Caderno Mapeado - CNU - Eixo Temático 2 - Políticas Públicas
Caderno Mapeado - CNU - Eixo Temático 2 - Políticas Públicas
Caderno Mapeado - CNU - Eixo Temático 2 - Políticas Públicas
Nele foi inserido toda a teoria sobre a matéria cobrada no certame, para facilitar a sua
compreensão, e marcações das partes mais importantes.
Assim, trabalharemos os assuntos mais importantes para a sua prova com foco na
banca Cesgranrio.
Caso tenha qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando seus
questionamentos para o suporte: [email protected] e WhatsApp.
Bons Estudos!
Rumo à Aprovação!!
Pessoal!
Antes de iniciarmos o estudo do Eixo temático 2 - Políticas Públicas (bloco 4), apresentaremos os
assuntos que são cobrados no edital. Siga firme com os estudos que a aprovação virá!!
CONTEÚDO
6 Mobilização, organização e participação social nos processos de gestão das instituições estatais: 6.1
Conselhos, conferências e outros fóruns. 6.2 Mecanismos legais e institucionais de ampliação, diversificação
e garantia de direitos individuais, coletivos e difusos. Controle social.
8 Participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), Lei nº 8142/1990 e alterações;
8.1 Organização do Sistema Único de Saúde (SUS), Decreto 7.508/2011 e alterações. 8.2 Programa Nacional
de Imunização (PNI). 8.3 Política Nacional de Promoção da Saúde. 8.4 Políticas Públicas de vigilância em
saúde; a vigilância em saúde no âmbito do SUS.
1) Introdução
Iniciaremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre o Eixo temático 2 – Políticas Públicas
(Bloco 4) para todos os blocos de nível superior:
2) Considerações iniciais
A Lei nº 8.080/1990 é um dos pilares da legislação que sustenta o Sistema Único de Saúde (SUS) no
Brasil. Promulgada em 19 de setembro de 1990, essa lei desempenha um papel crucial na
estruturação e no funcionamento do sistema de saúde do país. Ela define diretrizes, princípios e
mecanismos que orientam a gestão da saúde no Brasil, estabelecendo as bases legais para a
prestação de serviços, a organização do sistema, o financiamento, e a participação da sociedade na
tomada de decisões em saúde.
O artigo 1º da Lei 8.080/90 é um dos pilares fundamentais que estruturam o sistema de saúde no
Brasil. Sua função é estabelecer as bases legais para a regulação, organização e execução das ações
e serviços de saúde em todo o território nacional. Veja o que dispõe o referido dispositivo legal:
Art. 1º da Lei 8.080/90. Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de
saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por
pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado.
O texto inicia esclarecendo que a lei é aplicável em "todo o território nacional", proporcionando
uma uniformidade nas diretrizes e práticas relacionadas à saúde.
A lei estabelece que tais ações e serviços podem ser executados por pessoas naturais ou jurídicas.
Isso significa que tanto indivíduos quanto entidades organizadas, como hospitais, clínicas, órgãos
públicos e organizações privadas, têm um papel importante na implementação das políticas de
saúde.
1) todo o
território
nacional
5) por pessoas
naturais ou 2) ações e
jurídicas de serviços de
direito Público saúde
ou privado
Disposição
preliminar
Lei 8.080/90
4) em caráter 3) executados
permanente ou isolada ou
eventual conjuntamente
Em síntese, o artigo 1º da Lei 8.080/90, que trata das disposições preliminares, estabelece as bases
para a construção de um sistema de saúde integrado, inclusivo e eficiente, promovendo a
colaboração entre diferentes atores para garantir o direito à saúde a todos os cidadãos brasileiros.
A Lei 8.080/90 apresenta suas disposições gerais nos artigos 2º e 3º. Em razão disso, estudaremos
a seguir cada um deles.
Art. 2º da Lei 8.080/90. A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado
prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
Ao declarar a saúde como um direito fundamental, o legislador destaca sua importância não apenas
como um benefício social, mas como um componente essencial para o pleno exercício da vida e da
cidadania. A saúde, portanto, não é vista apenas como a ausência de doenças, mas como um estado
de bem-estar físico, mental e social.
Além disso, ao afirmar que o Estado deve prover as condições indispensáveis ao pleno exercício
desse direito, a lei atribui ao poder público a responsabilidade de criar e manter estruturas, políticas
e serviços que garantam o acesso universal, equitativo e integral à saúde.
Essa responsabilidade estatal envolve a criação de condições propícias para prevenção, diagnóstico,
tratamento e reabilitação da saúde. Abrange, ainda, a promoção de ações que visem à melhoria das
condições de vida, ambiente e saneamento, contribuindo para a prevenção de doenças.
Dessa maneira, verifica-se que o artigo 2º da Lei 8.080/90 consolida a saúde como um direito
fundamental, atribuindo ao Estado a obrigação de criar as condições necessárias para que todos os
cidadãos possam desfrutar plenamente desse direito, reforçando a ideia de que a saúde é um
elemento essencial para a construção de uma sociedade justa e equitativa.
Art. 2º, §1º, da Lei 8.080/90. O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e
execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de
outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e
igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
Além disso, o Estado também é responsável por estabelecer condições que assegurem o acesso
universal e igualitário às ações e serviços de saúde. Isso significa que a busca pela equidade no
acesso aos cuidados de saúde é uma preocupação central, visando superar desigualdades sociais e
regionais que possam existir.
Já o parágrafo 2º do mesmo artigo destaca que o dever do Estado não exclui as responsabilidades
das pessoas, das famílias, das empresas e da sociedade em geral.
Ou seja, a busca pela saúde não é uma responsabilidade exclusiva do poder público. Cada indivíduo,
núcleo familiar, empresa e a sociedade como um todo também têm um papel ativo nesse processo.
O artigo 3º da Lei 8.080/90 traz uma perspectiva abrangente ao afirmar que os níveis de saúde de
uma sociedade refletem a sua organização social e econômica. Isso significa que a saúde não é
apenas uma questão individual, mas está intrinsecamente ligada a diversos aspectos que compõem
a estrutura e dinâmica da sociedade. Veja o que dispõe o referido dispositivo:
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Os níveis de saúde são influenciados por uma série de fatores, conhecidos como determinantes e
condicionantes. Dentre esses elementos, destacam-se a alimentação, moradia, saneamento básico,
meio ambiente, trabalho, renda, educação, atividade física, transporte, lazer, e o acesso aos bens e
serviços essenciais. Cada um desses componentes desempenha um papel na formação da saúde de
uma comunidade, contribuindo para o seu bem-estar físico, mental e social.
Por exemplo, a qualidade da alimentação de uma população, seu acesso a moradias dignas, a
existência de saneamento básico adequado e um ambiente saudável são fatores que impactam
diretamente nos níveis de saúde. Da mesma forma, o acesso à educação, ao trabalho e a uma renda
adequada também desempenham papéis cruciais na determinação do estado de saúde de uma
comunidade.
O parágrafo único do artigo 3º reforça que as ações destinadas a garantir o bem-estar físico, mental
e social, conforme mencionado no artigo anterior (direito fundamental à saúde), também fazem
parte do escopo da saúde.
O artigo 4º da Lei 8.080/90 estabelece as bases para a estruturação do Sistema Único de Saúde (SUS)
no Brasil. De maneira sucinta, o SUS é composto pelo conjunto de ações e serviços de saúde
oferecidos por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, incluindo tanto a
Administração direta quanto a indireta, além das fundações mantidas pelo Poder Público. Veja o que
dispõe o referido dispositivo:
Art. 4º da Lei 8.080/90. O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e
instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das
fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).
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Outro ponto relevante é a possibilidade de participação da iniciativa privada no SUS, mas em caráter
complementar. Isso significa que a atuação do setor privado deve ser vista como um complemento
às ações desenvolvidas pelo setor público, não como substituição ou desvio dos objetivos e
princípios fundamentais do sistema.
Para ilustrar, consideremos um hospital público municipal que oferece atendimentos clínicos e
cirúrgicos à população local. Esse hospital integra o SUS, representando a oferta pública de serviços
de saúde. Ao mesmo tempo, um laboratório privado pode participar de forma complementar,
realizando exames específicos que agregam valor aos serviços já disponíveis no hospital público.
O artigo 5º da Lei 8.080/90 delineia os objetivos do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Estes
objetivos expressam a essência e as metas primordiais que norteiam o sistema de saúde público no
país.
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Dessa forma, o artigo 5º representa os pilares estratégicos que fundamentam a atuação do SUS,
orientando-o na busca por uma abordagem holística e preventiva, capaz de enfrentar os desafios
complexos que envolvem a saúde pública.
O artigo 6º da Lei 8.080/90 delimita as áreas de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS),
estendendo suas competências para além da assistência direta à saúde. Esse artigo reflete a
abrangência do SUS, que vai muito além do tratamento de doenças, buscando promover uma visão
integral do bem-estar da população. Veja o que dispõe o referido dispositivo:
Art. 6º da Lei 8.080/90. Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde
(SUS):
I - a execução de ações:
a) de vigilância sanitária;
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Primeiramente, compre frisar que o referido artigo destaca a execução de ações específicas, como
a vigilância sanitária, que visa garantir a qualidade e segurança de produtos e serviços relacionados
à saúde. A vigilância epidemiológica, por sua vez, foca na identificação e controle de doenças
transmissíveis. A inclusão da saúde do trabalhador reconhece a importância da saúde ocupacional
na promoção do bem-estar laboral.
Outras ações incorporadas ao campo de atuação do SUS incluem a assistência terapêutica integral,
englobando o cuidado em todas as fases do tratamento, e a saúde bucal, que ressalta a importância
da promoção e prevenção nessa área.
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Dessa forma, verifica-se o artigo 6º evidencia que o SUS vai além da oferta de tratamento médico,
abraçando uma abordagem abrangente que inclui prevenção, vigilância, cuidados especializados,
formação profissional e intervenções em áreas relacionadas à saúde e qualidade de vida.
Art. 6, § 1º, da Lei 8.080/90. Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz
de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários
decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços
de interesse da saúde, abrangendo:
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Art. 6º, § 2º, da Lei 8.080/90. Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações
que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos
fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de
recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.
A vigilância epidemiológica se configura como uma ferramenta essencial para o sistema de saúde,
proporcionando uma compreensão mais aprofundada dos fatores determinantes e condicionantes
da saúde. Isso inclui o monitoramento de padrões de ocorrência de doenças, identificação de grupos
mais suscetíveis, análise de fatores ambientais e sociais, entre outros.
Para ilustrar, considere o exemplo de uma vigilância epidemiológica voltada para uma doença
infecciosa, como a dengue. Nesse contexto, as ações poderiam incluir a coleta de dados sobre a
incidência da doença em diferentes regiões, a identificação de fatores que propiciam a proliferação
do vetor (o mosquito Aedes aegypti), o acompanhamento de casos suspeitos e confirmados, além
da recomendação e implementação de estratégias preventivas, como campanhas de conscientização
e controle do vetor.
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§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que
se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e
proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde
dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho,
abrangendo:
Saúde do trabalhador abrange uma gama de ações, incluindo a assistência aos trabalhadores vítimas
de acidentes ou portadores de doenças relacionadas ao trabalho. Envolve também a participação
em estudos, pesquisas e controle dos riscos à saúde no ambiente laboral, assim como a normatização
e fiscalização das condições de trabalho e dos equipamentos utilizados.
Além disso, a avaliação do impacto das tecnologias na saúde, a divulgação de informações sobre
riscos aos trabalhadores e sindicatos, e a participação na fiscalização dos serviços de saúde nos locais
de trabalho são aspectos importantes abordados pelo texto legal.
