E-Book UTI Enf Ana Carla

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Enfermeira

INTERATIVA

Especialista em

UTI
O Guia Definitivo
Descubra as Estratégias e
Técnicas Essenciais para o
Sucesso na Enfermagem
Intensiva

ENFª. ESP. ANA CARLA


Aviso de Direitos Autorais

Este e-book é protegido por direitos autorais. Todos os direitos são


reservados ao autor e proprietário dos direitos autorais. Nenhuma parte
deste e-book pode ser reproduzida, distribuída ou transmitida de
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para fins de citação breves em resenhas críticas ou análises.

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© 2024 ENFERMEIRA INTERATIVA

Enfermeira
INTERATIVA

PADRÃO OURO EM ENSINO

@enfermeirainterativa
Sobre a autora
No auge da minha jornada como enfermeira especialista em Terapia
Intensiva, percebi que cada leito de hospital carregava consigo uma
história única. Durante anos, mergulhei de cabeça nesse mundo onde a
vida e a morte dançam em um delicado equilíbrio.

Cada paciente que cruzava o limiar da UTI ou do pronto-socorro trazia


consigo não apenas sintomas clínicos, mas toda uma teia de relações e
sentimentos. Aprendi, através de experiências dolorosas e
transformadoras, que por trás de cada leito de hospital há uma família
em angústia, esperando por notícias, por esperança.

Foi nesse cenário de dor e esperança que encontrei minha verdadeira


missão. Aprendi a enxergar além dos monitores e dos procedimentos, a
lembrar que cada paciente é alguém amado, um filho, um pai, uma mãe.
E é essa perspectiva que guia cada passo da minha jornada como
enfermeira.

Com o passar dos anos e a acumulação de experiências, veio a inspiração


para criar este e-book. Um projeto nascido da minha própria jornada,
uma tentativa de compartilhar o conhecimento e as lições que aprendi
ao longo do caminho. Porque sei que a Terapia Intensiva é uma área
complexa, onde cada decisão pode significar a diferença entre a vida e a
morte.

Este e-book não é apenas um guia técnico, mas sim um convite para uma
jornada de reflexão e aprendizado. Um lembrete de que o cuidado
humano é tão importante quanto a técnica, e que cada paciente merece
ser tratado com dignidade e compaixão.

É com essa missão em mente que convido você, colega enfermeiro, a


embarcar nesta jornada comigo. Juntos, vamos explorar os desafios e as
recompensas da Terapia Intensiva, e aprender a prestar um cuidado
global, atencioso e habilidoso a cada paciente que cruza nosso caminho.
Porque, no final das contas, é isso que nos torna verdadeiros heróis na
jornada da enfermagem.

Com carinho, Ana Carla.


Enfermeira
INTERATIVA
Sumário

1. Introdução.......................................................................................................... 03
2. Monitoramento Vital...................................................................................... 04
Monitorização contínua dos sinais vitais, incluindo pressão arterial,
frequência cardíaca, frequência respiratória e saturação de oxigênio.
Avaliação da função cardiorrespiratória do paciente através de ECG
(eletrocardiograma) e oximetria de pulso.
3. Manejo de Vias Aéreas....................................................................................07
Avaliação e manutenção das vias aéreas do paciente, incluindo intubação
nasofaríngea e aspiração de secreções.
4. Cuidados com Dispositivos Invasivos.........................................................09
Manutenção e monitoramento de cateteres de pressão arterial invasiva,
cateteres venosos centrais e periféricos.
Cuidados com cateteres urinários, sondas gástricas e entéricas, incluindo
higiene e prevenção de infecções.
Monitorização de Pressão Arterial Invasiva, Pressão Intra-abdominal e
Pressão Intracraniana.
5. Controle de Infecções......................................................................................23
Adoção de medidas de precaução para prevenção de infecções hospitalares,
incluindo higienização das mãos e uso adequado de EPIs (equipamentos de
proteção individual).
Monitoramento e prevenção de infecções associadas à assistência à saúde,
como pneumonia associada à ventilação mecânica.
6. Mobilização e Posicionamento......................................................................25
Realização de manobras de mobilização e posicionamento para prevenção
de úlceras de pressão e complicações respiratórias.
Colaboração com a equipe multiprofissional para realizar fisioterapia
respiratória e motora conforme necessário.

Enfermeira
INTERATIVA
7. Avaliação e Documentação..........................................................................27
Avaliação contínua do estado clínico do paciente e documentação precisa de
todas as intervenções realizadas.
Comunicação eficaz com a equipe de saúde para garantir a continuidade dos
cuidados.
8. Considerações finais.......................................................................................29
9. Agradecimento.................................................................................................30
10. Referências......................................................................................................31

Enfermeira
INTERATIVA
Introdução
Prezados colegas da enfermagem e demais profissionais da saúde,

Este e-book foi cuidadosamente elaborado com o objetivo de fornecer um


guia abrangente e detalhado sobre os procedimentos, técnicas e melhores
práticas envolvidas no cuidado de pacientes críticos em unidades de terapia
intensiva. Ao longo das próximas páginas, exploraremos desde a avaliação
inicial do paciente até a implementação de intervenções complexas, sempre
com o foco na promoção da segurança, conforto e recuperação do indivíduo.

Nossa jornada começará com uma discussão sobre a importância da


abordagem humanizada no cuidado intensivo, destacando a necessidade de
considerar não apenas a condição clínica do paciente, mas também seu
contexto emocional, social e familiar. Em seguida, exploraremos uma
variedade de procedimentos assistenciais atribuídos ao enfermeiro, desde a
monitorização de sinais vitais até a administração de terapias específicas,
sempre com base em evidências científicas atualizadas e diretrizes clínicas
reconhecidas.

Além disso, abordaremos temas fundamentais, como prevenção de infecções


hospitalares, manejo da dor e cuidados paliativos, reconhecendo a
importância da multidisciplinaridade e da comunicação eficaz no contexto do
cuidado intensivo. Ao final deste e-book, espero que vocês se sintam mais
preparados e confiantes para enfrentar os desafios que surgem no dia a dia
da prática clínica em unidades de terapia intensiva.

