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CURSO DE FORMAÇÃO

SOBRE DEONTOLOGIA
PROFISSIONAL

Apresentação | Autor
Página do manual

Contabilista Certificado- Estatuto e código de ética e


deontologia

Conteúdos Programáticos

- Conceitos básicos: ética e deontologia profissional


- As associações públicas profissionais;
- A Ordem dos Contabilistas Certificados- génese e evolução;
- Órgãos da Ordem e suas competências;
- As funções do Contabilista Certificado e modos de exercício da profissão;
- Os direitos do Contabilista Certificado perante a Ordem dos Contabilistas
Certificados (OCC) e outras entidades públicas;
Apresentação | Autor 2
Página do manual

Contabilista Certificado- Estatuto e código de ética e


deontologia

- Os direitos do Contabilista Certificado perante o cliente;


- Os deveres do Contabilista Certificado perante a OCC;
- Os deveres do Contabilista Certificado perante as
entidades relativamente às quais prestam serviços;
- Os deveres do Contabilista Certificado perante a
Administração Tributária- as relações com as entidades
públicas e privadas;
-Deveres recíprocos do Contabilista Certificado;
-Responsabilidade disciplinar;
-Responsabilidade subsidiária.
Apresentação | Autor 3
Página do manual

Contabilista Certificado- Estatuto e código de ética e deontologia

1.- Conceitos básicos: ética

A Ética

Toda a Humanidade é dotada de um sentido ético


socialmente relevante

Apresentação | Autor 4
Página do manual

Contabilista Certificado- Estatuto e código de ética e deontologia

Mas a ética tem um campo subjetivo que resultará da


ponderação, consciência e valoração individual de cada
qual.

Uma espécie de “consciência moral”, que nos leva


intuitivamente e de modo reiterado a julgar as atitudes
para saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas
ou injustas.

Apresentação | Autor 5
Página do manual

Contabilista Certificado- Estatuto e código de ética e deontologia

É a ciência do comportamento humano, ou


seja, qualifica o que “se faz” à luz do que “se
deve fazer”; julga o Homem como “é” à luz do
Homem como “deve ser”.

Ética, s.f. (do lat. ethica ou ethice, do grego


ethos). Parte da filosofia que trata da moral;
ciência da moral.
Apresentação | Autor 6
Página do manual

A importância da ética

A ética contribui de modo manifesto para o bom e ordenado


funcionamento da sociedade.

A experiência demonstra que a necessidade de ética na sociedade é de tal


modo importante que os valores éticos mais comuns são (acabam por ser)
frequentemente incorporados na legislação.

Apresentação | Autor 7
Página do manual

Mas o meio social, político, económico de cada


pessoa condiciona o conjunto de valores ligados à
“justiça social” entre os homens e, ao longo da
vida, cada pessoa terá a “sua” própria visão e
atribuirá diferente significação a cada facto

Não é, porém, alheia à mudança de hábitos, costumes sociais e padrões


morais da sociedade onde se inserem, ao longo das várias épocas
históricas, mas também da moral e das leis vigentes.

Apresentação | Autor 8
Página do manual

Mas “na ética não há receitas,


respostas e políticas garantidas.

Temos juízos, avaliações, ponderação,


prudência. Aqui estarmos no reino do
subjetivo”- diz João César das Neves
Apresentação | Autor 9
Página do manual

“É o estudo dos deveres especiais de uma situação


determinada, particularmente dos das diversas
profissões.” – Ética Profissional.

Os deveres e direitos inerentes ao exercício de uma


profissão, fundados nos princípios da sua
responsabilidade moral e social constituem a respetiva
Deontologia Profissional.

Apresentação | Autor 10
Página do manual

Papel dos Códigos Deontológicos

Um código tem que aspirar a ser verdadeiramente regulador,


sem abusar de ideais abstratos; deve proteger o interesse
público e das pessoas que exercem a atividade profissional
regulada e tem de ser controlável e controlador.

Apresentação | Autor 11
Página do manual

Princípios éticos sempre presentes num código de conduta

1) Legalidade
2) Profissionalismo
3) Confidencialidade
4) Boa fé (confiança)
5) Evitar conflitos de interesse
6) Respeito pela integridade das pessoas

Apresentação | Autor 12
Página do manual

A chamada Ética normativa, ou formalizada,


assente em códigos deontológicos que, em
maior ou menor grau, refletem estes
princípios.

Conjunto de regras associadas à pratica de


uma profissão objeto de vigilância por um
organismo profissional quanto ao
comportamento dos seus membros.
Apresentação | Autor 13
Página do manual

Código Deontológico

-padrão de referência-modelo para o exercício da sua


boa conduta profissional/social.

-conjunto das normas jurídicas, de conteúdo ético,


que regulam e disciplinam o exercício da profissão.

Apresentação | Autor 14
Página do manual

Princípios deontológicos gerais

Art.º 3.º do Código Deontológico dos Contabilistas Certificados

“no exercício das suas funções, os Contabilistas


Certificados devem orientar a sua atuação pelos
princípios da integridade, idoneidade, independência,
responsabilidade, competência, confidencialidade,
equidade e lealdade profissional “

Apresentação | Autor 15
Página do manual

Fatores inibidores ao desempenho ético

-Perda do emprego ou do cliente;


-Deterioração das relações existentes;
-Desejo (necessidade) de manter / obter vantagens;
-Falta de apoio explicito de entidades oficiais ou associações
profissionais;
-Falta de formação profissional.

Apresentação | Autor 16
Página do manual

Associações Públicas Profissionais

«pessoas coletivas públicas, de tipo associativo, criadas para assegurar a prossecução de determinados
interesses pertencentes a um grupo de pessoas que se organizam para a sua prossecução».
(…)
[a]s associações públicas, com todo o seu arsenal de privilégios, não surgem como um favor que o Estado
faz a certas categorias de cidadãos para que realizem o melhor possível os seus próprios interesses,
individuais ou de grupo, mas sim para que os interessados prossigam um interesse público a cargo do
Estado profissões liberais são as exercidas com base em qualificações profissionais específicas, a título
pessoal, sob responsabilidade própria e de forma independente por profissionais que prestam serviços de
caráter intelectual, no interesse dos clientes e do público em geral.

Apresentação | Autor 17
Página do manual

Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro

Regime jurídico de criação, organização e funcionamento das


associações públicas profissionais
Diário da República, 1.ª série, n.º 7, em 10 de janeiro de 2013.

-consideram-se associações públicas profissionais, as entidades


públicas de estrutura associativa representativas de profissões
que devam ser sujeitas, cumulativamente, ao controlo do
respetivo acesso e exercício, à elaboração de normas técnicas e
de princípios, regras deontológicos específicos e a um regime
disciplinar autónomo, por imperativo de tutela do interesse
público prosseguido.

Apresentação | Autor 18
Página do manual

Ordens Profissionais
(art.º 11.º da Lei 2/2013, de 10 de Janeiro)

Associações profissionais a quem o Estado confia ou atribuiu o


poder de autoregulação, disciplina e superintendência dos
interesses dos respetivos associados. Cfr. art.º 3.º, 5.º e 28.º
L.A.P.P.

Apresentação | Autor 19
Página do manual

Contabilista Certificado- Estatuto e código de ética e deontologia

DL 265/95, de 17 de Outubro (ATOC)

DL 452/99, de 5 de Novembro (CTOC)

DL 310/09, de 26 de Outubro (OTOC)

Lei 139/2015, de 7 de Setembro (OCC)

Apresentação | Autor 20
Página do manual

Contabilista Certificado- Estatuto e código de ética e deontologia

Da legislação aplicável
Os Contabilistas Certificados estão legalmente vinculados ao cumprimento das normas vertidas no
Estatuto da Ordem, Código Deontológico, regulamentos e deliberações da Ordem, nos termos do
artº 75.º al.ª do Estatuto da Ordem, aprovado pelo Decreto- Lei 452/99, de 5 de Novembro, com as
alterações decorrentes da Lei 310/09, de 26 de Outubro e da revisão operada pela Lei 139/2015, de
7 de setembro.

Quer o Estatuto da Ordem (anexo I), quer o Código Deontológico dos Contabilistas Certificados
(anexo II), estão integrados nesta Lei 139/20015, de 7 de setembro.

Apresentação | Autor 21
Página do manual

Regulamentos
Regulamento de taxas e emolumentos
Regulamento n.º 79/2019, publicado no Diário da República, 2.ª série — N.º 13 — 18 de janeiro de 2019.

Regulamento das Sociedades Profissionais de Contabilistas Certificados e Sociedades de Contabilidade


Regulamento n.º 54/2019, publicado no Diário da República, 2.ª série — N.º 9 — 14 de janeiro de 2019.

Fundo de Solidariedade Social dos Contabilistas Certificados


Regulamento n.º 53/2019, publicado no Diário da República, 2.ª série — N.º 9 — 14 de janeiro de 2019.

Regulamento do Seguro de Responsabilidade civil e profissional


Regulamento n.º 52/2019, publicado no Diário da República, 2.ª série — N.º 9 — 14 de janeiro de 2019.

Regulamento de Inscrição, Estágio e Exames Profissionais


Anúncio n.º 160/2020 (D.R. - 2.ª Série) – N.º 40 – 26 de fevereiro de 2020

Apresentação | Autor 22
Página do manual

Contabilista Certificado- Estatuto e código de ética e deontologia


Direito supletivo aplicável

Tudo o que não estiver regulado na presente lei e no Estatuto da Ordem dos Contabilistas Certificados
que consta do anexo I à presente lei é aplicável o disposto na Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, sendo
subsidiariamente aplicáveis, com as necessárias adaptações:

-Às atribuições e ao exercício dos poderes públicos, o Código do Procedimento Administrativo e os


princípios gerais de direito administrativo; Cfr. Decreto- Lei 4/2015, de 7 de janeiro.

-À sua organização interna, as normas e os princípios que regem as associações de direito privado;

-Ao procedimento disciplinar, a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, aprovada pela Lei n.º
35/2014, de 20 de junho, alterada pela Lei n.º 82 -B/2014, de 31 de dezembro. Vd. art.º 18.º da
LAPP

Apresentação | Autor 23
Página do manual

Orgãos da Ordem

a) Assembleia representativa;
b) Assembleia geral eleitoral;
c) Bastonário;
d) Conselho diretivo;
e) Conselho jurisdicional;
f) Conselho fiscal.

Apresentação | Autor 24
Página do manual

Os Contabilistas Certificados (CC)- Art.º 9.º EOCC

-São os profissionais inscritos na Ordem, nos termos


do Estatuto, sendo-lhes atribuído, em exclusividade,
o uso desse título profissional, bem como o
exercício das respetivas funções.

