Trabalho de Investigação

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Sansão Raul Seth Langa – 842 543 875 – sansaoseth@gmail.

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Índice Paginas

Agradecimentos...................................................................................................................3
Resumo................................................................................................................................4
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO.........................................................................................5
1. Contextualização..............................................................................................................5

1.1. Problema de Pesquisa...................................................................................................6

1.2. Hipóteses.......................................................................................................................6

1.3. Resultado Esperado......................................................................................................6

1.4. Justificativa...................................................................................................................6

1.5. Objectivos.....................................................................................................................7

1.5.1. Objectivo Geral..........................................................................................................7

1.5.2. Objectivos Específicos...............................................................................................7

1.6. Metodologia..................................................................................................................7

CAPÍTULO II – REVISÃO DA LITERATURA................................................................9


2.1. Conceitos......................................................................................................................9

2.2. Espécies........................................................................................................................9

2.2.1. Garantias Preventivas ou Reparadoras....................................................................10

2.3. Garantias Políticas......................................................................................................10

2.3.1 Garantias Politicas de Legalidade.............................................................................10

2.4. Garantias Administrativas..........................................................................................11

2.4.1. Garantias Petitórias..................................................................................................11

2.4.1.1. Direito de Petição.................................................................................................11

2.4.1.2. Direito resistência.................................................................................................12

2.4.1.3. Direito de Oposição Administrativa.....................................................................12

2.4.1.4. A Queixa para o Provedor de Justiça....................................................................13

2.4.2. As Garantias Impugnatórias....................................................................................13

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2.4.2.1. As Principais Espécies de Garantias Impugnatórias.............................................13

2.5. As Garantias Contenciosas ou Jurisdicionais.............................................................15

2.5.1. Os Meios Contenciosos...........................................................................................17

2.5.1.1. Acção Administrativa...........................................................................................18

2.5.2. Função das Garantias Contenciosas.........................................................................18

CAPÍTULO III - ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS..................................19


CAPÍTULO IV – CONCLUSÕES....................................................................................20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................21

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Agradecimentos

Sempre que se pretende agradecer e tecer reconhecimentos, não é tarefa fácil, porque em
princípio e mesmo contra a nossa vontade, corremos o risco do possível esquecimento de
alguém a quem deveríamos ter agradecido e não o fizemos. Porém, perfeitamente
conscientes deste risco, insistimos contudo em deixar registados alguns reconhecimentos
e agradecimentos.

Agradecemos e reconhecemos publicamente a todos que directa ou indirectamente,


implícita ou explicitamente, tenham contribuído para a elaboração e conclusão do
presente trabalho. O nosso reconhecimento pessoal ao incansável e sempre presente dr.
Lopes Fernando Gueze, na orientação metodológica que permitiu a elaboração do
presente trabalho.

Reconhecemos o apoio essencial e incondicional prestado pela USTM, superiormente


dirigido pelo Padre Rafael Júnior Simbine, pelo privilégio concedido em aceitar a nossa
candidatura.

Uma outra palavra especial de reconhecimento, vai para todos os colegas e funcionários
da Delegação da USTM, Núcleo da Macia. Por último, agradecemos aos demais
estudantes desta delegação da USTM.

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Resumo

Este trabalho tem como tema " Garantias dos Particulares", elaborado com o principal
objectivo de procurar compreender, até que ponto as garantias dos particulares deixarão
de ser violadas pela Administração Pública.

O motivo da escolha do presente tema de pesquisa “garantias dos particulares” tem haver
com o facto de ter se notado a ocorrência de várias violações dos direitos subjectivos dos
particulares e interesses legítmos legalmente protegidos, a inobservância das normas e
procedimentos regidos pela Constituição da República e pela legislação ordinária avulsa.
Esta pesquisa mostra-se relevante, pelo facto de proporcionar elementos objectivos que
poderão alimentar debates envolto da actuação da Administração Pública, num estado de
direito.

Da pesquisa realizada, concluiu-se que as garantias dos particulares, por serem


preventivas ou repressivas, destinam-se à evitar violações por parte da Administração
Pública ou a sancioná-la, em caso de má actuação, isto é, aplicar sanções em
consequência de violações por ela cometidas.

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CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

1. Contextualização

O presente trabalho de pesquisa, subordinado ao tema “garantia dos particulares”,


enquadrado no quadro temático da Disciplina de Direito Administrativo II, foi elaborado
no contexto da avaliação sistemática e pretende-se apresentar nas jornadas científicas,
como forma de partilhar os resultados obtidos e abrir espaço para debate académico, em
torno da actuação da Administração Pública.

Assim, as garantias dos particulares podem ser concebidas como meios jurídicos de
defesa dos cidadãos diante das ilegalidades cometidas pela Administração Pública, daí
que foram criados determinados poderes jurídicos que funcionam como meios de
protecção, colocados ao dispor dos particulares. As garantias funcionam como meios
criados pela ordem jurídica e que têm como objectivo, evitar a violação ou sancionar os
violadores.

A discussão em torno das garantias dos particulares, ganha relevo no plano da


Administração Pública, dos particulares e no âmbito da sociedade internacional. Assim
devem ser observados alguns conceitos que foram formulados pela doutrina sobre o tema.

Para Marcelo Caetano, secundado por Diogo Freitas do Amaral, as garantias são os
meios criados pela ordem jurídica, com a finalidade de evitar ou de sancionar, quer as
violações do direito objectivo, quer por ofensas dos direitos subjectivos e dos interesses
legítimos dos particulares, pela Administração pública.

As garantias desdobram-se em preventivas e repressivas. As preventivas são aquelas que


se distinam à evitar violações por parte da Administração Pública, enquanto que as
repressivas destinam-se à aplicar sancões, como consequência das violações cometidas.

Neste contexto, para melhor compreensão do presente trabalho, fez-se um estudo, através
de colecta de dados por via da pesquisa bibliográfica e buscas na internet e encontra-se
dividido em quatro capítulos, a saber: capítulo I a introdução, contextualização, problema
de pesquisa, objectivos gerais e específicos, hipóteses, justificativa, o resultado esperado

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e a metodologia, instrumentos e técnica de recolha de dados, análise e interpretação dos


mesmos.

O capítulo III comporta a revisão da literatura, o capitulo IV faz a análise e discussão de


resultados.

O capítulo IV apresenta as conclusões obtidas, após a análise dos resultados da pesquisa.

1.1. Problema de Pesquisa

Até que ponto os cidadãos fazem uso das garantias dos particulares, como meios de
impugnação contra a má actuação da Administração Pública?