Agradeço profundamente a todos os profissionais da saúde que contribuíram


para a construção deste material, assim como aos leitores que dedicarão seu
tempo e atenção para absorver os conhecimentos aqui compartilhados. Que
este e-book seja uma fonte valiosa de orientação e inspiração para todos
nós, à medida que buscamos oferecer o mais alto padrão de cuidado aos
nossos pacientes.

Com os melhores cumprimentos, tenha uma excelente e produtiva jornada!

Enfermeira
INTERATIVA
Monitorização VItal
4

O monitoramento vital é uma das atividades fundamentais realizadas na


Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para garantir a estabilidade e o bem-
estar dos pacientes em estado crítico. Sob a responsabilidade do enfermeiro
e de sua equipe, esse processo envolve a avaliação contínua dos sinais
vitais, tais como pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória
e saturação de oxigênio.

ESSES PARÂMETROS SÃO


CRUCIAIS
PARA IDENTIFICAR
PRECOCEMENTE
QUALQUER ALTERAÇÃO NO
ESTADO DE
SAÚDE DO PACIENTE E
INTERVIR
RAPIDAMENTE PARA EVITAR
COMPLICAÇÕES
GRAVES.

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A importância do monitoramento vital na UTI está amplamente


documentada na literatura científica. Estudos mostram que o
acompanhamento regular dos sinais vitais está diretamente associado a
melhores desfechos clínicos e redução da mortalidade em pacientes críticos
(Jones et al., 2018). Além disso, o monitoramento contínuo permite a
detecção precoce de deterioração clínica, o que possibilita intervenções
imediatas e, consequentemente, reduz o risco de eventos adversos e
complicações graves (Royal College of Nursing, 2019).

O enfermeiro desempenha um papel central nesse processo, pois é


responsável por realizar a coleta e interpretação dos dados vitais, bem como
pela tomada de decisão clínica com base nessas informações. Além disso, o
enfermeiro é o profissional que passa a maior parte do tempo junto ao
paciente na UTI, o que lhe permite estabelecer uma relação de proximidade
e confiança, fundamentais para o cuidado humanizado.
Enfermeira
INTERATIVA
Monitorização VItal 5

O cuidado humanizado é uma abordagem que reconhece o paciente como


um ser humano único, com necessidades físicas, emocionais e sociais. Nesse
contexto, o enfermeiro desempenha um papel fundamental ao proporcionar
um ambiente de cuidado acolhedor, respeitoso e empático. Ao monitorar os
sinais vitais, o enfermeiro não apenas está atento à estabilidade física do
paciente, mas também busca promover o conforto, o bem-estar e a dignidade
do indivíduo em um momento de vulnerabilidade extrema.

Portanto, o monitoramento vital na UTI realizado pelo enfermeiro vai além


da simples coleta de dados clínicos; é uma prática essencial que contribui para
a segurança e o cuidado integral do paciente, aliando competência técnica à
sensibilidade e humanização no atendimento.

Essas diretrizes são baseadas em práticas clínicas comuns e recomendações


de sociedades médicas e instituições de saúde, incluindo a Associação
Americana de Terapia Intensiva (ATS), a Sociedade Europeia de Medicina
Intensiva (ESICM) e a Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva (AMIB), entre
outras. É importante ressaltar que esses são valores gerais e que cada
paciente deve ser avaliado individualmente. Consulte sempre as diretrizes
específicas de sua instituição de saúde e as recomendações de um profissional
médico qualificado para orientações mais precisas e atualizadas.

Enfermeira
INTERATIVA
Monitorização VItal
6

A avaliação da função cardiorrespiratória é uma parte essencial do cuidado


prestado pelo enfermeiro em unidades de saúde, especialmente em ambientes
de terapia intensiva, onde os pacientes frequentemente apresentam
condições críticas que requerem monitoramento constante. Duas ferramentas
valiosas utilizadas pelo enfermeiro para avaliar a função cardiorrespiratória
são o eletrocardiograma (ECG) e a oximetria de pulso.

A INTERPRETAÇÃO PRECISA
DO ECG PELO ENFERMEIRO É
CRUCIAL PARA O
DIAGNÓSTICO PRECOCE DE
EVENTOS CARDÍACOS
AGUDOS, COMO INFARTO DO
MIOCÁRDIO, E PARA A
TOMADA DE DECISÕES
RÁPIDAS SOBRE O
TRATAMENTO ADEQUADO.

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O eletrocardiograma é uma técnica não invasiva que registra a atividade


elétrica do coração ao longo do tempo, fornecendo informações importantes
sobre o ritmo cardíaco, a condução elétrica e a presença de arritmias
cardíacas. O enfermeiro é frequentemente responsável por realizar e
interpretar os resultados do ECG, identificando possíveis anormalidades e
alertando a equipe médica sobre qualquer alteração significativa.

Por sua vez, a oximetria de pulso é uma técnica que mede indiretamente a
saturação de oxigênio no sangue arterial, fornecendo uma estimativa da
quantidade de oxigênio sendo transportada para os tecidos do corpo. O
enfermeiro geralmente realiza a oximetria de pulso utilizando um oxímetro de
dedo, que é colocado no dedo do paciente e fornece leituras contínuas da
saturação de oxigênio. A oximetria de pulso é uma ferramenta valiosa para
monitorar a função respiratória do paciente e identificar sinais precoces de
hipoxemia, permitindo intervenções imediatas para melhorar a oxigenação.

Enfermeira
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Manejo de Vias Aéreas
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O manejo das vias aéreas é uma das atividades essenciais realizadas na


Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para garantir a adequada oxigenação e
ventilação dos pacientes em estado crítico. O enfermeiro desempenha um
papel crucial nesse processo, que envolve a avaliação e manutenção das vias
aéreas, incluindo a realização de intubação nasofaríngea e aspiração de
secreções.
A importância do manejo adequado das vias aéreas na UTI é amplamente
reconhecida na literatura científica. Estudos demonstram que a falha na
manutenção das vias aéreas pode levar a complicações graves, como
hipoxemia, aspiração pulmonar e parada respiratória (Cook et al., 2016).
Portanto, é fundamental que o enfermeiro esteja capacitado e preparado para
realizar procedimentos como a intubação nasofaríngea de forma segura e
eficaz.
Além da competência técnica, o enfermeiro desempenha um papel crucial
no manejo das vias aéreas ao promover um cuidado humanizado e centrado
no paciente. Isso envolve não apenas a realização dos procedimentos de
manejo das vias aéreas, mas também o fornecimento de suporte emocional e
conforto ao paciente durante momentos potencialmente assustadores e
desconfortáveis.

