Aula Lister - Coluna

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AULA LISTER: TRAUMA DE COLUNA E EXTREMIDADES

ANATOMIA E DIVISÃO DA COLUNA

- Cervical: 7 vértebras Parte da coluna com maior


flexibilidade: onde
tem mais trauma caixa cranial é pesada e daí
no trauma forma um pendulo
- Torácica: 12 vértebras
- Lombar: 5 vértebras (tem gente que pode ter 6)
- Sacral
Importante! A parte da coluna com maior flexibilidade é a
cervical, faz com que a cabeça se movimente. E essa
flexibilidade acaba sendo um problema no trauma > cervical é
a parte que mais tem lesão. Caixa craniana é pesada, se
assemelha a um pêndulo. Batida frontal, chicoteia.
A coluna cervical é rigida pela parte óssea e por dois
ligamentos importantes: ligamento longitudinal anterior (faixa
fibrótica lisa) e o posterior.
As vértebras tem os discos intervertebrais, e as
características básicas de uma vértebra as diferenciam umas
das outras:
EX - Torácica: com faceta de articulação para as costelas;

Possuem: corpo (parte mais dura e que segura mais peso),


forame (por onde passa a medula e a dura mater), laminas
(processo transverso, processo espinhal posterior e facetas
articulares superiores e inferiores ) para maior mobilidade e
proteção da medula (até a torácica, transição em L2 > cauda
equina, parte distal dos neurônios). Lesões mais altas, mais
graves.

A medula é protegida pela vertebral, há três funções


importantes para o trauma: A s
- Mobilidade/movimentação: parte posterior/ lateral; funções relacionadas a inervação podem estar comprometidas, como por
- Dor; exemplo a arreflexia (paciente chega e não responde/ sente as pernas/ não
- Transmissão de noção/posicao proprioceptiva; consegue mexer as pernas, mesmo estando consciente) > problema > lesões
TODOS podem ser testados no paciente traumatizado: parciais da medula, o que faz variar o quadro clinico: perde mais tons de uma
Lesão de cervical com secção total grave: a tendência é que a movimentação região e mais movimentação de outra região.
seja prejudicada do pescoço para baixo; Na fase aguda (mais no trauma) >
flacidez e não resposta, seja ela motora, a dor. Pode ser pelo nível dos As lesões mais graves são as das primeiras vértebras (cervicais), pois
dermatómos, pois tem relação com a inervação. inclusive está mais próxima da medula oblonga.
Se lesão entre C1 e OCCIPITAL: parada respiratória é provável, morre no grave para lesão medular ou sequela grave ou morte por dificuldade
local do acidente/ respiratória.
Lesão mais baixa, não atinge o centro respiratório e passa a atingir, porém há
o nervo frênico que sai das cervicais (depois passa pela torácica) e inerva o Característica de fratura: se lesão para “frente" quebra a parte anterior.
diafragma. Na coluna vê-se 3 ângulos/linha>
Anterior (posterior do corpo vertebral e anterior no canal medular), final do
Os traumas mais frequentes que causam lesão na coluna > traumas contusos canal medular e linha dos processos espinhosos. Projeções estão alinhadas?
(penetrantes mais difícil ex facada > são mais graves quando são projetil de Olhar no RX!
arma de fogo > maior energia cinética. Pode destruir completamente o canal, Pode ter fratura dos processos espinhosos > menos importantes;
as vezes não pega a medula, mas pode destruir o osso: lesão secundária). Pode ter luxação > vértebra sai do lugar e cavalga em cima da outra >
DESARTICULA. As vezes nem precisa ter fratura, e prejudica os ligamentos:
LESÕES MAIS ESPECÍFICAS: “guilhotina" > geralmente o que acontece em secções completas no trauma
fechado.
C1> ATLAS sem o corpo vertebral, o corpo dela está em C2. Fraturas anteriores: perde a “dobra” da coluna/"encunhar". Fica reta. Pode
Tem forame transverso no processo transverso, por onde passam as artérias afetar medula;
vertebrais > base do crânio e formam a artéria basilar dentro do crânio (que é Posterior: mais se é enforcamento, afeta/fratura os dois lados.
característico das vértebras cervicais); Se fratura a vértebra de um lado, mais chance de estabilizar. Se dos dois
Se trauma de coluna, observar se há trauma de cervical. No trauma de lados, é mais fácil descompensar.
estiramento, pode ter lesão da artéria sem ter a fratura (parte intima da artéria Maior propensão a luxação:
fica lesada). Tem que fazer exame com contraste para o diagnóstico que - Rigidez: osteite necrosante/ qualquer trauma quebra fácil> não há nada de
mostra trombose na íntima. flexibilidade.
- Flexibilidade: artrite reumatoide e doenças do colágeno > muita
flexibilidade > maior chance de luxação.