1.2. Hipóteses

H1:É provável que os particulares não façam uso das garantias dos particulares, por
falta de conhecimento da sua existência.

H2:Supõe-se que a Administração Pública não dá importância às garantias dos


particulares, como meios de impugnação e por essa via, viola os direitos subjectivos e
os interesses dos particulares, legalmente protegidos.

1.3. Resultado Esperado

No fim deste trabalho, espera-se que os estudantes tenham domínio sobre o tema
garantias dos particulares, os direitos legítimos dos particulares contra as actuações da
administração pública e promovam debates para a reflexação em torno da efectivação
das mesmas, por parte dos cidadãos, como meio para o exercício pleno da cidadania.

1.4. Justificativa

Com as razões da pesquisa sobre as garantias dos particulares, pretende-se melhorar o


facto de querer com que os particulares e administração pública melhorem cada vez
mais os direitos legítimos dos particulares contra as violações das normas de
protecção dos particulares e actuação da administração pública.

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O motivo da escolha do presente tema de pesquisa, “garantias dos particulares” tem


haver com o facto de se ter notado a ocorrência de violações dos direitos subjectivos e
interesses legítmos dos particulares legalmente protegidos, por parte da
Administração Pública.

O tema em estudo releva-se pela necessidade de se pretender perceber, até que ponto
os cidadãos estão informados sobre a existência das garantias dos particulares, como
meios de impugnação da má actuação da Administração Pública, bem como o nível
de preparação da Administração Pública para garantir a efectivação das garantias dos
particulares, num contexo de estado de direito.

1.5. Objectivos

Para materialização da presente pesquisa, torna-se necessário definir os objectivos


que orientarão a mesma. Deste modo, definem-se os seguintes objectivos:

1.5.1. Objectivo Geral

Procurar compreender como é que os cidadãos fazem uso das garantias dos
particulares, como meios de impugnação da má actuação da Administração Pública.

1.5.2. Objectivos Específicos

(i) Identificar as garantias dos particulares;

(ii) Caracterizar as garantias dos particulares;

(iii) Descrever as garantias dos particulares;

(iv) Sistematizar as garantias dos particulares.


1.6. Metodologia

Para a elaboração do presente trabalho recorreu-se à Pesquisa Descritiva Qualitativa


e Bibliográfica, através de consulta de manuais de Direito Administrativo, o
Dicionário Jurídico e a investigação na internet, cujos dados serão apresentados no
fim do trabalho nas referências Bibliográficas.

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Tratando-se de uma pesquisa qualitativa, recorrer-se-á a métodos e procedimento tais


como: dedutivo que parte do geral para o particular, tendo em conta as garantias dos
particulares.

Foi também feita uma colecta de dados através da documentação indirecta,


abrangendo a pesquisa bibliográfica e internet.

Como técnica de documentação indirecta a revisão bibliográfica que é um método de


pesquisa desenvolvidoa a partir de materiais já elaborados e construídos
principalmente nos livros de leitura correntes, livros de referências, informativa,
relatórios e artigos científicos.

As vantagens deste método, residem no facto de permitir a cobertura de vários


fenómenos mais amplos, do que aqueles a que seria possível pesquisar directamente,
pois é, importante quando o problema de pesquisa requerer dados muitos dispersos
pelo espaço.

Segundo Prof. William Costa Rodrigues (2007) Pesquisa Descritiva – são factos
observados, registados, analisados, classificados e interpretados, sem interferência do
pesquisador.

Lakatos e Marconi (1987:66), define Pesquisa Bibliográfica como sendo o


levantamento, selecção e documentação de toda a bibliografia já publicada, sobre o
assunto que está sendo pesquisado, em revistas, jornais, boletins, monografias, teses,
dissertações, material cartografado, com objectivo de colocar o pesquisador em
contacto directo com todo material já escrito sobre o mesmo.

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CAPÍTULO II – REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo, procura-se apresentar a literatura que aborda o tema em análise, assim
como o debate teórico e conceptual que orientam o estudo.

2.1. Conceitos

Segundo Marcelo Caetano (2010:403) garantias dos particulares, atribuiu aos


particulares, determinados poderes jurídicos que funcionam como protecção contra
os abusos e ilegalidades da Administração Pública.

Por sua vez, Ana Prata (2006:695) diz que Garantia da relação jurídica, é um
conjunto de providências sancionatórias que o Estado predispõe, em particular
através dos Tribunais, para coagir ao cumprimento dos seus deveres, o sujeito
passivo da relação ou para o sancionar pelo incumprimento.

Segundo Albano Macie (2015:391) as garantias jurídicas consistem em meios que a


ordem jurídica põe à disposição dos administrados, para a defesa dos seus direitos
subjectivos e interesses legítimos, contra a adiministração.

De acordo com as definições supracitadas, optamos pela ideia de Albano Macie,


porque refere-se concretamente aos administrados do nosso ordenamento juridico e
que eles necessitam de conhecer os meios que a ordem dispõe aos particulares, na
defesa contra os abusos da administração pública.

2.2. Espécies

As garantias podem ser preventivas ou repressivas, conforme se destinem a evitar


violações por parte da Administração Pública ou a sancioná-las, isto é, a aplicar
sanções em consequência de violações cometidas.

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As espécies de garantias são preventivas ou reparadoras, garantias do direito


objectivo ou dos particulares e garantia de liberdade ou de mérito Albano Macie
(2015:385).

2.2.1. Garantias Preventivas ou Reparadoras

São as que se destinam a evitar violações por parte da Adminstração Pública


ou repará-las, eliminando actos legais, aplicando sanções ou impondo
indmnizações ou outras condutas legalmente possíveis.

Garantias do direito objectivo ou dos particulares, consoante tenham por


objectivo primacial defender o ordenamento objectivo contra actos ilegais da
administração, ou defender os direitos subjectivos ou interesses legítimos dos
particulares, contra as actuações da Administração Pública que os violem ou
prejudiquem.

Garantia de legalidade ou de mérito são as que visam previnir ou reparar


ofensas ao bloco de legalidade em vigor, ou diferentemente, aos critérios e
regras de boa administração que hajam de ser adoptadas.

A lei organiza as garantias dos particulares, através duma garantia da


legalidade (o recurso contencioso) contra os actos ilegais da Administração,
que funciona na prática como a mais importante garantia dos direitos e
interesses legítimos dos particulares.

De acordo com Albano Macie (2015:385), existem 3 garantias mormente:


políticas, administrativas e contenciosas.

2.3. Garantias Políticas

São aquelas que se efectivam perante os órgãos superiores do poder político do Estado,
designadamente, o Presidente da República, a Assembleia da República e o Governo,
bem como as que são atribuídas aos cidadãos para serem por eles directamente exercídas,
contra actos nulos e inexistentes da Administração Pública.