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Enfermeira
INTERATIVA
Manejo de Vias Aéreas
8

Portanto, o manejo das vias aéreas na UTI realizado pelo enfermeiro vai
além da simples execução de procedimentos técnicos; é uma prática que exige
habilidade clínica, sensibilidade e empatia para garantir não apenas a eficácia
do tratamento, mas também o conforto e a dignidade do paciente em um
momento de extrema vulnerabilidade.

Considerações-chaves que todo enfermeiro PADRÃO OURO precisa saber:

1. Avaliação inicial das vias aéreas: Permeabilidade, presença de obstrução,


posição da cabeça e do pescoço, e estado de consciência.
2. Monitoramento contínuo: Sinais vitais do paciente, incluindo saturação
de oxigênio, frequência respiratória, frequência cardíaca e pressão
arterial, para detectar rapidamente quaisquer complicações ou
deterioração clínica.
3. Seleção adequada do dispositivo de ventilação: Escolha o dispositivo de
ventilação mecânica mais apropriado com base nas necessidades do
paciente, levando em consideração fatores como estado respiratório,
função pulmonar, necessidades de oxigênio e pressão positiva nas vias
aéreas.
4. Monitoramento dos parâmetros ventilatórios: Ajuste e monitore
cuidadosamente os parâmetros ventilatórios, incluindo volume corrente,
frequência respiratória, relação inspiração/expiração, pressão inspiratória
máxima e pressão expiratória final, para garantir uma ventilação adequada
e minimizar o risco de lesão pulmonar.
5. Prevenção de complicações: Esteja atento a possíveis complicações da
ventilação mecânica, como barotrauma, volutrauma, lesão pulmonar
induzida pela ventilação, pneumonia associada à ventilação mecânica e
síndrome do desconforto respiratório agudo induzido pela ventilação.
Tome medidas proativas para prevenir essas complicações, incluindo a
adoção de estratégias de ventilação protetora.
6. Comunicação e trabalho em equipe: Mantenha uma comunicação clara e
eficaz com outros membros da equipe multidisciplinar, incluindo médicos,
fisioterapeutas e outros enfermeiros, para garantir uma abordagem
colaborativa e coordenada no manejo das vias aéreas do paciente.
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Cuidados com Dispositivos Invasivos
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Cateter de Pressão Arterial Invasiva - PAI

A monitorização da pressão arterial invasiva é um procedimento crucial


realizado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para monitorar de forma
contínua e precisa a pressão sanguínea dos pacientes em estado crítico. O
enfermeiro desempenha um papel fundamental nesse processo, sendo
responsável pela instalação, calibração e interpretação dos dados obtidos por
meio do monitor de pressão arterial invasiva.

A importância da monitorização da pressão arterial invasiva na UTI está


bem documentada na literatura científica. Estudos demonstram que a
monitorização contínua da pressão arterial é essencial para detectar e
prevenir complicações como hipotensão e hipertensão, que podem levar a
eventos adversos graves, como choque e lesão de órgãos (Marik, 2014). Além
disso, a pressão arterial invasiva oferece uma medida mais precisa da pressão
sanguínea do que os métodos não invasivos, permitindo uma avaliação mais
precisa da perfusão tecidual e da resposta ao tratamento.

O enfermeiro desempenha um papel crucial na monitorização da pressão


arterial invasiva ao garantir que o procedimento seja realizado de forma
segura e precisa. Isso inclui a seleção adequada do local de inserção do cateter
arterial, a preparação adequada do equipamento e a calibração correta do
sistema de monitorização.
Enfermeira
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Cuidados com Dispositivos Invasivos
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Além da competência técnica, o enfermeiro desempenha um papel crucial


no cuidado humanizado durante a monitorização da pressão arterial invasiva.
Isso envolve não apenas a realização do procedimento de forma competente,
mas também o fornecimento de suporte emocional e conforto ao paciente
durante momentos potencialmente estressantes. O enfermeiro deve estar
atento às necessidades e preocupações do paciente, oferecendo explicações
claras e tranquilizadoras sobre o procedimento e garantindo que o paciente se
sinta seguro e respeitado durante todo o processo.
Portanto, a monitorização da pressão arterial invasiva na UTI realizada
pelo enfermeiro é uma prática essencial que combina competência técnica
com sensibilidade e empatia para garantir não apenas a precisão dos dados
clínicos, mas também o conforto e a dignidade do paciente em um ambiente
de cuidado intensivo.

Enfermeira
INTERATIVA
Cuidados com Dispositivos Invasivos
11

O ENFERMEIRO É RESPONSÁVEL POR


INTERPRETAR OS DADOS OBTIDOS E
TOMAR DECISÕES CLÍNICAS COM BASE
NESSAS INFORMAÇÕES, COMO AJUSTAR A
TERAPIA MEDICAMENTOSA CONFORME A
PRESCRIÇÃO MÉDICA OU INICIAR MEDIDAS
DE RESSUSCITAÇÃO EM CASO DE
HIPOTENSÃO.

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Cuidados com Dispositivos Invasivos
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Manutenção e Monitoramento do Cateter Venoso Central - CVC

Os cateteres venosos centrais e periféricos são dispositivos essenciais na


administração de fluidos, medicamentos e nutrição parenteral em pacientes
internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O enfermeiro desempenha
um papel crucial na manutenção e monitoramento desses cateteres,
garantindo sua integridade e prevenindo complicações, enquanto proporciona
um atendimento humanizado que promove o conforto e a segurança do
paciente. Abaixo os principais cuidados necessários:

1. Higienização Adequada:
Realize a higienização das mãos antes e após qualquer procedimento
relacionado ao cateter, seguindo as diretrizes de controle de infecções. Utilize
técnica asséptica durante a manipulação do cateter e ao realizar curativos.

