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São Carlos
2004
Aos meus pais e à minha esposa,
pela paciência e pelo amor.
AGRADECIMENTOS
LISTA DE FIGURAS i
LISTA DE TABELAS ix
LISTA DE SÍMBOLOS xi
RESUMO xiii
ABSTRACT xiv
1 INTRODUÇÃO 1
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 4
2.1.1 Generalidades 4
2.1.2 Processos intempéricos 7
2.1.3 Produtos do intemperismo 8
2.1.4 Intemperismo tropical 9
2.1.5 Perfis de alterações de solos residuais 13
2.1.5.1 Introdução 13
2.1.5.2 Classificações para o perfil de Alteração 15
2.1.5.3 Perfis típicos de alteração 18
2.1.5.4 Caracterização dos horizontes do perfil de Alteração 20
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Características gerais da região de Viçosa 80
3.1.1 Localização geográfica 80
3.1.2 Dados climatológicos 80
3.1.3 Geologia 81
3.1.4 Geomorfologia 82
3.1.5 Pedologia 83
3.1.5.1 Latossolo Vermelho-Amarelo (LV) 84
3.1.5.2 Latossolo Vermelho-Amarelo Variação Uma (LVU) 84
3.1.5.3 Cambissolo (CL) 84
3.1.5.4 Podzólico Vermelho-Amarelo (PV) 85
3.1.5.5 Podzólico Vermelho-Amarelo com B Bruno micáceo
(PVB) 85
3.1.5.6 Cambissolo Latossólico (CL) 85
3.1.5.7 Solos Hidromórficos (HI) 86
3.3 Métodos 90
3.3.1 Metodologia de campo 90
3.3.2 Metodologia de Laboratório 91
3.3.2.1 Ensaios de caracterização 91
3.3.2.1.1 Caracterização Geotécnica 91
3.3.2.1.2 Análise Mineralógica 91
3.3.2.1.3 Caracterização MCT (Miniatura, Compactado,
Tropical) 92
3.3.2.1.4 Análise Porosimétrica 92
3.3.2.1.5 Análise Micromorfológica 92
3.3.2.2 Ensaios triaxiais 93
3.3.2.2.1 Ensaios em amostras saturadas 93
3.3.2.2.2 Ensaios em amostras não saturadas 98
4 RESULTADOS 100
4.1 Ensaios de Caracterização 100
4.1.1 Caracterização Geotécnica 100
4.1.2 Ensaios de Caracterização Mineralógica 101
4.1.3 Ensaios de Porosimetria 103
4.1.4 Classificação MCT 105
4.1.5 Curva Característica 107
4.1.6 Lâminas Delgadas 108
4.2 Ensaios Triaxiais 111
4.2.1 Ensaios drenados em amostras saturadas por contrapressão 111
4.2.2 Ensaios em amostras não saturadas 119
4.2.2.1 Ensaios com sucção matricial controlada 119
4.2.2.2 Amostras não saturadas secas ao ar 128
LISTA DE FIGURAS
Capítulo 2
Figura 2.21 Gráfico pxq, na ruptura, dos ensaios realizados (REIS &
AZEVEDO, 1998). 50
Figura 2.32 (a) Trajetórias de tensões no espaço q; p’, (b) teste de compressão
isotrópica (1), (c) teste de compressão confinada (2) e (d) teste de
compressão triaxial não drenado (3), (WOOD, 1992). 74
Figura 2.34 Superfícies de escoamento nos espaços: (a) (p, q) e (b) (p, s),
(ALONSO et al.,1990). 79
Capítulo 3
Figura 3.11 Trajetória de tensões adotadas nos ensaios com tensão controlada
realizados na célula do tipo Bishop Wesley. 97
Figura 3.12 Câmaras para instalação da sucção matricial nos ensaios com
sucção controlada. 98
Capítulo 4
Figura 4.8 Diâmetro dos poros versus log diferencial do volume de mercúrio
(ml/g), (solo maduro). 103
Figura 4.11 Diâmetro dos poros versus log diferencial do volume de mercúrio
(ml/g) (solo jovem). 104
Figura 4.13 Curvas de compactação com o número de golpes para cada teor
de umidade (determinação de d’). 105
Figura 4.16 Curvas de compactação com o número de golpes para cada teor
de umidade (determinação de d’). 106
Figura 4.26 Resultados dos ensaios CIDsat, solo jovem, para a direção
111
vertical: (a) (σ1-σ3) x εaxial , (b) εv x εaxial .
Figura 4.27 Resultados dos ensaios CIDsat, solo jovem, para a direção 112
paralela ao bandamento: (a) (σ1-σ3) x εaxial , (b) εv x εaxial .
Figura 4.28 Resultados dos ensaios CIDsat, solo jovem, para a direção
perpendicular ao bandamento: (a) (σ1-σ3) x εaxial , (b) εv x εaxial . 113
Figura 4.29 Resultados dos ensaios CIDsat, solo maduro, para a direção
vertical: (a) (σ1-σ3) x εaxial , (b) εv x εaxial . 114
Figura 4.30 Resultados dos ensaios CIDsat, solo maduro, para a direção
horizontal: (a) (σ1-σ3) x εaxial , (b) εv x εaxial 115
Figura 4.31 Resultados dos ensaios CIDsat, solo maduro, para a direção de
116
450: (a) (σ1-σ3) x εaxial , (b) εv x εaxial .
solo maduro
Figura 4.35 Resultados dos ensaios CID, solo jovem, para ua-uw = 40 kPa: (a) 119
(σ1-σ3) x εaxial , (b)εv x εaxial.
Figura 4.36 Resultados dos ensaios CID, solo jovem, para ua-uw = 80 kPa: (a) 120
(σ1-σ3) x εaxial , (b)εv x εaxial.
Figura 4.37 Resultados dos ensaios CID, solo jovem, para ua-uw = 160 kPa: 121
(a) (σ1-σ3) x εaxial , (b)εv x εaxial.
Figura 4.38 Resultados dos ensaios CID, solo jovem, para ua-uw = 320 kPa: 122
(a) (σ1-σ3) x εaxial , (b)εv x εaxial.
Figura 4.39 Resultados dos ensaios CID, solo maduro, para ua-uw = 40 kPa: 123
(a) (σ1-σ3) x εaxial , (b)εv x εaxial.
Figura 4.40 Resultados dos ensaios CID, solo maduro, para ua-uw = 80 kPa: 124
(a) (σ1-σ3) x εaxial , (b)εv x εaxial.
Figura 4.41 Resultados dos ensaios CID, solo maduro, para ua-uw = 160 kPa: 125
(a) (σ1-σ3) x εaxial , (b)εv x εaxial.
Figura 4.42 Resultados dos ensaios CID, solo maduro, para ua-uw = 320 kPa: 126
(a) (σ1-σ3) x εaxial , (b)εv x εaxial.
Figura 4.45 Resultados dos ensaios CID, solo jovem, para amostras secas ao 128
ar: (a) (σ1-σ3) x εaxial , (b) εv x εaxial.
Capítulo 5
Figura 5.1 Efeito da cimentação: (a) curvas tensão-deformação; (b) curvas de 138
cedência.
Figura 5.3 Efeito da sucção na curva tensão versus deformação e deformação 141
axial versus volumétrica, solo jovem, para tensão confinante igual
a 200 kPa.
Figura 5.11 Variação do módulo de elasticidade com a deformação axial, para 152
diferentes tensões confinantes (jovem – direção vertical).
Figura 5.12 Variação de E /σ3 com a deformação axial, para diferentes tensões
confinantes (jovem – direção vertical). 152
Figura 5.14 Variação de E /σ3 com a deformação axial, para diferentes tensões 153
confinantes (jovem – direção paralela).
Figura 5.16 Variação de E /σ3 com a deformação axial, para diferentes tensões 154
confinantes (jovem – direção perpendicular).
Figura 5.17 Envoltórias de resistência obtidas para as sucções ensaiadas (solo 156
jovem).
Figura 5.18 Envoltórias de resistência obtidas para as sucções ensaiadas (solo 156
maduro).
Figura 5.19 Variação da coesão em função da sucção matricial (solo jovem). 158
Figura 5.21 Relação hiperbólica entre sucção (ψ = ua – uw) e coesão, utilizada 159
para a obtenção dos parâmetros, a e b da previsão.
Figura 5.22 Previsão da variação da coesão em função da sucção para o solo 160
residual jovem.
Figura 5.23 Previsão da variação da coesão em função da sucção para o solo 161
residual maduro.
Figura 5.29 Ajuste da equação 2.12 (Cam Clay modificado), aos dados 169
experimentais.
Figura 5.31 Pontos de escoamento obtidos e ajustados pela equação 2.14, para 171
os ensaios realizados com sucção igual a 80 kPa.
LISTA DE TABELAS
Capítulo 2
Capítulo 4
Capítulo 5
Tabela 5.2 Parâmetros de resistência efetivos dos solos ensaiados (triaxial 144
convencional).
Tabela 5.7 Valores de c e ∅ para as diferentes sucções adotadas nos ensaios. 157
Tabela 5.8 Valores adotados no ajuste da função hiperbólica aos dados 157
experimentais.
LISTA DE SÍMBOLOS
RESUMO
ABSTRACT
This thesis deals with the stress-strain behavior of a mature soil and a young soil
from a typical residual soil of gneiss, as found in Viçosa-MG. This behavior is analyzed
under saturated and non saturated conditions. The study rests on physical and
mineralogical characterization tests, on porosimetric and morphological analyses (thin
section) and on triaxial compression tests performed with saturated and non saturated
soil. Saturated young and mature specimens were sheared according to different
directions and saturated young soil was also sheared following various stress path. It is
shown that the shear strength of saturated soil, both mature and young is independent of
shearing direction. However, the visually more homogeneous mature soil showed to be
more anisotropic, regarding the deformability, than the young residual soil that visually
seems to be heterogeneous. The cohesion intercept tends to increase with soil suction
according to a non linear relationship that can be adjusted through a hyperbolic
function, while the angle of shearing stress was not influenced by soil suction. An
alternative to forecast unsaturated shear strength envelope based on results of saturated
soil and on tests performed at a known suction is also presented. The yielding curve of
young soil was found to be fairly predicted using modified Cam-Clay model. The yield
curve is centered along the hydrostatic axis of stress and its shape didn’t change during
soil strain hardening that was obtained by joining the points to that exhibited the same
plastic work.
Key Words: Residual soils, shear strength, anisotropy, unsaturated soils, yielding curve.
1
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO BIBIOGRÁFICA
2.1.1 Generalidades
Segundo Blight (1997) solo residual pode ser definido razoavelmente cono
sendo todo o solo formado a partir da decomposição das rochas (ígneas, metamórficas
ou sedimentares) pelo intemperismo químico, físico e biológico, que permanece no
local onde foi formado sem sofrer qualquer tipo de transporte.
O intemperismo é um processo que modifica a estrutura e as propriedades do
solo independente de sua história de tensões. A gênese dos solos residuais apresenta,
desta forma, um problema particular em relacionar a estrutura do solo e sua história de
tensões, pois ambos mudam continuamente.
A estrutura resulta diretamente dos processos físicos e químicos no campo que
alteram uma dada rocha matriz para formação do solo residual. As mudanças
geoquímicas envolvidas na transformação da rocha em solo residual têm sido estudadas
extensivamente. De acordo com Vaughan & Kwan (1984) elas podem envolver:
Quanto a história de tensão, de acordo com Vaughan & Kwan (1984), deve
ocorrer um descarregamento vertical durante o intemperismo, decorrente da perda de
peso e devido a erosão superficial. Como o solo é continuamente modificado pelo
6
Tabela 2.1 - Variações típicas no índice de vazios in-situ em Solos Residuais Brasileiros (Sandroni,
1985).
Rocha Matriz Densidade dos G rãos Índice de Vazios
G naisse 2,6 - 2,8 0,3 - 1,1
Q uartzito 2,65 - 2,75 0,5 - 0,9
Xisto 2,7 - 2,9 0,6 - 1,2
Filito e Ardósia 2,75 - 2,9 0,9 - 1,3
Basalto 2,8 - 3,2 1,2 - 2,1
Vários pesquisadores (Leroueil & Vaughan, 1990; Costa Filho et al., 1989;
Maccarini, 1989; Vaughan, 1985; Vaughan et al., 1988) consideram a presença de uma
estrutura fracamente cimentada, independente do histórico de tensões, como feição
dominante em solos residuais, a qual contribui para a resistência e rigidez destes solos.
Estas cimentações podem ser quebradas pela deformação do solo durante o
carregamento. Uma vez quebradas estas ligações são irrecuperáveis, exceto pela escala
de tempo dos processos geológicos que as criaram. A resistência dessas ligações é
análoga, mas diferente da componente coesiva da resistência presente em argilas, em
virtude das forças de atração entre suas partículas. Esta última componente pode ser
recuperada pelo menos parcialmente, se a densidade e o arranjo das partículas forem
recuperados.