Apresentação | Autor 25
Página do manual

Funções do CC
1- São atribuídas aos Contabilistas Certificados as seguintes
funções:

a)Planificar, organizar e coordenar a execução da contabilidade


das entidades, públicas ou privadas, que possuam ou que devam
possuir contabilidade organizada segundo os planos de contas
oficialmente aplicáveis ou o sistema de normalização
contabilística, conforme o caso, respeitando as normas legais, os
princípios contabilísticos vigentes e as orientações das entidades
com competências em matéria de normalização contabilística;

Apresentação | Autor 26
Página do manual

Funções do CC

b) Assumir a responsabilidade pela regularidade técnica, nas áreas


contabilística e fiscal, das entidades referidas na alínea anterior;

c) Assinar, conjuntamente com o representante legal das entidades referidas


na alínea a), as respetivas demonstrações financeiras e declarações fiscais,
fazendo prova da sua qualidade, nos termos e condições definidos pela
Ordem, sem prejuízo da competência e das responsabilidades cometidas pela
lei comercial e fiscal aos respetivos órgãos;

Apresentação | Autor 27
Página do manual

Funções do CC

2- Compete ainda aos Contabilistas Certificados :

a) Exercer funções de consultoria nas áreas da contabilidade, e


da fiscalidade;
No domínio da jurisprudência, pela sua importância, Cfr. Acórdão do Supremo Tribunal de
Justiça (S.T.J.), de 15-12-2011, proc. 2802/07.8TVLSB.L1 na qual se firmou que, “não há
nenhuma norma do ECTOC da qual possa retirar-se a ideia de que é função do técnico
oficial de contas, declarada ou não, assumir o papel de agente da administração fiscal,
arrecadando impostos, do mesmo modo que também lhe não cabe defender o interesse do
contribuinte (seu cliente), encarado esse interesse no sentido vulgar e estreito de pagar
menos imposto do que o devido. Como profissional tecnicamente habilitado compete-lhe,
isso sim, zelar pela regularidade da contabilidade dos seus clientes, responsabilizando-se
por ela com inteiro acatamento das normas legais em vigor, como está bem expresso nas
alíneas a) e b) do citado artº 6º, nº1, do ETOC.
Apresentação | Autor 28
Página do manual

Funções do CC

b) Intervir, em representação dos sujeitos passivos por


cujas contabilidades sejam responsáveis, na fase graciosa
do procedimento tributário e no processo tributário, até
ao limite a partir do qual, nos termos legais, é
obrigatória a constituição de advogado, no âmbito de
questões relacionadas com as suas competências
específicas;

É legalmente obrigatória a intervenção de Advogado nas causas judiciais cujo valor exceda
os € 5.000,00.

Apresentação | Autor 29
Página do manual

Funções do CC

c) Desempenhar quaisquer outras funções definidas por lei


adequadas ao exercício das respetivas funções,
designadamente as de perito nomeado pelos tribunais ou
outras entidades públicas ou privadas.
- art.º 116.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário, de acordo com a qual poderá haver prova pericial no processo de impugnação judicial
sempre que o juiz entenda necessário o parecer de técnicos especializados, sendo tal prova regulada nos termos do Código de Processo Civil.
- art.º 91.º da Lei Geral Tributária - o sujeito passivo pode “(…) solicitar a revisão da matéria tributável fixada por métodos indiretos em requerimento
fundamentado dirigido ao órgão da administração tributária da sua área de domicílio fiscal, a apresentar no prazo de 30 dias contados a partir da data da
notificação da decisão e contendo a indicação do perito que o representa”, tendo em vista estabelecer um acordo quanto ao valor da matéria tributável a
considerar para efeitos de liquidação.
Já, por sua vez, a prova pericial judicial tem por fim a perceção ou apreciação de factos por meio de peritos, quando sejam necessários conhecimentos
especiais que os julgadores não possuem, sendo, para o efeito, requisitada, nos termos do art.º 467.º do Código do Processo Civil, pelo Tribunal a
estabelecimento, laboratório ou serviço oficial apropriado ou, quando tal, não seja possível ou conveniente, realizada por um único perito, nomeado pelo juiz
de entre pessoas de reconhecida idoneidade e competência na matéria em causa.
O regime jurídico da perícia judicial consta dos art.º 467.º a 489.º do Código do Processo Civil (CPC). O Código de Processo Civil foi aprovado pela Lei n.º
41/2013, de 26 de junho, tendo iniciado a sua vigência no dia 1 de Setembro de 2014.

Apresentação | Autor 30
Página do manual

Funções do CC

3 – Entende-se por regularidade técnica, nos termos da


alínea b) do n.º 1, a execução da contabilidade, nos termos
das disposições previstas nos normativos aplicáveis, tendo
por suporte os documentos e informações fornecidos pelo
órgão de gestão ou pelo empresário, e as decisões do
profissional no âmbito contabilístico, com vista à obtenção
de uma imagem fiel e verdadeira da realidade patrimonial
da empresa, bem como o envio para as entidades públicas
competentes, pelos meios legalmente definidos, da
informação contabilística e fiscal definida na legislação em
vigor.

Apresentação | Autor 31
Página do manual

Funções do CC

- As funções de perito previstas na alínea c) do n.º 2


compreendem, para além do alcance definido pelo
Tribunal no âmbito das peritagens judiciais, a avaliação
da conformidade da execução contabilística com as
normas e diretrizes legalmente aplicáveis, bem como do
nível de representação, pela informação contabilística à
realidade patrimonial que lhe subjaz.

Apresentação | Autor 32
Página do manual

No domínio sancionatório

A pena de suspensão é aplicada aos Contabilistas


Certificados que não cumpram, de forma reiterada,
com zelo e diligência, as suas funções profissionais.
(artigo 89.º n.º 4 alínea l) do Estatuto da Ordem)

Apresentação | Autor 33
Página do manual

Das funções do CC

Os Contabilistas Certificados devem eximir-se da prática de atos que, nos


termos da lei, não sejam da sua competência profissional.
(Art.º 3.º n.º 2 do Código Deontológico)

Artigo 30.º da Lei 2/2013, de 10 de Janeiro-Reserva de atividade:


1 — Sem prejuízo do disposto na alínea b) do artigo 358.º do Código Penal, as atividades profissionais
associadas a cada profissão só lhe são reservadas quando tal resulte expressamente da lei, fundada em razões
imperiosas de interesse público, de acordo com critérios de proporcionalidade.
2 — Os serviços profissionais que envolvam a prática de atos próprios de cada profissão e se destinem a
terceiros, ainda que prestados em regime de subordinação jurídica, são exclusivamente assegurados por
profissionais legalmente habilitados para praticar aqueles atos.

Apresentação | Autor 34
Página do manual

Contabilista Certificado- Estatuto e código de ética e deontologia

Modos de exercício da atividade

Por conta própria, como profissionais independentes, sócios, administradores


ou gerentes de uma sociedade profissional de Contabilistas Certificados ou de
uma sociedade de contabilidade, como trabalhadores exercendo funções
públicas, desde que exerçam a profissão na administração direta ou indireta
do estado, administração regional ou local ou contratados no âmbito de um
relação contratual firmada com uma sociedade de contabilidade, com outra
pessoa coletiva ou com um empresário em nome individual.

Apresentação | Autor 35
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO DE CURTA DURAÇÃO


Factos que fundamentam o justo impedimento de curta duração
• Nos termos do artigo 12.º-A do Estatuto da OCC são consideradas
justo impedimento de curta duração, que impedem o CC de cumprir
as obrigações declarativas fiscais dos contribuintes que constam do
seu cadastro, as seguintes ocorrências:
a) O falecimento de cônjuge não separado de pessoas e bens, de
pessoa com quem vivam em condições análogas às dos cônjuges,
ou de parente ou afim no 1.º grau da linha reta, designadamente,
os pais, filhos, sogros (artigos 1580.º, 1581.º e 1584.º do Código
Civil);

Apresentação | Autor 36
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO DE CURTA DURAÇÃO


Factos que fundamentam o justo impedimento de curta
duração
• Aplica-se o regime do justo impedimento quando o falecimento
ocorrer na data-limite de cumprimento das obrigações
declarativas ou em qualquer um dos 5 dias consecutivos
anteriores a essa data.
• A obrigação em falta deve ser cumprida nos 10 dias após a data-
limite de cumprimento da obrigação declarativa.

Apresentação | Autor 37
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO DE CURTA DURAÇÃO


Justo impedimento de curta duração – Alguns exemplos
HIPÓTESE 1 - O Contabilista Certificado invoca e comprova o justo impedimento por
falecimento de cônjuge não separado de pessoas e bens;
- O falecimento ocorre no último dia para cumprimento da obrigação declarativa ou,
em qualquer um dos 5 dias consecutivos anteriores a essa data-limite;
- A obrigação em falta é cumprida entre o dia seguinte à data-limite para
cumprimento da obrigação e o 10.º dia (inclusive).

Apresentação | Autor 38
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO DE CURTA DURAÇÃO


Justo impedimento de curta duração – Alguns exemplos
Exemplificando,
- Data do termo do prazo legal para cumprimento da obrigação (Entrega da declaração periódica de IVA do 4.º
trimestre de 2022) – 20/02/2023.
- O falecimento ocorre no dia 15/02/2023 (ficaria abrangido pelo justo impedimento se o óbito se verificasse na
data-limite para cumprimento da obrigação (20/02/2023) ou em qualquer um dos 5 dias consecutivos
anteriores à data do termo do prazo legal – 19, 18, 17, 16 e 15/02/2023).
- Data do cumprimento da obrigação – 28/02/2023 (a obrigação em falta teria de ser cumprida entre os dias
21/02/2023 e 02/03/2023 (inclusive).

Esta situação está enquadrada no regime do justo impedimento de curta duração, dado que o facto que
determina o justo impedimento (falecimento), devidamente comprovado, consta da alínea a) do n.º 1 do artigo
12.º-A do EOCC, ocorre dentro do prazo previsto na alínea a) do n.º 2 do artigo 12.º-A do EOCC e a obrigação em
falta é cumprida no prazo contido na alínea a) do n.º 3 do mesmo normativo.
Assim sendo, a situação exposta, corresponde a uma entrega dentro do prazo, e, consequentemente, é afastada
qualquer responsabilidade contraordenacional ou penal, bem como a de pagamento de juros compensatórios.

Apresentação | Autor 39
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO DE CURTA DURAÇÃO


Factos que fundamentam o justo impedimento de curta duração
b) Falecimento de outro parente ou afim na linha reta ou no 2.º
grau da linha colateral, designadamente, os avós, netos, irmãos,
cunhados (artigos 1580.º, 1581.º e 1584.º do Código Civil)
Aplica-se o regime do justo impedimento quando o falecimento
ocorre na data-limite de cumprimento das obrigações declarativas
ou em qualquer um dos 2 dias consecutivos anteriores a essa data.
A obrigação declarativa em falta deve ser cumprida nos 4 dias após a
data-limite de cumprimento da obrigação declarativa.

Apresentação | Autor 40
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO DE CURTA DURAÇÃO


Justo impedimento de curta duração – Alguns exemplos
HIPÓTESE 2 - O Contabilista Certificado invoca e comprova o justo impedimento por
falecimento do avô.
- O falecimento ocorre no penúltimo dia para cumprimento da obrigação declarativa.
- A obrigação em falta é cumprida no dia seguinte à data-limite para cumprimento da
obrigação.

Apresentação | Autor 41
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO DE CURTA DURAÇÃO


Justo impedimento de curta duração – Alguns exemplos

- Data do termo do prazo legal para cumprimento da obrigação (Entrega da declaração periódica de IVA do
4.º trimestre de 2022) – 20/02/2023
- O falecimento ocorre no dia 19/02/2023 (ficaria abrangido pelo justo impedimento se o óbito se
verificasse na data-limite para cumprimento da obrigação (20/02/2023) ou qualquer um dos 2 dias
consecutivos anteriores à data do termo do prazo legal – 19 e 18/02/2023.)
- Data do cumprimento da obrigação – 21/02/2023 (a obrigação em falta teria de ser cumprida entre os
dias 21/02/2023 e 24/02/2023 (inclusive).

