso a serviços e
resultados de saúde. Isso pode envolver a criação de políticas de saúde específicas para grupos marginalizados.

Combate à Discriminação:
Implementar leis e políticas que combatam a discriminação com base em raça, gênero, orientação sexual, idade e outras
características. Isso inclui a promoção da diversidade e inclusão em todas as esferas da sociedade.

Redução das Disparidades de Gênero:


Adotar medidas específicas para reduzir as disparidades de gênero, incluindo a promoção da igualdade salarial, o combate à
violência de gênero e o incentivo à participação igualitária em todas as esferas da sociedade.

Combate à Discriminação:
Implementar leis e políticas que combatam a discriminação com base em raça, gênero, orientação sexual, idade e outras
características. Isso inclui a promoção da diversidade e inclusão em todas as esferas da sociedade.

Participação Cidadã:
Incentivar a participação ativa da sociedade civil na formulação e monitoramento de políticas públicas. Isso garante que as
políticas reflitam as verdadeiras necessidades e preocupações da população.

Combate à Pobreza:
Implementar programas de combate à pobreza que forneçam assistência direcionada a grupos vulneráveis, como
transferências de renda, programas de habitação e acesso a serviços básicos.

A eficácia dessas medidas depende da implementação consistente, monitoramento contínuo e


ajustes conforme necessário para enfrentar dinâmicas sociais em constante mudança. O
envolvimento de diversos setores da sociedade é crucial para criar uma base sólida na luta contra a
desigualdade.

Momento da Questão

Questão para treino – Tendo como referência o texto, julgue o item que segue, acerca dos
fenômenos políticos, econômicos e sociais atuais no Brasil.

A história do território brasileiro é, a um só tempo, una e diversa, pois é também a soma e a síntese
das histórias de suas regiões. De um ponto de vista genético, as variáveis do espaço brasileiro são
assincrônicas, mas em cada lugar elas funcionam sincronicamente e tendem a ser assim também
quanto ao todo. Daí as descontinuidades que permitiram explicar as diversidades regionais.

Milton Santos e Maria Silveira. Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Record, 2005, p.
23 (com adaptações).

A desigualdade de renda no Brasil, entre outras questões, é alimentada pelos impostos que incidem
sobre a produção e o consumo: essa modalidade faz que a população menos abastada de capital
acabe pagando, proporcionalmente, mais impostos.

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a) Certo

b) Errado

Gabarito: Certo.

Comentário: A afirmativa está correta. A desigualdade regional no Brasil, aliada à uniformidade


na tributação federal, pode resultar em uma situação em que a população de regiões menos
desenvolvidas acabe contribuindo de maneira mais significativa proporcionalmente para o sistema
tributário. Essa dinâmica pode ser agravada devido às disparidades socioeconômicas entre as
diferentes áreas do país, impactando a capacidade de pagamento dos impostos pela população de
regiões menos favorecidas. A tributação uniforme pode, assim, contribuir para perpetuar ou agravar
as desigualdades existentes entre as diversas regiões do Brasil.

Momento da Questão

Questão para treino – As políticas públicas brasileiras têm caminhado para a construção de um
sistema nacional de educação que valorize a universalidade de direitos e a necessidade de
superar desigualdades sociais e incorporar o respeito à diversidade no sistema educacional. A
propósito desse assunto, assinale a alternativa correta.

a) As políticas sociais são organizadas para tratar todas as pessoas igualmente, sem distinções.

b) Quando as políticas públicas de educação inclusiva estão aprovadas, sua implantação no


ambiente escolar torna-se rápida e fácil.

c) A proposição da igualdade de direitos dispensa a produção de material específico para


abordagem das questões de inclusão e diversidade.

d) Os movimentos sociais são importantes na problematização das situações de desigualdade e na


afirmação da necessidade de reconhecer o direito à diferença.

e) O projeto político-pedagógico da escola pode ignorar as questões de inclusão, uma vez que esse
tema já foi aprovado em leis e decretos.

Gabarito: Letra D.

Comentário:

a) Errada: As políticas sociais não tratam todas as pessoas igualmente, mas buscam promover a
equidade, reconhecendo e enfrentando as desigualdades existentes.

b) Errada: A implantação de políticas de educação inclusiva pode enfrentar resistências em algumas


escolas, apesar da sua aprovação. O processo pode ser desafiador e demandar tempo.

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c) Errada: A proposição da igualdade de direitos não dispensa a produção de material específico
para abordar questões de inclusão e diversidade. A inclusão deve ser incorporada em todo o
currículo escolar.

d) Correta: Os movimentos sociais desempenham um papel fundamental na conscientização


sobre desigualdades e na defesa do reconhecimento do direito à diferença.

e) Errada: O projeto político-pedagógico da escola não pode ignorar as questões de inclusão, mesmo
que esses temas estejam contemplados em leis e decretos. O PPP deve refletir a identidade da escola
e promover a inclusão

INSTRUMENTOS E ALTERNATIVAS PARA IMPLEMENTAÇÃO: FUNDOS, CONSÓRCIOS E


TRANSFERÊNCIAS OBRIGATÓRIAS NA GESTÃO PÚBLICA

1) Introdução

Seguiremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre o bloco 4: Eixo Temático 2 – Políticas
Públicas.

5 - Instrumentos e alternativas de implementação, como fundos, consórcios e transferências obrigatórias.

2) Instrumentos e alternativas de implementação

A implementação de instrumentos como fundos, consórcios e transferências obrigatórias são


estratégias comuns na gestão pública para viabilizar a execução de políticas, programas e
projetos. Cada um desses instrumentos tem suas características específicas e serve a diferentes
propósitos.

Fundos:
O que são: Fundos públicos são mecanismos de captação, gestão e destinação de recursos financeiros para fins específicos, como educação,
saúde, cultura, meio ambiente, entre outros.
Como funcionam: Recursos são arrecadados de fontes diversas, como tributos, e são alocados para atender demandas específicas. Os fundos
são geridos por órgãos específicos e têm regras claras sobre sua utilização.

Consórcios:
O que são: Consórcios públicos são parcerias entre entidades federativas (municípios, estados e União) para a realização de ações de interesse
comum. Podem envolver diversas áreas, como saúde, transporte, meio ambiente, etc.
Como funcionam: Os entes federativos participantes compartilham responsabilidades e recursos para a execução de projetos que, muitas
vezes, seriam inviáveis de serem realizados individualmente.

Transferências Obrigatórias:
O que são: São transferências de recursos financeiros realizadas de forma compulsória, geralmente previstas em leis, para determinados entes
federativos ou órgãos específicos.
Como funcionam: Essas transferências podem ser realizadas de forma automática, sem a necessidade de convênios ou acordos específicos. Elas
visam garantir recursos para áreas essenciais e podem ser utilizadas para complementar o orçamento de estados, municípios ou instituições
específicas.

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Tome nota!

A escolha entre recursos, instrumentos e alternativas na implementação de políticas públicas


depende dos objetivos específicos do projeto, das necessidades locais, dos recursos disponíveis
e do contexto legal. Considerar a participação da sociedade civil, analisar custo-benefício, garantir
sustentabilidade a longo prazo e aprender com experiências anteriores são fatores essenciais. A
flexibilidade e adaptação ao longo do tempo também são cruciais para garantir o sucesso contínuo
do projeto.

A gestão pública no Brasil utiliza uma variedade de instrumentos e alternativas para impulsionar o
desenvolvimento e atender às demandas específicas da população. Dentre essas estratégias,
destacam-se:

Consórcio: Consórcio Intermunicipal de Saúde Transferência Obrigatória: Fundo de Manutenção


Fundo: Fundo Nacional de Desenvolvimento
(CIS) e Desenvolvimento da Educação Básica
Regional (FNDR)
O que é: Um consórcio intermunicipal formado (FUNDEB)
O que é: Um fundo público que busca captar
por vários municípios para a gestão O que é: Uma transferência obrigatória de
recursos para promover o desenvolvimento
compartilhada de serviços de saúde. recursos da União, estados e municípios para
econômico em regiões específicas do país.
Como funciona: Os municípios participantes se financiar a educação básica no Brasil.
Como funciona: Destina recursos para projetos
unem para melhorar o acesso à saúde, Como funciona: Os recursos do FUNDEB são
que visam impulsionar o crescimento regional,
compartilhando recursos e responsabilidades na destinados à remuneração de professores,
como infraestrutura, capacitação profissional e
construção e manutenção de hospitais regionais, compra de materiais escolares e investimentos
incentivo à atividade econômica.
compra de equipamentos médicos, etc. em infraestrutura nas escolas.

