8.psicologia Do Desporto

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Introdução

Em psicologia, a prática desportiva tem sido investigada em duas vertentes, por vezes
pouco diferenciadas nos estudos realizados. Uma das vertentes é a psicologia do
exercício físico, que é definida pela tentativa de compreensão dos comportamentos dos
indivíduos relacionados com a actividade física de lazer, não competitiva, que pode ser
iniciada com o objectivo da melhoria da condição física, da aparência ou tendo em
conta as preocupações do indivíduo com a sua saúde e bem estar (Gouveia, 2001). Por
outro lado, existe a psicologia do desporto, na qual se procura compreender as
cognições, emoções e comportamentos dos indivíduos em contexto competitivo,
centrada nos atletas e no seu rendimento desportivo (Gouveia, 2001).

Contudo, a psicologia do desporto e as temáticas que têm sido investigadas, não têm
sido eficazes na clarificação de uma das grandes questões da psicologia do desporto:
“Porque é que todos os atletas não se tornam ou não são “Cristianos Ronaldo”?”. A
verdade é que continuam a existir dificuldades na explicação de determinados
comportamentos dos atletas, como por exemplo o abandono da prática desportiva por
parte de jovens atletas (Gouveia, 2001).

A evolução da Psicologia do Esporte como área de conhecimento específico dentro das


Ciências do Esporte" é um fato que vem se tornando realidade, notadamente nas duas
últimas décadas. Foram realizados inúmeros estudos em diversas áreas relacionadas da
Atividade Física, mostrando tendências diferenciadas na concepção de Psicologia do
Esporte. Este trabalho de revisão tem como objetivo mostrar alguns nomes, fatos
históricos e estudos que contribuíram para o desenvolvimento dessa área muito
importante para atletas, técnicos e demais profissionais do esporte em geral, numa
tentativa de melhor entender qual o verdadeiro papel da Psicologia do Esporte dentro
das chamadas "Ciências do Esporte.

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A História da Psicologia do Desporto

Definir o conceito de «psicologia do desporto» não é tarefa fácil. Talvez porque as


definições que “são habitualmente apresentadas reflictam a coexistência de múltiplas
concepções teóricas e metodológicas” (Riera, 1985: 30). Porém, parece-nos importante
apresentar aqui um dos possíveis entendimentos deste conceito. Todavia, começaremos
no entanto, por referir que “Psicologia é o ramo da ciência que estuda os fenómenos da
vida consciente, na sua origem, desenvolvimento e manifestações” (Brito, 1994b: 173).
Ainda segundo este autor, é usual que de acordo com os indivíduos e as actividades que
são estudadas, dividir a psicologia em várias “ramos” (psicologia clínica, animal, da
criança, etc.). Por outro lado, é ainda vulgar considerarem-se a existência de “áreas,
divisões, escolas, teorias ou tendências” da psicologia, conforme a metodologia ou a
perspectiva filosófica.

É pois nesta perspectiva que entendemos a psicologia do desporto, isto é, uma área da
psicologia, estabelecida em função de uma actividade que, segundo Brito (1994b;
1996b) e Alves, Brito e Serpa (1996), vai estudar o comportamento dos indivíduos em
situação de prática desportiva bem como todos os fenómenos da vida consciente que a
ela se podem associar.

Uma outra questão que nos parece importante e que segundo Brito (1996a: 168)
é “um problema que ainda hoje se discute” é a que diz respeito à pertinência da
existência de uma psicologia do desporto como ciência e ramo independente da
psicologia geral. Relembremos que os autores pioneiros desta nova temática,
estabeleceram fortes ligações com outras áreas científicas, em especial com a
psicofisiologia, a medicina psicossomática, a psicologia clínica e a psicopedagogia
(Brito, 1996a) e que a diminuta clarificação da sua identidade, gerou uma certa
dificuldade de afirmação no que se refere ao seu objecto de estudo. Todavia, como disse
Gueron (1977, cit. por Brito, 1996a: 67) “nenhuma ciência definiu logo à nascença o
seu objecto. A história do pensamento científico prova que as ciências se separam pouco
a pouco umas das outras, nascendo no seio de outras ciências”. A psicologia do desporto
não é excepção.