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2.3.1. Garantias Políticas de Legalidade

As garantias políticas de legalidade são as que visam fiscalizar a jurisdicidade dos


actos dos órgãos de soberania, perante os pares. São designadamente:
 A ficalização da constitucionalidade das leis ( no 1 do artigo 244 da CRM);
 A ratificação dos Decretos-leis do Governo, pela Assembleia da República (alínea
s, do no 2 do artigo 179 CRM);
 A aprovação da Conta Geral do Estado, sessões de perguntas e respostas ao
Governo e audiências parlamentares aos membros do Governo.
2.4. Garantias Administrativas

São garantias administrativas ou graciosas, aquelas que se efectivam perante os órgãos da


Administração Pública, visando controlar a legalidade e o mérito das decisões
administrativas, dos órgãos inferiores perante os respectivos superiores hierárquicos, ou
respectivos órgãos tutelares.

As garantias graciosas ou administrativas conhecem as seguintes espécies:

2.4.1. Garantias Petitórias

São garantias petitórias, as que se efectivam dentro da Administração Pública,


baseadas num pedido de um particular, endereçado a um órgão administrativo, para
que tome as providências necessárias à satisfação do interesse particular, conforme
a lei. As garantias petitórias baseadas num pedido de particular, podem ser:
(i) o direito de petição;
(ii) o direito de representação;
(iii) o direito de queixa;
(iv) o direito de denúncia; e
(v) o direito da oposição administrativa
2.4.1.1. Direito de Petição

O direito de petição, como direito político, está regulado no artigo 79 da


CRM sob epígrafe ʺDireito de petiação, queixa e reclamaçãoʺ e lá se diz
ʺTodos os cidadãos têm direito de apresentar petições, queixas e reclamações

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perante autoridade competente, para exigir o estabelecimento dos seus


direitos violados ou em defesa de interesse geral.ʺ

2.4.1.2. Direito resistência

No termos do artigo 80 da CRM, ʺo cidadão tem o direito de não acatar


ordens ilegais ou que ofendam os seus direitos, liberdades e garantias.ʺ
O direito de resistência é um direito de oposição a actos das autoridades
públicas, desde que ofendam a lei ou os direitos, liberdades e garantias dos
cidadãos.
O direito de resistência pode ser utilizado por uma pessoa singular, como por
uma pessoa colectiva.

Iniciar procedimento administrativo, baseado num pedido para a


administração facultar o gozo de um direito subjectivo ou interesse legítimo,
ou satisfazer uma legítima expectativa do particular, sobre uma situação
jurídica. Por exemplo, requer férias ou uma licença de condução, licença para
início de uma actividade comercial ou requerer uma vaga numa escola
pública (art. 61 da LPA).

Obter informação da Administração Pública sobre o andamento dos


procedimentos em que seja directamente interessado, bem como direito de
conhecer as resoluções definitivas que forem tomadas (art. 67, no 1 LPA).

Solicitar a passagem de certidão, acesso a arquivos, registos administrativos,


direito à informação pública geral, ou consulta de procedimentos
administrativos (art. 68 LPA).

2.4.1.3. Direito de Oposição Administrativa

A oposição administrativa, é definida como contestação que em certos


processos administrativos graciosos, os contra-interessados têm o direito de
apresentar para combater, quer os pedidos formulados à Administração, quer
os projectos divulgados pela Administração Pública.

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Neste caso estamos perante garantias petitórias, isto é, todos assentam na


existência de um pedido dirigido à Administração Pública para que considere
as razões do particular.

2.4.1.4. A Queixa para o Provedor de Justiça

Na lei Moçambicana o provedor de justiça é um órgão que tem como função,


a garantia dos direitos dos cidadãos, a defesa da legalidade e da justiça na
actuação da Administração Pública (art. 256 CRM).

O provedor da justiça é o chamado “defensor do povo ou do cidadão”, como


uma alta autoridade administrativa com estatuto de Ministro, eleita pela
Assembleia da República, por dois terços dos votos dos deputados,
independente do Governo, da Administração Pública e dos Tribunais, com a
função de garantir os direitos dos cidadãos, a defesa da legalidade e da justiça
na actuação da Administração Pública, recebendo para o efeito “petições,
queixas ou reclamações por actos ou omissões dos poderes públicos, que as
aprecia sem poder decisório, dirigindo aos órgãos competentes as necessárias
recomendações para prevenir e reparar as injustiças” (no 1, art. 175, LPA).

2.4.2. As Garantias Impugnatórias

Segundo Diogo Freitas de Amaral (2006:439) as garantias impugnatórias são as


que perante um acto administrativo já praticado, os particulares são admitidos por
lei a impugnar esse acto, isto é, a atacá-lo com determinados fundamentos.

As garantias impugnatórias são definidas, como meios de impugnação de actos


administrativos perante autoridades da própria Administração Pública.

2.4.2.1. As Principais Espécies de Garantias Impugnatórias

De acordo com Decreto n° 30/2001 de 15 de Outubro, são garantias de pessoas


singulares ou colectivas, os seguintes:

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i. O requerimento;
ii. A reclamação;
iii. O recurso hieráquico;
iv. O recurso tutelar;
v. O recurso de revisão;
vi. O recurso contecioso

Reclamação é impugnação feita perante o autor do acto impugnado. É o meio de


impugnação de um acto administrativo perante o seu próprio autor. A reclamação
deve ser apresentada no prazo de quinze dias, em regra geral, salvo se lei especial
dispuser outro prazo. Por exemplo o artigo 127 do EGFAE impõe 5 dias para a
reclamação de uma decisão punitiva.

Segundo Diogo Freitas de Amaral (2006:406) Fundamenta esta garantia na


circunstância de os actos administrativos poderem, ser revogados no geral pelo
órgão que os tenha praticado e, sendo assim, parte-se do princípio de que quem
praticou um acto administrativo não recusará a rever e, eventualmente a revogar ou
substituir um acto por si anteriormente praticado. O seu fundamento é a ilegalidade
ou o de mérito.

Na garantia de natureza facultativa, os particulares podiam intervir se o


quisessem fazer, mas não constituí um dever jurídico, nem sequer um ónus. Ou
seja, não impede que os particulares recorrerem contenciosamente os actos ilegais,
nem fiquem impedidos de recorrer hierarquicamente de qualquer acto
administrativo, pelo facto de previamente não se ter interposto uma reclamação.