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O parágrafo 4º do artigo 6º da Lei 8.080/90 define o conceito de saúde bucal, estabelecendo que
se trata de um conjunto coordenado de ações que abrangem desde a promoção até a reabilitação
odontológica, tanto em nível individual quanto coletivo, integradas ao contexto da atenção integral
à saúde.
Saúde bucal engloba todas as medidas relacionadas à saúde da boca, dos dentes e das estruturas
bucais, visando não apenas a prevenção de doenças, mas também a promoção da saúde oral e a
recuperação da funcionalidade em casos de problemas dentários ou bucais.
Isso significa que as ações de saúde bucal devem ser desenvolvidas em diversos níveis de
complexidade, desde a atenção primária até os serviços especializados, de forma a atender às
necessidades individuais e coletivas da população.
Exemplos de ações de saúde bucal incluem a promoção de hábitos saudáveis de higiene bucal,
como a escovação regular dos dentes e o uso de fio dental, a realização de exames odontológicos
periódicos, a aplicação de flúor para prevenção de cáries, o tratamento de doenças gengivais,
restaurações dentárias, extrações e até mesmo a reabilitação oral com próteses ou implantes
dentários, quando necessário.
Portanto, o parágrafo 4º do artigo 6º da Lei 8.080/90 reconhece a importância da saúde bucal como
parte integrante da atenção à saúde de forma abrangente, destacando a necessidade de ações que
promovam a saúde e previnam doenças, além de oferecer tratamento e reabilitação quando
necessário, visando ao bem-estar e à qualidade de vida da população.
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Na prevenção são incluídas ações educativas para conscientização sobre os riscos associados ao uso
indevido de substâncias tóxicas, bem como medidas de controle e regulamentação para reduzir a
exposição a esses agentes. Por exemplo, campanhas de educação sobre o uso correto de
medicamentos e a armazenagem segura de produtos químicos.
Quanto ao tratamento, são adotadas medidas para neutralizar os efeitos da intoxicação e promover
a recuperação do indivíduo afetado. Isso pode envolver a administração de antídotos, a lavagem
gástrica, a hidratação e outros procedimentos médicos para minimizar os danos causados pela
substância tóxica.
O artigo 7º da Lei 8.080/90 estabelece os princípios norteadores das ações e serviços públicos de
saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Esses princípios são fundamentais para garantir
uma atuação coesa, eficiente e equitativa no setor de saúde. Nesse sentido, veja o que dispõe o
referido dispositivo:
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral;
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X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico;
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins
idênticos.
Preservar a autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral é um princípio
que destaca a importância do respeito à vontade e aos direitos dos indivíduos no contexto da
assistência à saúde.
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A integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico é um
princípio que reconhece a interconexão entre diferentes áreas e promove a abordagem integrada
para otimizar resultados.
A organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos é
um princípio que visa evitar a redundância e otimizar a eficiência na oferta de serviços de saúde.
Por fim, o artigo inclui um princípio adicional, introduzido pela Lei nº 13.427, de 2017, que destaca
a necessidade de organizar atendimento público específico e especializado para mulheres e
vítimas de violência doméstica, conforme a Lei nº 12.845, de 2013. Esse princípio visa garantir
atendimento abrangente, incluindo aspectos psicológicos e cirurgias plásticas reparadoras, quando
necessário.
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Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja
diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão organizados
de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente.
Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I do art.
198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes
órgãos:
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão
equivalente; e
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente.
Dessa maneira, tem-se que a regionalização e hierarquização garantem uma distribuição equitativa
dos serviços, considerando as necessidades específicas de cada localidade, enquanto a direção única
busca promover a unidade e a coordenação na gestão do SUS em todo o país. Esses princípios são
essenciais para que o sistema de saúde possa atender de maneira eficiente e igualitária a população
brasileira.
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Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto as ações
e os serviços de saúde que lhes correspondam.
A ideia por trás desse artigo é que, ao unirem esforços, os municípios podem otimizar a utilização
de recursos e compartilhar responsabilidades, beneficiando-se de uma abordagem mais coesa e
coordenada. Isso é especialmente relevante em áreas geográficas onde a população de um único
município não justificaria a implementação de determinados serviços de saúde, mas a cooperação
regional torna possível oferecer um cuidado mais abrangente e especializado.
O parágrafo 1º destaca que, mesmo nos consórcios intermunicipais, deve ser aplicado o princípio da
direção única, garantindo que as ações e serviços estejam alinhados com as diretrizes do Sistema
Único de Saúde (SUS). Os atos constitutivos desses consórcios devem dispor sobre a observância
desse princípio.
Portanto, o artigo 10 incentiva a cooperação entre municípios por meio de consórcios e destaca a
importância da direção única, mesmo nessas parcerias, para manter a coerência e alinhamento com
os princípios do SUS. Essa abordagem colaborativa busca aprimorar a entrega de serviços de saúde
à população.
Momento da questão
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Nos termos da Lei nº 8.080/1990, os municípios, para desenvolver em conjunto as ações e os serviços
de saúde que lhes correspondam, poderão constituir
a) empresas
b) consórcios
c) organizações
d) sociedades
e) associações
Gabarito: Letra B.
Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto as ações
e os serviços de saúde que lhes correspondam.
Seguindo nesse tema, e adentrando em um assunto que é muito cobrado em prova, vamos trabalhar
sobre as comissões intersetoriais de âmbito nacional. O artigo 12 da Lei 8.080/90 trata da criação de
comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde. Estas
comissões são compostas por representantes dos Ministérios e órgãos competentes, bem como por
entidades da sociedade civil. Veja a íntegra desse dispositivo:
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho
Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por entidades
representativas da sociedade civil.
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Para exemplificar, imagine um programa nacional de combate à obesidade. Esse programa pode
envolver não apenas ações diretas na área da saúde, como campanhas de conscientização e oferta
de tratamento nutricional, mas também requer a participação de setores como educação, esportes,
agricultura e indústria alimentícia. As comissões intersetoriais são responsáveis por articular essas
ações, envolvendo diferentes ministérios e entidades da sociedade civil para garantir uma
abordagem holística e eficaz.
O parágrafo único destaca a finalidade específica dessas comissões, que é articular políticas e
programas que transcendem o escopo exclusivo do SUS. Dessa forma, o artigo 12 reforça a
importância da colaboração e integração interdisciplinar na promoção da saúde, reconhecendo a
natureza multifacetada dos determinantes da saúde e a necessidade de uma abordagem coordenada
para endereçá-los.
Momento da questão
e) Ministério da Fazenda
Gabarito: Letra A.
Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho
Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por entidades
representativas da sociedade civil.
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Saúde do Trabalhador: Envolvem ações que visam proteger a saúde dos trabalhadores,
considerando os riscos ocupacionais. Exemplo: programas de prevenção de acidentes e doenças
relacionadas ao ambiente de trabalho.
alimentação e nutrição;
ciência e tecnologia; e
saúde do trabalhador.
Essas atividades representam áreas estratégicas que, quando integradas de maneira articulada,
potencializam a efetividade das ações em saúde. O artigo 13 reforça a abordagem interdisciplinar e
integrada necessária para lidar com os diversos determinantes da saúde e promover o bem-estar da
população.
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Esses conselhos têm um papel fundamental na articulação e representação dos interesses dos
gestores de saúde em âmbito nacional. O Conass representa os estados, enquanto o Conasems
representa os municípios. Sua atuação é respaldada por recursos provenientes do orçamento geral
da União, disponibilizados por meio do Fundo Nacional de Saúde, destinados a subsidiar suas
despesas institucionais. Além disso, têm a prerrogativa de firmar convênios com a União para
fortalecer suas atividades.
A ideia por trás desse dispositivo legal é fortalecer a representatividade dos gestores de saúde,
promovendo a cooperação entre diferentes esferas administrativas. Ao garantir recursos e
reconhecimento formal, a lei visa assegurar que essas entidades exerçam efetivamente sua função
de defesa dos interesses estaduais e municipais no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). Esse
reconhecimento contribui para uma gestão mais integrada e alinhada aos princípios e diretrizes
estabelecidos para o setor da saúde no país.
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a) Nacional de Saúde
b) Federal de Prevenção
c) Especial de Emergências
d) de Seguridade Social
e) de Assistência Social
Gabarito: Letra A.
Comentário: É a previsão do art. 14-B, §1º, da Lei 8.080/90. Veja a íntegra do referido dispositivo:
Art. 14-B, § 1º. O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento geral da União por
meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas institucionais,
podendo ainda celebrar convênios com a União
O artigo 15 da Lei 8.080/90 delineia as atribuições específicas que União, Estados, Distrito Federal e
Municípios devem exercer no âmbito administrativo para assegurar a efetividade do Sistema Único
de Saúde (SUS). Essas atribuições abrangem diversas esferas, desde o controle e fiscalização até a
elaboração de normas, o gerenciamento de recursos financeiros e a coordenação de ações
estratégicas. Veja a íntegra desse dispositivo:
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito
administrativo, as seguintes atribuições:
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A elaboração de propostas orçamentárias do SUS, a regulação das atividades dos serviços privados
de saúde, a participação na formulação e execução da política de saneamento básico e a realização
de operações externas de interesse da saúde também estão contempladas nessas atribuições.
Esse conjunto de responsabilidades destaca o papel crucial de cada ente federativo na construção e
manutenção de um sistema de saúde robusto e eficiente, alinhado aos princípios e diretrizes
estabelecidos para o SUS. Essas medidas visam promover a universalidade, integralidade e equidade
no acesso aos serviços de saúde em todo o território nacional.
b) Da competência
O artigo 16 da Lei 8.080/90 delineia as competências da direção nacional do Sistema Único de Saúde
(SUS). Essas competências são fundamentais para a formulação, coordenação e execução de políticas
e ações estratégicas na esfera da saúde em âmbito nacional. Veja a íntegra desse dispositivo:
Art. 16. À direção nacional do SUS compete: (Redação dada pela Lei nº 14.572, de 2023)
b) de saneamento básico; e
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d) vigilância sanitária;
V - participar da definição de normas, critérios e padrões para o controle das condições e dos
ambientes de trabalho e coordenar a política de saúde do trabalhador;
XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
para o aperfeiçoamento da sua atuação institucional;
XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e os
serviços privados contratados de assistência à saúde;
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Dessa forma, verifica-se que o artigo 16 da Lei 8.080/90 traz dispositivos importantes relacionados à
atuação da União em situações específicas no âmbito da saúde pública. O §1º estabelece que a União
pode executar ações de vigilância epidemiológica e sanitária em circunstâncias especiais, como na
ocorrência de agravos à saúde que fogem ao controle estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou
representam risco de disseminação nacional. Em termos práticos, isso significa que, diante de
eventos de grande impacto ou de difícil controle por instâncias estaduais, a União pode intervir para
garantir medidas eficazes de vigilância e controle sanitário.
O §2º aborda situações epidemiológicas que caracterizem emergência em saúde pública. Nesses
casos, é permitido um procedimento simplificado para a remessa de patrimônio genético ao exterior,
conforme estabelecido em regulamento. Isso se refere à flexibilização de trâmites burocráticos para
o envio de material genético em situações de emergência em saúde, facilitando processos
importantes para pesquisas e desenvolvimento de medidas de enfrentamento.
O §3º trata da repartição dos benefícios resultantes da exploração econômica de produto acabado
ou material reprodutivo proveniente do acesso ao patrimônio genético mencionado no §2º. Essa
repartição de benefícios segue os termos da Lei nº 13.123/2015, que regulamenta o acesso ao
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Esses dispositivos (§1º, 2º e 3 do art. 16) destacam a flexibilidade e adaptabilidade do SUS para lidar
com situações excepcionais, garantindo uma resposta eficiente e equitativa em momentos críticos
para a saúde pública nacional.
O artigo 17 da Lei 8.080/90 atribui à direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) uma série de
competências que visam fortalecer a gestão e a oferta de serviços de saúde no âmbito estadual.
