Deficiência Nutricional Na Cultura Da Soja
Deficiência Nutricional Na Cultura Da Soja
Deficiência Nutricional Na Cultura Da Soja
SOJA
2ª | EDIÇÃO
ÍNDICE
1. Introdução 05
2. Grupo Vittia 06
2.1. Histórico 06
4.1. Introdução 33
8. ANEXO 77
8.1 Fases Fenológicas da Soja 77
8.2. Calagem 78
8.3. Gessagem 81
8.4. Adubação 82
8.4.1. Adubação nitrogenada 82
8.4.2. Adubação fosfatada 85
8.4.3. Adubação potássica 89
8.4.4. Adubação com enxofre 91
8.4.5. Adubação com micronutrientes 92
8.5. Fatores de conversão e unidades equivalentes 95
8.5.1. Fatores de conversão para cálculo de
fertilizantes, corretivos e para interpretação da análise de solo 95
8.5.2. Unidades equivalentes 97
8.6. Fertilizantes fornecedores de N, P, K, Ca, Mg e micronutrientes 98
8.7 Compatibilidade entre os fertilizantes minerais simples, orgânicos e corretivos 103
9. GLOSSÁRIO 104
O cultivo da soja ocupa posição de destaque no O estado do Pará é a nova fronteira agrícola brasileira.
agronegócio brasileiro. Atualmente, a soja é a principal Áreas antes ocupadas por pastagens estão sendo
cultura do Brasil, representando cerca de 60% da rapidamente substituídas pela soja. Clima adequado,
produção brasileira de grãos. O sistema de produção terras com preços atraentes e boa logística para o
da soja é caracterizado por elevado nível tecnológico. escoamento da produção agrícola são atrativos para
o estabelecimento de produtores rurais procedentes
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, de outras regiões brasileiras. A produtividade da soja
sendo responsável por cerca de 31% da produção no Pará é similar a das regiões tradicionais de cultivo.
total, e o maior exportador mundial deste produto
agrícola. Na safra 2015/2016, as exportações do A 6º estimativa da Conab para a safra 2016/2017
complexo soja - o qual inclui grãos, farelo e óleo - aponta um aumento de 1,9% na área cultivada com
atingiram a cifra de US$ 25 bilhões, sendo um dos soja em relação à safra anterior, atingindo 33,88
principais responsáveis pelo saldo positivo na balança milhões de ha. A produção da soja teve um crescimen-
comercial e pela estabilidade econômica do Brasil. to de 7,7%, passando de 95,4 para 107,6 milhões t de
grãos. A produtividade da soja atingiu 3.176 kg ha-1,
A soja é a cultura responsável pela incorporação de ficando acima na média das últimas safras. O aumen-
enormes áreas da região central do país, conhecidas to na área cultivada com a soja foi impulsionado pelos
como Cerrado, ao processo produtivo agrícola. As preços da soja no mercado internacional e a demanda
características do relevo, solo e clima dessa região, crescente da China. O maior produtor nacional é o
aliadas ao espírito empreendedor dos agricultores estado do Mato Grosso, seguido pelo Paraná, Rio
brasileiros e a utilização dos insumos agrícolas, Grande do Sul e Goiás.
respaldada pela pesquisa agrícola, permitiram que a
soja fosse a propulsora do desenvolvimento econômi- Desde meados dos anos 2000, com a estagnação do
co dessa imensa região brasileira. aumento na produtividade da soja, o incremento na
produção da soja ocorreu praticamente devido à
Atualmente, a soja é a base econômica da maioria dos expansão da área cultivada, principalmente na frontei-
municípios da Região Sul e Central do Brasil, incluindo ra agrícola (Mapito, Norte do Mato Grosso e Pará).
o Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Para reverter esse processo, é necessário que os
Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Oeste da Bahia, produtores rurais e profissionais envolvidos com a
Mapito (Maranhão, Piauí e Tocantins), Roraima, Mato cultura da soja identifiquem os fatores que estão
Grosso e Mato Grosso do Sul. Estas regiões brasilei- limitando o aumento da produtividade e melhorem as
ras são caracterizadas por um grande dinamismo e práticas de manejo da cultura.
apresentam crescimento econômico acima da média
nacional.
05
2. GRUPO VITTIA
2.1. HISTÓRICO
O Grupo Vittia é caracterizado por um grande inoculante destinado à cultura do milho. Atualmente, o
dinamismo, e desde a sua fundação, no início da Grupo Vittia está pesquisando a eficiência
década de 70, vem aprimorando constantemente os agronômica deste inoculante nas demais gramíneas,
seus produtos e processos industriais. com destaque para o trigo, arroz, sorgo,
cana-de-açúcar e braquiárias. Além desse produto, o
A história do Grupo Vittia se confunde com a própria Grupo Vittia vem pesquisando produtos
história da cultura da soja na Alta Mogiana, região do microbiológicos para as demais culturas.
interior paulista localizada entre Ribeirão Preto e o
Triângulo Mineiro, e a sua posterior expansão pelo Com a expansão da agricultura nos solos sob Cerrado
Cerrado Brasileiro. surgiram novos desafios e necessidades, dentre os
quais produtos destinados ao fornecimento dos
No final da década de 60, a soja, no seu processo micronutrientes às culturas.
contínuo de expansão a partir do Rio Grande do Sul,
chegou à região da Alta Mogiana. Em poucos anos, ela Em fins da década de 1990, mais precisamente em
mudou o perfil agrícola dessa região, tornando-se uma 1998, foi inaugurada a segunda empresa do Grupo
das principais culturas e substituindo parcialmente as Vittia em São Joaquim da Barra – a Bio Soja
áreas cultivadas com o algodão, milho e café. Fertilizantes, especializada na produção de
fertilizantes. A partir desse momento, o Nodulus® pó
A partir deste período, surgiu a necessidade da foi aperfeiçoado, desenvolvendo-se a sua formulação
utilização de um insumo fundamental para a cultura líquida – o Nodulus® Premium. Posteriormente, esta
da soja – o inoculante –, e em 1971 é fundada a unidade industrial foi ampliada e teve início a
Indústria Bio Soja de Inoculantes, em São Joaquim da produção de sulfatos, MAP purificado, cloretos,
Barra/SP. óxidos e monóxidos metálicos, principalmente de
manganês e zinco.
No final da década de 70, a cultura da soja atravessou
o Rio Grande e conquistou uma região até então Além da expansão da linha de produtos, o Grupo Vittia
pouco utilizada para fins agrícolas – o Cerrado iniciou a diversificação de mercados – químico,
brasileiro. Nesse processo de expansão, o Grupo Vittia industrial, nutrição animal e atuando nas mais
foi acompanhando a soja e, em poucos anos, a diversas culturas brasileiras.
empresa comercializava os seus produtos nas mais
diversas regiões do Brasil Central, alcançando os Em Serrana, município paulista próximo a Ribeirão
cerrados goianos e matogrossenses e atingindo Preto/SP, o Grupo Vittia possui uma unidade industrial
também os cerrados baianos e maranhenses. especializada na produção de condicionador de solos
– Fertium® – e de fertilizantes organominerais –
A partir da década de 1990, o Grupo Vittia iniciou a Fertium® Phós.
produção do fertilizante Nodulus® pó, fonte de cobalto
e molibdênio para a cultura da soja e demais Em Ituverava/SP, a Granorte, empresa do Grupo Vittia
leguminosas. inaugurada em 2003, é especializada na produção de
macronutrientes secundários e micronutrientes de
Em 1994, a empresa iniciou a comercialização do solo.
Biomax® Premium, primeiro inoculante turfoso
brasileiro, composto de turfa esterilizada isenta de Em 2014, o Grupo Vittia adquiriu uma das empresas
microrganismos antagônicos às bactérias fixadoras mais tradicionais no mercado de insumos agrícolas –
de nitrogênio. a Samaritá, situada no município de Artur
Nogueira/SP, que há 25 anos atua nos segmentos de
Em 2008, nessa unidade industrial, o Grupo Vittia nutrição e proteção vegetal e de produtos químicos.
iniciou a produção e a comercialização do primeiro
inoculante mundial para a produção de mudas de Em março de 2017, o Grupo Vittia, adquiriu o controle
eucalipto a partir de estacas e miniestacas – acionário da Biovalens, empresa situada em
Rizolyptus®. Uberaba/MG, especializada na produção de soluções
biológicas para pragas e doenças.
Em 2011, foi lançado o Biomax® Premium Milho,
06
2.1. HISTÓRICO
Atualmente, o Grupo Vittia possui seis unidades administrativos, comerciais e industriais. Os produtos
industriais sendo cinco localizadas na região de das unidades industriais são submetidos a um rígido
Ribeirão Preto, interior paulista e uma unidade em controle de qualidade, desde as matérias-primas até
Uberaba/MG, facilitando a distribuição dos seus os produtos acabados.
produtos em todas as unidades da federação e a
exportação para os países do Mercosul e demais Ao longo dessa longa trajetória, o Grupo Vittia acom-
países latino-americanos. panhou a abertura da maior fronteira agrícola do
mundo, o Cerrado brasileiro, e a consolidação do
As unidades industriais estão em constante ampli- Brasil como um dos maiores produtores agrícolas
ação e modernização, procurando agregar as tecnolo- mundiais.
gias mais modernas para a otimização de todos os
processos industriais, minimizando ao máximo a O Grupo Vittia sempre esteve ao lado do produtor
emissão de poluentes e a produção de resíduos indus- rural, buscando alternativas para atender às suas
triais. necessidades e colaborando para maximizar o poten-
cial produtivo das suas culturas e dos seus rebanhos.
O Grupo Vittia possui o certificado ISO 9001:2000,
demonstrando toda a qualidade nos seus processos
São Joaquim
da Barra
07
2.2. POLÍTICA DE QUALIDADE
08
2.3. UNIDADES INDUSTRIAIS
Escritório Central
São Joaquim da Barra - SP
UNIDADE I UNIDADE IV
UNIDADE II UNIDADE V
09
3. NUTRIÇÃO NA CULTURA DA SOJA
3.1. INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, houve um aumento expressivo Entretanto, a partir do início do século XXI, houve uma
na produção da soja (Figura 1). Além do aumento na estagnação na produtividade da soja próxima de
área cultivada, ocorreu também um aumento 3.000 kg ha-1. Uma provável explicação para esse fato
expressivo na produtividade da cultura. No início da pode estar relacionada ao monocultivo da soja,
década de 1970, a produtividade da soja era de 1.438 ocasionando o agravamento da severidade das
kg ha-1 e no início do século XXI, atingiu 2.815 kg ha-1. pragas e doenças e a seleção de plantas daninhas
resistentes aos herbicidas. Além disso, o manejo
inadequado dos solos pode resultar em compactação,
causando uma série de problemas agravados com a
180 60 ocorrência dos frequentes veranicos.
Produtividade (sc ha-1)
160 Produção (milhões de t)
Área cultivada (milhões de ha) 50 A produtividade da cultura da soja ainda está muito
140 abaixo do potencial de produção atingido pela
120 117,0 40 pesquisa e por alguns produtores. Segundo
pesquisadores brasileiros, o potencial de
100
86,1 30 produtividade da cultura da soja situa-se entre 250 e
81,5
80 300 sc ha-1, bem acima da média nacional
60 20
(VENTIMIGLIA et al., 1999; PIRES et al., 2000;
52,0 MAEHLER et al., 2003; SARAIVA, 2004).
40
23,0 10
20 14,5 Com a constante elevação nos custos de produção, é
7,9
0 4,9 8,4 10,7 18,5 27,7 30,1 40,4 0
necessário que os produtores rurais adotem o manejo
1972 / 73 1982 / 83 1992 / 93 2002 / 03 2012 / 13 2014 / 15 2023 / 24 nutricional mais adequado às necessidades da
cultura, a fim de maximizar o potencial produtivo das
Figura 1. Área cultivada, produção e produtividade da soja a partir do
novas cultivares.
início da década de 70 (EMBRAPA, CONAB). Fonte: ABAG (2016).
10
3.2. NECESSIDADES NUTRICIONAIS DA SOJA
A absorção dos nutrientes pela soja é influenciada por O potássio, o enxofre e o fósforo são,
diversos fatores, dentre os quais as condições respectivamente, o segundo, o terceiro e o quarto
climáticas (precipitações pluviométricas e nutriente mais absorvidos pela cultura da soja. Cerca
temperatura), as diferenças genéticas entre as de 53% do K absorvido pela soja é exportado nos
cultivares, os tratos culturais e a disponibilidade dos grãos, havendo a necessidade da reposição desse
nutrientes no solo. nutriente para a manutenção do potencial produtivo
dos solos.
Na Tabela 1 encontram-se as quantidades dos
nutrientes extraídas e exportadas pela cultura da soja A necessidade de P pela soja é similar ao do S. Entre-
para a produção de 1 t de grãos. São informações tanto, a quantidade de P(P2O5) nas adubações é muito
fundamentais para a recomendação de adubação da superior devido a fixação do nutriente que ocorre com
cultura, pois quantificam as quantidades dos grande intensidade nos solos tropicais que são
nutrientes que devem ser adicionadas ao solo a cada altamente intemperizados contendo altos teores de
cultivo para a manutenção ou aumento da fertilidade sesquióxidos.
do solo e garantia do potencial produtivo da cultura.
Os micronutrientes são absorvidos em pequenas
O nitrogênio é o nutriente exigido em maior quantidades pela soja na ordem de g ha-1. Constituem
quantidade pela soja e é fornecido na sua maior parte cerca de 0,5% da massa seca das plantas. Entretanto,
pela fixação biológica do nitrogênio. Para a produção são tão importantes quanto os macronutrientes. Em
de 1 t de grãos de soja são necessários cerca de 83 kg relação aos micronutrientes, o cloro é o mais absorvi-
ha-1 de N. Cerca de 61% do N absorvido pela soja é do pela soja seguido pelo ferro, manganês, boro e
exportado nos grãos. Entretanto, o N residual que zinco.
permanece na palhada da soja é fundamental para o
fornecimento desse nutriente ao cultivo posterior.
Tabela 1. Quantidade extraída e exportada de nutrientes pela cultura da soja para uma produção de 1 t de grãos. Fonte: Sfredo (2008).
Partes da N P2O 5 K2 O Ca Mg S B Cl Cu Fe Mn Mo Zn
planta - - - - - - - - - - - - - - - - - - kg - - - - - - - - - - - - - - - - - ---------------------g----------------------
Grãos 51 10 20 3,0 2,0 5,4 20 237 10 70 30 5 40
% exportada 61 65 53 25 30 35 26 46 38 15 23 71 66
11
3.3. LEIS DA FERTILIDADE DO SOLO
Diversas leis ou princípios têm sido propostos para o das adubações são provenientes de três leis
estabelecimento de modelos matemáticos que fundamentais: Lei do Mínimo, Lei da Restituição e Lei
correlacionam o crescimento das plantas com os do Máximo e, duas derivações da Lei do Mínimo: Lei
nutrientes fornecidos nas adubações. Os princípios dos Incrementos Decrescentes e a Lei das Interações.
Baseia-se na necessidade de restituir ao solo, os sucessivos, como uma das prováveis explicações
nutrientes absorvidos e exportados pelas culturas, ou para a redução na produtividade das culturas.
seja, repor as quantidades dos nutrientes que não
foram reciclados, e aqueles que também foram Uma das limitações para a aplicação dessa lei nas
perdidos do solo por lixiviação, desnitrificação, regiões tropicais é a baixa fertilidade natural e a acidez
volatilização, erosão e fixação. excessiva de muitos solos. Portanto, num primeiro
momento, é necessário a correção das limitações
Essa lei leva em consideração o esgotamento dos nutricionais desses solos.
nutrientes dos solos em decorrência de cultivos
12
3.3.3. LEI DO MÁXIMO
0 10 20 30 40 50 60
Os fundamentos dessa lei são básicos para a análise
econômica de experimentos de adubação, ou seja, Nitrogênio aplicado (kg/ha)
cálculo da dose econômica. A produtividade máxima
econômica é aquela que proporciona maior lucro. Figura 3. Curva de resposta do algodão a doses crescentes de N
Normalmente, a dose econômica do nutriente situa-se (média de 15 ensaios). Fonte: Adaptada de Raij (2011).
entre 80 e 90% da produção máxima.
