DRN Principios
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INTRODUCAO
O Direito é objecto da justiça. No entanto na virtude de atribuir a cada um o seu direito. E para
que os direitos fossem legitimados, foram criadas instituições varias e especificas vocionadas a
pratica de registos dos actos, em vista a salvaguarda dos direitos inerentes aos cidadãos.
O direito notarial tem como objecto de estudo a investigação e a construção logico –jurídica das
regras e conceitos sobre o notariado, a função notarial e o instrumento públicos (direito notarial
publico notarial puro), o estudo das normas de direito substantivo respeitantes aos requisitos dos
contratos e demais declarações de vontade dos particulares e das técnicas de aplicação dessas
normas pelo notário (direito notarial aplicado).
A necessidade de dar a conhecer os factos, actos e contratos a quem neles não seja parte nem
neles tenha intervindo motivou que a ciência jurídica tivesse concebido e criado meios
instrumentais vocacionados e estruturalmente orientados para proporcionar esse conhecimento. É
que, sendo a documentação autêntica – sobretudo a cargo da actividade notarial – de essencial
importância para a certeza e segurança dos actos e das relações jurídicas, a verdade é que
somente através do título o conhecimento desses mesmos actos e relações fica circunscrito às
partes, ou seja, restringido a quem nele interveio. Para que todos os outros (omne gentes) possam
igualmente aceder a esse conhecimento – e também para que o acto lhes possa ser oponível – é
necessário que o conteúdo do documento seja publicitado.
2. DIREITO NOTARIAL E REGISTRAL
2.1 NOÇAO DE REGISTRO
O registro público resultou, pois, da necessidade de guardar a lembrança de factos susceptiveis
de produzir efeitos de direito, ou seja, de factos jurídicos, com o objecto de poder fazer prova da
sua existência ou da sua ocorrência e, na generalidade dos casos, de poder faze-los constar, isto
é, de lhes conferir publicidade.
Por sua vez o direito registral material com prieende o normativo que ordena os procedimentos
dos registros e define o seu objecto, valor e efeitos.
Registros é ainda designação dada aos suportes documentais do registro; livros, fichas e suportes
informáticos.
O direito registral imobiliário, segundo Maria Helena Diniz, “consiste num complexo de normas
jurídico-positivas e de princípios atinentes ao registro de imóveis que regulam a organização e o
funcionamento das serventias imobiliárias”.
2.4 FUNÇÃO REGISTRAL
A função registral tem por finalidade constituir ou declarar o direito real, através da inscrição do
título respectivo, dotando as relações jurídicas de segurança, dando publicidade registral erga
omnes (ou seja, a todos indistintamente), até prova em contrário.
2.
3. FÉ PUBLICA
Percebe-se na fé pública três categorias distintas, a fé pública administrativa, que tem por função
certificar atos da administração pública; a fé pública judicial, envolvendo procedimentos
judiciais, na área puramente litigiosa; e a fé pública notarial, inerente à função dos notários.
A fé pública notarial, “corresponde à especial confiança atribuída por lei ao que o delegado
declare ou faça, no exercício da função, com presunção de verdade; afirma a eficácia de negócio
jurídico ajustado com base no declarado ou praticado pelo registrador e pelo notário”
A lei atribui aos Notários e Registradores a fé pública, mas por outro lado impõe um regime
severo de responsabilidades civis, administrativas e criminais, apurados mediante fiscalização do
Judiciário. A fé pública é inerente à função notarial, dela sendo indissociável.
Os registros, bem como os documentos exarados ou confirmados por notário gozam de fé
publica. Fé publica significa, a presunção legal quanto:
• Aos registros, da verdade do seu conteúdo, da existência dos direitos deles resultantes e
da sua pertença aos titulares neles inscritos, ou seja, da verdade e exatidão jurídica
resultante dos factos inscritos;
• Aos atos com intervenção notarial, da verdade dos factos praticados por notário ou por
ele atestados com base nas suas perceções, bem como das declarações atribuídas ao seu
autor em documentos escritos e assinados, ou só assinados, perante notário.
A fé publica implica, para os registros, uma dupla presunção: a de que o registro é integral, isto
é, de que nada existe para além dele, e a de que o registro é exato, e, portanto, conforme á
realidade extraregistral.
A fé pública além de exigir pessoa autorizada a praticar a função notarial, requer o atendimento
aos requisitos formais exigidos em cada ato notarial, para que seja assegurada.
O serviço prestado pelos notários, tendo a finalidade de segurança jurídica de seus atos, se perfaz
através de sua fé pública, como forma de dar eficácia à vontade das partes, que buscam uma
maneira mais ágil e eficaz de justiça, de forma a prevenir a instauração de um processo judicial,
para garantir a tutela de seus direitos subjetivos.