Fundo: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Chamamento Público: Chamamento para Parceria Público-Privada (PPP): Parceria para
Educação (FNDE) Projetos Culturais Modernização do Setor de Iluminação Pública
O que é: O FNDE é um fundo público no Brasil O que é: Um processo de chamamento público O que é: Uma PPP voltada para a modernização
que tem como objetivo captar recursos para para selecionar projetos culturais a serem do sistema de iluminação pública em uma
financiar a educação no país. apoiados pelo governo. determinada cidade.
Como funciona: Recebe recursos provenientes de Como funciona: Artistas, produtores e Como funciona: Empresas privadas são
impostos e contribuições sociais, distribuindo organizações culturais apresentam propostas, e contratadas para instalar sistemas mais
esses recursos para programas como o Programa aquelas escolhidas recebem apoio financeiro para eficientes, utilizando tecnologias sustentáveis, e a
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o realização de eventos, exposições, espetáculos, remuneração ocorre ao longo do tempo com base
Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). entre outros. na economia gerada.

Esses exemplos representam a diversidade de estratégias empregadas na gestão pública


brasileira, destacando a flexibilidade e a adaptabilidade desses instrumentos para atender às
necessidades específicas da população e promover um desenvolvimento mais equitativo e
sustentável.

3) Transparência na Gestão Fiscal

A promoção da transparência na gestão pública é essencial para fortalecer a participação cidadã,


assegurar o uso responsável dos recursos e consolidar a accountability no âmbito
governamental. Nesse contexto, diversos instrumentos são adotados para garantir a abertura e a
acessibilidade das informações relacionadas à elaboração e execução dos orçamentos, além do
monitoramento da dívida pública, vejamos alguns exemplos:

Incentivo à Participação Popular:

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Ex.: Realização de audiências públicas durante os processos de elaboração e discussão dos planos,
da lei de diretrizes orçamentárias e dos orçamentos.

Liberação de Informações em Tempo Real:

Ex.: Disponibilização, em tempo real, de informações detalhadas sobre a execução orçamentária e


financeira em meios eletrônicos de acesso público.

Padrões para Divulgação de Informações:

Ex.: Os entes federativos, União, Estados, Distrito Federal e Municípios, devem disponibilizar suas
informações contábeis, orçamentárias e fiscais em meio eletrônico de amplo acesso público,
seguindo periodicidade, formato e sistema estabelecidos pelo órgão central de contabilidade da
União.

Registro Eletrônico de Dívidas Públicas:

Ex.: Os Estados, Distrito Federal e Municípios devem encaminhar ao Ministério da Fazenda as


informações necessárias para a constituição do registro eletrônico centralizado e atualizado das
dívidas públicas interna e externa.

Sistemas Únicos de Execução Orçamentária:

Ex.: Todos os Poderes, órgãos, autarquias, fundações públicas, empresas estatais dependentes e
fundos devem utilizar sistemas únicos de execução orçamentária e financeira, mantidos e
gerenciados pelo Poder Executivo, resguardada a autonomia.

Consulta Pública às Contas Apresentadas:

Ex.: As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis durante todo o
exercício no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para
consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.

Demonstrativos na Prestação de Contas da União:

Ex.: A prestação de contas da União conterá demonstrativos do Tesouro Nacional e das agências
financeiras oficiais de fomento, incluindo empréstimos e financiamentos concedidos com recursos

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oriundos dos orçamentos fiscal e da seguridade social, com avaliação circunstanciada do impacto
fiscal de suas atividades.

Denúncia de Descumprimento:

Ex.: Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para denunciar ao
respectivo Tribunal de Contas e ao órgão competente do Ministério Público o descumprimento das
prescrições estabelecidas na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Estas práticas, conforme estabelecidas na legislação, visam não apenas disponibilizar informações
cruciais, mas também estimular a participação ativa da sociedade na fiscalização e no
acompanhamento das ações governamentais.

3.1 Instrumentos para transparência fiscal

Os instrumentos de transparência da gestão fiscal englobam diversos elementos essenciais:

As prestações de Os planos, As versões


O Relatório Resumido da O Relatório de
contas e o orçamentos e simplificadas
Execução Orçamentária Gestão Fiscal
respectivo leis de diretrizes desses
(RREO) (RGF)
parecer prévio orçamentárias documentos

A efetivação da transparência estatal ocorre por meio do acesso do cidadão à informação


governamental, tornando as relações entre o Estado e a sociedade civil mais democráticas. Esse
processo desempenha um papel decisivo na consolidação da democracia no país. Na esfera da
Administração Pública, a transparência vai além da mera divulgação de informações, abrangendo a
prestação de contas (accountability) e a disponibilização de todos os atos e decisões públicas à
sociedade. Essa prática visa permitir o controle social, facultando aos cidadãos a capacidade de
fiscalizar e participar ativamente na governança pública.

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CONSELHOS, CONFERÊNCIAS E MECANISMOS LEGAIS NA CONSTRUÇÃO DE UM CONTROLE
SOCIAL EFETIVO

1) Introdução

Seguiremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre o bloco 4: Eixo Temático 2 – Políticas
Públicas.

6 - Mobilização, organização e participação social nos processos de gestão das instituições


estatais: 6.1 Conselhos, conferências e outros fóruns. 6.2 Mecanismos legais e institucionais
de ampliação, diversificação e garantia de direitos individuais, coletivos e difusos. Controle
social.

2) Processos Participativos de Gestão Pública

A dinâmica da relação entre o Estado e a Sociedade, antes predominantemente "vertical", está


passando por uma transformação significativa. Surgem relações mais "horizontalizadas",
caracterizadas por maior participação cidadã, diálogo e negociação. A abordagem da
Administração Pública Gerencial empreendedora é emblemática nesse cenário, transferindo aos
cidadãos a responsabilidade pelas decisões e pela fiscalização dos serviços públicos.

Nesse contexto, emergem os processos participativos de gestão pública, que almejam a participação
direta da população na condução dos assuntos públicos. Esses processos estabelecem parcerias
entre o governo e a sociedade, visando intensificar a participação dos cidadãos nas discussões,
decisões e na fiscalização. O objetivo é que a democracia seja exercida ao longo de todo o processo
de gestão pública, transcendendo o período eleitoral.

É crucial ressaltar que tanto a participação social quanto o controle social podem se manifestar
tanto no planejamento quanto na execução das ações governamentais. Essa abordagem mais
participativa não apenas fortalece a democracia, mas também amplia a capacidade da sociedade de
influenciar e moldar as políticas públicas de acordo com suas necessidades e aspirações.

Entre os principais processos participativos de gestão pública, destacam-se:

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Conselhos de Gestão:
Descrição: Conselhos de Gestão são órgãos colegiados compostos por representantes do governo e da sociedade civil. Podem abranger
diversas áreas, como saúde, educação, meio ambiente, entre outras.
Funcionamento: Esses conselhos têm a finalidade de deliberar sobre políticas públicas, propor ações e fiscalizar a implementação de políticas
setoriais. São espaços de diálogo e colaboração entre governo e sociedade, contribuindo para decisões mais alinhadas com as necessidades da
população.
Orçamentos Participativos:
Descrição: O Orçamento Participativo é uma prática que envolve a participação direta dos cidadãos na definição de parte do orçamento
público. Essa abordagem visa permitir que a população influencie nas prioridades de gastos e investimentos do governo.
Funcionamento: Normalmente, ocorre por meio de assembleias, consultas públicas e discussões locais. Os cidadãos têm a oportunidade de
propor e votar em projetos e prioridades, permitindo uma distribuição mais democrática dos recursos públicos.

Conferências de Políticas Públicas:


Descrição: As Conferências de Políticas Públicas são eventos que reúnem representantes da sociedade civil e do governo para discutir e propor
diretrizes para determinadas áreas, como saúde, educação, cultura, entre outras.
Funcionamento: Essas conferências têm o propósito de promover amplos debates, consolidando propostas que podem influenciar na
formulação e aprimoramento de políticas públicas. Os resultados são apresentados em relatórios e podem orientar ações governamentais.