É uma derivação da Lei do Mínimo. Cada fator de culturas, pois ocorre uma interação entre eles. As
produção é tanto mais eficiente quando os outros interações entre os nutrientes podem ser
estão mais próximo do seu ponto ótimo. Esta lei classificadas em três grupos: antagonismo, inibição e
salienta que os fatores de produção devem ser sinergismo. Maiores informações, consulte o item 3.4.
considerados como parte do processo produtivo das
13
3.4. FATORES QUE AFETAM A DISPONIBILIDADE DOS NUTRIENTES ÀS PLANTAS
adequada
para a
maioria
das culturas A densidade do solo ou densidade aparente pode ser
definida como sendo a relação existente entre a
massa de uma amostra do solo seca a 110ºC e o
volume ocupado pelas partículas e espaços poros
(KIEHL, 1979).
Ferro, cobalto, cobre,
manganês, níquel e zinco
Alumínio A densidade do solo está intimamente relacionada
Molibdênio e cloro
com a estrutura e com a textura, e as alterações na
Fósforo
Nitrogênio, enxofre e boro densidade afetam acentuadamente a estruturação do
Potássio, cálcio e magnésio solo. De maneira geral, quanto maior a densidade,
5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 8,0
para solos com texturas semelhantes, mais compacto
pH em água
é o solo, menos definida é a sua estrutura e muito
Figura 4. Efeito do pH do solo na disponibilidade dos nutrientes e
menor o volume do espaço poroso (MEURER, 2007).
do alumínio trocável às plantas. Fonte: Adaptado de Instituto da
Potassa & Fosfato (1998).
14
3.4. FATORES QUE AFETAM A DISPONIBILIDADE DOS NUTRIENTES ÀS PLANTAS
As menores respostas das culturas à adubação, com aerados é causada por elevados níveis de etileno
os anos de cultivo, seriam, em boa parte, resultantes produzido pelas raízes (MARSCHNER, 1995 apud
da degradação das propriedades físicas dos solos, MEURER, 2007).
levando ao aumento de suas densidades e, como
consequência, à retenção com maior energia dos O comprimento das raízes de cinco espécies de
nutrientes pelo solo (NOVAIS; MELLO, 2007). plantas é reduzido pela compactação do solo (Tabela
2). Ocorre uma alteração na estrutura dos solos, com
O aumento da densidade do solo reduz a taxa de aumento na resistência à penetração das raízes,
difusão de O2 nos poros do solo e, consequentemente redução na porosidade total, na macroporosidade e
a respiração das raízes. Em muitas situações, a na infiltração de água.
inibição do crescimento das raízes em solos mal
Tabela 2. Comprimento das raízes de cinco espécies de plantas cultivadas em Latossolo, em vasos, submetidas a quatro níveis de compactação.
kg cm-2 -----------------------------------m-----------------------------------
15
3.4. FATORES QUE AFETAM A DISPONIBILIDADE DOS NUTRIENTES ÀS PLANTAS
16
3.4. FATORES QUE AFETAM A DISPONIBILIDADE DOS NUTRIENTES ÀS PLANTAS
Nitrogênio x enxofre hidratação, comparado aos íons Ca2+ e Mg2+ que são
divalentes (PRADO, 2008).
O N e o S são nutrientes fundamentais para a síntese
de aminoácidos e proteínas, e o suprimento A produtividade das culturas é maximizada pela
inadequado de um desses nutrientes ocasiona aplicação do Mg em solos com baixos teores desse
desequilíbrio nutricional, resultando na redução da nutriente e teores de K na faixa alta ou adequada
qualidade dos produtos agrícolas e da produtividade (MALAVOLTA, 1980).
das culturas. Portanto, o S é importante para o
incremento na produção de matéria seca e no teor de É amplamente conhecido o antagonismo entre Ca e
N proteico (PRADO, 2008). Mg na solução do solo, ou seja, o excesso de um
nutriente prejudica a absorção do outro (MOORE;
Nitrogênio x potássio OVERSTREET; JACOBSON, 1961).
17
3.4. FATORES QUE AFETAM A DISPONIBILIDADE DOS NUTRIENTES ÀS PLANTAS
Ocorre sinergismo entre P e Mg, ou seja, a absorção Existe uma grande variabilidade genética entre
do P é máxima em solos com teores adequados de plantas quanto à eficiência na absorção dos
Mg. O Mg é um carregador de P, como resultado da nutrientes do solo. As plantas exercem influência na
participação do Mg na ativação das ATPases da disponibilidade dos nutrientes. As raízes de genótipos
membrana responsáveis pela absorção iônica ou espécies eficientes na absorção de determinado
(MALAVOLTA, 2006). nutriente alteram a rizosfera de forma a aumentar a
disponibilidade dos nutrientes. Por exemplo, os
Cálcio x boro genótipos mais eficientes na absorção dos
micronutrientes catiônicos podem alteram a rizosfera
Uma elevada concentração de Ca na solução do solo por meio dos seguintes mecanismos:
diminui a absorção de B, sendo esta uma das
principais razões para a redução da disponibilidade a. Abaixamento do pH da rizosfera (excreção de
deste micronutrientes em solos com pH acima de 7,0. íons H+);
18
3.5. NUTRIENTES NO SOLO E NA SOJA
3.5.1. NITROGÊNIO (N)
O N destaca-se pelo acentuado dinamismo na Nos solos com acidez elevada há menor atividade dos
natureza, apresentando grande mobilidade no solo. microrganismos do solo, proporcionando menor
As reações químicas do N nos solos são mediadas mineralização do N orgânico.
por microrganismos. Portanto, é muito difícil mantê-lo
no solo em quantidades suficientes para atender as c. Funções do nitrogênio
necessidades das plantas.
O N é o nutriente responsável pelo desenvolvimento
O N do solo está predominantemente na forma vegetativo da soja.
orgânica, representando mais de 95% do N total.
Algumas formas ou frações do N tem meia vida de Atua na síntese de compostos nitrogenados
poucos dias, enquanto outras permanecem no solo (aminoácidos, proteínas, aminas, amidas,
por séculos (ácidos húmicos e humina). aminoaçúcares, purinas, pirimidinas e alcaloides).
19
3.5.2. FÓSFORO (P)
Várias propriedades do solo afetam a fixação de P, O P é um nutriente móvel no floema da soja. Portanto,
sendo as mais importantes: pH, textura, tipo e os sintomas de deficiência do P na soja ocorrem
quantidade de coloides (minerais de argilas e húmus) inicialmente nas folhas velhas.
e a quantidade de outros ânions que podem competir
com o íon fosfato pelos sítios de adsorção, como, por As folhas velhas da soja adquirem uma coloração
exemplo, sulfato e silicato. verde-escuro sem brilho. Ocorre redução no
crescimento, e as plantas se tornam raquíticas, com
A fixação do P é afetada pelo pH do solo (Figura 4). A folhas pequenas (Figura 7). Baixa inserção das vagens
maior disponibilidade de P ocorre na faixa de pH entre da soja.
6,0 a 6,5. Em solos ácidos, o P é precipitado pelos íons
Fe e Al e é adsorvido nos oxidróxidos de Fe e de Al A deficiência de P reduz o número e a eficiência dos
formando fosfatos pouco solúveis. Em solos nódulos na fixação simbiótica do nitrogênio.
alcalinos, a reação do P ocorre com o Ca formando o
fosfato tricálcio, com baixa solubilidade em água.
20
3.5.3. POTÁSSIO (K)
21
3.5.4. CÁLCIO (Ca)
c. Funções do cálcio
22
3.5.5. MAGNÉSIO (Mg)
Solos com desequilíbrio entre os cátions básicos As folhas mais velhas mostram clorose internerval
(altos teores de Ca2+ e/ou K+ e baixos teores de Mg2+) (amarelo-claro) e as nervuras permanecem com
apresentam redução na disponibilidade do Mg à coloração verde-pálido (Figura 11).
cultura da soja.
A deficiência de Mg reduz a fotossíntese da soja
A saturação por magnésio mais adequada à cultura causando diminuição da síntese dos fotoassimilados
da soja em solos com CTC menor que 80 mmolc dm-3 e comprometendo a produtividade da cultura.
situa-se na faixa de 13 a 18%. Nos solos com CTC
maior que 80 mmolc dm-3, a saturação por magnésio Ocorre redução no desenvolvimento do sistema
mais adequada é de 13 a 20%. radicular.
23
3.5.6. ENXOFRE (S)
Além disso, o sulfato é lixiviado de forma similar ao N, Está envolvido na síntese de óleos e gordura.
acumulando-se nas camadas mais profundas do solo
e reduzindo a sua disponibilidade à cultura da soja. Participa na fixação biológica do nitrogênio por meio
da ativação da nitrogenase.
Nas últimas décadas, houve aumento na incidência da
deficiência de S na soja devido à utilização de d. Sintomas de deficiência de enxofre
fertilizantes com alta concentração de N, P e K e
baixos teores de S. O S é um nutriente com baixa mobilidade no floema da
soja. Portanto, os sintomas de deficiência do S
O fluxo de massa é o principal mecanismo de ocorrem inicialmente nas folhas mais novas da soja.
transporte de S às raízes da soja, sendo absorvido na
forma iônica de sulfato (SO42-). As plantas também Ocorre clorose geral das folhas novas, incluindo as
absorvem o S na forma gasosa (SO2) e na forma de nervuras, que de verde-pálido passam a amarelo,
aminoácidos contendo S (cistina, cisteína e similar ao sintoma de deficiência de N (Figura 12).
metionina).
Há redução no porte e no florescimento da soja.
b. Fatores que afetam à disponibilidade de enxofre
O caule torna-se delgado e fraco e as plantas ficam
A principal fonte natural de S é a matéria orgânica, e os muito susceptíveis ao acamamento.
fatores que afetam a sua dinâmica nos solos
influenciam na disponibilidade deste nutriente à
cultura da soja.
24
3.5.7. BORO (B)
As secas prolongadas reduzem a disponibilidade do B Ocorre amarelecimento das pontas e margens das
e podem induzir deficiência nas culturas. Ocorre folhas, seguido de necrose progressiva. As folhas têm
menor decomposição da matéria orgânica, principal queda precoce e ocorre morte das raízes das plantas
fonte natural de B nos solos tropicais. Além disso, há (Figura 14).
também redução no crescimento das raízes das
plantas, limitando a sua capacidade de absorção de B
do solo.
c. Funções do boro
25
3.5.8. COBALTO (Co)
a. Cobalto no solo
O Co é um elemento químico benéfico à cultura da O Co, quando aplicado em altas doses das sementes
soja. É essencial para a fixação biológica do de soja (acima de 3 g ha-1), inibe a absorção de Fe.
nitrogênio. Participa da síntese da cobalamida e da
vitamina B12, necessária a síntese da O sintoma de clorose generalizada é característico da
leghemoglobina, que determina a atividade dos deficiência de Fe, induzida pelo excesso de Co. A
nódulos localizados nas raízes da soja. recuperação da soja é rápida e não ocorre redução na
produtividade da cultura (Figura 16).
d. Sintomas de deficiência de cobalto
26
3.5.9. COBRE (Cu)
O teor total de Cu nos solos é influenciado pelo O Cu é um micronutriente com baixa mobilidade no
material de origem e pelo processo de formação dos floema das plantas. Portanto, os sintomas de
solos. Os solos derivados de rochas ígneas básicas deficiência do Cu na soja ocorrem inicialmente nas
(Latossolo Roxo e Latossolo Vermelho-Escuro) folhas mais novas.
possuem os maiores teores totais de Cu, enquanto os
solos derivados de arenitos e demais sedimentos A deficiência de Cu na soja causa redução no
arenosos possuem os menores teores do nutriente. crescimento das plantas. As folhas mais novas
adquirem coloração verde-acinzentada ou
A difusão é o principal mecanismo de transporte do verde-azulada (Figura 17). Ocorre redução no
Cu às raízes da soja, sendo absorvido na forma iônica crescimento das plantas pelo encurtamento dos
de Cu2+. internódios.
27
3.5.10. FERRO (Fe)
O teor de Fe disponível nos solos é controlado pelas As folhas novas apresentam variados graus de
reações redox. Os ambientes redutores (alto teor de clorose internerval, a qual caminha da ponta para a
umidade) possuem teores elevados do íon Fe2+ na base das folhas da soja. Não ocorre murchamento
solução do solo, forma disponível às plantas. das folhas.
Em ambientes oxidantes (baixo teor de umidade), o íon Com o agravamento da deficiência do Fe, as plantas
Fe2+ é oxidado ao íon Fe3+, diminuindo sua tornam-se cloróticas ou esbranquiçadas (Figura 19).
disponibilidade às plantas.
Em casos graves de deficiência de Fe, ocorre necrose
A difusão é o principal mecanismo de transporte do Fe e queda das folhas, podendo chegar ao
às raízes da soja, sendo absorvido na forma iônica de desfolhamento total.
Fe2+.
Os solos com alto teor de fósforo podem induzir e. Sintomas de toxicidade de ferro
deficiência de Fe na soja.
Devido à rápida conversão de Fe solúvel (Fe2+) em Fe
c. Funções do ferro insolúvel (Fe3+), é raro toxicidade de Fe nas plantas.
28
3.5.11. MANGANÊS (Mn)
a. Manganês no solo
Atua nos processos de oxirredução no transporte de
O teor total de Mn nos solos é influenciado pelo mate- elétrons na fotossíntese.
rial de origem e pelo processo de formação dos solos.
Os solos derivados de rochas ígneas básicas (Latos- Participa da reação da fotólise da água no fotossiste-
solo Roxo e Latossolo Vermelho-Escuro) possuem os ma II, na formação da clorofila e na formação, multipli-
maiores teores totais de Mn, enquanto os solos cação e funcionamento dos cloroplastos. Desem-
derivados de arenitos e demais sedimentos arenosos penha papel fundamental na respiração das plantas,
possuem os menores teores de Mn. bem como em diversas reações no ciclo de Krebs.
c. Funções de manganês
É ativador de várias enzimas, tais como descarboxi- Figura 20. Deficiência do manganês em soja.
Crédito da foto: Biosoja (2016).
lases, hidrolases, fosfoquinases e fosfotransferase.
Muitas dessas enzimas estão envolvidas no metabo-
lismo do carbono e nitrogênio.
29
3.5.12. MOLIBDÊNIO (Mo)
c. Funções do molibdênio
30
3.5.13. NÍQUEL (Ni)
Altos teores de Ca, Mg, Cu, Fe, Mn e Zn nos solos d. Sintomas de deficiência do níquel
inibem a absorção de Ni pela soja. Altas doses de
fertilizantes fosfatados ou altos teores de P nos solos Há poucas informações sobre a redistribuição do Ni
reduzem a disponibilidade do Ni às plantas. Doses nas plantas. Há pesquisadores que consideram o Ni
excessivas de N reduzem a disponibilidade de Ni às pouco móvel no floema, enquanto outros, atribuem
plantas. O glifosato complexa o Ni nos solos, uma mobilidade intermediária.
reduzindo a sua disponibilidade às plantas.