Vaughan et al. (1988) sugerem que as principais características de engenharia
dos solos residuais que surgem de sua origem geológica, são as seguintes:
7
a) O clima quente e pluvioso, faz com que os silicatos das rochas, como uma
conseqüência da grande quantidade de água das chuvas abundantes, que as atravessam,
e da temperatura elevada, sofram uma hidrólise acentuada, e o resultado será a
libertação dos íons das estruturas dos silicatos (Si4+, Al3+, Fe2+, Ca2+, K+, Na+, etc).
b) Os íons libertados têm destinos diferentes.
c) Os íons Na+, K+, Ca2+ e Mg2+ são eliminados do complexo de meteorização,
pelas águas das chuvas que o atravessam.
d) O íon Si4+ pode ser eliminado do complexo de meteorização ou ser,
parcialmente, retido.
e) Os íons Al3+ e Fe2+ permanecem, em grande parte, dentro do complexo de
meteorização, originando neoformações, como a gibsita, a hematita e a goethita. O Si+4,
que não for eliminado, associa-se ao Al3+ para originar a caulinita.
f) A gênese dos minerais indicados depende da intensidade da lixiviação, ligada à
maior, ou à menor facilidade, com que ocorre a drenagem da água do complexo de
meteorização, ou dos perfis dos solos, que lhe estão associados.
a) Nos meios bem drenados (lixiviação acentuada), os íons Si4+ dissolvidos são
eliminados do complexo de intemperismo, e as soluções com os produtos, derivados da
10
hidrólise dos silicatos, formam a gibsita e a goethita, sobretudo quando a rocha é pobre
em íons Si4+.
b) Nos meios bem drenados, mas com o lençol freático permanente (lixiviação
moderada), ou se a rocha é rica em íons Si4+, nem todos esses íons são eliminados.
Nestas condições, partes dos óxidos de alumínio formados são ressilificados, pelos íons
não-eliminados, para darem origem à caulinita.
c) Nos meios sem drenagem, ou mal drenados (lixiviação nula, ou fraca), todos
os cátions libertados por hidrólise, entre eles o Si4+, tornam-se abundantes no complexo
de meteorização, e forma-se a montmorilonita, silicato que é definitivo nos solos
calcimorfos (argilas negras tropicais)
O que foi descrito para os meios bem drenados das regiões tropicais quentes e
pluviosas corresponde a um processo pedogenético, que se designa por ferratilização e,
muitas vezes, designado por “latolização”, ou meteorização “laterítica”.
O que foi exposto, principalmente no que diz respeito às condições de drenagem
como uma das responsáveis pelo tipo de mineral presente no solo, é muito importante
pois estes minerais influenciam de maneira decisiva no comportamento do solo, cada
um tendo uma influência diferente, e assim determinando aos solos comportamentos
diferentes (colapso, expansão, etc).
Novais Ferreira (1985) comenta a dificuldade de identificação e classificação
dos solos tropicais, saprolíticos e lateríticos e apresenta um perfil de alteração básico
para as regiões tropicais, com a indicação dos principais compostos normalmente
presentes em cada horizonte:
A Figura 2.2 ilustra um possível perfil de solos tropicais idealizado por Cruz
(1987). Esse perfil é resultante de uma intemperização, principalmente química,
associada à lixiviação e laterização. Na Figura 2.3, Cruz (1987) idealiza modelos
teóricos de estruturas possíveis para os horizontes identificados no perfil de alteração da
Figura 2.2.
a) Rocha que dá origem ao perfil de alteração deve ser rica em minerais de ferro
ou alumínio;
b) Perfil deve ser permeável, permitindo boa circulação de água;
c) Clima tropical com estações chuvosas e secas e elevada umidade;
d) Elevadas temperaturas;
e) Topografia favorável;
f) Flutuação do nível freático;
g) Vegetação da floresta tropical ou savana.
No item seguinte será tratado com mais detalhe os perfis de alteração, tendo aqui
o objetivo meramente ilustrativo de apresentar, teoricamente, a existência e disposição
dos horizontes que o compõem.
13
2.1.5.1 Introdução
I Rocha Sã
II Rocha pouco alterada
III Rocha moderamente alterada
IV Rocha Altamente alterada
V Rocha completamente alterada
VI Solo Residual
Figura 2.4 - Diagrama esquemático de um perfil típico de solo residual (Little, 1970).
Observa-se desta figura que a rocha vai sendo decomposta gradualmente pelo
intemperismo no sentido da superfície ao interior do maciço rochoso, descrevendo uma
série de horizontes com diversificados níveis de intemperização. Ainda na Figura 2.4, as
zonas (I, II, III) tendem a se comportar como rocha, enquanto as zonas (IV, V, VI)
como solo. As zonas IV e V, considerando as diversas classificações nacionais,
geralmente pode-se chamar de solo de alteração ou saprolito ou ainda solo residual
jovem, pois estes solos guardam características estruturais da rocha matriz. O solo da
zona VI pode-se chamar de solo residual maduro, pois é o solo que não guarda nenhuma
característica da rocha matriz. Baseado no exposto anteriormente, espera-se que o solo
residual maduro seja homogêneo e isotrópico e o solo residual jovem seja heterogêneo e
anisotrópico.
Uma definição que merece destaque é a de Laterização, a qual, segundo Barata
(1981), pode ser definida como um fenômeno de intemperismo característico das
19
quando ocorre a laterização, pelo mesmo motivo anterior, há um aumento em seu valor.
Quanto a formação de sesquióxidos, observa-se que eles são formados durante a
laterização do solo. A laterização pode ocorrer dentro da zona superior dependendo do
clima e das condições de água subterrânea.
Esta denominação coincide com a utilizada por Vargas (1953), Barata (1969) e
Mori et al. (1978). De Mello (1972) utiliza a terminologia Solo Maduro, excluindo a
redundância do termo residual. Pode-se de uma maneira geral, utilizar o termo solo,
isoladamente, como aparece nas classificações de Moye (1955), Knill & Jones (1965) e
Nogami (1967). Este horizonte corresponde ao último estágio de alteração in situ da
rocha-máter que, devido ao estado avançado de intemperização, não mais apresenta
vestígios da estrutura da rocha de origem. Todo o material está reduzido a solo. Esta
zona corresponde ao horizonte B pedológico.
Esta denominação coincide com a utilizada por Sardinha et al. (1981). Vargas
(1969) utiliza a denominação rocha alterada, Barata (1969) a denominação solo residual
jovem e De Mello (1972) a denominação saprolito.
Estágio relativamente adiantado de alteração de rocha. Apresenta blocos com
dimensões centi a decimétricas, normalmente originadas a partir do sistema de
fraturamento original do maciço. Tais blocos são de difícil desagregação pela pressão
dos dedos, porém quebram suas bordas com facilidade quando submetidos a esforços de
flexão. Este material, devido a presença, por vezes numerosa, de blocos alterados, ou
pela forte estruturação herdada da rocha de origem, não é perfeitamente caracterizado
pelos ensaios da Mecânica dos Solos Convencional. Os blocos estruturados já
apresentam certa resistência à desintegração quando imersos em água, podendo originar
blocos menores que se mantém inalterados. Pela ação manual formam fragmentos
menores.
grau de alteração. A matriz de finos apresenta-se, no geral, sob forma de fração arenosa
bem graduada, com eventual presença de silte e ausência de fração de argila. Neste
material a matriz de finos não necessariamente envolve totalmente os blocos alterados.
Blocos imersos em água permanecem, geralmente, inalterados. Resultados de RQD
situam-se em uma faixa variável de 0 a 50 %. Fragmentos são dificilmente quebrados
pela ação manual. Quando compactados os saprolitos duros dão origem a maciços
bastante permeáveis, uma vez que o manuseio mecânico deste material conduz a uma
composição granulométrica predominantemente pedregulhosa, que apresenta um
comportamento semelhante aos enrocamentos compactados.
- Rocha SÃ - (I)
2.2.1 Introdução
ele não receba nenhum tipo de carregamento, é insignificante por causa do processo de
formação destes solos (intemperismo). Vaughan (1988) afirma que o efeito de tensões
prévias as quais os solos residuais tinham sido sujeitos durante sua formação será
pequeno. Segundo este autor haverá um descarregamento vertical menor que o
descarregamento horizontal, e durante o intemperismo estes descarregamentos anulam
qualquer efeito de tensões prévias, estando a atual estrutura do solo residual em
equilíbrio e associada ao seu atual estado de tensões. Nos solos transportados a sua
influência já é muito grande pois ele modifica o condicionamento do grão, e causa o
efeito de pré-adensamento.
A resistência do grão ou das partículas é muito variável nos solos residuais
devido ao intemperismo que produz grãos ou aglomerados de grãos com vários graus de
enfraquecimento e variada mineralogia. Nos solos sedimentares a resistência destas
particulas ou grãos é mais uniforme e poucos grãos enfraquecidos são encontrados,
porque as partículas fracas tendem a serem eliminadas durante o transporte.
A união ou vínculo entre partículas (cimentação), nos solos residuais é uma
importante componente da resistência devido ao vínculo ou cimentação que é
estabelecido entre partículas. Esta união, que pode ser facilmente destruída pela
pertubação, causa intercepto de coesão e resulta em uma tensão de cedência. Nos solos
sedimentares (transportados), com idade geológica, verifica-se o mesmo efeito. No item
adiante será dada uma ênfase maior a este assunto (Estrutura cimentada) onde se explica
sua influência no comportamento tensão-deformação e resistência de solos residuais.
Estrutura reliquear e descontinuidades em solos residuais desenvolvem-se da
estrutura pré-existente ou das características estruturais da rocha matriz, incluindo
estratificação, juntas, superfície polida e estriada resultante do atrito desenvolvido ao
longo de um plano de falha, etc. Nos solos sedimentares estas são desenvolvidas pela
deposição cíclica e a partir do histórico de tensões, sendo que superfícies polidas e
estriadas resultante do atrito desenvolvido ao longo de um plano de falha podem estar
presente (Blight, 1997).
Anisotropia em solos residuais geralmente é derivada do arranjo estrutural da
rocha matriz, como exemplo tem-se as estratificações que na maioria das vezes
aparecem nos solos residuais saprolíticos. Esta característica será abordada
posteriormente através de alguns trabalhos realizados que mostram a relevância de se
considerar a influência desta característica nas propriedades de resistência e
25
2.2.2.1 Introdução
Diversos pesquisadores, Costa Filho et al. (1989), Lerouel & Vaughan (1990),
Maccarinni et al. (1989), Vaughan (1985) e Vaughan et al. (1988) consideram a
cimentação entre partículas como uma componente importante na resistência destes
solos.
Segundo Vaughan (1985) a presença de cimentação pode revelar ao solo as
seguintes características:
Figura 2.6 - Curvas típicas, obtidas de ensaios oedométricos em solos brasileiros (VARGAS, 1953).
Figura 2.7 – Tensão aparente de pré – adensamento (Vargas 1973): a) Observada em oedômetro; (b)
influência na resistência drenada em cisalhamento direto.
31
Figura 2.8 – Testes triaxiais drenados em solo residual de basalto (Vaughan, 1988).
Figura 2.9 – Curva de compressão confinada para uma argila sedimentar cimentada (Sangrey, 1972).
Figura 2.10 - Curva de Compressão triaxial executados em argilas sedimentares cimentadas ( Sangrey,
1972).
Figura 2.12 – Superfícies de escoamento obtidas a partir de ensaios triaxiais em amostras indeformadas
de argila. (a) superfícies de escoamento no espaço q; p’ e (b) superfícies de escoamento normalizadas pela
tensão vertical de campo. (Granhan et al., 1983).
Figura 2.13 – Cedência (escoamento) observado em ensaios triaxiais realizados com solos residuais: a)
Solo residual de gneisse (SANDRONI e MACCARINI, 1981); b) solo residual de basalto (Vaughan et al.,
1988).
36
Figura 2.14 – Curvas de escoamento para solos estruturados: (a) anisotropia em argilas e (b) isotropia em
algumas rochas moles e solos residuais (Leroueil & Vaughan, 1990).
2) Somente a estrutura pode permitir ao solo sair da área estável definida pelo
material desestruturado. Neste caso, o solo permanecerá rígido até que a
plastificação ocorra; sendo o ponto de plastificação dependente da resistência
da estrutura;
Wesley (1990) observou que para as amostras de uma argila vermelha tropical
derivada do intemperismo de depósitos vulcânicos, os efeitos da estrutura parecem ser
desprezíveis no seu comportamento, já que através de testes edométricos, notou-se que a
curva do material remoldado é idêntica àquela do solo original. Desta maneira, a
remoldagem não tem nenhum efeito no comportamento do solo (Figura. 2.16). O
referido autor conclui: “As propriedades distintas de alguns solos residuais parecem
refletir mais suas composições mineralógicas que qualquer efeito estrutural, como
ligações entre partículas, e a influência da mineralogia não pode ser esquecida para se
entender o comportamento dos solos residuais”.
38
Figura 2.15 - Curva de compressão Edométrica de um Solo Residual de Basalto a Partir do Estado Inicial
mais fofo possível (solo desestruturado) relacionada ao índice de vazios in-situ (Vaughan, 1985).
Figura 2.16 - Resultados de Testes Edométricos numa Argila Vermelha nos Estados Indeformado e
Remoldado (Wesley, 1990).
39
Figura 2.17 - Relação entre Pressão de Terra e Pressão Virtual de Pré-adensamento num Solo Residual de
Diabásio (Maccarini, 1989).
40
No entanto, De Mello (1972), observa que: “não há nenhuma razão para que as
tensões in-situ em diferentes materiais sejam iguais à tensão média de campo. Pelo
contrário, em analogia ao demonstrado pela mecânica das rochas, é possível e provável
que as tensões iniciais de campo nos diferentes materiais sejam diferentes,
possivelmente retendo alguma das tensões internas da rocha matriz.. A questão que é
colocada é se a pressão virtual de pré-adensamento seria ou não uma revelação das
tensões efetivas iniciais nos diversos materiais”.