Esta situação está enquadrada no regime do justo impedimento de curta duração, dado que o facto que
determina o justo impedimento (falecimento), devidamente comprovado, consta da alínea b) do n.º 1 do
artigo 12.º-A do EOCC, ocorre dentro do prazo previsto na alínea b) do n.º 2 do artigo 12.º-A do EOCC e a
obrigação em falta é cumprida no prazo contido na alínea b) do n.º 3 do mesmo normativo.
Assim sendo, a situação exposta corresponde a uma entrega dentro do prazo, e, consequentemente, é
afastada qualquer responsabilidade contraordenacional ou penal, bem como a de pagamento de juros
compensatórios.

Apresentação | Autor 42
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO DE CURTA DURAÇÃO


Factos que fundamentam o justo impedimento de curta
duração
c) Doença grave e súbita ou internamento hospitalar do
contabilista, que o impossibilite em absoluto de cumprir as suas
obrigações ou situações de parto ou de assistência inadiável e
imprescindível a cônjuge ou pessoa que viva em união de facto
ou economia comum e a parente ou afim no 1.º grau da linha
reta designadamente, os pais, filhos, sogros (artigos 1580.º,
1581.º e 1584.º do Código Civil), em caso de doença ou acidente
destes;

Apresentação | Autor 43
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO DE CURTA DURAÇÃO


Factos que fundamentam o justo impedimento de curta duração
Aplica-se o regime do justo impedimento se os factos descritos
nesta alínea ocorrerem na data-limite de cumprimento das
obrigações declarativas ou em qualquer um dos 15 dias
consecutivos anteriores a essa data.
A obrigação declarativa em falta deve ser cumprida nos 30 dias
após a data-limite de cumprimento da obrigação declarativa, ou 60
dias após a data-limite de cumprimento da obrigação declarativa,
neste último caso sempre que se verifique que o impedimento
cessou após aquela data-limite.

Apresentação | Autor 44
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO DE CURTA DURAÇÃO


Justo impedimento de curta duração – Alguns exemplos
HIPÓTESE 3 - O Contabilista Certificado invoca e comprova o justo impedimento por
doença grave e súbita ou internamento hospitalar, ou qualquer uma, das outras
circunstâncias descritas nessa alínea, que o impossibilitou de cumprir as obrigações
dos contribuintes do seu cadastro;
- Os factos descritos nesta alínea ocorrem na data-limite de cumprimento das
obrigações declarativas ou em qualquer um dos 15 dias consecutivos anteriores a
essa data.
- E, a obrigação em falta é cumprida nos 30 dias após a data-limite de cumprimento
da obrigação declarativa, ou 60 dias após a data-limite de cumprimento da obrigação
declarativa, neste último caso sempre que se verifique que o impedimento cessou
após aquela data-limite.

Apresentação | Autor 45
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO DE CURTA DURAÇÃO


Justo impedimento de curta duração – Alguns exemplos
- Data do termo do prazo legal (Entrega da declaração Modelo 22 do IRC – a entregar pelas entidades sujeitas a IRC, com
período de tributação coincidente com o ano civil) – 31/05/2023.
- A ocorrência que fundamenta o justo impedimento verificou-se em 21/05/2023 (ficaria abrangido pelo justo
impedimento se a doença grave se tivesse verificado na data-limite para cumprimento da obrigação (31/05/2023) ou
qualquer um dos 15 dias consecutivos anteriores à data do termo do prazo legal (16/05/2023 a 30/05/2023) e manteve-se
durante 5 dias (o impedimento cessou antes do termo do prazo do cumprimento da obrigação).
- Data do cumprimento da obrigação – 29/06/2023 (a obrigação declarativa em falta teria de ser cumprida entre o dia
01/06/2023 e o dia 30/06/2023 (30 dias).

Esta situação está enquadrada no regime do justo impedimento de curta duração, dado que, o facto que fundamenta o
justo impedimento (doença grave e súbita), devidamente comprovado, consta da alínea c) do n.º 1 do artigo 12.º-A do
EOCC, ocorre dentro do prazo previsto na alínea c) do n.º 2 do mesmo artigo 12.º-A e a obrigação em falta é cumprida no
prazo contido na alínea c) do n.º 3 do mesmo normativo.
Assim sendo, a situação exposta, corresponde a uma entrega dentro do prazo, e, consequentemente, é afastada qualquer
responsabilidade contraordenacional ou penal, bem como a de pagamento de juros compensatórios.

Apresentação | Autor 46
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO DE CURTA DURAÇÃO


Justo impedimento de curta duração – Alguns exemplos
HIPÓTESE 4 - O Contabilista Certificado invoca e comprova o justo impedimento por
doença grave e súbita que o impossibilitou de cumprir as obrigações dos
contribuintes do seu cadastro.
- Os factos descritos nesta alínea ocorrem na data-limite de cumprimento das
obrigações declarativas ou em qualquer um dos 15 dias consecutivos anteriores a
essa data.
- E, a obrigação em falta é cumprida nos 60 dias após a data-limite de cumprimento
da obrigação declarativa, pois verifica-se que o impedimento cessou após a data-
limite para cumprimento normal da obrigação declarativa.

Apresentação | Autor 47
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO DE CURTA DURAÇÃO


Justo impedimento de curta duração – Alguns exemplos
- Data do termo do prazo legal (Entrega da declaração Modelo 22 IRC – a entregar pelas entidades sujeitas a IRC, com
período de tributação coincidente com o ano civil) – 31/05/2023.
- Data da ocorrência que fundamenta o justo impedimento – 27/05/2023, com duração total de 15 dias (ficaria abrangido
pelo justo impedimento se a doença grave e súbita se tivesse verificado na data-limite para cumprimento da obrigação
(31/05/2023) ou em qualquer um dos 15 dias consecutivos anteriores à data do termo do prazo legal (16/05/2023 a
30/05/2023)).
- Data do cumprimento da obrigação – 28/07/2023 (a obrigação declarativa em falta teria de ser cumprida entre o dia
01/06/2023 e o dia 30/07/2023 (60 dias), pois o justo impedimento apenas cessou após a data-limite para cumprimento da
obrigação declarativa e que era o dia 31/05/2023).

Esta situação está enquadrada no regime do justo impedimento de curta duração, dado que, o facto que fundamenta o justo
impedimento (doença grave e súbita), devidamente comprovado, consta da alínea c) do n.º 1 do artigo 12.º-A do EOCC,
ocorre dentro do prazo previsto na alínea c) do n.º 2 do mesmo artigo 12.º-A e a obrigação em falta é cumprida no prazo
contido na alínea c) do n.º 3 do mesmo normativo.
Assim sendo, a situação exposta, corresponde a uma entrega dentro do prazo, e consequentemente, é afastada qualquer
responsabilidade contraordenacional ou penal, bem como a de pagamento de juros compensatórios.

Apresentação | Autor 48
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO DE CURTA DURAÇÃO


Factos que fundamentam o justo impedimento de curta
duração
d) Situações de parentalidade
Aplica-se o regime do justo impedimento se o nascimento ou
adoção ocorrerem na data-limite de cumprimento das obrigações
declarativas ou em qualquer um dos 15 dias consecutivos
anteriores a essa data.
A obrigação declarativa em falta deve ser cumprida nos 60 dias
após a data-limite de cumprimento da obrigação declarativa.

Apresentação | Autor
OE 2023 | José Alberto Pinheiro Pinto / Cristina Pinto Janeiro de 2023 49
Página do manual

Contabilista Suplente

Não sendo de nomeação obrigatória, constitui uma faculdade ao dispor das entidades que possuam
ou devam possuir contabilidade organizada (vd. art.º 10.º n.º 1 do Estatuto) que podem, assim, sob
sua iniciativa, junto das autoridades administrativas relativamente aos quais se encontre disponível a
funcionalidade relativa à comunicação de nomeação e aceitação das funções do responsável pela
Contabilidade, como se sucede, por exemplo, no portal da Autoridade Tributária, para acautelar e
assegurar a substituição do Contabilista Certificado aí registado como responsável pela execução da
contabilidade e que, por razões objetivas, involuntárias, temporárias ou definitivas, se encontre
impedido ou incapaz de exercer as funções que lhe estão legalmente cometidas.

Assim, em caso de impedimento para o exercício das funções por razões objetivas associadas à morte do próprio, parto, acidente ou doença que
implique admissão em serviço hospitalar reconhecido nos termos da lei, nestes casos, sem que careça de autorização prévia à assunção dos
serviços, poderá o contabilista certificado suplente assumir as funções como responsável pela execução da contabilidade.
Nas demais circunstâncias de impedimento, isto é, para além das tipificadas neste art.º 12.º n.º 3 do Estatuto da Ordem, o contabilista certificado
suplente só poderá assumir as respetivas funções após pedido expresso do próprio contabilista certificado nomeado ou dito principal.

Apresentação | Autor 50
Página do manual

Justo impedimento prolongado – Artigo 12.º-B


• Articula-se, assim, o regime de justo impedimento de curta duração
com o justo impedimento prolongado.
• Ou seja, se a doença ou licença parental se prolongar por mais de 60
dias após a data-limite de cumprimento da obrigação declarativa
(período em que o CC está enquadrado no regime do justo
impedimento de curta duração), passamos para o regime de justo
impedimento prolongado.
• Findos os 60 dias, como o CC continua de baixa médica ou licença
parental, compete-lhe, em conjunto com as entidades a quem presta
serviços, nomear um contabilista certificado suplente.
Apresentação | Autor
OE 2023 | José Alberto Pinheiro Pinto / Cristina Pinto Janeiro de 2023 51
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO DE CURTA DURAÇÃO


Justo impedimento prolongado – Alguns exemplos
HIPÓTESE 5 - O Contabilista Certificado invoca e comprova o justo impedimento por
doença grave e súbita que o impossibilitou de cumprir as obrigações dos
contribuintes do seu cadastro.
- Os factos descritos nesta alínea ocorrem na data-limite de cumprimento das
obrigações declarativas ou em qualquer um dos 15 dias consecutivos anteriores a
essa data.
- A baixa prolonga-se por 6 meses.

Apresentação | Autor 52
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO PROLONGADO


Justo impedimento prolongado – Alguns exemplos
- Data do termo do prazo legal (Entrega da declaração Modelo 22 IRC – a entregar pelas entidades sujeitas a IRC, com
período de tributação coincidente com o ano civil) – 31/05/2023.
- Data da ocorrência que fundamenta o justo impedimento – 27/05/2023, com duração total de 6 meses (ficaria abrangido
pelo justo impedimento se a doença grave e súbita tivesse o seu início na data-limite para cumprimento da obrigação
(31/05/2023) ou qualquer um dos 15 dias consecutivos anteriores à data do termo do prazo legal (16/05/2023 a
30/05/2023)).
Inicialmente, aplicamos o regime de justo impedimento de curta duração.

Esta situação está enquadrada no regime do justo impedimento de curta duração, dado que o facto que fundamenta o justo
impedimento (doença grave e súbita), devidamente comprovado, consta da alínea c) do n.º 1 do artigo 12.º-A do EOCC e
ocorre dentro do prazo previsto na alínea c) do n.º 2 do mesmo artigo 12.º-A.
Atendendo a que na data-limite de entrega da declaração, o contabilista certificado ainda estava de baixa, o prazo para
entrega da declaração fiscal seria de 60 dias (até 30/07/2022), contados da data-limite.
No entanto, findos os 60 dias o contabilista certificado ainda estava de baixa. Vamos, por isso, aplicar o regime do justo
impedimento prolongado.