Os sintomas de deficiência de Ni caracterizam-se pelo
c. Funções do níquel acúmulo de teores tóxicos de ureia nos tecidos
vegetais, provocando necrose na extremidade das
O Ni atua na fixação biológica do nitrogênio. É folhas e folíolos em virtude da baixa atividade da
constituinte da enzima hidrogenase, presente em urease. Os sintomas de deficiência de Ni são mais
bacterióides nos nódulos de Rhizobium e nítidos em plantas dependentes da fixação biológica
Bradyrhizobium. Essa enzima exerce um papel do nitrogênio (Figura 22).
importante, reprocessassando o hidrogênio (H2) em
energia que será utilizada na nitrogenase,
favorecendo a fixação biológica do nitrogênio.
31
3.5.14. ZINCO (Zn)
O teor total de Zn nos solos é influenciado pelo O Zn é um micronutriente com baixa mobilidade no
material de origem e pelo processo de formação dos floema da soja. Portanto, os sintomas de deficiência
solos. Os solos derivados de rochas ígneas básicas do Zn ocorrem inicialmente nas folhas mais novas da
(Latossolo Roxo e Latossolo Vermelho-Escuro) soja.
possuem os teores mais elevados de Zn, enquanto os
solos derivados de sedimentos arenosos apresentam As folhas novas são pequenas, estreitas e alongadas,
os menores teores. com áreas cloróticas entre as nervuras, que
permanecem verdes (Figura 23).
A difusão é o principal mecanismo de transporte do
Zn às raízes da soja, sendo absorvido na forma iônica Ocorre encurtamento dos internódios da soja.
de Zn2+.
c. Funções do zinco
32
4. AVALIAÇÃO DA DISPONIBILIDADE DOS NUTRIENTES NO SOLO
4.1. INTRODUÇÃO
O manejo nutricional sustentável da cultura da soja lavouras de soja e realizar os ajustes necessários no
deve levar em consideração os teores dos nutrientes manejo nutricional da cultura.
nos solos, avaliados por meio da análise de solo. A
determinação dos teores dos nutrientes nos solos é a O histórico do manejo nutricional também deve ser
etapa inicial para a tomada de decisão quanto à levado em consideração na interpretação das
utilização de corretivos, condicionadores e análises de solo e foliares.
fertilizantes.
De maneira geral, as maiores probabilidades de
A amostragem do solo deve representar, com a maior respostas dos nutrientes ocorrem em solos com baixa
fidelidade possível, um determinado talhão ou gleba. fertilidade natural (solos sob vegetação de cerrado) e
Normalmente, os solos são heterogêneos, tanto no em áreas degradadas. Além disso, os solos
sentido vertical como horizontal, devido aos fatores inicialmente com boa fertilidade natural, mas que não
de formação dos solos (material de origem, clima, receberam a reposição adequada dos nutrientes
topografia, organismos, vegetação e tempo) e à exportados em sucessivos cultivos, tendem a
aplicação de corretivos agrícolas e fertilizantes. responder à aplicação dos fertilizantes.
33
4.2. AMOSTRAGEM DOS SOLOS EM SISTEMA DE PLANTIO DIRETO (SPD)
LINHAS DE
ADUBO
BALDE DE SACO DE
20 LITROS PLÁSTICO
As tabelas para interpretação dos resultados da análise de solo nas principais regiões agrícolas produtoras de
soja no Brasil encontram-se no anexo.
34
5. AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DA SOJA
5.1. INTRODUÇÃO
Além da análise de solo para o monitoramento da Basicamente, a diagnose foliar consiste na análise
fertilidade dos solos e recomendações dos corretivos química de determinadas folhas da soja, amostradas
agrícolas, condicionadores e fertilizantes de solo e em fases fenológicas pré-estabelecidas e
foliares, o produtor precisa realizar o monitoramento interpretadas conforme parâmetros pré-determinados
do estado nutricional da soja por meio da diagnose ou pela pesquisa agrícola.
análise foliar.
35
6. PRODUTOS BIOSOJA PARA SOJA
6.1. DESSECAÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS
Natureza física
• Fluido
Recomendação de uso
Época da aplicação Dose por aplicação
Dessecação das plantas daninhas 0,5 L 100 L-1 de água
Objetivo Avaliação
Verificar a eficiência agronômica do Fertilis® Nitroflex A avaliação do ensaio de campo foi realizada 16 dias
na dessecação das plantas daninhas. após a dessecação das plantas daninhas (Figura 25).
Local Conclusão
Unaí, MG O Fertilis® Nitroflex melhorou o controle das plantas
daninhas.
Tratamento
• Tratamento 1. Padrão da propriedade
• Tratamento 2. Programa Biosoja (0,5 L ha-1 do
Fertilis® Nitroflex ou 0,33% da calda de pulverização)
Padrão da Programa
propriedade Biosoja
Figura 25. Efeito do Fertilis® Nitroflex na dessecação das plantas daninhas. Crédito da foto: Ricardo Froes e Eder de Paula Guirau (2009).
36
6.1.2. POLIFLEX®
Embalagens
• Fardos com 12 unidades de 1 L
• Fardos com 4 unidades de 5 L
pH da calda de pulverização
pH 8,0
pH 4,6
Cátion Cátion
Figura 26A. Efeito do Poliflex® na redução do pH da calda de Figura 27. Esquema da complexação dos cátions da água pelo
pulverização. Crédito: Biosoja (2014). Poliflex®.
37
6.1.2. POLIFLEX®
Testemunha Poliflex®
(50 mL 100 L-1 de água)
Recomendação de uso
Época da aplicação Dose por aplicação 1/ 2/
Observação
O Poliflex® também pode ser utilizado em águas com pH na faixa alcalina. Ajustar a dose do produto para reduzir o
pH da calda de pulverização para a faixa mais adequada aos produtos da Biosoja.
38
6.2. ADUBAÇÃO DE SOLO
6.2.1. FERTIUM®
Condicionador de solos com altos teores de carbono • Aumenta a capacidade de retenção de água (CRA)
orgânico total (COT) proveniente da humificação dos dos solos, tornando as plantas mais tolerantes aos
materiais orgânicos ao longo de milhares de anos. veranicos;
• Aumenta a capacidade germinativa das sementes de • Modo de aplicação: A lanço, em área total
soja;
• Dose: 500 a 1.000 kg ha-1
• Estimula o desenvolvimento radicular da soja, pro-
porcionando maior absorção de água e nutrientes;
Observações
• Aumenta o teor de clorofila na soja;
O Fertium® é compatível com a grande maioria dos
• Maior resistência da soja aos estresses ambientais, fertilizantes minerais.
tais como estresse hídrico e variações bruscas na
temperatura, e os causados pelos defensivos Entretanto, deve-se evitar a mistura do Fertium® com
agrícolas; fertilizantes que possuem grande capacidade de
absorção de umidade do ar, tais como os fertilizantes
• Maior desenvolvimento vegetativo da soja; minerais nitrogenados (nitrato de amônio, nitrato de
cálcio e ureia) e os formulados nitrogenados
• Maior produtividade da soja. contendo esses fertilizantes.
• Aumenta a capacidade de troca catiônica (CTC) dos Conversão do COT em matéria orgânica:
solos reduzindo as perdas dos nutrientes catiônicos COT x 1,724
por lixiviação, tais como potássio, cálcio e magnésio;
39
6.2.2. FERTIUM® PHÓS
Figura 29. Aplicação do Fertium® Phós em área total, a lanço, com esparramadora de calcário. Crédito da foto: Biosoja.
40
Boro 10
Natureza física
• Sólido (farelado e granulado) Observações
O Gran Boro 10 pode ser aplicado no sulco de plantio
Embalagens da soja. Em solos com baixos teores de B, a dose
• Sacaria lisa de 25 kg máxima de Gran Boro 10 em solos arenosos e
• Big bag (1t) argilosos é de 5 e 7 kg ha-1, respectivamente.
+5,9 (10,5%)
64
60
sc ha-1
62,2
56
56,3
52
41
Boro Mag
42
Cobre Super
Fertilizante mineral misto, fluido, em suspensão, com • Fonte de Cu com menor solubilidade em água.
alta concentração de cobre, para uso no solo. Cada Menor reação química com os demais fertilizantes
litro do NHT® Cobre Super contém 400 g de Cu. O utilizados nas caldas de pulverização;
NHT® Cobre Super é produzido a partir de carbonato
de cobre. • Liberação gradativa de Cu à cultura da soja. A acidez
das plantas ataca, de forma lenta e gradual, o
Produto ideal para a correção ou prevenção da carbonato de cobre, liberando o nutriente
deficiência de Cu na cultura da soja cultivada em solos gradativamente à cultura da soja.
com baixo teor do nutriente ou induzida em solos com
alto pH e altos teores de matéria orgânica.
Observações
Garantias (p/p) - % Em lavouras de soja cultivadas em solos contendo
• Nitrogênio (N total): 1% (16 g L-1) baixo teor de Cu, saturação por bases acima da faixa
• Cobre (Cu total): 25% (400 g L-1) adequada e alto teor de matéria orgânica, realizar
• Cobre (Cu solúvel em CNA+água): 15% (240 g L-1) pelos menos três aplicações de NHT® Cobre Super.
• Densidade: 1,60 g mL-1
Dentre os micronutrientes catiônicos, o Cu é àquele
pH do produto tem a maior afinidade química com as substâncias
• 8 a 11 húmicas provenientes da humificação da matéria
orgânica.
Natureza física
• Fluido A aplicação do NHT® Cobre Super entre o final da
florada (R3) e início da formação das vagens (R4) não
Embalagens substitui as aplicações da fase vegetativa da soja (V3
• Fardos com 12 unidades de 1 L a V5 e V6 a V8).
• Fardos com 4 unidades de 5 L
Evitar a aplicação do NHT® Cobre Super com
Benefícios fertilizantes de reação ácida.
• Produto ideal para o fornecimento de Cu à cultura da
soja;
Recomendação de uso
43
Manganês +
Fertilizante mineral misto, fluido, em suspensão, com • Baixo índice salino (IS). Baixa probabilidade de
alta concentração de manganês, para uso no solo. fitotoxicidade na cultura da soja e pouco dano
Cada litro do NHT® Manganês + contém 437,5 g de (corrosão) nos equipamentos de aplicação;
Mn. O NHT® Manganês + é produzido a partir de
carbonato de manganês. • Fonte de Mn com menor solubilidade em água.
Menor reação química com os demais fertilizantes
Produto ideal para a correção ou prevenção da utilizados nas caldas de pulverização;
deficiência de Mn na cultura da soja cultivada em
solos com baixo teor do nutriente ou induzida em • Liberação gradativa de Mn à cultura da soja. A acidez
solos com alto pH e altos teores de matéria orgânica. das plantas ataca, de forma lenta e gradual, o
carbonato de manganês, liberando o nutriente
Garantias (p/p) - % gradativamente à cultura da soja.
• Nitrogênio (N total): 1% (17,5 g L-1)
• Manganês (Mn total): 25% (437,5 g L-1)
• Manganês (Mn solúvel em CNA+água): 15% (262,5 g Observações
L-1) Em lavouras de soja cultivadas em solos contendo
• Densidade: 1,75 g mL-1 baixo teor de Mn, saturação por bases acima da faixa
adequada e alto teor de matéria orgânica, realizar
pH do produto pelos menos três aplicações de NHT® Manganês +.
• 8 a 11
A aplicação do NHT® Manganês + entre o final da
Natureza física florada (R3) e início da formação das vagens (R4) não
• Fluido substitui as aplicações da fase vegetativa da soja (V3
a V5 e V6 a V8).
Embalagens
• Fardos com 12 unidades de 1 L Evitar a aplicação do NHT® Manganês + com fertili-
• Fardos com 4 unidades de 5 L zantes de reação ácida.
Benefícios
• Produto ideal para o fornecimento de Mn à cultura da
soja;
Recomendação de uso
44
Super S
51,6
40
42,3
30
45
Zinco
Fertilizante mineral misto, fluido, em suspensão, com • Fonte de Zn com menor solubilidade em água.
alta concentração de zinco, para uso no solo. Cada Menor reação química com os demais fertilizantes
litro do NHT® Zinco contém 1.015 g de Zn. O NHT® utilizados nas caldas de pulverização;
Zinco é produzido a partir de óxido de zinco.
• Liberação gradativa de Zn à cultura da soja. A acidez
Produto ideal para a correção ou prevenção da das plantas ataca, de forma lenta e gradual, o óxido de
deficiência de Zn na cultura da soja cultivada em solos zinco, liberando o nutriente gradativamente à cultura
com baixo teor do nutriente ou induzida em solos com da soja.
alto pH.
Recomendação de uso
46
6.3. INOCULAÇÃO E FERTILIZAÇÃO DAS SEMENTES
6.3.1. BIOENERGY®
Recomendação de uso
+4,57 (7%)
70
69,86
65
sc ha-1
60
65,29
55
Testemunha BIOENERGY®
(2 mL kg-1 de semente)
47
10 MAX
6.3.2. BIOMAX 10 e MAX PROTECTION
®
BIOMAX PROTECTION
É o mais novo inoculante da Biosoja. Possui em sua É um aditivo utilizado na inoculação das sementes de
formulação, soluções estabilizantes que garantem soja.
uma altíssima concentração de bactérias fixadoras de
nitrogênio (Bradyrhizobium spp) à cultura da soja. Garante maior proteção e aderência das bactérias às
sementes de soja, promovendo maior eficiência da
Uma dose do Biomax® 10 fornece 2.000.000 unidades fixação biológica do nitrogênio.
formadoras de colônias (UFC) por semente de soja
(250.000 sementes de soja ha-1). Possui compostos orgânicos que são fontes de
energia às bactérias, garantindo altas concentrações
Garantias (p/p) - % de bactérias fixadoras de nitrogênio e potencializando
• 1 x 1010 UFC mL-1 a fixação biológica do nitrogênio.
Estirpes Embalagem
• Semia 5079 e Semia 5080 Caixa de papelão com 120 doses (4 bags de 1,8 L)
Benefícios
• Possibilita um número elevado de células
bacterianas nas sementes, garantindo nodulação
completa e eficiente.
Recomendações de uso
48
Premium
Soja
6.3.3. BIOMAX PREMIUM SOJA
®
BIOMAX
Inoculantes com alta concentração de unidades formadoras de colônias (UFC) de bactérias fixadoras de nitrogênio
destinados à cultura da soja. São produzidos nas formulações líquida e turfosa.
Inoculante líquido com alta concentração de unidades Inoculante turfoso com alta concentração de
formadoras de colônias (UFC) de bactérias fixadoras unidades formadoras de colônias (UFC) de bactérias
de nitrogênio à cultura da soja. fixadoras de nitrogênio à cultura da soja.
Garantias Garantias
• 6 x 109 UFC mL-1 • 7,2 x 109 UFC g-1
Estirpes Estirpes
• Semia 5079 e Semia 5080 • Semia 5079 e Semia 5080
Embalagem Embalagem
• Caixa de papelão com 120 doses (5 bags de 1,8 L) • Caixa de papelão com 120 doses (24 pacotes de 300 g)
Benefícios Benefícios
• Formulado com soluções estabilizantes, eficiente • Produzido com turfa importada do Canadá, isenta de
em manter viáveis e efetivas as estirpes das bactérias materiais abrasivos.
fixadoras de nitrogênio, proporcionando alta
aderência do produto nas sementes da soja. • Permite utilização segura sem causar desgastes e
incrustações nos discos das plantadeiras ou outros
Recomendações de uso equipamentos destinados à aplicação de inoculantes.
Observações
Evitar o uso exclusivo do Biomax® Premium Soja Líquido em solos recém-cultivados com soja. Nesta condição de
cultivo, utilizar na inoculação das semestes de soja, pelo menos 2 doses do Biomax® Premium Turfa Soja (0,12 kg)
e 1 dose do Biomax® 10 (50 mL).