- alívio de tensão;
- distúrbios mecânicos devido à amostragem;
- intemperismo
- técnicas de ensaio;
- remoldagem e desestruturação.
2.2.3 ANISOTROPIA
2.2.3.1 Introdução
reconstituídas por pluviação (Arthur et al., 1981; Symes,1983; Negussey, 1984; Miura,
1985; Sayão, 1989)
Green & Reades (1975) estudaram os efeitos da anisotropia nas características
de tensão e deformação de areias através de ensaios de compressão triaxial e
deformação plana. Os ensaios de deformação plana e de compressão triaxial na direção
horizontal, realizados no equipamento triaxial desenvolvido por Green (1971),
demonstraram que amostras fofas e densas são mais compressíveis na direção
horizontal. No entanto, com relação à resistência, as areias ensaiadas por Green
mostraram-se essencialmente isotrópicas. Yamada & Ishihara (1979 e 1981) e
Quaresma (1997), utilizando um equipamento triaxial cúbico, observaram os efeitos da
anisotropia em amostras preparadas por deposição vertical. Quando carregadas
verticalmente (ensaios de compressão axial), as amostras exibiam maior resistência à
deformação do que quando carregadas lateralmente. As amostras fofas referidas nestes
estudos foram preparadas por pluviação na água, e apresentaram índices de vazios
elevados.
No caso de anisotropia induzida, a deformação está relacionada à tensão
aplicada. Alguns trabalhos mostram o efeito da anisotropia induzida em amostras de
areia submetidas a tensões cisalhantes na célula de cisalhamento direcional (Arthur et
al., 1977; Arthur et al., 1980; Arthur et al., 1981).
Segundo Costa Filho & Campos (1991), embora a microestrutura de solos
residuais associados a um perfil de intemperismo seja relevante para a compreensão do
comportamento em obras de engenharia, aspectos macroestruturais nos solos residuais
jovens são, em muitos casos, de maior importância no que se refere ao comportamento
de massas de solo. Os principais aspectos macroestruturais são:
Tabela 2.3 - Indice de vazios inicial, coesão e ângulo de atrito (Maccarini, 1980).
Tabela 2.4 - Parâmetros de resistência ao cisalhamento de solos residuais jovens derivados de rochas
metamórficas (Costa Filho et al., 1989).
PARÂMETROS DE
ROCHA MACRO RESISTÊNCIA DO TESTE DE CONDIÇÃO REFERÊNCIA
MATRIZ ESTRUTURA CISALHAMENTO DIRETO DE
SATURAÇÃO
PARALELO PERPENDICULAR
Quartzito Lam inado c`= 20 kPa c`= 50 kPa Parcialm ente Sandroni
φ`= 37
o
φ`= 44
o
Ferrítico (silte arenoso) Saturado 1985
Figura 2.18 - Resultados dos ensaios de cisalhamento direto em solo gnáissico (Costa
Filho & De Campos, 1991).
Figura 2.19 - Resultados dos ensaios triaxiais em amostras saturadas de solo gnáissico
(Costa Filho & De Campos, 1991).
48
cisalhava-se a amostra. Deste gráfico pode-se concluir que quanto a resistência o solo
apresentou um comportamento praticamente isotrópico definido por uma coesão igual a
78,9 kPa e angulo de atrito igual a 29,60. A tabela 2.5 apresenta os módulos de
deformabilidade encontrados para 20%, 50% e 90% da ruptura nas três direções
analisadas para ensaios de 50 e 200 kPa de confinamento. Quanto a deformabilidade
pode-se inferir que o solo analisado apresenta um comportamento anisotrópico.
400
300
q (kPa)
200
triaxial cúbico, direção x
triaxial cúbico, direção y
Tabela 2.5 – Valores de módulo de Young para carregamento nas direções x, y, e z (Reis & Azevedo,
1998).
200 24,5 23,2 33,0 17,1 16,1 29,7 7,7 9,49 13,5
e direção vertical “em relação à apresentada pela foliação no campo”. Foi feito também
um ensaio de compressão hidrostática. Neste trabalho observou-se que o solo, mesmo
em condições saturadas, quanto à resistência mostrou um comportamento isotrópico e
quanto a deformabilidade apresentou comportamento anisotrópico.
Aleixo (1998) em seu estudo utilizou o equipamento triaxial cúbico
desenvolvido na PUC-RIO. O programa experimental constou de ensaios de
compressão axial e hidrostática, sob condições drenadas de carregamento. Os corpos de
prova foram moldados a partir de blocos indeformados de solos residuais jovem e
maduro, paralelos e perpendiculares à estratificação observada no solo. Foram ensaiados
também corpos de prova compactados destes mesmos materiais . A análise dos
resultados permitiu a verificação dos efeitos da direção de carregamento dos corpos de
prova, do nível das tensões de confinamento, do grau de intemperismo, do arranjo
estrutural dos grãos e dos efeitos do grau de saturação. Neste ítem só será detalhado os
efeitos da direção de carregamento (anisotropia). Os efeitos restantes serão detalhados
no ítem referente a trabalhos que tiveram como objetivo a investigação, do ponto de
vista de resistência e deformabilidade, de um perfil de solo residual (solo residual jovem
e solo residual maduro). Quanto ao efeito da direção de carregamento (anisotropia), a
resistência em ambas as direções se mostraram semelhantes, sendo cerca de 10 % maior
na direção ortogonal à estratificação; e quanto a deformabilidade, o solo carregado na
direção ortogonal apresentou, em média, uma rigidez de 30 % maior que na direção
paralela à estratificação. Em relação à verificação da anisotropia inerente ou estrutural,
pode-se concluir que o solo apresentou menores deformabilidades na direção z
(ortogonal à estratificação) que nas outras duas direções, ficando mais evidenciada no
solo jovem indeformado um comportamento anisotrópico. Já para o solo maduro
indeformado, as deformações nas três direções foram praticamente iguais, se
comportando como um material isotrópico. Para os solos jovem e maduro compactados,
a anisotropia ficou mais evidenciada. A Tabela 2.6 apresenta os resultados dos
parâmetros de resistência obtidos por este autor para amostras de solo residual maduro e
solo residual jovem ambas saturados ou parcialmente saturadas tanto indeformadas
como compactadas.
52
TABELA 2.6 – Resultados de ensaios triaxiais do tipo convencional realizados no triaxial cúbico (Aleixo,
1998).
Para atender a situações de campo em que o solo não se encontra saturado, nas
últimas décadas foram realizados vários trabalhos, tendo como objetivo obter
compreensão e caracterização melhores dos comportamentos mecânico e hidráulico
desses solos.
Este item tem como objetivo abordar, de maneira bem simplificada, aspectos
importantes desses solos, tendo-se em vista que o solo residual normalmente é
encontrado em condições parcial mente saturadas. Em primeiro lugar será apresentado o
conceito de sucção e curva característica; em segundo, serão abordadas as
características de tensão versus deformação, comentando-se os efeitos da sucção tanto
em ensaios de cisalhamento como em ensaios de adensamento; e, em terceiro lugar, será
feito comentário a respeito da resistência ao cisalhamento desses solos, quando será
apresentada a formulação proposta por Fredlund et al. (1978) e discutido o
comportamento dos parâmetros envolvidos na referida formulação, no tocante à
resistência, através de resultados de ensaios de laboratório realizados por diversos
autores em solos não-saturados.
53
2.2.4.1.1 Introdução
cota (h=0) que o reservatório padrão, porém sujeita à pressão diferente da atmosférica
(uB # patm) e que o solo esteja saturado.
O Potencial matricial (ψm) da água do solo é um potencial de pressão e resulta
do efeito combinado da ação de forças capilares e de adsorção, que surgem devido à
interação entre a água e as partículas minerais (matriz) que compõem o solo (Hillel,
1971e Baver et al., 1972). A Figura 2.23 apresenta os dois mecanismos de interação
solo-água.
Figura 2.23 - Água de um solo não saturado sujeita à capilaridade e adsorção, que combinados
produzem um potencial matricial (Hillel, 1971).
Figura 2.24 - Esquema ilustrativo da definição de sucção: Corresponde a ua-uw de sorte a não haver fluxo
através da membrana semi-permeável. Comumente ua=Patm.
Atualmente, existem duas correntes básicas a respeito dos fatores que governam
o comportamento dos solos não saturados. Autores como Fredlund (1979), Edil &
Motan (1984), e Alonso et alli (1987) assumem que o comportamento dos solos não
saturados é regido apenas pela sucção matricial. Por outro lado, Richards et al. (1986),
discordam da afirmação anterior, adimitindo que este comportamento é governado pela
sucção total entendida como o somatório da sucção matricial e da sucção osmótica.
Segundo Teixeira & Vilar (1997), a sucção matricial precisa ser conhecida ou
controlada, pois desempenha papel fundamental no comportamento do solo, visto que a
deformabilidade e a resistência ao cisalhamento variam diretamente com a sucção.
Contribuem para a sucção matricial os efeitos das forças capilares e de adsorção, de
difícil separação na prática, obrigando que, na maioria dos trabalhos, sejam feitas
abordagens considerando a influência global da sucção matricial no comportamento dos
solos. O que se constata é que em Mecânica dos solos, tem-se, rotineiramente atribuído
uma mudança na sucção total à variações na sucção matricial (sucção osmótica
despresível), de modo que: Sm = ua - uw.
58
2.2.4.3.1 Cisalhamento
2.2.4.3.2 Adensamento
Figura 2.28 - Gráfico ilustrando o comportamento índice de vazios versus tensão aplicada em função da
sucção.
Ainda no que diz respeito à variação de volume, fato interessante que ocorre é
que, quando se tenta aplicar o princípio da tensão efetiva em solos não-saturados, é
verificado que sua validade é questionável. Sabe-se que em solos saturados esse
princípio teve grande sucesso, e vários trabalhos o comprovaram. Em solos não-
saturados, Bishop (1959) propôs a seguinte equação:
e a unidade para solo saturado. Nos ensaios de adensamento, à medida que se aumenta a
tensão efetiva em solos saturados, observa-se diminuição de volume e, à medida que
diminui a tensão efetiva, verifica-se aumento de volume. Segundo Gens (1995), em
solos não saturados (Figura 2.29) alguns pesquisadores têm observado que durante o
adensamento, se o corpo de prova for saturado, o solo pode apresentar dois
comportamentos distintos: inchamento (aumento de volume) e colapso (diminuição de
volume).
Figura 2.29 - Comportamento do solo não-saturado, mostrando inchamento e colapso (Gens, 1995).
2.2.4.3.3 - Análise de Solos Não Saturados com base nas Variáveis de Estado
Coleman (1962) sugeriu o uso de variáveis de tensão reduzidas (σ1 – ua), (σ3-ua),
e (ua-uw) para representar as pressões axiais, confinantes e neutras, respectivamente, em
um ensaio triaxial.
Matyas & Radhakrishma (1968) introduziram o conceito de “parâmetro de
estado” na descrição do comportamento volumétrico de solos não saturados. A variação
de volume foi apresentada através de uma superfície tridimensional em função dos
parâmetros (σ-ua), e (ua – uw). Conforme os resultados apresentados pelos autores, tal
superfície representativa da variação volumétrica é única desde que o solo parta de um
mesmo estado inicial e siga somente trajetórias de aumento ou de diminuição de
saturação.
Fredlund & Morgenstern (1977), extraíram, a partir do estado de tensões a que
está submetido um elemento de solo não saturado (Figura 2.30) dois tensores de tensões
independentes, mostrados na Figura 2.31, representantes do estado de tensões do solo.
Segundo estes autores, o comportamento do solo poderia ser previsto empregando-se
qualquer uma das três combinações:
- (σ - uw) e (σ - ua)
Por ser a pressão de ar nos poros dos solos, quando estes se encontram no estado
aberto, igual à pressão atmosférica a combinação (c) tem sido a mais usada no meio
científico.
64
Figura 2.30 - Estado de tensões para as partículas sólidas e a membrana contrátil de um elemento de solo
não saturado (Fredlund & Morgenstern, 1977).
Figura 2.31 - Tensores representantes do estado de tensões do solo (Fredlund & Morgenstern, 1977).
2.2.4.4 - Resistência
2.2.4.4.1 - Introdução
τ = c + (σ − u + χ (u − u )). tanφ
'
a a w
’ (2.3)
66
A validade da equação 2.4 tem sido contudo contestada por diversos autores.
Um aspecto chama atenção quando comparamos as equações (2.3 e 2.4): Desta
comparação notamos que tg φ b = χ tg φ ’. Ora, se χ =1 para os solos saturados, deve-
se esperar que φ b seja aproximadamente igual a φ ’quando o solo esteja no campo das
baixas sucções e que φ b tenda para zero à medida em que a sucção aumente e o solo se
distancie da sua condição de saturado. Esta observação foi feita por Wood (1979)
segundo o qual a equação 2.4 considera que os acrécimos de coesão não são
influenciados pela não saturação do solo.