A medula na cervical, tem mais espaço. Pois se houver fratura, impede que
lese a medula de cara, que é diferente de vértebras como a torácica (vértebra
mais forte, espaço medular é menor> quase colado á medula. A musculatura
é mais forte, menos chance de lesar essa área por conta de menor
mobilidade da região torácica. Porém, se há lesão > mais chance de lesar a
medula é nessa região).
Na lombar é mais difícil ter lesão medular porque a medula se encerra antes
> lesão neurológica, bexiga neurogênica, disfunção erétil podem ocorrer.
> Geralmente afeta a transição tóraco abdominal (costela dá o segmento
torácico, que mexe como um bloco. Maior causa de trauma/lesão > cinto mal
colocado. Pega nas espinhas. Em casos graves de alto impacto >
cisalhamento da coluna > lesão medular e da aorta podem acontecer).

O dente do axis (C2) é como se fosse o corpo de C1. É importante para a No sacro> mais fraturas do osso da pelve/isquio/ disjunções/ trauma lateral
rotação da cabeça, roda neste eixo, é limitante a rotação. ou frontal que abre o anel e o fratura. Difícil fratura especifica, só se for algo
O processo odontoide pode ser fraturado, o problema dessa vértebra é que muito pontual. Geralmente são estáveis.
há diferentes graus de lesão: TIPO I> tira ‘’casquinha''/ TIPO II> pega no
meio / TIPO III> entra no corpo e pode cair no canal medular. Paciente mais Primeiro conceito> paciente traumatizado devemos pensar em lesão de
coluna: colar cervical e prancha SEMPRE.
Quando podemos afirmar que não há lesão? - Úmero: geralmente quebra no polo não anatômico. Nervo que passa
- Paciente não pode estar alcoolizado, ter retardo mental, estar nessa região? Acho que é o nervo radial.
inconsciente.. qualquer alteração do nível de consciência > tratar como se - Fratura de olecula: no cotovelo mais luxação > pode estar associado a
tivesse lesão de coluna. Lembrar que não é só a cervical que pode estar lesão de vasos.
lesionada, 10% das vezes em que há lesão cervical> tem lesão lombar - Fratura de tornozelo: associado ao maléolo medial
associada. - Fêmur: comum
- Se paciente OK? Perguntar se paciente sente dor EM TODA A COLUNA. - Calcaneo: comum em quedas/ mergulhos (tambem comum lesão
Se há dor> fazer primeiro exame de imagem para confirmar. Melhor é a processo odontoide)
RM, mas para paciente politraumatizado é inviável> fazer TOMO (pode ser
sem contraste). Se paciente instável, pode fazer RX para auxiliar e ter norte Paciente chega ao hospital após acidente de carro com membro quase
durante a cirurgia. amputado.
- Se paciente com IOT? Tratar como se tivesse a lesão! Evitar manuseio, Sempre pensar: perda de sangue tanto externa ou até interna > retém sangue
girar em bloco.. nos grupamentos musculares > síndrome compartimental (diagnóstico
- Se paciente sofreu algum tipo de acidente onde caiu bloco de cimento em clínico: dor, edema local e alteração de perfusão - se tem essa alteração o
cima da cabeça, por exemplo. Há risco de ter lesionado o atlas/axis > diagnóstico é tardio-). Tem que pensar no diagnostico de acordo com as
pode abrir > muito instável! E não necessariamente há lesão medular > fraturas: tem fratura externa? Tem fratura na região da panturrilha? > mais
importante mobilizar. O tratamento pode ser tração no crânio > paciente chance de sd. compartimental/ esmagamento é MUITO comum ter! O
