Mentoria COMADCENTRO - Liderando Comojesus
Mentoria COMADCENTRO - Liderando Comojesus
Mentoria COMADCENTRO - Liderando Comojesus
A palavra “Liderança” está em voga nos dias atuais. É marca e sinal de status,
poder e importância diante dos homens e isso é algo que não podemos negar. Toda
instituição precisa de liderança, pois sem ela não há ordem, propósito e visão de onde se
quer chegar. É inegável o papel, a necessidade e a relevância da liderança.
Na bíblia, com exceção das versões mais atualizadas, a palavra ‘Liderança’ não
aparece. Apesar da função e do papel da liderança estar presente na prática, os termos
bíblicos para a função são outros. Por exemplo, o texto de Números 33.1, na NVI (Nova
Versão Internacional) usa o termo ’liderança’ para a obra de Moisés e Arão. Já na ARC
(Almeida Revista e Corrigida), usa-se a palavra “pela mão de Moisés e Arão”. É claro
que estamos introduzindo o assunto para fins de interação de terminologia, sem
menosprezar a importância e a presença da liderança em toda a bíblia. O nosso desafio
neste ensaio é contrastar e comparar, a fim de entendimento, o conceito popular e
secular de liderança, com aquilo que a bíblia esclarece sobre o assunto. Veremos que
liderança segundo a Bíblia é totalmente oposta àquilo que se entende do assunto no
meio humano.
Liderança é um chamado, uma vocação e uma arte. Não é fácil ser líder, e
podemos dizer que liderança espiritual é ainda mais desafiadora. Por isso, vamos ver o
que a bíblia tem a nos ensinar sobre o tema. Nosso anseio e oração é que Deus levante
líderes segundo o seu coração, para conduzir e liderar seu povo piedosamente e com
temor de Deus.
Numa definição bíblica do termo, podemos afirmar que liderança, como descrita
no livro “Redescobrindo o ministério pastoral” é: “O desenvolvimento de
relacionamentos com as pessoas de uma instituição ou de um corpo cristão, de tal
maneira que os indivíduos e o grupo sejam capazes de formular e atingir alvos que
sejam compatíveis com a bíblia e que preencham suas verdadeiras necessidades. Por sua
influência ética, os líderes espirituais servem para motivar e capacitar os outros para que
alcancem o que, de outra forma, talvez não fosse alcançado”.
Sendo assim, entendemos que liderança espiritual é coisa séria. A bíblia mesmo
assevera que não havendo sábia direção o povo cai (Pv 11. 14). O sucesso de uma igreja
depende em muito de sua liderança.
O homem em sua essência foi criado para governar, para liderar (Gn 1.28).
Criado à imagem e semelhança de Deus, o homem recebeu a incumbência e a
capacidade de dominar todo o restante da criação. Sendo assim, podemos afirmar que há
um chamado e um propósito na tarefa de liderar. Em outro módulo já tratamos da
chamada específica para o ministério, e por isso não vamos nos ater a esta questão.
Partindo do pressuposto de que a liderança bíblica é um chamado e uma vocação vinda
de Deus, podemos afirmar que a tarefa de alguém liderando outros está fortemente
fundamentada na bíblia. No Antigo testamento, vemos Deus chamando e usando
homens para cumprir sua vontade. Abrãao, Noé, Moisés, Josué, Davi, e muitos outros
cumpriram papel importantíssimo de conduzir, em missões específicas, o povo de Deus.
O mesmo padrão é encontrado no Novo testamento com os apóstolos, Paulo e os pais da
igreja ao longo da história. Quando Deus se propõe a cumprir um objetivo, Ele procura
e capacita uma pessoa e o faz líder. Mas na prática, como se pode saber que sou
chamado por Deus para a tarefa de liderar?