Audiências Públicas:
Descrição: Audiências Públicas são momentos nos quais autoridades e gestores públicos prestam contas à sociedade, apresentando
informações sobre a gestão e recebendo contribuições e questionamentos dos cidadãos.
Funcionamento: Durante as audiências, a população tem a oportunidade de expressar suas opiniões, esclarecer dúvidas e propor sugestões.
Esse processo contribui para a transparência, accountability e engajamento da sociedade nas decisões e ações do governo.

Esses processos participativos buscam ampliar a participação da sociedade na gestão pública,


proporcionando espaços de diálogo e colaboração que fortalecem a democracia e aprimoram a
efetividade das políticas governamentais.

3) Mecanismos legais e institucionais de ampliação, diversificação e garantia de direitos


individuais, coletivos e difusos.

Para ampliar, diversificar e garantir os direitos individuais, coletivos e difusos, existem diversos
mecanismos legais e institucionais. Estes são essenciais para promover uma sociedade mais justa
e inclusiva. Alguns exemplos desses mecanismos incluem:

Leis de Proteção aos Direitos Humanos:

Ex.: Leis que asseguram e protegem os direitos fundamentais e humanos, incluindo direitos civis,
políticos, sociais, econômicos e culturais.

Órgãos de Defesa dos Direitos Humanos:

Ex.: Entidades governamentais ou não governamentais encarregadas de proteger e promover os


direitos humanos. Exemplos incluem a Defensoria Pública, Comissões de Direitos Humanos.

Sistemas de Justiça e Tribunais Especializados:

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Ex.: Tribunais e órgãos judiciais especializados em lidar com casos relacionados a direitos
individuais, coletivos e difusos. Eles garantem a aplicação da lei e a reparação em casos de violação
de direitos.

Mecanismos de Participação Popular:

Ex.: Instrumentos que permitem a participação ativa da sociedade na tomada de decisões, como
audiências públicas, consultas populares, orçamento participativo e mecanismos de consulta direta.

Comissões e Conselhos de Direitos:

Ex.: Órgãos responsáveis por formular e fiscalizar políticas públicas relacionadas aos direitos
humanos, como Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, Conselhos de Direitos da
Mulher, entre outros.

Educação em Direitos:

Ex.: Programas educacionais que visam informar e conscientizar a população sobre seus direitos,
promovendo a cidadania e a participação ativa na sociedade.

Instrumentos Internacionais de Direitos Humanos:

Ex.: Tratados e convenções internacionais que estabelecem padrões globais para a proteção dos
direitos humanos, influenciando a legislação nacional.

Esses mecanismos contribuem para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e
comprometida com a proteção e promoção dos direitos individuais, coletivos e difusos.

4) Controle Social

O controle social é uma prática que envolve a participação ativa da sociedade na verificação,
acompanhamento e fiscalização das políticas públicas. Nesse contexto, os cidadãos
desempenham um papel ativo ao se envolverem nas ações e decisões do governo, contribuindo com
sugestões, identificando possíveis correções e propondo alterações.

Trata-se, portanto, de uma maneira significativa pela qual o cidadão exerce ativamente sua cidadania,
indo além do simples direito de voto. Ao participar do controle social, os indivíduos se tornam
agentes ativos na construção e no aprimoramento das políticas governamentais, garantindo que
estas atendam de maneira mais eficaz às necessidades e expectativas da sociedade. Essa prática

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fortalece os princípios democráticos, promovendo a transparência, a responsabilidade e a
efetividade das ações do governo.

Vejamos alguns exemplos práticos de controle social em diferentes áreas:

Orçamento
Audiências Públicas: Participativo: Ouvidorias Públicas:
Participação em Engajamento no Utilização de ouvidorias
audiências públicas, processo de orçamento públicas para registrar
onde os cidadãos têm a participativo, reclamações, sugestões
oportunidade de permitindo que a e denúncias,
expressar suas opiniões, comunidade contribua contribuindo para a
fazer perguntas e para a definição de identificação de
sugerir melhorias em prioridades de problemas e
projetos e políticas investimentos e aprimoramento dos
governamentais. alocação de recursos em serviços públicos.
nível local.

Momento da Questão

Questão para treino – Julgue o item a seguir: O orçamento participativo é uma técnica orçamentária
caracterizada pela participação da sociedade, em substituição ao poder público, como agente
elaborador da proposta orçamentária que é posteriormente enviada ao Poder Legislativo.

a) Certo.

b) Errado.

Gabarito: Errado.

Comentário: O orçamento participativo é uma prática orçamentária caracterizada pela ativa


participação da sociedade no processo de definição de prioridades de investimentos e alocação de
recursos. Contrariamente à interpretação inicial, é importante esclarecer que o orçamento
participativo não implica na substituição do poder público. Ao invés disso, estabelece-se uma
parceria entre a população e o poder executivo, onde a comunidade contribui ativamente na
formulação da proposta orçamentária.

Nesse contexto, o Poder Executivo mantém sua responsabilidade fundamental na elaboração do


orçamento, enquanto o Poder Legislativo continua desempenhando o papel de aprovar a proposta
orçamentária

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AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PUBLICAS

1) Introdução

Iniciaremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre o Eixo Temático 2 – Políticas Públicas.

7 – Avaliação de políticas públicas; principais componentes do processo de avaliação; custo-


benefício, escala, efetividade, impacto das políticas públicas.

2) Considerações iniciais

A complexidade da sociedade contemporânea demanda a implementação de estratégias


coordenadas capazes de enfrentar os desafios emergentes em diversas áreas. Nesse cenário, as
políticas públicas representam decisões, ações e programas implementados pelo governo para
abordar questões específicas e atender às necessidades da sociedade. Essas políticas são
delineadas com objetivos claros, visando não apenas solucionar problemas identificados, mas
também promover o bem-estar social e alcançar metas definidas. A seguir, destacam-se alguns
pontos essenciais sobre políticas públicas:

Participação
Social

Instrumentos
Avaliação
de Políticas

Políticas
Públicas

Implementação Formulação

Vamos nos aprofundar no ciclo de políticas públicas:

Formulação:

O processo de formulação de políticas envolve a identificação de problemas, a definição de


metas, a análise de alternativas e a escolha de estratégias para abordar as questões em questão.

Implementação:

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A implementação das políticas implica traduzir as decisões em ações práticas. Isso inclui a
alocação de recursos, criação de programas e execução de medidas para atingir os objetivos
estabelecidos.

Avaliação:

A avaliação é um componente crucial das políticas públicas. Ela envolve a análise de como as
políticas estão sendo executadas, seus impactos, eficácia e eficiência. A avaliação orienta ajustes
e melhorias contínuas.

Instrumentos de Políticas:

As políticas públicas podem ser implementadas por meio de diversos instrumentos, como leis,
regulamentações, programas sociais, incentivos fiscais, entre outros.

Participação Social:

A participação ativa da sociedade civil, comunidades e outros stakeholders é importante na


formulação, implementação e avaliação de políticas públicas, promovendo a legitimidade e
eficácia das ações governamentais.

As políticas públicas desempenham um papel crucial na construção e orientação da sociedade,


moldando a forma como os governos respondem às necessidades e desafios em constante evolução.
O estudo, formulação, implementação e avaliação eficazes dessas políticas são essenciais para o
desenvolvimento e aprimoramento das comunidades.

3) Avaliação de políticas públicas

A avaliação de políticas públicas, conduzida como um processo sistemático, integrado e


institucionalizado, tem como premissa fundamental verificar a eficiência dos recursos públicos e,
quando necessário, identificar oportunidades de aprimoramento da ação estatal para melhorar
processos, resultados e gestão.

As metodologias e ferramentas analíticas utilizadas na avaliação fundamentam as decisões dos


gestores públicos, visando aprimorar as políticas em execução. Os resultados da avaliação podem
ser empregados para a implementação ou aperfeiçoamento contínuo da política (avaliação
formativa) ou para a tomada de decisão sobre sua adoção ou expansão (avaliação somativa).

É crucial distinguir o monitoramento da avaliação de políticas públicas. Vamos lá?

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Avaliação Monitoramento

Processo contínuo e sistemático de coleta, análise e interpretação de


Processo objetivo de exame e diagnóstico da política pública em
dados e informações relacionadas à implementação de uma política ao
análise.
longo do tempo.