67
Estes autores também analisaram por que o modelo que melhor atende à relação entre
resistência ao cisalhamento e sucção matricial desse solo é não-linear. Esse estudo
baseou-se na análise da curva característica, da porosimetria, da distribuição de volume
de vazios e da fotografia do plasma do solo. Em uma análise conjunta dessas quatro
características do solo, observou-se que a não-linearidade da relação q versus sucção
matricial parece estar relacionada com a microestrutura desse solo, que se mostra como
esponjosa ou como um conjunto de “pipocas”, permitindo a ocorrência de grandes poros
(inter-aglomerados) e de minúsculos outros poros (intra-aglomerados). Foi verificado,
pela análise conjunta dessas quatro características, que, para sucções matriciais até cerca
de 200 kPa, parte da água do solo situa-se, ainda, nos vazios inter-aglomerados e, a
partir desse valor, a água intersticial localiza-se, predominantemente, nos intraporos (no
interior das “pipocas” constituídas de argilominerais aglomerados por óxidos hidratados
de ferro e, ou, alumínio). Nos ensaios realizados, verificou-se que, exatamente para
sucções a partir de 200 kPa, φb tendia a ficar constante, aproximando-se de um valor
nulo. Em ensaios realizados por Rohm & Vilar (1995) foi observado que φ‘ variava com
a sucção e que, como já foi comentado, a resistência variava com a sucção de maneira
não-linear.
Fredlund et al. (1987) admitem a não linearidade da resistência ao cisalhamento
com a sucção matricial. Os autores ensaiando um solo de origem glacial em
cisalhamento direto encontraram valores de φ b decrescentes com a sucção. Ainda
segundo Fredlund et al. (1987), para baixos valores de sucção, tem-se aproximadamente
φb =φ'.
Gan & Fredlund (1995) apresentam resultados de ensaios triaxiais e de
cisalhamento direto realizados em dois solos saprolíticos, ambos possuindo importantes
vínculos inter partículas, ensaiados em condições saturadas e com sucção controlada. Os
resultados apresentados em termos de resistência ao cisalhamento de pico apresentam
uma envoltória curvilínea para baixos valores de tensão normal e linear para altos
valores. A resistência a cisalhamento cresce com a sucção aplicada, atingindo valores
máximos para valores de sucção entre 75 e 100 kPa. Ainda segundo estes autores, o
caráter não linear das relações entre τ e sucção advém da curva característica de sucção
do solo.
Com base nos estudos até aqui apresentados, as seguintes conclusões podem ser
derivadas a respeito da resistência ao cisalhamento de solos não saturados:
69
(ou baixas sucções), onde a possibilidade de existir ar ocluído é grande, deve-se cogitar
que a possibilidade de valores incorretos de sucção a partir desta técnica é grande.
umidade natural quanto saturados. No entanto, nos ensaios com material compactado,
observou-se o oposto, ou seja, o solo jovem se mostrou com maior ressistência que o
solo maduro. A deformabilidade volumétrica do solo jovem foi, em geral, maior que a
do solo maduro para o material indeformado, e menor para o material compactado.
- Quanto ao efeito do arranjo estrutural dos grãos, notou-se que a resistência ao
cisalhamento do solo jovem compactado foi maior que a do mesmo solo indeformado.
Já para o solo maduro, o material indeformado mostrou-se com maior resistência que o
material compactado. Segundo o autor isto pode ser explicado pela perda de cimentação
provocada pela destruição da estrutura original dos grãos do solo.
- Quanto ao efeito da saturação, os corpos de prova ensaiados na umidade
natural apresentaram maior resistência que na condição de total saturação. Isto se deve à
presença de sucção significativa nos solos residuais na condição de umidade natural.
Quanto à deformabilidade, o solo na umidade natural mostra em geral, maiores reduções
de volume para um mesmo valor de tensão confinante efetiva durante o cisalhamento
que o mesmo solo saturado.
- Quanto a verificação da anisotropia conforme, este autor concluiu que o solo
residual jovem indeformado quanto a resistência apresentou um comportamento
praticamente isotrópico e quanto a deformabilidade a direção Z (ortogonal à
estratificação) apresentou menores deformações que as outras duas direções,
evidenciando assim um comportamento anisotrópico quanto a deformabilidade. Para o
solo maduro indeformado, tanto quanto a resistência e quanto a deformabilidade o solo
apresentou um comportamento isotrópico.
Com respeito a interveniência do grau de intemperização na resistência,
Sandroni & Maccarini (1981) concluem, sobre uma campanha de 28 ensaios triaxiais
em amostras indeformadas de solos residuais gnáissicos jovens, ricos em feldspato e
pobres em mica, do Rio de Janeiro, que, muito claramente, o comportamento tensão-
deformação é dependente tanto do nível de tensões como do índice de vazios, o qual
reflete razoavelmente o grau de intemperização.
Pinto et al (1993) colocam que para os solos residuais, o valor da tensão de pré-
adensamento obtido pelos conhecidos processos de Casagrande ou Pacheco Silva não
está relacionado, geralmente, com a máxima tensão suportada pelo material ao longo de
sua história, tendo sido chamada, muitas vezes de pseudo-tensão de pré-adensamento
(ou virtual, conforme Vargas, 1971) e não tem o mesmo significado do que às argilas
sedimentares. Pinto et al (1993) alertam que, como mostrou Vaughan (1985), a própria
72
Figura 2.32 - (a) Trajetórias de tensões no espaço q;p’, (b) teste de compressão isotrópica (1), (c) teste de
compressão confinada (2) e (d) teste de compressão triaxial não drenado (3). (Wood, 1992).
W= ∫ (σ 1 dε 1 + σ 2 d ε 2 + σ 3 d ε 3 ) (2.6)
Sw = q2 + p2 (2.7)
Para solos residuais vários métodos tem sido propostos para identificar a tensão
de cedência (escoamento devido a quebra da estrutura cimentada). Vaughan et al.
(1988) mostra que as tensões de cedência são melhor visualizadas ou determinada
através da escala logarítimica (ln σ ' versus ln ε a ) .
Q=M.P (2.8)
6 sen(φ )
M= (2.9)
3 − sen(φ )
6 sen(φ )
M= (2.10)
3 + sen(φ )
⎡p *⎤ q
F(p’,q) = p’ln ⎢ 0 ⎥ − =0 (2.11)
⎣ p ' ⎦ M
77
q2
f (p’,q) = p’2 – p’p0* + =0 (2.12)
M2
Figura 2.33 - (a) Caminhos de tensões para carregamento p e sucção (s) = constante (b) Superfícies de
escoamento SI e LC (Alonso et al., 1987)
P = − Ps = − k .s (2.13)
q 2 = M 2 ( p + p s ).( p 0 − p ) (2.14)
Figura 2.34 - Superfícies de escoamento nos espaços: a) (p,q) e (b) (p,s) (Alonso et al., 1990).
80
3 - MATERIAIS E MÉTODOS
anual é de 190C, com estação mais fria correspondente aos meses de maio a agosto, e
chuvosa de outubro a março. A média anual da umidade relativa do ar é em torno de 78
%. A precipitação media anual é da ordem de 1200 mm a 1400 mm.
3.1.3 Geologia
3.1.4 Geomorfologia
terraço sugere que esta região foi recortada por “canyons”. Estes foram posteriormente
colmatados pelo material dos terraços. Os morros em “meia laranja” que se formaram,
estão sendo agora dissecados, através do processo de ravinamento.
Figura 3.1 - Esquema de conformação típica da vertente de Viçosa – MG, assinalando-se seus segmentos
(RESENDE, 1971).
3.1.5 Pedologia
citação mineralógica das classes de solos. Neste item serão descritos somente os tipos
de solos superficiais, referentes ao campo de estudo da Pedologia. Além dos solos
superficiais, existem os solos saprolíticos que são muito comuns e de grande
importância geotécnica na cidade de Viçosa. Estes solos, por não pertencer ao campo de
estudo da pedologia, serão descritos posteriormente, quando serão apresentados os dois
horizontes utilizados neste estudo.
intemperismo C bem profundo, pois são encontrados normalmente nas partes íngremes
do relevo, podendo também ser encontrados nas bordas das ravinas anfiteátricas.
São solos de topografia plana, que se encontram no leito maior das linhas de
drenagem, às margens dos cursos d’água ou partes baixas do terreno sob condição de
saturação de água ou alagamento temporário, formados a partir do pequeno volume
d’água que drenam os vales. Estes solos apresentam, como características principais,
cores acinzentadas devido às condições de hidromorfismo a que estão sujeitos. Nota-se
que as características determinadas pela ação do clima e da vegetação não se
desenvolveram integralmente, em virtude da restrição imposta pelo excesso de umidade
permanente ou temporário do solo durante períodos variáveis do ano.
classificação de Deere & Patton (1971). Este solo tem experimentado muitos processos
pedogenéticos que deram como resultado um latossolo Vermelho-Amarelo e que pode
ser identificado como argila areno siltosa.
Esta camada, pode ser classificada como solo residual jovem segundo Vargas
(1953) ou como solo saprolítico (horizonte IC) segundo Deere & Patton (1971). Este
solo possui, visualmente, estratificações e características peculiares da rocha mãe que
podem ser facilmente identificadas, e que sugerem que o solo seja heterogêneo e
anisotrópico. Embora a aparência de rocha seja visível, este solo pode ser facilmente
destruído quando manuseado. Trata-se de uma areia siltosa.
3.3 Métodos
microestrutura dos solos. As lâminas foram montadas por meio de araldite e desbastadas
até atingir aproximadamente 30 micrômetros.
As fotomicrografias foram tiradas em microscópio petrográfico Carl Zeiss, entre
luz plana, de seções finas obtidas das amostras dos dois solos.
drenados para amostras do solo residual jovem e maduro. Nesta fase, para o solo
maduro realizaram-se 14 ensaios e para o solo jovem, 18 ensaios.
Figura 3.7 - Direções adotadas, em relação ao bandamento, na moldagem dos corpos de prova para o solo
residual jovem.
95
Figura 3.8 - Disposição geral dos componentes da prensa triaxial do tipo Bishop Wesley servo
contralada.
96
(a) (b)
Figura 3.9 - Transdutores de deslocamento de efeito Hall: a)Desmontados; b)Montados sobre o corpo de
prova.
Figura 3.11 - Trajetórias de tensões adotadas nos ensaios com tensão controlada realizados na célula do
tipo Bishp Wesley.
Figura 3.12 - Câmaras para instalação da sucção matricial nos ensaios com sucção controlada.
4 RESULTADOS
100
Porcentagem que passa (%)
80
60
40
20
0
0,0001 0,001 0,01 0,1 1 10
Diâmetro dos grãos (mm)
Residual M aduro Residual Jo vem
3500
3000
Caulinita Caulinita
2500
2000
Caulinita
Contagem
Goethita
Gibbsita
1500
Argila
1000
Quartzo Quartzo
Areia Fina
500
Quartzo Quartzo Quartzo
0 Areia Grossa
-500
0 10 20 30 40 50 60
Ângulo 2 θ (tubo de cobalto)
500
Caulinita
450 Caulinita
400
350
300
Contagem
Caulinita
Gibbsita
250
200
Goethita
150
Goethita
100 VHE
50
0
0 10 20 30 40 50 60
Ângulo 2 θ (tubo de cobalto)
3500
Caulinita
3000 Caulinita
2500
2000
Contagem
1500
Goethita Caulinita
Mica Mica Mica
Argila
1000
Quartzo Quartzo Quartzo
Areia Fina
500 Quartzo
Quartzo Quartzo
Areia Grossa
0
-500
0 10 20 30 40 50 60
Ângulo 2 θ (tubo de cobalto)
500
450
Caulinita Caulinita
400
350
300
Contagem
250
Mica / Caulinita.
Hematita / Goethita
Caulinita
200
Goethita
Mica
150
Hematita.
Mica
100
Mica
50
0
0 10 20 30 40 50 60
Ângulo 2 θ (tubo de cobalto)
0,35
0,3
0,25 solo maduro
0,2
ensaio 1
0,15 ensaio 2
0,1
0,05
0
1 10 100 1000 10000 100000
pressão (psi)
Figura 4.6 - Pressão de mercúrio (psi) versus volume acumulado de mercúrio (ml/g), (solo maduro).
0,35
volume acumulado (ml/g)
0,3
ensaio 1
0,25 solo maduro
0,2 ensaio 2
0,15
0,1
0,05
0
0,001 0,01 0,1 1 10 100 1000
diâmetro dos poros (um)
Figura 4.7 - Diâmetro dos poros (micrometro) versus volume acumulado de mercúrio (ml/g), (solo
maduro).
logdiferencial volume(ml/g)
0,6
0,5
0,4 solo maduro ensaio 1
0,3 ensaio 2
0,2
0,1
0
0,001 0,01 0,1 1 10 100 1000
diâmetro dos poros (um)
Figura 4.8 - Diâmetro dos poros versus log diferencial do volume de mercúrio (ml/g), (solo maduro).
104
Nas Figuras 4.9 a 4.11 mostram-se os resultados para duas amostras do solo
jovem. Na Figura 4.9 mostra-se a curva pressão de mercúrio versus volume da intrusão
(carga e descarga), na Figura 4.10 mostra-se a curva diâmetro dos poros (micrometro)
versus volume da intrusão e na Figura 4.11 mostra-se a curva diâmetro dos poros
(micrometro) versus log do diferencial do volume.
volume acumulado (ml/g)
0,25
0,2
0,15 ensaio 1
0,1
solo jovem ensaio 2
0,05
0
1 10 100 1000 10000 100000
pressão (psi)
Figura 4.9 - Pressão de mercúrio (Psi) versus volume acumulado de mercúrio (ml/g), (solo jovem).