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Assim, seguindo o raciocínio apresentado por Brito (1996a), e porque o desporto é,
por si só, dotado de características particulares, específicas, como o são as regras, os
espaços de prática, o vestuário, as motivações, os dirigentes, os juízes, o público, a
imprensa e outras, “o estudo da vida consciente e do comportamento dos seus
participantes e de todas os que nele participam justificam a existência de uma área
específica da psicologia” (Brito, 1996b: 69).

Em suma, concordamos que a psicologia do desporto seja “um ramo independente da


psicologia porque os elementos psicológicos do desporto são específicos e se
distinguem radicalmente dos observados noutros domínios da actividade
humana” (Brito 1996a: 69), caracterizando-se este novo ramo da psicologia, como a
ciência que se dedica ao estudo dos efeitos dos factores psicológicos (afectivos,
cognitivos, motivacionais, sensório-motores e outros), no comportamento do ser
humano em situação de prática desportiva, bem como, os efeitos que essa participação,
em actividades físicas competitivas e recreativas, poderão ter nos seus praticantes. O seu
objecto de estudo é o próprio desporto e os seus intervenientes mais directos (Brito,
1990, 1994b, 1996a e 1996b; Singer, 1993; Weinberg e Gould, 1995; Alves, Brito e
Serpa, 1996; Cruz, 1996).

Perspectiva Global da Educação da Psicologia do Desporto

O início da história da psicologia do desporto caracteriza-se pela, já anteriormente


referida, coexistência de inúmeras concepções filosóficas, escolas, teorias, etc. Se por
isto é complicado definir o seu conceito, já o dissemos, também é, pelas mesmas razões,
estabelecer uma data concreta em que a psicologia do desporto nasce e surge como área
independente da Psicologia (Brito, 1990).

No entanto, é frequente situar-se a sua criação no ano de 1965, aquando da realização


do I Congresso Internacional de Psicologia do Desporto (Brito, 1996a). Todavia,
podemos considerar que o interesse pelo estudo desta temática surgiu muito antes,
impulsionado por diversos investigadores de diversas áreas científicas (Brito, 1991 e
1996 e Serpa, 1995). Como diz Cruz (1996: 22), “para se compreender a origem desta
nova disciplina científica e actividade profissional, teremos de recuar aos finais do
século passado”, referindo-se, como é óbvio, aos finais do séc. XIX.

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De facto, os primeiros trabalhos conhecidos e realizados nesta área datam do final do
séc. XIX, Fitz em 1895 nos EUA, Schultze em 1897 na Alemanha e Tripllet em 1898,
também nos EUA, conquistaram o seu lugar na história ao realizar as primeiras
investigações na área da psicologia do desporto (Brito, 1990; Weinberg e Gould, 1995;
Alves, Brito e Serpa, 1996; Cruz, 1996 e Fonseca, 2001). Se bem que o grande e o
verdadeiro impulsionador deste novo domínio do conhecimento, de acordo com os
mesmos autores, tenha sido Pierre de Coubertin, ao lançar “no mundo do desporto, a
primeira chamada de atenção para este tema” (Brito, 1990: 5), patrocinando e
promovendo um Congresso Internacional de Psicologia e Fisiologia Desportivas, em
1913.

Por volta dos anos 20 e 30 os trabalhos intensificaram-se um pouco por todo o


mundo, nomeadamente nos EUA, na URSS, na Alemanha, no Japão e na
Checoslováquia. Foi também por esta altura criado o primeiro laboratório do mundo de
psicologia do desporto, designado de “motor learning laboratorie” em 1925, na
Universidade do Illinois, nos EUA, pela mão de Coleman Griffith. Outros
acontecimentos marcantes sucederam-se, como a introdução de cadeiras de psicologia
do desporto em várias Universidades dos EUA e da URSS (Brito, 1990, 1994b e 1996b
e Alves, Brito e Serpa, 1996).

Existe um certo consenso, que foi após a 2ª Grande Guerra que começou o «boom»
generalizado em torno da psicologia do desporto. Na realidade, o desenvolvimento do
desporto como ciência bem como da metodologia do treino, originados em grande parte,
pela “oposição entre os blocos capitalistas e comunistas” (Alves, Brito e Serpa, 1996:
8), que intensificaram a “luta pelas medalhas” (Brito, 1990: 6), vieram contribuir para
esta expansão.

Segundo Brito (1990), foi de facto a partir da 2ª Grande Guerra que o interesse na área
da psicologia do desporto se desenvolveu. Esta fase, que viria a ser conhecida
por “Primeiro período” (Feige, 1977, cit. por Alves, Brito e Serpa, 1996: 8),
caracterizou-se pelas várias investigações realizadas a título individual.