Aspectos como a implementação da política, seus efeitos desejados e


Prática constante que visa acompanhar o desempenho e a execução da
adversos, os principais stakeholders e a utilização dos recursos públicos
política em tempo real.
são considerados.

O uso de metodologias formais é essencial, uma vez que, ao contrário


São estabelecidos indicadores específicos para medir o progresso e os
da análise individual, onde aspectos subjetivos podem ser facilmente
resultados da política. Esses indicadores servem como ferramentas para
ordenados, nas políticas públicas, há uma complexidade na sintetização
avaliar se os objetivos estão sendo alcançados conforme planejado.
de benefícios subjetivos para toda a sociedade.

A avaliação fundamenta-se na reflexão crítica e, quando pertinente, na sugestão de alterações na


condução da política pública.

3.1) Linhas de avaliação de políticas públicas

Seguindo padrões internacionais, a avaliação de políticas públicas pode iniciar-se por meio de uma
abordagem executiva, oferecendo uma análise prática e rápida. Essa metodologia permite
identificar de maneira eficiente em qual elemento ou processo da cadeia de valor da política há
maior potencial para aprimoramentos.

Ex.: A abordagem executiva compreende a apresentação do panorama geral da política, a análise


do problema que a política visa abordar, a teoria do programa, as atividades e produtos, os
resultados e impactos, os aspectos de custo e gestão financeira, bem como os indicadores de
eficiência.

Essa análise inicial proporciona uma visão abrangente, orientando a identificação de áreas prioritárias
para melhorias e refinamentos no desenvolvimento da política pública.

A avaliação executiva serve como ponto de partida para análises mais detalhadas, vejamos:

Avaliação de Desenho:

Foca na análise da estrutura, lógica e coerência da política pública antes de sua implementação.
Avalia se a concepção da política é sólida, alinhada com os objetivos pretendidos e se possui uma
estratégia eficaz para atingir esses objetivos.

Avaliação de Implementação:

Concentra-se na execução prática da política. Examina como a política está sendo implementada na
prática, se os recursos estão sendo utilizados eficientemente, e se os processos estão alinhados com
o planejamento inicial.
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Avaliação de Governança da Política Pública:

Analisa as estruturas de governança subjacentes à política. Isso inclui a análise de como as decisões
são tomadas, a coordenação entre diferentes entidades e a eficácia dos mecanismos de prestação
de contas.

Avaliação de Resultados:

Avalia os resultados alcançados pela política. Examina se os objetivos específicos foram atingidos,
incluindo indicadores mensuráveis de desempenho e o alcance das metas estabelecidas.

Avaliação Econômica:

Analisa os aspectos econômicos da política, incluindo custos e benefícios. A avaliação econômica


busca entender a eficiência econômica da política, comparando os custos associados aos benefícios
gerados.

Avaliação de Impacto:

Foca nas mudanças mais amplas e duradouras resultantes da política pública. A avaliação de impacto
busca entender como a política influenciou a sociedade em termos de mudanças sociais, econômicas
ou ambientais significativas.

Ao utilizar uma combinação dessas avaliações, os formuladores de políticas e os gestores podem


obter uma compreensão mais completa do desempenho de uma política pública ao longo do
tempo, desde sua concepção até seus resultados e impactos finais.

4) Tipos de avaliação

A literatura sobre o tema em questão é extensa, e neste contexto, não se busca esgotar uma temática
de tão vasta complexidade. O objetivo é concentrar a atenção nos tipos de avaliações que melhor
atendem às demandas relacionadas à formulação e implementação de políticas públicas,
fornecendo subsídios concretos para a tomada de decisões. É amplamente reconhecido que muitos
dos desafios surgem durante a fase de implementação de um programa ou projeto, momento em
que se evidenciam as necessidades de ajustes, aprimoramentos e até mesmo a substituição do
programa.

No entanto, há consenso de que esses problemas estão intrinsecamente conectados às outras fases
que compõem a política, uma vez que ela constitui um ciclo, gerando feedback e retroalimentando
as demais fases, em vez de ser um sistema linear de via única. Nesse contexto, quatro tipos de
avaliação são distintamente identificados:

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Avaliação Ex-ante: Realizada antes da implementação do programa, essa avaliação visa antecipar
possíveis impactos, identificar falhas potenciais e orientar ajustes necessários para otimizar a
eficácia do programa.

Avaliação Ex-post ou Somativa: Conduzida após a implementação, essa avaliação busca


avaliar os resultados e impactos reais do programa, oferecendo uma análise retrospectiva
do seu desempenho.

Avaliação Formativa ou de Processo: Realizada durante a implementação, essa avaliação se


concentra nos processos internos do programa, identificando pontos fortes e fracos,
fornecendo feedback contínuo para aprimorar a eficiência operacional.

Monitoramento: Trata-se de um acompanhamento contínuo ao longo de todo o ciclo do


programa, focado na coleta regular de dados para acompanhar o progresso, identificar desvios em
relação aos objetivos e permitir ajustes oportunos.

Vejamos como cada tipo de avaliação pode ser aplicado em diferentes contextos para fornecer
insights específicos em momentos específicos do ciclo de vida de um programa ou projeto.

Avaliação Ex-ante:

Ex.: Antes de implementar um novo programa de educação, uma avaliação ex-ante poderia ser
conduzida para prever os possíveis impactos. Isso pode envolver a análise de dados demográficos,
pesquisas sobre as necessidades educacionais da população-alvo e simulações de custo-benefício
para estimar os recursos necessários.

Avaliação Ex-post ou Somativa:

Ex.: Após a implementação de um programa habitacional, uma avaliação ex-post seria realizada
para medir os resultados reais. Poderia incluir indicadores como o número de moradias construídas,
a melhoria nas condições de vida dos beneficiários e o impacto econômico na comunidade.

Avaliação Formativa ou de Processo:

Ex.: Durante a implementação de um projeto de capacitação profissional, uma avaliação formativa


seria conduzida para analisar o desempenho do programa em tempo real. Isso pode incluir feedback
contínuo dos participantes, ajustes nas estratégias de ensino e monitoramento do progresso em
relação às metas estabelecidas.

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Monitoramento:

Ex.: No contexto de um programa de saúde pública, o monitoramento contínuo pode envolver a


coleta regular de dados sobre a incidência de doenças, a eficácia das intervenções e a adesão da
comunidade às práticas preventivas. Isso permite uma resposta ágil a mudanças nas condições de
saúde pública.

Momento da Questão

Questão para treino 2022 – Qual a principal característica das políticas públicas classificadas
como redistributivas?

Julgue os itens subsequentes, a respeito de monitoramento, diagnóstico, teorias e avaliação de


políticas públicas.

Por meio da avaliação de governança, é possível verificar se, de fato, a política está gerando os
resultados planejados em sua criação

a) Certo

b) Errado

Gabarito: Errada.

Comentário: A avaliação da governança emerge como uma ferramenta crucial para analisar a
efetividade de uma política pública; contudo, não representa a única abordagem para verificar se a
política está, de fato, alcançando os resultados planejados. Outros métodos, como a avaliação de
impacto, são igualmente empregados com esse propósito. Assim, a assertiva de que a avaliação de
governança é a única forma de verificar os resultados da política é incorreta.

4.1 Escala, efetividade e impacto das políticas públicas

Para começarmos, é fundamental definir cada um desses elementos.

Escala:

A avaliação em escala considera o alcance geográfico e a abrangência demográfica dos efeitos


de uma política. Isso implica analisar se a intervenção governamental é capaz de impactar um
grande número de pessoas, regiões ou setores específicos, proporcionando benefícios em uma
escala significativa.

Ex.: Por exemplo, uma política de educação que atinge diversas escolas em todo o país teria uma
escala mais ampla do que uma intervenção focalizada em uma única instituição de ensino.

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Efetividade:

A efetividade refere-se à capacidade da política de atingir seus objetivos propostos. Ela envolve
a análise de quão bem a política atende às necessidades reais da população-alvo e se ela produz os
resultados esperados.

Ex.: Um programa de inclusão digital que tem como objetivo proporcionar acesso à tecnologia e
habilidades digitais à população de baixa renda, sendo efetivo se, ao longo do tempo, houver um
aumento significativo no número de pessoas utilizando recursos digitais de forma produtiva.