0,25
volume acumulado (ml/g)
0,1
0,05
0
0,001 0,01 0,1 1 10 100 1000
diâmetro dos poros (um)
Figura 4.10 - Diâmetro dos poros (micrometro) versus volume acumulado de mercúrio (ml/g), (solo
jovem).
logdiferencial volume(mg/l)
0,16
0,14
solo jovem
0,12
ensaio 1
0,1
0,08 ensaio 2
0,06
0,04
0,02
0
0,001 0,01 0,1 1 10 100 1000
diâmetro dos poros
Figura 4.11 - Diâmetro dos poros versus log diferencial do volume de mercúrio (ml/g) (solo jovem).
105
Nas Figuras 4.12 e 4.13 mostram-se os resultados obtidos para o solo maduro no
ensaio Mini MCV e na Figura 4.14 mostra-se o resultado do ensaio de perda de massa
por imersão.
25
W = 36,50 %
20 W = 33,49 %
Afundamento (mm)
w = 31,92 %
W = 27,98 %
15
W = 24,98 %
c'
10
0
1 10 100
Figura 4.12 - Curvas de Afundamento (mm) em função do número de golpes (determinação de c’).
1,6 6
8
12
Massa Específica Aparente Seca (g/cm3)
1,5 16
24
d'
1,4
1,3
1,2
1,1
19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39
Figura 4.13 - Curvas de compactação com o número de golpes para cada teor de umidade (determinação de
d’).
160
Perda por Imersão (%)
120
80
40
0
0 5 10 15 20
Mini-MCV
Figura 4.14 - Curva da Perda de Massa por Imersão em função do mini-MCV (determinação de PI).
106
Nas Figuras 4.15 e 4.16 mostram-se os resultados obtidos para o solo jovem no
ensaio Mini MCV e na Figura 4.17 mostra-se o resultado do ensaio de perda de massa
por imersão.
w = 22,77 %
20
w = 21,12 %
w = 19,07 %
w = 16,76 %
Afundamento (mm)
15 w = 14,57 %
w = 10,30 %
c'
10
0
1 10 100
Figura 4.15 - Curvas de Afundamento (mm) em função do número de golpes (determinação de c’).
6
8
Massa Específica Aparente Seca (g/cm3)
12
1,7 16
24
d'
1,6
1,5
8 10 12 14 16 18 20 22 24
Figura 4.16 - Curvas de compactação com o número de golpes para cada teor de umidade (determinação de
d’).
300
Perda por Imersão (%)
290
280
270
260
250
5 10 15 20
Mini-MCV
Figura 4.17 - Curva da Perda de Massa por Imersão em função do Mini-MCV (determinação de PI).
107
SAPROLITO
2
NS'
NA' NG'
1,5
e'
NA'
1
MADURO
LA LA' LG'
0,5
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
c'
50
Teor de umidade
gravimétrico (%)
40
30
20
10
0
0,1 1 10 100 1000 10000 100000
Sucção (kPa)
325 µm
316 µm
Figura 4.21 - Lâmina Delgada do solo maduro, revelando forte micro-estruturação granular, tonalidades
vermelho-amarelas, abundantes carvões, nódulos ferruginosos e vazios interligados. Os teores de ferro
cimentante são elevados.
109
301 µm
Figura 4.22 - Amostra do solo maduro evidenciando certa soldagem (coalescência) dos microagregados
de forma ovóide, na parte mais compacta da amostra.
309 µm
Figura 4.23 - Fotomicrografia da amostra do solo maduro mostrando a ligação entre os diversos blocos de
microagregados.
110
305 µm
Figura 4.24 - Figura do solo saprolítico (jovem) mostrando detalhes da organização estrutural dos
pseudomorfos de biotita orientados em relação ao plano horizontal (Luz plana).
291 µm
Figura 4.25 - Figura do solo saprolítico (jovem) mostrando detalhes da organização estrutural dos
pseudomorfos de biotita orientados em relação ao plano horizontal (Luz plolarizada).
111
700
400 kPa
600
500
σ1 −σ3 (kPa)
400
200 kPa
100 50 kPa
0
0 5 10 15 20 25 30
ε axial (%)
ε axial (%)
0 5 10 15 20 25 30
-2
50 kPa
-1
100 kPa
εvolumétrica (%)
0
(b)
1 150 kPa
2 250 kPa
4 400 kPa
Figura 4.26 - Resultados dos ensaios CIDsat , solo jovem, para a direção vertical: a) (σ1 - σ3) x εaxial , b) εv
x εaxial.
112
900
700
( kPa ) 600
250 kPa
500
σ1− σ3
(a)
400
150 kPa
300
100 kPa
200
50 kPa
100
0
0 5 10 15 20 25 30
ε axial (%)
ε axial (%)
0 5 10 15 20 25 30
-2
50 kPa
-1
0
εvolumétrica (%)
1 150 kPa
2
250 kPa
3
4 400 kPa
5
Figura 4.27 - Resultados dos ensaios CIDsat,, solo jovem, para a direção paralela ao bandamento: a) (σ1 -
σ3) x εaxial , b) εv x εaxial.
113
400 kPa
800
700
600
( kPa )
250 kPa
σ1 − σ3 500
(a)
400
150 kPa
300
100 kPa
200
50 kPa
100
0
0 5 10 15 20 25 30
εaxial (%)
ε axial (%)
0 5 10 15 20 25 30
-2
50 kPa
-1 100 kPa
0 150 kPa
ε volumétrica (%)
(b) 1
250 kPa
2
3 400 kPa
5
Figura 4.28 - Resultados dos ensaios CIDsat, solo jovem, direção perpendicular ao bandamento: a) (σ1-σ3)
x εaxial , b) εv x εaxial.
114
700
500
σ1 − σ3 (kPa)
200 kPa
400
(a) 150 kPa
300
100 kPa
200
50 kPa
100
0
0 5 10 15 20 25 30 35
ε axial (%)
ε axial (%)
0 5 10 15 20 25 30 35
0
1 50 kPa
ε volumétrica (%)
(b)
2
100 kPa
250 kPa
3
150 kPa
4
200 kPa
5
Figura 4.29 - Resultados dos ensaios CIDsat, solo maduro, para a direção vertical: a) (σ1-σ3) x εaxial , b) εv
x εaxial.
115
600
250 kPa
500
σ1 − σ3 (kPa)
400 200 kPa
300
(a)
100
0
0 5 10 15 20 25 30 35
ε axial (%)
εaxial (%)
0 5 10 15 20 25 30 35
0
1
εvolumétrica (%)
(b) 2
100 kPa
3
200 kPa
250 kPa
Figura 4.30 - Resultados dos ensaios CIDsat, solo maduro para a direção horizontal : a) (σ1-σ3) x εaxial ,
b) εv x εaxial.
116
500
200 kPa
400
200
50 kPa
100
0
0 5 10 15 20 25 30 35
ε axial (%)
ε axial (%)
0 10 20 30 40
0
50 kPa
1
ε volumétrica (%)
2
200 kPa
(b)
3
4 150 kPa
Figura 4.31 - Resultados dos ensaios CIDsat, solo maduro, para a direção de 45o: a) (σ1-σ3) x εaxial , b) εv
x εaxial.
117
400
50o
o
71.56
300
o
30
σ1− σ3 (kPa)
o
88
(a) 200
100
o
140
0
-1 0 1 2 3 4 5
ε axial (%)
ε axial (%)
-1 0 1 2 3 4 5
-4
o
-3 140
-2
εvolumétrica (%)
-1
(b) 88o
0
o
1 71.56
3 o
50
4
5 30 o
Figura 4.32 – Resultados dos ensaios em trajetórias diferentes da convencional, realizados na célula
Bishop Wesley, para o solo jovem: a) (σ1-σ3) x εaxial , b) εv x εaxial.
118
1000
Direção
800
vertical
perpendicular
paralela
600
σ3 (kPa)
400
200
0
0 2 4 6 8 10
ε volumétrica (%)
Figura 4.33 – Resultado dos ensaios de compressão hidrostática realizados no solo jovem.
1000
Direção
800
vertical
perpendicular
600
σ3(kPa)
400
200
0
0 2 4 6 8 10 12
ε volumétrica (%)
Figura 4.34 – Resultado dos ensaios de compressão hidrostática realizados no solo maduro.
119
400
σ1 − σ3 (kPa)
(a) 300
50 kPa
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
ε axial (%)
εaxial (%)
0 2 4 6 8 10 12 14 16
-2
ε volumétrica (%)
-1 50 kPa
(b)
0
1
200 kPa
Figura 4.35 - Resultados dos ensaios CID, solo jovem, para ua-uw = 40 kPa: a) (σ1-σ3) x εaxial , b) εv x
εaxial.
120
600
200 kPa
500
400
σ1 − σ 3 (kPa)
100 kPa
300
(a)
50 kPa
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
ε axial (%)
ε axial (%)
0 2 4 6 8 10 12 14 16
-1
50 kPa
0
ε volumétrica (%)
(b) 1
100 kPa
200 kPa
2
Figura 4.36 - Resultados dos ensaios CID, solo jovem, para ua-uw = 80 kPa: a) (σ1-σ3) x εaxial , b) εv x
εaxial.
121
700
200 kPa
600
500
(kPa)
(a)
50 kPa
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
ε axial (%)
εaxial (%)
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
50 kPa
ε volum étrica (% )
100 kPa
1
(b)
200 kPa
2
3
Figura 4.37 - Resultados dos ensaios CID, solo jovem, para ua-uw = 160 kPa: a) (σ1-σ3) x εaxial , b) εv x
εaxial.
122
700
200 kPa
600
500
(kPa)
400
σ1 − σ3
100 kPa
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
ε axial (%)
ε axial (%)
0 2 4 6 8 10 12 14 16
-2
50 kPa
-1
ε volumétrica (%)
100 kPa
0
(b)
1
200 kPa
2
3
Figura 4.38 - Resultados dos ensaios CID, solo jovem, para ua-uw = 320 kPa: a) (σ1-σ3) x εaxial , b) εv x
εaxial.
123
200 kPa
600
500
400
σ1 − σ 3 (kPa)
(a)
300
50 kPa
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
ε axial (%)
ε axial (%)
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
50 kPa
ε volumétrica (%)
1
(b)
2
200 kPa
3
Figura 4.39 - Resultados dos ensaios CID, solo maduro, para ua-uw = 40 kPa: a) (σ1-σ3) x εaxial , b) εv x
εaxial.
124
550
500
450
(kPa)
400
σ1 − σ 3
350
50 kPa
(a) 300
250
200
150
100
50
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16
ε axial (%)
ε axial (%)
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
50 kPa
(b)
ε volumétrica (%)
200 kPa
3
4
Figura 4.40 - Resultados dos ensaios CID, solo maduro, para ua-uw = 80 kPa: a) (σ1-σ3) x εaxial , b) εv x
εaxial.
125
ε axial (%)
ε axial (%)
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
ε volumétrica (%)
1 50 kPa
(b)
2
200 kPa
3
4
Figura 4.41 - Resultados dos ensaios CID, solo maduro, para ua-uw = 160 kPa: a) (σ1-σ3) x εaxial , b) εv x
εaxial.
126
800
700
(kPa)
600
σ1 − σ 3
500
(a)
400
50 kPa
300
200
100
0
0 2 4 6 8 10 12 14
εaxial (%)
ε axial (%)
0 2 4 6 8 10 12 14
-1
(b) 50 kPa
ε volumétrica (% )
2 200 kPa
3
Figura 4.42 - Resultados dos ensaios CID, solo maduro, para ua-uw = 320 kPa: a) (σ1-σ3) x εaxial , b) εv x
εaxial.
127
1.00
ua-uw (kPa)
0 (saturado)
0.98
80
160
320
0.96
V Vo
0.94
0.92
0.90
10 100 1000 10000
p - ua (kPa)
Figura 4.43 - Resultados dos ensaios de compressão hidrostática, para diferentes sucções, realizados no
solo jovem.
1
0,98 0kPa
80kPa
0,96
160kPa
0,94
320kPa
v/vo
0,92
0,9
0,88
0,86
0,84
10 100 1000 10000
p - ua (kPa)
Figura 4.44 - Resultados dos ensaios de compressão hidrostática, para diferentes sucções, realizados no
solo maduro.
128
A Figuras 4.45 mostra os resultados dos ensaios triaxiais realizados, no solo jovem.
600
100 kPa
400
50 kPa
(a)
200
0
0 2 4 6 8
ε axial (%)
ε axial (%)
0 2 4 6 8
-3
-2 50 kPa
100 kpa
ε volumétrica (%)
-1
(b)
0
200 kPa
Figura 4.45 - Resultados dos ensaios CID, solo jovem, para amostras secas ao ar: : a) (σ1-σ3) x εaxial , b) εv
x εaxial.
129
Pelo exame visual e táctil dos solos, principalmente no teste em que se coloca
um torrão de solo em água, o comportamento laterítico, dado pela gênese do material, é
de fácil identificação no Latossolo Vermelho Amarelo (residual maduro), que é
131
5.2.1 Discussão das Curvas Tensão deformação obtidas dos ensaios realizados
2 – para uma tensão confinante mais alta, mas ainda abaixo da tensão de
cedência, a curva tensão deformação apresenta uma mudança de comportamento
quando a cimentação é destruída, havendo, entretanto, uma resistência final com
desviadora maior .