Essas responsabilidades abrangem desde a descentralização dos serviços para os municípios até a
coordenação de redes especializadas e a formulação de normas suplementares. Veja a íntegra desse
dispositivo:
III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar supletivamente ações e
serviços de saúde;
a) de vigilância epidemiológica;
b) de vigilância sanitária;
d) de saúde do trabalhador;
V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do meio ambiente que
tenham repercussão na saúde humana;
VII - participar das ações de controle e avaliação das condições e dos ambientes de trabalho;
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No aspecto financeiro e técnico, a direção estadual presta apoio aos municípios, executando
supletivamente ações e serviços de saúde quando necessário. Coordena e executa, de maneira
complementar, ações nas áreas de vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, alimentação e
nutrição, saúde do trabalhador e saúde bucal.
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III - participar da execução, controle e avaliação das ações referentes às condições e aos
ambientes de trabalho;
IV - executar serviços
a) de vigilância epidemiológica;
b) vigilância sanitária;
c) de alimentação e nutrição;
e) de saúde do trabalhador;
VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que tenham repercussão sobre
a saúde humana e atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais competentes, para
controlá-las;
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e convênios com entidades
prestadoras de serviços privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua execução;
Colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que impactam a saúde humana, gerir
laboratórios públicos de saúde e hemocentros, participar da execução da vigilância sanitária em
portos, aeroportos e fronteiras são aspectos que ressaltam a interconexão entre as esferas municipal,
estadual e federal na promoção da saúde.
Fique atento!
O artigo 19-I da Lei 8.080/90 institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), duas modalidades
de assistência de extrema relevância: o atendimento domiciliar e a internação domiciliar. Essas
modalidades visam proporcionar cuidados de saúde de forma integral e personalizada, levando os
serviços de saúde diretamente ao domicílio dos pacientes. Veja a íntegra desse dispositivo:
Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o atendimento domiciliar
e a internação domiciliar.
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Esses serviços são executados por equipes multidisciplinares, abrangendo profissionais de diversas
áreas, o que permite uma abordagem abrangente e holística. As equipes atuam nos níveis de
medicina preventiva, terapêutica e reabilitadora, assegurando que as necessidades específicas de
cada paciente sejam atendidas de maneira abrangente.
O artigo 19-J da Lei 8.080/90, incluído pela Lei nº 11.108/2005, estabelece um avanço significativo
no contexto da assistência à saúde da mulher. Ele assegura o direito da parturiente de ter a presença
de 1 (um) acompanhante durante todo o processo de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato
nos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), seja na rede própria ou conveniada. Veja a
íntegra desse dispositivo:
Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou
conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um)
acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado pela parturiente.
(Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
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O texto da lei destaca a necessidade de regulamentação das ações destinadas a viabilizar esse direito,
o que permite uma padronização e orientação mais específica por meio do regulamento a ser
elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo.
Essa medida visa fortalecer a humanização no processo de parto, considerando não apenas o
aspecto clínico, mas também a experiência emocional e social da gestante, contribuindo para um
cuidado mais integral e centrado na pessoa.
6.1) Do funcionamento
Os artigos 20, 21, 22 e 23 da Lei 8.080/90 tratam do funcionamento dos serviços privados na
assistência à saúde no Brasil. Veja a íntegra desse dispositivo:
Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se pela atuação, por iniciativa
própria, de profissionais liberais, legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito
privado na promoção, proteção e recuperação da saúde.
38
a) hospital geral, inclusive filantrópico, hospital especializado, policlínica, clínica geral e clínica
especializada; e (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento de
seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social; e (Incluído pela
Lei nº 13.097, de 2015)
IV - demais casos previstos em legislação específica. (Incluído pela Lei nº 13.097, de 2015)
O Art. 20 define os serviços privados de assistência à saúde como aqueles prestados por profissionais
liberais legalmente habilitados, bem como por pessoas jurídicas de direito privado, sempre voltados
para a promoção, proteção e recuperação da saúde. Esse setor, por iniciativa própria, colabora para
a oferta diversificada de serviços na área da saúde.
O Art. 21 estabelece que a assistência à saúde é livre à iniciativa privada, destacando o caráter plural
e diversificado do sistema de saúde brasileiro, no qual os serviços públicos e privados coexistem para
atender às necessidades da população.
O Art. 22, por sua vez, destaca a importância da observância, pelos serviços privados, dos princípios
éticos e das normas expedidas pelo órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa
regulamentação visa garantir padrões de qualidade e segurança na prestação dos serviços,
promovendo uma assistência de saúde alinhada aos objetivos do SUS.
39
Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura
assistencial à população de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá
recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada.
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos terão
preferência para participar do Sistema Único de Saúde (SUS).
§ 3° (Vetado).
O Art. 24 estabelece que, quando os recursos públicos disponíveis não forem suficientes para atender
plenamente a população de uma determinada área, o SUS pode recorrer aos serviços oferecidos pela
iniciativa privada. Essa participação complementar é formalizada por meio de contratos ou
40
O Art. 25 destaca que, nesses casos, as entidades filantrópicas e sem fins lucrativos têm preferência
para participar do SUS. Essas organizações, por sua natureza, têm um compromisso social e podem
contribuir significativamente para a oferta de serviços de saúde à comunidade.
O Art. 26 estabelece os critérios e valores para a remuneração dos serviços privados contratados
pelo SUS. A direção nacional do SUS, em conjunto com o Conselho Nacional de Saúde, define esses
parâmetros, garantindo que o financiamento seja adequado para manter a qualidade na execução
dos serviços. Isso inclui a necessidade de um demonstrativo econômico-financeiro que assegure a
eficácia da execução dos serviços contratados.
Além disso, o texto destaca que os serviços contratados devem estar em conformidade com as
normas técnicas e administrativas, bem como seguir os princípios e diretrizes do SUS. É crucial
manter o equilíbrio econômico e financeiro do contrato para garantir a sustentabilidade dessas
parcerias.
Finalmente, o Art. 26, §4º, proíbe que os proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou
serviços contratados exerçam cargos de chefia ou funções de confiança no SUS, evitando conflitos
de interesse e garantindo a transparência e imparcialidade na gestão do sistema de saúde.
7) Da telessaúde
O Art. 26-A da Lei 8.080/90, incluído pela Lei nº 14.510, de 2022, versa sobre a telessaúde, uma
modalidade que envolve a prestação remota de serviços relacionados a todas as profissões da área
da saúde, conforme regulamentadas pelos órgãos competentes do Poder Executivo federal.
Os princípios fundamentais que norteiam a telessaúde, conforme estabelecidos pelo referido artigo,
refletem uma abordagem ética e prática dessa modalidade. A autonomia do profissional de saúde
(I) é assegurada, reconhecendo sua capacidade de atuação à distância. O consentimento livre e
informado do paciente (II) é crucial, garantindo que o indivíduo compreenda e concorde com a
prestação de serviços por meio da telessaúde.
A assistência segura e com qualidade ao paciente (V) reforça o compromisso com a excelência na
prestação de serviços de saúde. A confidencialidade dos dados (VI) protege a privacidade do
paciente, enquanto a promoção da universalização do acesso (VII) busca garantir que a telessaúde
contribua para a ampla disponibilidade de serviços de saúde.
41
9) Do financiamento
O Art. 31 da Lei 8.080/90 estabelece as diretrizes para a destinação de recursos ao Sistema Único de
Saúde (SUS) por meio do orçamento da seguridade social. De acordo com a receita estimada, são
alocados recursos necessários para cumprir os objetivos do SUS, considerando metas e prioridades
da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
As fontes de recursos adicionais, conforme o Art. 32, incluem serviços que não prejudiquem a
assistência à saúde, doações, alienações patrimoniais, taxas e preços públicos, entre outros. Esses
recursos são fundamentais para complementar o orçamento e ampliar a capacidade de atendimento
do SUS.
É importante destacar que parte da receita (inciso I do Art. 32) é destinada à recuperação de viciados,
evidenciando a abrangência do SUS em contemplar não apenas a assistência médica tradicional, mas
também questões sociais relacionadas à saúde.
42
No contexto das ações de saneamento, o SUS pode atuar supletivamente, financiando-as com
recursos tarifários específicos, além de contribuições da União, Estados, Distrito Federal, Municípios
e do Sistema Financeiro da Habitação (SFH).
O Art. 33 da Lei 8.080/90 trata da gestão financeira do Sistema Único de Saúde (SUS) e estabelece
diretrizes para o controle e movimentação dos recursos alocados para a saúde pública no Brasil.
Segundo o texto, os recursos financeiros do SUS devem ser depositados em contas especiais,
específicas para cada esfera de atuação do sistema, seja municipal, estadual ou federal. Essas contas
são movimentadas sob a fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde, garantindo transparência
e controle social sobre o uso dos recursos.
O Ministério da Saúde, por meio de seu sistema de auditoria, tem a responsabilidade de acompanhar
a conformidade à programação aprovada para a aplicação dos recursos repassados a Estados e
Municípios. Caso seja constatada malversação, desvio ou não aplicação dos recursos, o Ministério da
Saúde está autorizado a aplicar as medidas previstas em lei, garantindo a responsabilização em casos
de irregularidades.
Esse artigo, ao estabelecer essas diretrizes, busca assegurar a correta destinação dos recursos
públicos para a saúde, promovendo a transparência, a accountability e a efetividade na execução das
políticas e ações do SUS.
43
O Art. 36 estabelece que o processo de planejamento e orçamento do SUS seguirá uma abordagem
ascendente, partindo do nível local até o federal. Esse processo deve envolver a participação dos
órgãos deliberativos, garantindo a compatibilização entre as necessidades da política de saúde e a
disponibilidade de recursos nos planos de saúde de Municípios, Estados, Distrito Federal e União. Os
planos de saúde, por sua vez, servirão como base para as atividades e programações em cada nível
de direção do SUS, com seu financiamento previsto na proposta orçamentária correspondente. A
transferência de recursos fica limitada às ações contempladas nos planos de saúde, ressalvadas
situações emergenciais ou de calamidade pública na área de saúde.
Por fim, o Art. 38 proíbe a destinação de subvenções e auxílios a instituições prestadoras de serviços
de saúde com finalidade lucrativa. Essa medida reforça o caráter público e sem fins lucrativos do
SUS, resguardando o direcionamento dos recursos para entidades comprometidas com o bem-estar
da população, alinhadas aos objetivos do sistema de saúde.
Esses dispositivos legais, ao estabelecerem essas diretrizes, visam garantir uma gestão eficiente,
participativa e ética do SUS, promovendo a adequada aplicação dos recursos e a oferta de serviços
de saúde alinhados às reais necessidades da população.
A Lei 8.080/90 destaca o papel relevante da Fundação das Pioneiras Sociais e do Instituto Nacional
do Câncer (INCA) no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). Essas instituições, supervisionadas
pela direção nacional do SUS, servem como referência não apenas na prestação de serviços de saúde,
mas também na formação de recursos humanos e na transferência de tecnologia. Isso significa que
suas práticas e expertise são fundamentais para orientar outras instâncias do sistema, contribuindo
para a excelência e a padronização nos serviços de saúde em todo o país.
Ressalta-se que o Art. 43 destaca a preservação da gratuidade nas ações e serviços de saúde, mesmo
nos casos em que o atendimento é realizado por serviços públicos contratados. Essa disposição
assegura que, ao firmar contratos ou convênios com entidades privadas para a prestação de serviços
de saúde, a gratuidade seja mantida, exceto se houver cláusulas específicas nos contratos que
estabeleçam de outra forma. Essa medida visa garantir o acesso universal e igualitário à saúde,
independentemente da natureza da instituição responsável pela execução dos serviços.