Impacto das Políticas Públicas:

O impacto das políticas públicas é mensurado pelas mudanças tangíveis e mensuráveis que
ocorrem na sociedade como resultado das intervenções governamentais.

Ex.: Por exemplo, se uma política de combate à pobreza for implementada, o impacto poderia ser
medido pelo aumento da renda média das famílias de baixa renda, pela melhoria nas condições de
moradia e pelo acesso a serviços básicos

Ao considerar esses elementos em conjunto, os formuladores de políticas podem ter uma visão mais
completa do desempenho e das implicações de suas intervenções, permitindo ajustes e melhorias
contínuas para maximizar os benefícios para a sociedade.

CONTEXTO DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL

1) Introdução

Seguiremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre o Eixo Temático 2 – Políticas Públicas.

8 - Participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), Lei nº 8142/1990


e alterações; 8.1 Organização do Sistema Único de Saúde (SUS), Decreto 7.508/2011 e
alterações. 8.2 Programa Nacional de Imunização (PNI). 8.3 Política Nacional de Promoção da
Saúde. 8.4 Políticas Públicas de vigilância em saúde; a vigilância em saúde no âmbito do SUS.

2) Participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS)

A participação da sociedade civil é essencial para a articulação e negociação de interesses,


necessidades e demandas da população em diversos setores do Estado, como educação, segurança
e saúde, sendo uma prática institucionalizada em nosso país.

É crucial diferenciar alguns conceitos fundamentais:

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Participação Social:
Refere-se a um olhar abrangente
sobre a participação da comunidade Participação Comunitária:
em diversos setores, como política,
economia e saúde. O resultado dessa Está relacionada à busca da população de
participação visa benefícios uma localidade específica por melhores
universais. condições de vida, utilizando recursos
próprios. A comunidade se organiza para
resolver problemas locais que o Estado não
conseguiu garantir.

A participação comunitária é considerada na Constituição Federal uma forma avançada de


democracia, estabelecendo uma nova relação entre o Estado e a Sociedade. As decisões sobre
ações na saúde devem ser negociadas com representantes da sociedade, que conhecem a
realidade das comunidades.

A reflexão destaca que o conceito de participação comunitária se alinha ao cotidiano dos


profissionais das equipes da Atenção Básica à Saúde (ABS), pois ocorre na própria comunidade,
buscando defender interesses da população atendida pela Unidade Básica de Saúde (UBS).
Movimentos sociais desempenham um papel vital na organização da participação popular na
comunidade. O diálogo entre profissionais da UBS e esses movimentos é essencial para garantir uma
abordagem colaborativa e inclusiva.

A sociedade e a comunidade contestam o Estado por meio de Movimentos Sociais, representando


legalmente a voz de grupos sociais específicos. Esses movimentos monitoram e influenciam a
ação do Estado no desenvolvimento de suas reivindicações.

O termo "Controle Social" é utilizado, mas com ambiguidade de sentidos, abrangendo tanto o
controle do Estado sobre a sociedade quanto o controle da sociedade sobre as ações do Estado.
Na área da saúde, o controle social é pioneiro, com conferências e conselhos de saúde sendo espaços
legítimos de escuta da população para orientar o processo de trabalho dos gestores e profissionais
do SUS. Isso permite que a população interfira na gestão do SUS, direcionando as ações do Estado
de acordo com os interesses coletivos.

3) Lei nº 8142/1990 e alterações

A Lei nº 8.142 foi promulgada para fortalecer a participação da comunidade na gestão do SUS e
regulamentar as transferências de recursos financeiros entre os entes federativos na área da
saúde. A lei estabelece que a participação da comunidade na gestão do SUS é fundamental. Ela
prevê a criação de Conselhos de Saúde em todos os níveis de governo (municipal, estadual e
federal), compostos por representantes do governo, prestadores de serviços, profissionais de
saúde e usuários do sistema. Esses conselhos têm a responsabilidade de fiscalizar e participar das
decisões relativas à saúde.

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A lei estabelece os critérios e os mecanismos para as transferências de recursos financeiros entre
os diferentes níveis de governo (municipal, estadual e federal) no âmbito do SUS. Isso inclui os
repasses de recursos federais para estados e municípios, bem como a definição de critérios de
distribuição desses recursos.

Outros pontos importantes que a lei abrange:

•A legislação determina que o SUS deve


Plano de saúde ter um plano de saúde, que deve ser
atualizado a cada quatro anos. Esse
do SUS plano deve contemplar ações e metas a
serem alcançadas no campo da saúde.

•A lei estabelece que a programação


Programação das ações e serviços de saúde deve
das ações e ser pactuada entre os gestores das
diferentes esferas de governo, com
serviços de base nas necessidades da população
saúde e nos recursos disponíveis.

•A Lei nº 8.142 também prevê a


criação da Ouvidoria do SUS, que
Criação da tem a função de receber as
manifestações dos cidadãos sobre
ouvidoria do SUS a prestação de serviços de saúde,
contribuindo para a melhoria do
sistema

3.1 Conselho de saúde e conferência de saúde

O Conselho de Saúde também tem a atribuição de lidar com aspectos econômicos e financeiros
relacionados à saúde. As decisões tomadas pelo Conselho de Saúde devem ser homologadas pelo
chefe do poder legalmente constituído na esfera de governo correspondente, o que garante a
legalidade e a efetividade das decisões.

O SUS, em cada esfera de governo (municipal, estadual e federal), contará com duas instâncias
colegiadas:

I - A Conferência de Saúde: É uma instância de participação social que se reúne a cada quatro anos.

Composta por representantes de diversos segmentos sociais, incluindo gestores, profissionais de


saúde e usuários do sistema. A principal função da Conferência de Saúde é avaliar a situação de
saúde no país e propor diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes
(municipal, estadual e federal).

II - O Conselho de Saúde: É um órgão permanente e deliberativo, também composto por


representantes dos diversos segmentos sociais.

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O Conselho de Saúde tem a função de fiscalizar e controlar a execução das políticas de saúde, além
de participar da formulação de estratégias e diretrizes para a área. O Conselho de Saúde pode
convocar a Conferência de Saúde extraordinariamente, caso julgue necessário.

A participação dos usuários nos Conselhos e Conferências de Saúde deve ser igualitária em relação
aos representantes do governo, prestadores de serviços e profissionais de saúde para garantir
a voz ativa dos usuários na gestão do SUS.

3.2 Recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS)

Vamos descobrir como os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) devem ser alocados?

I - Despesas de II - Investimentos IV - Cobertura das


custeio e de capital previstos na lei III - Investimentos ações e serviços de
do Ministério da orçamentária, que previstos no Plano saúde a serem
Saúde, seus órgãos e devem ser de Quinquenal do implementados pelos
entidades, tanto da iniciativa do Poder Ministério da Saúde. Municípios, Estados e
administração direta Legislativo e Distrito Federal.
quanto indireta. aprovados pelo
Congresso Nacional.

O Parágrafo único esclarece que os recursos referidos no inciso IV são destinados a investimentos
na rede de serviços de saúde, à cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar, e a outras
ações de saúde. Isso significa que esses recursos são utilizados para financiar a expansão e a
melhoria dos serviços de saúde nos níveis municipal, estadual e distrital, bem como para
garantir a assistência médica e hospitalar à população.

Tome nota!
Para garantir a distribuição equitativa dos recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS), estabelece-
se que no mínimo 70% desses recursos devem ser destinados aos Municípios, reservando o
restante para os Estados. Contudo, essa alocação está condicionada ao cumprimento de requisitos
pelos municípios para efetivamente receberem esses repasses, vamos ver?

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Ter um Fundo de Saúde, que é uma estrutura financeira específica para a gestão dos recursos da saúde.

Ter um Conselho de Saúde com uma composição paritária, de acordo com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990. Isso
significa que o Conselho de Saúde deve ser composto por representantes de diferentes segmentos da sociedade e do governo,
de forma equilibrada.

Possuir um plano de saúde, que é um documento que estabelece as diretrizes e metas para o setor de saúde em nível
municipal ou estadual.

Apresentar relatórios de gestão que permitam o controle, de acordo com o que é estabelecido no § 4° do art. 33 da Lei n°
8.080, de 19 de setembro de 1990.