A Figura 5.1, elaborada por Pinto (2002), apresenta estas três situações. A
Figura 5.1 (a) indica as curvas tensão deformação, com as características acima
descritas e a Figura 5.1 (b) as trajetórias de tensão que definem um campo, delimitado
por uma curva de cedência, dentro da qual a cimentação é responsável pelo
comportamento e fora do qual a cimentação não mais atua e o comportamento do solo é
totalmente devido ao atrito entre as partículas.
Figura 5.1 – Efeito da cimentação: (a) curvas tensão-deformação; (b) curva de cedência
139
Através das curvas tensão versus deformação axial do solo jovem (Figuras 4.26,
4.27, 4.28) percebe-se que o comportamento do tipo 2 ocorre para tensão confinante
entre 100 e 250, ambas abaixo da tensão de cedência (265 kPa). Nestas figuras percebe-
se que para a tensão entre 100 e 200 kPa, principalmente a de 200 kPa, a curva tensão
deformação apresenta uma mudança de comportamento quando a cimentação é
destruída (deformação axial entre 2,5% e 5%), havendo, entretanto, uma resistência
final com desviadora maior (deformação axial entre 5 e 10 %). Porém o comportamento
do tipo 3 não ocorre nos ensaios realizados.
Para o solo maduro na direção vertical observa-se uma mudança de inclinação
bem definida entre dois trechos praticamente lineares, antes da ruptura, e uma ruptura
com ondulações parecendo com dentes de serra. Estes dois aspectos podem estar
relacionados a um possível processo de quebra de algum tipo de agente cimentante
presente ou possíveis rearranjo de sua microestrutura. Para o solo maduro ensaiado na
direção horizontal o comportamento observado já é de um material praticamente não
cimentado. Esta mudança de comportamento no solo maduro devido a direção de ensaio
pode estar associado à alta heterogeneidade deste solo, ao nível de microestrutura
conforme relatado anteriormente no item lâminas delgadas, apesar de visivelmente
apresentar-se homogêneo.
500
320 kPa
400
(kPa)
300
σ1 − σ3
160 kPa
40 kPa 80 kPa
200
0 kPa
100
0
0 4 8 12 16
ε axial (%)
ε axial (%)
0 2 4 6 8 10 12 14 16
-2
320 kPa
ε volumétrica (%)
40 kPa
0 80 kPa
160 kPa
Figura 5.2 - Efeito da sucção na curva tensão versus deformação e deformação axial versus volumétrica
solo jovem, para tensão confinante igual a 50 kPa.
141
600
80 kPa
σ 1 − σ 3 (kP a)
500 40 kPa
400 0 kPa
300
200
100
0
0 4 8 12 16
ε axial (%)
ε axial (%)
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
ε volumétrica (%)
40 kPa
2 160 kPa
80 kPa
320 kPa
4
Figura 5.3 - Efeito da sucção na curva tensão versus deformação e deformação axial versus volumétrica
solo jovem, para tensão confinante igual a 200 kPa.
142
600
320 kPa
500
(kPa)
160 kPa
400
σ1 − σ3
80 kPa
300
40 kPa
200
100
0
0 4 8 12 16
εaxial (%)
εaxial (%)
0 2 4 6 8 10 12 14 16
-1
320 kPa
ε volumétrica (%)
0
40 kPa
80 kPa
160 kPa
1
Figura 5.4 - Efeito da sucção na curva tensão versus deformação e deformação axial versus volumétrica,
solo maduro, para tensão confinante igual a 50 kPa.
143
800
160 kPa
σ1 − σ3 (kPa) 700
80 kPa
600
40 kPa
500
400
300
200
100
0
0 4 8 12 16
ε axial (%)
ε axial (%)
0 2 4 6 8 10 12 14 16
0
ε vo lu m é tric a (% )
2
320 kPa
40 kpa
3 80 kPa
160 kPa
4
Figura 5.5 - Efeito da sucção na curva tensão versus deformação e deformação axial versus volumétrica,
solo maduro, para tensão confinante igual a 200 kPa.
144
Tabela 5.2 – Parâmetros de resistência efetivos dos solos ensaiados (triaxial convencional)
Solo residual Direção de c’ φ’ r2
cisalhamento (kPa) ( o)
vertical 19,2 31 0,99
maduro
perpendicular 9,5 30 0,99
vertical 17 28 0,99
jovem perpendicular 19,4 29 0,98
paralela 26 28 0,99
nos resultados mecânicos dos dois solos pode-se dizer que os rearranjos que ocorrem
tanto no solo jovem como no maduro, desde o início do cisalhamento até a ruptura,
produzem independentemente da direção de carregamento o mesmo efeito na resistência
ao cisalhamento, isso considerando cada solo separadamente.
Com respeito ao intemperismo, o solo maduro apresenta, na direção vertical,
coesão praticamente igual a do solo jovem e ângulo de atrito levemente superior, apesar
de seu índice de vazios (e = 1,07) ser muito maior que o do solo jovem (e = 0.72). Uma
possível explicação para isto vem da microestrutura destes solos, que apresenta agentes
cimentantes entre partículas e também sofre rearranjos durante o cisalhamento,
mostrada anteriormente através de fotos de lâminas delgadas obtidas deste solo, que faz
com que a resistência final deste material seja igual ou superior à do solo jovem .
400
direção de cisalhamento
vertical
300 horizontal
t = 0.51 s + 13.33 (kPa)
t(kPa)
200
100
0
0 100 200 300 400 500 600
s' (kPa)
Figura 5.6 - Envoltória de ruptura do solo maduro considerando o efeito da direção de carregamento.
Nesta figura: t = (σ1-σ3)/2 ,s’= (σ1’+σ3’)/2.
146
direção de cisalhamento
vertical
500 perpendicular
paralela
400
t = 0.48 s + 14.44 (kPa)
300
t (kPa)
200
100
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
s' (kPa)
Figura 5.7 - Envoltória de ruptura do solo jovem, considerando o efeito da direção de carregamento.
Nesta figura: t = (σ1-σ3)/2, s’= (σ1’+σ3’)/2.
400
10 %
300
20 %
3%
t (kPa)
200 Pico
2%
1%
100
0,3 %
0,1 %
400 20 %
10 %
7%
Pico
300
5%
4%
3%
t (kPa)
200
2%
1%
100
0,3 %
0,1 %
Tabela 5.3 - Valores de coesão e ângulo de atrito para diferentes níveis de deformação axial (direção
vertical)
εaxial (%) Coesão (kPa) Ângulo de atrito (o) R2
0,1 4,5 3,5 0,8
0,3 13,1 5,1 0,91
1 32,3 9,9 0,9
2 46,3 14,1 0,92
3 49,1 16,3 0,96
4 45,5 18,7 0,97
5 39,7 20,8 0,98
10 23,7 24,8 0,99
20 20,6 23 0,99
148
Tabela 5.4 - Valores de coesão e ângulo de atrito para diferentes níveis de deformação axial (direção
paralela)
εaxial (%) Coesão (kPa) Ângulo de atrito (o) R2
0,1 6,2 3,4 0,83
0,3 10,3 6 0,8
1 21,9 11 0,8
2 28,3 15,7 0,9
3 44,3 16,9 0,96
4 46,5 18,7 0,97
5 43,9 21,1 0,98
7 33,3 24,8 0,99
10 28,3 27,4 0,99
12 21 28 0,99
15 20,6 28,7 0,99
20 16,4 28,7 0,99
50
coesão - vertical
coesão - paralela
40 ângulo de atrito - vertical
ângulo de atrito - paralela
coesão (kPa), ângulo de atrito (graus)
30
20
10
0 4 8 12 16 20
ε axial (%)
Figura 5.10 – Variação do ângulo de atrito e da coesão em função do nível de deformação, para duas
direções de carregamento.
149
Para o solo maduro, não foi possível definir uma tendência para a variação do
módulo E50 com a pressão de confinamento na direção vertical. Na direção horizontal,
no entanto, o módulo de elasticidade E50 decresce com o aumento do valor da tensão de
confinamento. É interessante notar que embora o solo residual jovem apresente os
bandeamentos herdados da rocha mãe seu comportamento quanto à deformação foi
bem mais isotrópico que o do solo maduro.
Uma possível explicação para estas características pode ser devido à
heterogeneidade do solo maduro que é muito maior que o sugerido por observações
visuais. Esta heterogeneidade provavelmente é comandada pela microestrutura destes
solos, conforme visto anteriormente, resultante de processos de intemperismo que agem
no solo. Estes processos deixam o solo mais poroso, índice de vazios igual a 1,07, e
também depositam óxidos de ferro e alumínio que geram alguma ação cimentante. Estes
dois aspectos provavelmente agem de maneiras diferentes: a maior porosidade comanda
a maior deformabilidade do solo maduro, enquanto os agentes cimentantes e a
facilidade de se rearranjar, melhoram a resistência ao cisalhamento deste solo, fazendo
com que ela seja, praticamente igual ou maior que a do solo jovem.
A microestrutura do solo maduro muito propícia a rearranjos microestruturais,
conforme visto nas fotos comentadas anteriormente, e que se mostra heterogênea e
anisotrópica como um todo explica de maneira razoável o comportamento anisotrópico
obtido pelo solo maduro.
As Figuras 5.11 a 5.16 mostram a variação do módulo de elasticidade com a
deformação axial para as três direções ensaiadas e para as diferentes tensões
confinantes, no solo jovem.
152
50
50 kPa
100 kPa
150 kPa
30 250 kPa
E (MPa)
20
10
ε axial (%)
Figura 5.11 – Variação do módulo de elasticidade com a deformação axial, para diferentes tensões
confinantes (jovem – direção vertical)
500
50 kPa
100 kPa
150 kPa
E / σ3 (MPa)
200
100
ε axial (%)
Figura 5.12 – Variação de E/σ3 com a deformação axial, para diferentes tensões confinantes (jovem –
direção vertical).
153
80
400 kPa
40
20
0 1 2 3
ε axial (%)
Figura 5.13 – Variação do módulo de elasticidade com a deformação axial, para diferentes tensões
confinantes (jovem – direção paralela).
500
400
50 kPa
100 kPa
300 150 kPa
250 kPa
σ3
400 kPa
E/
200
100
0 1 2 3
ε axial (%)
Figura 5.14 – Variação de E/σ3 com a deformação axial, para diferentes tensões confinantes (jovem –
direção paralela).
154
50
50 kPa
100 kPa
150 kPa
30 400 kPa
E (MPa)
20
10
ε axial (%)
Figura 5.15 – Variação do módulo de elasticidade com a deformação axial, para diferentes tensões
confinantes (jovem – direção perpendicular).
400
400 kPa
E/
200
100
Figura 5.16 – Variação de E/σ3 com a deformação axial, para diferentes tensões confinantes (jovem –
direção perpendicular).
155
Tabela 5.6 – Módulos de elasticidade para diferentes direções de carregamento e tensões confinantes, em
diferentes níveis de deformação axial.
εaxial
Direção Vertical Direção Paralela Direção Perpendicular
(σ3 - kPa) (σ3 - kPa) (σ3 - kPa)
(%)
50 100 150 50 100 150 50 100 150
0,2 10 24,5 19,5 14 18 36 15,8 14,5 33
0,4 9 18,5 16,5 11 16 24 10,8 10 23,8
0,6 8 16 15 10 15 20 10 10 21
0,8 7 14 14 9,7 14 18 9,5 10 18,5
1 7 13 13 9,7 13 16 9 10 17,5
Desta tabela verifica-se que o solo quanto a deformabilidade apresenta uma leve
anisotropia, podendo em alguns níveis de deformação e determinada tensão confinante
ser considerado isotrópico.
156
400
ua - u w = 0 kPa
u a - u w = 40 kPa
300 u a - u w = 80 kPa
u a - u w = 160 kPa
t (kPa)
u a - u w = 320 kPa
200
100
0
0 100 200 300 400 500 600
s', s - ua (kPa)
Figura 5.17 – Envoltórias de resistência obtidas para as sucções ensaiadas (solo jovem).
500
400
300
t (kPa)
200
u a - u w = 0 kPa
u -u = 40 kPa
100 u - u w = 80 kPa
u a - u w = 160 kPa
u a - u w = 320 kPa
0
0 200 400 600 800
s', s - ua (kPa)
Figura 5.18 – Envoltórias de resistência obtidas para as sucções ensaiadas (solo maduro).
157
Percebe-se que o ângulo de atrito (φ) praticamente, não varia com a sucção para
os dois solos. A variação da coesão em função da sucção é mostrada, nas Figuras 5.19 e
5.20, repectivamente, para o solo jovem e maduro, através do ajuste de uma função
hiperbólica aos dados experimentais. A função hiperbólica foi ajustada aos pontos
experimentais pela equação (5.1), utilizando-se o método dos mínimos quadrados, para
obtenção dos parâmetros a e b.
Tabela 5.8 - Valores adotados no ajuste da função hiperbólica aos dados experimentais
solo c’ a b r2
Jovem 24 1,86 0,0072 0,94
maduro 19,.2 1,80 0,0039 0,95
158
140
120
100
coesão (kPa)
80
60
40
20
0
0 50 100 150 200 250 300 350
Figura 5.21 - Relação hiperbólica entre sucção (ψ = ua-uw) e coesão, utilizada para obtenção dos
parâmetros, a e b da previsão.
1 1
lim c(ua −u w →∞ ) = c r = c'+ ⇒b=
b c r − c'
(5.2)
2) A derivada da função (5.1) quando a sucção tende a zero é igual a tgφ’ (Figura 5.22).