49
BioCoMo
Natureza física 72
• Fluido
sc ha-1
Embalagens 72,1
68
• Fardos com 12 unidades de 1 L
• Fardos com 4 unidades de 5 L 66,5
64
Recomendação de uso
Observação
O NHT® BioCoMo pode ser também aplicado em pulverizações foliares na cultura da soja.
Adubação foliar entre o 25º e 30º dia após 0,12 a 0,24 L ha-1
a emergência da soja (V3 a V5)
50
CoMo
1.200.000 12
UFC sementes de soja-1
800.000 9
10,9
nº nódulos soja-1
966.667
8,8
400.000 6
513.333
5,4
8.667
0 3
Inoculante Inoculante
Inoculante + CoMo convencional Inoculante + CoMo convencional
Inoculante + NHT® CoMo Inoculante + NHT® CoMo
Recomendação de uso
Época de aplicação Dose por aplicação
25 a 50 mL para a quantidade de sementes
Fertilização das sementes de soja recomendada para o plantio de 1 ha
Observação
O NHT® CoMo pode ser também aplicado em pulverizações foliares na cultura da soja.
Época de aplicação Dose por aplicação
Adubação foliar entre o 25º e 30º dia após
50 a 100 mL ha-1
a emergência da soja (V3 a V5)
O volume da calda de pulverização varia de 50 a 150 L ha-1
51
Gold
NODULUS
70
sc ha-1
72,9
66
69,5 70,8
67,4
62
Testemunha
Nodulus® Gold (via sementes) - 1 mL kg de semente-1
Nodulus® Gold (via foliar) - 0,20 L ha-1
Nodulus® Gold Nodulus® Premium 125 Nodulus® Gold (via foliar) - 0,30 L ha-1
Figura 38. Efeito do Nodulus® Gold no enraizamento da soja (safra Figura 39. Efeito do Nodulus® Gold aplicado via sementes e foliar no
2011/2012). Crédito da foto: Waldech CaetanoTelles Júnior (2012). estádio V3 na produtividade da cultura da soja. Crédito: Biosoja (2016).
Recomendação de uso
Época de aplicação Dose por aplicação
0,10 a 0,20 L para a quantidade de sementes
Fertilização das sementes de soja recomendada para o plantio de 1 ha
Observação
O Nodulus Gold® pode ser também aplicado em pulverizações foliares na cultura da soja.
Época de aplicação Dose por aplicação
Adubação foliar entre o 25º e 30º dia após
0,17 a 0,35 L ha-1
a emergência da soja (V3 a V5)
O volume da calda de pulverização varia de 50 a 150 L ha-1
52
Premium
NODULUS
Fertilizantes fluidos, fonte de cobalto e molibdênio à cultura da soja. Podem ser aplicados na fertilização das
sementes e/ou em pulverizações foliares na fase vegetativa da soja.
Produtos e garantias
Garantias
EC IS
Produto Co Mo Co Mo d pH
- - - - - % (p/p) - - - - - - - - - - - g L -1 - - - - - - g mL-1 mS cm-1 %
Nodulus Premium 135
®
1/1 10 / 10 13,5 / 13,5 135 / 135 1,35 5,5 a 7,0 45,55 22,76
Recomendação de uso
Produto Época de aplicação 1/ Dose por aplicação
Observação
O Nodulus® Premium pode ser também aplicado em pulverizações foliares na cultura da soja.
Nodulus® Premium 210 Adubação foliar entre o 25º e o 30º dia 0,12 a 0,24 L ha-1
após a emergência da soja (V3 a V5)
53
6.4. ADUBAÇÃO NO SULCO DE PLANTIO
6.4.1. FERTIUM® LÍQUIDO PREMIUM Fertilizante Organomineral
Fertilizante organomineral fluido, Classe A, com altos temperatura, e os causados pelos defensivos agríco-
teores de carbono orgânico total. Cada litro de las;
Fertium® Líquido Premium contém 18,60 g de nitrogê-
nio, 55,80 g de potássio e 210,80 g de carbono orgâni- • Maior desenvolvimento vegetativo da soja;
co total.
• Maior produtividade da soja.
O Fertium® Líquido Premium é produzido com leonar-
dita de origem norte-americana. b. Benefícios nos solos
Produto ideal para o fornecimento de substâncias • Aumenta a capacidade de troca catiônica (CTC) dos
húmicas no sulco de plantio da soja. solos, reduzindo as perdas dos nutrientes catiônicos
por lixiviação, tais como potássio, cálcio e magnésio;
Garantias (p/p) - %
• Nitrogênio (N): 1,5% (18,60 g L-1) • Aumenta a capacidade de retenção de água (CRA)
• Potássio (K2O): 4,5% (55,80 g L-1) dos solos, tornando as plantas mais tolerantes aos
• Carbono orgânico total (COT): 17% (210,80 g L-1) veranicos;
• Densidade: 1,24 g mL-1
• Índice salino (IS): 22,2% • Neutraliza as substâncias tóxicas nos solos, tais
• Condutividade elétrica (CE): 37 mS cm-1 como alumínio e metais pesados (cádmio, chumbo,
cromo e selênio) pela formação de complexos orgâni-
pH do produto cos, com alta estabilidade química;
• 6,0 a 8,0
• Reduz a salinidade dos solos provocada pelo acúmu-
Natureza física lo de sódio proveniente de determinados fertilizantes
• Fluido minerais e/ou em solos naturalmente salinos
(Semi-Árido Nordestino);
Embalagens
• Fardos com 12 unidades de 1 L • Aumenta a disponibilidade do P às plantas com a
• Fardos com 4 unidades de 5 L redução da fixação deste nutriente por meio da
• Bombonas de 25 L complexação dos óxidos de ferro e alumínio dos solos
e liberação de parte do fósforo anteriormente adsorvi-
Benefícios do pela fração mineral;
As substâncias húmicas do Fertium® Líquido Premi- • Estimula a atividade dos microrganismos benéficos
um proporcionam uma série de benefícios às plantas às plantas fornecendo substâncias húmicas, ácidos
e aos solos. A princípio, os benefícios do Fertium® orgânicos e outros compostos que servem de fonte
Líquido Premium são mais evidentes nas plantas. de energia e de nutrientes.
54
Cálcio Max
Natureza física
• Fluido Época de aplicação Dose por aplicação
Objetivo: Determinar o efeito do NHT® Cálcio Max na Objetivo: Efeito do NHT® Cálcio Max na produtividade
produti- vidade da soja, quando aplicado no sulco de da soja, quando aplicado no sulco de plantio.
plantio.
Tratamentos
Tratamentos • Tratamento 1. Testemunha
• Tratamento 1. Testemunha • Tratamento 2. NHT® Cálcio Max (2 L ha-1)
• Tratamento 2. NHT® Cálcio Max (1 L ha-1)
Local: Bela Vista de Goiás/GO
Local: São João da Aliança/GO (área recém-aberta para o cultivo de soja)
(solo com saturação por bases corrigida)
sc ha-1
50 45
49,0
62,1 46,8
55,3
25 30
Figura 40. Efeito do NHT® Cálcio Max na produtividade da soja. Figura 41. Efeito do NHT® Cálcio Max na produtividade da soja.
Fertilizante aplicado no sulco de plantio, em área corrigida. Fertilizante aplicado no sulco de plantio, em área de abertura.
Crédito: Biosoja (2013). Crédito: Biosoja (2013).
55
Magnésio
56
6.5. ADUBAÇÃO FOLIAR
Extra
70
sc ha-1
sc ha-1
50
64
69,4 72,0 55,3
63,5 47,9
58 40
Testemunha Mega K Full BIOAMINO® EXTRA Testemunha BIOAMINO® EXTRA
+ Mega K Full (0,5 L ha-1)
Figura 42. Efeito do Bioamino Extra e associado com o Mega® K Full Figura 43. Efeito do Bioamino® Extra na produtividade da cultura do
aplicado via foliar no estádio R5.1 na produtividade da cultura da feijoeiro. Fertilizante foliar aplicado na fase reprodutiva (R7 - início da
soja. Crédito: Biosoja (2013). formação das vagens) em Paracatu/MG. Crédito: Biosoja (2013).
Observações
• Não aplicar o Bioamino® Extra com os produtos que causam fitotoxicidade na cultura da soja.
• Evitar a aplicação do Bioamino® Extra no final da fase vegetativa e início do florescimento da soja. Aplicar nesta
fase da soja somente em lavouras com pequeno desenvolvimento vegetativo.
57
Premium
64 63,5
62 61,8
61,2
60
58
Figura 44. Efeito de fertilizantes fornecedores de carbono orgânico total (COT) na produtividade da cultura da soja. Crédito: Biosoja (2016).
Observações
• Não aplicar o Bioamino® Premium com os produtos que causam fitotoxicidade na cultura da soja.
• Evitar a aplicação do Bioamino® Premium no final da fase vegetativa e início do florescimento da soja. Aplicar
nesta fase da soja somente em lavouras com pequeno desenvolvimento vegetativo.
• Não aplicar o Bioamino® Premium com o Mega K, Fertilis® Boro e demais fertilizantes com reação alcalina.
58
6.5.3. BIOENERGY®
Recomendação de uso
Observação
• Os melhores resultados com o Bioenergy® são obtidos com a aplicação do produto em mais de um estádio
fenológico da soja. Portanto, o uso do Bioenergy® deve ser feito em pelo menos duas fases fenológicas da soja
conforme descrito acima.
59
Express
Recomendação de uso
Observações
• Em lavouras de soja cultivadas em solos contendo baixos teores de Mn, saturação por bases acima da faixa
adequada e altos teores de matéria orgânica, realizar pelo menos três aplicações foliares do Complet Express.
• A aplicação de Complet Express entre o final da florada (R3) e o início da formação das vagens da soja (R4), não
substitui as aplicações nas fases vegetativas da soja (V3 a V5 e V6 a V8).
• Em volumes de caldas menores que 100 L ha-1, a dose máxima do Complet Express por aplicação é 1,5 L ha-1.
• Não aplicar o Complet Express com o Mega K, Fertilis® Boro e demais fertilizantes com reação alcalina.
60
6.5.5. EXPRESS
Recomendação de uso
Observações
• Em lavouras de soja cultivadas em solos contendo baixos teores de Mn, saturação por bases acima da faixa
adequada e altos teores de matéria orgânica, realizar pelo menos três aplicações foliares do Express.
• A aplicação do Express entre o final da florada (R3) e o início da formação das vagens da soja (R4), não substitui
as aplicações nas fases vegetativas da soja (V3 a V5 e V6 a V8).
• Em volumes de caldas menores que 100 L ha-1, a dose máxima do Express por aplicação é 1,5 L ha-1.
• Não aplicar o Express com o Mega K, Fertilis® Boro e demais fertilizantes com reação alcalina.
61
MOL
Recomendação de uso
Realizar uma aplicação foliar na fase vegetativa da soja (V3 a V5) 0,12 a 0,24 L ha-1
Observação
• O Fertilis® Mol pode ser utilizado na fertilização das sementes na dose de 60 a 120 mL para a quantidade de
sementes de soja recomendada para o plantio de 1 ha.
62
Nitro Magnésio
Recomendação de uso
Observações
• Em lavouras de soja cultivadas em solos contendo baixos teores de Mg, saturação por magnésio e relação Mg/K
no solo abaixo da faixa adequada, realizar as duas pulverizações foliares com a maior dose do Fertilis® Nitro Magné-
sio.
• A aplicação do Fertilis® Nitro Magnésio não substitui o fornecimento de Mg no solo (calcário dolomítico e/ou Gran
Magnésio 30).
• Não aplicar o Fertilis® Nitro Magnésio com o Mega K, Fertilis® Boro e demais fertilizantes com reação alcalina.
63
Phitopress
Linha de fertilizantes foliares fornecedores de fósforo, potássio, cobre e manganês à cultura da soja. Contém
ácido fosforoso que em meio aquoso, produz os íons fosfitos.
Produtos e garantias
Garantias (p/p) - %
Produtos d (g mL-1) pH
P2O5 K2O Cu Mn
Recomendação de uso
a. Phitopress Cobre
Realizar três aplicações foliares, sendo a primeira entre o V3 a V4, a segunda antes
0,5 a 1,0 L ha-1
do florescimento (V6 a V8) e a terceira no início da formação das vagens (R4)
O volume da calda de pulverização varia de 50 a 150 L ha-1.
Realizar três aplicações foliares, sendo a primeira entre o V3 a V4, a segunda antes
0,5 a 1,0 L ha-1
do florescimento (V6 a V8) e a terceira no início da formação das vagens (R4)
O volume da calda de pulverização varia de 50 a 150 L ha-1.
c. Phitopress Manganês
Realizar três aplicações foliares, sendo a primeira entre o V3 a V4, a segunda antes
0,5 a 1,0 L ha-1
do florescimento (V6 a V8) e a terceira no início da formação das vagens (R4)
O volume da calda de pulverização varia de 50 a 150 L ha-1.
Observação:
Em misturas com óleos ou produtos oleosos, utilizar a menor dose do Phitopress Cobre e Phitopress Manganês.
64
L Forte
6.5.9. L FORTE®
Recomendação de uso
Observação
• Sempre utilize o L Forte® no término das pulverizações foliares.
65
Mega K
6.5.10. MEGA K
MACRO
Recomendação de uso
66
Mega K
Full
6.5.11. MEGA K FULL
MACRO
Recomendação de uso
67
Naft
6.5.12. NAFT ®
Tratamento Cobertura foliar (%) Densidade (gotas cm-2) PRD nº total de gotas
Recomendação de uso
68
P-Boro-P
Embalagens
• Fardos com 12 unidades de 1 L +6,6 (8,4%)
• Fardos com 4 unidades de 5 L 85
• Bombonas de 25 L
84,7
sc ha-1
80
78,1
75
Testemunha NHT® P-BORO-P
(0,6 L ha-1)
Recomendação de uso
Observação
• Em solos com baixo teor de B e em lavouras que não receberam B nas adubações de solo, aplicar a maior dose do
NHT® P-Boro-P. Se for possível, nestas condições, realizar três adubações foliares com o NHT® P-Boro-P. A concen-
tração máxima de NHT® P-Boro-P em pulverizações terrestres é de 1% (1 L 100 L-1 de água).
69
6.5.14. PETRUM®
PETRUM
Recomendação de uso
Observação
• Os melhores resultados do Petrum® na cultura da soja são obtidos em solos com baixo teor de P.
70
Silkon
6.5.15. SILKON ®
Recomendação de uso
71
Tardus N
6.5.16. TARDUS N ®
MACRO
+3 (4,5%)
70
69
68
70
sc ha-1
67
66
67
65
Testemunha TARDUS® N
(5 L ha-1)
Figura 49. Efeito do Tardus® N e da solução nitrogenada na oxidação Figura 50. Efeito do Tardus® N na produtividade da soja, quando
da palha de aço. Crédito: Biosoja (2015). aplicado no início do florescimento. Crédito: Biosoja (2015).
Recomendação de uso
72
Thiomax
6.5.17. THIOMAX ®
MACRO
Recomendação de uso
73
6.6. PRODUTOS E GARANTIAS
6.6.1. FERTILIZANTES DE SOLO E FOLIARES
74
6.6.2. INOCULANTES
75
7. PROGRAMA NUTRICIONAL BIOSOJA PARA A CULTURA DA SOJA
A cultura da soja tem ampla distribuição geográfica no 7.5.2. Adubação potássica: Em solos com teores de K
Brasil, sendo cultivada nas mais diversas condições abaixo do nível crítico, realizar a adubação potássica
de solo e clima. Atualmente, a soja é cultivada desde a corretiva. Em solos com teores adequados a altos de
fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai e K, realizar a adubação de manutenção (20 kg de K2O
Argentina até os campos de Roraima. para uma expectativa de produtividade de 1 t de grãos
de soja).