Destinar uma contrapartida de recursos para a saúde em seus respectivos orçamentos, ou seja, investir recursos próprios na
área de saúde.

Estabelecer uma Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), com um prazo de dois anos para sua
implantação. O PCCS é relevante para a gestão de recursos humanos na área de saúde.

A Lei nº 8.080/90 é uma peça fundamental para a organização e operacionalização do Sistema Único
de Saúde (SUS) no Brasil. Essa legislação desempenha um papel crucial ao consolidar os princípios e
estabelecer diretrizes que têm como objetivo garantir o direito à saúde de todos os cidadãos
brasileiros. Ao definir competências, princípios e critérios de financiamento, a lei proporciona
uma base legal robusta para a implementação de políticas públicas de saúde que buscam
promover o acesso universal, a integralidade dos cuidados e a equidade no sistema de saúde
do país.

Momento da Questão

Questão para treino – Em relação ao Conselho de Saúde, analise as assertivas e identifique com
V as verdadeiras e com F as falsas.

A participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) é garantida por lei desde
a Constituição Federal de 1988. As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde são instâncias
colegiadas que oportunizam, oficialmente, o exercício do Controle Social na construção das políticas
de saúde. No caso dos Conselhos de Saúde, sendo estes de caráter permanente e deliberativo, tem
importância fundamental no processo de democratização e condução do SUS (BRASIL, 2013).

( ) O Conselho de Saúde atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política


de saúde na instância correspondente.

( ) O Conselho de Saúde é um órgão colegiado, permanente e deliberativo, sendo subordinado ao


Poder Executivo correspondente, em cada esfera de governo.

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( ) Os Conselhos de Saúde são órgãos responsáveis pela gestão e execução de serviços e, por isso,
têm responsabilidade direta sobre a prestação dos serviços de saúde.

( ) Os recursos financeiros do SUS são depositados em conta especial e movimentados sob a


fiscalização do respectivo Conselho de Saúde, em cada esfera de sua atuação.

a) V F V F
b) V F F V
c) V V F F
d) F V F V
e) F V V F

Gabarito: Errada.

Comentário: Vamos analisar cada assertiva:

(V) O Conselho de Saúde atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política


de saúde na instância correspondente.

Correta. Os Conselhos de Saúde têm papel ativo na formulação e controle das políticas de saúde.

(F) O Conselho de Saúde é um órgão colegiado, permanente e deliberativo, sendo subordinado ao


Poder Executivo correspondente, em cada esfera de governo.

Incorreta. Conforme a lei 8142/90: O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo,


órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de
saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde
na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo.

(F) Os Conselhos de Saúde são órgãos responsáveis pela gestão e execução de serviços e, por isso,
têm responsabilidade direta sobre a prestação dos serviços de saúde.

Incorreta. Os Conselhos de Saúde não são responsáveis pela gestão e execução direta dos serviços
de saúde, mas têm o papel de fiscalizar e orientar as políticas de saúde. Essa tarefa cabe diretamente
ao Poder Público, nas três esferas de governo.

(V) Os recursos financeiros do SUS são depositados em conta especial e movimentados sob a
fiscalização do respectivo Conselho de Saúde, em cada esfera de sua atuação.

Correta. Os recursos financeiros do SUS são depositados em conta especial e movimentados sob a
fiscalização do respectivo Conselho de Saúde, em cada esfera de sua atuação.

Portanto, a sequência correta é: V- F – F- V

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4) Decreto 7.508/2011 e Organização do Sistema Único de Saúde (SUS)

A Lei nº 8.080/90, conhecida como Lei Orgânica da Saúde, é uma legislação fundamental que
estabelece as bases do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. O país, dadas suas dimensões
continentais e diversidades culturais, econômicas e sociais, demanda um sistema de saúde
abrangente e descentralizado para atender às necessidades variadas de sua população.

A descentralização, preconizada pela lei, visa a aproximação das decisões e ações de saúde das
comunidades, permitindo uma gestão mais eficiente e adaptada às realidades locais. O
município é considerado a esfera primária na organização do sistema, garantindo que as políticas e
ações de saúde sejam mais sensíveis às demandas específicas de cada região.

Dessa forma, a Lei Orgânica da Saúde é um marco importante na construção de um sistema de saúde
que busca equidade, integralidade e universalidade, adaptando-se às diversidades presentes no
contexto brasileiro.

O Decreto Federal nº 7.508, de junho de 2011, tem como objetivo regulamentar a Lei Orgânica da
Saúde (Lei nº 8.080/90). Ao fazer isso, o decreto detalha os aspectos práticos e operacionais da
organização do Sistema Único de Saúde (SUS), abordando temas como o planejamento de saúde, a
assistência à saúde e a articulação entre as diferentes esferas federativas (União, Estados, Municípios
e Distrito Federal).

Essa regulamentação é essencial para garantir a correta implementação e funcionamento do SUS,


alinhando as diretrizes estabelecidas na legislação com a prática cotidiana da gestão e prestação de
serviços de saúde no Brasil.

E de que maneira isso é realizado em âmbito nacional?

Região de Saúde no SUS: Uma Abordagem Integral:

A estruturação das Regiões de Saúde é um elemento essencial na busca pela universalidade e


integralidade no Sistema Único de Saúde (SUS). Estas regiões, formadas por municípios vizinhos
com integração de transportes e comunicação, têm o propósito de atender de maneira
abrangente e eficaz às demandas de saúde da população.

Comentário: Instituídas pela União em colaboração com os municípios, as Regiões de Saúde


são fundamentais para cobrir as necessidades de cada usuário do sistema. Com o mínimo
estabelecido de redes de atenção primária, psicossocial, ambulatorial especializada e hospitalar,
urgência e emergência, além da vigilância em saúde, essas regiões não só garantem atendimento
diversificado, mas também servem como referência para a transferência equitativa de recursos entre
os diversos entes federativos.

Portas de Entrada no SUS: Atenção Básica como Fundamento:

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As Portas de Entrada no SUS são, primordialmente, os pontos de acesso à atenção básica.
Responsáveis por ordenar o atendimento e direcionar pacientes para instituições especializadas
quando necessário, elas são o primeiro contato do usuário com o sistema.

Comentário: A atenção básica, funcionando como a principal Porta de Entrada, desempenha


um papel crucial na promoção da saúde e prevenção de doenças. Essa abordagem orientada para a
comunidade é fundamental para a eficácia do SUS, proporcionando cuidados iniciais e
encaminhamentos adequados conforme a complexidade dos casos.

Comissões Intergestores: Forjando Consensos para uma Gestão Compartilhada:

As Comissões Intergestores emergem como agentes-chave na definição das diretrizes da gestão


compartilhada do SUS. Estabelecidas em consenso entre os entes federativos, essas comissões são
o palco onde gestores discutem e decidem as melhores estratégias para a eficiência e eficácia do
sistema.

Comentário: Essas comissões desempenham um papel vital na construção de políticas e


práticas de saúde alinhadas com as necessidades de cada região. São elos importantes entre a base
decisória do SUS e a realidade local, garantindo uma abordagem descentralizada e adaptada às
peculiaridades de cada comunidade.

Mapa da Saúde: Navegando pelos Desafios Locais:

O Mapa da Saúde se revela como uma ferramenta estratégica ao relacionar a distribuição de


recursos e serviços do SUS com a geografia. Identificando as demandas específicas de cada região,
este instrumento é vital para orientar o planejamento integrado dos entes federativos e estabelecer
metas realistas para a saúde.

Comentário: Ao desenvolver estratégias específicas para cada município e estado, o Mapa da


Saúde se torna uma bússola valiosa, permitindo uma alocação inteligente de recursos e serviços para
enfrentar os desafios únicos que cada localidade enfrenta.

Rede de Atenção à Saúde: A Sinfonia da Integralidade:

A Rede de Atenção à Saúde, organizando serviços e ações do SUS em níveis crescentes de


complexidade, emerge como uma sinfonia que visa garantir a integralidade dos cuidados.
Desde a atenção básica até os serviços de alta complexidade, essa rede é projetada para assegurar
que a assistência se inicie e se complete dentro da própria Rede de Atenção à Saúde.

Comentário: Ao promover a integração e coordenação entre os diferentes níveis de cuidados,


a Rede de Atenção à Saúde busca oferecer uma resposta unificada e eficiente às necessidades de
saúde da população, fortalecendo a eficácia do SUS.

