Trab. Antp Mpacua
Trab. Antp Mpacua
Trab. Antp Mpacua
Turma: K
Classificação
Categorias Indicadores Padrões
Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
Capa 0.5
Índice 0.5
Aspectos Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais
Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização (Indicação
1.0
clara do problema)
Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho
Articulação e domínio do
discurso académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita cuidada,
Análise e coerência / coesão textual)
discussão Revisão bibliográfica
nacional e internacional 2.0
relevante na área de estudo
Exploração dos dados 2.0
Introdução ........................................................................................................................................ 1
Conclusão ........................................................................................................................................ 9
Introdução
O presente trabalho emerge na disciplina de Antropologia Cultural, que tem como tema:
Antropologia Cultural e os seus impactos na sociedade moçambicana. Neste trabalho de
forma específica fala-se sobre a diferenciação de culturas, baseado nos aspectos tradicionais e
religiosos e os métodos ou providências para o combate do racismo. Quanto a metodologia
utilizada foi a pesquisa bibliográfica, com a estruturação do trabalho contendo capa, contracapa,
índice, introdução, objectivo, desenvolvimento, metodologia, conclusão e referências
bibliográficas.
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Por via disso, não se fala apenas de cultura, mas de culturas. A cultura, não é nada mais, nada
menos, que o conjunto de saberes (axiológicos, estéticos, técnicos, teológicos, epistemológicos,
etc.) característicos de um determinado grupo humano ou de uma sociedade, ou seja, o conjunto
de comportamentos, saberes-fazeres adquiridas através de aprendizagem e transmitidas ao
conjunto de seus membros.
Os povos que os portugueses encontraram no território hoje designado por Moçambique tinham
as suas culturas típicas que os distinguiam de outros povos do mundo. Tinham os seus modos de
vida, uma visão concreta do mundo e manifestações religiosas ou crenças. Portanto, quando os
portugueses chegaram a esta região encontraram povos a que usurparam as suas terras, trazendo a
opressão e fazendo do território sua colónia (Vilanculo, 2013).
No entanto, antes da chegada dos portugueses, sabe-se que teriam passado por cá árabes, persas,
hindus, chineses e outros povos que nos permitem dizer que houve desde cedo uma fusão ou
mescla de povos de culturas. Ora, cada cultura desloca-se e entra em contacto com outras formas
de cultura através de relações individuais dos seus membros ou por vias colectivas como
é o caso, por exemplo, das migrações de povos. Essas mesclas resultantes dos contactos entre
povos, as transformações e os efeitos daí decorrentes denominam-se transculturação.
Ao falarmos da cultura moçambicana é necessário que observemos todos esses aspectos, ou seja,
o actualmente conhecido por povo moçambicano tem a raiz basilar no povo Bantu, porém, com o
decurso do tempo, esse povo foi-se mesclando tanto com outros povos de tal modo que hoje
podemos dizer que a cultura moçambicana é a simbiose ou a fusão entre as culturas das
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populações africanas dos diversos grupos éticos deste país e as de origem europeia e asiática, isto
é, as culturas portuguesa, árabe, hindu, persa, etc., cujos povos por aqui passaram, viveram e/ou
vivem (Vilanculo, 2013).
Os contactos entre as culturas existem e resultam objectivamente das alterações sucessivas das
estruturas da sociedade. No caso vertente da cultura moçambicana, a presença de comerciantes
vindos de outras latitudes, as acções de missionários e de agentes do colonialismo constituem os
factores impulsores do processo de aculturação, ou mesmo de transculturação do país. Assim, na
sua condição de homens de negócio e de comércio, os árabes vieram para estas terras e se
tornaram grandes propagadores do islamismo, sendo esta religião, das que mais seguidores têm
no nosso país. A actividade missionária não escapa, porquanto não constitui apenas na expansão
do cristianismo, como também actuou sobre as culturas locais, procurando inculcar novos valores
e costumes sobre as instituições africanas, moldando a mentalidade e a consciência do africano.
Portanto, para Vilanculo (2013), três grupos etno-culturais prevalecem no território moçambicano
durante o período de subjugação colonial:
Representadas pelos vários grupos étnicos existentes em Moçambique: esta aparece como o
conjunto de tradições e modos de vida típicos desses grupos étnicos, estendendo-se em todas as
regiões rurais e sendo culturais da maioria. Essas culturas tinham/têm as suas práticas bastante
diversificadas segundo os costumes e estilos de vida de cada grupo étnico e possuíam/possuem
em comum, no entanto, a raiz que é o povo Bantu.
A cultura colonial:
Instalou-se nas cidades, nas vilas e em zonas de interesse económico e turístico, representando os
valores e as ideologias do aparelho administrativo português e preocupando-se com/pelo reforço
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do sistema de opressão através da transformação das populações indígenas para a sua integração
na sociedade e cultura portuguesas.
Ora, por aqui passaram, morreram e deixaram vestígios culturais que hoje perfazem a cultura
moçambicana, um conjunto de povos, designadamente hindus, persas, árabes, chineses, etc.