2. Fixação Segura:
Fixe o cateter adequadamente à pele do paciente utilizando dispositivos
específicos, garantindo estabilidade e prevenindo movimentos que possam
causar irritação ou deslocamento.

3. Inspeção Regular:
Realize inspeções regulares do local de inserção do cateter, verificando sinais
de infecção, inflamação ou extravasamento. Observe também o
funcionamento adequado do cateter, garantindo que não haja obstrução ou
desconexão acidental.

Enfermeira
INTERATIVA
Querido leitor...
13

Querido leitor,

Se você está lendo estas palavras agora, quero parabenizá-lo por estar
comprometido em aprofundar seus conhecimentos na enfermagem intensiva.
Estamos no meio desta jornada de descoberta e aprendizado, e quero te
convidar a continuar conosco nesta emocionante aventura.

Neste ponto do e-book, você já explorou diversos tópicos essenciais da


prática clínica na terapia intensiva. Mas deixe-me contar um segredo: ainda há
muito mais a ser descoberto. À medida que avançamos, vamos nos aprofundar
em aspectos cada vez mais fascinantes e relevantes para a sua prática diária.

Aqui, vamos mergulhar fundo em técnicas avançadas, discutir estudos de caso


inspiradores e explorar novas abordagens para o cuidado do paciente crítico.
Cada página traz consigo a promessa de conhecimento valioso e insights que
podem transformar a sua prática e a vida daqueles que você cuida.

Então, não desista agora. Continue esta jornada conosco e permita-se ser
cativado pela riqueza de informações que este e-book tem a oferecer.
Estamos apenas começando, e as descobertas que ainda aguardam são
verdadeiramente empolgantes. Prepare-se para se surpreender, inspirar e se
capacitar ainda mais como profissional de enfermagem intensiva. Estou
empolgada para compartilhar o restante desta jornada com você.

Vamos em frente juntos!

Com entusiasmo,

Ana Carla

“Na essência da enfermagem reside a arte de cuidar: um elo entre ciência e


compaixão, onde cada gesto é uma expressão de amor pela vida.”

Enfermeira
INTERATIVA
Cuidados com Dispositivos Invasivos
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4. Troca de Curativos:
Realize trocas regulares de curativos conforme protocolo institucional,
mantendo o local de inserção do cateter limpo e seco. Utilize curativos
transparentes que permitam a visualização do local de inserção para facilitar a
detecção precoce de complicações.

5. Prevenção de Complicações:
Previna a trombose venosa através da realização de técnicas de compressão
adequadas e do uso de soluções anticoagulantes conforme indicado. Esteja
atento a sinais de extravasamento de fluidos ou medicamentos,
interrompendo a infusão imediatamente se necessário e realizando as
medidas adequadas para minimizar danos teciduais.

VIA DISTAL: INFUSÃO DE DROGAS


VASOATIVAS, SANGUE E HEMODERIVADOS,
COLÓIDES E EXPANSORES DO PLASMA,
SOLUÇÕES HIDROELETROLÍTICAS,
AFERIÇÃO DA PVC.

VIA PROXIMAL: COLETAS DE SANGUE,


MEDICAÇÕES E SOLUÇÕES ELETROLÍTICAS,
NUTRIÇÃO PARENTERAL.

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Cuidados com Dispositivos Invasivos
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Complicações devido à Má Manutenção:

1. Infecções Associadas a Cateteres: A má manutenção está associada a um


aumento do risco de infecções, incluindo bacteremia e sepse (Centers for
Disease Control and Prevention, 2020).
2. Trombose Venosa: O monitoramento inadequado pode levar à formação
de coágulos, aumentando o risco de trombose venosa (Chopra et al.,
2020).
3. Extravasamento de Fluidos: A fixação inadequada pode resultar em
extravasamento de fluidos e lesões cutâneas (Hadaway, 2021).

De acordo com um estudo publicado no periódico


"American Journal of Infection Control" em 2021,
intitulado "Central Line-Associated Bloodstream
Infection Prevention in Pediatric Intensive Care Units:
An Implementation Science Protocol", infecções
relacionadas ao CVC representam uma das principais
fontes de morbidade e mortalidade em unidades de
terapia intensiva pediátrica. O estudo ressalta que a
higienização adequada das mãos antes da inserção e
manutenção do CVC é fundamental para reduzir o risco
de infecções associadas ao dispositivo.

Além disso, uma revisão sistemática e meta-análise


publicada no "Journal of Critical Care" em 2020,
intitulada "Central Line-Associated Bloodstream
Infections: Incidence and Risk Factors in Adult Intensive
Care Units", encontrou uma incidência significativa de
infecções relacionadas ao CVC em unidades de terapia
intensiva de adultos. O estudo identificou a má
higienização das mãos e a falta de adesão a protocolos
de inserção e manutenção do CVC como fatores de risco
importantes para o desenvolvimento dessas infecções.

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INTERATIVA
Cuidados com Dispositivos Invasivos
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Manutenção e Monitoramento do Cateter Venoso Periférico - CVP

Alguns cuidados essenciais que o enfermeiro deve ter para a manutenção


do cateter venoso periférico incluem:

1. Verificação da permeabilidade do cateter: O enfermeiro deve verificar


regularmente a permeabilidade do CVP, garantindo que não haja
obstruções que possam prejudicar a infusão de fluidos ou medicamentos.
Isso pode ser feito observando o fluxo sanguíneo livre e aspirando o
cateter para verificar se há retorno de sangue ou refluxo de infusão.
2. Troca regular do curativo: É importante trocar regularmente o curativo do
local de inserção do CVP para prevenir infecções. Recomenda-se seguir as
diretrizes de controle de infecções, utilizando técnicas assépticas durante
o procedimento de troca de curativo.
3. Fixação adequada do cateter: O enfermeiro deve garantir que o cateter
esteja adequadamente fixado à pele do paciente para evitar movimentos
excessivos que possam causar irritação ou deslocamento do dispositivo.
4. Monitoramento de sinais de infecção: O enfermeiro deve estar atento a
sinais de infecção no local de inserção do CVP, como vermelhidão, calor,
inchaço ou drenagem purulenta. Qualquer sinal de infecção deve ser
relatado imediatamente para que medidas adequadas possam ser
tomadas.
5. Higiene das mãos: A higienização adequada das mãos antes de realizar
qualquer procedimento relacionado ao CVP é essencial para prevenir
infecções cruzadas e garantir a segurança do paciente.