Apresentação | Autor 53
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO PROLONGADO


Justo impedimento prolongado – Alguns exemplos
Assim sendo, no prazo de 30 dias, contados a partir do dia 30/07/2023 (fim do prazo de
60 dias para entrega da declaração no âmbito do justo impedimento de curta duração), o
contabilista certificado e o cliente devem nomear um contabilista certificado suplente.

Ou seja, o contabilista certificado suplente deveria ser nomeado até ao dia 29 de agosto
de 2023. Como estamos em férias fiscais, o prazo é diferido para o dia 31 de agosto.

No prazo de 20 dias, contados do termo do prazo de 30 dias previsto no parágrafo


anterior, o contabilista certificado impedido deve apresentar à AT o documento
comprovativo do justo impedimento. Isto é, até ao dia 18 de setembro de 2023.
A declaração fiscal deve ser entregue pelo contabilista certificado suplente até ao dia 28
de setembro.

Apresentação | Autor 54
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO PROLONGADO


Justo impedimento prolongado – Artigo 12.º-B – n.º 2
• Sempre que, em resultado de condição médica provocada por doença
prolongada, o CC se encontre impossibilitado de confirmar a avocação
ou a nomeação de contabilista certificado suplente, a entidade a quem o
CC presta serviços avoca ou nomeia um CC suplente provisório, podendo
solicitar à Ordem apoio para esse efeito, o qual assume imediatamente
as suas funções até que seja comunicado o término do impedimento
prolongado.
• Nesta circunstância, a entidade a quem o CC presta serviços deve
comunicar à Ordem, no prazo de 30 dias contados da respetiva data-
limite e sob o compromisso de honra, que se encontram reunidos os
respetivos pressupostos (n.º 8).
Apresentação | Autor 55
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO PROLONGADO


Justo impedimento prolongado – Artigo 12.º-B
• No prazo de 20 dias contados da data-limite da avocação ou
nomeação do contabilista suplente, o contabilista substituído deve
apresentar à AT, através do Portal das Finanças, o documento
comprovativo do impedimento (n.º 5).
• Uma vez nomeado, o CC deve, no prazo de 30 dias, após a data-
limite de 60 dias prevista no justo impedimento de curta duração,
proceder ao cumprimento de todas as obrigações declarativas cujo
prazo de vencimento se verificou durante o período de justo
impedimento do contabilista substituído (n.º 4).

Apresentação | Autor 56
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO PROLONGADO


Justo impedimento prolongado – Artigo 12.º-B – n.º 9
• Consagrou-se, por fim, um regime de proteção dos contribuintes para
as situações de morte do contabilista certificado na data-limite de
cumprimento da obrigação declarativa ou nos 15 dias anteriores.
Nesta situação, a entidade a quem o contabilista prestava serviços
deve, no prazo de 30 dias após a data-limite de cumprimento da
obrigação declarativa, nomear um novo contabilista certificado. O
novo contabilista deverá, no prazo de 30 dias, contados do prazo
limite dos 30 dias previsto para a nomeação, proceder à entrega das
declarações fiscais.
• Estas regras entram também em vigor a 1 de janeiro de 2023.

Apresentação | Autor 57
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO PROLONGADO

Apresentação | Autor 58
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO PROLONGADO


Justo impedimento prolongado – Alguns exemplos
HIPÓTESE 5 - O Contabilista Certificado invoca e comprova o justo impedimento por
doença grave e súbita que o impossibilitou de cumprir as obrigações dos
contribuintes do seu cadastro.
- Os factos descritos nesta alínea ocorrem na data-limite de cumprimento das
obrigações declarativas ou em qualquer um dos 15 dias consecutivos anteriores a
essa data.
- A baixa prolonga-se por 6 meses.

Apresentação | Autor 59
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO PROLONGADO


Justo impedimento prolongado – Alguns exemplos
- Data do termo do prazo legal (Entrega da declaração Modelo 22 IRC – a entregar pelas entidades sujeitas a IRC, com
período de tributação coincidente com o ano civil) – 31/05/2023.
- Data da ocorrência que fundamenta o justo impedimento – 27/05/2023, com duração total de 6 meses (ficaria abrangido
pelo justo impedimento se a doença grave e súbita tivesse o seu início na data-limite para cumprimento da obrigação
(31/05/2023) ou qualquer um dos 15 dias consecutivos anteriores à data do termo do prazo legal (16/05/2023 a
30/05/2023)).
Inicialmente, aplicamos o regime de justo impedimento de curta duração.

Esta situação está enquadrada no regime do justo impedimento de curta duração, dado que o facto que fundamenta o justo
impedimento (doença grave e súbita), devidamente comprovado, consta da alínea c) do n.º 1 do artigo 12.º-A do EOCC e
ocorre dentro do prazo previsto na alínea c) do n.º 2 do mesmo artigo 12.º-A.
Atendendo a que na data-limite de entrega da declaração, o contabilista certificado ainda estava de baixa, o prazo para
entrega da declaração fiscal seria de 60 dias (até 30/07/2022), contados da data-limite.
No entanto, findos os 60 dias o contabilista certificado ainda estava de baixa. Vamos, por isso, aplicar o regime do justo
impedimento prolongado.

Apresentação | Autor 60
Página do manual

JUSTO IMPEDIMENTO PROLONGADO


Justo impedimento prolongado – Alguns exemplos
Assim sendo, no prazo de 30 dias, contados a partir do dia 30/07/2023 (fim do prazo de
60 dias para entrega da declaração no âmbito do justo impedimento de curta duração), o
contabilista certificado e o cliente devem nomear um contabilista certificado suplente.

Ou seja, o contabilista certificado suplente deveria ser nomeado até ao dia 29 de agosto
de 2023. Como estamos em férias fiscais, o prazo é diferido para o dia 31 de agosto.

No prazo de 20 dias, contados do termo do prazo de 30 dias previsto no parágrafo


anterior, o contabilista certificado impedido deve apresentar à AT o documento
comprovativo do justo impedimento. Isto é, até ao dia 18 de setembro de 2023.
A declaração fiscal deve ser entregue pelo contabilista certificado suplente até ao dia 28
de setembro.

Apresentação | Autor 61
Página do manual

Direitos do C.C. perante a O.C.C.


(art.º 69.º n.º 2 do EOCC)

-Inscrição e emissão da cédula profissional. Cfr. ainda Art.º 25.º n.º 1 LAPP.
- Proteção da Ordem sempre que lhes sejam cerceados os seus direitos ou que sejam criados
obstáculos ao regular exercício das suas funções.
- Direito à assistência técnica e jurídica, aqui se incluindo a mediação de conflitos, prestada pelos
gabinetes especializados da Ordem.
- Eleger e serem eleitos para os órgãos da Ordem
(Vd. art.º 64.º n.º 3 do Estatuto e 16.º da Lei 2/2013, de 10 de Janeiro)
- Examinar, nos prazos fixados as demonstrações financeiras da ordem e os documentos
relacionados com a sua contabilidade

Apresentação | Autor 62
Página do manual

Direitos do C.C. perante a O.C.C.

-O direito de acesso à biblioteca da Ordem e frequência de formações- direito igualmente disponível ao membro
estagiário (art.º 29.º do EOCC)

-O direito de apresentar à Ordem propostas, sugestões ou reclamações sobre assuntos que julguem do interesse
da classe ou do seu interesse profissional

-O direito à revista mensal “Contabilista”


(Para aceder a algum artigo publicado, poderá contatar o Departamento de Comunicação e Imagem
([email protected]);

- O acesso à categoria de especialista, com observância das respetivas condições (art.º 32.º do Estatuto).

Apresentação | Autor 63
Página do manual

Direitos perante a O.C.C.

-Seguro de responsabilidade civil profissional, e, com condições


especiais, ao seguro de saúde, fundos de pensões, fundo de
solidariedade social, entre outros.

Vd. Informação disponível no respetivo site da OCC

(http://www.occ.pt/a-ordem/apoio-social-aos-membros/).

Apresentação | Autor 64
Página do manual

Direitos perante outras entidades públicas

No âmbito das suas funções, os Contabilistas Certificados têm o direito de


proceder à entrega, nos serviços da autoridade tributária, das declarações
fiscais e outros documentos complementares ou conexos respeitantes às
entidades a quem prestem serviços, podendo consultar os processos fiscais em
que tenham tido intervenção e requerer certidões.
(Em geral, vd. arts.º 24.º, 30.º CPPT e 59.º n.º 3 LGT)

Apresentação | Autor 65
Página do manual

Atendimento preferencial

Os Contabilistas Certificados beneficiam do


atendimento preferencial em todos os serviços da
Autoridade Tributária e da Segurança Social, mediante
exibição da cédula professional e têm direito a obter
todas as informações necessárias ao exercício das suas
funções, desde que relacionadas com as entidades por
cujas contabilidades são responsáveis.
Apresentação | Autor 66
Página do manual

Contabilista Certificado- Estatuto e código de ética e deontologia

Quando o julguem necessário para a construção da imagem


fiel e verdadeira da contabilidade, os Contabilistas
Certificados podem solicitar às entidades públicas ou
privadas competentes as informações necessárias à
verificação da sua conformidade com a realidade
patrimonial expressa nas demonstrações financeiras das
contabilidades pelas quais são responsáveis.

Apresentação | Autor 67
Página do manual

Direito à autonomia técnica

No exercício das suas funções, os Contabilistas Certificados


não devem subordinar a sua atuação a indicações de terceiros
que possam comprometer a sua independência de apreciação,
sem prejuízo de auscultarem outras opiniões técnicas que
possam contribuir para uma correta interpretação e aplicação
das normas legais aplicáveis.

Apresentação | Autor 68
Página do manual

Autonomia Técnica

As opções ou juízes de natureza técnica no que concerne às operações


realizadas pelo Contabilistas Certificados são da exclusiva responsabilidade
do profissional que não pode sujeitar ou condicionar a sua atuação às
indicações de terceiros, para o efeito, não habilitados tecnicamente.

A atividade realizada pelo profissional, pese embora a típica subordinação


jurídica existente no contrato de trabalho dependente é, na sua execução,
livre e autónoma.

Apresentação | Autor 01/02/2019 69


Página do manual

Artigo 4.º do Código Deontológico dos Contabilistas Certificados

O contrato de trabalho celebrado pelo Contabilista Certificado não pode


afetar a sua plena isenção e independência técnica perante a entidade
patronal, nem violar o Estatuto ou o presente Código Deontológico.

Se a prevalência das regras deontológicas provocar um conflito que possa


pôr em causa a subsistência da relação laboral, deve o Contabilista
Certificado procurar uma solução concertada conforme às regras
deontológicas e, se não for possível, solicitar um parecer ao Conselho
Jurisdicional da Ordem sobre o procedimento a adotar.
Apresentação | Autor 70
Página do manual

Código do Trabalho

Art.º 116.º do Código de Trabalho- a sujeição à autoridade e direção do


empregador por força da celebração de contrato de trabalho não prejudica a
autonomia técnica inerente à atividade para que o trabalhador foi
contratado, nos termos das regras legais ou deontológicas aplicáveis.

O art.º 127.º al.ª e) do mesmo Código- “o empregador deve respeitar a


autonomia técnica do trabalhador que exerça atividades cuja
regulamentação profissional assim a exija”.

Apresentação | Autor 71
Página do manual

Dos Deveres Gerais

Os Contabilistas Certificados têm o dever de contribuir para o prestígio


da profissão, desempenhando consciente e diligentemente as suas
funções e evitando qualquer atuação contrária à dignidade da mesma.
Devem respeitar as normas legais e os princípios contabilísticos
geralmente aceites, adaptando a sua aplicação à situação concreta das
entidades a quem prestam serviços, evitando qualquer diminuição da
sua independência em razão de interesses pessoais ou de pressões
exteriores, pugnando pela verdade contabilística e fiscal.