44
1) Introdução
Iniciaremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre o Eixo temático 2 – Políticas Públicas
(Bloco 4) para todos os blocos de nível superior:
Segundo o autor Secchi, uma política pública é definida como "uma diretriz elaborada para
abordar um problema público". Isso quer dizer que uma política pública consiste em dois
elementos essenciais: a intencionalidade pública e a resposta a um problema público. Em outras
palavras, a razão subjacente à criação de uma política pública é a abordagem ou resolução de um
problema considerado como relevante para a coletividade.
Já Dias e Matos, por sua vez, complementam essa definição, explicando que as políticas públicas são
"ações realizadas ou não pelos governos, com o propósito de estabelecer condições equitativas na
45
Por exemplo, vamos considerar uma política pública de educação voltada para a redução das
disparidades no acesso à educação de qualidade. Nesse caso, a intencionalidade pública seria
promover a equidade educacional, enquanto o problema público abordado seria a desigualdade no
acesso à educação. A implementação dessa política visa criar condições que permitam a todos atingir
uma qualidade de vida melhor, alinhada com os princípios da dignidade humana.
Resumindo
realiza com o intuito de obter resultados que promovam o aprimoramento da qualidade de vida
propósitos delineados pelo governo com a finalidade de alcançar o bem-estar social, ou seja, o
benefício coletivo.
Exemplo
Por exemplo, uma política pública na área de saúde pode envolver a implementação de
população como um todo, exemplificando o papel das políticas públicas na busca pelo bem
comum.
3) Dos atores
Os "atores" referem-se a organizações, pessoas ou conjuntos sociais que têm participação e impacto,
seja de forma direta ou indireta, no desenvolvimento de políticas públicas. Em outras palavras, esses
atores desempenham algum tipo de "papel" (função), seja ela direta ou indireta, no cenário político.
Dentro desse contexto, os atores podem ser categorizados como Governamentais e Não
Governamentais.
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Atores
Não governamentaris
a) Atores governamentais são indivíduos ou grupos que possuem funções claramente definidas
pelo Estado. Isso inclui agentes políticos, nomeados politicamente, servidores e funcionários
públicos, além de juízes. Em outras palavras, são aqueles que ocupam posições no aparato estatal e
têm responsabilidades específicas atribuídas pelo poder público.
Por exemplo, em um contexto jurídico, juízes são atores governamentais que aplicam a lei para
garantir a justiça. Em relação à implementação de políticas públicas de saúde, como os servidores
do Ministério da Saúde, são atores governamentais que têm a responsabilidade de executar e
administrar as iniciativas nessa área. Essa categorização destaca a diversidade de funções
desempenhadas por diferentes atores dentro do âmbito governamental.
Em outras palavras, são entidades e grupos que, embora não façam parte diretamente do aparato
estatal, têm um impacto relevante no desenvolvimento e implementação de políticas públicas,
representando uma variedade de interesses e perspectivas na sociedade.
É fundamental compreender que Política Pública e Decisão Política não são termos diferentes. Em
geral, uma política pública vai além de uma simples decisão, envolvendo uma série de ações
estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas. Por outro lado, a decisão
política representa a escolha entre diversas alternativas, refletindo as preferências hierárquicas dos
47
Em outras palavras, uma política pública é resultado de decisões políticas, pois depende das escolhas
feitas pelos tomadores de decisão para atender a necessidades específicas da sociedade. No entanto,
nem toda decisão política se transforma em uma política pública, já que isso demanda um conjunto
mais amplo de ações coordenadas para a efetiva implementação e impacto na sociedade.
Por exemplo, consideremos uma decisão política de aumentar o investimento em educação. Essa
decisão representa uma escolha dentre várias possíveis. No entanto, para se tornar uma política
pública efetiva, seria necessário um conjunto de ações coordenadas, como elaboração de programas
educacionais, treinamento de professores e alocação de recursos específicos para a implementação
bem-sucedida da decisão. Assim, a diferença entre decisão política e política pública reside na
extensão e na abrangência das ações que acompanham e concretizam as escolhas políticas.
Momento da questão
Questão para treino - Com relação à distinção entre política pública e decisão política, analise
as afirmativas a seguir.
I. Uma política pública geralmente envolve mais de uma decisão e requer diversas ações
estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas.
II. A decisão política corresponde a uma escolha dentre as opções de alternativas conforme a
hierarquia das preferências dos atores envolvidos, expressando uma adequação entre os fins
pretendidos e os meios disponíveis.
III. Embora uma política pública implique uma decisão política, nem toda decisão política chega a
constituir uma política pública.
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
Gabarito: Letra E
Comentários:
48
Por exemplo, ao decidir implementar uma política pública voltada para a melhoria da educação, o
governo não se limita a uma única decisão. Em vez disso, são necessárias várias ações coordenadas,
como a formulação de currículos educacionais, a capacitação de professores e a alocação de recursos
para a construção de escolas. Essas medidas estratégicas representam a implementação efetiva da
decisão política inicial de melhorar a qualidade da educação.
A segunda afirmação está correta. De fato, a decisão política implica na escolha entre diferentes
opções, de acordo com a hierarquia das preferências dos atores envolvidos, demonstrando, em
maior ou menor medida, uma adaptação entre os objetivos desejados e os recursos disponíveis.
A terceira afirmação também está correta. Com efeito, pode-se afirmar que uma política pública é
resultante de decisões políticas, indicando que a formulação de políticas depende das escolhas feitas
pelos tomadores de decisão. Em termos mais simples, uma política pública é, de fato, uma
materialização de decisões políticas.
No entanto, é importante destacar que nem toda decisão política se transforma automaticamente
em uma política pública. Isso significa que a efetiva implementação de uma decisão política como
uma política pública requer ações coordenadas e estratégias específicas para alcançar os resultados
desejados na sociedade. Por exemplo, a decisão política de combater a desigualdade social pode
demandar uma série de medidas e programas específicos para se tornar uma política pública efetiva.
Segundo o autor Secchi, o ciclo de políticas públicas é um modelo que organiza a trajetória de uma
política pública em fases sequenciais e interdependentes. No entanto, o autor ressalta que esse
ciclo raramente reflete a dinâmica real de uma política pública, pois as fases geralmente se
apresentam de maneira misturada, e as sequências podem se alternar.
Em outras palavras, as políticas públicas são compostas por várias fases que ocorrem de maneira
interligada e sequencial. No entanto, é importante observar que essas fases podem acontecer
simultaneamente, se sobrepondo umas às outras, ou até mesmo em uma ordem diferente do que
sugere o modelo padrão.
Para o referido autor, o ciclo de políticas públicas é constituído pelas fases a seguir:
49
1) Identificação do problema
2) Formação da agenda
3) Formulação de alternativas
4) Tomada de decisão
5) Implementação
6) Avaliação
7) Extinção
Para aprofundarmos o estudo, neste momento, vamos identificar as fases das políticas públicas na
visão de Howlett e Ramesh.
Construção da
agenda;
Formulação da
Avaliação.
política;
Tomada de
Implementação;
decisão;
50
A tomada de decisão representa a etapa em que se opta por uma ação (ou não ação) para lidar com
um problema público. Durante essa fase, os agentes políticos escolhem, dentre as alternativas
disponíveis, aquela que consideram ser a melhor solução para o problema em questão.
Para ilustrar, consideremos uma situação em que o governo está formulando políticas para combater
a desigualdade de renda. Na fase de tomada de decisões, os formuladores de políticas decidiriam
sobre as medidas específicas a serem implementadas, como a criação de programas sociais ou
ajustes nos impostos. Essa escolha estratégica é parte integrante do processo de formulação de
políticas públicas, conforme o modelo destacado.
51
Modelos de
Garbage can Modelo
(lata de lixo) tomada de Incremental
decisão
Mixed-scanning
(Sondagem
mista)
O Modelo de Decisão Racional opera sob a premissa de que as consequências de cada opção de
política pública podem ser previstas antecipadamente. Segundo o modelo, os tomadores de decisão
devem escolher a opção que maximize a realização de seus objetivos, valores e metas individuais.
Apesar de parecer um modelo "ideal" que leva a uma implementação mais eficiente de políticas
públicas, sua aplicação é desafiadora, uma vez que requer uma quantidade significativa de
informações. Por exemplo, ao decidir sobre uma política para melhorar o sistema de transporte
público em uma cidade, os responsáveis pela tomada de decisão precisariam avaliar minuciosamente
os custos e benefícios de diferentes abordagens antes de implementar a medida mais eficaz.
O Modelo Incremental busca abordar problemas de forma gradual, evitando mudanças bruscas ou
rupturas significativas. Em vez de estabelecer objetivos específicos e avaliar decisões que possam
52
Dessa forma, o Modelo de Decisão Incremental analisa a tomada de decisão pública como um
processo com limitações de tempo e informação, caracterizado por conflitos, negociações e
compromissos entre os decisores com interesses próprios. Nesse modelo, ao invés de adotar
alternativas de "maximização", espera-se que as decisões resultem de novas propostas em relação
aos resultados de decisões anteriores, geralmente resultando em mudanças incrementais do que era
antes.
Enquanto o modelo racional aborda o problema de forma abrangente desde o início, o modelo
incremental define e redefine o problema ao longo do processo, adaptando-se à medida que novas
informações e circunstâncias emergem. Por exemplo, ao lidar com questões de tráfego em uma
cidade, o modelo incremental poderia envolver a implementação gradual de medidas como
alterações nas sinalizações e pequenas modificações nas vias, em vez de uma reestruturação
completa do sistema viário.
Momento da questão
Questão para treino - A tomada de decisão é a função de política pública em que se decide tomar
um curso de ação (ou não ação) para tratar de um problema de políticas. Cientistas de políticas
públicas usam uma variedade de modelos para capturar a dinâmica da tomada de decisão de
políticas públicas. Acerca desse assunto, julgue a assertiva a seguir.
O modelo de decisão “racional” analisa a tomada de decisão pública como um processo com
restrição de tempo e informação, caracterizado por conflitos, negociações e compromisso entre os
tomadores de decisão com interesses próprios
Gabarito: Letra E
53
Nesse modelo, são identificados dois tipos de decisões: as decisões ordinárias ou incrementais
(relativas ao cotidiano) e as decisões fundamentais ou estruturantes (decisões estratégicas que
estabelecem os rumos básicos das políticas públicas). O mixed-scanning é uma abordagem híbrida
que incorpora esses dois tipos de decisões, tanto as incrementais quanto as estruturantes.
Em termos simples, o mixed-scanning exige que os tomadores de decisão realizem uma revisão
abrangente do campo de decisão, sem se dedicarem à análise detalhada de cada alternativa, como
faz o modelo racional-compreensivo. Essa revisão permite que alternativas de longo prazo sejam
examinadas, levando a decisões estruturantes. As decisões incrementais, por sua vez, derivam das
decisões estruturantes e envolvem uma análise mais detalhada de alternativas específicas.
Em resumo, os tomadores de decisão, no mixed-scanning, iniciam com uma revisão ampla do campo
de decisão sem aprofundar a análise das alternativas, tomando decisões estruturantes.
Posteriormente, examinam detalhadamente as alternativas específicas que decorrem dessas decisões
estruturantes, culminando em decisões incrementais.
Por exemplo, ao formular políticas de desenvolvimento urbano, poderia ocorrer uma revisão ampla
considerando aspectos como meio ambiente, infraestrutura e habitação, resultando em decisões
estruturantes. Em seguida, as decisões incrementais poderiam envolver análises detalhadas de
propostas específicas para cada área, como a implementação de projetos de infraestrutura ou
programas habitacionais.
O modelo da "lata de lixo" (Garbage Can) se destaca pela ideia central de que as soluções ou
alternativas procuram problemas, em oposição à abordagem convencional em que os problemas
exigem soluções específicas. No âmbito desse modelo, o processo se inicia com a construção de
diversas soluções em teoria, ou seja, propostas que ainda não têm um problema específico em
mente. Essas soluções são então armazenadas em uma "lata de lixo", que funciona como uma
coleção de opções teóricas.