3.1 FORMA
As formas públicas dos atos notariais são essenciais a sua formalização, estando revestida de
juridicidade, ou seja, adequada às normas de direito. Para Walter Ceneviva os atos notariais
devem ser praticados por profissionais habilitados, em livros próprios, sempre de modo a
preservar a intenção e a verdade da manifestação neles contida
3.2 AUTENTICAÇÃO
O princípio da autenticação para Walter Ceneviva “significa a confirmação, pela autoridade da
qual o notário é investido, da existência e das circunstâncias que caracterizam o fato, enquanto
acontecimento juridicamente relevante”.
Comentando a doutrina de Néri, Kollet aplica à autenticação a idéia de certeza da existência de
um fato ou ato jurídico, atestado pelo notário em instrumento solene.
4. PRINCIPIOS
4.1 Principio da legalidade ou da qualificação- o registro é submetido ao controlo da sua
legalidade por um jurista qualificado, ou seja, os actos serão registrados de acordo com a
previsão legal.
Os notários e registradores no exercício da função pública, devem se submeter ao princípio da
legalidade, só podendo praticar os atos de seu ofício permitidos por lei. Mesmo sendo a função
pública exercida em caráter privado, este não tem o condão de submeter a atividade ao princípio
da autonomia da vontade, que prevalece nas relações privadas. Sendo a função pública delegada
pelo Estado ao particular, devem prevalecer os princípios norteadores da Administração Pública.
Desta forma, os registros só podem ser lavrados nos casos previstos na lei e com estrita
obediência as suas disposições, sob controle de um jurista especialmente qualificado para o
efeito.
Para que este princípio se possa concretizar é indispensável que o responsável pelo registo – que
entre nós (e também em França) se chama conservador, noutros países (. nos saxónicos ou em
Espanha) registador e noutros ainda ( na Alemanha) juiz do registo – faça um juízo sobre a
viabilidade do pedido de registo no sentido de o admitir (definitiva ou provisoriamente) ou de o
rejeitar.
A esta apreciação – a este juízo – que o conservador deve fazer para apreciar a possibilidade de
o pedido ser satisfeito e o acto inscrito no sistema registral (ficando, portanto, revestido da
correspondente autenticidade erga omnes) chama-se juízo de qualificação ou simplesmente
qualificação. Dever-se-á referir que a qualificação deve ser exercida de um modo competente e
responsável (ainda que quanto possível célere) e também, como sempre se deve sublinhar, de
forma independente e imparcial.
Por isso se diz que, apesar de não ser uma função judicial, deve no entanto “exercer-se de modo
semelhante e consiste num juízo de valor, não para declarar um direito duvidoso ou
controvertido, mas sim para incorporar ou não no Registo uma nova situação jurídica
imobiliária”. É usualmente designada como uma função jurisdicional de natureza específica,
visto que nem se pode considerar administrativa (é praticada no âmbito do direito privado e não
no do administrativo e também não na dependência de qualquer despacho da Administração ou
numa cadeia hierarquizada à semelhança dos registos de informação administrativa) nem
judicial, relativa à justiça que compete e que é – só pode e aliás só deve poder ser – exercida
pelos Tribunais.
Como resulta do exposto, a apreciação da viabilidade do pedido de registo só deveria poder ser
feita pelo conservador, que está jurídica e legalmente habilitado para este efeito
4.2. Principio da tipicidade ou numerus clausus (nr. 1 artigo 1306 CC) - só podem ser levados
ao registro os factos que a lei permite ou determina que os sejam.
4.3 Princípio da presunção da verdade registral – a situação jurídica resultante do registro
existe nos preciso termos deles contantes.
4.4 Principio da especialidade- as pessoas e as coisas objecto do registro são claramente
especificadas e individualizadas. E este principio pressupõe que todos os elementos do registro
(da relação registral) devem ser certos e determinados: os sujeitos, o objecto e os factos que se
querem inscrever.
No que toca aos sujeitos, dever-se-á esclarecer o seguinte: quando o registro é feito pode
acontecer que não estejam identificados com todos os elementos que a lei exige, mas a sua
identidade tem de ser certa e a sua identificação determinável.
Quanto ao objecto dessa mesma relação registral, ou seja, também tem de ser certa e
determinada.
Não é também, portanto, possível efectuar-se o registo sobre uma coisa ideal ou abstracta como é
o caso das universalidades. O que então poderá ocorrer – como quando se trata da herança – é
que se destaque individualmente o prédio ou prédios que dela façam parte para o(s) identificar
inequivocamente. Não é igualmente possível efectuar o registo sobre um prédio alternativo ou de
existência incerta.
O princípio da especialidade refere-se ainda aos factos que se pretendem inscrever. Aliás, diz-se
mesmo que este princípio surgiu para que a hipoteca se concretizasse evitando as denominadas
hipotecas gerais. Depois estendeu-se a todos os direitos reais passíveis de registo, de harmonia
com o sistema do “numerus clausus”. É, pois, necessário que o acto jurídico em questão –
relativo a quaisquer factos, aquisitivos ou de oneração – esteja claramente determinado, com a
indicação precisa da sua espécie, dos valores sobre que incidam os ónus ou encargos, da causa
aquisitiva e ainda das cláusulas que eventualmente se convencionem
s4.5 Principio do trato sucessivob ou da co