A reclamação necessária deixa de ser um meio de impugnação facultativo, para se


tornar num meio de impugnação necessário, no sentido de que constituía condição
“sine qua non”do recurso contencioso.

Acrescente-se ainda que a reclamação não interrompe nem suspende os prazos


legais de impugnação do acto administrativo, sejam de recurso gracioso ou
contencioso.

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Recurso hierárquico é a impugnação feita perante o superior hierárquico do autor


do acto impugnado.

Recurso hierárquico impróprio é a impugnação feita perante autoridades que não


são superiores hierárquicos do autor do acto impugnado, mas que são órgãos da
mesma pessoa colectiva e que exercem sobre o autor do acto impugnado, poderes
de supervisão.

Recurso tutelar é um meio impugnatório que consiste num pedido de reapreciação


de uma decisão de um órgão tutelado ou superintendido, dirigido a um órgão de
tutela ou de superintendência.

É também a impugnação feita perante uma entidade tutelar, isto é, perante um


órgão de outra pessoa colectiva, diferente daquela cujo órgão praticou o acto
impugnado e que exerce sobre esta, poderes tutelares. Diogo Freitas Amaral
(2006:405).

Recurso de revisão é um recurso com natureza extraordinária, que é intentado


quando o particular tiver tomado conhecimento de novos factos, que podem
fundamentar a alteração da decisão anteriormente tomada e deve ser oferecido até
180 dias, a contar da data de conhecimento dos factos inconvenientes (art. 174
LPA).

O Recurso hierárquico é o meio de impugnação de um acto administrativo


perante o superior hierárquico do órgão que tomou a decisão recorrida, a fim de
obter a sua revogação ou substituição.

2.5. As Garantias Contenciosas ou Jurisdicionais

É o meio de impugnação dos actos administrativos definitivos e executórios, perante o


Tribunal Administrativo. Os recursos contenciosos são de mera legalidade e têm por
objecto, a anulabilidade, a declaração de nulidade e a inexistência jurídica dos actos
recorridos, exceptuada qualquer disposição em contrário (art.32 da LPA).

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Segundo Marcelo caetano secundado por Jorge Neto Valente (1991:49-55), as


garantias jurisdicionais ou contenciosas, são as garantias que se efectivam através da
intervenção dos Tribunais Administrativos.

O conjunto destas garantias corresponde a um dos sentidos possíveis das expressões da


jurisdição administrativa ou contencioso administrativo.

As garantias contenciosas, representam a forma mais elevada e mais eficaz de defesa


dos direitos subjectivos e dos interesses legítimos dos particulares. São as garantias que
se efectivam através dos Tribunais.

O ordenamento jurídico moçambicano usa muitas vezes a expressão “contencioso


administrativo”, e usa-a em sentidos muito diferentes:
(i) No sentido orgânico, em que o contencioso administrativo aparece como
sinónimo de conjunto de Tribunais Administrativos. Os Tribunais são órgãos a
quem está confiado o contencioso administrativo; não são eles próprios, o
contencioso administrativo.

(ii) No sentido funcional, como sinónimo de actividade desenvolvida pelos


Tribunais Administrativos. A actividade desenvolvida pelos Tribunais
Administrativos não é o contencioso administrativo: essa actividade é uma
actividade jurisdicional, é a função jurisdicional.

(iii) No sentido instrumental, o contencioso administrativo aparece como


sinónimo de meios processuais que os particulares podem utilizar contra a
Administração Pública, através dos Tribunais Administrativos. Os meios
processuais utilizáveis pelos particulares não são o contencioso administrativo,
são aquilo a que se chama os meios contenciosos.

(iv) No sentido normativo, como sinónimo de conjunto de normas jurídicas


reguladoras da intervenção dos Tribunais Administrativos ao serviço da
garantia dos particulares. O contencioso de normas que regulam esta matéria
também não merece o nome de contencioso administrativo: no fundo trata-se

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apenas de um capítulo do Direito Administrativo, mas não contencioso


administrativo.

(v) No sentido material, como sinónimo de matéria da competência dos Tribunais


Administrativos. O contencioso administrativo significa, em bom rigor, a
matéria da competência dos Tribunais Administrativos, ou seja, o conjunto dos
litígios entre a Administração Pública e os particulares, que hajam de ser
solucionados pelos Tribunais Administrativos e por aplicação do Direito
Administrativo.
2.5.1. Os Meios Contenciosos

Existem duas modalidades de contencioso administrativo, nomeadamente


contencioso por natureza e contencioso por atribuição, que correspondem à dois
meios contenciosos típicos: o recurso e a acção.

Ao contencioso administrativo por natureza, corresponde a figura do recurso; ao


contencioso administrativo por atribuição, corresponde a figura da acção.

O recurso contencioso, é o meio de garantia que consiste na impugnação, feita


perante o Tribunal Administrativo competente, de um acto administrativo ou de um
regulamento ilegal, a fim de obter a respectiva anulação. Visa resolver um litígio
sobre qual a Administração Pública já tomou posição. E fê-lo através de um acto de
autoridade, através de acto administrativo ou de regulamento, de tal forma que,
mediante esse acto de autoridade, já existe uma primeira definição do direito
aplicável.

Contudo, os Tribunais Administrativos constituíram a jurisdição comum com


competência em matéria de litígios emergentes de relações jurídico-
administrativoas, não constituem uma jurisdição exclusiva no que respeita aos
conflitos emergentes de tais relações e a lei atribui aos Tribunais Judiciais a
resolução de diversos tipos de litígios decorrentes de relações jurídicas desta
espécie.

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O recurso contencioso de anulação, quando interposto por particulares que sejam


titulares de um interesse directo, pessoal e legítimo, tem uma função
predominantemente subjectiva.

O recurso contencioso de anulação, quando interposto pelo Ministério Público ou


pelos titulares do direito de acção popular, tem uma função predominantemente
objectiva.

2.5.1.1. Acção Administrativa


É um meio contencioso, dirigido a órgão jurisdicional administrativo, neste
caso, para que este, em primeiro lugar, defina a certeza acerca da existência
e do conteúdo da relação jurídica controvertida.

2.5.2. Função das Garantias Contenciosas

Segundo Marcelo Caetano (2010:403), a jurisdição administrativa resulta de uma


determinação constitucional, ao contrário do que ocorria com a redacção original da
lei fundamental.

CAPÍTULO III - ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

Após a análise do trabalho em estudo, as formulações sobre o mínimo existencial


apresentam uma vertente garantística e uma vertente precaucional. Há uma série de

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relações, os direitos da personalidade não podem ser vistos como taxativos, mas sim de
maneira aberta onde o ser humano tem valores unitários na tomada decisão.