Apresentação | Autor 72
Página do manual

Contabilista Certificado- Estatuto e código de ética e deontologia

Apenas podem subscrever as declarações fiscais, as demonstrações


financeiras e os seus anexos que resultem do exercício direto das
suas funções, devendo fazer prova da sua qualidade, nos termos e
condições definidos pela Ordem, seja através da vinheta, seja
através da sua senha eletrónica, disponibilidade para acesso ao site
A.T., ambas, pessoais e intransmissíveis, pelas consequências que
poderão advir da sua imprudente ou indevida utilização.
Cfr. art.º 70.º n.º 3 e 89.º n.º 4 al.ª a) do EOCC.

Apresentação | Autor 73
Página do manual

Contabilista Certificado- Estatuto e código de ética e deontologia

Na relação com os Colegas, devem atuar com


lealdade, atuando entre si, com respeito, urbanidade,
correção e civilidade, abstendo-se de qualquer
ataque pessoal ou alusão depreciativa, inclusive, por
razões de solidariedade, pautando a sua conduta no
respeito pelas regras da concorrência leal e normas
legais vigentes por forma a dignificar o prestígio e a
dignidade da profissão.
Apresentação | Autor 74
Página do manual

Exigência de Contrato Escrito


art.º 70.º

Os Contabilistas Certificados, sem prejuízo do disposto na


legislação laboral aplicável, devem celebrar, por escrito, um
contrato de prestação de serviços.

Devendo assumir, nesse documento, pessoal e diretamente,


a responsabilidade pela contabilidade a seu cargo.

Apresentação | Autor 75
Página do manual

Contrato escrito

Quais são as situações que são, assim, excluídas da


obrigação de reduzir a escrito o contrato de prestação de
serviços?

Quando o Contabilista Certificado exerça a sua atividade no âmbito de uma


prestação de serviços em que é igualmente sócio ou membro da gerência ou
da administração- art.º 11.º n.º 2 do Estatuto da Ordem.

Apresentação | Autor 76
Página do manual

Forma do Contrato (art.º 9.º Código Deontológico)

1- O contrato entre os Contabilistas Certificados e as entidades a quem prestam


serviços deve ser sempre reduzido a escrito.
2- Quando os Contabilistas Certificados exerçam as suas funções em regime de
trabalho independente, o contrato referido no número anterior deve ter a
duração mínima de um exercício económico, salvo rescisão por justa causa ou
mútuo acordo.
Entre outras cláusulas, o contrato deve referir explicitamente a sua duração, a
data de entrada em vigor, a forma de prestação de serviços a desempenhar, o
modo, o local e o prazo de entrega da documentação, os honorários a cobrar e
a sua forma de pagamento.
Apresentação | Autor 77
Página do manual

Início e cessação de funções (art.º 10.º do EOTOC)


(artigo eliminado por via das alterações da Lei 139/2015, de 7 de Setembro)

1 — Até ao final do mês de Setembro de cada ano, ou nos 30 dias subsequentes ao início
ou à cessação de funções, os técnicos oficiais de contas comunicam à Ordem que são, ou
que foram, responsáveis pelas contabilidades das entidades referidas na alínea a) do n.º 1
do artigo 6.º, através de documento igualmente assinado por estas, mencionando ainda a
respectiva identificação, número de identificação fiscal e volume de negócios relativo ao
último exercício encerrado, nos termos e para os efeitos do disposto no artigo anterior.

2 — Para efeitos do disposto no número anterior, considera -se volume de negócios o total
dos rendimentos considerados na demonstração de resultados, ou, no caso de início de
actividade, o montante inscrito na respectiva declaração.

Apresentação | Autor 78
Página do manual

Pontuação e limites de atividade

Em resultado das alterações ao Estatuto, foram


eliminados os artigos relativos à pontuação e aos
limites da atividade (até então, constavam dos artigos
8.º e 9.º do Estatuto da Ordem, aprovado pelo Decreto-
Lei 452/99, de 5 de Novembro, com as alterações
decorrentes do Decreto- Lei 310/09, de 26 de Outubro).

Apresentação | Autor 79
Página do manual

Regulamentos-Início e cessação de funções


Regulamento do Seguro de Responsabilidade Civil Profissional
Regulamento n.º 52/2019
Artigo 6.º
Requisitos
1 — Ficam abrangidos pelo seguro de responsabilidade civil profissional contratado pela
Ordem, os contabilistas certificados que verifiquem, cumulativamente, os seguintes
requisitos:
a) Ter inscrição ativa na Ordem;
b) Se encontrem identificados junto da Ordem como responsáveis pela contabilidade das
entidades previstas na alínea a) do n.º 1 do artigo 10.º do EOCC.
2 — O membro dá cumprimento do requisito consagrado na alínea b) do número anterior,
no prazo máximo de 30 dias após assumir a responsabilidade pela contabilidade da
entidade, na área reservada ao membro no sítio da Internet da Ordem.

Apresentação | Autor 80
Página do manual

Publicidade Profissional

Atualmente-art.º 71.º do Estatuto da Ordem de acordo com a qual:

1-A publicidade aos serviços cujo exercício, nos termos do atual estatuto, é
exclusiva dos contabilistas certificados, só pode ser feita por contabilistas
certificados, sociedades profissionais de contabilistas certificados ou sociedades
de contabilidade, desde que inscritos na Ordem, ou tenham designado um
responsável técnico junto da Ordem no caso das sociedades de contabilidade.

2 — A publicidade, a ser feita pelas entidades referidas no número anterior, pode


divulgar a atividade profissional de forma objetiva e verdadeira, no rigoroso
respeito dos deveres deontológicos, do sigilo profissional e das normas legais
sobre publicidade e concorrência, nos termos do presente Estatuto.

Apresentação | Autor 81
Página do manual

Publicidade Profissional

Quem pode publicitar os serviços?

Apenas:

-os Contabilistas Certificados;


-as Sociedades de Profissionais de Contabilistas Certificados inscritas na
Ordem e,
-as Sociedades de Contabilidade com Diretor Técnico registado.

Apresentação | Autor 82
Página do manual

Publicidade

Logotipo da Ordem

O logótipo da Ordem é uma marca registada no Instituto da Propriedade Industrial (a que foi atribuído
o número de registo 19125), privativa da instituição pelo que é expressamente proibida a sua
reprodução, distribuição ou disponibilização ao público.

Placas
A Ordem Contabilistas Certificados, com vista à produção de placas identificativas uniformizadas,
autoriza a colocação do seu logótipo com as referências ao nome e número de membro da Ordem
Contabilistas Certificados, Sociedade Profissional de Contabilista Certificado ou Sociedade de
Contabilidade e respetivo diretor técnico. Nesse sentido, o material pretendido deverá ser requisitado
junto da OCC.

Apresentação | Autor 83
Página do manual

Participação de crimes públicos

Os contabilistas certificados devem participar ao


Ministério Público e à Ordem os factos de que
tomem conhecimento no exercício da sua
atividade que constituam crimes públicos.

Apresentação | Autor 84
Página do manual

Crimes Públicos

O dever de denúncia pública a que alude o artigo 76.º do EOCC coloca-se,


em primeira linha, relativamente a crimes de ordem tributária, abrangendo
quer os crimes fiscais propriamente ditos, os crimes aduaneiros e os crimes
contra a segurança social.

(crimes tributários constam dos artigos 87.º a 107.º do Regime Geral das
Infrações Tributárias)

Apresentação | Autor 85
Página do manual

Crimes Públicos

Mas o CC entrega declaração/Contribuinte não liquida o tributo.

Denuncia?

A obrigação declarativa é uma realidade.

A obrigação de pagamento do imposto é outra bem diversa

Apresentação | Autor 86
Página do manual

Responsabilidade subsidiária

Inversamente, o CC não entrega as respetivas declarações fiscais- um dever de


comunicação-art.º 8.º n.º 3 do Regime Geral das InfraçõesTributárias.

“os Contabilistas Certificados, são subsidiariamente responsáveis, e solidariamente


entre si, pelas coimas devidas pela falta ou atraso de quaisquer declarações que devam
ser apresentadas no período de exercício de funções, quando não comuniquem, até
trinta dias após o termo do prazo de entrega da declaração, à Direcção-Geral dos
Impostos as razões que impediram o cumprimento atempado da obrigação e o atraso
ou a falta de entrega não lhes seja imputável a qualquer título”

Apresentação | Autor 87
Página do manual

Responsabilidade subsidiária

Atenção:

O Contabilista Certificado é subsidiariamente responsável pelo


pagamento das dívidas tributárias das pessoas coletivas e entes
fiscalmente equiparados no caso de violação dos deveres de
assunção de responsabilidade pela regularização técnica nas
áreas contabilística e fiscal ou de assinatura de declarações fiscais,
demonstrações financeiras e seus anexos (art.º 24.º n.º 3 da Lei
Geral Tributária)

Apresentação | Autor 88
Página do manual

Responsabilidade subsidiária

Tem duas componentes, a responsabilidade tipificada no art.º 24.º n.º 3 da Lei Geral Tributária:

1.ª) De natureza substantiva, relacionada com a violação pelo Contabilista Certificado do dever específico de assegurar a
responsabilidade pela regularidade técnica, nas áreas contabilística e fiscal, das entidades a quem preste serviços, conceito
este que deverá ser enquadrado de acordo com a noção estipulada no art.º 10.º n.º 3 do Estatuto da Ordem, de uma
imagem fiel e verdadeira da realidade patrimonial da empresa.

2.ª) De natureza procedimental ou formal, está associada ao dever de assinatura das declarações fiscais, razão pela qual,
não tendo o Contabilista Certificado condições objetivas para assumir a responsabilidade pela entrega ou submissão das
declarações fiscais, perante tal ocorrência, deverá dar cumprimento ao disposto no art.º 8.º n.º 3 do Regime Geral das
Infrações Tributárias e, se for caso disso, solicitar à Ordem, o pedido de reconhecimento do art.º 72.º n.º 2 do Estatuto da
Ordem

Apresentação | Autor 89
Página do manual

Os direitos do CC perante o cliente (art.º 69.º)

Os Contabilistas Certificados têm, relativamente a quem prestam serviços, os seguintes direitos:

a) Obter todos os documentos, informações e demais elementos de que necessitem para o exercício das suas funções;

b) Exigir a confirmação, por escrito, de qualquer instrução quando o considerem necessário;

c) Assegurar que todas as operações ocorridas estão devidamente suportadas e que foram integralmente transmitidas;

d) Receber pontualmente os salários ou honorários a que, nos termos da legislação laboral ou contratual, tenham direito.

No mesmo sentido, vide art.º 12.º do Código Deontológico dos Contabilistas Certificados.

Apresentação | Autor 90
Página do manual

Contabilista Certificado- Estatuto e código de ética e deontologia

Atualmente-art.º 71.º do Estatuto da Ordem de acordo com a qual:

1-A publicidade aos serviços cujo exercício, nos termos do atual estatuto, é
exclusiva dos contabilistas certificados, só pode ser feita por contabilistas
certificados, sociedades profissionais de contabilistas certificados ou sociedades
de contabilidade, desde que inscritos na Ordem, ou tenham designado um
responsável técnico junto da Ordem no caso das sociedades de contabilidade.