Em um segundo momento, os agentes públicos procuram identificar problemas que possam ser
resolvidos pelas soluções contidas em sua "coleção". Em outras palavras, os gestores escolhem o
problema a ser abordado a partir das soluções já disponíveis, utilizando as capacidades existentes
como base para a decisão.
54
Conforme a explicação de Maximiano, o processo decisório é uma sequência de etapas que se inicia
com a identificação de um problema ou oportunidade e se encerra com a escolha e implementação
de uma ação ou solução. Quando a decisão é efetivamente aplicada, o ciclo se fecha, criando uma
nova situação que pode demandar novas decisões ou processos de resolução de problemas.
O referido autor destaca que o processo de tomada de decisões abrange cinco fases principais. Essas
fases podem ser entendidas como os estágios sequenciais que uma decisão percorre desde sua
identificação até sua concretização, proporcionando uma compreensão abrangente e estruturada
desse importante aspecto na gestão organizacional.
Diagnóstico da situação
Avaliação da decisão
Em outras palavras, o autor destaca que o processo decisório percorre essas fases sequenciais, desde
a identificação do problema ou oportunidade até a avaliação dos resultados da decisão
implementada. Essa abordagem estruturada e cíclica demonstra a importância de considerar diversas
etapas para uma tomada de decisão eficaz. Por exemplo, ao identificar um problema de baixa
eficiência em uma empresa, a fase de diagnóstico envolveria a análise das causas desse problema,
seguida pela geração de alternativas (como reorganização de processos) e, finalmente, a avaliação e
implementação da melhor alternativa.
Momento da questão
Cesgranrio – 2022. Um projeto de sistema de informações para apoio decisório foi encomendado
por um órgão público. Esse sistema deve possuir 5 módulos principais, representando as 5 etapas
de um processo decisório.
Gabarito: Letra C
Comentário:
56
Diagnóstico da situação
As decisões são classificadas de duas formas: decisões programadas e decisões não programadas.
Decisões programadas
Classificações das decisões
Decisões não programadas
Assim, quando uma determinada situação ocorre, o tomador de decisão já conhece exatamente
como deve proceder. As decisões programadas agilizam o processo decisório, pois já existe um
procedimento padrão para cada tipo de decisão, além de tornarem as decisões mais uniformes,
evitando abordagens divergentes.
57
Por sua vez, as Decisões Não Programadas (também conhecidas como Decisões Não Programáveis
ou Decisões Não Estruturadas) referem-se a escolhas inéditas e não repetitivas destinadas a resolver
problemas não rotineiros. Em outras palavras, são decisões mais complexas, utilizadas para lidar com
situações excepcionais ou extraordinárias que não ocorrem regularmente. Esse tipo de decisão é
aplicado em contextos de maior risco, incerteza e imprevisibilidade, nos quais há dados inadequados
e insuficientes.
Decisões não programadas são mais intrincadas, exigindo criatividade, inovação e improvisação. Elas
são acionadas quando as respostas padronizadas, ou seja, as decisões programadas, não são
adequadas para a situação enfrentada. Geralmente, essas decisões são centralizadas nos gestores da
organização e predominam no nível estratégico.
Um exemplo prático seria o seguinte: considere uma empresa de transporte com 50 veículos. Se um
caminhão quebra e é enviado para reparo, trata-se de uma decisão programada, uma vez que existe
um procedimento padrão para essa situação rotineira. Agora, imagine que todos os 50 veículos da
empresa quebrem simultaneamente. Nesse caso excepcional, o gestor enfrenta uma situação nova
e imprevisível, demandando uma decisão mais complexa e inovadora. Aqui, o gestor precisa aplicar
criatividade e improvisação para resolver o problema, configurando uma decisão não programada.
Há várias abordagens para auxiliar na tomada de decisões. Vamos explorar, nas tabelas
subsequentes, algumas técnicas empregadas para facilitar as decisões rotineiras e outras utilizadas
para apoiar as decisões mais complexas e não programadas.
58
Momento da questão
Cesgranrio – 2014. De acordo com as situações a que se aplicam, as decisões podem ser
classificadas de diversas formas.
a) coletivas
b) individuais
c) maximizadas
d) programadas
e) administrativas
Gabarito: Letra D
Cesgranrio – 2014. O administrador, em suas atividades diárias, precisa fazer diversas escolhas para
que os objetivos da organização sejam alcançados.
59
b) cíclicas e lineares
c) cíclicas e programadas
d) lineares e estruturadas
e) programadas e estruturadas
Gabarito: Letra A
Comentário: Conforme vimos em nosso estudo teórico, as decisões podem ser classificadas
em programadas e não programadas.
7) Implementação
A implementação abrange o conjunto de eventos e atividades que ocorrem após a definição das
diretrizes de uma política, incluindo tanto os esforços administrativos quanto os impactos
substantivos sobre pessoas e eventos.
Para exemplificar, considere-se a implementação de uma política de educação que visa melhorar a
qualidade do ensino. Nessa fase, seriam realizadas ações concretas, como a capacitação de
professores, a aquisição de recursos educacionais e a implementação de métodos inovadores de
ensino, buscando efetivar as metas estabelecidas na fase de planejamento.
A execução, por outro lado, representa o conjunto de ações voltadas para alcançar os objetivos
estabelecidos pela política. Refere-se à efetiva implementação da política, sua realização prática. Essa
etapa inclui a análise dos obstáculos que geralmente se apresentam no caminho da transformação
de conceitos em resultados, destacando-se a avaliação da burocracia. Como exemplo, consideremos
60
Conforme delineado por Sabatier, há dois modelos de implementação das políticas públicas:
Este modelo é caracterizado pela clara separação entre o momento da tomada de decisão, realizado
pelos "agentes políticos" ou tomadores de decisão, e o momento de implementação, conduzido pela
"burocracia" ou executores. Em resumo, ocorre uma distinção nítida entre a Política (envolvendo
agentes políticos, tomadores de decisão, considerada um processo mais "importante") e a
Administração (englobando a burocracia, executores, considerada um processo menos
"importante"). Esse modelo se caracteriza por um processo linear de implementação de políticas
públicas.
Nesse contexto, o papel da burocracia (como, por exemplo, professores, médicos, policiais) é restrito
à execução das políticas públicas previamente decididas pelos agentes políticos. A burocracia não
detém poder decisório; as decisões emanam de instâncias superiores, e a burocracia se encarrega
apenas da execução. Esse modelo, no entanto, tende a gerar lentidão no processo decisório, uma
vez que as demandas estão condicionadas às decisões dos escalões superiores. Como exemplo
prático desse modelo, podemos considerar um sistema educacional em que as diretrizes
educacionais são decididas pelo governo central, e os professores, na base, têm a responsabilidade
de implementar essas políticas sem ter influência na tomada de decisões.
No Modelo bottom-up (de baixo para cima), destaca-se a maior autonomia dos "burocratas" e outros
agentes em se auto-organizarem e moldarem a implementação de políticas públicas. Em outras
palavras, os executores das políticas públicas têm uma participação mais ativa no processo e uma
liberdade ampliada para decidirem sobre as "soluções" durante a implementação (posteriormente,
as práticas adotadas pelos burocratas são legitimadas pelos tomadores de decisão nos níveis mais
altos).
61
É relevante destacar a existência de um modelo híbrido, que combina elementos dos modelos top-
down e bottom-up. Segundo Antunes, a partir dos anos 90, com a Reforma do Estado, a maioria
das políticas públicas passou a ser implementada de maneira híbrida, combinando características de
ambos os modelos.
Momento da questão
Questão para treino - Considere a etapa de implementação de uma política pública e assinale a
alternativa INCORRETA.
e) No modelo bottom-up, o formato da política pública após tomada de decisão não é definitivo e
pode ser modificado pelos que a implementam no dia a dia.
Gabarito: Letra A
Comentários: A única afirmativa que está incorreta é a alternativa A. Isso se deve ao fato de
que as abordagens top-down e bottom-up não são mutuamente contraditórias. Pelo contrário,
existe um modelo que combina as características dos dois, conhecido como modelo híbrido. Esse
modelo integra elementos tanto da abordagem top-down quanto da bottom-up, buscando uma
abordagem mais flexível e abrangente. Em outras palavras, a coexistência e a complementaridade
dessas abordagens são reconhecidas no contexto do modelo híbrido. Para exemplificar, podemos
considerar uma política de educação em que as diretrizes gerais são definidas centralmente (top-
down), mas os professores nas escolas têm a liberdade de adaptar a implementação de acordo com
as necessidades locais (bottom-up).
62
Vale ressaltar que é crucial compreender a distinção entre igualdade e equidade. A igualdade refere-
se a tratar todas as pessoas de maneira idêntica, independentemente de suas circunstâncias
individuais. Já a equidade, como conceito complementar, visa superar a igualdade ao proporcionar
tratamento igual para os indivíduos semelhantes e um tratamento "desigual" para os "desiguais",
considerando suas respectivas disparidades.
Outro exemplo prático seria a implementação de políticas de cotas em instituições de ensino, onde
são oferecidas oportunidades adicionais para grupos historicamente desfavorecidos, visando corrigir
desigualdades preexistentes.
Dessa forma, pode-se afirmar que a equidade está associada à noção de justiça.
63
Como exemplo, casos de suborno, nepotismo e desvio de recursos públicos frequentemente ilustram
formas diversas de corrupção, onde agentes utilizam suas posições para obter benefícios pessoais
em detrimento da integridade do sistema.
Quando há uma elevada participação do Estado na economia, tendo em vista que esse fato
aumenta as possibilidades de corrupção para os agentes políticos.
Fragilidades nas instituições legais, como o sistema judiciário, a polícia e o ministério público,
assim como nas instituições financeiras independentes, impedindo a fiscalização eficaz do poder
público.
Influência da cultura política do país, incluindo valores, atitudes, normas e crenças que moldam
a conduta política das pessoas.
Capital social, que abrange redes de relações, normas de comportamento, valores e confiança,
sendo maior capital social associado a uma menor propensão à corrupção.
Abundância de recursos naturais como fator que amplia as oportunidades de corrupção para os
agentes políticos.
64
Gabarito: Letra B
65
1) Introdução
Iniciaremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre o bloco 4: Eixo Temático 2 – Políticas
Públicas.
2) Considerações iniciais
A diversidade e a inclusão são temas fundamentais nas políticas públicas, visando promover uma
sociedade mais justa e igualitária. As ações afirmativas é uma ferramenta importante nesse
contexto, sendo políticas específicas que buscam corrigir desigualdades históricas e proporcionar
oportunidades equitativas para grupos que enfrentam discriminação sistemática.
Diversidade refere-se à
ampla gama de
características que compõem
a identidade de um
indivíduo, abrangendo
elementos como raça,
gênero, orientação sexual, Por outro lado, inclusão
As ações afirmativas, por origem étnica e habilidades. transcende essa variedade
sua vez, constituem políticas
ao englobar a criação de
deliberadas destinadas a
ambientes que não apenas
corrigir desigualdades
acolhem, mas também
históricas, com ênfase na
valorizam essa diversidade,
priorização de grupos que,
assegurando a participação
ao longo do tempo, foram
ativa de todos os membros
marginalizados.
da sociedade.
As políticas públicas
desempenham um papel
crucial na construção de
uma sociedade mais
justa e igualitária,
adotando medidas que
visam eliminar barreiras
e promover a
participação plena de
todos os cidadãos.
66
Legislação antidiscriminatória:
Ex.: Implementação de leis que proíbem a discriminação com base em características como raça,
gênero, orientação sexual, origem étnica, entre outras.
Comentário: Essas leis visam criar um ambiente legal que proteja os direitos e promova a
igualdade.