Dentro desse contexto, o programa nutricional
adotado para a soja cultivada no Rio Grande do Sul, 7.5.3. Adubação com enxofre: Em solos com teores
não é necessariamente o mesmo para a soja cultivada de S abaixo do nível crítico, deve-se fazer a adubação
no Oeste da Bahia ou no Norte do Paraná. Em uma corretiva com S. Já em solos com teores adequados e
mesma região podem ocorrer diferenças acentuadas altos de S, realizar a adubação de manutenção (10 kg
nas características dos solos, tais como as de S para uma expectativa de produtividade de 1 t de
observadas no Norte e no Noroeste do Paraná. grãos de soja).
Tendo em vista esses fatos, o profissional da área 7.5.4. Adubação com boro: O Gran Boro 10 pode ser
agronômica pode utilizar as informações do Catálogo aplicado a lanço, em pré-plantio, na dose de 10 a 20 kg
de Soja e, associadas aos resultados das análises de ha-1. Para aplicação no sulco de plantio, a dose
solo e foliares de sua cultura, realizar um programa máxima é de 5 a 7 kg ha-1 em solos arenosos e
nutricional mais adequado às condições de solo e argilosos, respectivamente.
clima da sua região.
7.5.5. Adubação com cobre e zinco: Em solos com
7.1. Calagem baixos teores desses micronutrientes, realizar a
Elevar a saturação por bases para 60 a 70%, adubação corretiva. Recomenda-se também, uma
dependendo das propriedades químicas dos solos. adubação complementar com Cu e Zn em
pulverizações foliares.
7.2. Gessagem
A gessagem deve ser realizada em solos com baixos 7.5.6. Adubação com manganês: A forma mais
teores de cálcio e altos teores de alumínio trocável eficiente para o fornecimento de Mn à cultura da soja
nas camadas subsuperficiais (abaixo de 20 cm). A é a pulverização foliar. Recomenda-se efetuar de 3 a 4
dose de gesso varia de acordo com o teor de argila ou pulverizações foliares com Mn, iniciando-se na fase
a CTC efetiva das camadas subsuperficiais do solo. vegetativa da soja (V3 a V5).
76
8. ANEXO
8.1. FASES FENOLÓGICAS DA SOJA
Descrição
Estádio
Fase vegetativa
VE Emergência; cotilédones acima da superfície do solo
Cotilédones expandidos, com as folhas unifolioladas, abertas de tal modo que os bordos destas
VC
folhas não estejam se tocando
Primeiro nó; folhas unifoliadas expandidas, com a primeira folha trifoliolada aberta de tal modo que
V1
os bordos de cada folíolo não estejam se tocando
Segundo nó; primeiro trifólio expandido e a segunda folha trifoliolada aberta, de tal modo que os
V2
bordos de cada folíolo não estejam se tocando
Terceiro nó; segundo trifólio expandido e terceira folha trifoliolada aberta, de tal modo que os
V3
bordos de cada folíolo não estejam se tocando
Vn Enésimo (último) nó com trifólio aberto, antes da floração
Fase reprodutiva
R1 Início da floração: até 50% das plantas com uma flor
77
8.2. CALAGEM
a. Introdução
Inicialmente, muitos pesquisadores consideravam
A maior parte dos solos brasileiros possui baixa que o Al trocável seria o único fator desfavorável
fertilidade natural e são classificados de ácidos a relacionado à acidez do solo, propondo fórmulas
muito ácidos. A acidez do solo e as suas implicações visando sua neutralização pela elevação do pH até 5,5
agronômicas (baixos teores de cálcio e altos teores de a 5,7. Para solos com CTC a pH 7,0 maior que 4,0
alumínio trocável) são os principais fatores limitantes cmolc dm-3, teor de argila maior que 15% e teor de Ca
ao desenvolvimento das culturas. + Mg maior que 2,0 cmolc dm-3, esse raciocínio parece
satisfatório, sendo sugerida a utilização da seguinte
Portanto, o primeiro passo para a prática da fórmula para a necessidade de calagem (NC):
agricultura sustentável e economicamente viável é a
correção da acidez do solo com o uso adequado de NC (t ha-1) = 2 x Al
corretivos agrícolas.
Em solos altamente intemperizados do Cerrado, a
b. Benefícios produtividade das culturas pode ser limitada não
apenas pela acidez trocável, mas também pela
A calagem propícia uma série de benefícios à cultura deficiência generalizada de Ca e Mg. Por isso, à
da soja, dentre os quais: proposta anterior, agregou-se um componente
visando garantir um teor mínimo de Ca e Mg no solo
• Aumenta a disponibilidade dos nutrientes, exceto os de 2,0 cmolc dm-3.
micronutrientes catiônicos (Cu2+, Fe2+, Mn2+, Ni2+ e
Zn2+) e Co2+; Portanto, em solos com CTC a pH 7 maior que 4,0
cmolc dm-3, teor de argila maior que 15% e teor de Ca +
• Fornece cálcio e magnésio; Mg menor que 2,0 cmolc dm-3, é sugerida a utilização
da seguinte fórmula:
• Reduz a toxicidade dos elementos químicos
indesejáveis à soja (alumínio trocável e metais NC (t ha-1) = (2 x Al) + 2 – (Ca + Mg)
pesados);
Para solos com CTC a pH 7,0 menor que 4,0 cmolc
• Melhora a fixação biológica do nitrogênio (FBN); dm-3 e teor de argila menor que 15%, como os
Neossolos Quartzarênicos, a NC será dada pelo maior
• Aumenta o número e a atividade dos valor encontrado de uma destas duas fórmulas:
microrganismos benefícios nos solos, acelerando a
ciclagem dos resíduos vegetais e dos nutrientes nos NC (t ha-1) = 2 x Al ou
solos. NC (t ha-1) = 2 – (Ca + Mg)
Atualmente, no Brasil, há três métodos para estimar a O método do tampão SMP é utilizado nos estados do
quantidade de corretivo que deverá ser aplicada ao Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Baseia-se na
solo: método da neutralização do Al e da elevação dos elevação do pH do solo para um determinado valor, a
teores de Ca e Mg, método do tampão SMP e método partir da mistura do solo com uma solução tampão.
da saturação por bases.
c.3. Método da saturação por bases do solo
c.1. Método da neutralização do Al e da elevação dos
teores de Ca e Mg Atualmente, é o método mais utilizado para a
correção da acidez dos solos no Brasil. Este método
Nesse método, a recomendação dos corretivos preconiza a elevação da saturação por bases do solo
agrícolas é baseada nas propriedades químicas do a valores pré-estabelecidos levando-se em
solo e nas características das plantas, ou seja, na consideração a cultura e o solo.
neutralização do Al trocável dos solos e na elevação
do Ca e Mg para teores adequados à cultura da soja.
78
8.2. CALAGEM
onde:
NC = necessidade de calagem, t ha-1
CTC ou T = capacidade de troca catiônica, mmolc dm-3
V2 = saturação por bases desejada da soja, %
V1 = saturação por bases atual determinada pela
análise de solo, %
PRNT = poder relativo de neutralização do calcário, %
p = profundidade de incorporação do calcário: 1,0 para
incorporação do calcário a 20 cm; 1,5 para a
Saturação por bases (V%)
incorporação a 30 cm e 2,0 para a incorporação a 40
cm Figura 52. Produção relativa de grãos de soja em função da
saturação por bases no solo, no estado do Paraná e nos Cerrados.
CTC ou T = SB + (H + Al) Fonte: Sfredo (2008).
SB = Ca + Mg + K + Na
V = (SB/CTC) x 100
Em solos de textura arenosa ou média, com CTC a pH
Se a capacidade de troca catiônica do solo (CTC) for 7,0 menor que 40 mmolc dm-3, a elevação da saturação
expressa em cmolc dm-3, excluir o fator 10 do por bases a 50% pode não ser suficiente para manter
denominador da equação do cálculo da calagem. os teores de Ca e Mg adequados à cultura da soja.
Com os teores de Ca e Mg menores que os aceitáveis,
A vantagem deste método, em relação aos demais, 15 mmolc dm-3 e 5 mmolc dm-3, respectivamente, é
está na flexibilidade de recomendação da NC para necessário, nestes casos, trabalhar com uma
diferentes culturas, de acordo com a exigência de saturação por bases na faixa de 70 a 80%. Entretanto,
cada uma e com base na relação existente entre o pH são necessários cuidados especiais no manejo dos
com a saturação por bases. micronutrientes, realizando adubações no solo e via
foliar (Sousa et al., 2016).
O valor adequado da saturação por bases à cultura da
soja varia de acordo com a região, em função das d. Calagem em sistema de plantio direto (SPD)
propriedades químicas dos solos predominantes
(Figura 52). d.1. Antes da implantação do sistema de plantio
direto
No estado do Paraná, a saturação por bases
recomendada para a cultura da soja é de 70%, e para Antes de iniciar o sistema de plantio direto em áreas
os estados de São Paulo e do Mato Grosso do Sul o sob cultivo convencional, recomenda-se a correção da
valor é de 60%. Na região do Arenito Caiuá, no acidez do solo. O calcário deve ser aplicado e
noroeste do Paraná, e nos demais estados da Região incorporado na camada arável do solo, ou seja, no
Central, com predomínio de solos sob vegetação de mínimo a 20 cm de profundidade. A calagem deve ser
Cerrado e em solos com menos de 40% de argila, o feita com antecedência de 3 a 6 meses, antes da
valor adequado da saturação por bases é de 50%. semeadura da soja.
79
8.2. CALAGEM
total), o produtor deverá dar preferência àquele com e. Calagem em sistema plantio direto (SPD) no
menor reatividade (RE). Cerrado (Sousa; Lobato, 2002).
80
8.3. GESSAGEM
Além da acidez da camada superficial, as camadas • Teor de cálcio menor que 5 mmolc dm-3 ou 0,5 cmolc
subsuperficiais de muitos solos brasileiros possuem baixos dm-3 e/ou
teores de cálcio, associados ou não à toxidez de alumínio,
inibindo o crescimento das raízes da soja. A deficiência de • Teor de alumínio trocável maior que 5 mmolc dm-3 ou 0,5
boro nessas camadas de solo também inibe o cmolc dm-3 e/ou
desenvolvimento das raízes da soja em profundidade.
• Saturação por alumínio maior que 20%.
A calagem promove a correção da acidez da cama- da
arável. Entretanto, as camadas subsuperficiais A quantidade de gesso agrícola é calculada pela equação
permanecem ácidas, dificultando a penetração das raízes abaixo.
de soja devido à formação de uma “barreira química” no
subsolo. As plantas com sistemas radiculares pouco NG = 50 x teor de argila (%)
desenvolvidos em profundidade tornam-se mais
susceptíveis aos veranicos devido à redução da eficiência onde:
na absorção de água e de nutrientes com maior mobilidade NG = necessidade de gesso agrícola em kg ha-1
no solo, dentre os quais, nitrato (N-NO3-), potássio (K+),
sulfato (S-SO42-), boro (H3BO3) e molibdato (MoO42-). Segundo Djalma Martinhão de Sousa (Embrapa Cerrados), a
dose recomendada de gesso por este método possui efeito
O gesso agrícola pode ser utilizado como condicionador das residual de 5 anos. A reaplicação do gesso estará
camadas subsuperficiais do solo. Por ser muito mais condicionada aos critérios mencionados anteriormente
solúvel que o calcário, penetra no sub- solo com as águas de
percolação aumentando o teor de cálcio e reduzindo a Sousa et al. (1995) verificaram aumentos expressivos nos
atividade do alumínio trocável. É um subproduto da teores de Ca e sulfato nas camadas subsuperficiais de um
fabricação do ácido fosfórico proveniente da reação Latossolo Vermelho Argiloso com 2 t ha-1 de gesso, após 39
química da rocha fosfática com o ácido sulfúrico. Possui 15 meses de sua aplicação.
a 16% de S e 28 a 30% de Ca.
Djalma Martinhão de Sousa (dados não publicados)
Portanto, o gesso agrícola é um insumo agrícola que deve observou aumento na produtividade das culturas com a
ser utilizado dentro de critérios técnicos para viabilizar o aplicação de 3 t ha-1 de gesso em um Latossolo Vermelho
cultivo da soja nos solos tropicais com as características argiloso de Cerrado (Tabela 7).
mencionadas acima.
Tabela 7. Efeito do gesso agrícola na produtividade de culturas em
um Latossolo Vermelho argiloso de Cerrado.
2. Benefícios
Gesso Algodão Soja Milho Feijão Trigo
Os benefícios da gessagem estão especificados abaixo: - - - - - - - - - - - - - - - t ha-1 - - - - - - - - - - - - - - -
0 3,0 3,2 9,5 2,4 2,4
• Fornecimento de cálcio e enxofre (sulfato) à soja;
3 5,9 4,6 13,5 3,3 5,6
• Correção da fertilidade do solo nas camadas
subsuperficiais (camada abaixo de 20 cm), melhorando o Caires (comunicação pessoal) adota como critério para a
ambiente radicular. Aumento no teor de cálcio e redução recomendação de gesso agrícola a porcentagem de Ca na
na toxidez do alumínio trocável. CTC efetiva na camada de 20 a 40 cm menor que 50%. A
quantidade de gesso agrícola é calculada pela equação
• Maior aprofundamento do sistema radicular da soja, abaixo:
levando a maior tolerância aos veranicos (maior
disponibilidade de água) e maior absorção dos nutrientes NG = (0,6 x CTC efetiva – teor de Ca em cmolc dm-3) x 6,4
lixiviados para as camadas subsuperficiais do solo.
onde:
3. Recomendação de gesso agrícola NG = necessidade de gesso agrícola em t ha-1
CTC efetiva do solo = cmolc dm-3
Para a identificação da necessidade de gessagem, deve-se
amostrar o solo na profundidade de 20 a 40 cm. O gesso agrícola, deve ser aplicado na superfície do solo e
não há necessidade de sua incorporação, devido a sua
Critérios para a aplicação do gesso agrícola (camada do maior solubilidade em relação aos calcários.
81
8.3. GESSAGEM
Apesar dos benefícios do gesso agrícola como Em solos com baixo teor de magnésio, realizar a calagem
condicionador das camadas subsuperficiais, existem com calcário dolomítico, elevando o teor mínimo de Mg do
evidências da lixiviação de bases do solo, principalmente de solo para 8 mmolc dm-3 (0,8 cmolc dm-3) e a saturação por
Mg e K, para as camadas mais profundas do perfil, quando Mg para a faixa de 13 a 18%.
da utilização de doses excessivas de gesso. Caires
(comunicação pessoal) verificou que 1 t ha-1 de gesso A aplicação de 1 t ha-1 de gesso agrícola pode elevar o teor
reduziu em até 5% o teor de Mg trocável na camada de Ca em até 5 mmolc dm-3 (0,5 cmolc dm-3). Limitar a dose
superficial do solo (0 a 20 cm). do gesso agrícola ao máximo de 20% da CTC a pH 7,0
ocupada pelo cálcio proveniente do gesso.
Para minimizar os prováveis efeitos negativos do gesso
agrícola, deve-se adotar os seguintes procedimentos: O gesso agrícola, além de condicionador das camadas
subsuperficiais dos solos, também é fonte de S à cultura da
Em solos com acidez na camada superficial, realizar soja.
calagem com antecedência mínima de 60 a 90 dias antes da
aplicação do gesso agrícola.
8.4. ADUBAÇÃO
O nitrogênio é o nutriente requerido em maior Quando do tratamento das sementes da soja com
quantidade pela cultura da soja. Para uma expectativa outros produtos líquidos, certifique-se que o volume
de produtividade de 1 t de grãos são necessários, em total do Biomax® Premium Líquido Soja e demais
média, 83 kg de nitrogênio. Cerca de 61% do produtos líquidos não ultrapasse 0,3 L para 50 kg de
nitrogênio absorvido pela soja são exportados pelos semente de soja.
grãos (Tabela 1).