2 — A publicidade, a ser feita pelas entidades referidas no número anterior, pode


divulgar a atividade profissional de forma objetiva e verdadeira, no rigoroso
respeito dos deveres deontológicos, do sigilo profissional e das normas legais
sobre publicidade e concorrência, nos termos do presente Estatuto.

Apresentação | Autor 91
Página do manual

Rescisão do contrato (art.º 12.º n.º 5 do CD)

O Contabilista Certificado deve, por carta registada


com aviso de receção, rescindir o contrato e indicar
a data a partir da qual a rescisão se torna eficaz.

Carta devolvida? art.º 224.º n.º 2 do Código Civil.


(é considerada eficaz a declaração que só por culpa do
destinatário não foi por ele oportunamente recebida).
. Apresentação | Autor 92
Página do manual

Os deveres do CC perante a OCC

Constituem deveres dos Contabilistas Certificados para com a Ordem:

a) Cumprir os regulamentos e deliberações da Ordem;


b) Colaborar na prossecução das atribuições e fins da Ordem, exercendo diligentemente
os cargos para que tenham sido eleitos ou nomeados e desempenhando os mandatos
que lhes sejam confiados;
c) Pagar pontualmente as quotas e outros encargos devidos à Ordem;
d) Comunicar à Ordem, no prazo de 30 dias, qualquer mudança do seu domicílio
profissional;
e) Colaborar nas iniciativas que concorram para a dignificação e prestígio da Ordem;
f) Abster -se da prática de quaisquer atos que ponham em causa o bom nome e
prestígio da Ordem.
Apresentação | Autor 93
Página do manual

Os deveres do CC perante o cliente

Nas suas relações com as entidades a que prestem serviços, constituem deveres dos Contabilistas
Certificados:

a) Desempenhar, conscienciosa e diligentemente as suas funções;


b) Abster -se de qualquer procedimento que ponha em causa tais entidades;
c) Prestar informações e esclarecimentos, nos termos previstos no Código Deontológico;
d) Guardar segredo profissional sobre os factos e documentos de que tomem conhecimento no exercício
das suas funções, dele só podendo ser dispensados por tais entidades, por decisão judicial ou pelo
conselho diretivo da Ordem;
e) Não se servir, em proveito próprio ou de terceiros, de factos de que tomem conhecimento em razão
do exercício das suas funções;
f) Não abandonar, sem justificação ponderosa, os trabalhos que lhes estejam confiados.
Apresentação | Autor 94
Página do manual

Encerramento das contas- Atenção!

Os Contabilistas Certificados não podem, sem


motivo justificado e devidamente reconhecido pela
Ordem, recusar-se a assinar as declarações fiscais, as
demonstrações financeiras e seus anexos, das
entidades a que prestem serviços, quando faltarem
menos de três meses para o fim do exercício a que as
mesmas se reportem- art.º72.º n.º 2 do EOCC e art.º 12.º n.º
2 do CD.
Apresentação | Autor 95
Página do manual

Contabilista Certificado- Estatuto e código de ética e deontologia

Sigilo profissional

(art.º 3.º n.º 1 al.ª f) do CD)

Há um dever de reserva sobre todos os factos e


documentos de que os Contabilistas Certificados tomem
conhecimento no exercício das suas funções.

Apresentação | Autor 96
Página do manual

Sigilo Profissional

A dispensa deste dever de confidencialidade só ocorra


por decisão expressa do cliente, por decisão judicial ou,
como agora se prevê, atenta a revisão operada pela Lei
139/2015, de 7 de Setembro, sob autorização do
Conselho Diretivo da Ordem (art.º 72.º n.º 1 al.º d) do
Estatuto e 10.º n.º 4 do Código Deontológico).

Apresentação | Autor 97
Página do manual

Sigilo Profissional

Este dever de sigilo, não está temporalmente limitado, isto é, mantém-se


mesmo após a cessação de funções do Contabilista Certificado.

Não decorre apenas do Estatuto e Código Deontológico aplicável à profissão.

Por exemplo, nos termos do art.º 135.º do Código de Processo Penal, “…as
pessoas a quem a lei permitir ou impuser que guardem sigilo profissional
podem escusar-se a depor sobre os factos abrangidos pelo segredo profissional”

Apresentação | Autor 98
Página do manual

Contabilista Certificado- Estatuto e código de ética e deontologia

Atualmente-art.º 71.º do Estatuto da Ordem de acordo com a qual:

1-A publicidade aos serviços cujo exercício, nos termos do atual estatuto, é
exclusiva dos contabilistas certificados, só pode ser feita por contabilistas
certificados, sociedades profissionais de contabilistas certificados ou sociedades
de contabilidade, desde que inscritos na Ordem, ou tenham designado um
responsável técnico junto da Ordem no caso das sociedades de contabilidade.

2 — A publicidade, a ser feita pelas entidades referidas no número anterior, pode


divulgar a atividade profissional de forma objetiva e verdadeira, no rigoroso
respeito dos deveres deontológicos, do sigilo profissional e das normas legais
sobre publicidade e concorrência, nos termos do presente Estatuto.

Apresentação | Autor 99
Página do manual

Sigilo Profissional

Nos termos da al.ª c) do n.º 3 do art.º 417.º do CPC, a recusa em depor é legítima se a
obediência importar:

-Violação do sigilo profissional ou de funcionários públicos, ou do segredo de Estado. Cfr.


ainda o art.º 497.º n.º 3 do CPC.

Consequências decorrentes da violação do dever de sigilo profissional?

A violação do dever de sigilo profissional pode dar azo a responsabilidade criminal, civil
e disciplinar.

Apresentação | Autor 100


Página do manual

Consequências

Nos termos do disposto no artigo 89.º n.º 4 do Estatuto da Ordem, a pena de suspensão é
aplicada aos contabilistas certificados que, em casos de negligência ou desinteresse dos
seus deveres profissionais:

- quebrem o segredo profissional, fora dos casos admitidos pela alínea c) do n.º 1 do artigo
72.º.

Do ponto de vista criminal:

-art.º 195.º do Código Penal- quem sem consentimento, se aproveitar de segredo alheio de
que tenha tomado conhecimento em razão do seu ofício, emprego ou profissão é punido
com pena de prisão até um ano ou com pena de multa até 240 dias.
Apresentação | Autor 101
Página do manual

Responsabilidade civil

No campo da responsabilidade civil extracontratual,


delitual ou aquiliana (art.º 483.º do código civil), por sua
vez, aquele que, com dolo ou mera culpa, violar
ilicitamente o direito de outrem ou qualquer disposição
legal destinada a proteger interesses alheios fica
obrigado a indemnizar o lesado pelos danos resultantes
da violação.
Apresentação | Autor 102
Página do manual

Contabilista Certificado- Estatuto e código de ética e deontologia

Devolução de documentos

1 — No caso de rescisão do contrato, o contabilista certificado entrega à


entidade a quem prestou serviços, ou a quem aquela indicar por escrito, os
livros e os documentos que tenha em seu poder, no prazo máximo de 60 dias,
devendo ser emitido e assinado documento ou auto de receção, no qual se
descriminem os livros e documentos entregues.
2 — Após o cumprimento do disposto no número anterior, o contabilista
certificado fica desobrigado de prestar qualquer informação respeitante aos
livros e documentos devolvidos, salvo se lhe for novamente facultada a sua
consulta.
Apresentação | Autor 103
Página do manual

Entrega da documentação

Regra geral- não é legítima a retenção dos documentos que foram entregues pelo contribuinte
ao seu responsável pela contabilidade, tanto mais porque existe o dever legal de conservar
em arquivo toda a documentação contabilística (art.º123.º CIRC, 118.º CIRS, 52.º CIVA).

Havendo honorários em dívida? Docs. Internos (faturas, recibos, notas de lançamento a crédito e a débito, guias
de transporte, cheques, guias de pagamento de imposto, processamento de salários) e externos (ex. extratos
bancários, avisos de lançamento bancário, independentemente da sua natureza, faturas de fornecedores, notas
de lançamento de fornecedores) VS os documentos que resultam do trabalho executado pelo Contabilista
Certificado(extratos das contas, balancetes sintéticos/ analíticos, declarações fiscais, diários de movimentos -
balanço e demonstração de resultados, fluxos de caixa e outras demonstrações, mapa e origem e aplicações, as
informações relativas ao anexo ao Balanço e Demonstração de Resultado) e ressalvado que seja a circunstância
excecional estatuída no art.º 72.º n.º 2 do Estatuto da Ordem, quanto a estes últimos pode ser negada a entrega,
reportado ao período em dívida.

Apresentação | Autor 104


Página do manual

Deveres de informação
(Artigo 11.º do Código deontológico e
72.º n.º 1 al.ª c) do Estatuto da Ordem)

Os Contabilistas Certificados devem prestar a informação necessária às


entidades onde exercem funções, sempre que para tal sejam solicitados e
por iniciativa própria, nomeadamente:

a) Informá-las das suas obrigações contabilísticas, fiscais e legais


relacionadas exclusivamente com o exercício das suas funções;

b) Fornecer todos os esclarecimentos necessários à compreensão dos


relatórios e documentos de análise contabilística.

Apresentação | Autor 105


Página do manual

Os deveres do CC perante a Administração Tributária


-relações com as entidades públicas e privadas (73.º)-

Nas suas relações com a AT, constituem deveres dos contabilistas certificados:

a) Assegurar que as declarações fiscais que assinam estão de acordo com a lei e as normas técnicas em
vigor;
b) Acompanhar, quando para tal forem solicitados, o exame aos registos, documentação e declarações
fiscais das entidades a que prestem serviços, prestando os esclarecimentos e informações diretamente
relacionados com o exercício das suas funções;
c) Abster -se da prática de quaisquer atos que, direta ou indiretamente, conduzam a ocultação, destruição,
inutilização, falsificação ou viciação dos documentos e das declarações fiscais a seu cargo;
d) Assegurar, nos casos em que a lei o preveja, o envio por via eletrónica das declarações fiscais dos seus
clientes ou entidades patronais.

Apresentação | Autor 106


Página do manual

Dever de colaboração

Aos Contabilistas Certificados é exigível acompanhar, quando para tal forem


solicitados, o exame aos registos e documentação das entidades a que
prestem serviços, bem como os documentos e declarações fiscais com elas
relacionados.

É igualmente exigível que prestem esclarecimentos relativos à situação


tributária das entidades a quem prestem ou tenham prestado serviço, aqui se
incluindo a prestação de depoimento, sempre que o mesmo revelar interesse
ao apuramento dos factos tributários.
Apresentação | Autor 107
Página do manual

Dever de Colaboração

Mas tudo aquilo que for para além dos deveres de


colaboração, tal como decorre dos preceitos agora
expostos, estará coberto pela obrigação de sigilo
profissional e, por via disso, não havendo dispensa
por parte do cliente, decisão judicial ou
levantamento pela Ordem, impõe- se a sua reserva
de informação.
Apresentação | Autor 108
Página do manual

Dever de lealdade

Deveres recíprocos do CC
(art.º 74.º do Estatuto da Ordem e o art.º 16.º do Código Deontológico).

Quando sejam contactados para assumir a responsabilidade por


contabilidades até então confiadas a outro Contabilista Certificado,
o novo técnico deve, previamente à assunção formal de tais funções
contactar, por escrito, o Contabilista Certificado cessante e certificar
-se de que os honorários, despesas e salários inerentes à sua
execução se encontram pagos.

Apresentação | Autor 109


Página do manual

Dever de lealdade

O colega cessante no prazo máximo de trinta dias, após a referida comunicação, deverá
informar se foi ou não ressarcido dos seus créditos (art.º 16.º n.º 4 al.ª a) do CD)).