Com essa hipótese obtêm-se o parâmetro a.
dc a 1 1
(u a − u w → 0) = = = tgφ ' ⇒ a =
dψ [a + b.(u a − u w )] 2
a tgφ ,
(5.3)
160
(u a − u w ) m 1 a 1 1
c'+ = cm ⇒ b = − ou b = −
a + b.(u a − u w ) m c r − c' (u a − u w ) m c r − c' tgφ '.(u a − u w ) m
(5.4)
120
100
co e sã o (kPa )
80
60
40
20
0
0 100 200 300 400
sucção matricial (kPa)
pontos experimentais previsão ponto utilizado na previsão
Figura 5.22 - Previsão da variação da coesão em função da sucção para o solo residual jovem.
161
140
120
100
co e sã o (kP a )
80
60
40
20
0
0 100 200 300 400
sucção matricial (kPa)
Figura 5.23 - Previsão da variação da coesão em função da sucção para o solo residual maduro.
Em primeiro lugar percebe-se que uma relação não linear (função hiperbólica)
ajustou-se bem aos pontos experimentais representando bem a relação entre sucção e
coesão, diferentemente da relação linear apresentada por Fredlund (1978). Percebe-se
também que o ajuste (função hiperbólica) e a previsão para os dois solos, quando
comparados com os pontos experimentais, foram bons e muito próximos, indicando
assim que a previsão da envoltória, através do procedimento descrito anteriormente, é
válido para os dois solos estudados.
Faz-se agora, uma previsão da envoltória apenas via um conjunto de ensaios
saturados, onde c’ e φ’ são obtidos, e um conjunto de ensaios com o corpo de prova seco
ao ar até a constância de peso, onde (ua-uw)residual e c residual são obtidos. Este tipo de
previsão é importante, pois evitaria o uso de elementos especiais como pedra porosa de
alta entrada de pressão de ar e tornaria a obtenção desta envoltória bem mais simples e
também mais rápida. A Tabela 5.10 apresenta os valores das constantes utilizadas para a
previsão da envoltória não saturada.
162
Tabela 5.10 - Valores de das constantes usadas na previsão da envoltória de resistência não saturada
solo c’(kPa) φ’ c (seco) (kPa) ∅(seco) a (previsão) b (previsão)
(graus) (kPa)
jovem 24 28 111,5 29,42 1,88 0,01143
120
100
co e sã o (kP a )
80
60
40
20
0
0 100 200 300 400
sucção matricial (kPa)
pontos experimentais ajuste hipérbole previsão
Figura 5.24 - Previsão da envoltória de resistência não saturada através de corpos de provas saturados e
secos ao ar.
Percebe-se desta figura que a previsão foi um pouco conservadora. Esta previsão
é importante pois pode ser usada, como um ponto de partida, em casos onde não se tem
conhecimento da resistência não saturada, de maneira rápida, simples e segura.
163
Sw = p2 + q2 (5.5)
n ⎧ σ
⎪⎡ 1i + σ 1( i +1) ⎤ ⎡σ 3i +σ 3 ( i +1) ⎤ ⎫
W = ∑ ⎨⎢
2
[ ]
⎥ ε 1(i +1) −ε1i + 2 ⎢
2
[
⎥ ε 3( i +1) − ε 3i ]⎪⎬ (5.6)
i =1 ⎪ ⎣ ⎦ ⎢⎣ ⎥⎦ ⎪⎭
⎩
1000
p' pré-adensamento
265 kPa
p' (kPa)
100
10
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1
Deformação volumétrica
Figura 5.25 – Definição do ponto de escoamento do ensaio de compressão hidrostática, segundo Pacheco
Silva.
900
800 Ponto de escoamento
700 p' = 265 kPa
Sw (kPa)
600
500
400
300
200
100
0
0 10 20 30
Trabalho (kPa)
Figura 5.26 – Definição do ponto de escoamento do ensaio de compressão hidrostática, segundo o
procedimento de Graham et al. (1983).
p p
dε1 , dε 2 = dε 3p são respectivamente os acréscimos de deformação axial plástica e
deformação radial plástica.
p
plástica, ε1 , de acordo com a propriedade aditiva das deformações (equação 5.8):
p
e a partir daí ε1 pela equação 5.10.
166
ε1e = (σ 1 − σ 3 ) / E (5.9)
Figura 5.27 – Definição das deformações axiais, elásticas e plásticas, ao longo da curva tensão-
deformação.
ε vp = ε vt − ε ve (5.12)
ε ve = ε1e + 2 ⋅ ε 3e (5.13)
167
ε 3p = ε 2p = (ε vp − ε1p ) / 2 (5.14)
Figura 5.28 - Tipos possíveis de deformações volumétricas plásticas encontradas nos ensaios realizados:
a – compressão, b – expansão.
{[( ) ] [ ( ) ]}
dW p (i ) = dε 1p(i ) − dε 1p(i −1) ⋅ ((σ 1(i ) + σ 1(i −1) ) / 2) + 2 ⋅ dε 3p(i ) − dε 3p(i −1) ⋅ ((σ 3(i ) + σ 3(i −1) ) / 2)
(5.16)
168
O trabalho plástico é determinado, pela equação 5.17, para cada par p, q ou q/2
ao longo do ensaio até a ruptura, onde p é obtido pela equação 5.18 e q é obtido pela
equação 5.19.
i =n
W p (i ) = ∑ (dW p ( i ) ) (5.17)
i =1
σ1 + 2.σ3
p= (5.18)
3
q = σ1 − σ 3 (5.19)
Finalmente curvas passando pelos pontos definidos por p, q ou q/2 que tem o
mesmo valor do parâmetro de encruamento (trabalho plástico) são plotadas.
A Figura 5.29 apresenta o ajuste da equação 2.12 (Cam Clay modificado) aos
dados experimentais calculados utilizando-se os resultados dos ensaios triaxiais
convencionais, triaxiais não convencionais e compressão hidrostática realizados no solo
residual saprolítico saturado. O coeficiente de determinação obtido foi de r2 = 0.88.
Neste ajuste foi adotado um valor de M = 1,20 correspondente a um ângulo de atrito de
300, calculado utilizando-se os resultados dos ensaios triaxiais convencionais saturados,
para o solo saprolítico, forçando-se a obtenção de um intercepto de coesão nulo. O valor
de p0 usado, foi obtido através do ensaio de compressão hidrostática e seu valor foi de
265 kPa.
169
250
LEC
200 CAM CLAY
88
71,56 150CONV
150
q (kPa)
200CONV
100 100CONV 50
50 CONV
50 30
140
0 HC
0 50 100 150 200 250 300
p' (kPa) po
Figura 5.29 - Ajuste da equação 2.12 (Cam Clay modificado), aos dados experimentais.
800
Wp = 0 kPa
Wp = 0.15 kPa
Wp = 0.28 kPa
Wp = 0.5 kPa
LEC
600 Wp = 1 kPa
Wp = 2 kPa
Wp = 3 kPa
Wp = 6 kPa
Wp = 10 kPa
q (kPa)
Wp = 15 kPa
400
200
p (kPa)
Figura 5.30 – Contornos de trabalho plástico obtidos em ensaios realizados em amostras saturadas.
400
LEC
350
300 Alonso - ua-uw = 80 kPa
200
Po = 285 kPa
150
Ps = 57 kPa
100
50 r2 = 0.98
0
-100 -50 0 50 100 150 200 250 300 350
(p - ua) (kPa)
Figura 5.31 - Pontos de escoamento obtidos e ajustados pela equação 2.14, para os ensaios realizados com
sucção igual a 80 kPa.
172
350
sucção matricial = 320 kPa LEC
300
200
q (kPa)
80 kPa
150
100
50 saturado
0
-200 -100 0 100 200 300 400
p' , (p - ua) (kPa)
Tabela 5.11 - Valores de ps e de po obtidos, conforme Figuras 5.29, através do ajuste da equação 2.14 aos
dados experimentais.
Sucção (kPa) Ps (kPa) Po (kPa)
0 0 265
80 57 285
q = c * +M . p (5.20)
6. sen φ M .c
Onde: M = e c* =
3 − sen φ tan φ
Para a definição da função Ps(s), deve-se levar em conta ainda o fato de que esta
deve satisfazer a condição ps(o) = 0, já que o próprio modelo, através de sua superfície
de escoamento, deve levar em conta a coesão obtida pelo solo devido ao seu pré-
adensamento. Além do mais, nota-se que Ps(s) = c*(s)/M, o que faz com que a função
Ps(s) seja dada pela equação 5.21:
ua − uw
p s ( s) = cot anφ (5.21)
a + b..(u a − u w )
A figura 5.33 mostra a superfície ps(s) prevista pela equação 5.21 e a obtida
experimentalmente, juntamente com a superfície LC.
174
350
300 superfície LC
sucção (kPa)
(experim ental)
250
200 superfície P s
(experim ental)
150
100 superfície P s
(prevista pela
50
equação 21)
0
-200 -100 0 100 200 300 400
p (kPa)
Figura 5.33 - Superfície Ps(s) prevista e experimental, juntamente com a superfície LC.
Percebe-se desta figura que as duas superfícies (ps) são praticamente idênticas,
mostrando assim que as curvas de escoamento do material podem ser previstas através
dos ensaios de compressão hidrostática, utilizando a tensão de pré-adensamento
isotrópica (po), e dos ensaios de compressão triaxial, utilizando a curva coesão versus
sucção matricial. A Figura 5.31 mostra ainda, que o efeito da sucção na tensão de pré-
adensamento isotrópica é pequeno (curva LC) sugerindo assim que o solo não seja
colapsível, enquanto que na resistência o efeito já é bem maior (curva Ps).
175
6 CONCLUSÕES
5. Quanto aos ensaios não saturados com controle de sucção realizados, para os dois
solos, verificou-se que:
- A curva de plastificação obtida para o solo jovem saturado, devida a sua história de
carregamento em campo, possui forma tal que pode ser representada razoavelmente bem
177
pela curva de plastificação adotada nos modelos derivados da mecânica dos solos dos
estados críticos (Cam-Clay modificado). Conforme apresentado, estas curvas tendem a
superestimar o valor da resistência ao cisalhamento de pico de amostras altamente pré-
adensadas. A curva de plastificação apresentou um formato típico de material
isotrópico: centrada e perpendicular ao eixo hidrostático.
- As formas dos contornos de igual trabalho plástico parecem ser um bom indicativo das
demais curvas de plastificação do solo. A forma da curva de plastificação do solo
saturado parece não se alterar de maneira significativa durante o encruamento do solo
(endurecimento isotrópico).
- A curva de plastificação para o solo jovem não saturado, em uma determinada sucção,
pode ser representada razoavelmente bem pela curva de plastficação adotada no modelo
de Alonso et al (1990).
- A forma da curva de plastificação, para o solo jovem, parece não se alterar com o
aumento da sucção matricial.
- O efeito da sucção na superfície LC é muito pequeno, sugerindo que os dois solos não
sejam colapsíveis, enquanto na resistência já é considerável (superfície Ps).
- O espraiamento da superfície Ps do solo jovem pôde ser previsto pela curva coesão
versus sucção matricial obtida dos ensaios triaxiais realizados com controle de sucção.
- Quanto à anisotropia chegou-se à conclusão que para solos residuais jovens, com os
bandamentos da rocha presentes, porém em avançado estágio de intemperismo o
comportamento é praticamente isotrópico. Pode-se então explorar o comportamento de
um solo jovem (mais perto da rocha) onde o grau de intemperismo seja pequeno, com
pequena porcentagem de silte e areia.
- Quanto à parte pertinente a modelos pode-se realizar um estudo que se inicie a partir
das curvas de plastificações, como as geradas neste trabalho, e explore a parte voltada à
modelagem de solos, determinando assim o tipo de lei de fluxo, a superfície pontencial
plástico se precisar, com objetivo de se elaborar um modelo para estes solos.
179
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VARGAS, M.; SILVA, F.P. and TUBIO, M. “Residual Clay Dams in the State of São
Paulo, Brazil”. 6th International Conference on Soil Mechanics and Foudation
Engineering, Montreal, Vol. II, pp. 578 – 582, 1965.