Programas de inclusão:
Ex.: Desenvolvimento e apoio a programas que visam criar ambientes inclusivos em instituições
educacionais, no mercado de trabalho e em outras esferas sociais.
Ex.: Implementação de políticas que visam corrigir desigualdades históricas, como a adoção de
cotas em instituições de ensino superior e em cargos públicos para grupos historicamente
marginalizados.
Comentário: Essas medidas têm o objetivo de garantir uma representação mais equitativa e
proporcionar oportunidades iguais.
Comentário: Isso pode incluir currículos que abordem temas relacionados à diversidade e
treinamentos para professores e profissionais.
Monitoramento e fiscalização:
67
Campanhas de conscientização:
Os grupos que são frequentemente contemplados pelas ações afirmativas são aqueles que
historicamente enfrentaram discriminação sistemática e desvantagens estruturais. Esses
grupos podem variar de acordo com o contexto e as características demográficas específicas de uma
sociedade. Veremos os exemplos mais comuns:
68
Incentivos para Empresas Inclusivas: Governos podem conceder incentivos fiscais a empresas
que implementam práticas inclusivas, encorajando a criação de ambientes de trabalho que
valorizem a diversidade. Esses incentivos contribuem para o estabelecimento de uma cultura
organizacional que reconhece e respeita as diferenças, promovendo a equidade no ambiente de
trabalho.
Os obstáculos enfrentados por grupos vulnerabilizados são diversos e multifacetados, refletindo uma
complexa interseção de fatores sociais, econômicos e políticos. Abaixo, destacam-se alguns dos
obstáculos específicos que precisam ser eliminados em relação a cada um desses grupos:
69
Mulheres:
Desigualdades salariais e de oportunidades no mercado de trabalho.
Discriminação de gênero e assédio no ambiente de trabalho.
Falta de representação em posições de liderança e tomada de decisão.
Normas sociais que limitam as escolhas e oportunidades das mulheres.
Comunidade LGBTQ+:
Discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero.
Falta de leis de proteção e reconhecimento de direitos para casais do mesmo sexo.
Estigma e falta de aceitação social, levando a problemas de saúde mental.
Religiões Minoritárias:
Discriminação religiosa e perseguição.
Restrições à prática de sua fé e participação na vida pública.
Falta de reconhecimento oficial de feriados religiosos.
Refugiados e Migrantes:
Discriminação e xenofobia por parte da população local.
Dificuldades na obtenção de estatuto legal e documentação.
Acesso limitado a serviços essenciais, como saúde e educação.
Comunidades Indígenas:
Perda de terras e recursos tradicionais devido à exploração e expansão industrial.
Falta de respeito pela cultura e direitos tradicionais.
Barreiras educacionais e de saúde em áreas remotas.
Eliminar esses obstáculos requer uma abordagem integrada, envolvendo mudanças em políticas
públicas, educação para a sensibilização, promoção de ambientes inclusivos e a criação de leis
que garantam a igualdade de direitos para todos os membros da sociedade. Além disso, é crucial
envolver atores sociais, governamentais e organizações da sociedade civil para efetuar mudanças
substanciais e duradouras.
As categorias sociológicas de etnia, raça, cor e sexo são conceitos fundamentais no campo da
sociologia, sendo utilizadas para analisar e compreender as dinâmicas sociais, as relações de
poder e as disparidades que ocorrem em sociedades diversas. Abaixo, são apresentadas
definições e implicações dessas categorias:
70
Etnia:
Definição: Etnia refere-se a uma identificação compartilhada por um grupo de pessoas com base em características culturais, como língua, religião, costumes e
história.
Não está estritamente ligada a características biológicas.
Implicações Sociológicas: A etnia desempenha um papel na construção de identidades coletivas, influenciando interações sociais, padrões de comportamento e a
forma como os grupos são percebidos e tratados na sociedade.
Cor:
Definição: A cor está relacionada à pigmentação da pele e é frequentemente utilizada como uma categoria social para classificar as pessoas.
Pode ser associada à ideia de raça, mas também pode transcender essa associação.
Implicações Sociológicas: A categorização com base na cor pode resultar em preconceito e discriminação, afetando o acesso a oportunidades educacionais,
emprego, serviços de saúde e outros aspectos da vida social.
Sexo:
Definição: Sexo refere-se às características biológicas que distinguem machos de fêmeas em uma espécie, enquanto gênero é uma construção social que refere-
se às características, papéis e comportamentos atribuídos culturalmente a homens e mulheres.
Implicações Sociológicas: As questões de sexo e gênero são fundamentais na análise das relações de poder, papéis sociais e desigualdades. A sociologia de gênero
explora como as normas sociais moldam as experiências e oportunidades de homens e mulheres na sociedade.
Essas categorias sociológicas são ferramentas analíticas cruciais para compreender as complexas
interações sociais e as estruturas que moldam a vida em sociedade. A abordagem sociológica
busca questionar e desconstruir as suposições tradicionais associadas a essas categorias,
promovendo uma compreensão mais crítica e inclusiva das dinâmicas sociais.
Ex.: Algumas pessoas ou grupos podem ter acesso privilegiado a recursos econômicos, como
renda, propriedades e empregos, enquanto outros enfrentam desvantagens econômicas, levando a
disparidades significativas no padrão de vida.
Gratificações e Retribuições:
71
Ex.: Grupos privilegiados podem exercer mais influência sobre processos políticos e decisões,
enquanto grupos desfavorecidos podem ter menos representação e voz nas instituições políticas,
resultando em desigualdades na formulação de políticas e na distribuição de recursos públicos.
Fatores de Desigualdade:
Ex.: Desigualdades podem ser baseadas em uma variedade de fatores, como classe social
(diferenças econômicas), gênero (desigualdades entre homens e mulheres), raça e etnia
(disparidades entre grupos étnicos e raciais), orientação sexual, entre outras características sociais.
72
Combate à Discriminação:
Implementar leis e políticas que combatam a discriminação com base em raça, gênero, orientação sexual, idade e outras
características. Isso inclui a promoção da diversidade e inclusão em todas as esferas da sociedade.
Combate à Discriminação:
Implementar leis e políticas que combatam a discriminação com base em raça, gênero, orientação sexual, idade e outras
características. Isso inclui a promoção da diversidade e inclusão em todas as esferas da sociedade.
Participação Cidadã:
Incentivar a participação ativa da sociedade civil na formulação e monitoramento de políticas públicas. Isso garante que as
políticas reflitam as verdadeiras necessidades e preocupações da população.
Combate à Pobreza:
Implementar programas de combate à pobreza que forneçam assistência direcionada a grupos vulneráveis, como
transferências de renda, programas de habitação e acesso a serviços básicos.
Momento da Questão
Questão para treino – Tendo como referência o texto, julgue o item que segue, acerca dos
fenômenos políticos, econômicos e sociais atuais no Brasil.
A história do território brasileiro é, a um só tempo, una e diversa, pois é também a soma e a síntese
das histórias de suas regiões. De um ponto de vista genético, as variáveis do espaço brasileiro são
assincrônicas, mas em cada lugar elas funcionam sincronicamente e tendem a ser assim também
quanto ao todo. Daí as descontinuidades que permitiram explicar as diversidades regionais.
Milton Santos e Maria Silveira. Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Record, 2005, p.
23 (com adaptações).
A desigualdade de renda no Brasil, entre outras questões, é alimentada pelos impostos que incidem
sobre a produção e o consumo: essa modalidade faz que a população menos abastada de capital
acabe pagando, proporcionalmente, mais impostos.
73
b) Errado
Gabarito: Certo.
Momento da Questão
Questão para treino – As políticas públicas brasileiras têm caminhado para a construção de um
sistema nacional de educação que valorize a universalidade de direitos e a necessidade de
superar desigualdades sociais e incorporar o respeito à diversidade no sistema educacional. A
propósito desse assunto, assinale a alternativa correta.
a) As políticas sociais são organizadas para tratar todas as pessoas igualmente, sem distinções.
e) O projeto político-pedagógico da escola pode ignorar as questões de inclusão, uma vez que esse
tema já foi aprovado em leis e decretos.
Gabarito: Letra D.
Comentário:
a) Errada: As políticas sociais não tratam todas as pessoas igualmente, mas buscam promover a
equidade, reconhecendo e enfrentando as desigualdades existentes.
74
e) Errada: O projeto político-pedagógico da escola não pode ignorar as questões de inclusão, mesmo
que esses temas estejam contemplados em leis e decretos. O PPP deve refletir a identidade da escola
e promover a inclusão
1) Introdução
Seguiremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre o bloco 4: Eixo Temático 2 – Políticas
Públicas.
Fundos:
O que são: Fundos públicos são mecanismos de captação, gestão e destinação de recursos financeiros para fins específicos, como educação,
saúde, cultura, meio ambiente, entre outros.
Como funcionam: Recursos são arrecadados de fontes diversas, como tributos, e são alocados para atender demandas específicas. Os fundos
são geridos por órgãos específicos e têm regras claras sobre sua utilização.
Consórcios:
O que são: Consórcios públicos são parcerias entre entidades federativas (municípios, estados e União) para a realização de ações de interesse
comum. Podem envolver diversas áreas, como saúde, transporte, meio ambiente, etc.
Como funcionam: Os entes federativos participantes compartilham responsabilidades e recursos para a execução de projetos que, muitas
vezes, seriam inviáveis de serem realizados individualmente.
Transferências Obrigatórias:
O que são: São transferências de recursos financeiros realizadas de forma compulsória, geralmente previstas em leis, para determinados entes
federativos ou órgãos específicos.
Como funcionam: Essas transferências podem ser realizadas de forma automática, sem a necessidade de convênios ou acordos específicos. Elas
visam garantir recursos para áreas essenciais e podem ser utilizadas para complementar o orçamento de estados, municípios ou instituições
específicas.
75
A gestão pública no Brasil utiliza uma variedade de instrumentos e alternativas para impulsionar o
desenvolvimento e atender às demandas específicas da população. Dentre essas estratégias,
destacam-se:
Fundo: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Chamamento Público: Chamamento para Parceria Público-Privada (PPP): Parceria para
Educação (FNDE) Projetos Culturais Modernização do Setor de Iluminação Pública
O que é: O FNDE é um fundo público no Brasil O que é: Um processo de chamamento público O que é: Uma PPP voltada para a modernização
que tem como objetivo captar recursos para para selecionar projetos culturais a serem do sistema de iluminação pública em uma
financiar a educação no país. apoiados pelo governo. determinada cidade.
Como funciona: Recebe recursos provenientes de Como funciona: Artistas, produtores e Como funciona: Empresas privadas são
impostos e contribuições sociais, distribuindo organizações culturais apresentam propostas, e contratadas para instalar sistemas mais
esses recursos para programas como o Programa aquelas escolhidas recebem apoio financeiro para eficientes, utilizando tecnologias sustentáveis, e a
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o realização de eventos, exposições, espetáculos, remuneração ocorre ao longo do tempo com base
Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). entre outros. na economia gerada.
76
Ex.: Os entes federativos, União, Estados, Distrito Federal e Municípios, devem disponibilizar suas
informações contábeis, orçamentárias e fiscais em meio eletrônico de amplo acesso público,
seguindo periodicidade, formato e sistema estabelecidos pelo órgão central de contabilidade da
União.
Ex.: Todos os Poderes, órgãos, autarquias, fundações públicas, empresas estatais dependentes e
fundos devem utilizar sistemas únicos de execução orçamentária e financeira, mantidos e
gerenciados pelo Poder Executivo, resguardada a autonomia.
Ex.: As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis durante todo o
exercício no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para
consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.