Os particulares têm o direito de recorrer aos tribunais, caso sejam lesados os seus
interesses legítimos pela Administração Pública, que tem o dever de actuar com base no
princípio da legalidade, com vista a não lesar os intereses dos particulares.

CAPÍTULO IV – CONCLUSÃO

A conclusão num trabalho científico, constitui a resposta das discussões feitas em torno
da questão de partida, na qual se pretendia compreender, até que ponto os cidadãos fazem

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uso das garantias dos particulares, como meios de impugnação contra a má actuação da
Administração Pública?

Os resultados conclusivos obtidos neste estudo, sugerem que as garantias dos


particulares, a partir do conceito de que, elas são os meios criados pela ordem jurídica
com a finalidade de evitar ou de sancionar quer a violações do direito Objectivo, quer as
ofensas dos direitos subjectivos e dos interesses legítimos dos particulares, pela
Administração Pública.

As garantias dos particures por serem preventivas ou repressivas, destinam-se a evitar


violações por parte da Administração Pública ou a sancioná-las, isto é, a aplicar sanções
em consequência de violações cometidas.

A legalidade usada às garantias dos particulares, com objectivo primacial de defender a


legalidade objectiva contra actos ilegais da Administração, ou defender os direitos
legítimos dos particulares contra as actuações da Administração Pública no que concerne
aos violadores.

O recurso contecioso contra os actos ilegais da Administração Pública, funciona na


prática como meio das garantias contenciosas, importante garantia e representa a forma
mais elevada e eficaz para a defesa dos direitos subjectivos e dos interesses dos legítimos
dos particulares, os trubunais são os responsáveis pela efectivação das garantias.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DO AMARAL, D. FREITAS & CAETANO, MARCELO; Manual de Direito


Administrativo; 10ª Edição; Editora Almedina, Lisboa; 2001.

20
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MACIE, ALBANO; Lições de Direito Administrativo Moçambicano; III Volume;


Maputo; 2015.

PRATA, ANA at all; Dicionario Juridico; 2ª Edição; II° Vulume.

RIBEIRO, MARTA; Coletanea de Direito Administrativo, Plural Editores.

Legislação

 Constituição da República de Moçambique de 2004;

 Lei n◦14/2009, de 17 de Março, que aprova o Estatuto Geral dos Funcionários e


Agentes do Estado. B.R, I SÉRIE – Número 10, Imprensa Nacional de
Moçambique. Maputo: 2009;

Lei nº 14/2011, de 10 de Agosto, regula a formação da vontade da Administração


Pública, estabelece as normas de defesa dos direitos e interesses dos particulares,. B.R, I
SÉRIE – Número 22, Imprensa Nacional de Moçambique. Maputo: 2011.

https//pt.Wikipedia;org,wiki. Manual de Direito Administrativo Garantias dos


Particulares; 30/08/2017; 19.15hs.

https//pt.Wikipedia;org,wiki. Garantias Conteciosas; 08/09/2017; 20.40hs.

Índice Paginas

Agradecimentos...................................................................................................................3

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Sansão Raul Seth Langa – 842 543 875 – [email protected]

Resumo................................................................................................................................4
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO.........................................................................................5
1. Contextualização..............................................................................................................5

1.1. Problema de Pesquisa...................................................................................................6

1.2. Hipóteses.......................................................................................................................6

1.3. Resultado Esperado......................................................................................................6

1.4. Justificativa...................................................................................................................6

1.5. Objectivos.....................................................................................................................7

1.5.1. Objectivo Geral..........................................................................................................7

1.5.2. Objectivos Específicos...............................................................................................7

1.6. Metodologia..................................................................................................................7

CAPÍTULO II – REVISÃO DA LITERATURA................................................................9


2.1. Conceitos......................................................................................................................9

2.2. Espécies........................................................................................................................9

2.2.1. Garantias Preventivas ou Reparadoras....................................................................10

2.3. Garantias Políticas......................................................................................................10

2.3.1 Garantias Politicas de Legalidade.............................................................................10

2.4. Garantias Administrativas..........................................................................................11

2.4.1. Garantias Petitórias..................................................................................................11

2.4.1.1. Direito de Petição.................................................................................................11

2.4.1.2. Direito resistência.................................................................................................12

2.4.1.3. Direito de Oposição Administrativa.....................................................................12

2.4.1.4. A Queixa para o Provedor de Justiça....................................................................13

2.4.2. As Garantias Impugnatórias....................................................................................13

2.4.2.1. As Principais Espécies de Garantias Impugnatórias.............................................13

2.5. As Garantias Contenciosas ou Jurisdicionais.............................................................15

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Sansão Raul Seth Langa – 842 543 875 – [email protected]

2.5.1. Os Meios Contenciosos...........................................................................................17

2.5.1.1. Acção Administrativa...........................................................................................18

2.5.2. Função das Garantias Contenciosas.........................................................................18

CAPÍTULO III - ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS..................................19


CAPÍTULO IV – CONCLUSÕES....................................................................................20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................21

Resumo

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Este trabalho tem como tema " Hipoteca", elaborado com o principal objectivo de
procurar compreender, qual é a funcao da Hipoteca e que Direitos dá ao Credor.

Do trabalho realizado, concluiu-se que a Hipoteca confere ao credor o Direito de ser pago
valor de certas coisas imóveis, ou equiparadas pertecentes ao devedor ou a terceiro, com
preferencia sobre os demais credores que nao gozem de privilégio especial ou de
prioridade de registo.( Artigo 686, CC)

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

2. Contextualização

O presente trabalho de pesquisa, subordinado ao tema “Hipoteca”, enquadrado na


Disciplina de Direitos Notariados, foi elaborado no contexto da avaliação sistemática e
pretende-se apresentar na sala de aulas para os Estudantes do III ano do Curso de Direito.

Assim, a Hipoteca pode ser entendida como um direito dado ao credor de receber um
bem imóvel ( ou de difícil mobilidade) como garantia do pagamento de uma dívida por
parte do devedor.

2.1. Problema de Pesquisa

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Até que ponto os cidadãos fazem uso da hipoteca, no nosso ordenamento Juríco
Mocambicano?

2.2. Hipóteses

H1:É provável que os particulares não façam uso da hipoteca, por falta de
conhecimento da sua existência.

2.3. Resultado Esperado

No fim deste trabalho, espera-se que os estudantes tenham domínio sobre o tema
Hipoteca.

2.4. Objectivos

Para materialização da presente pesquisa, torna-se necessário definir os objectivos


que orientarão a mesma. Deste modo, definem-se os seguintes objectivos:

2.4.1. Objectivo Geral

Procurar compreender como é que os cidadãos fazem uso da hipoteca.