Esses cuidados são fundamentais para garantir a integridade e a


funcionalidade do CVP, bem como para prevenir complicações associadas,
como infecções relacionadas ao cateter. É importante que os enfermeiros
estejam atualizados sobre as melhores práticas de cuidado e sigam as
diretrizes de controle de infecções estabelecidas para garantir a segurança e o
bem-estar dos pacientes.

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INTERATIVA
Cuidados com Dispositivos Invasivos
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Manutenção e monitoramento de cateteres urinários e sondas gástricas

Os cateteres urinários e as sondas gástricas são dispositivos comumente


utilizados em pacientes hospitalizados para monitorização e tratamento de
condições médicas específicas. Garantir a higiene adequada e prevenir
infecções relacionadas a esses dispositivos é essencial para promover a
recuperação do paciente e evitar complicações. Além disso, uma abordagem
humanizada durante a assistência desses dispositivos é crucial para o conforto
e bem-estar do paciente.

Cuidados com Cateteres Urinários:

1.Higiene Adequada: A higiene das mãos é fundamental antes e após a


manipulação do cateter urinário. A limpeza cuidadosa da área ao redor do
meato uretral antes da inserção e durante a troca do dispositivo também é
essencial para prevenir infecções do trato urinário (Gould et al., 2018).
2.Fixação Segura: O cateter deve ser fixado de forma segura à pele do
paciente para evitar movimentos excessivos que possam causar desconforto
ou lesões. Além disso, a bolsa coletora de urina deve ser posicionada abaixo
do nível da bexiga e nunca deve tocar o chão para prevenir contaminação.
3.Troca Programada: De acordo com as diretrizes clínicas, os cateteres
urinários devem ser trocados regularmente para reduzir o risco de infecções.
A troca deve ser realizada utilizando técnicas assépticas para minimizar o risco
de contaminação (Apóstolo et al., 2020).

Um estudo publicado na revista "American Journal of


Infection Control" em 2021, intitulado "Catheter-
Associated Urinary Tract Infections in Critical Care
Patients: A Systematic Review and Meta-Analysis",
destacou que as infecções do trato urinário associadas à
sonda vesical de demora são uma das principais causas
de morbidade e mortalidade em pacientes críticos. O
estudo encontrou uma taxa significativa de infecções
do trato urinário associadas a sondas vesicais de
demora em unidades de terapia intensiva, com taxas de
incidência variando entre 5% e 10%.

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INTERATIVA
Cuidados com Dispositivos Invasivos
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Cuidados com Sondas Gástricas:

1. Higiene Oral: A higiene oral adequada, incluindo a limpeza da boca e dos


dentes, é fundamental para prevenir a colonização bacteriana e reduzir o risco
de pneumonia associada à aspiração em pacientes com sonda gástrica (Labeau
et al., 2016).
2. Posicionamento Correto: A sonda gástrica deve ser inserida corretamente
e posicionada no estômago para garantir uma administração eficaz de
medicamentos e nutrição enteral. O posicionamento deve ser verificado
regularmente por meio de radiografia ou método pH (Metheny et al., 2020).

Cuidados com Sondas Enterais:

1. Verificação do posicionamento da sonda: Antes de iniciar a


administração de alimentação ou medicamentos através da sonda, o
enfermeiro deve verificar se a sonda está corretamente posicionada no
trato gastrointestinal, preferencialmente utilizando métodos como
radiografia, aspiração gástrica ou teste de pH gástrico.
2. Higienização das mãos: O enfermeiro deve realizar a higienização
adequada das mãos antes de manipular a sonda enteral, reduzindo o risco
de contaminação e infecção.
3. Administração correta da dieta: O enfermeiro deve seguir rigorosamente
as prescrições médicas em relação à administração da dieta enteral,
garantindo que a velocidade e o volume de alimentação sejam adequados
às necessidades do paciente.
4. Monitoramento contínuo: Durante a administração da alimentação
enteral, o enfermeiro deve monitorar continuamente o paciente em busca
de sinais de complicações, como vômitos, distensão abdominal, diarreia ou
aspiração.
5. Verificação da posição e fixação da sonda: É importante verificar
regularmente a posição da sonda e garantir que ela esteja devidamente
fixada para evitar movimentos acidentais ou deslocamentos.
6. Higienização e cuidado com a sonda: O enfermeiro deve realizar a
higienização adequada da sonda enteral, especialmente nas áreas de
conexão com o equipo e com o paciente, para prevenir infecções.
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Cuidados com Dispositivos Invasivos
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7. Avaliação da tolerância: O enfermeiro deve avaliar regularmente a


tolerância do paciente à alimentação enteral, observando qualquer sinal de
desconforto, náusea, ou outros sintomas que possam indicar uma reação
adversa.
8. Educação do paciente e da equipe: O enfermeiro deve fornecer
orientações adequadas ao paciente e aos familiares sobre os cuidados com a
sonda enteral, incluindo a importância da higiene, a técnica correta de
administração da alimentação, e os sinais de alerta a serem observados.

Importância da Abordagem Humanizada:

Durante a assistência aos cateteres urinários e sondas gástricas e


enterais, é crucial adotar uma abordagem humanizada para promover o
conforto e a dignidade do paciente. Isso inclui explicar os procedimentos de
forma clara e tranquilizadora, respeitar a privacidade do paciente e oferecer
suporte emocional durante momentos potencialmente desconfortáveis.

O cuidado com a alimentação enteral na UTI requer


a colaboração de uma equipe multidisciplinar,
incluindo enfermeiros, médicos, nutricionistas e
farmacêuticos. Cada membro da equipe
desempenha um papel importante na garantia da
segurança e eficácia da alimentação enteral.