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Serviços Essenciais de Acesso Aberto: Cuidando de Necessidades Específicas:

Os Serviços Essenciais de Acesso Aberto surgem como uma resposta dedicada àqueles que, por
agravo ou situação laboral, necessitam de atendimento específico. Esses serviços são um
compromisso do SUS em fornecer cuidados especializados e personalizados conforme as
necessidades individuais de cada usuário.

Comentário: Ao garantir o acesso aberto a serviços essenciais, o SUS reforça seu compromisso
com a equidade, proporcionando cuidados específicos para atender às demandas únicas de
diferentes grupos de pacientes.

Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica: O Caminho para a Eficácia:

O Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica, documento meticulosamente elaborado, estabelece


critérios para o diagnóstico de doenças ou agravos à saúde. Além disso, fornece orientações
claras sobre o tratamento recomendado, posologias, mecanismos de controle clínico, e os passos
para o acompanhamento e verificação dos resultados terapêuticos.

Comentário: Esse protocolo serve como uma bússola para gestores do SUS, orientando
decisões clínicas e promovendo a padronização e eficácia nos cuidados de saúde prestados.

Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde (RENASES) e Relação Nacional de Ações e


Medicamentos Essenciais (RENAME): Listando Compromissos com a Saúde:

A RENASES e a RENAME desempenham papéis cruciais ao listar, respectivamente, todos os serviços


e medicamentos oferecidos pelo SUS. Essas listas refletem o compromisso do sistema em fornecer
uma gama completa e essencial de cuidados, garantindo que a população tenha acesso a serviços e
medicamentos vitais.

Comentário: Ao estabelecer uma lista nacional padronizada, o SUS busca assegurar a equidade
no acesso a serviços e medicamentos essenciais em todo o país.

Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAPS): A Aliança pela Saúde Pública:

O COAPS emerge como um pacto entre entes federativos, estabelecendo bases sólidas para a
organização e integração das ações e serviços de saúde. Alicerçado nos princípios de
regionalização e hierarquização, esse contrato delineia responsabilidades, indicadores de saúde,
metas, critérios de avaliação de desempenho, distribuição de recursos financeiros e mecanismos de
fiscalização.

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Reconhecendo as Comissões Intergestores Tripartite (CIT) e Bipartite (CIB), juntamente com a
instituição da Comissão Intergestores Regional (CIR), o COAPS viabiliza o funcionamento do SUS
em consonância com as necessidades específicas de cada gestão. Essa aliança entre gestores e
conselhos municipais, estaduais e nacional é alicerçada na busca incessante pela excelência na
prestação de serviços de saúde.

4.1 – Níveis de Organização do Espaço da Gestão Interfederativa do SUS

É o espaço de deliberação e pactuação entre os gestores das três


UNIÃO esferas de governo (federal, estadual e municipal). A CIT é
responsável por estabelecer diretrizes nacionais, definir
CIT (Comissão Intergestores Tripartite) políticas e normas, além de pactuar a alocação de recursos
financeiros destinados à saúde.

Atua como o elo entre o nível nacional e o nível municipal. Nesse


espaço, os gestores estaduais e municipais pactuam a
ESTADO
implementação de políticas de saúde, definem estratégias
CIB (Comissão Intergestores Bipartite) regionais e acordam sobre a distribuição de recursos financeiros
destinados ao estado.

Em algumas situações, especialmente em regiões de saúde que


REGIÃO abrangem mais de um estado, pode existir a CIR. Ela desempenha
funções similares às da CIB, mas em uma escala regional,
CIR (Comissão Intergestores Regional) abordando desafios específicos e características próprias dessa
região.

Apesar de não ser uma comissão intergestores, o CMS é um


espaço crucial no nível municipal. Ele é responsável por exercer o
MUNICIPAL
controle social sobre as políticas de saúde, participando da
CMS (Conselho Municipal de Saúde) formulação, implementação e avaliação dessas políticas. O CMS
também atua na fiscalização dos recursos destinados à saúde no
âmbito municipal.

O Decreto nº 7.508/11 emerge como um guia mestre, regulamentando a Lei nº 8.080/90 e


estabelecendo diretrizes para o pleno exercício do SUS. Ao conferir segurança jurídica e
transparência, o decreto empodera a população para conhecer, usufruir e fiscalizar o funcionamento
do Sistema Único de Saúde.

Nessa jornada pela eficácia e equidade, as ferramentas e conceitos delineados no decreto


formam uma estrutura sólida. Desde as Regiões de Saúde até as listas de serviços e medicamentos
essenciais, o SUS se configura como uma rede interconectada, dedicada a proporcionar uma
saúde de qualidade para todos os brasileiros.

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5) Programa Nacional de Imunização (PNI)

O Programa Nacional de Imunização (PNI) é uma iniciativa do governo brasileiro que visa organizar
e coordenar a vacinação em todo o território nacional. Criado em 1973, o PNI tem como objetivo
principal promover a imunização da população contra diversas doenças, contribuindo para a redução
da morbidade, mortalidade e o controle de epidemias.

Importante!
O Programa Nacional de Imunização (PNI) do Brasil é reconhecido internacionalmente como um
dos projetos mais abrangentes e completos do mundo no âmbito da imunização. Este
programa, gerido pelo Ministério da Saúde em parceria com estados e municípios, tem como
objetivo principal promover a imunização em larga escala, oferecendo 45 tipos diferentes de
Imunobiológicos para a população, contribuindo para a redução da incidência de doenças
infecciosas e melhorando a saúde pública.

O PNI (Programa Nacional de Imunização) é notável por diversos aspectos, sendo alguns deles:

Ampla Variedade de Imunobiológicos: Acesso Universal e Gratuito: Uma


O PNI oferece à população brasileira característica distintiva do PNI é a
uma extensa gama de imunobiológicos, disponibilidade universal e gratuita das
totalizando 45 tipos diferentes de vacinas. Todos os cidadãos têm acesso
vacinas. Essa diversidade abrange a às vacinas essenciais,
prevenção de doenças como sarampo, independentemente de sua condição
poliomielite, hepatites, influenza, febre socioeconômica, promovendo a
amarela, entre outras. equidade no cuidado de saúde.

Calendário Nacional de Campanhas Estratégicas de


Vacinação: O PNI mantém um Vacinação: Além do calendário
Calendário Nacional de regular, o PNI conduz
Vacinação, estabelecendo as campanhas estratégicas de
vacinas a serem administradas vacinação em momentos
em diferentes faixas etárias e específicos, como a Campanha
contextos epidemiológicos. Nacional de Vacinação contra a
Esse calendário é regularmente Influenza. Essas ações visam
atualizado para garantir uma intensificar a cobertura vacinal
abordagem eficaz e atualizada. em situações prioritárias.

Logística Eficiente de
Parcerias Nacionais e Distribuição: O programa
Internacionais: O PNI investe em uma logística
estabelece parcerias tanto em eficiente para assegurar que as
âmbito nacional quanto vacinas sejam distribuídas de
internacional, colaborando com forma rápida e segura em todo
organismos internacionais o país, alcançando áreas
urbanas e rurais.

Momento da Questão

Questão para treino – Sobre o Programa Nacional de Imunização - PNI, marque a alternativa
INCORRETA:

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a) É objetivo do PNI oferecer todas as vacinas com qualidade a todas as crianças que nascem
anualmente em nosso país, tentando alcançar coberturas vacinais de 100% de forma homogênea
em todos os municípios e em todos os bairros.

b) O PNI foi formulado em 1973 por determinação do Ministério da Saúde, com o objetivo de
coordenar as ações de imunizações.

c) O PNI define os calendários de vacinação sem considerar a situação epidemiológica e o risco, mas
considerando somente a vulnerabilidade e as especificidades sociais.

d) O PNI é, hoje, parte integrante do Programa da Organização Mundial de Saúde.

Gabarito: Letra C.

Comentário: O PNI é baseado em critérios técnicos e epidemiológicos, ajustando suas


estratégias conforme a prevalência de determinadas doenças em diferentes regiões e grupos
populacionais. Dessa forma, o programa busca adaptar suas ações para responder efetivamente às
necessidades de saúde pública, considerando as condições epidemiológicas do país. Portanto, a
assertiva que afirma que o PNI não leva em conta a situação epidemiológica é incorreta.