Nas palavras de J.I. Packer, este é o fator pneumático. Está situado no campo da
vontade e dos desejos. É uma inclinação para uma determinada tarefa, mas que ao
mesmo tempo não deve ser confundida com habilidades naturais. Tais habilidades estão
envolvidas no chamado, mas a ênfase recaí sobre o aspecto divino e espiritual da
vocação. Neemias exemplifica claramente este princípio ao se sentir inclinado em
reconstruir os muros derrubados de Jerusalém. Ao saber da situação de seus
conterrâneos na capital de Israel, Neemias foi impulsionado á orar, jejuar e traçar um
plano de reconstrução. Aqui, apesar das emoções estarem envolvidas, não são os
sentimentos que norteiam este impulso, mas a ação do Espírito Santo de Deus. Foi Deus
que plantou no coração de Neemias o desejo e a convicção de realizar tão grande obra
(Ne 2.12). Tanto Isaías quanto Jeremias falam, no início de seus livros. Foi esse
chamado que os fez perseverar nos momentos difíceis. É sempre esta convicção que faz
o chamado perseverar. Se somos chamados, teremos obstáculos em nosso caminho; e o
que nos fará permanecer, é a certeza que Deus está no controle. Mas a tarefa de liderar
não fica somente neste primeiro passo.
2.3. A OPORTUNIDADE
Jesus ensinou e personificou a liderança servil. Ele não somente falava como
servir, mas demonstrava em seu ministério e ações como isso era na prática. Depois do
pedido de Tiago e João para que concedesse lugar privilegiado aos dois no seu reino, o
Senhor faz uma de suas declarações mais taxativas acerca da natureza da sua missão: “E
qualquer que dentre vós, quiser ser o primeiro, será servo de todos. Porquê o filho do
homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate
de muitos” (Mc 10.44,45). Estando numa posição de liderança e ser servo ao mesmo
tempo não é tarefa simples; vejamos alguns segredos acerca desta verdade:
a) A liderança servil é fruto de um CORAÇÃO HUMILDE (Mt 11.29)
b) A liderança servil depende de um coração de SERVO (Js 1.1; Js 24.29) –
Antes de galgar-mos posição de liderança, precisamos ser servos de
alguém.
c) A liderança servil depende de uma vida submissa à Deus.
Muitos líderes tem medo, no que diz respeito à liderança, no que tange à
demonstrar vulnerabilidade e humildade. Pensam que com tais atitudes, terão a sua
liderança ameaçada. Jesus, nos dá o exemplo e nos mostra o segredo para servir sem
receio, estando em posição de liderança. Em João 13.1-17, na famosa passagem em que
o mestre lava os pés dos seus discípulos, encontramos inseridos no texto algumas
verdades aplicáveis à todo líder. Por quê Jesus, sem receio algum, tomou a iniciativa de
fazer um trabalho que era responsabilidade do escravo mais inferior da casa? Por que
Ele era alguém bem resolvido e seguro. Vejamos algumas coisas fundamentais na vida
de um líder:
a. Jesus estava cônscio de seu tempo (Jo 13.1). O líder tem que ser conhecedor de
seu tempo; saber a hora certa de cada coisa.
b. Jesus estava certo de responsabilidade (Jo 13.3a). Ele sabia o que era sua
responsabilidade e que tal missão fora dada pelo pai.
c. Jesus tinha convicção de sua origem (Jo 13.3b). Ele sabia com certeza de onde
tinha vindo e quem o tinha comissionado.
d. Jesus tinha convicção de seu destino (Jo 13.3c). O Senhor sabia onde queria ir
e o propósito do seu destino.
O líder, para ser seguro acerca de sua liderança, precisa estar consciente destas
verdades. Ele tem que ter convicção do seu tempo, de sua tarefa, de sua origem e de seu
destino. Tal segurança está em Deus. Sendo assim, o líder servo terá condições de amar
aqueles à quem lidera, sem nenhum receio de perder sua posição, ou de ter sua liderança
ameaçada. Acima de tudo, um líder assim serve aos seus liderados e o faz por que acima
de tudo ele ama à Deus.
