Proposta de Alteração Do Imposto Industrial
Proposta de Alteração Do Imposto Industrial
Proposta de Alteração Do Imposto Industrial
Pessoas Colectivas
Acresce o facto de a articulação dos impostos ser, de certo modo, complexa, gerando inúmeras dúvidas
no seio dos contribuintes, o que de certa forma, afecta o cumprimento das obrigações tributárias e o
ambiente de negócios.
A adopção de um Imposto único sobre a tributação dos Rendimentos das Pessoas Colectivas
representa um avanço e um salto qualitativo no domínio do sistema fiscal, com soluções legislativas que
contribuem para a melhoria da competitividade da economia, simplificação e sistematização da
legislação, redução de distorções, alinhamento às melhores práticas internacionais e melhor articulação
das diferentes categorias de rendimentos.
A aprovação do Imposto Sobre os Rendimentos das Pessoas Colectivas tem como principais objectivos:
Pretende-se a introdução de um imposto que tributa o rendimento de forma abrangente, tendo como
base o rendimento acréscimo das pessoas colectivas, com ou sem personalidade jurídica, bastando que
o rendimento obtido tenha conexão com o território nacional e não seja susceptível de ser tributado em
sede do regime aplicável às pessoas singulares.
O regime agrupa os sujeitos passivos em 3 categorias, designadamente; (i) as entidades que exercem
actividade comercial e industrial a título principal, que via de regra são as entidades dotadas de
personalidade jurídica, mas não só e que se caracterizam pelo exercício regular de actividades
comerciais; (ii) as entidades que não exercem actividade comercial a título principal, que via de regra
constituem entidades sem personalidade jurídica e que praticam, de forma esporádica ou a título
acessório actos de comércio, como é o caso dos Condomínios, Associações sem personalidade Jurídica
e demais entidades sem personalidade jurídica cujos rendimentos não sejam tributáveis em sede do
regime de tributação de pessoas singulares; por fim (iii) as entidades não residentes com ou sem
personalidade jurídica que obtenham rendimentos no país não imputável a estabelecimento estável e
não sujeitos ao regime de tributação de pessoas singulares.
No que diz respeito à forma de tributação, as entidades que exercem actividades comerciais a título
principal são tributadas pelo lucro, ao passo que as entidades das duas últimas categorias são tributadas
com base no rendimento global das diversas categorias do imposto sobre os rendimentos das pessoas
singulares, com as deduções nele previstas.
Com efeito, existe uma forte conexão entre a tributação dos rendimentos das pessoas colectivas e
singulares, de tal modo que, todo o rendimento que não couber nas normas de incidência referentes ao
regime de tributação das pessoas singulares, serão, certamente, tributados em sede de IRPC.
Regista-se, portanto, um modelo mais vantajoso para os sujeitos passivos, na medida em que os
rendimentos de capitais que actualmente são tributados sem possibilidade de dedução de custos,
passarão a ser considerados para o apuramento da matéria colectável, concorrendo assim com os
demais rendimentos no que diz respeito à dedução de custos.
Propõe-se, à semelhança do que ocorre em sede do actual Imposto Industrial, a consagração de dois
regimes de tributação que se distinguem unicamente pelo modo de determinação da matéria colectável,
designadamente, o regime geral aplicável aos contribuintes com volume de negócios superior a Kz
25 000 000,00 (vinte e cinco milhões de kwanzas), tributáveis com base na contabilidade, e o regime
simplificado aplicável aos contribuintes abaixo deste limiar cuja a determinação da matéria colectável é
feita com base na contabilidade, no modelo de contabilidade simplificada ou livro de registos de compra
e venda e serviços prestados.
Entretanto, tanto os contribuintes do regime geral como os do regime simplificado, passam a estar
obrigados, além da autoliquidação provisória sobre as vendas à taxa de 2% e das retenções na fonte
sobre as prestações de serviço à taxa de 6,5%, à liquidação definitiva por meio da submissão de
declarações via electrónica, não sendo, portanto, admissíveis declarações em suporte físico,
possibilitando-se com isso um maior e melhor controlo da arrecadação de receitas. Acresce ainda o
facto de os contribuintes do regime de exclusão do IVA, assim como os contribuintes que realizem
No que diz respeito aos prazos para cumprimento das obrigações, os contribuintes do regime
simplificado ficam obrigados à submissão das suas declarações definitivas até ao dia 15 de Abril de
cada ano e a efectuar o pagamento até ao final deste mês, ficando os contribuintes do regime geral
obrigados a submeter as suas declarações até ao dia 15 de Maio e à efectuar o pagamento de igual
modo até ao final do mês.
Com esta medida pretende-se reduzir a pressão dos últimos dias, registada a nível dos serviços
operacionais, conferindo-se com isso uma maior folga aos contribuintes mediante separação do
momento da liquidação do momento do pagamento.
Um outro ganho introduzido com este regime, é a revogação da actual verba 23.3 do imposto do selo
sobre os recibos de quitação, o que proporcionará um maior alívio, fluidez e folga financeira em termos
de tesouraria para as empresas.
Em suma, pretende-se com o regime, uma tributação mais simples, mais eficiente e mais benéfica para
os operadores económicos mais que ao mesmo tempo proporcione ao Estado um maior conforto em
termos de controlo e de arrecadação de receitas.