2.4.2. Objectivos Específicos

(v) Identificar as obrigacoes garantidas pela hipoteca

(vi) Indicar os tipos de hipotecas.

(vii) Descrever os bens hipotecados;


2.5. Metodologia

Para a elaboração do presente trabalho recorreu-se à Pesquisa Descritiva Qualitativa


e Bibliográfica, através de consulta de manuais de Direito Reais, Codigo Civil, o
Dicionário Jurídico e a investigação na internet, cujos dados serão apresentados no
fim do trabalho nas referências Bibliográficas.

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Tratando-se de uma pesquisa qualitativa, recorrer-se-á a métodos e procedimento tais


como: dedutivo que parte do geral para o particular, tendo em conta a hipoteca.

Foi também feita uma colecta de dados através da documentação indirecta,


abrangendo a pesquisa bibliográfica e internet.

Como técnica de documentação indirecta a revisão bibliográfica que é um método de


pesquisa desenvolvidoa a partir de materiais já elaborados e construídos
principalmente nos livros de leitura correntes, livros de referências, informativa,
relatórios e artigos científicos.

Segundo Prof. William Costa Rodrigues (2007) Pesquisa Descritiva – são factos
observados, registados, analisados, classificados e interpretados, sem interferência do
pesquisador.

Lakatos e Marconi (1987:66), define Pesquisa Bibliográfica como sendo o


levantamento, selecção e documentação de toda a bibliografia já publicada, sobre o
assunto que está sendo pesquisado, em revistas, jornais, boletins, monografias, teses,
dissertações, material cartografado, com objectivo de colocar o pesquisador em
contacto directo com todo material já escrito sobre o mesmo.

CAPÍTULO II – REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo, procura-se apresentar a literatura que aborda o tema em análise, assim
como o debate teórico e conceptual que orientam o estudo.

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2.6. Conceitos

Segundo Marcelo Caetano (2010:403) garantias dos particulares, atribuiu aos


particulares, determinados poderes jurídicos que funcionam como protecção contra
os abusos e ilegalidades da Administração Pública.

Por sua vez, Ana Prata (2006:695) diz que Garantia da relação jurídica, é um
conjunto de providências sancionatórias que o Estado predispõe, em particular
através dos Tribunais, para coagir ao cumprimento dos seus deveres, o sujeito
passivo da relação ou para o sancionar pelo incumprimento.

Segundo Albano Macie (2015:391) as garantias jurídicas consistem em meios que a


ordem jurídica põe à disposição dos administrados, para a defesa dos seus direitos
subjectivos e interesses legítimos, contra a adiministração.

De acordo com as definições supracitadas, optamos pela ideia de Albano Macie,


porque refere-se concretamente aos administrados do nosso ordenamento juridico e
que eles necessitam de conhecer os meios que a ordem dispõe aos particulares, na
defesa contra os abusos da administração pública.

2.7. Espécies

As garantias podem ser preventivas ou repressivas, conforme se destinem a evitar


violações por parte da Administração Pública ou a sancioná-las, isto é, a aplicar
sanções em consequência de violações cometidas.

As espécies de garantias são preventivas ou reparadoras, garantias do direito


objectivo ou dos particulares e garantia de liberdade ou de mérito Albano Macie
(2015:385).

2.7.1. Garantias Preventivas ou Reparadoras

São as que se destinam a evitar violações por parte da Adminstração Pública


ou repará-las, eliminando actos legais, aplicando sanções ou impondo
indmnizações ou outras condutas legalmente possíveis.

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Garantias do direito objectivo ou dos particulares, consoante tenham por


objectivo primacial defender o ordenamento objectivo contra actos ilegais da
administração, ou defender os direitos subjectivos ou interesses legítimos dos
particulares, contra as actuações da Administração Pública que os violem ou
prejudiquem.

Garantia de legalidade ou de mérito são as que visam previnir ou reparar


ofensas ao bloco de legalidade em vigor, ou diferentemente, aos critérios e
regras de boa administração que hajam de ser adoptadas.

A lei organiza as garantias dos particulares, através duma garantia da


legalidade (o recurso contencioso) contra os actos ilegais da Administração,
que funciona na prática como a mais importante garantia dos direitos e
interesses legítimos dos particulares.

De acordo com Albano Macie (2015:385), existem 3 garantias mormente:


políticas, administrativas e contenciosas.

2.8. Garantias Políticas

São aquelas que se efectivam perante os órgãos superiores do poder político do Estado,
designadamente, o Presidente da República, a Assembleia da República e o Governo,
bem como as que são atribuídas aos cidadãos para serem por eles directamente exercídas,
contra actos nulos e inexistentes da Administração Pública.

2.8.1. Garantias Políticas de Legalidade

As garantias políticas de legalidade são as que visam fiscalizar a jurisdicidade dos


actos dos órgãos de soberania, perante os pares. São designadamente:
 A ficalização da constitucionalidade das leis ( no 1 do artigo 244 da CRM);
 A ratificação dos Decretos-leis do Governo, pela Assembleia da República (alínea
s, do no 2 do artigo 179 CRM);
 A aprovação da Conta Geral do Estado, sessões de perguntas e respostas ao
Governo e audiências parlamentares aos membros do Governo.

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2.9. Garantias Administrativas

São garantias administrativas ou graciosas, aquelas que se efectivam perante os órgãos da


Administração Pública, visando controlar a legalidade e o mérito das decisões
administrativas, dos órgãos inferiores perante os respectivos superiores hierárquicos, ou
respectivos órgãos tutelares.

As garantias graciosas ou administrativas conhecem as seguintes espécies:

2.9.1. Garantias Petitórias

São garantias petitórias, as que se efectivam dentro da Administração Pública,


baseadas num pedido de um particular, endereçado a um órgão administrativo, para
que tome as providências necessárias à satisfação do interesse particular, conforme
a lei. As garantias petitórias baseadas num pedido de particular, podem ser:
(vi) o direito de petição;
(vii) o direito de representação;
(viii) o direito de queixa;
(ix) o direito de denúncia; e
(x) o direito da oposição administrativa
2.9.1.1. Direito de Petição

O direito de petição, como direito político, está regulado no artigo 79 da


CRM sob epígrafe ʺDireito de petiação, queixa e reclamaçãoʺ e lá se diz
ʺTodos os cidadãos têm direito de apresentar petições, queixas e reclamações
perante autoridade competente, para exigir o estabelecimento dos seus
direitos violados ou em defesa de interesse geral.ʺ

2.9.1.2. Direito resistência

No termos do artigo 80 da CRM, ʺo cidadão tem o direito de não acatar


ordens ilegais ou que ofendam os seus direitos, liberdades e garantias.ʺ

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O direito de resistência é um direito de oposição a actos das autoridades


públicas, desde que ofendam a lei ou os direitos, liberdades e garantias dos
cidadãos.
O direito de resistência pode ser utilizado por uma pessoa singular, como por
uma pessoa colectiva.