3. OS DESAFIOS DA LIDERANÇA
3.1. OPOSIÇÃO
Em tudo isso, e em qualquer outra ação que busca atingir o líder cristão,
precisamos entender que, por trás dos canais humanos existe uma fonte espiritual, neste
caso, maligna. Em toda a história bíblica encontramos casos de oposição, tanto externa,
quanto interna. Aliás, é internamente, entre nós, que devemos esperar a mais ferrenha
oposição na maioria das vezes. Há dois exemplos clássicos de oposição doméstica, que
comprovam esta verdade. O primeiro é José ( Gn 37-50). Deus revelou em sonho coisas
que aconteceriam no futuro para José; que ele dominaria sobre seus irmãos e seus pais.
De onde veio oposição para José? De casa; dos seus irmãos. Outro Exemplo é Davi. O
menor da casa, ungido por Samuel para ser Rei sobre Israel, ele enfrentou escárnio e
desprezo por parte de seus irmãos. Se você está numa posição de liderança, espere
oposição.
3.2. CRÍTICAS
a. Ninguém está isento das críticas. Muito menos líderes. Críticas são
companhia constante do líder.
b. Devemos averiguar honestamente as críticas. Existem críticas que
ajudam, e críticas que destroem. Há críticas positivas e construtivas,
feitas não ao público, mas privadamente, que nos despertam de alguma
situação e corrigem nossa miopia humana e espiritual
c. Devemos enfrentar as críticas com oração. Antes de nos defender-mos;
antes de retaliar, devemos orar, inclusive pelos críticos.
3.3. DESÂNIMO
Há um ciclo no que estamos estudando. Seja por oposição, seja por críticas, seja
por decepções, seja por expectativas frustradas, ou por outra situação difícil, é muito
fácil de que se estabeleça o desânimo. E o desânimo é algo contagioso. O exemplo do
relatório dos espias que foram espiar a terra prometida é esclarecedor (Números 13-14).
O relatório incrédulo dos dez espias contagiou em desânimo todo o povo. Quando
desânimo nos ataca e nos afeta, conforme vemos em Neemias 4, ele traz consigo alguns
sintomas:
O líder, diante do desânimo, precisa de encorajamento. Por isso, talvez a palavra que
mais um líder precise ouvir da parte de Deus é: “Não temas”. Ler Josué 1.7,9.
3.4. ESTRESSE
Precisamos ter por convicção que, aquele que começou e nos chamou para a obra,
haverá de aperfeiçoar até o dia do Senhor. São grandes os desafios da liderança, mas o
Senhor em tudo nos dará a vitória.
4. LIDERANÇA NA PRÁTICA
Neste último tópico, quero ser sucinto, mesmo sabendo que haveria inúmeros
assuntos relacionados à liderança que deveríamos tratar. Me detenho agora, mais nos
aspectos práticos e corriqueiros que envolvem a liderança na igreja seja em ministérios,
departamentos ou em outra área do meio eclesiástico. Às vezes são apenas pequenos
detalhes, mas que fazem toda a diferença e podem evitar mal-entendidos e equívocos no
andamento da obra do Senhor. Sem ser exaustivo, exponho uma lista de coisas à serem
observadas no exercício e na prática ministerial:
2. Kraft, Dave. Líderes que permanecem. 1ª Edição, São Paulo – SP; Vida Nova, 2013.
3. White, John. Encontrei um líder. 1ª Edição, Niterói – RJ; Editora Textus, 2002.
5. Packer, J.I.. Paixão pela fidelidade. 1ª Edição, Rio de Janeiro – RJ; CPAD, 2010.
8. Wilkes, C. Gene. O último degrau da liderança. 1ª Edição, São Paulo – SP; Mundo
Cristão, 2000.
9. Lawrence, Bill. Autoridade Pastoral. 1ª Edição, São Paulo – SP; Editora Vida, 2001.