A inobservância deste dever, constitui o Contabilista Certificado, a sociedade profissional e ou


o diretor técnico sociedade de contabilidade na obrigação de pagamento dos valores em falta,
desde que líquidos e exigíveis (art.º 74.º n.º 3).

Ao nível disciplinar- do art.º 89.º n.º 4 alínea K) do Estatuto da Ordem- pena de suspensão.

Apresentação | Autor 110


Página do manual

Ação disciplinar

Infração disciplinar- a violação, pelo Contabilistas Certificados, seja por ação ou omissão,
dolosa ou negligentemente, de algum dos deveres gerais ou especiais consignados na
Lei, no Estatuto ou normas regulamentares.

A ação disciplinar é independente da eventual responsabilidade civil ou criminal.

O mesmo facto pode não ser provado em processo criminal com o grau de certeza
necessário para ser punido por sentença penal, onde o rigor da prova terá que ser maior,
e todavia aparecer em processo disciplinar com suficiente consistência para demonstrar
a responsabilidade do agente- Acórdão do TCA do Sul, proc.º 07407/03, de 18-12-2008.

Apresentação | Autor 01/02/2019 111


Página do manual

Responsabilidade disciplinar

A aplicação de uma sanção disciplinar é sempre precedida do apuramento dos


factos e da responsabilidade disciplinar em processo próprio, nos termos
previstos no presente Estatuto e no regulamento disciplinar. Cfr. art.º 96.º do
EOCC e ainda o art.º 4.º n.º 1 do preâmbulo da Lei 139/2015, de 7 de Setembro.

O processo disciplinar constitui o meio através do qual se efetiva a responsabilidade


disciplinar do Contabilista Certificado, estando a sua tramitação prevista nos arts. 83º a 114.º
do Estatuto da Ordem dos Contabilistas Certificados.
Os Contabilistas Certificados, quer os efetivos, quer os estagiários, estão sujeitos à referida
jurisdição disciplinar da Ordem.

Apresentação | Autor 112


Página do manual

Responsabilidade disciplinar

O exercício do poder disciplinar compete ao conselho jurisdicional (art.º 59.º n.º 1) e a


execução das penas ao conselho diretivo (art.º 54.º). Cfr. Art.º 82.º do OCC.

Denúncia: qualquer entidade pública ou privada

Os tribunais e quaisquer autoridades públicas devem dar conhecimento à Ordem da prática


de atos, por contabilistas certificados, suscetíveis de ser qualificados como infração
disciplinar e, do mesmo modo, o Ministério Público e as demais entidades com poderes de
investigação criminal devem dar conhecimento à Ordem das participações apresentadas
contra contabilistas certificados por atos relacionados com o exercício da profissão. Vd. ainda
art.º 18.º n.º 9 da Lei 2/2013, de 10 de Janeiro.

Apresentação | Autor 113


Página do manual

Contabilista Certificado- Estatuto e código de ética e deontologia

Jurisprudência

Tribunal da Relação do Porto, 5.ª secção, por acórdão de


08/02/2011, proc. 5972/09.7 YYPRT.P1 - “com o cancelamento da
inscrição do ora executado como Técnico Oficial de Contas não
cessa o poder disciplinar da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas
relativamente a infrações anteriormente praticadas e àquela data
sob processo disciplinar”.

Apresentação | Autor 114


Página do manual

Fases do processo disciplinar

A ação disciplinar segue, por regra, a forma do processo disciplinar.

Este é composto pelas seguintes fases:

a) Instrução;
b) Defesa do arguido;
c) Decisão;
d) Execução.
Independentemente da fase do processo disciplinar são asseguradas ao arguido todas as garantias de defesa nos termos gerais de direito.
Apresentação | Autor 115
Página do manual

Processo de inquérito

Pode ser ordenada a abertura de processo de inquérito


sempre que não esteja concretizada a infração ou não
seja conhecido o seu autor e quando seja necessário
proceder a averiguações destinadas ao esclarecimento
dos factos, impondo -se a realização de diligências
sumárias para o esclarecimento ou concretização dos
factos em causa.
Apresentação | Autor 116
Página do manual

Fase da Instrução

Na instrução do processo disciplinar, o relator deve procurar atingir a


verdade material, remover os obstáculos ao seu regular e rápido andamento
e, sem prejuízo do direito de defesa, recusar o que for inútil ou dilatório.

Na instrução, são admissíveis todos os meios de prova admitidos em direito.

O relator notifica sempre o contabilista certificado para este responder,


querendo, sobre a matéria da participação

Apresentação | Autor 117


Página do manual

Processo disciplinar

Finda a instrução, o relator profere despacho de acusação ou emite parecer fundamentado


em que conclua no sentido do arquivamento do processo ou por que este fique a aguardar
a produção de melhor prova.

Despacho de acusação

O despacho de acusação deve indicar a identidade do arguido, os factos imputados e as


circunstâncias em que foram praticados, as normas legais e regulamentares infringidas e o
prazo para a apresentação de defesa.

Apresentação | Autor 118


Página do manual

Defesa do arguido

Notificação obrigatória ao arguido para, querendo, apresentar defesa no prazo de 20 dias.

O arguido pode nomear um representante especialmente mandatado para esse efeito.

A defesa deve expor clara e concisamente os factos e as razões que a fundamentam.

Com a defesa deve o arguido apresentar o rol de testemunhas, juntar documentos e requerer as
diligências necessárias para o apuramento dos factos relevantes.

Limite de testemunhas

Não podem ser apresentadas mais de cinco testemunhas por cada facto, não podendo exceder 20 no seu
total.

Apresentação | Autor 119


Página do manual

Alegações (art.º 104.º EOCC)

Cfr. artigo 203.º da Lei 35/2014, de 20 de Junho- é insuprível a nulidade resultante da falta de
audiência do trabalhador em artigos de acusação, bem como a que resulte de omissão de
quaisquer diligências essenciais para a descoberta da verdade. As restantes nulidades
consideram-se supridas quando não sejam objeto de reclamação até à decisão final.

Realizadas as diligências requeridas pelo arguido na sua


defesa ou outras que sejam determinadas pelo relator, o
interessado e o arguido são notificados para, querendo,
alegarem por escrito no prazo de 20 dias.

Apresentação | Autor 120


Página do manual

Fase da decisão

Critérios?

-grau de culpa e à personalidade do arguido, bem como a todas as circunstâncias em que a


infração tiver sido cometida.

Circunstância atenuantes especiais da infração disciplinar:

a) A confissão espontânea da infração;


b) A colaboração com as entidades competentes;
c) O exercício da atividade profissional, por mais de cinco anos, sem qualquer sanção disciplinar
(boa conduta profissional.
Apresentação | Autor 121
Página do manual

Circunstâncias agravantes especiais da infração disciplinar:

a) A vontade deliberada de, pela conduta seguida, produzir resultados


prejudiciais ao prestígio da Ordem ou aos interesses gerais específicos da
profissão;
b) A premeditação (consiste no desígnio previamente formado da prática da
infração);
c) O conluio para a prática da infração com as entidades a quem prestem
serviços;
d) O facto de a infração ser cometida durante o cumprimento de uma pena
disciplinar.

Apresentação | Autor 122


Página do manual

Sanções disciplinares aplicáveis

a) Advertência;
b) Multa;
c) Suspensão até três anos;
d) Expulsão.

Cfr. Art.º 86.º EOCC e 18.º da lei 2/2013, de 10 de Janeiro.

As sanções previstas nas alíneas c) e d) são comunicadas pelo conselho diretivo da Ordem à
Autoridade Tributária e às entidades a quem os Contabilistas Certificados punidos prestem
serviços. Cumulativamente com qualquer das penas, pode ser imposta a restituição de
quantias, documentos e ou honorários.
Apresentação | Autor 123
Página do manual

Responsabilidade disciplinar

A pena de advertência consiste no mero reparo pela irregularidade praticada, sendo registada em
livro próprio. É, pois, aplicável a faltas leves cometidas no exercício das funções.

A pena de multa consiste no pagamento de quantia certa e não pode exceder o quantitativo
correspondente a 10 vezes o salário mínimo nacional mais elevado em vigor à data da prática da
infração.

E, nos termos do art.º 89.º do Estatuto da Ordem, a pena de multa é aplicada a casos de
negligência, bem como ao não exercício efetivo do cargo na Ordem para o qual o Contabilista
Certificado tenha sido eleito, bem como nos casos de incumprimento dos pagamentos relativos à
quotização profissional por um período superior a 180 dias, desde que, porém, não satisfeito no
prazo concedido pela Ordem e constante de notificação expressamente por carta registada com
aviso de receção ou transmissão eletrónica de dados.

Apresentação | Autor 124


Página do manual

Sanção de Multa

As multas devem ser pagas no prazo de 30 dias a contar da


notificação da decisão condenatória.

Em caso de não pagamento dentro dos prazos devidos dos


montantes resultantes das cobranças das receitas previstas no
n.º 1, é expedido aviso mediante carta registada com aviso de
receção ou por transmissão eletrónica de dados.

Compete à Ordem proceder à liquidação e cobrança das suas


receitas, incluindo as quotas e taxas, assim como as multas e
demais receitas.
Apresentação | Autor 125
Página do manual

Cobrança coerciva

Artigo 179.º CPA


Execução de obrigações pecuniárias
1 — Quando, por força de um ato administrativo, devam ser pagas
prestações pecuniárias a uma pessoa coletiva pública, ou por ordem desta,
segue -se, na falta de pagamento voluntário no prazo fixado, o processo de
execução fiscal, tal como regulado na legislação do processo tributário.
2 — Para efeitos do disposto no número anterior, o órgão competente emite,
nos termos legais, uma certidão com valor de título executivo, que remete
ao competente serviço da Administração tributária, juntamente com o
processo administrativo.

Cfr. ainda art.º 148.º CPPT e Ofício- circulado n.º 60096/2015- 29/10

Apresentação | Autor 126


Página do manual

Sanção de suspensão
Consiste no impedimento temporário do Contabilista Certificado
exercer a sua função, sendo aplicada aos Contabilistas Certificados
no caso de violação grave dos seus deveres e obrigações, de
desinteresse dos seus deveres. Exemplos:

-Quebrem o segredo profissional, fora dos casos admitidos pela


alínea c) do número 1 do artigo 72.º;
-Abandonem, sem justificação, os trabalhos aceites;
-Recusem, sem justificação, a assinatura das declarações fiscais e
demonstrações financeiras, referidas no n.º 2 do artigo 72.º;
-Deixem de cumprir as limitações impostas pelo artigo 71.º
relativamente à angariação de clientes;
Não deem cumprimento ao estabelecido no artigo 74.º.
Apresentação | Autor 127
Página do manual

Sanção de expulsão
A pena de expulsão consiste no impedimento definitivo
do Contabilista Certificado exercer a sua função e é
aplicável nas situações estatuídas no art.º 89.º n.º 5 do
Estatuto da Ordem. Exemplos:

-Pratique dolosamente quaisquer atos que, direta ou indiretamente, conduzam à


ocultação, destruição, inutilização ou viciação dos documentos, das declarações fiscais ou
demonstrações financeiras a seu cargo;

-Forneça documentos ou informações falsas, inexatos ou incorretos, que tenham induzido


em erro a deliberação que teve por base a sua inscrição na Ordem;

-Seja condenado judicialmente em pena de prisão superior a 5 anos, por crime doloso
relativo a matérias de índole profissional dos Contabilistas Certificados.
Apresentação | Autor 128
Página do manual

Execução da sanção

O cumprimento da sanção de suspensão ou expulsão tem início a partir


do dia da respetiva notificação.