5.1) Conservação dos Imunobiológicos

A conservação adequada dos imunobiológicos é uma etapa crucial para garantir a eficácia das
vacinas. No período que compreende desde a fabricação até a administração, é fundamental
manter as vacinas armazenadas em temperaturas entre +2ºC e +8ºC. Os imunobiológicos,
devido à sua natureza termolábil e/ou fotossensível, exigem condições específicas de
armazenamento para preservar suas propriedades imunogênicas.

Nesse contexto, o controle rigoroso de temperatura torna-se imperativo. A Rede de Frio, orientada
pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) no Brasil, assume um papel fundamental. Essa rede
apresenta características técnicas, administrativas e logísticas específicas, todas direcionadas para
garantir o adequado funcionamento da cadeia de frio. Vamos ilustrar a diferença entre cadeia de frio
e rede de frio:

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Rede de frio
•A Rede de Frio constitui um sistema completo, dotado de estrutura física e técnico-
administrativa. Ela é orientada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) por meio de
normatização, coordenação, planejamento, avaliação e financiamento. Seu principal objetivo é
garantir a manutenção adequada da Cadeia de Frio. Vale destacar que a rede de frio é mais
abrangente que a cadeia de frio, englobando não apenas o processo logístico de conservação
dos imunobiológicos, mas também a administração, a logística, a estrutura física, entre outros
aspectos.

Cadeia de frio
•A cadeia de frio é um processo logístico dentro da Rede de Frio, especificamente destinado à
conservação dos imunobiológicos. Essa cadeia engloba diversas etapas, incluindo recebimento,
armazenamento, distribuição e transporte. O objetivo é realizar todas essas etapas de maneira
oportuna e eficiente, garantindo a preservação das características originais dos
imunobiológicos. Em resumo, a cadeia de frio assegura que as vacinas sejam manuseadas e
transportadas de forma apropriada para manter sua eficácia até o momento da administração.

5.2) Atribuição do MS, SES e SMS

•Responsável: Ministério da Saúde (MS).


•O MS é responsável pela aquisição e fornecimento às Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios das vacinas preconizadas nos Calendários e nas Campanhas Nacionais de
Aquisição de Vacinação.
Vacinas:

•Responsável: De acordo com as competências de cada esfera de direção do SUS.


•Os insumos necessários ao atendimento dos Calendários e das Campanhas Nacionais de Vacinação, como
seringas, agulhas e impressos para registro das atividades de vacinação, são fornecidos às unidades de
Insumos saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) conforme as competências de cada esfera de direção do SUS.
(Seringas, Geralmente, seringas e agulhas são adquiridas por outras competências, frequentemente pelos Estados.
Agulhas e
Impressos):

•Responsável: Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.


•Compete às Secretarias de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios a gestão da Rede de
Frio, observando o disposto na Portaria n. 1.429/GM/MS, de 3 de julho de 2014. A Rede de Frio é
Gestão da fundamental para garantir a conservação adequada dos imunobiológicos, incluindo as vacinas.
Rede de Frio:

5.3 Caderneta de Vacinação

A caderneta de vacinação é um documento pessoal e intransferível, válido em todo o território


nacional. Sua atualização deve seguir as indicações do Calendário Nacional de Vacinação, sendo um
instrumento essencial para registrar as imunizações recebidas ao longo da vida. Vale destacar que,
embora exista um calendário internacional, apoiado pelas recomendações da Agência Nacional de

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Vigilância Sanitária (Anvisa) para viagens, a caderneta tem validade específica dentro do território
nacional.

Importante!
A atualização da caderneta vacinal, especialmente a da criança, contém informações cruciais
frequentemente cobradas em provas. Portanto, lembre-se que a competência da Secretaria de
Vigilância em Saúde (SVS/MS) inclui a edição de normas complementares para a implantação
e cumprimento do Calendário Nacional de Vacinação, do Calendário Nacional de Vacinação
dos Povos Indígenas e das Campanhas Nacionais de Vacinação. Essas normas são essenciais para
a atualização e adequação do calendário, refletindo mudanças temporárias ou perenes, como
exemplificado na ampliação da vacina HPV em imunossuprimidos em 2022 e a inclusão de HPV para
mulheres de 9 a 45 anos em 2021.

Tome nota!
A comprovação da vacinação é efetuada por meio do cartão ou caderneta de vacinação, emitido
por unidades de saúde públicas e privadas devidamente credenciadas no âmbito do SUS. Este
documento deve conter as seguintes informações essenciais:

•I. Incluindo nome completo, data de nascimento e endereço;


•II. Nome da vacina;
•III. Data da aplicação da vacina;

Dados pessoais: •IV. Número do lote da vacina;


•V. Laboratório produtor da vacina;
•VI. Unidade vacinadora responsável pela aplicação;
•VII. Nome do profissional vacinador.

6) Políticas Públicas de vigilância em saúde e a vigilância em saúde no âmbito do SUS

A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) é uma estratégia governamental que visa
promover a qualidade de vida e a saúde da população brasileira. Ela busca ir além do tratamento
de doenças, concentrando-se na prevenção e promoção de hábitos saudáveis. A PNPS incorpora a
ideia de que fatores sociais, econômicos, culturais e ambientais influenciam a saúde, e,
portanto, medidas devem ser implementadas em diferentes setores, como educação, trabalho,
transporte e meio ambiente, para impactar positivamente a saúde da população.

As políticas públicas de vigilância em saúde desempenham um papel crucial no âmbito do Sistema


Único de Saúde (SUS), representando uma abordagem estratégica para monitorar, prevenir e
controlar doenças e agravos à saúde da população. Esse conjunto de práticas visa garantir um
ambiente saudável, promover a detecção precoce de problemas de saúde e intervir de maneira
eficaz, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da sociedade. Vamos explorar os principais
componentes dessa abordagem abrangente:

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Vigilância Epidemiológica:
•Definição e Monitoramento de Doenças: A vigilância epidemiológica foca na identificação e
monitoramento de doenças transmissíveis, não transmissíveis e outros agravos à saúde. Ela permite uma
análise detalhada das ocorrências, possibilitando a implementação de medidas preventivas e de controle.
•Investigação de Surto: Em situações de surtos ou epidemias, a vigilância epidemiológica atua de forma ágil
na identificação das causas, no rastreamento de contatos e na implementação de estratégias para conter a
propagação da doença.

Vigilância Sanitária:
•A vigilância sanitária visa garantir a qualidade, segurança e eficácia de produtos e serviços que impactam a
saúde da população. Isso inclui a fiscalização de medicamentos, alimentos, cosméticos, serviços de saúde,
entre outros.
•Normatização e Fiscalização: Ela estabelece normas e regulamentos, fiscalizando o cumprimento dessas
diretrizes para assegurar que os produtos e serviços disponíveis no mercado atendam aos padrões
estabelecidos.

Vigilância Ambiental em Saúde:


•Monitoramento do Ambiente: A vigilância ambiental concentra-se na identificação, avaliação e controle de
fatores ambientais que possam representar riscos à saúde humana. Isso inclui a análise da qualidade da
água, do ar, do solo, bem como a identificação de locais com potencial contaminação.
•Prevenção de Doenças Relacionadas ao Ambiente: Ao identificar e intervir em situações de risco ambiental,
a vigilância ambiental contribui para a prevenção de doenças associadas a condições inadequadas do meio
ambiente.

Vigilância em Saúde do Trabalhador:


•Proteção do Trabalhador: A vigilância em saúde do trabalhador visa identificar, prevenir e controlar riscos
à saúde relacionados ao ambiente de trabalho. Ela promove a proteção da saúde dos trabalhadores,
investigando casos de doenças ocupacionais e acidentes de trabalho.
•Ações Educativas e Preventivas: Além da investigação, essa forma de vigilância promove ações educativas e
preventivas nos locais de trabalho, contribuindo para a promoção de ambientes laborais mais saudáveis.

Essas políticas públicas de vigilância em saúde, no contexto do SUS, buscam antecipar e controlar
eventos que possam comprometer a saúde da população, assegurando uma resposta rápida e
eficaz a situações de risco. A integração dessas ações contribui para a construção de um sistema
de saúde mais resiliente e voltado para a promoção e proteção da saúde.

Parabéns por ter concluído o estudo da matéria!

Bora para cima!

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