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Cuidados com Dispositivos Invasivos
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Cuidados Contínuos com o Cateter de verificação da Pressão Intra-


abdominal (PIA):

A verificação da Pressão Intra-abdominal (PIA) é um procedimento


realizado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para monitorar a pressão
dentro da cavidade abdominal do paciente. A PIA elevada pode indicar a
presença de condições como síndrome compartimental abdominal, que pode
levar a complicações graves se não for tratada adequadamente.
Este procedimento é especialmente relevante em pacientes críticos,
como aqueles com trauma abdominal, pancreatite aguda, sepse grave,
insuficiência hepática aguda, entre outras condições que podem levar ao
aumento da PIA.

1. Monitorização Regular: Realize monitorização regular da pressão intra-


abdominal, de acordo com o protocolo institucional, registrando as leituras e
observando quaisquer alterações significativas.
2. Prevenção de Infecções: Mantenha a higiene adequada do local de
inserção do cateter e troque os curativos conforme necessário para prevenir
infecções locais.
3. Manuseio Adequado: Evite manipulação excessiva do cateter e proteja-o
de traumas ou movimentos bruscos que possam causar deslocamento ou
lesão.
4. Avaliação de Complicações: Esteja atento a sinais de complicações, como
sangramento, infecção, vazamento de fluido intraperitoneal ou disfunção do
cateter, e tome medidas corretivas conforme necessário.

UM VALOR NORMAL DE PIA EM


REPOUSO É GERALMENTE
CONSIDERADO ENTRE 0 E 5
MMHG. VALORES ACIMA DE
12MMHG SÃO FREQUENTEMENTE
CONSIDERADOS INDICATIVOS DE
HIPERTENSÃO ABDOMINAL.

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Cuidados com Dispositivos Invasivos
21

Cuidados com o cateter de verificação da Pressão Intracraniana (PIC):

A verificação da pressão intracraniana (PIC) geralmente é realizada por


meio da inserção de um cateter intraventricular, intraparenquimatoso ou
epidural. No entanto, para enfermeiros que não realizam diretamente o
procedimento de inserção do cateter, a verificação da PIC envolve
principalmente a monitorização dos sinais e sintomas que podem indicar
aumento da pressão intracraniana.

A técnica para verificação da PIC inclui:

1.Avaliação dos Sinais e Sintomas: O enfermeiro deve estar atento aos sinais
e sintomas que podem indicar aumento da pressão intracraniana, como dor de
cabeça intensa, náuseas e vômitos persistentes, alterações no nível de
consciência, alterações na resposta pupilar, déficits neurológicos focais, entre
outros.

2.Monitorização dos Parâmetros Fisiológicos: Além da observação dos sinais


clínicos, o enfermeiro deve monitorar os parâmetros fisiológicos do paciente,
como a pressão arterial, a frequência cardíaca e a saturação de oxigênio.
Alterações nestes parâmetros podem indicar uma possível elevação da PIC.

3.Realização de Exames Neurológicos: O enfermeiro pode realizar exames


neurológicos frequentes para avaliar a função cerebral do paciente, incluindo
a resposta pupilar, a motricidade e a sensibilidade. Alterações nos resultados
destes exames podem sugerir uma alteração na pressão intracraniana.

4.Comunicação com a Equipe de Saúde: O enfermeiro deve estar em


comunicação próxima com a equipe de saúde, especialmente com o médico
responsável pelo paciente, para relatar quaisquer mudanças nos sinais e
sintomas que possam indicar aumento da PIC e discutir a necessidade de
intervenções adicionais.

Enfermeira
INTERATIVA
Cuidados com Dispositivos Invasivos
22

RELEMBRANDO:

Para adultos:

Valor normal: 5-15 mmHg


Pressão intracraniana elevada: > 20 mmHg Fonte: Citerio, G., Oddo, M.,
Taccone, F. S., & Schmidt, J. M. (2020). Monitoring of Intracranial
Pressure. Seminars in Neurology, 40(5), 597–609.

Para crianças:

Recém-nascidos pré-termo: 1-6 mmHg


Recém-nascidos a termo: 3-7 mmHg
Lactentes: 3-7 mmHg
Crianças mais velhas e adolescentes: 3-7 mmHg Fonte: Kochanek, P. M.,
Tasker, R. C., Carney, N., Totten, A. M., Adelson, P. D., Selden, N. R., …
Wainwright, M. S. (2019). Guidelines for the Management of Pediatric
Severe Traumatic Brain Injury, Third Edition: Update of the Brain Trauma
Foundation Guidelines. Pediatric Critical Care Medicine, 20(3S Suppl 1),
S1–S82.

Segundo estudos recentes, a monitorização da PIC


em pacientes com lesões cerebrais traumáticas
graves pode reduzir significativamente a taxa de
mortalidade e melhorar os resultados neurológicos
a longo prazo. Um estudo publicado na revista The
Lancet mostrou que a monitorização e o
tratamento direcionado da PIC em pacientes com
lesões cerebrais traumáticas resultaram em uma
redução de 22% na taxa de mortalidade em seis
meses e uma melhoria significativa no resultado
neurológico em comparação com pacientes que não
receberam monitoramento da PIC (Servadei et al.,
2018).

Enfermeira
INTERATIVA
Controle de infecções 23

Higienização das mãos e Uso adequado de EPI’s:

A prevenção de infecções hospitalares é um componente crucial da prática


clínica, visando proteger tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde.
Duas medidas fundamentais nesse contexto são a higienização das mãos e o
uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Vamos explorar
cada uma delas de forma clara e objetiva, embasadas em evidências científicas
recentes.

Higienização das Mãos:

1. Por que é Importante: A higienização das mãos é uma das medidas mais
eficazes para prevenir a propagação de infecções nos ambientes de saúde.
Estudos demonstraram que a transmissão de patógenos pode ser reduzida em
até 80% com a simples prática de higienização das mãos (Allegranzi et al.,
2020).
2. Frequência: A higienização das mãos deve ser realizada em momentos
cruciais, como antes e após o contato com o paciente, antes de realizar
procedimentos assépticos, após o contato com fluidos corporais e após a
remoção de luvas (World Health Organization, 2009).