Ex.: A prestação de contas da União conterá demonstrativos do Tesouro Nacional e das agências
financeiras oficiais de fomento, incluindo empréstimos e financiamentos concedidos com recursos
77
Denúncia de Descumprimento:
Ex.: Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para denunciar ao
respectivo Tribunal de Contas e ao órgão competente do Ministério Público o descumprimento das
prescrições estabelecidas na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Estas práticas, conforme estabelecidas na legislação, visam não apenas disponibilizar informações
cruciais, mas também estimular a participação ativa da sociedade na fiscalização e no
acompanhamento das ações governamentais.
78
1) Introdução
Seguiremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre o bloco 4: Eixo Temático 2 – Políticas
Públicas.
Nesse contexto, emergem os processos participativos de gestão pública, que almejam a participação
direta da população na condução dos assuntos públicos. Esses processos estabelecem parcerias
entre o governo e a sociedade, visando intensificar a participação dos cidadãos nas discussões,
decisões e na fiscalização. O objetivo é que a democracia seja exercida ao longo de todo o processo
de gestão pública, transcendendo o período eleitoral.
É crucial ressaltar que tanto a participação social quanto o controle social podem se manifestar
tanto no planejamento quanto na execução das ações governamentais. Essa abordagem mais
participativa não apenas fortalece a democracia, mas também amplia a capacidade da sociedade de
influenciar e moldar as políticas públicas de acordo com suas necessidades e aspirações.
79
Audiências Públicas:
Descrição: Audiências Públicas são momentos nos quais autoridades e gestores públicos prestam contas à sociedade, apresentando
informações sobre a gestão e recebendo contribuições e questionamentos dos cidadãos.
Funcionamento: Durante as audiências, a população tem a oportunidade de expressar suas opiniões, esclarecer dúvidas e propor sugestões.
Esse processo contribui para a transparência, accountability e engajamento da sociedade nas decisões e ações do governo.
Para ampliar, diversificar e garantir os direitos individuais, coletivos e difusos, existem diversos
mecanismos legais e institucionais. Estes são essenciais para promover uma sociedade mais justa
e inclusiva. Alguns exemplos desses mecanismos incluem:
Ex.: Leis que asseguram e protegem os direitos fundamentais e humanos, incluindo direitos civis,
políticos, sociais, econômicos e culturais.
80
Ex.: Instrumentos que permitem a participação ativa da sociedade na tomada de decisões, como
audiências públicas, consultas populares, orçamento participativo e mecanismos de consulta direta.
Ex.: Órgãos responsáveis por formular e fiscalizar políticas públicas relacionadas aos direitos
humanos, como Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, Conselhos de Direitos da
Mulher, entre outros.
Educação em Direitos:
Ex.: Programas educacionais que visam informar e conscientizar a população sobre seus direitos,
promovendo a cidadania e a participação ativa na sociedade.
Ex.: Tratados e convenções internacionais que estabelecem padrões globais para a proteção dos
direitos humanos, influenciando a legislação nacional.
Esses mecanismos contribuem para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e
comprometida com a proteção e promoção dos direitos individuais, coletivos e difusos.
4) Controle Social
O controle social é uma prática que envolve a participação ativa da sociedade na verificação,
acompanhamento e fiscalização das políticas públicas. Nesse contexto, os cidadãos
desempenham um papel ativo ao se envolverem nas ações e decisões do governo, contribuindo com
sugestões, identificando possíveis correções e propondo alterações.
Trata-se, portanto, de uma maneira significativa pela qual o cidadão exerce ativamente sua cidadania,
indo além do simples direito de voto. Ao participar do controle social, os indivíduos se tornam
agentes ativos na construção e no aprimoramento das políticas governamentais, garantindo que
estas atendam de maneira mais eficaz às necessidades e expectativas da sociedade. Essa prática
81
Orçamento
Audiências Públicas: Participativo: Ouvidorias Públicas:
Participação em Engajamento no Utilização de ouvidorias
audiências públicas, processo de orçamento públicas para registrar
onde os cidadãos têm a participativo, reclamações, sugestões
oportunidade de permitindo que a e denúncias,
expressar suas opiniões, comunidade contribua contribuindo para a
fazer perguntas e para a definição de identificação de
sugerir melhorias em prioridades de problemas e
projetos e políticas investimentos e aprimoramento dos
governamentais. alocação de recursos em serviços públicos.
nível local.
Momento da Questão
Questão para treino – Julgue o item a seguir: O orçamento participativo é uma técnica orçamentária
caracterizada pela participação da sociedade, em substituição ao poder público, como agente
elaborador da proposta orçamentária que é posteriormente enviada ao Poder Legislativo.
a) Certo.
b) Errado.
Gabarito: Errado.
82
1) Introdução
Iniciaremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre o Eixo Temático 2 – Políticas Públicas.
2) Considerações iniciais
Participação
Social
Instrumentos
Avaliação
de Políticas
Políticas
Públicas
Implementação Formulação
Formulação:
Implementação:
83
Avaliação:
A avaliação é um componente crucial das políticas públicas. Ela envolve a análise de como as
políticas estão sendo executadas, seus impactos, eficácia e eficiência. A avaliação orienta ajustes
e melhorias contínuas.
Instrumentos de Políticas:
As políticas públicas podem ser implementadas por meio de diversos instrumentos, como leis,
regulamentações, programas sociais, incentivos fiscais, entre outros.
Participação Social:
84
Seguindo padrões internacionais, a avaliação de políticas públicas pode iniciar-se por meio de uma
abordagem executiva, oferecendo uma análise prática e rápida. Essa metodologia permite
identificar de maneira eficiente em qual elemento ou processo da cadeia de valor da política há
maior potencial para aprimoramentos.
Essa análise inicial proporciona uma visão abrangente, orientando a identificação de áreas prioritárias
para melhorias e refinamentos no desenvolvimento da política pública.
A avaliação executiva serve como ponto de partida para análises mais detalhadas, vejamos:
Avaliação de Desenho:
Foca na análise da estrutura, lógica e coerência da política pública antes de sua implementação.
Avalia se a concepção da política é sólida, alinhada com os objetivos pretendidos e se possui uma
estratégia eficaz para atingir esses objetivos.
Avaliação de Implementação:
Concentra-se na execução prática da política. Examina como a política está sendo implementada na
prática, se os recursos estão sendo utilizados eficientemente, e se os processos estão alinhados com
o planejamento inicial.
85
Analisa as estruturas de governança subjacentes à política. Isso inclui a análise de como as decisões
são tomadas, a coordenação entre diferentes entidades e a eficácia dos mecanismos de prestação
de contas.
Avaliação de Resultados:
Avalia os resultados alcançados pela política. Examina se os objetivos específicos foram atingidos,
incluindo indicadores mensuráveis de desempenho e o alcance das metas estabelecidas.
Avaliação Econômica:
Avaliação de Impacto:
Foca nas mudanças mais amplas e duradouras resultantes da política pública. A avaliação de impacto
busca entender como a política influenciou a sociedade em termos de mudanças sociais, econômicas
ou ambientais significativas.
4) Tipos de avaliação
A literatura sobre o tema em questão é extensa, e neste contexto, não se busca esgotar uma temática
de tão vasta complexidade. O objetivo é concentrar a atenção nos tipos de avaliações que melhor
atendem às demandas relacionadas à formulação e implementação de políticas públicas,
fornecendo subsídios concretos para a tomada de decisões. É amplamente reconhecido que muitos
dos desafios surgem durante a fase de implementação de um programa ou projeto, momento em
que se evidenciam as necessidades de ajustes, aprimoramentos e até mesmo a substituição do
programa.
No entanto, há consenso de que esses problemas estão intrinsecamente conectados às outras fases
que compõem a política, uma vez que ela constitui um ciclo, gerando feedback e retroalimentando
as demais fases, em vez de ser um sistema linear de via única. Nesse contexto, quatro tipos de
avaliação são distintamente identificados:
86
Vejamos como cada tipo de avaliação pode ser aplicado em diferentes contextos para fornecer
insights específicos em momentos específicos do ciclo de vida de um programa ou projeto.
Avaliação Ex-ante:
Ex.: Antes de implementar um novo programa de educação, uma avaliação ex-ante poderia ser
conduzida para prever os possíveis impactos. Isso pode envolver a análise de dados demográficos,
pesquisas sobre as necessidades educacionais da população-alvo e simulações de custo-benefício
para estimar os recursos necessários.
Ex.: Após a implementação de um programa habitacional, uma avaliação ex-post seria realizada
para medir os resultados reais. Poderia incluir indicadores como o número de moradias construídas,
a melhoria nas condições de vida dos beneficiários e o impacto econômico na comunidade.
87
Momento da Questão
Questão para treino 2022 – Qual a principal característica das políticas públicas classificadas
como redistributivas?
Por meio da avaliação de governança, é possível verificar se, de fato, a política está gerando os
resultados planejados em sua criação
a) Certo
b) Errado
Gabarito: Errada.
Comentário: A avaliação da governança emerge como uma ferramenta crucial para analisar a
efetividade de uma política pública; contudo, não representa a única abordagem para verificar se a
política está, de fato, alcançando os resultados planejados. Outros métodos, como a avaliação de
impacto, são igualmente empregados com esse propósito. Assim, a assertiva de que a avaliação de
governança é a única forma de verificar os resultados da política é incorreta.
Escala:
Ex.: Por exemplo, uma política de educação que atinge diversas escolas em todo o país teria uma
escala mais ampla do que uma intervenção focalizada em uma única instituição de ensino.
88
A efetividade refere-se à capacidade da política de atingir seus objetivos propostos. Ela envolve
a análise de quão bem a política atende às necessidades reais da população-alvo e se ela produz os
resultados esperados.
Ex.: Um programa de inclusão digital que tem como objetivo proporcionar acesso à tecnologia e
habilidades digitais à população de baixa renda, sendo efetivo se, ao longo do tempo, houver um
aumento significativo no número de pessoas utilizando recursos digitais de forma produtiva.
O impacto das políticas públicas é mensurado pelas mudanças tangíveis e mensuráveis que
ocorrem na sociedade como resultado das intervenções governamentais.
Ex.: Por exemplo, se uma política de combate à pobreza for implementada, o impacto poderia ser
medido pelo aumento da renda média das famílias de baixa renda, pela melhoria nas condições de
moradia e pelo acesso a serviços básicos
Ao considerar esses elementos em conjunto, os formuladores de políticas podem ter uma visão mais
completa do desempenho e das implicações de suas intervenções, permitindo ajustes e melhorias
contínuas para maximizar os benefícios para a sociedade.
1) Introdução
Seguiremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre o Eixo Temático 2 – Políticas Públicas.
89
O termo "Controle Social" é utilizado, mas com ambiguidade de sentidos, abrangendo tanto o
controle do Estado sobre a sociedade quanto o controle da sociedade sobre as ações do Estado.
Na área da saúde, o controle social é pioneiro, com conferências e conselhos de saúde sendo espaços
legítimos de escuta da população para orientar o processo de trabalho dos gestores e profissionais
do SUS. Isso permite que a população interfira na gestão do SUS, direcionando as ações do Estado
de acordo com os interesses coletivos.
A Lei nº 8.142 foi promulgada para fortalecer a participação da comunidade na gestão do SUS e
regulamentar as transferências de recursos financeiros entre os entes federativos na área da
saúde. A lei estabelece que a participação da comunidade na gestão do SUS é fundamental. Ela
prevê a criação de Conselhos de Saúde em todos os níveis de governo (municipal, estadual e
federal), compostos por representantes do governo, prestadores de serviços, profissionais de
saúde e usuários do sistema. Esses conselhos têm a responsabilidade de fiscalizar e participar das
decisões relativas à saúde.
90
O Conselho de Saúde também tem a atribuição de lidar com aspectos econômicos e financeiros
relacionados à saúde. As decisões tomadas pelo Conselho de Saúde devem ser homologadas pelo
chefe do poder legalmente constituído na esfera de governo correspondente, o que garante a
legalidade e a efetividade das decisões.