deitado > anestesiado > arco com parafusos e fixados ao osso > ligado a músculo começa a necrosar e libera mioglobina em grandes quantidades no
peso > tração. sangue > passa a lesar o rim > insuficiência renal por mioglobinúria (para
- Rx de cervical > transoral. Placa atras da cabeça e boca aberta > vê bem o tratar/evitar a insuficiência renal > FAZ VOLUME ABERTO, pode até deixar o
processo odontoide (é anteroposterior). O RX clássico> LATERAL. Vê c1 a paciente alcalinizar).
c7 + t1 > se paciente com pescoço curto é mais dificil. Pode puxar os Se lesão de coluna, geralmente não sente dor no membro.
braços para fazer RX ou levanta um braço e deixa o outro abaixado e
coloca o rx. / Antero posterior > mais para corpos vertebrais.
Fazer pelo menos 3 incidências> Antero posterior, lateral e transoral. Se não Se dúvida de sd compartimental (o que faz parar o fluxo de sangue?
conseguir na lateral, tentar elevar os braços. Aumento de pressão no compartimento por conta que a fáscia endurece >
incha o músculo > vaso é comprimido e tratamento é FASCIOTOMIA!
Ainda na coluna: Lembrar dos agrupamentos musculares dos membros, são diferentes. Saber
- na prancha, com colar cervical, confusão mental, acha-se que pode ter para fazer as fasciotomias necessárias).
lesao. Tem condições para a tomo? Não tem condições para a tomo? A pressão diastólica é a que compete inicialmente (enche e não consegue
Problema> não se vê subluxaçoes na tomo. Se alteração de ligamento, a sair) com a pressão do compatimento, se acima de 30/40 e a diferença for
ressonância que consegue ver. pequena entre ambas > sangue represado. Tem que puncionar o
- Paciente orientado? Tem dor? Palpar os processos espinhoso > tem dor? agrupamento muscular acometido e ver a pressão do sistema, além de
Movimentação passiva do paciente (devagar), há dor? Se não tiver dor, se palpar os pulsos do paciente! NAO ESQUECER! Se mais fraturas expostas e
tiver consciente e orientado, a chance de ter lesão é menor que 1%. fraturas em articulações > maior chance de ter lesão vascular articulada.
- Mecanismo do trauma ainda é importante! Se luxação (sem fratura) sem pulso, tentar reduzir a fratura para voltar o pulso
- Se lesão na cabeça (peso que cai) pode lesar o restante da coluna, até o > ATÉ 6 HORAS ideal para o retorno do fluxo.
calcaneo, fratura de bacia, trocanteres.
Se paciente com fratura exposta e desalinhada > tentar realinhar o membro >
Algumas fraturas: colocar as faixar e comprimir. Se muito sangramento na fratura exposta,
- Clavícula: imobilização resolve; tentar reduzir/alinhar da melhor forma possivel. Se não conseguir > cirurgia!
- Multiplas fraturas de costelas e clavícula: cuidado com a subclávia (mais a O torniquete: se passar o torniquete na perna comprometida > piora a perna,
direita) mas salva a vida. Se paciente com sangramento externo, múltiplas de
Paciente com desalinhamento/lesão de medula
sangramento > fazer o torniquete temporário > centro cirúrgico (pode usar, é altíssima em C5 E C6.
cinto, mangueira..)

Se sangramento profundo na Mao> comprimir artérias. Se sangramento


profundo no dedo > torniquete para a compressão. No cotovelo é difícil
comprimir.
Na subclávia não tem como comprimir!

Quando for imobilizar, pedir para alguém segurar o membro reto e outra
pessoa passar o imobilizador.