O Biomax® Premium Líquido Soja e o Biomax® 10
A maior parte do N exigido pela soja (65 a 85%) é devem ser os últimos produtos a recobrirem as
fornecida pela fixação biológica do nitrogênio, sementes de soja.
realizada por bactérias do gênero Bradyrhizobium. O
restante do nitrogênio é fornecido pelo solo, Deixe as sementes tratadas com o inoculante líquido
predominantemente na forma de nitrato (N-NO3-), da Biosoja secarem à sombra por alguns minutos e
amônio (N-NH4+) e pequenas quantidades de plante logo após.
aminoácidos.
c. Instruções de uso para a inoculação via semente
A fixação biológica do nitrogênio é um dos pilares da com o Biomax® Premium Turfa Soja
sustentabilidade do sistema de produção em soja.
c.1. Inoculação utilizando tambor giratório ou
b. Instruções de uso para a inoculação via semente betoneira
com o Biomax® Premium Líquido Soja e Biomax® 10
Inicialmente, coloque as sementes da soja no tambor
b.1. Inoculação com máquinas para o tratamento de giratório ou na betoneira.
sementes
Em seguida, se houver necessidade, aplique os
Coloque o Biomax Premium Líquido Soja ou o
®
produtos líquidos nas doses recomendadas pelo
82
8.4. ADUBAÇÃO
fabricante e gire algumas vezes a manivela para que Tabela 8. Efeito da inoculação no sulco de semeadura no nº de
nódulos por planta e na produtividade da soja em área de primeiro
haja uma perfeita distribuição dos produtos líquidos ano de cultivo 1/.
na superfície das sementes.
nº de Produtividade
Tratamentos nódulos
Por último, adicione o Biomax® Premium Turfa Soja na planta-1 sc ha-1
dose recomendada para a cultura da soja e gire
T1. Não inoculada 0,2 c 59,33 bc
novamente o tambor até a distribuição uniforme do
produto sobre as sementes. T2. 200 kg ha de N
-1
0,1 c 54,93 c
T3. Inoculante:
14,1 b 66,42 ab
Se não for tratar as sementes com produtos líquidos, 1 x 106 UFC semente-1
adicione 0,3 L de água açucarada a 10% para 50 kg de T4. T3 + fungicida 0,2 c 64,50 ab
semente de soja e gire algumas vezes a manivela até
T5. Sulco de plantio:
o recobrimento homogêneo das sementes. 6 x 106 UFC semente -1
26,0 a 70,73 a
83
8.4. ADUBAÇÃO
dose de 0,36 a 0,60 L ha-1 e 0,30 a 0,50 L-1 ha, • Promove maior enraizamento da soja. Aumenta
respectivamente, na fase inicial de desenvolvimento o volume do solo explorado pelas raízes da soja;
da soja (V2 a V4).
• Maior eficiência das plantas na absorção de
Entretanto, há alguns cuidados que devem ser água. As plantas tornam-se mais tolerantes aos
adotados antes da pulverização dos inoculantes estresses abióticos (por exemplo, veranicos);
líquidos da Biosoja, visando maximizar os resultados:
• Maior eficiência das plantas na absorção dos
• Utilizar água de boa qualidade e com o pH na nutrientes Maior vigor das plantas propiciado
faixa ligeiramente ácida a ligeiramente alcalina; pelo equilíbrio nutricional. Melhor
aproveitamento dos nutrientes do solo e dos
• O tanque de pulverização não pode conter fertilizantes;
outros produtos (por exemplo, fertilizantes
foliares e fungicidas); • Maior enraizamento da soja, estimulando a
nodulação e consequentemente a fixação
• O volume da calda de pulverização deve ser biológica do nitrogênio.
suficiente para que atinja o alvo (solo). O volume
mínimo é de 200 L ha-1; • Maior teor de clorofila e aumento na taxa
fotossintética;
• Condição ideal para a pulverização: solo úmido,
temperatura amena, tempo nublado e chuva logo • Indução de resistência sistêmica às doenças;
após a aplicação dos inoculantes líquidos da
Biosoja. • Maior produtividade da cultura da soja. Estudos
da Embrapa verificaram que a reinoculação anual
f. Inoculação em solos de primeiro ano com o plantio da soja proporcionou aumento médio de 8,4% na
de soja produtividade da soja em relação ás áreas que
não são inoculadas anualmente. A coinoculação
Em solos de primeiro ano com o plantio de soja, proporcionou um aumento médio de 16,1% na
utilizar via inoculação das sementes de soja pelo produtividade da soja em relação as áreas não
menos 2 doses do Biomax® Premium Turfa Soja e 1 coinoculadas. É uma tecnologia altamente
dose de Biomax® 10 para 50 kg de semente. vantajosa aos agricultores.
Combina uma prática utilizada amplamente pelos Realize a adubação no solo, fornecendo os nutrientes
sojicultores, a inoculação das sementes de soja com nas doses indicadas para maximizar o potencial
bactérias do gênero Bradyrhizobium com o produtivo da soja.
Azospirillum brasilense, uma bactéria até então
conhecida por sua ação promotora de crescimento Se for possível, mantenha a cobertura vegetal no solo
das gramíneas. (cultivo mínimo ou plantio direto) para minimizar os
efeitos das altas temperaturas e dos baixos teores de
A coinoculação na cultura da soja proporciona uma umidade e garantir a sobrevivência das bactérias
série de benefícios, dentre as quais: fixadoras de nitrogênio, maximizando a fixação
biológica do nitrogênio.
• Síntese de fitohormônios promotores de
crescimento (auxinas, citocininas, giberelinas, Realize o plantio da soja em solos com teores
ácido abscíssico e etileno); adequados de umidade para viabilizar uma boa
nodulação. A condição ideal para o estabelecimento
84
8.4. ADUBAÇÃO
Não utilize inoculante com data de validade vencida e, A quantidade de P exigida pela soja para a produção
no caso do inoculante líquido, com o lacre violado. de 1 t de grãos é inferior às quantidades de nitrogênio
e potássio. Para a produção de 1 t de grãos de soja
Verifique se o inoculante está armazenado em são necessários cerca de 15,4 kg de P2O5. Cerca de
condições adequadas de temperatura e ao abrigo do 65% do fósforo absorvido pela soja são exportados
sol. Os inoculantes da Biosoja, quando armazenados pelos grãos (Tabela 1).
em temperatura ambiente igual ou inferior a 26°C e
devidamente lacrado, mantêm a concentração de Entretanto, a quantidade de fósforo aplicada em solos
unidades formadoras de colônias (UFC) no mínimo com baixo teor do nutriente é muito superior às
por até 10 meses para o Biomax® Premium Líquido necessidades da soja. Nos primeiros anos de cultivo,
Soja e Biomax® 10, e por 9 meses para o Biomax® a eficiência das adubações fosfatadas é muito baixa,
Premium Turfa Soja. situando-se entre 15 e 20%, devido a fixação do
fósforo nos solos.
h.3. Cuidados com a inoculação
A adubação fosfatada nos solos pode ser realizada de
Realize todas as operações com o Biomax® Premium dois modos: adubação fosfatada corretiva e
Soja e Biomax® 10 à sombra e mantenha a semente adubação de manutenção.
de soja inoculada protegida do sol e do calor
excessivo. a. Adubação fosfatada corretiva
Se for tratar as sementes da soja com inseticidas, A adubação fosfatada corretiva pode ser total ou
fungicidas e micronutrientes, não misture o inoculante
gradual e é realizada em solos com teores muito
com esses produtos. Sempre utilize os inoculantes da
baixos ou baixos de fósforo (Tabela 9). Os parâmetros
Biosoja por último. Evitar o “sopão”.
para a interpretação do teor de P nos solos do Mato
Grosso podem ser extrapolados para os demais solos
Realize a semeadura imediatamente após a
sob vegetação de cerrado.
inoculação, principalmente quando as sementes de
soja forem tratadas com fungicidas e micronutrientes.
85
8.4. ADUBAÇÃO
Tabela 9. Interpretação da análise de solo para recomendação de adubação fosfatada no estado do Mato Grosso (P extraído pelo método
Melhich-1).
A adubação fosfatada corretiva total é realizada com P2O5 para cada 1% de argila. Em Sapezal, MT, a
a aplicação de uma dose relativamente alta de P a Fundação MT, realizou um ensaio de campo
lanço, em uma única vez, e incorporado ao solo com conduzido por 3 anos, com o cultivo de soja em solos
uma gradagem leve (Tabela 10). Posteriormente, são com 60% de argila. Verificou-se que a fosfatagem
realizadas as adubações de manutenção para repor corretiva total, na dose de 4 kg de P2O5 para 1% de
as quantidades de P exportadas pela soja. argila, e as aplicações anuais, na dose de 80 kg ha-1 de
P2O5 no sulco de plantio, proporcionaram altas
Para os solos sob cerrado, as recomendações de produtividades na cultura da soja (média de 60 sc
fosfatagem corretiva total situam-se entre 3 a 5 kg de ha-1).
Tabela 10. Recomendação de adubação fosfatada corretiva 1/, de acordo com o teor de argila e a classe do teor de P do solo.
61 a 80 300 200
41 a 60 250 175
21 a 40 200 135
<20 150 100
1/
A dose de P2O5 na adubação corretiva a lanço para a soja deve ser avaliada em função do teor de argila, da cotação da soja e do retorno
esperado com as maiores produtividades que podem ser alcançadas nos primeiros 4 cultivos. Fonte: Zancanaro et al. (2002).
Em 2002, Sousa e Lobato estabeleceram um novo mensura a capacidade de retenção de P pelo solo
critério para o cálculo da dose de P na adubação (quanto maior a capacidade de retenção, menor o
fosfatada corretiva total para os solos sob cerrado valor de P-rem), que se correlaciona com o teor de
(Tabela 11). O P remanescente é um índice que argila do solo e com a sua mineralogia.
86
8.4. ADUBAÇÃO
Tabela 11. Recomendação de adubação fosfatada corretiva total de acordo com o teor de P no solo, calculada com base no teor de argila ou
de P remanescente do solo, em culturas anuais, em sistemas agrícolas de sequeiro e irrigado.
Teor de P no solo 1/
Sistema agrícola Variável
Muito baixo Baixo Médio
1/
Classe do teor de P nos solos. Vide tabela 6.
2/
P2O5 solúvel em citrato de amônio neutro mais água para os fertilizantes fosfatados acidulados, P2O5 solúvel em ácido cítrico a 2% (relação
1:100) para os termofosfatos, escórias e P2O5 total para os fosfatos naturais reativos.
3/
Teor de argila expresso em porcentagem.
4/
P remanescente (determinado nas análises de rotina nos laboratórios ligados ao PROFERT-MG), expresso em mg L-1.
Fonte: Adaptada de Sousa e Lobato (2002).
A adubação fosfatada corretiva também pode ser A fosfatagem corretiva gradual no sulco de plantio
realizada de forma gradual, por meio da aplicação também proporciona altas produtividades na cultura
anual de doses de P2O5 superiores àquelas da soja. Pesquisas conduzidas pela Fundação MT
recomendadas para a adubação de manutenção verificaram que é possível atingir boa produtividade
(Tabela 12). Neste tipo de manejo, a elevação do teor em soja (56 sc ha-1) nos primeiros três anos de cultivo
de P nos solos para a faixa adequada à cultura da soja utilizando apenas adubação fosfatada corretiva no
ocorre de forma gradual, sendo necessários cerca de sulco de plantio, na dose de 115 kg ha-1 de P2O5,
4 ou 5 cultivos. Após atingir o teor adequado de P no mesmo em solos argilosos (60% de argila), com baixo
solo, realizar apenas a adubação fosfatada de teor de P (0,6 mg P dm-3).
manutenção.
Tabela 12. Recomendação de adubação fosfatada no sulco de plantio da soja de acordo com a disponibilidade do P, em solo sob vegetação
de cerrado para o estado do Mato Grosso.
61 a 80 >120 2/ 110 80 60 3/
41 a 60 >120 2/ 100 80 60 3/
21 a 40 120 2/ 100 80 60 3/
<20 120 2/ 90 80 60 3/
1/
O limite superior desta classe indica o nível crítico do P no solo.
2/
Em solos com teores de P muito baixo têm sido encontradas respostas lineares a fósforo aplicado na linha de semeadura até 150 kg ha-1 de
P2O5. Portanto, se o teor de P no solo estiver classificado como muito baixo e baixo, e se houver disponibilidade de recursos financeiros para
maiores investimentos em fósforo e/ou os preços da soja forem promissores, podem ser utilizadas quantidades maiores de P2O5 do que as
sugeridas na tabela.
3/
As quantidades recomendadas de P2O5 equivalem à reposição da extração de P esperada para uma produtividade de 3 t ha-1 de soja. A dose
de P pode ser reduzida por uma safra em função das condições desfavoráveis de preços da soja.
Fonte: Zancanaro et al. (2002).
87
8.4. ADUBAÇÃO
No estado de São Paulo, o extrator utilizado para a avaliação da disponibilidade de P nos solos às plantas é a resina
troca iônica. Na Tabela 13 apresenta a correspondência dos limites de classes de teores de P no solo com os
respectivos limites de produção relativa de soja.
Tabela 13. Interpretação da análise de solo para recomendação de adubação fosfatada no estado de São Paulo (P extraído pelo método da
resina de troca iônica).
6 7 a 15 16 a 40 41 a 80 > 80
1/
O limite superior desta classe indica o nível crítico do P no solo.
Fonte: Adaptada de Raij et al. (1997).
Nas Tabelas 14 e 15 tem-se a interpretação do teor de P nos solos do estado do Paraná e dos estados do Rio
Grande do Sul e Santa Catarina, respectivamente.
Tabela 14. Interpretação da análise de solo para recomendação de adubação fosfatada no estado do Paraná (P extraído pelo método
Mehlich-1).
1/
O limite superior desta classe indica o nível crítico do P no solo.
Fonte: Embrapa Soja (2011).
Tabela 15. Interpretação da análise de solo para recomendação de adubação fosfatada nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (P
extraído pelo método Mehlich-1).
1/
O limite superior desta classe indica o nível crítico do P no solo.
Fonte: Adaptada de Tedesco et al. (2004).
88
8.4. ADUBAÇÃO
Em São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Em sistemas de cultivo em plantio direto, com a
Catarina e demais regiões produtoras de soja, pode-se aplicação do calcário na superfície do solo,
realizar a adubação fosfatada corretiva com as recomenda-se evitar a aplicação do P a lanço,
mesmas doses de P2O5 recomendadas para os solos principalmente com fontes fosfatadas de baixa
sob vegetação de cerrado, respeitando a classificação solubilidade em água, como os fosfatos naturais
do teor de P nos solos. reativos.
A adubação fosfatada de manutenção é realizada em O potássio é o segundo nutriente mais absorvido pela
solos com teores adequados (solos sob cerrado e cultura da soja. Para a produção de 1 t de grãos de
Paraná) e altos de P (São Paulo, Rio Grande do Sul e soja são necessários, em média, 38 kg de K2O. Cerca
Santa Catarina). Para cada tonelada de grãos de soja de 53% do potássio absorvido pela soja são
a ser produzida, aplicar 20 kg de P2O5. exportados pela soja (Tabela 1).
Eventualmente, a dose de P2O5 pode ser reduzida por
uma safra em função das condições desfavoráveis de De forma similar ao fósforo, a adubação potássica
preços da soja. pode ser realizada de dois modos: adubação
potássica corretiva e adubação de manutenção.
