Políticas de Trabalho

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– O processo de construção de um ethos

profissional, o significado de seus valores e as


implicações éticas – políticas de trabalho

Objetivos: Reconhecer os conceitos da ética profissional. Gerenciar as ações no âmbito da


ética profissional, avaliando resultados e sistematizando conclusões deontológicas.
Socializar suas ações, conclusões e reflexões sobre a prática dos sujeitos envolvidos nas
inúmeras relações com o mundo do trabalho. Socializar ações, conclusões e reflexões
sobre a prática dos sujeitos envolvidos nas inúmeras relações com o mundo do trabalho.
Executar pesquisa no campo da ética na ambiência do mundo do trabalho.

Conceitos da ética profissional:

As lideranças sociais têm um poder e uma responsabilidade decisivos em relação à ética.


Nenhuma nação, povo, ou grupo social pode realizar seu projeto histórico sem lideranças. A
liderança social é o elemento de ligação entre os interesses do grupo social e as
oportunidades históricas disponíveis para realizá-los. A responsabilidade ética da liderança,
portanto, se pudesse ser medida, teria o tamanho e o peso dos direitos reunidos de todos
aqueles que ela representa e lidera. A liderança social tem uma tripla responsabilidade
ética: institucional, pessoal e educacional.

Liderança Institucional, porque devem cumprir fiel e estritamente os deveres que lhe são
atribuídos.

Liderança pessoal porque devem ser cada uma delas, um exemplo de cidadania: justas e
eticamente íntegras.

Liderança educacional porque, além de ser um exemplo, deve dialogar com os que ela
lidera, de modo a ampliar a sua consciência política e a fazê-los crescer na cidadania.

A moral disciplina o comportamento do homem consigo mesmo. Tratam dos costumes,


deveres e modo de proceder dos homens com os outros homens, segundo a justiça e a
equidade natural, ou seja, os princípios éticos e morais são na verdade os pilares da
construção de uma identidade profissional e sua moral mais do que sua representação
social contribui com a formação da consciência profissional. Os princípios éticos e morais
são, na verdade, os pilares da construção de um profissional que representa o Direito Justo,
distinguindo-se por seu talento e principalmente por sua moral e não pela aparência. De
forma sintética, João Baptista Herkenhoff (2001) exterioriza sua concepção de ética; o
mundo ético é o mundo do “deve ser” (mundo dos juízos de valor), em contraposição ao
mundo do “ser” (mundo dos juízos de realidade). Todavia, “a moral é a parte subjetiva da
ética”. “O homem nem sempre pode o que quer, nem quer sempre o que pode. Ademais,
sua vontade e seu poder não concordam com seu saber. Quase sempre as circunstâncias
externas determinam a sua sorte.” (D’HONDT, 1966, p. 105). A Ética Profissional e a
Filosofia do Agir Humano – O Ser Ético/Axiológico. É a vida do bem em organizações
humanas. A vida plenamente humana, “programa pedagógico esse que visa formar o jovem
Técnico em Metalurgia, que participa da cidadania, assumindo com plena consciência a
recíproca relação entre direitos e deveres”, consiste essa mesma existência da esfera
profissional. Esse mundo humano – ser ético/axiológico não é uma dádiva da natureza. É
uma conquista cultural. Destino das sociedades institucionalizadas, em sua dimensão
ético-profissional, a de enveredarem pelos obscuros caminhos da cidade sem lei. A ética é
aplicada no campo das atividades profissionais. Assim, a ética profissional do estudante de
Técnico de Metalurgia e demais outras profissões. A ética é ainda indispensável ao
profissional, porque na ação humana “o fazer” e “o agir” estão interligados. O fazer diz
respeito à competência, à eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem a
sua profissão.

O agir se refere à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no


desempenho de sua profissão. O estudo e o conhecimento da Deontologia (do grego
deontos = dever e logos = tratado) se voltam para a ciência dos deveres, no âmbito de cada
profissão.

É o estudo dos direitos, emissão de juízos de valores, compreendendo a ética como


condição essencial para o exercício de qualquer profissão. A ética é indispensável ao
profissional, porque na ação humana “o fazer” e “o agir” estão interligados. O fazer diz
respeito à competência, à eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem a
sua profissão. O agir se refere à conduta do profissional, ao conjunto de atitudes que deve
assumir no desempenho de sua profissão.