Se à data do início da suspensão estiver suspensa ou cancelada a


inscrição do arguido, o cumprimento da sanção de suspensão tem início
a partir do dia imediato àquele em que tiver lugar o levantamento da
suspensão da inscrição, ou a reinscrição, ou a partir da data em que
termina a execução da anterior sanção de suspensão

Apresentação | Autor 129


Página do manual

Os acórdãos são imediatamente notificados ao arguido e à


entidade que haja participado a infração, por carta registada
com aviso de receção ou transmissão eletrónica de dados.

No caso de sanção de suspensão ou expulsão será também


notificada a entidade empregadora do infrator ou a entidade a
quem este prestar serviços.

As sanções de suspensão superiores a dois anos e a sanção de


expulsão só podem ser aplicadas mediante decisão que
obtenha dois terços dos votos dos membros do plenário do
conselho jurisdicional

Apresentação | Autor 130


Página do manual

Impugnação judicial

As deliberações dos órgãos da Ordem podem ser


objeto de impugnação contenciosa, nos termos
da lei, para os tribunais administrativos.

(Cfr. artigos 36.º, n.º 2, e 105.º, n.º 2, ambos do Estatuto da


Ordem).

Apresentação | Autor 131


Página do manual

Meios de reação

A impugnação de atos anuláveis tem lugar no prazo de:

a) Um ano, se promovida pelo Ministério Público;


b) Três meses, nos restantes casos.
(art.º 58.º CPTA)

Mas, as decisões disciplinares definitivas podem ser revistas a pedido do


interessado, com fundamento em novos factos ou novas provas que não
pudessem ter sido utilizados pelo arguido no processo disciplinar, ou quando
outra decisão definitiva considerar falsos elementos de prova determinantes
da decisão a rever- artigo 113.º EOCC
Apresentação | Autor 132
Página do manual

Prescrição
O direito de instaurar procedimento disciplinar prescreve passados
três anos sobre a data em que o facto tiver sido cometido ou se,
conhecido o facto, a entidade competente, nos três meses
seguintes à data do conhecimento, não instaurar o procedimento
disciplinar.

Se o facto qualificado de infração disciplinar for também


considerado infração criminal e os prazos de prescrição do
procedimento criminal forem superiores a três anos, aplicar-se-ão
ao procedimento disciplinar os prazos estabelecidos na lei penal.

Apresentação | Autor 133


Página do manual

Prazo de prescrição
O prazo de prescrição do processo disciplinar é omisso do Estatuto da Ordem.

Por aplicação subsidiária da 35/2014, de 20 de Junho- art.º 178.º n.º 5-, o procedimento disciplinar
prescreve no prazo de 18 meses a contar da data em foi instaurado quando, nesse prazo, o
trabalhador não tenha sido notificado da decisão final.

No entanto e conforme estatuto da Ordem, suspende -se durante o tempo em que:

a) O processo disciplinar estiver suspenso, a aguardar despacho de acusação ou de pronúncia em


processo penal;
b) A decisão final do processo disciplinar não puder ser notificada ao arguido, por motivo que lhe seja
imputável, caso em que a suspensão não pode ultrapassar o prazo de dois anos.

O prazo prescricional continua a correr a partir do dia em que cessar a causa da suspensão.

Apresentação | Autor 134


Página do manual

Interrupção do prazo

O prazo de prescrição do processo disciplinar


interrompe -se com a notificação ao arguido:

a) Da instauração do processo disciplinar;


b) Da acusação.

Após cada período de interrupção começa a correr


novo prazo de prescrição.

Apresentação | Autor 135


Página do manual

Prescrição das sanções


As sanções disciplinares prescrevem nos prazos
seguintes, a contar da data em que a decisão se
tornar definitiva:

a) Seis meses, para as sanções de advertência e de


multa;
b) Três anos, para a sanção de suspensão;
c) Cinco anos, para a sanção de expulsão.

Apresentação | Autor 136


Página do manual

Responsabilidade tributária
Abrange, nos termos fixados na lei, a totalidade da dívida tributária, os juros e demais
encargos legais.

Para além dos sujeitos passivos originários, a responsabilidade tributária pode abranger solidária
ou subsidiariamente outras pessoas .

As pessoas solidária ou subsidiariamente responsáveis poderão reclamar ou impugnar a dívida


cuja responsabilidade lhes for atribuída nos mesmos termos do devedor principal, devendo,
para o efeito, a notificação ou citação conter os elementos essenciais da sua liquidação,
incluindo a fundamentação nos termos legais.

Apresentação | Autor 137


Página do manual

Quem pode ser responsabilizado?

Terceiros responsáveis
-Administradores, gerentes e diretores;
-Membros dos órgãos de fiscalização e Roc’s;
-Contabilistas Certificados.

Como são chamados à responsabilidade


Através da figura da reversão da execução fiscal.
Precedida de audição do responsável subsidiário.

Apresentação | Autor 138


Página do manual

Natureza judicial do PEF

Pese embora o processo de execução seja instaurado nos


serviços da Administração Tributária e a sua tramitação se
desenvolver nestes serviços, a execução fiscal tem natureza
judicial – art.º 103.º da LGT.

A natureza judicial da execução fiscal é acentuada pela


circunstância do executado ter sempre o direito de reclamar
para o juiz da execução fiscal (juiz do Tribunal Tributário de
1.ª instância) dos atos praticados pelos serviços da AT.

Apresentação | Autor 139


Página do manual

INSTAURAÇÃO PENHORA DE BENS


(Devedor Originário)

CITAÇÃO Inexistência ou
insuficiência
de Bens
DILIGÊNCIAS PARA PENHORA
REVERSÃO
do PEF
PENHORA DE BENS (Art.º 23.º n.º 2 da LGT
e 153.º n.º 2 CPPT)
Apresentação | Autor 140
Página do manual

Responsabilidade tributária
Tem duas componentes, a responsabilidade tipificada no art.º 24.º n.º 3 da
Lei Geral Tributária:

1.ª) De natureza substantiva, relacionada com a violação dolosa pelo Contabilista


Certificado do dever específico de assegurar a responsabilidade pela regularidade
técnica, nas áreas contabilística e fiscal, das entidades a quem preste serviços,
conceito este que deverá ser enquadrado de acordo com a noção estipulada no art.º
10.º n.º 3 do Estatuto da Ordem, de uma imagem fiel e verdadeira da realidade
patrimonial da empresa.

2.ª) De natureza procedimental ou formal, está associada ao dever de assinatura


das declarações fiscais, razão pela qual, não tendo o Contabilista Certificado
condições objetivas para assumir a responsabilidade pela entrega ou submissão das
declarações fiscais, perante tal ocorrência, deverá dar cumprimento ao disposto no
art.º 8.º n.º 3 do Regime Geral das Infrações Tributárias e, se for caso disso, solicitar
à Ordem, o pedido de reconhecimento do art.º 72.º n.º 2 do Estatuto da Ordem

Apresentação | Autor 141


Página do manual

A responsabilidade tributária do CC é
subsidiária

Assim, a reversão só ocorre:

-após a excussão do património do devedor


principal; e,

- sendo manifesta insuficiência do património destes


para a satisfação da divida exequenda e acrescidos.

Apresentação | Autor 142


Página do manual

Pressupostos da responsabilidade tributária


(Artº 24º, nº 3, da LGT)

-Ilicitude da conduta do CC, violadora dos seus deveres


profissionais
-Culpa Dolosa no incumprimento profissional
-Dano ► dívida tributária não paga
-Nexo de causalidade entre a conduta do CC e a insuficiência do
património do devedor principal para o pagamento da dívida
tributária

Apresentação | Autor 143


Página do manual

Tratando-se de uma responsabilidade que assenta na culpa


efetiva.

Compete à AT:

Fundamentar em concreto os requisitos da reversão


Indicar quais os deveres funcionais violados, e fatos que evidenciam que a
conduta ilícita do profissional motivou a insuficiência do património da
empresa garantir o pagamento da divida, bem como a intenção dolosa.

Ónus da prova ► AT

Apresentação | Autor 144


Página do manual

Responsabilidade tributária

A responsabilização tributária do CC opera


através da reversão da execução fiscal

A A.T. notifica o C.C. do projeto de reversão e para


exercer o direito de audição prévia

Após a resposta (facultativa) do C.C., a A.T. arquiva o


processo ou cita-o para o processo de execução, aí
fundamento concretamente quais os deveres
funcionais do C.C. que não foram respeitados.
Apresentação | Autor 145
Página do manual

Meios de reação processual

Citado da reversão da execução, o C.C. pode:


-Contrariar os fundamentos da reversão, através da
oposição judicial à execução, com base no Artº 204º
do C.P.P.T.

Podendo também reclamar ou impugnar


judicialmente a dívida em execução, nos mesmos
termos do devedor principal.
Pelo que a citação deve conter os elementos essenciais da
liquidação, além da fundamentação

Apresentação | Autor 146


Página do manual

A oposição à execução, único meio de defesa


quanto aos fundamentos da reversão da execução.
Assim como a reclamação ou impugnação judicial
da divida tributária

Não suspendem a execução, podendo ser


penhorados bens do executado/revertido

Salvo se for prestada garantia, nos termos


dos artigos 52.º da LGT e 199.º do CPPT

Apresentação | Autor 147


Página do manual

Responsabilidade por coimas


Artº 8º, nº 3, do R.G.I.T.

O C.C. pode ainda ser subsidiariamente


responsabilizado pelas coimas devidas pela falta ou
atraso de declarações fiscais.

Que devessem ser apresentadas no período em que


exerceu funções, salvo se comunicar à A.T. as razões
do incumprimento, nos 30 dias seguintes ao termo do
prazo da entrega da declaração.

Apresentação | Autor 148


Página do manual

Artigo 8.º,n.º 3, do R.G.I.T.

Esta responsabilidade é subsidiária em relação ao


devedor principal.
Mas é solidária entre o CC e os gerentes e
administradores.
A AT pode demandar diretamente o CC.

A responsabilidade subsidiária resulta:


-Do não pagamento da coima pelo sujeito passivo;
-Inexistência ou insuficiência de património.

Apresentação | Autor 149


Página do manual

Esquema dos meios de defesa

Processo de execução fiscal

Discussão da exigibilidade da dívida exequenda


Oposição judicial
30 dias após a citação
Art.º 204.º do CPPT
Penhora ou outro ato determinado por decisão judicial incidente sobre bens de terceiro
Embargos de terceiro
30 dias após o conhecimento do ato lesivo
Art.ºs 167.º e 237.º do CPPT
Todos os outros actos lesivos ou ilegais que não sejam fundamento de oposição judicial ou de embargos de terceiro
Reclamação dos atos do órgão da execução fiscal
10 dias a contar da notificação ou do conhecimento do ato lesivo
Art.ºs 276.º a 278.º do CPPT

Apresentação | Autor 150


Página do manual

Esquema dos meios de defesa

Discussão da ilegalidade do ato de liquidação do tributo constitutivo da dívida


exequenda:
-Reclamação graciosa
120 dias a contar do termo do prazo de pagamento voluntário
art.º 68.º e segs. do C.P.P.T.
-Impugnação judicial
3 meses a contar do termo do prazo de pagamento voluntário
Art.º 99.º e segs. do C.P.P.T.
No caso do executado ser responsável subsidiário os prazos acima indicados contam-se a partir
da citação
Apresentação | Autor 151
Apresentação | Autor

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