O SUS, em cada esfera de governo (municipal, estadual e federal), contará com duas instâncias
colegiadas:
I - A Conferência de Saúde: É uma instância de participação social que se reúne a cada quatro anos.
91
A participação dos usuários nos Conselhos e Conferências de Saúde deve ser igualitária em relação
aos representantes do governo, prestadores de serviços e profissionais de saúde para garantir
a voz ativa dos usuários na gestão do SUS.
Vamos descobrir como os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) devem ser alocados?
O Parágrafo único esclarece que os recursos referidos no inciso IV são destinados a investimentos
na rede de serviços de saúde, à cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar, e a outras
ações de saúde. Isso significa que esses recursos são utilizados para financiar a expansão e a
melhoria dos serviços de saúde nos níveis municipal, estadual e distrital, bem como para
garantir a assistência médica e hospitalar à população.
Tome nota!
Para garantir a distribuição equitativa dos recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS), estabelece-
se que no mínimo 70% desses recursos devem ser destinados aos Municípios, reservando o
restante para os Estados. Contudo, essa alocação está condicionada ao cumprimento de requisitos
pelos municípios para efetivamente receberem esses repasses, vamos ver?
92
Ter um Conselho de Saúde com uma composição paritária, de acordo com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990. Isso
significa que o Conselho de Saúde deve ser composto por representantes de diferentes segmentos da sociedade e do governo,
de forma equilibrada.
Possuir um plano de saúde, que é um documento que estabelece as diretrizes e metas para o setor de saúde em nível
municipal ou estadual.
Apresentar relatórios de gestão que permitam o controle, de acordo com o que é estabelecido no § 4° do art. 33 da Lei n°
8.080, de 19 de setembro de 1990.
Destinar uma contrapartida de recursos para a saúde em seus respectivos orçamentos, ou seja, investir recursos próprios na
área de saúde.
Estabelecer uma Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), com um prazo de dois anos para sua
implantação. O PCCS é relevante para a gestão de recursos humanos na área de saúde.
A Lei nº 8.080/90 é uma peça fundamental para a organização e operacionalização do Sistema Único
de Saúde (SUS) no Brasil. Essa legislação desempenha um papel crucial ao consolidar os princípios e
estabelecer diretrizes que têm como objetivo garantir o direito à saúde de todos os cidadãos
brasileiros. Ao definir competências, princípios e critérios de financiamento, a lei proporciona
uma base legal robusta para a implementação de políticas públicas de saúde que buscam
promover o acesso universal, a integralidade dos cuidados e a equidade no sistema de saúde
do país.
Momento da Questão
Questão para treino – Em relação ao Conselho de Saúde, analise as assertivas e identifique com
V as verdadeiras e com F as falsas.
A participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) é garantida por lei desde
a Constituição Federal de 1988. As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde são instâncias
colegiadas que oportunizam, oficialmente, o exercício do Controle Social na construção das políticas
de saúde. No caso dos Conselhos de Saúde, sendo estes de caráter permanente e deliberativo, tem
importância fundamental no processo de democratização e condução do SUS (BRASIL, 2013).
93
a) V F V F
b) V F F V
c) V V F F
d) F V F V
e) F V V F
Gabarito: Errada.
Correta. Os Conselhos de Saúde têm papel ativo na formulação e controle das políticas de saúde.
(F) Os Conselhos de Saúde são órgãos responsáveis pela gestão e execução de serviços e, por isso,
têm responsabilidade direta sobre a prestação dos serviços de saúde.
Incorreta. Os Conselhos de Saúde não são responsáveis pela gestão e execução direta dos serviços
de saúde, mas têm o papel de fiscalizar e orientar as políticas de saúde. Essa tarefa cabe diretamente
ao Poder Público, nas três esferas de governo.
(V) Os recursos financeiros do SUS são depositados em conta especial e movimentados sob a
fiscalização do respectivo Conselho de Saúde, em cada esfera de sua atuação.
Correta. Os recursos financeiros do SUS são depositados em conta especial e movimentados sob a
fiscalização do respectivo Conselho de Saúde, em cada esfera de sua atuação.
94
A Lei nº 8.080/90, conhecida como Lei Orgânica da Saúde, é uma legislação fundamental que
estabelece as bases do Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. O país, dadas suas dimensões
continentais e diversidades culturais, econômicas e sociais, demanda um sistema de saúde
abrangente e descentralizado para atender às necessidades variadas de sua população.
A descentralização, preconizada pela lei, visa a aproximação das decisões e ações de saúde das
comunidades, permitindo uma gestão mais eficiente e adaptada às realidades locais. O
município é considerado a esfera primária na organização do sistema, garantindo que as políticas e
ações de saúde sejam mais sensíveis às demandas específicas de cada região.
Dessa forma, a Lei Orgânica da Saúde é um marco importante na construção de um sistema de saúde
que busca equidade, integralidade e universalidade, adaptando-se às diversidades presentes no
contexto brasileiro.
O Decreto Federal nº 7.508, de junho de 2011, tem como objetivo regulamentar a Lei Orgânica da
Saúde (Lei nº 8.080/90). Ao fazer isso, o decreto detalha os aspectos práticos e operacionais da
organização do Sistema Único de Saúde (SUS), abordando temas como o planejamento de saúde, a
assistência à saúde e a articulação entre as diferentes esferas federativas (União, Estados, Municípios
e Distrito Federal).
95
96
Os Serviços Essenciais de Acesso Aberto surgem como uma resposta dedicada àqueles que, por
agravo ou situação laboral, necessitam de atendimento específico. Esses serviços são um
compromisso do SUS em fornecer cuidados especializados e personalizados conforme as
necessidades individuais de cada usuário.
Comentário: Ao garantir o acesso aberto a serviços essenciais, o SUS reforça seu compromisso
com a equidade, proporcionando cuidados específicos para atender às demandas únicas de
diferentes grupos de pacientes.
Comentário: Esse protocolo serve como uma bússola para gestores do SUS, orientando
decisões clínicas e promovendo a padronização e eficácia nos cuidados de saúde prestados.
Comentário: Ao estabelecer uma lista nacional padronizada, o SUS busca assegurar a equidade
no acesso a serviços e medicamentos essenciais em todo o país.
Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAPS): A Aliança pela Saúde Pública:
O COAPS emerge como um pacto entre entes federativos, estabelecendo bases sólidas para a
organização e integração das ações e serviços de saúde. Alicerçado nos princípios de
regionalização e hierarquização, esse contrato delineia responsabilidades, indicadores de saúde,
metas, critérios de avaliação de desempenho, distribuição de recursos financeiros e mecanismos de
fiscalização.
97
98
O Programa Nacional de Imunização (PNI) é uma iniciativa do governo brasileiro que visa organizar
e coordenar a vacinação em todo o território nacional. Criado em 1973, o PNI tem como objetivo
principal promover a imunização da população contra diversas doenças, contribuindo para a redução
da morbidade, mortalidade e o controle de epidemias.
Importante!
O Programa Nacional de Imunização (PNI) do Brasil é reconhecido internacionalmente como um
dos projetos mais abrangentes e completos do mundo no âmbito da imunização. Este
programa, gerido pelo Ministério da Saúde em parceria com estados e municípios, tem como
objetivo principal promover a imunização em larga escala, oferecendo 45 tipos diferentes de
Imunobiológicos para a população, contribuindo para a redução da incidência de doenças
infecciosas e melhorando a saúde pública.
O PNI (Programa Nacional de Imunização) é notável por diversos aspectos, sendo alguns deles:
Logística Eficiente de
Parcerias Nacionais e Distribuição: O programa
Internacionais: O PNI investe em uma logística
estabelece parcerias tanto em eficiente para assegurar que as
âmbito nacional quanto vacinas sejam distribuídas de
internacional, colaborando com forma rápida e segura em todo
organismos internacionais o país, alcançando áreas
urbanas e rurais.
Momento da Questão
Questão para treino – Sobre o Programa Nacional de Imunização - PNI, marque a alternativa
INCORRETA:
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b) O PNI foi formulado em 1973 por determinação do Ministério da Saúde, com o objetivo de
coordenar as ações de imunizações.
c) O PNI define os calendários de vacinação sem considerar a situação epidemiológica e o risco, mas
considerando somente a vulnerabilidade e as especificidades sociais.
Gabarito: Letra C.
A conservação adequada dos imunobiológicos é uma etapa crucial para garantir a eficácia das
vacinas. No período que compreende desde a fabricação até a administração, é fundamental
manter as vacinas armazenadas em temperaturas entre +2ºC e +8ºC. Os imunobiológicos,
devido à sua natureza termolábil e/ou fotossensível, exigem condições específicas de
armazenamento para preservar suas propriedades imunogênicas.
Nesse contexto, o controle rigoroso de temperatura torna-se imperativo. A Rede de Frio, orientada
pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) no Brasil, assume um papel fundamental. Essa rede
apresenta características técnicas, administrativas e logísticas específicas, todas direcionadas para
garantir o adequado funcionamento da cadeia de frio. Vamos ilustrar a diferença entre cadeia de frio
e rede de frio:
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Cadeia de frio
•A cadeia de frio é um processo logístico dentro da Rede de Frio, especificamente destinado à
conservação dos imunobiológicos. Essa cadeia engloba diversas etapas, incluindo recebimento,
armazenamento, distribuição e transporte. O objetivo é realizar todas essas etapas de maneira
oportuna e eficiente, garantindo a preservação das características originais dos
imunobiológicos. Em resumo, a cadeia de frio assegura que as vacinas sejam manuseadas e
transportadas de forma apropriada para manter sua eficácia até o momento da administração.
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Importante!
A atualização da caderneta vacinal, especialmente a da criança, contém informações cruciais
frequentemente cobradas em provas. Portanto, lembre-se que a competência da Secretaria de
Vigilância em Saúde (SVS/MS) inclui a edição de normas complementares para a implantação
e cumprimento do Calendário Nacional de Vacinação, do Calendário Nacional de Vacinação
dos Povos Indígenas e das Campanhas Nacionais de Vacinação. Essas normas são essenciais para
a atualização e adequação do calendário, refletindo mudanças temporárias ou perenes, como
exemplificado na ampliação da vacina HPV em imunossuprimidos em 2022 e a inclusão de HPV para
mulheres de 9 a 45 anos em 2021.
Tome nota!
A comprovação da vacinação é efetuada por meio do cartão ou caderneta de vacinação, emitido
por unidades de saúde públicas e privadas devidamente credenciadas no âmbito do SUS. Este
documento deve conter as seguintes informações essenciais:
A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) é uma estratégia governamental que visa
promover a qualidade de vida e a saúde da população brasileira. Ela busca ir além do tratamento
de doenças, concentrando-se na prevenção e promoção de hábitos saudáveis. A PNPS incorpora a
ideia de que fatores sociais, econômicos, culturais e ambientais influenciam a saúde, e,
portanto, medidas devem ser implementadas em diferentes setores, como educação, trabalho,
transporte e meio ambiente, para impactar positivamente a saúde da população.
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Vigilância Sanitária:
•A vigilância sanitária visa garantir a qualidade, segurança e eficácia de produtos e serviços que impactam a
saúde da população. Isso inclui a fiscalização de medicamentos, alimentos, cosméticos, serviços de saúde,
entre outros.
•Normatização e Fiscalização: Ela estabelece normas e regulamentos, fiscalizando o cumprimento dessas
diretrizes para assegurar que os produtos e serviços disponíveis no mercado atendam aos padrões
estabelecidos.
Essas políticas públicas de vigilância em saúde, no contexto do SUS, buscam antecipar e controlar
eventos que possam comprometer a saúde da população, assegurando uma resposta rápida e
eficaz a situações de risco. A integração dessas ações contribui para a construção de um sistema
de saúde mais resiliente e voltado para a promoção e proteção da saúde.
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