Uso Adequado de EPIs:

1. Escolha do EPI: Selecione os EPIs adequados para a atividade a ser


realizada, levando em consideração o tipo de exposição esperada e as
características do ambiente de trabalho.
2. Vestimenta Adequada: Utilize avental ou jaleco para proteger a roupa
contra respingos de fluidos corporais. Certifique-se de que o EPI cubra
completamente o corpo e esteja bem ajustado.
3. Luvas: Use luvas sempre que houver possibilidade de contato com sangue,
fluidos corporais, membranas mucosas, pele não intacta ou superfícies
contaminadas. Troque as luvas entre pacientes e entre procedimentos
diferentes.
4. Máscara e Óculos de Proteção: Utilize máscara cirúrgica e óculos de
proteção em procedimentos que envolvam geração de aerossóis, como
intubação traqueal ou aspiração de secreções. Enfermeira
INTERATIVA
Controle de infecções
24

Monitoramento e prevenção de infecções associadas à assistência à saúde -


Pneumonia associada à ventilação mecânica

O monitoramento e a prevenção de infecções associadas à assistência à


saúde, especialmente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), são de extrema
importância para garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes. Uma das
infecções mais preocupantes é a pneumonia associada à ventilação mecânica
(PAVM), que pode aumentar significativamente a morbidade e a mortalidade
dos pacientes em UTI.
O enfermeiro desempenha um papel fundamental na prevenção da PAVM,
implementando medidas que visam reduzir o risco de infecção. Isso inclui a
adoção de práticas de higiene rigorosas, como a lavagem das mãos e a
utilização adequada de equipamentos de proteção individual (EPIs) durante os
procedimentos invasivos. Além disso, o enfermeiro deve garantir a
manutenção adequada dos dispositivos de ventilação mecânica, como tubos
endotraqueais e circuitos respiratórios, para minimizar o risco de
contaminação.
O monitoramento contínuo dos sinais e sintomas de infecção, como febre,
aumento da produção de secreções e alterações nos padrões respiratórios, é
essencial para a detecção precoce da PAVM. O enfermeiro deve estar atento
a esses sinais e colaborar com a equipe multidisciplinar para a realização de
exames diagnósticos, como a coleta de amostras respiratórias para cultura, a
fim de confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado o mais rápido
possível.
Evidências científicas têm demonstrado que a implementação de protocolos
de prevenção específicos, como a aplicação de bundles de cuidados, pode
reduzir significativamente a incidência de PAVM em unidades de terapia
intensiva. Estes bundles incluem medidas como a elevação da cabeceira da
cama do paciente, a realização de higiene oral com antissépticos e a prática de
interrupção diária da sedação para avaliação da prontidão para extubação.

Enfermeira
INTERATIVA
Mobilidade e Posicionamento do Paciente
25

Prevenção de Lesões por Pressão e Complicações Respiratórias:

A mobilidade e o posicionamento adequados dos pacientes são aspectos


fundamentais da prática clínica em cuidados intensivos, visando não apenas o
conforto do paciente, mas também a prevenção de complicações graves,
como lesões por pressão e complicações respiratórias.

Prevenção de Lesões por Pressão:

1.Posicionamento Adequado: A realização de mudanças de posição


frequentes e a distribuição adequada da pressão sobre as áreas de suporte
são essenciais para prevenir o desenvolvimento de úlceras de pressão
(Fernandes et al., 2021).

2.Utilização de Superfícies de Suporte Adequadas: Colchões especiais e


almofadas de posicionamento podem ser utilizados para reduzir o atrito e a
pressão sobre as áreas vulneráveis da pele.

3.Monitoramento Regular: A equipe de enfermagem deve realizar avaliações


periódicas da pele do paciente, identificando precocemente sinais de lesões
por pressão e tomando medidas preventivas.

Complicações Respiratórias pela Falta de Mobilidade:

1.Atelectasia e Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica: A imobilidade


prolongada pode levar à acumulação de secreções nas vias aéreas,
aumentando o risco de atelectasia e pneumonia. A realização de fisioterapia
respiratória precoce e a mobilização precoce do paciente são estratégias
importantes para prevenir essas complicações (Mourad et al., 2020).

2.Complicações Pulmonares Obstrutivas: A falta de mobilidade pode resultar


em diminuição da expansão pulmonar e redução do clearance mucociliar,
predispondo o paciente a complicações como broncoespasmo e acúmulo de
secreções.

Enfermeira
INTERATIVA
Mobilidade e Posicionamento do Paciente
26

Colaboração da Equipe Multiprofissional:

1.Fisioterapia Motora e Respiratória: A equipe multiprofissional, incluindo


enfermeiros, fisioterapeutas e médicos, deve colaborar para a realização de
intervenções de fisioterapia motora e respiratória conforme necessário e
prescrito. Isso pode incluir a realização de exercícios passivos, ativos e
assistidos, bem como técnicas de desobstrução brônquica e incentivo à tosse.

2.Planejamento Individualizado: Cada paciente deve receber um plano de


cuidados individualizado, levando em consideração suas condições clínicas,
capacidade funcional e objetivos de tratamento.

A abordagem cuidadosa da mobilidade e do posicionamento do paciente,


aliada à colaboração interprofissional, desempenha um papel crucial na
prevenção de complicações e na promoção da recuperação em pacientes
críticos.

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Enfermeira
INTERATIVA
Avaliação e Documentação
27

A avaliação contínua do estado clínico do paciente e a documentação


precisa de todas as intervenções realizadas são aspectos fundamentais da
prática de enfermagem em unidades de terapia intensiva. Esses processos
são cruciais para garantir a qualidade e a segurança do cuidado prestado,
além de fornecer uma base sólida para o monitoramento e o planejamento do
tratamento do paciente.

Estudos científicos ressaltam a importância da avaliação contínua como


parte integrante do processo de cuidado em terapia intensiva. Por exemplo,
uma revisão de Melo et al. (2019) destaca a necessidade de uma abordagem
sistemática e regular para a avaliação do estado clínico do paciente, incluindo
a monitorização dos sinais vitais, a avaliação da resposta aos tratamentos e a
detecção precoce de complicações.