A psicologia do desporto foi pois, a partir deste momento “alargando-se a praticamente


todas as modalidades e múltiplas situações (Brito, 1990: 6) e foi também nesta época

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(de 1966 a 1977) que se tornou num ramo autónomo da Psicologia Geral (Raposo,
1996).

Se numa fase inicial da vida da psicologia do desporto as pesquisas que se realizavam


eram pouco divulgadas ou mesmo mantidas em segredo (Brito, 1990 e 1991), com o
crescente reconhecimento da importância desta área, o número de trabalhos cresceu
sendo já “impressionante” (Brito, 1990: 14). Felizmente, esta crescente produção
científica é acompanhada, na opinião de Brito (1996a) por um incremento de qualidade,
que é também referido por Fonseca (2001).

A realização nesse ano, do I Congresso Mundial de Psicologia do Desporto, em Roma,


organizado por iniciativa da Federação Italiana de Medicina Desportiva, sob a
orientação de Antonelli, possibilitou a apresentação de valiosos contributos para o
desenvolvimento deste domínio, que levaram a situar, em 1965, a criação da Psicologia
do Desporto, ”por uma questão formal, ou simples comodidade” (Brito, 1996a: 67).
Quase em simultâneo, era criada a Sociedade Internacional de Psicologia do Desporto
(ISSP) e várias sociedades nacionais.

Assistiu-se então, a um período de grande desenvolvimento, marcado por uma enorme


cooperação internacional e que se exprime nos posteriores Congressos Mundiais,
realizados de 4 em 4 anos (Washington 1969, Madrid 1973, Praga 1977, Otava 1981,
Copenhaga 1985, Singapura 1989, Lisboa 1993, Israel 1997 e Atenas 2001 - o próximo
será realizado em 2005 na cidade de Sidney), sendo toda a informação veiculada através
de revistas da especialidade em todo o mundo, entre as quais o International Journal of
Sport Psychology, criado pela ISSP em 1970 (Brito, 1990 e 1991, Alves, Brito e Serpa,
1991 e Cruz, 1996).

Das várias publicações existentes, dedicadas exclusivamente à Psicologia do Desporto,


Fonseca (2001) destaca ainda: The Sport Psychologist, criada em 1987; Journal of Sport
& Exercise Psychology (1988) e considerada a mais importante pelo autor; Sport
Psychologie (1987); Journal of Applied Sport Psychology (1989); Revista de Psicologia
del Deporte (1992); Psychology of Sport and Exercise (1997).

Para além dos congressos mundiais que registaram um grande interesse por parte das
instituições de ensino superior, atraindo psicólogos, professores de educação física,

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treinadores e técnicos desportivos, motivando assim, a inclusão de psicólogos
desportivos na preparação dos atletas a vários níveis, é de salientar ainda, a inclusão da
disciplina de psicologia do desporto em várias universidades, tanto de ciências do
desporto como de psicologia.

Em matéria de investigação, segundo Brito (1990) apoiado em dados de Antonelli


(1977), o número de trabalhos publicados anualmente nesta área, no final da década de
60 e durante a de 70, foram cerca de 500. Na década de 80 esse número disparou para
2000, devido em grande parte à realização dos congressos e publicações de revistas,
sendo os temas mais desenvolvidos os seguintes: stress, ansiedade, controlo emocional,
treino mental, motivação, processos cognitivos e tomada de decisão.

Actualmente este número pecará certamente por defeito (Fonseca, 2001) devido à
elevada quantidade de revistas existentes e livros editados, bem como à informação
veiculada através das várias jornadas, conferências e congressos que se realizam todos
os anos. Na última década, segundo o mesmo autor, os temas/áreas mais abordadas
foram: motivação; exercício, saúde e bem-estar; stress; treino mental; ansiedade;
liderança; personalidade; processamento da informação e tomada de decisão; avaliação
e metodologia; emoções.

A respeito da evolução da psicologia do desporto a nível internacional, Brito (1996a)


apresenta-nos nove períodos marcantes. Apesar desta divisão poder suscitar a ideia de
estanquicidade, tal não corresponde à verdade pois todos os períodos foram
estabelecidos em função das principais publicações tendo-se sucedido uns aos outros de
forma mais ou menos fluida.