Iniciar procedimento administrativo, baseado num pedido para a


administração facultar o gozo de um direito subjectivo ou interesse legítimo,
ou satisfazer uma legítima expectativa do particular, sobre uma situação
jurídica. Por exemplo, requer férias ou uma licença de condução, licença para
início de uma actividade comercial ou requerer uma vaga numa escola
pública (art. 61 da LPA).

Obter informação da Administração Pública sobre o andamento dos


procedimentos em que seja directamente interessado, bem como direito de
conhecer as resoluções definitivas que forem tomadas (art. 67, no 1 LPA).

Solicitar a passagem de certidão, acesso a arquivos, registos administrativos,


direito à informação pública geral, ou consulta de procedimentos
administrativos (art. 68 LPA).

2.9.1.3. Direito de Oposição Administrativa

A oposição administrativa, é definida como contestação que em certos


processos administrativos graciosos, os contra-interessados têm o direito de
apresentar para combater, quer os pedidos formulados à Administração, quer
os projectos divulgados pela Administração Pública.

Neste caso estamos perante garantias petitórias, isto é, todos assentam na


existência de um pedido dirigido à Administração Pública para que considere
as razões do particular.

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2.9.1.4. A Queixa para o Provedor de Justiça

Na lei Moçambicana o provedor de justiça é um órgão que tem como função,


a garantia dos direitos dos cidadãos, a defesa da legalidade e da justiça na
actuação da Administração Pública (art. 256 CRM).

O provedor da justiça é o chamado “defensor do povo ou do cidadão”, como


uma alta autoridade administrativa com estatuto de Ministro, eleita pela
Assembleia da República, por dois terços dos votos dos deputados,
independente do Governo, da Administração Pública e dos Tribunais, com a
função de garantir os direitos dos cidadãos, a defesa da legalidade e da justiça
na actuação da Administração Pública, recebendo para o efeito “petições,
queixas ou reclamações por actos ou omissões dos poderes públicos, que as
aprecia sem poder decisório, dirigindo aos órgãos competentes as necessárias
recomendações para prevenir e reparar as injustiças” (no 1, art. 175, LPA).

2.9.2. As Garantias Impugnatórias

Segundo Diogo Freitas de Amaral (2006:439) as garantias impugnatórias são as


que perante um acto administrativo já praticado, os particulares são admitidos por
lei a impugnar esse acto, isto é, a atacá-lo com determinados fundamentos.

As garantias impugnatórias são definidas, como meios de impugnação de actos


administrativos perante autoridades da própria Administração Pública.

2.9.2.1. As Principais Espécies de Garantias Impugnatórias

De acordo com Decreto n° 30/2001 de 15 de Outubro, são garantias de pessoas


singulares ou colectivas, os seguintes:
vii. O requerimento;
viii. A reclamação;
ix. O recurso hieráquico;
x. O recurso tutelar;
xi. O recurso de revisão;

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xii. O recurso contecioso

Reclamação é impugnação feita perante o autor do acto impugnado. É o meio de


impugnação de um acto administrativo perante o seu próprio autor. A reclamação
deve ser apresentada no prazo de quinze dias, em regra geral, salvo se lei especial
dispuser outro prazo. Por exemplo o artigo 127 do EGFAE impõe 5 dias para a
reclamação de uma decisão punitiva.

Segundo Diogo Freitas de Amaral (2006:406) Fundamenta esta garantia na


circunstância de os actos administrativos poderem, ser revogados no geral pelo
órgão que os tenha praticado e, sendo assim, parte-se do princípio de que quem
praticou um acto administrativo não recusará a rever e, eventualmente a revogar ou
substituir um acto por si anteriormente praticado. O seu fundamento é a ilegalidade
ou o de mérito.

Na garantia de natureza facultativa, os particulares podiam intervir se o


quisessem fazer, mas não constituí um dever jurídico, nem sequer um ónus. Ou
seja, não impede que os particulares recorrerem contenciosamente os actos ilegais,
nem fiquem impedidos de recorrer hierarquicamente de qualquer acto
administrativo, pelo facto de previamente não se ter interposto uma reclamação.

A reclamação necessária deixa de ser um meio de impugnação facultativo, para se


tornar num meio de impugnação necessário, no sentido de que constituía condição
“sine qua non”do recurso contencioso.

Acrescente-se ainda que a reclamação não interrompe nem suspende os prazos


legais de impugnação do acto administrativo, sejam de recurso gracioso ou
contencioso.

Recurso hierárquico é a impugnação feita perante o superior hierárquico do autor


do acto impugnado.

Recurso hierárquico impróprio é a impugnação feita perante autoridades que não


são superiores hierárquicos do autor do acto impugnado, mas que são órgãos da

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mesma pessoa colectiva e que exercem sobre o autor do acto impugnado, poderes
de supervisão.

Recurso tutelar é um meio impugnatório que consiste num pedido de reapreciação


de uma decisão de um órgão tutelado ou superintendido, dirigido a um órgão de
tutela ou de superintendência.

É também a impugnação feita perante uma entidade tutelar, isto é, perante um


órgão de outra pessoa colectiva, diferente daquela cujo órgão praticou o acto
impugnado e que exerce sobre esta, poderes tutelares. Diogo Freitas Amaral
(2006:405).

Recurso de revisão é um recurso com natureza extraordinária, que é intentado


quando o particular tiver tomado conhecimento de novos factos, que podem
fundamentar a alteração da decisão anteriormente tomada e deve ser oferecido até
180 dias, a contar da data de conhecimento dos factos inconvenientes (art. 174
LPA).

O Recurso hierárquico é o meio de impugnação de um acto administrativo


perante o superior hierárquico do órgão que tomou a decisão recorrida, a fim de
obter a sua revogação ou substituição.

2.10. As Garantias Contenciosas ou Jurisdicionais

É o meio de impugnação dos actos administrativos definitivos e executórios, perante o


Tribunal Administrativo. Os recursos contenciosos são de mera legalidade e têm por
objecto, a anulabilidade, a declaração de nulidade e a inexistência jurídica dos actos
recorridos, exceptuada qualquer disposição em contrário (art.32 da LPA).