Tanto a moral como o direito baseiam-se em regras que visam estabelecer certa
previsibilidade para as ações humanas. Ambas, porém, se diferenciam.

A moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de garantir o
seu bem-viver. Independente das fronteiras geográficas e garante uma identidade entre
pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral comum.

O direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do


Estado. As leis têm uma base territorial, que valem apenas para a área geográfica onde
uma determinada população ou seus delegados vivem.

A ética é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorreto, justo ou injusto,
adequado ou inadequado. Um dos seus objetivos é a busca de justificativas para as regras
propostas pela Moral e pelo Direito. Ela é diferente de ambos – Moral e Direito – pois não
estabelece regras.
Ética profissional: quando se inicia esta reflexão?

Esta reflexão sobre as ações realizadas no exercício de uma profissão deve iniciar bem
antes da prática profissional.

A fase da escolha profissional, ainda durante a adolescência muitas vezes, já deve ser
permeada por esta reflexão. A escolha por uma profissão é optativa, mas ao escolhê-la, o
conjunto de deveres profissionais passa a ser obrigatório. Geralmente, quando você é
jovem, escolhe sua carreira sem conhecer o conjunto de deveres que está prestes a
assumir, tornando-se parte daquela categoria.

Toda a fase de formação profissional, o aprendizado das competências e habilidades,


referentes à prática específica numa determinada área, devem incluir a reflexão, antes do
início dos estágios. Ao completar a formação em nível superior, a pessoa faz um juramento,
que significa sua adesão e comprometimento com a categoria profissional onde
formalmente ingressa. Isso caracteriza o aspecto moral da chamada Ética Profissional, a
adesão voluntária a um conjunto de regras estabelecidas como sendo as mais adequadas
para o seu exercício.

É fundamental ter sempre em mente que há uma série de atitudes que não estão descritas
nos códigos de todas as profissões, mas que são comuns a todas as atividades que uma
pessoa pode exercer.

Atitudes de generosidade e cooperação no trabalho em equipe, mesmo quando exercidas


solitariamente em uma sala, fazem parte de um conjunto maior de atividades que
dependem do bom desempenho desta.

Uma postura proativa, por exemplo, é não ficar restrito às tarefas solicitadas, mas contribuir
para o engrandecimento do trabalho, mesmo que temporário.

Se sua tarefa é varrer ruas, você pode se contentar em varrer e juntar o lixo, mas você pode
também tirar o lixo que vê que está prestes a cair na rua, podendo futuramente entupir uma
saída de escoamento e causando uma acumulação de água quando chover.

Ética profissional e relações sociais

O varredor de rua que se preocupa em limpar o canal de escoamento de água da chuva; o


auxiliar de almoxarifado que verifica se não há umidade no local destinado para colocar
caixas de alimentos; o médico cirurgião que confere as suturas nos tecidos internos antes
de completar a cirurgia; a atendente do asilo que se preocupa com a limpeza de uma
senhora idosa após ir ao banheiro; o contador que impede uma fraude ou desfalque, ou que
não maquia o balanço de uma empresa; o engenheiro que utiliza o material mais indicado
para a construção de uma ponte, todos estão agindo de forma eticamente correta em suas
profissões, ao fazerem o que não é visto, ou aquilo que, alguém vendo, não saberá quem
fez.
As leis de cada profissão são elaboradas com o objetivo de proteger os profissionais, as
pessoas que dependem deles. Há, porém, muitos aspectos não previstos especificamente e
que fazem parte do compromisso do profissional com a ética, aquele que,
independentemente de receber elogios, faz a coisa certa.

Ética profissional e atividade voluntária

Outro conceito interessante de examinar é o de profissional, como aquele que é


regularmente remunerado pelo trabalho que executa ou atividade que exerce, em oposição
ao amador. Nessa conceituação, diria-se que aquele que exerce atividade voluntária não
seria profissional, e esta é uma conceituação polêmica.

Na realidade, voluntário é aquele que se dispõe, por opção, a exercer a prática profissional
não remunerada, seja com fins assistenciais, ou prestação de serviços em beneficência, por
um período determinado ou não.