Importância da Psicologia
Segundo Vanek & Cratty (1970) e Wiggins (1984), a primeira pessoa a reconhecer a
importância da psicologia para a atividade física e desta para a mente foi W A . Stearn,
em 1895. Em 1898 F A . Kellor defendia uma maior participação das pessoas nos jogos,
pois estes levavam a uma maior relexão, raciocínio e observação. A partir de 1895, com
o trabalho realizado por G.W. Fitz sobre tempo de reação, começaram a surgir estudos
sobre aspectos sociais, prática mental e transferência de força e de treinamento feitos
por N. Tripplet, W.W. Davis e W. Anderson. Tripplet foi o primeiro estudioso a

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investigar o comportamento de ciclistas em competição, relacionando seu desempenho
com a influência do público e de outros competidores.

Os trabalhos, ainda muito diversificados, começaram a ser divulgados e na Europa


vários autores se destacaram no início do século. Entre eles podem ser citados: Webber,
R.S. Woodworth, Ebinhauss e Jusserand que, em 1901, escreveu o primeiro trabalho
sobre psicologia e o futebol. Dois anos mais tarde G.T.W. Patrick escreveu sobre o
mesmo tema, abordando a atração exercida pelo futebol em seus apreciadores. Ainda
em 1901 o russo P.F. Lesgaft desenvolveu um estudo sobre os benefícios da psicologia
na atividade física (Krotee, 1980; Vanek & Cratty, 1970).

O crescimento do esporte como fenômeno social, a realização cada vez mais constante
de eventos esportivos e o resgate dos Jogos Olímpicos, aumentaram o interesse pela
pesquisa no esporte e conseqüentemente o interesse pela psicologia do esporte. Todos
esses fatos tornaram necessária também a assistência a técnicos e atletas interessados
em saber o que a psicologia do esporte poderia fazer por eles e melhorar seu
desempenho (Krotee, 1980).

Na década de 20 a psicologia do esporte conheceu o seu período mais fértil para defini-
la como uma disciplina de cunho acadêmico e científico. Surgiram os primeiros
laboratórios de pesquisa em psicologia do esporte (Moscou e Lenigrado-Rússia em
1920; U. of Illinois-EUA em 1925 e Leipzig, exAlemanha Oriental em 1928) e as
primeiras publicações de grande vulto, editadas por Colleman Griffith, tido para muitos
como o pai da moderna psicologia do esporte.

Teorias Motivacionais no desporto


Segundo Freud (1953), fazendo referencia à sua primeira publicação em 1900, apresenta
uma abordagem psicanalítica evidenciada na teoria da psicodinâmica, onde se
compreende que a motivação é um “drive”, o desejo (termo eminentemente
psicanalítico) que surge internamente de processos inconscientes, filogenéticos,
derivados de pulsões e externamente rumo ao objeto erotizado, ou seja, objeto e/ou meta
potencial. Assim sendo a motivação é uma função interna ou externa de aproximação ao
desejo, tornando-se um fator potenciador quando alcançado e um fator redutor e/ou
patológico quando inibido. - McClelland e Atkinson (1948) elaboraram a teoria da

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motivação para a realização, tentando determinar a magnitude, a direção e o
comportamento no domínio das atividades humanas.

Esta teoria aplica-se semente quando um indivíduo sabe que o seu desempenho será
avaliado por ele próprio, ou, por outra pessoa, sendo o resultado desta ação favorável
quando se atinge os objetivos (sucesso), ou será desfavorável quando não se atinge o
objetivo desejado (fracasso). - Skinner (1953) apoia-se no condicionamento para
determinar a continuidade do comportamento, assim, delineou que a motivação
influenciada por estímulos distingue-se entre os sentidos de saciedade e privação,
oriundos de forças biológicas ou vivências situacionais.

A teoria de Maslow é uma das mais populares teorias da motivação na literatura.


Publicada em 1954, o autor desenha um modelo determinado em função de
necessidades. A teoria é organizada em formato de pirâmide, sendo que as necessidades
das pessoas são hierarquicamente organizadas desde as mais básicas (fisiológicas) às
mais complexas (auto-realização).

A teoria de Herzberg, Mausner e Snyderman (1959), assenta em dois fatores: Fatores de


Higiene e Fatores Motivacionais. Os fatores de higiene são de natureza contextual, no
sentido das questões que cercam o trabalho, mas não são diretamente envolvidas no
trabalho em si, por exemplo, salários, condições de trabalho, segurança no trabalho,
benefícios extras, política empresarial, qualidade na relações interpessoais, que são
similares as necessidades fisiológicas, necessidades de proteção e segurança,
necessidades de amor/pertença de Maslow (1954).