Segundo Marcelo caetano secundado por Jorge Neto Valente (1991:49-55), as


garantias jurisdicionais ou contenciosas, são as garantias que se efectivam através da
intervenção dos Tribunais Administrativos.

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O conjunto destas garantias corresponde a um dos sentidos possíveis das expressões da


jurisdição administrativa ou contencioso administrativo.

As garantias contenciosas, representam a forma mais elevada e mais eficaz de defesa


dos direitos subjectivos e dos interesses legítimos dos particulares. São as garantias que
se efectivam através dos Tribunais.

O ordenamento jurídico moçambicano usa muitas vezes a expressão “contencioso


administrativo”, e usa-a em sentidos muito diferentes:
(vi) No sentido orgânico, em que o contencioso administrativo aparece como
sinónimo de conjunto de Tribunais Administrativos. Os Tribunais são órgãos a
quem está confiado o contencioso administrativo; não são eles próprios, o
contencioso administrativo.

(vii)No sentido funcional, como sinónimo de actividade desenvolvida pelos


Tribunais Administrativos. A actividade desenvolvida pelos Tribunais
Administrativos não é o contencioso administrativo: essa actividade é uma
actividade jurisdicional, é a função jurisdicional.

(viii) No sentido instrumental, o contencioso administrativo aparece como


sinónimo de meios processuais que os particulares podem utilizar contra a
Administração Pública, através dos Tribunais Administrativos. Os meios
processuais utilizáveis pelos particulares não são o contencioso administrativo,
são aquilo a que se chama os meios contenciosos.

(ix) No sentido normativo, como sinónimo de conjunto de normas jurídicas


reguladoras da intervenção dos Tribunais Administrativos ao serviço da
garantia dos particulares. O contencioso de normas que regulam esta matéria
também não merece o nome de contencioso administrativo: no fundo trata-se
apenas de um capítulo do Direito Administrativo, mas não contencioso
administrativo.

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(x) No sentido material, como sinónimo de matéria da competência dos Tribunais


Administrativos. O contencioso administrativo significa, em bom rigor, a
matéria da competência dos Tribunais Administrativos, ou seja, o conjunto dos
litígios entre a Administração Pública e os particulares, que hajam de ser
solucionados pelos Tribunais Administrativos e por aplicação do Direito
Administrativo.
2.10.1. Os Meios Contenciosos

Existem duas modalidades de contencioso administrativo, nomeadamente


contencioso por natureza e contencioso por atribuição, que correspondem à dois
meios contenciosos típicos: o recurso e a acção.

Ao contencioso administrativo por natureza, corresponde a figura do recurso; ao


contencioso administrativo por atribuição, corresponde a figura da acção.

O recurso contencioso, é o meio de garantia que consiste na impugnação, feita


perante o Tribunal Administrativo competente, de um acto administrativo ou de um
regulamento ilegal, a fim de obter a respectiva anulação. Visa resolver um litígio
sobre qual a Administração Pública já tomou posição. E fê-lo através de um acto de
autoridade, através de acto administrativo ou de regulamento, de tal forma que,
mediante esse acto de autoridade, já existe uma primeira definição do direito
aplicável.

Contudo, os Tribunais Administrativos constituíram a jurisdição comum com


competência em matéria de litígios emergentes de relações jurídico-
administrativoas, não constituem uma jurisdição exclusiva no que respeita aos
conflitos emergentes de tais relações e a lei atribui aos Tribunais Judiciais a
resolução de diversos tipos de litígios decorrentes de relações jurídicas desta
espécie.

O recurso contencioso de anulação, quando interposto por particulares que sejam


titulares de um interesse directo, pessoal e legítimo, tem uma função
predominantemente subjectiva.

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O recurso contencioso de anulação, quando interposto pelo Ministério Público ou


pelos titulares do direito de acção popular, tem uma função predominantemente
objectiva.

2.10.1.1. Acção Administrativa


É um meio contencioso, dirigido a órgão jurisdicional administrativo, neste
caso, para que este, em primeiro lugar, defina a certeza acerca da existência
e do conteúdo da relação jurídica controvertida.

2.10.2. Função das Garantias Contenciosas

Segundo Marcelo Caetano (2010:403), a jurisdição administrativa resulta de uma


determinação constitucional, ao contrário do que ocorria com a redacção original da
lei fundamental.

CAPÍTULO III - ANÁLISE E DISCUSSÃO DE RESULTADOS

Após a análise do trabalho em estudo, as formulações sobre o mínimo existencial


apresentam uma vertente garantística e uma vertente precaucional. Há uma série de
relações, os direitos da personalidade não podem ser vistos como taxativos, mas sim de
maneira aberta onde o ser humano tem valores unitários na tomada decisão.

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Os particulares têm o direito de recorrer aos tribunais, caso sejam lesados os seus
interesses legítimos pela Administração Pública, que tem o dever de actuar com base no
princípio da legalidade, com vista a não lesar os intereses dos particulares.

CAPÍTULO IV – CONCLUSÃO

A conclusão num trabalho científico, constitui a resposta das discussões feitas em torno
da questão de partida, na qual se pretendia compreender, até que ponto os cidadãos fazem
uso das garantias dos particulares, como meios de impugnação contra a má actuação da
Administração Pública?

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Os resultados conclusivos obtidos neste estudo, sugerem que as garantias dos


particulares, a partir do conceito de que, elas são os meios criados pela ordem jurídica
com a finalidade de evitar ou de sancionar quer a violações do direito Objectivo, quer as
ofensas dos direitos subjectivos e dos interesses legítimos dos particulares, pela
Administração Pública.

As garantias dos particures por serem preventivas ou repressivas, destinam-se a evitar


violações por parte da Administração Pública ou a sancioná-las, isto é, a aplicar sanções
em consequência de violações cometidas.

A legalidade usada às garantias dos particulares, com objectivo primacial de defender a


legalidade objectiva contra actos ilegais da Administração, ou defender os direitos
legítimos dos particulares contra as actuações da Administração Pública no que concerne
aos violadores.

O recurso contecioso contra os actos ilegais da Administração Pública, funciona na


prática como meio das garantias contenciosas, importante garantia e representa a forma
mais elevada e eficaz para a defesa dos direitos subjectivos e dos interesses dos legítimos
dos particulares, os trubunais são os responsáveis pela efectivação das garantias.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DO AMARAL, D. FREITAS & CAETANO, MARCELO; Manual de Direito


Administrativo; 10ª Edição; Editora Almedina, Lisboa; 2001.

MACIE, ALBANO; Lições de Direito Administrativo Moçambicano; III Volume;


Maputo; 2015.

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