A adubação fosfatada de manutenção poderá ser
realizada a lanço, em solos com teor de fósforo a. Adubação potássica corretiva
classificado como adequado – solos sob cerrado e do
Paraná –, e alto – demais regiões produtoras de soja A adubação potássica corretiva pode ser total ou
–, nos últimos três anos de cultivo e com a gradual, e é realizada em solos com teores muito
produtividade de soja acima de 55 sc ha-1. baixos ou baixos de potássio (Tabelas 16 a 19).
Tabela 16. Interpretação da análise de solo para recomendação de adubação potássica nos solos sob cerrado (K extraído pelo método
Melhich-1).
Teor do K no solo
CTC do solo a pH 7,0
Unidade Baixo Médio1/ Adequado Alto
mg dm-3 15 16 a 30 31 a 40 >40
< 4,0 cmolc dm -3
cmolc dm-3 0,04 0,04 a 0,08 0,08 a 0,10 >0,10
g dm-3 25 26 a 50 51 a 80 >80
4,0 cmolc dm -3
Tabela 17. Interpretação da análise de solo para recomendação de adubação potássica no estado de São Paulo (K extraído pelo método da
resina).
89
8.4. ADUBAÇÃO
Tabela 18. Interpretação da análise de solo para recomendação de adubação potássica no estado do Paraná (K extraído pelo método
Melhich-1).
Teor de K no solo
Unidade
Muito baixo Baixo Médio1/ Alto
cmolc dm-3 < 0,10 0,10 a 0,20 0,20 a 0,30 > 0,30
1/
O limite superior desta classe indica o nível crítico do K no solo.
Fonte: Embrapa Soja (2011).
Tabela 19. Interpretação da análise de solo para recomendação de adubação potássica nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (K
extraído pelo método Melhich-1).
5,0 ≤ 15 16 a 30 31 a 45 46 a 90 > 90
A adubação potássica corretiva total é realizada Neste sistema de manejo, a elevação do teor de K nos
aplicando-se altas doses de K a lanço, e visa a solos para a faixa adequada ou alta para a cultura da
correção imediata dos baixos teores deste nutriente soja ocorre de forma gradual, e são necessários cerca
nos solos. Posteriormente, são realizadas aplicações de 4 ou 5 cultivos. Após atingir o teor adequado de K
anuais para repor a quantidade exportação de K pela no solo, realizar apenas a adubação potássica de
soja. manutenção.
Nos solos sob Cerrado, uma das formas para a b. Adubação potássica de manutenção
determinação da dose de K2O a ser aplicada na
adubação potássica corretiva total é a elevação do A adubação potássica de manutenção é realizada em
teor K no solo para atingir 3 a 5% da CTC a pH 7,0. Nos solos com teores adequados e altos de K,
solos das demais regiões do Brasil, com CTC mais dependendo da região produtora de soja. Nestas
elevada do que a dos solos sob cerrado, deve-se condições de cultivo, para cada tonelada de grãos de
elevar a saturação por potássio a 2 a 3% da CTC a pH soja a ser produzida aplicar 20 kg de K2O.
7,0.
Em solos com alto teor de K – solos sob cerrado – e
Para o cálculo da adubação potássica corretiva total, a muito alto – demais regiões produtoras de soja –,
elevação do teor de K no solo em 0,01 cmolc K dm-3 ou aplicar 10 kg de K2O para uma expectativa de
0,10 mmolc K dm-3 exige a aplicação de 9,4 kg ha-1 de produtividade de 1 t de grãos de soja. Utilizar a análise
K2O ou 15,7 kg ha-1 de KCl, considerando a camada de de folhas para ajustes na adubação potássica. A faixa
incorporação de 0 a 20 cm. adequada de K nas folhas da soja varia de 17,3 a 25,7
g kg-1.
De forma similar ao fósforo, a adubação potássica
corretiva pode também ser realizada de forma De maneira geral, as doses de K recomendadas para a
gradual, por meio da aplicação anual de doses de K2O cultura da soja estão especificadas na Tabela 20.
superiores àquelas recomendadas para a adubação
de manutenção.
90
8.4. ADUBAÇÃO
Tabela 20. Adubação potássica para soja considerando uma produtividade de 3 t ha-1 de grãos.
Teor do K no solo 1/
120 80 60 30
1/
Utilizar os critérios para interpretação do teor de K do solo mostrados nas Tabelas 9 a 12, conforme a região produtora de soja.
2/
Realizar adubação de manutenção: 20 kg de K2O para uma expectativa de produtividade de 1 t de grãos de soja.
3/
Para solos com teores de K dentro desta classe, recomenda-se 50% da adubação de manutenção.
Fonte: Adaptada de Ribeiro et al. (1999).
Em solos com teor de K adequado (solos sob cerrado) menor emissão de S como poluente para a atmosfera.
ou alto a muito alto (demais regiões produtoras de
soja) e com baixa capacidade de troca catiônica Além disso, o teor de enxofre na camada superficial
(textura arenosa a média), evitar a aplicação do do solo é menor que nas demais camadas do solo. As
nutriente no sulco de plantio da soja. Realizar a adubações fosfatadas tendem a reduzir a adsorção
adubação potássica em pré-plantio, a lanço ou em do sulfato na camada superficial, acentuando a
cobertura até o 15º ao 20º dia após a emergência da lixiviação deste nutriente para as camadas
soja. subsuperficiais do solo.
8.4.4. Adubação com enxofre Os níveis críticos do S nos solos argilosos (> 40% de
argila) são 10 mg dm-3 e 35 mg dm-3 nas
Para uma expectativa de produtividade de 1 t de grãos profundidades de 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm,
por hectare são necessários, em média, 15 kg de respectivamente. Em solos arenosos (≤ 40% de argila),
enxofre. Cerca de 35% do enxofre absorvido pela soja os níveis críticos do S são 3 mg dm-3 e 9 mg dm-3 nas
são exportados pelos grãos (Tabela 1). profundidades de 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm,
respectivamente.
Nas últimas safras, observou-se um agravamento da
deficiência de enxofre na cultura da soja devido ao Em solos com teor adequado de S, realizar a
aumento na produtividade da cultura, aumento na adubação de manutenção com S, aplicando 10 kg do
utilização de formulações ou fertilizantes com maior nutriente para uma expectativa de produtividade de 1 t
concentração em NPK e menores teores de enxofre e de grãos de soja.
91
8.4. ADUBAÇÃO
Tabela 21. Recomendação de adubação corretiva e de manutenção com enxofre para a cultura da soja.
Teor de S no solo 1/
Profundidade, cm
0 a 20 20 a 40 0 a 20 20 a 40 0 a 20 20 a 40
A interpretação dos teores dos micronutrientes nas A aplicação do ferro e de manganês a lanço no solo,
análises de solo para as principais regiões produtoras mesmo em altas doses, não apresenta efeito residual
de soja estão nas Tabelas 22 a 25. significativo, não sendo, assim, adequados nas
adubações corretivas. A forma química disponível do
a. Adubação com cobalto e molibdênio manganês à soja (Mn2+) é gradualmente oxidada às
formas não disponíveis (Mn3+ e Mn4+), reduzindo a sua
Utilizar de 2 a 3 g ha-1 de Co e de 12 a 25 g ha-1 de Mo disponibilidade à cultura da soja. De forma similar ao
na fertilização das sementes de soja. A aplicação Mn, o Fe também é oxidado a uma forma química não
destes micronutrientes também pode ser realizada disponível à cultura da soja (Fe3+).
em pulverização foliar entre os estágios de
desenvolvimento V3 e V5, na dose de 30 a 50 g ha-1 de A forma mais eficiente para o fornecimento do ferro e
Mo. manganês à cultura da soja são as pulverizações
foliares. Em solos com baixo teor de manganês e
b. Adubação com boro, cobre, manganês e zinco saturação por bases acima da faixa adequada à
cultura da soja, realizar de 3 a 5 aplicações foliares de
De forma similar ao manejo realizado com fósforo e manganês, iniciando as pulverizações foliares na fase
potássio, a construção da fertilidade do solo também vegetativa da soja.
pode ser realizada para o cobre e zinco. Em solos da
região do Cerrado, a aplicação destes micronutrientes Eventualmente, o Mn pode ser aplicado no sulco de
a lanço, com incorporação na camada superficial, plantio, região do solo com maior teor de umidade e
92
8.4. ADUBAÇÃO
com maior potencial de redução. Nestas condições, O boro é muito susceptível à lixiviação nos solos
há uma tendência do Mn permanecer por mais tempo tropicais, notadamente naqueles com menores teores
na forma de Mn2+, prontamente disponível às culturas. de argila. Portanto, o boro deve ser aplicado
Mesmo assim, em solos com baixos teores de Mn são anualmente em pré-plantio ou no sulco de plantio.
necessárias pulverizações foliares com este nutriente Realizar adubações foliares com B nas fases de maior
para a manutenção dos teores foliares na faixa demanda pelo nutriente (antes do florescimento e
adequada à cultura da soja. início da formação das sementes de soja).
Tabela 22. Interpretação dos teores de micronutrientes no solo, extraídos por dois métodos de análises para a soja nos solos do Cerrado.
Faixas B Cu Mn Zn Cu Mn Zn Fe
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - mg dm-3 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Médio 1/ 0,3 - 0,5 0,5 - 0,8 5 - 10 1,1 - 1,6 0,3 - 0,8 1,0 - 2,0 0,6 - 1,2 5 - 12
Muito Alto >2,0 >10 >30 >10 >7,0 >10 >10 >30
1/
O limite superior desta classe indica o nível crítico dos micronutrientes no solo. Fonte: Sfredo (2008).
Tabela 23. Interpretação da análise de solo para recomendação de micronutrientes nos solos do estado de São Paulo.
Tabela 24. Interpretação dos teores de micronutrientes no solo, extraídos por dois métodos de análises para a soja nos solos do Paraná.
Faixas B Cu Mn Zn Cu Mn Zn Fe
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - mg dm-3 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Médio 1/ 0,3 - 0,5 0,8 - 1,7 15 - 30 0,8 - 1,5 0,5 - 1,1 1,2 - 5,0 0,5 - 1,1 5 - 12
Alto 0,5 - 2,0 1,7 - 10 31 - 100 1,5 - 10 1,1 - 7,0 5,0 - 20 1,1 - 10 12 - 30
Muito Alto >2,0 >10 >100 >10 >7,0 >20 >10 >30
1/
O limite superior desta classe indica o nível crítico dos micronutrientes no solo. Fonte: Sfredo (2008).
93
8.4. ADUBAÇÃO
Tabela 25. Interpretação da análise de solo para recomendação de micronutrientes nos solos dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
A adubação corretiva com micronutrientes no solo nutricional da soja por meio da diagnose foliar. Os
pode ser realizada em pré-plantio, a lanço (Tabela 26). micronutrientes também podem ser aplicados no
O efeito residual da adubação com micronutrientes, sulco de plantio da soja. Neste caso, aplicar 1/3 da
exceto o B e Mn nas doses recomendadas, é para um dose indicada a lanço por um período de três anos
período de cinco anos. Para a reaplicação dos consecutivos.
micronutrientes, realizar a avaliação do estado
Tabela 26. Interpretação da análise de solo para recomendação de micronutrientes nos solos dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
B Cu Mn Zn
Teor no solo
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - kg ha-1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
94
8.5. FATORES DE CONVERSÃO E UNIDADES EQUIVALENTES
8.5.1. Fatores de conversão para cálculo de fertilizantes, corretivos e para interpretação da análise de solo
(Fonte: Adaptado de Raij et al., 1997 e adaptado de Francelli, 2010)
MO = C x 1,724
Carbono (C) e matéria orgânica (MO)
C = MO x 0,580
P2O5 x 0,436 = P
Fósforo (P)
P x 2,291 = P2O5
K2O x 0,830 = K
Potássio (K)
K x 1,205 = K2O
Ca x 1,400 = CaO
Ca x 2,497 = CaCO3
CaO x 0,715 = Ca
CaSO4 x 0,371 = Ca
CaSO4 x 0,889 = Ca
Ca x 2,696 = CaSO4
Mg x 1,658 = MgO
Mg x 3,469 = MgCO3
Mg x 4,956 = MgSO4
MgO x 0,603 = Mg
Magnésio (Mg) MgO x 2,092 = MgCO3
MgSO4 x 0,202 = Mg
S x 2,996 = SO4
95
8.5. FATORES DE CONVERSÃO E UNIDADES EQUIVALENTES
= 1 µg de P = 121,5 ppm de Mg
= 10 mmolc Ca dm-3
Cálcio 1 cmolc
(Ca) Ca dm-3 = 400 kg ha-1 de Ca
Solos e soluções
Plantas
% 10 g kg-1
ppb 1 µg kg-1
96
8.5. FATORES DE CONVERSÃO E UNIDADES EQUIVALENTES
97
8.6. FERTILIZANTES FORNECEDORES DE N, P, K, Ca, Mg E MICRONUTRIENTES
Uran 32 - - - - -
Uréia 45 - - - -840 75
1/
Equivalente CaCO3: sinal (-) kg de carbonato necessário para neutralizar a acidez provocada por 1 t do fertilizante. Sinal (+): alcalinidade
equivalente.
2/
IS = índice salino: tendência para aumentar a pressão osmótica da solução do solo em números relativos ao nitrato de sódio (100).
Fonte: Adaptado de Malavolta (1987).
P2O5
Fertilizantes IS 1/
Solução CNA + N Ca Mg S-SO42-
Total de ácido Água
cítrico 2% Água
Fosfato monoamônico
52 - 52 50 10 - - - 30
(MAP)
Superfosfato simples 20 - 18 16 - 20 - 12 8
Superfosfato triplo 45 - 44 38 - 14 - 1 10
Equivalente CaCO3: Fosfato diamônico (DAP) = - 650, fosfato monoamônico (MAP) = - 625 a - 775 e termofosfato magnesiano = + 500.
2/
98
8.6. FERTILIZANTES FORNECEDORES DE N, P, K, CA, MG E MICRONUTRIENTES
8.6.4. Teores dos nutrientes e características dos principais fertilizantes fornecedores de cálcio
P2O5
Fertilizante Eq.CaCO3 1/ IS 1/
Ca N Ácido CNA Mg S-SO 2-
Total 4
cítrico + Água
2% Água
Farinha de ossos 25 - 30 - - - - - - -
Fosfato natural de
30 - 36 5 2 - - - - -
Araxá
Fosfato natural de
32 - 28 a 29 10 - - 0,5 3,2 - -
Gafsa
Gesso agrícola
28 a 30 - - - - - - 15 a 16 - -
(sulfato de cálcio)
Superfosfato
20 - 20 - 18 16 - 12 - 8
simples
Superfosfato triplo 14 - 45 - 44 38 - 1 - 10
Termofosfato
18 - 18 16,5 - - 7 - +500 -
magnesiano
1/
Equivalente CaCO3: sinal (-) kg de carbonato necessário para neutralizar a acidez provocada por 1 t do fertilizante. Sinal (+): alcalinidade
equivalente.
2/
IS (índice salino): tendência para aumentar a pressão osmótica da solução do solo em números relativos ao nitrato de sódio (100).
Fonte: Adaptado de Malavolta (1987).
99
8.6. FERTILIZANTES FORNECEDORES DE N, P, K, Ca, Mg E MICRONUTRIENTES
8.6.5. Teores dos nutrientes e características dos principais fertilizantes fornecedores de magnésio
8.6.6. Teores dos nutrientes e características dos principais fertilizantes fornecedores de enxofre
Fertilizante P2O5 IS 2/
S 1/ N (CNA+ K2O Ca Mg
H2O)
Enxofre elementar 98 a 99 - - - - - -
Gesso agrícola 15 a 16 - - - 28 a 30 - -
Sulfato de amônio 23 a 24 20 a 21 - - - - 69
Sulfato de magnésio
heptahidratato - - - - -
20 9
Sulfato de magnésio
13 a 14 - - - - 16 -
monohidratado
Sulfato de potássio 18 - - 50 - - 46
Superfosfato simples 12 - 18 - 20 - 8
O enxofre dos fertilizantes está na forma de sulfato (S-SO ) , exceto o enxofre elementar (S).