O Papel da Psicologia no Desporto

O profissional da área da Psicologia esportiva ocupa o espaço destinado ao âmbito do


esporte, dedicado em auxiliar a preparação psicológica dos atletas, tendo por objetivo
impulsionar e ampliar a capacidade de performance dos jogadores; em orientá-los,
recuperá-los (emocionalmente) de lesões e proporcionar atividade para aprimorar a
saúde física e mental dos desportistas (Araújo, 2002).

O autor também ressalta a importância de se desenvolver uma comunicação


transparente e horizontal para como os atletas, e do quão necessário é que o psicólogo
do esporte busque compreender a linguagem cotidiana existente entre treinadores e

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atletas, para que juntos constituem um tríade de aperfeiçoamento da comunicação em
prol da equipe, tópico que será abordado na seqüência.

Seguindo nessa mesma pauta, Becker Jr (2002), apontou que é essencial conhecer que
para cada atleta, haverá uma forma de interpretação da linguagem diferente, cada
esportista absorve de maneira distinta o que é dito, e isso fará toda a diferença na
relação treinador, atleta, psicólogo e comissão técnica. A atuação do psicólogo esportivo
advém da necessidade dos campos de atuação: pesquisa – função de pesquisador; ensino
– papel de professor; e Intervenção – atribuição de consultor (ARAÚJO, 2002).

Segundo Weinberg e Gould (2001) esses seriam os três campos de atuação do


profissional de psicologia do esporte. Diante das evidências científicas disponíveis,
percebe-se que existe um grande campo de atuação para os psicólogos do esporte,
porém, existe uma ausência de profissionais exercendo o papel de psicólogo esportivo,
por haver uma ampla multiplicidade de conhecimentos que estes profissionais devem se
apropriar para melhor desenvolver a função, seja ela de ordem: da liderança; saberes
sobre a psicologia do exercício; educação física; psicologia educacional; entre outros
demais campos de conhecimentos. A partir de tais considerações, esse estudo visa
apresentar o papel do psicólogo do esporte na atualidade por meio de um relato de
experiência de estágio.

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Conclusão
A Psicologia do Esporte é tratada como sub-área da Psicologia Aplicada por alguns
autores e por outros, ela é tida como disciplina das Ciências do Esporte. Atualmente, ela
é uma disciplina científica independente, com teorias, métodos e programas de
treinamento próprios, uma vez que o esporte e as ações esportivas têm suas
especificidades (SAMULSKI, 2009).

Segundo Weinberg & Gould (1999, apud SAMULSKI, 2009) o psicólogo do esporte
deverá: Entender e ajudar os atletas de elite, crianças, atletas jovens, atletas portadores
de limitações físicas e mentais, pessoas da terceira idade e pessoas que praticam
atividades desportivas no seu tempo livre, com a finalidade de desenvolver uma boa
performance, uma satisfação pessoal e um bom desenvolvimento da personalidade por
meio da participação.

Segundo Cardoso; Gaya (2004), os estudos dos fatores motivacionais voltados à prática
esportiva se tornaram tópicos mais populares a partir de 1980 dentro da Psicologia do
Esporte. Dentro disso, a motivação servirá como primeiro passo para a procura do
indivíduo pela prática esportiva e em um segundo momento, será a base para a
permanência desse indivíduo, agora atleta, dentro de sua modalidade, evitando o
abandono do esporte de forma precoce e traumática. S

Segundo Weinberg & Gould (1999:57, apud SAMULSKI, 2009) sugerem um modelo
interacional para a prática esportiva em que a motivação para praticar uma determinada
modalidade parte de uma interação entre fatores pessoais (personalidade) e fatores
situacionais (meio ambiente). Dentro da personalidade estão os componentes:
expectativas, motivos, interesses e necessidades. Quanto ao meio ambiente, os
componentes são: as facilidades, desafios, tarefas atraentes e influências sociais.

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Referências bibliográficas
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cap.2.

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Barreto, J. A. Psicologia do Esporte para o atleta de alto rendimento. Rio de Janeiro:


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Becker J. B. Manual de Psicologia do Esporte e Exercício.Feevale, 1999.

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