Ética profissional: pontos para sua reflexão

É imprescindível estar sempre bem informado, acompanhando não apenas as mudanças


nos conhecimentos técnicos da sua área profissional, mas também nos aspectos legais e
normativos. Vá e busque o conhecimento. Muitos processos administrativos e jurídicos no
âmbito da quebra da disciplina ética profissional nos conselhos profissionais, acontecem por
desconhecimento da própria ética profissional e negligência com os valores éticos e morais.
Quais sejam:

Competência técnica, aprimoramento constante, respeito às pessoas, confidencialidade,


privacidade, tolerância, flexibilidade, fidelidade, envolvimento, afetividade, correção de
conduta, boas maneiras, relações interpessoais verdadeiras, responsabilidade, confiança e
outras formam composições para um comportamento eticamente adequado.

A função principal de um código de ética é começar pela definição dos princípios que o
fundamentam e se articula em torno de dois eixos de normas: direitos e deveres. Ao definir
direitos, o código de ética cumpre a função de delimitar o perfil do seu grupo. Ao definir
deveres, abre o grupo à universalidade. A definição de deveres deve ser tal, que por seu
cumprimento, cada membro daquele grupo social realiza o ideal de ser humano.

O processo de produção de um código de ética deve ser por si só um exercício de ética.


Caso contrário, nunca passará de um simples código moral defensivo de uma corporação. A
formulação de um código de ética precisa, pois, envolver intencionalmente todos os
membros do grupo social que ele abrangerá e representará. Isso exige um sistema ou
processo de elaboração de baixo para cima, do diverso ao unitário, construindo-se
consensos progressivos, de tal modo que o resultado final seja reconhecido como
representativo de todas as disposições morais e éticas do grupo.

A elaboração de um código de ética, portanto, realiza-se como um processo ao mesmo


tempo educativo no interior do próprio grupo. Deve resultar num produto tal, que cumpra ele
também uma função educativa e de cidadania diante dos demais grupos sociais e de todos
os cidadãos.

Quais os limites de um código de ética?

Um código de ética não tem força jurídica de lei universal, porém deveria ter força simbólica
para tal. Embora um código de ética possa prever sanções para os descumprimentos de
seus dispositivos, estas dependerão sempre da existência de uma legislação, que lhe é
juridicamente superior, e por ela limitado. Por essa limitação, o código de ética é um
instrumento frágil de regulação dos comportamentos de seus membros.

Essa regulação só será ética quando o código de ética for uma convicção que
venha do íntimo das pessoas. Isso aumenta a responsabilidade do processo
de elaboração do código de ética, para que ele tenha a força da legitimidade. Quanto mais
democrático e participativo esse processo, maiores as
chances de identificação dos membros do grupo com seu código de ética e,em
consequência, maiores as chances de sua eficácia.

O princípio fundamental que constitui a ética é este: o outro é um sujeito


de direitos e sua vida deve ser digna tanto quanto a minha deve ser. O fundamento dos
direitos e da dignidade do outro é a sua própria vida e a sua
liberdade (possibilidade) de viver plenamente.

As obrigações éticas da convivência humana devem pautar-se não apenas por aquilo que já
temos, realizamos, somos, mas também por tudo aquilo que poderemos vir a ter, a realizar,
a ser. As nossas possibilidades de ser são parte de nossos direitos e de nossos deveres. É
parte da ética da convivência.

A atitude ética é uma atitude de amor pela humanidade. A moral tradicional do liberalismo
econômico e político acostumaram-nos a pensar que o campo da ética é o campo exclusivo
das vontades e do livre arbítrio de cada indivíduo. Nessa tradição, também, a organização
do sistema econômico político-jurídico seria uma coisa “neutra”, “natural”, e não uma
construção consciente e deliberada dos homens na sociedade.
Ética e sistema econômico

O sistema econômico é o fator mais determinante de toda a ordem (e desordem) social. É o


principal gerador dos problemas, assim como das soluções éticas. O fato de o sistema
econômico parecer ter vida própria, independente da vontade dos homens, contribui para
ofuscar a responsabilidade ética dos que estão em seu comando.

O sistema econômico mundial, do ponto de vista dos que o comandam, é uma vasta e
complexa rede de hábitos consentidos e de compromissos reciprocamente assumidos, o
que faz parecer que sua responsabilidade ética individual não existe.

A moral dominante do sistema econômico diz que pelo trabalho qualquer indivíduo pode ter
acesso à riqueza. A crítica econômica diz que a reprodução da miséria econômica é
estrutural. Sendo assim, dentro de uma visão ética, pode-se dizer que exigem-se
transformações radicais e globais na estrutura do sistema econômico.

Ética e meio ambiente

A voracidade predatória do sistema econômico vigente o faz enxergar a natureza tão


somente como fonte de matérias-primas para a produção de mercadorias. Com isso, a
natureza torna-se ela própria uma mercadoria.