1/
4
2-
IS (índice salino): tendência para aumentar a pressão osmótica da solução do solo em números relativos ao nitrato de sódio (100).
2/
100
8.6. FERTILIZANTES FORNECEDORES DE N, P, K, Ca, Mg E MICRONUTRIENTES
Garantia Solubilidade em
Fertilizante Fórmula química
mínima água (g L-1)
Pentaborato de sódio
20% B Borato de sódio (Na2B4O7. 5H2O) ou Na2B10O16. 10H2O -
(solubor)
101
Garantia Solubilidade em
Fertilizante Fórmula química
mínima água (g L-1)
Óxido de manganês ou
MANGANÊS
102
8.7. COMPATIBILIDADE ENTRE OS FERTILIZANTES MINERAIS SIMPLES,
ORGÂNICOS E CORRETIVOS
ni s
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gâ o
co
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e
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A
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Observação: Dependendo de certas características da uréia, do nitrato de amônio e do teor de cloreto de sódio
no cloreto de potássio, as misturas desses produtos podem apresentar certo grau de incompatibilidade.
103
9. GLOSSÁRIO
Ácido fosfórico (H3PO4): Ácido que em meio aquoso Adubação em sulcos: Aplicação do fertilizante em
dissocia-se originando o íon fosfato (PO43-). uma zona concentrada seja na superfície do solo ou
H3PO4 = 3H+ + PO43- abaixo dela.
Ácido fosforoso (H3PO3): Ácido que em meio aquoso Adubação foliar: É a aplicação dos nutrientes na parte
dissocia-se originando o íon fosfito (PO33-). aérea das plantas. Normalmente, as pulverizações
H3PO3 = 3H+ + PO33- foliares são direcionadas às folhas das plantas.
Ácidos fúlvicos: Fração das substâncias húmicas Adubação parcelada: Fertilizante aplicado em duas ou
solúvel em meio alcalino e em meio ácido. Possui o mais vezes durante o crescimento da cultura. Melhora
menor peso molecular entre as frações que compõem a eficiência das adubações através da redução nas
as substâncias húmicas. Coloração clara, variando do perdas dos nutrientes mais susceptíveis à lixiviação,
amarelo-claro ao amarelo-castanho. por exemplo, nitrato (N-NO3--).
Ácidos húmicos: Fração das substâncias húmicas Aminoácidos: Produto final da decomposição das
solúvel em meio alcalino e insolúvel em meio ácido. proteínas e peptídios dos resíduos vegetais e animais
Peso molecular entre os ácidos fúlvicos e a humina. A pelos microrganismos. São moléculas orgânicas ou
coloração varia desde marrom-escuro ao biomoléculas que contêm um carbono assimétrico
cinza-escuro. denominado de carbono-alfa ao qual se ligam
covalentemente, um grupo carboxílico (-COOH), um
Adubação: Consiste no fornecimento dos nutrientes grupo amino (-NH2) e um átomo de hidrogênio (H).
ao solo, de modo a recuperar ou manter a sua Neste carbono ainda se liga um grupo químico
fertilidade, suprindo as necessidades nutricionais das denominado de radical ou cadeia lateral (R) que define
plantas e provocando o mínimo de perturbação no especificamente cada um dos 20 aminoácidos.
ambiente. Eventualmente, o fornecimento dos
nutrientes pode ser realizado diretamente nas plantas Análise foliar: Avaliação do estado nutricional das
através da adubação foliar. plantas por meio da análise química das folhas.
Adubação a lanço: Aplicação dos fertilizantes sólidos Arenito: Rocha sedimentar resultante da
ou fluidos, na superfície do solo, com ou sem compactação e litificação de areias aglutinadas por
incorporação subsequente por práticas de preparo do um cimento natural, por exemplo, argila, carbonato de
solo. Os nutrientes podem ser aplicados antes ou cálcio ou carbonato de cálcio e magnésio. O arenito é
após o plantio da cultura. constituído por quartzo mas pode ter também
quantidades apreciáveis de feldspatos, micas e outras
Adubação de arranque: Aplicação do fertilizante no impurezas.
plantio, próximo às sementes ou ao lado e abaixo das
sementes. Argissolos: Solos com B textural (aumento
substancial de argila do horizonte superficial para o
Adubação em cobertura: Aplicação dos fertilizantes horizonte B). É constituído por argila de atividade
no solo após o estabelecimento das culturas. baixa ou alta conjugada com saturação por bases
baixa ou caráter alítico.
Adubação em faixas: É a forma de adubação que
envolve a aplicação dos fertilizantes sólidos ou fluidos Basalto: Rocha vulcânica ou ígnea, eruptiva ou
em faixas de largura variável. extrusiva, ou seja, formada na superfície do solo
através das lavas vulcânicas. Apresenta textura fina,
Adubação em faixas laterais: Aplicação do fertilizante coloração escura (óxido de ferro e de titânio) e alta
em faixa de um lado ou em ambos os lados da cultura. dureza. A maioria dos solos de Ribeirão Preto, Vale do
É usual em culturas perenes. Paranapanema e Norte e Sudoeste do Paraná são
provenientes do basalto.
Adubação em pré-plantio: Fertilizante aplicado no
solo antes do plantio das culturas. Normalmente, os Calcário: Produto obtido pela moagem da rocha
fertilizantes não são incorporados aos solos. calcária. É constituída de carbonato de cálcio (CaCO3)
104
9. GLOSSÁRIO
e carbonato de magnésio (MgCO3). É utilizado para a Celulose: Carboidrato mais abundante nas plantas.
redução da acidez do solo convertendo os íons H+ em
água e para o fornecimento de cálcio e magnésio às Clorofila: Pigmento verde que retém a luz para a
plantas. fotossíntese nas plantas, algas e algumas bactérias.
Capacidade de troca de cátions (CTC a pH 7): É a Clorose: Perda de clorofila das folhas resultando em
capacidade que o solo tem em reter cátions trocáveis. coloração verde-clara a amarela. Normalmente está
A CTC do solo é expressa em mmolc dm-3 ou cmolc associada à deficiência de alguns nutrientes.
dm-3 e corresponde à soma dos teores dos cátions
básicos (Ca+2, Mg+2, K+ e Na+) mais hidrogênio (H+) e Coinoculação: Consiste na utilização de dois ou mais
alumínio trocável (Al+3). microrganismos nas culturas, aos quais produzem um
efeito sinérgico, em que se superam os resultados
Capacidade de troca efetiva (t): É a capacidade que o obtidos com os mesmos, quando utilizados de forma
solo tem em reter os cátions em seu pH natural. A t do isolada.
solo é expressa em mmolc dm-3 ou cmolc dm-3 e
corresponde à soma das bases do solo (Ca+2, Mg+2, K+ Coloide: Partícula orgânica ou inorgânica (mineral)
e Na+) mais alumínio trocável (Al+3). menor que 0,001 mm de diâmetro. O coloide
apresenta uma grande superfície de contato,
Caráter ácrico: Refere-se a soma de bases trocáveis geralmente com alta reatividade. É o local onde ocorre
(Ca2+, Mg2+, K+ e Na+) mais alumínio extraível por KCl 1 a retenção dos nutrientes no solo.
mol L em quantidade igual ou inferior a 15 mmolc kg-1
de argila e que preenche pelo menos uma das Condicionador de solos: Produto que promove a
seguintes condições: melhoria das propriedades físicas, físico-químicas ou
atividades biológicas dos solos, podendo recupere
pH KCl 1 mol L-1 igual ou superior a 5,0 ou solos degradados ou desequilibrados
∆pH positivo ou nulo (∆pH = pH KCl – pH H2O) nutricionalmente.
Caráter alítico: Solo que apresenta teor de alumínio Condutividade elétrica (EC): É um indicativo da
extraível ≥ 40 mmolc kg-1 de solo, associada à concentração de sais ionizados numa solução.
atividade de argila ≥ 200 mmolc kg-1 de argila e
saturação por alumínio ≥ 50% e/ou saturação por Corretivos do solo: Substâncias adicionadas ao solo
bases < 50%. para melhorar o seu pH ou suas propriedades físicas.
Os principais corretivos agrícolas são o calcário, o
Carboidratos: São as biomoléculas mais abundantes calcário calcinado, o gesso e a turfa.
na natureza. São compostos orgânicos constituídos
por carbono, hidrogênio e oxigênio e geralmente Cultivo: Operação de preparo do solo para semear ou
seguem a fórmula genérica [(CH2O)]n, sendo o n≥3, transplantar uma muda, ou para o controle das
tais como, açúcares e polissacarídeos. Os plantas daninhas ou para tornar a camada superficial
carboidratos são sintetizados pelas plantas a partir do do solo mais propícia ao plantio.
gás carbônico (CO2) e água (H2O), nos cloroplastos, no
processo denominado de fotossíntese. É fonte e Cultivo conservacionista: Qualquer sistema de
reserva de energia e matéria-prima para a biossíntese preparo do solo que reduz as perdas de solo e/ou
de outras biomoléculas. água, em comparação com o preparo convencional
(aração e gradagem), na qual todos os resíduos são
Carbonato: Sedimento formado pela precipitação incorporados ao solo.
orgânica ou inorgânica de uma solução aquosa de
carbonatos de cálcio, magnésio ou ferro denominado Cultivo mínimo: Sistema de preparo do solo que reduz
de calcário ou dolomita. o número de operações mecanizadas a um mínimo
necessário para criar a condição adequada para o
Cátions básicos: São os elementos químicos cálcio plantio e germinação das sementes.
(Ca+2), magnésio (Mg+2) e potássio (K+) e sódio (Na+).
Desordem nutricional: É o estado nutricional da planta
105
9. GLOSSÁRIO
que pode corresponder a uma deficiência ou toxidez, Fertilizante fluido em suspensão: Fertilizante líquido
ou seja, quando o nutriente está em nível muito baixo que se apresenta na forma de suspensão, isto é, uma
ou muito alto na planta, respectivamente. fase sólida dispersa num meio líquido.
Diagnose foliar: Consiste na avaliação do estado Fertilizante orgânico: São os fertilizantes constituídos
nutricional da planta por meio da análise química das de compostos orgânicos de origem natural, vegetal ou
folhas e comparação com o seu padrão animal. Normalmente, tem baixa concentração de
preestabelecido (lavouras com altas produtividades). nutrientes.
Fertilizante fluido em solução: Fertilizante líquido que Floema: Vaso condutor das plantas responsável pelo
se apresenta na forma de soluções verdadeiras, isto é, transporte da seiva elaborada das folhas para os
isentas de material sólido. demais órgãos da planta. A seiva elaborada é
sintetizada nas folhas pela fotossíntese. O floema
106
9. GLOSSÁRIO
também é conhecido por líber. Índice salino (IS): Capacidade que o fertilizante tem
em aumentar a pressão osmótica da solução do solo.
Fluxo de massa: Consiste no movimento, com a Ocorre aumento na condutividade elétrica do solo. Os
mesma velocidade, do nutriente (elemento químico) fertilizantes com maior índice salino são os
em uma fase aquosa móvel (solução do solo), de uma potássicos e os nitrogenados.
região mais úmida, distante da raiz, para outra mais
seca, próxima da superfície radicular. O fluxo de Interceptação radicular: Mecanismo de absorção
massa é o principal mecanismo de absorção do N, Ca, radicular na qual a raiz, ao se desenvolver num
Mg, SO42-, H3BO3 e MoO42- pelas plantas. São os determinado volume de solo, entra em contato com o
nutrientes mais propensos a perdas por lixiviação nutriente na solução do solo.
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9. GLOSSÁRIO
Nitrogenase: Complexo enzimático redox-ativo que Polióis: São poliácoois, ou seja, são álcoois com duas
hidrolisa ATPs para efetuar a redução do N molecular ou mais hidroxilas (OH-). O sorbitol, manitol e glicol
(N2) à NH3. É constituído por Mo, Fe e S. são exemplos de polióis. As espécies vegetais da
família das rosáceas (macieira, pereira e ameixeira)
Necrose: Tecido foliar morto ou em vias de morrer, sintetizam estes compostos orgânicos que, por sua
indicado pelo seu secamento. vez, complexam o boro, tornando-o móvel no floema.
Nível crítico: É o teor do nutriente no solo ou nas Proteínas: São as macromoléculas mais abundantes
folhas das plantas a partir do qual não ocorre resposta nas células. São formadas por uma sucessão de
a sua aplicação. moléculas menores denominadas de aminoácidos.
Estão relacionadas com o metabolismo da
Nutrientes: São os elementos químicos essenciais à construção celular. São componentes da membrana
vida das plantas. Para serem considerados como plasmática, citoesqueleto dos cromossomos, dentre
nutrientes, os elementos químicos devem atender a outros.
três critérios da essencialidade:
Redução: É o processo inverso da oxidação. Um
• Critério 1. A deficiência do nutriente impede que a determinado íon, átomo ou molécula ganha um ou
planta complete o seu ciclo vital. mais elétrons, ocorrendo diminuição no número de
oxidação. Por exemplo, o Fe3+ é oxidado a Fe2+ ou o
• Critério 2. O elemento químico não pode ser Mn3+ é reduzido a Mn2+.
substituído por outro com propriedades similares.
108
9. GLOSSÁRIO
Redutase do nitrato: Enzima responsável pela Substâncias húmicas: Estágio final da decomposição
redução do nitrato (N-NO3-) à nitrito (N-NO2-). Etapa ou humificação dos resíduos orgânicos do solo e
inicial da conversão do nitrato à compostos orgânicos representam a fração mais ativa da matéria orgânica.
nitrogenados. São os principais responsáveis pelos inúmeros
processos físicos e físico-químicos que ocorrem nos
Saturação por alumínio (m): É a porcentagem da solos. São constituídas por três frações: ácidos
capacidade de troca efetiva do solo (t) ocupada pelo fúlvicos, ácidos húmicos e huminas.
alumínio trocável.
Textura do solo: Proporção relativa das partículas que
m (%) = Al/t x 100 constituem o solo. As partículas são denominadas de
frações granulométricas e são constituídas pela areia,
Saturação por bases (V): É a porcentagem da CTC a silte e argila.
pH 7,0 do solo ocupada por cátions básicos (Ca, Mg, K
e Na). Transporte ou translocação: É o transporte do
nutriente do local de absorção para outro local na
V (%) = SB/CTC x 100 planta. Os nutrientes são móveis no xilema e a
mobilidade no floema das plantas é variável. Há
Senescência: Estádio de desenvolvimento das folhas nutrientes muito móveis (N e K), móveis (P, Mg e Cl),
mais velhas no qual elas secam e desprendem-se dos pouco móveis (S, Cu, Fe, Mn, Mo, Ni e Zn) e imóveis
caules e colmos. (Ca e B).
Solução do solo: É a fase líquida do solo onde estão Xilema: Vaso condutor das plantas responsável pelo
dissolvidos os nutrientes. As plantas absorvem os transporte da seiva bruta (água e minerais) das raízes
nutrientes da solução do solo, sendo repostos pela até o ápice das plantas. É constituído por células
fase sólida. mortas impregnadas por lignina e reforçadas com
celulose. O xilema também é conhecido por lenho.
Soma de bases (SB): É a soma dos teores dos cátions
básicos do solo (Ca2+, Mg2+, K+ e Na+). É expressa em
mmolc dm-3 ou cmolc dm-3.
109
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COORDENAÇÃO DO PROJETO
Marcos Silva
Gerente Técnico Regional
PROJETO GRÁFICO
Y2&CO
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