8 NORMAS TÉCNICAS
9 ANEXOS
ANEXO 1 – Dimensões, índices físicos e parâmetro B dos corpos de prova do solo residual jovem,
submetidos aos ensaios de compressão triaxial convencionais drenados, saturados e em diferentes
direções de carregamento.
direção de σc H D V Peso w γ γs γd e0 n Sr B
carregamento (kPa) (cm) (cm) (cm3) (N) (%) (KN/m3) (KN/m3) (KN/m3) (%) (%)
vertical 50 10,00 4,97 194,00 3,58 17,53 18,45 26,70 15,70 0,70 41 67 0,98
vertical 100 9,88 4,93 188,60 3,43 17,67 18,19 26,70 15,46 0,73 42 65 0,98
vertical 150 9,90 5,04 197,51 3,51 17,86 17,77 26,70 15,08 0,77 44 62 0,98
vertical 200 9,95 4,93 189,94 3,45 18,67 18,16 26,70 15,31 0,74 43 67 0,98
vertical 400 9,97 4,99 194,98 3,44 18,08 17,64 26,70 14,94 0,79 44 61 0,98
ortogonal 50 9,60 5,00 188,50 3,42 17,51 18,14 26,70 15,44 0,73 42 64 0,98
ortogonal 100 9,93 4,92 188,79 3,46 17,41 18,33 26,70 15,61 0,71 42 65 0,98
ortogonal 150 9,47 5,00 185,94 3,33 17,51 17,91 26,70 15,24 0,75 43 62 0,98
ortogonal 250 9,33 5,00 183,19 3,28 17,67 17,90 26,70 15,22 0,75 43 63 0,98
ortogonal 400 9,45 5,00 185,55 3,43 18,00 18,49 26,70 15,67 0,70 41 68 0,98
paralela 50 9,93 5,00 194,98 3,55 17,38 18,21 26,70 15,51 0,72 42 64 0,98
paralela 100 9,72 4,97 188,57 3,36 17,72 17,82 26,70 15,14 0,76 43 62 0,98
paralela 150 9,34 5,00 183,39 3,46 17,83 18,87 26,70 16,01 0,67 40 71 0,98
paralela 250 9,68 4,90 182,54 3,34 17,92 18,30 26,70 15,52 0,72 42 66 0,98
paralela 400 9,90 4,96 191,29 3,48 17,26 18,19 26,70 15,51 0,72 42 64 0,98
ANEXO 2 – Dimensões, índices físicos e parâmetro B dos corpos de prova do solo residual maduro,
submetidos aso ensaios de compressão triaxial convencionais drenados, saturados e em diferentes
direções de carregamento.
direção de σc H D V Peso w γ γs γd e0 n Sr B
3 3 3 3
carregamento (kPa) (cm) (cm) (cm ) (N) (%) (KN/m ) (KN/m ) (KN/m ) (%) (%)
vertical 50 9,97 4,94 191,09 3,17 26,09 16,59 27,20 13,16 1,07 52 66 0,98
vertical 100 9,73 4,94 186,49 3,21 27,30 17,21 27,20 13,52 1,01 50 73 0,98
vertical 150 9,63 4,98 187,57 3,09 26,56 16,47 27,20 13,02 1,09 52 66 0,98
vertical 200 9,25 4,82 168,78 2,82 26,52 16,71 27,20 13,21 1,06 51 68 0,98
vertical 250 9,96 4,96 192,45 3,37 26,77 17,51 27,20 13,81 0,97 49 75 0,98
horizontal 100 9,94 4,93 189,74 3,20 28,63 16,88 27,20 13,12 1,07 52 73 0,98
horizontal 200 9,67 4,94 185,34 3,07 28,59 16,58 27,20 12,89 1,11 53 70 0,98
horizontal 250 9,95 4,93 189,94 3,11 28,20 16,36 27,20 12,76 1,13 53 68 0,98
45O 50 9,91 4,94 189,94 3,21 28,70 16,90 27,20 13,13 1,07 52 73 0,98
O
45 150 9,88 4,90 186,31 3,08 28,65 16,53 27,20 12,85 1,12 53 70 0,98
45O 200 9,93 4,95 191,10 3,37 26,77 17,64 27,20 13,91 0,96 49 76 0,98
196
ANEXO 3 – Dimensões, índices físicos e parâmetro B dos corpos de prova do solo residual jovem e
maduro, submetidos aso ensaios triaxiais de compressão hidrostática, saturados e em diferentes direções
de carregamento.
solo direção de H D V Peso w γ γs γd e0 n Sr B
carregamento (cm) (cm) (cm3) (N) (%) (KN/m3) (KN/m3) (KN/m3) (%) (%)
jovem vertical 9,96 5,00 195,56 3,62 19,27 18,51 26,70 15,52 0,72 42 71 0,98
jovem ortogonal 9,93 4,95 191,10 3,46 17,53 18,11 26,70 15,41 0,73 42 64 0,98
jovem paralela 9,89 4,94 189,56 3,31 16,45 17,46 26,70 15,00 0,78 44 56 0,98
maduro vertical 9,90 4,94 189,75 3,21 28,00 16,92 27,20 13,22 1,06 51 72 0,98
maduro horizontal 9,89 4,93 188,79 3,16 27,63 16,75 27,20 13,12 1,07 52 70 0,98
ANEXO 4 – Dimensões, índices físicos e parâmetro B dos corpos de prova do solo residual jovem,
submetidos aos ensaios de tensão controlada em trajetórias diferentes da convencional, saturados e na
direção vertical.
Trajetória σc Η D V Peso w γ γs γd e0 n Sr B
3 3 3 3
(p, q) (kPa) (cm) (cm) (cm ) (N) (%) (KN/m ) (KN/m ) (KN/m ) (%) (%)
30o 150 10 5 196,35 3,44 16,02 17,52 26,70 15,10 0,77 43 56 0,98
o
50 150 9,83 5 193,01 3,43 14,91 17,75 26,70 15,44 0,73 42 55 0,98
71,6o 150 10 5 196,35 3,37 11,75 17,17 26,70 15,36 0,74 42 43 0,98
88o 150 10 5 196,35 3,45 13,21 17,58 26,70 15,52 0,72 42 49 0,98
140o 150 10 5 196,35 3,51 13,63 17,88 26,70 15,74 0,70 41 52 0,98
ANEXO 5 – Dimensões e índices físicos dos corpos de prova do solo residual jovem, submetidos aos
ensaios de compressão triaxial com sucção controlada.
ua - uw σc - ua condição H D V Peso w γ γs γd e0 n Sr
(kPa) (kPa) (cm) (cm) (cm3) (N) (%) (KN/m3) (KN/m3) (KN/m3) (%) (%)
40 50 1 10,00 5,00 196,35 3,68 19,87 18,74 26,70 15,63 0,71 41 75
40 50 2 10,00 5,00 196,35 3,77 22,67 19,17 26,70 15,63 0,71 41 85
40 200 1 10,00 4,97 194,00 3,44 13,67 17,71 26,70 15,58 0,71 42 51
40 200 2 10,00 4,97 194,00 3,70 22,40 19,07 26,70 15,58 0,71 42 84
80 50 1 9,97 4,87 185,71 3,45 19,72 18,59 26,70 15,53 0,72 42 73
80 50 2 9,97 4,87 185,71 3,46 19,96 18,63 26,70 15,53 0,72 42 74
80 100 1 9,88 4,98 192,44 3,52 19,11 18,29 26,70 15,36 0,74 42 69
80 100 2 9,88 4,98 192,44 3,54 19,92 18,42 26,70 15,36 0,74 42 72
80 200 1 10,00 4,96 193,22 3,59 20,55 18,58 26,70 15,41 0,73 42 75
80 200 2 10,00 4,96 193,22 3,58 20,05 18,50 26,70 15,41 0,73 42 73
160 50 1 9,70 4,98 188,94 3,36 15,07 17,76 26,70 15,43 0,73 42 55
160 50 2 9,70 4,98 188,94 3,40 16,61 18,00 26,70 15,43 0,73 42 61
160 100 1 9,80 5,00 192,42 3,42 16,75 17,77 26,70 15,22 0,75 43 59
160 100 2 9,80 5,00 192,42 3,43 17,13 17,83 26,70 15,22 0,75 43 61
160 200 1 10,00 5,00 196,35 3,45 17,00 17,57 26,70 15,02 0,78 44 58
160 200 2 10,00 5,00 196,35 3,46 17,00 17,62 26,70 15,06 0,77 44 59
320 50 1 9,92 4,93 189,36 3,51 19,28 18,54 26,70 15,54 0,72 42 72
320 50 2 9,92 4,93 189,36 3,34 13,47 17,64 26,70 15,54 0,72 42 50
320 100 1 9,98 5,00 195,96 3,66 19,51 18,66 26,70 15,62 0,71 42 73
320 100 2 9,98 5,00 195,96 3,46 13,17 17,67 26,70 15,62 0,71 42 50
320 200 1 9,92 4,98 193,22 3,40 14,15 17,61 26,70 15,42 0,73 42 52
320 200 2 9,92 4,98 193,22 3,37 12,94 17,42 26,70 15,42 0,73 42 47
Obs: Condição 1 – após moldagem dos corpos de prova; Condição 2 – após imposição da sucção
matricial nas câmaras da Figura 3.12.
197
ANEXO 6 – Dimensões e índices físicos dos corpos de prova do solo residual maduro, submetidos aos
ensaios de compressão triaxial com sucção controlada.
ua - uw σc - ua condição H D V Peso w γ γs γd e0 n Sr
(kPa) (kPa) (cm) (cm) (cm3) (N) (%) (KN/m3) (KN/m3) (KN/m3) (%) (%)
40 50 1 9,95 4,95 191,48 3,26 30,36 17,03 27,20 13,06 1,08 52 76
40 50 2 9,95 4,95 191,48 3,35 33,96 17,50 27,20 13,06 1,08 52 85
40 200 1 9,94 5,00 195,17 3,40 34,00 17,42 27,20 13,00 1,09 52 85
40 200 2 9,94 5,00 195,17 3,40 34,00 17,42 27,20 13,00 1,09 52 85
80 50 1 10,00 5,00 196,35 3,42 34,70 17,42 27,20 12,93 1,10 52 86
80 50 2 10,00 5,00 196,35 3,39 33,52 17,27 27,20 12,93 1,10 52 83
80 200 1 9,90 4,90 186,69 3,25 34,61 17,41 27,20 12,93 1,10 52 85
80 200 2 9,90 4,90 186,69 3,22 33,37 17,25 27,20 12,93 1,10 52 82
160 50 1 10,00 4,99 195,56 3,40 33,00 17,39 27,20 13,07 1,08 52 83
160 50 2 10,00 4,99 195,56 3,38 32,22 17,28 27,20 13,07 1,08 52 81
160 200 1 10,00 4,97 194,00 3,32 30,48 17,11 27,20 13,12 1,07 52 77
160 200 2 10,00 4,97 194,00 3,35 31,66 17,27 27,20 13,12 1,07 52 80
320 50 1 9,95 5,00 195,37 3,33 30,08 17,04 27,20 13,10 1,08 52 76
320 50 2 9,95 5,00 195,37 3,33 30,08 17,04 27,20 13,10 1,08 52 76
320 200 1 9,95 5,00 195,37 3,33 30,87 17,04 27,20 13,02 1,09 52 77
320 200 2 9,95 5,00 195,37 3,31 30,08 16,94 27,20 13,02 1,09 52 75
Obs: Condição 1 – após moldagem dos corpos de prova; Condição 2 – após imposição da sucção
matricial nas câmaras da Figura 3.12.
ANEXO 7 – Dimensões e índices físicos dos corpos de prova do solo residual jovem e maduro,
submetidos aos ensaios de compressão hidrostática com sucção controlada.
Solo ua - uw condição H D V Peso w γ γs γd e0 n Sr
3 3 3 3
(kPa) (cm) (cm) (cm ) (N) (%) (KN/m ) (KN/m ) (KN/m ) (%) (%)
jovem 80 1 9,8 5 192,42 3,52 19,11 18,29 26,70 15,36 0,74 42 69
jovem 80 2 9,8 5 192,42 3,54 19,92 18,42 26,70 15,36 0,74 42 72
jovem 160 1 9,8 5 192,42 3,42 16,75 17,77 26,70 15,22 0,75 43 59
jovem 160 2 9,8 5 192,42 3,43 17,13 17,83 26,70 15,22 0,75 43 61
jovem 320 1 9,95 5 195,37 3,66 19,51 18,72 26,70 15,66 0,70 41 74
jovem 320 2 9,95 5 195,37 3,46 13,17 17,73 26,70 15,66 0,70 41 50
maduro 80 1 10 5 196,35 3,44 34,00 17,52 27,20 13,07 1,08 52 86
maduro 80 2 10 5 196,35 3,40 32,44 17,32 27,20 13,07 1,08 52 82
maduro 160 1 10 5 194,78 3,32 30,48 17,04 27,20 13,06 1,08 52 77
maduro 160 2 10 5 196,35 3,35 31,66 17,06 27,20 12,96 1,10 52 78
maduro 320 1 10 5 196,35 3,33 30,87 16,96 27,20 12,96 1,10 52 76
maduro 320 2 10 5 196,35 3,31 30,08 16,86 27,20 12,96 1,10 52 74
Obs: Condição 1 – após moldagem dos corpos de prova; Condição 2 – após imposição da sucção
matricial nas câmaras da Figura 3.12.
198
ANEXO 8 – Dimensões e índices físicos dos corpos de prova do solo residual jovem, submetidos aos
ensaios de compressão triaxial convencionais, secos ao ar e posteriormente cisalhados sem o controle da
sucção.
σc condição H D V Peso w γ γs γd e0 n Sr
(kPa) (cm) (cm) (cm3) (N) (%) (KN/m3) (KN/m3) (KN/m3) (%) (%)
50 1 9,97 5,00 195,76 3,68 19,87 18,79 26,70 15,68 0,70 41 75
50 2 9,97 5,00 195,76 3,14 2,31 16,04 26,70 15,68 0,70 41 9
100 1 10,00 5,00 196,35 3,44 13,67 17,49 26,70 15,39 0,73 42 50
100 2 10,00 5,00 196,35 3,09 2,25 15,74 26,70 15,39 0,73 42 8
200 1 9,97 4,87 185,71 3,45 19,72 18,59 26,70 15,53 0,72 42 73
200 2 9,97 4,87 185,71 2,95 2,28 15,88 26,70 15,53 0,72 42 8
Obs: Condição 1 – após moldagem dos corpos de prova; Condição 2 – após de secos ao ar.