O trabalho é a ação humana que transforma a natureza para o homem. Mas, para que
cumpra essa finalidade de sustentar e humanizar o homem deve realizar-se de modo
autossustentável para a natureza e para o homem. A voracidade predatória de nosso
sistema econômico está rompendo perigosamente o equilíbrio de autossustentabilidade
entre a natureza e o homem.

Preservar e cuidar da natureza é o mesmo que preservar e cuidar da humanidade, das


gerações atuais e futuras. Preservar e cuidar do meio ambiente é uma responsabilidade
ética diante da natureza humana.

O pensamento pós-moderno rejeita o conceito defendido pela modernidade de que existem


verdades absolutas e fixas. Toda verdade é relativa e depende do contexto social e cultural
em que as pessoas vivem. Cada um percebe a verdade de sua própria forma. Não há
“verdade”, mas sim “verdades” que não se contradizem, mas se complementam. Isso inclui
verdades religiosas. Conceitos como “Deus” são totalmente relativos. A única “inverdade”
que existe é insistir em dizer que existe verdade fixa e absoluta!

Nesta época de pós-modernidade, surgiu o conceito do politicamente correto – na


mentalidade pluralista e inclusivista, a opinião e as convicções de todos têm de ser
respeitadas. A razão para este “respeito” é que a opinião de um é vista como tão verdadeira
quanto a do outro. Assim, torna-se politicamente incorreto criticar as opiniões, a conduta e
as preferências morais, políticas e religiosas de alguém.
O contemporâneo é incerto e ainda problemático, precisando de re-significações dos papéis
e das funções, cujos atores humanos têm a plateia humana sem bússola e sempre os
temas centrais dos atos são a ética.

Existem quatro eixos de conteúdos relativos à ética. São eles: respeito mútuo, justiça,
diálogo e solidariedade.

Quando nos referimos ao espectro ético em uma determinada prática social/profissional, de


maneira que possamos reconhecer a existência de expectativas e de avaliações, cabe-nos
sempre uma profunda indagação: o que se tem feito e dito a respeito de nós, profissionais
da área Metalúrgica? Qual a nossa imagem de ética vivenciada? Essa imagem de um
educador se considerada como ética revela a essência de minha função profissional e
obscurece uma prática contrária aos princípios que acredito existirem?

A transgressão da ética surge pela inconformidade e pela falta do conhecimento e não


necessariamente pela má-fé, se não estiverem atreladas ao não moral. No entanto, não
podemos esquecer que no campo da ética, não devemos estabelecer configurações
apriorísticas.

As regras dificilmente serão as mesmas, porém, mesmo quando o conhecimento e as


competências são diferentes, a funcionalidade processual formal deve ser explicitada. Caso
haja rompimentos de regras, é preciso rever o contrato e refletir a prática no campo da
dialética, nascendo a semente ética do sucesso de qualquer profissão.

A ação do Técnico em Metalurgia, a exemplo, que observa sob uma visão multilocular o
mesmo fenômeno, realizando múltiplas leituras para interpretar a realidade, refletida na
compreensão global do real, deve de forma clara e competente transformar o universo
interdisciplinar e multidisciplinar de sua formação acadêmica, através de um suporte
dialético e interacional do conhecimento, a partir de suas próprias experiências sociais e
humanas.

Reconstruir valores de forma contínua, convergentes e integradores ao conhecimento de


outras disciplinas, permite desenvolver, no campo filosófico, espaços para a compreensão
existencial sob vários ângulos da prática humana que dão real sentido à vida social e
profissional.

Numa perspectiva mais ampla e comparativa, se o tecido social resulta dos diversos vetores
individuais e coletivos, não é demais admitir que o vácuo ético – nas relações entre
profissionais, organizações, fornecedores e consumidores – têm forte correlação com a
fragilidade da ética pessoal, esta hoje bem caracterizada pelo excessivo interesse do
indivíduo por si próprio, pelo individualismo exacerbado, pelo narcisismo desmedido e pelo
frágil sentido de solidariedade.

Com efeito, se as organizações são dirigidas por pessoas que assimilam não virtudes, e se
estas pessoas moldam as crenças das organizações, na medida em que o homem
despreza valores humanos, as organizações tendem a fazer o mesmo e a resvalar na moral
e, às vezes, a abandonar a ética.

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