Esses povos, embora ostentassem outro estatuto, partilharam com a população indígena as
vicissitudes do colonialismo, e hoje não se pode aludir à riqueza da nossa cultura sem considerar
esta parte da nossa moçambicanidade.
Pese embora prevalecesse a estratificação cultural acima referida, a cultura colonial sempre
procurou formas de se sobrepor aos restantes estratos culturais, utilizando para além de
dispositivos repressivos, meios ideológicos para dissociar e desintegrar a população indígena das
suas origens e da sua cultura. Por exemplo, a designação da população africana por nomes
pejorativos como “macacos, selvagens, primitivas, pretos, etc”, por um lado, e a política de
assimilação praticada pelas autoridades coloniais, por outro lado, tinham a finalidade não só de
legitimar a dominação e a imposição da cultura colonial, mas também de ridiculizar ou
inferiorizar a cultura dos dominados levando os dominados a se conformarem com a dominação.
Segundo este autor, não há sociedade sem religião e muito menos existe sociedade, por mais
primitiva que seja, que não apresente um sistema de representações colectivas relacionadas à
alma, à sua origem e ao seu destino. Para o autor, a realidade simbólica da religião é o núcleo da
consciência colectiva e como acto social, a religião transcende o indivíduo e é a condição
primordial da integração e da manutenção da ordem social.
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Portanto, por detrás de toda a manifestação religiosa (ritos, cultos, crenças adorações, etc.) está a
sociedade, pois foi ela que criou a sua concepção religiosa. Deus, por exemplo, que é a
concepção mais forte dentro do sagrado, é uma forma de mitificação de meras leis, usos e
costumes, valores e tradições de um grupo social. O culto a Deus é no fundo um culto à própria
sociedade e a religião é apenas uma forma suprema de consolidar o social, perpetuar a cultura e
reafirmar e actualizar simbolicamente os valores colectivos.
Para Massenzio (2005) a religião impõe respeito e é uma das formas de sanção social, pois trata-
se de um conjunto de normas super-humanas que controlam o social das tendências
constrangedoras da ordem social. À semelhança de Radcliffe-Brown, para Talcott Parsons, a
religião tem uma função crucial que consiste em resolver três graves problemas da humanidade:
as incertezas cognitivo-emocionais, a escassez de recursos materiais e o desajustamento social.
Portanto, a religião pode ser entendida como crença sobrenatural que a sociedade humana admite
e celebra, sem provas ou evidências empíricas sobre a sua existência, e envolve doutrinas,
sentimentos e ritos socialmente institucionalizados (Ramos, 1992).
Em períodos de grandes comoções sociais, crises políticas, fome, instabilidades financeiras, etc.,
a religião funciona como um importante factor de união, de identidade cultural e religiosa.
Para Durkheim a religião é um fenómeno universal, pois, segundo o autor, não há sociedade sem
religião e muito menos existe sociedade, por mais primitiva que seja, que não apresente um
sistema de representações colectivas relacionadas à alma, à sua origem e ao seu destino.
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Para o autor, a realidade simbólica da religião é o núcleo da consciência colectiva e como acto
social, a religião transcende o indivíduo e é a condição primordial da integração e da manutenção
da ordem social.
“O racismo é uma ilusão de superioridade. O racista se acha superior àquele a quem se compara:
ele nasceu pra mandar e o outro, visto como inferior a ele, para obedecer. O racismo, então, é
antes de tudo é uma expressão de desprezo por uma pessoa. Às vezes não por causa de suas
características, mas por aquela pessoa pertencer a outro grupo” (Lopes, 2007, p. 19-20).
Quanto aos métodos, existem vários diferentes métodos para combate ao racismo. Alguns deles
são:
Essas são apenas algumas das abordagens possíveis para combater a discriminação racial na
sociedade. É um trabalho contínuo que requer a participação e engajamento de todos os sectores
da sociedade.
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Conclusão
Após a realização deste trabalho, podemos concluir que a diferenciação de culturas relativamente
aos aspectos tradicionais tem a ver com a origem e diversidade das culturas como é o caso de
Moçambique. Onde o povo tem a raiz basilar no povo Bantu, porém, com o decurso do tempo,
esse povo foi-se mesclando tanto com outros povos de tal modo que hoje podemos dizer que a
cultura moçambicana é a simbiose ou a fusão entre as culturas das populações africanas dos
diversos grupos éticos deste país e as de origem europeia e asiática, isto é, as culturas portuguesa,
árabe, hindu, persa, etc. Relativamente ao aspecto religioso, este procura entender a essência
comum e as funções que a religião desempenha nas diferentes sociedades e o que explica a sua
origem. Contudo percebemos que a religião é o núcleo da consciência colectiva e como acto
social, a religião transcende o indivíduo e é a condição primordial da integração e da manutenção
da ordem social.
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Referências Bibliográficas
Massenzio, M. (2005). A história das religiões na cultura moderna. São Paulo: Hedra.