RX SIMPLES DE COLUNA:
Vê a lombar, abaixo bacia e sacro;
Circulado> corpo vertebral. Está simétrico?

Fratura de processos transversos lombares>


pensar que nessa região há o RIM! Cuidado com
trauma renal.

RX DE PERFIL DA COLUNA: vê os corpos


vertebrais, e todas as linhas citadas.
Subluxação e fratura do corpo vertebral e o RX
está mal feito.
LESAO ENTRE C4 E C5 > DESALINHAMENTO DO CORPO VERTEBRAL!
Tentativa de transoral com fratura do processo Paciente mais idoso e com doenças crônicas (ocorre
odontóide. algumas vezes, se tem neurocirurgião por exemplo) RX
está ok! faz um RX em extensão e distensão para procurar
melhor se há lesão;

Vai até C7 e tem lesão entre C6 E C7.

3D do processo odontóide. Fratura tipo 2 na linha, vê simetria


articulações, vê corpo vertebral em C2, vê processo odontoide
e articulação entre C1 E C2.
Parte posterior de C2 prejudicada,
pode ser enforcamento. A chance de
lesão no eixo medular é alta. Deve
realinhar coluna.
DE BAIXO PARA CIMA: 5, 4, 3, 2, 1 E T.
No dois, tres e cinco fratura
Cinco, desalinhamento.
Provavel queda de cabeça.
Provavel que precise de fixação externa.
CORPO VERTEBRAL exposta é indicação cirúrgica: lavar, antibiotico, antitetânica.
DISCO VERTEBRAL Prioridade> se trauma for só na perna (nada faz pensar em outros traumas) a
conduta é o “c''> porem ofertar OXIGENIO, não sabe quanto perdeu de sangue, ver
se está corado, pegar acesso, colocar 1 l ranger lactato, ver pulso e pa.
Hematoma á esquerda e medula á Estável? Não Estável?
direita totalmente comprometida, Palpar o pulso distal > NAO ESQUECER!
fratura esmagou e comprimiu o canal. Problema de fratura exposta é que se não tem pulso > fixar e alinhar a fratura > fazer
E vertebras acima achatadas. a reconstrução do vaso posterior (tem que ser tudo muito rápido!).
RM Se lesão arterial associada, fixador externo, reconstruir vaso e depois resolve o osso.
Diagnóstico> se sem pulso quase certeza de lesão arterial. Pode tentar colocar no
lugar/reduzir a fratura para ver se o pulso volta> perda de pulso não necessariamente
por lesão arterial, pode ser por compressão. Fazer exame de imagem > arteriografia
ou tomo com contraste (se certeza da lesão não precisa do exame).
Comparar os quadradinhos/simetria e linhas!
Nao deixar fragmentos dentro do canal vertebral > evolui para mielite > infecção Fratura com exposição muscular, edema do músculo, alta chance de
secundaria > \\ comprometimento de circulaçao e possível síndrome compartimental (até posterior) >
fixar > reconstruir artéria > deixar um pouco aberto para funcionar como fasciotomia
> dar antibiótico (paciente com lesão de osso e pele cuidado com Staphylococcus >
AB injetável, cefalosporina de primeira geração > cifazolina).

Movimentação do pé é mais pela parte anterior do pé, cuidado com síndrome


compartimental e os tendões do pé. Pode deixar pedaço aberto com o dreno e os
pés para cima.
Lembrar do trajeto arterial da a. Plantar do pé > cortou no meio > abre em duas para
os dedos.

Dependendo do caso > amputação traumática do membro. Tudo muito propenso a


infecções! As vezes não tem como salvar. Tomar cuidado com perda sanguínea.

Fraturas que angulam, as vezes não perde pulso por lesão arterial, mas pela
angulação.

M. Inferior paciente deitado > paciente roda e pode fraturar em outro ponto. Fratura
circular/ espiral.

Exame para ver pulso > USG DOPPLER (sd. Compartimental é bom) antes da
fasciotomia.

Lembrar mecanismo do trauma! Sempre saber a anatomia.

To d a f r a t u r a

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