Além disso, a documentação precisa de todas as intervenções realizadas é


essencial para garantir a continuidade do cuidado e a comunicação eficaz
entre os membros da equipe de saúde. Estudos mostram que a
documentação completa e precisa está associada a melhores resultados
clínicos e a uma redução nos erros de medicação e outras complicações.

Para garantir uma avaliação e documentação eficazes, enfermeiros devem


seguir padrões e diretrizes estabelecidos, como por exemplo as
recomendações do Conselho Internacional de Enfermeiros (CIE) e da
Associação Americana de Enfermagem (ANA) e dos Conselhos Federal e
Regional de Enfermagem. Essas diretrizes fornecem orientações específicas
sobre os elementos essenciais da avaliação e documentação, incluindo a
necessidade de documentar de forma clara e concisa todas as intervenções
realizadas, os resultados da avaliação e as mudanças no estado clínico do
paciente.

Em resumo, a avaliação contínua do estado clínico do paciente e a


documentação precisa das intervenções realizadas são pilares fundamentais
da prática de enfermagem em terapia intensiva. A implementação eficaz
desses processos contribui para a qualidade e a segurança do cuidado
prestado, garantindo melhores resultados para os pacientes.
Enfermeira
INTERATIVA
Avaliação e Documentação
28

A comunicação eficaz com a equipe de saúde é um aspecto crucial da


avaliação e documentação em unidades de terapia intensiva. Garantir uma
comunicação clara e precisa entre os membros da equipe contribui
significativamente para a continuidade dos cuidados e para a segurança do
paciente.

Estudos científicos destacam a importância da comunicação


interprofissional na promoção de melhores resultados para os pacientes em
terapia intensiva. Por exemplo, uma revisão sistemática de Reader et al.
(2014) demonstrou que uma comunicação eficaz entre os membros da
equipe de saúde está associada a uma redução nos erros médicos, uma
melhoria na segurança do paciente e uma maior satisfação do paciente e da
equipe.

Além disso, a falta de comunicação ou comunicação inadequada é


frequentemente identificada como uma causa comum de eventos adversos
em terapia intensiva.

Para promover uma comunicação eficaz, é essencial adotar práticas e


ferramentas que facilitem a troca de informações entre os membros da
equipe. Isso pode incluir reuniões regulares de equipe, comunicação
estruturada por meio de sistemas de registro eletrônico de saúde, uso de
checklists e protocolos padronizados de comunicação.

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Enfermeira
INTERATIVA
Considerações Finais 29

Caro colega,

Ao longo deste e-book, exploramos os aspectos fundamentais dos


cuidados intensivos na enfermagem, destacando a importância do
enfermeiro na prestação de cuidados de qualidade em unidades de terapia
intensiva (UTI). Desde a avaliação contínua do estado clínico do paciente até
a documentação precisa de todas as intervenções realizadas, enfatizamos a
relevância de práticas cuidadosas e baseadas em evidências para garantir a
segurança e a eficácia do cuidado prestado.
Discutimos uma variedade de procedimentos técnicos específicos, desde
a monitorização da pressão intracraniana até a manutenção de dispositivos
invasivos, como cateteres venosos centrais e periféricos. Além disso,
abordamos a importância da avaliação da função cardiorrespiratória por
meio de eletrocardiograma (ECG) e oximetria de pulso, bem como a adoção
de medidas de precaução para prevenção de infecções hospitalares.
Destacamos também a necessidade de uma abordagem humanizada no
cuidado intensivo, reconhecendo não apenas os aspectos clínicos, mas
também o impacto emocional nos pacientes e suas famílias. A comunicação
eficaz com a equipe de saúde e o suporte psicossocial são elementos
essenciais para proporcionar um ambiente de cuidado compassivo e
centrado no paciente.
Por fim, reforçamos a importância da educação continuada e do
desenvolvimento profissional na enfermagem em UTI. O conhecimento é
uma jornada contínua, e estamos comprometidos em fornecer conteúdos
relevantes e atualizados para auxiliá-los em sua prática clínica.
Agradeço profundamente pelo seu interesse e apoio neste e-book.
Espero que as informações compartilhadas aqui tenham sido valiosas e
inspiradoras para o aprimoramento da sua prática profissional.

Enfermeira
INTERATIVA
Agradecimentos 30

Caros leitores,

Chegamos ao fim desta jornada incrível de aprendizado e descobertas sobre


cuidados intensivos na enfermagem. Gostaria de expressar minha profunda
gratidão por terem se dedicado a explorar este e-book e por permitirem que eu
faça parte da sua jornada de desenvolvimento profissional.
Espero sinceramente que as informações e técnicas compartilhadas ao longo
deste livro tenham sido valiosas e enriquecedoras para a sua prática na área da
saúde. É uma honra poder contribuir para o seu crescimento profissional e para
a melhoria dos cuidados prestados aos pacientes.
O conhecimento é uma jornada contínua e estou comprometida em
continuar trazendo conteúdos relevantes e atualizados para ajudá-los em sua
trajetória. Como forma de agradecimento por sua leitura, gostaria de convidá-
los a explorar os demais e-books que serão oferecidos pela mesma autora.
Nos próximos lançamentos, você terá acesso a uma variedade de temas
abrangentes e especializados, todos elaborados com o mesmo cuidado e
comprometimento em fornecer informações valiosas e práticas para o seu
desenvolvimento profissional.
Além disso, ao adquirir nossos e-books, você estará contribuindo diretamente
para o suporte contínuo deste projeto e para a criação de mais conteúdos de
qualidade.
Não perca a oportunidade de expandir seus conhecimentos e aprimorar
suas habilidades. Aproveite agora mesmo o acesso exclusivo aos nossos
próximos lançamentos e dê o próximo passo em sua jornada de aprendizado.
Mais uma vez, meu sincero agradecimento pelo seu interesse e apoio. Estou
ansiosa para continuar compartilhando conhecimento e experiências com você
em nossos próximos e-books.

Atenciosamente,

Ana Carla da S. Pereira


Autora e Enfermeira Especializada em Terapia Intensiva

Enfermeira
INTERATIVA
Referências
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