Biocorrosão Conceito e Microrganismos Associados

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Biocorrosão: conceito e microrganismos associados.

Nilson Felipe Coutinho Luiz

Rio de Janeiro
Julho de 2015
NILSON FELIPE COUTINHO LUIZ

Discente do Curso de Tecnologia em Biotecnologia

Matrícula: 1221321043

Biocorrosão: conceitos e microrganismos associados.

Trabalho de Conclusão de Curso, TCC, Apresentado ao


Curso de graduação de tecnologia em Biotecnologia da
UEZO como parte dos requisitos para a obtenção do
grau de Tecnólogo em Biotecnologia

Rio de Janeiro
Julho de 2015

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Biocorrosão: conceitos e microrganismos associados.

Elaborado por Nilson Felipe Coutinho Luiz


Discente do Curso de Tecnologia em
Biotecnologia da UEZO este trabalho foi
aprovado com grau:

Aprovado em de de 2015

__________________________________________________

Profa. Jessica Manya Bittencourt Dias Vieira, Dsc - UEZO - Presidente, Orientadora

__________________________________________________

Prof. Alexander Machado Cardoso, Dsc - UEZO

__________________________________________________

Prof. Ronaldo Figueiró Portella Pereira, Dsc - UEZO

4
DEDICATÓRIA

Aos meus pais,


Cristina e Nilson

5
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por me sustentar durante toda minha trajetória, me


dando forças para continuar prosseguindo em direção aos meus sonhos.

Aos meus Pais, por todo amor, tempo dedicado a mim e pelo total incentivo durante
toda a minha vida acadêmica.

À minha orientadora, profa. Jessica Vieira por sua paciência, dedicação, amizade e
orientação e, principalmente, por acreditar em mim.

Ao meu co-orientador, prof. Carlos Falcão por ajudar na realização deste trabalho.

Ao Professor Marcio Franco, que contribuiu de forma significativa para a elaboração


deste trabalho.

À todos os meus amigos de laboratório, Aline Lorete, Camila Guardiano, Cinara Souza,
Isabella Soares, Magno Mendes, Luciano Mynssen, pelo carinho e ajuda nos momentos
mais difíceis durante esta jornada.

À todos os professores queridos da UEZO, que foram primordiais para a construção do


sólido conhecimento adquirido por mim durante minha formação.

À todos amigos conquistados na UEZO.

6
RESUMO

A biocorrosão ou corrosão induzida por microrganismos (CIM) é o processo


pelo qual microrganismos degradam estruturas metálicas, o que é diretamente
proporcional à formação de biofilme. Os biofilmes são complexos formados por
microrganismos que tendem a se aglomerar em um ambiente que favoreça a sua
distribuição. Essa associação do biofilme com o metal pode acarretar diversos
problemas, especialmente de ordem econômica, já que materiais metálicos são
amplamente utilizados na construção civil. Existem diversas bactérias associadas à
corrosão como, por exemplo, as Bactérias Redutoras de Sulfatos (BRS) que são
colonizadoras do solo, anaeróbias, e que têm como produto do metabolismo o sulfeto de
hidrogênio, um dos principais agentes biocorrosivos. Há vários tipos de estruturas
metálicas passíveis de sofrerem a ação dos microrganismos, como aquelas compostas
por aço carbono, como AISI 1020, que são extensivamente utilizadas no setor
industrial-metalúrgico. O aço carbono possui em sua composição o ferro, carbono e
manganês, os quais participam igualmente do ajuste do nível de resistência do mesmo.
Partes destas moléculas presentes nas ligas servem de fonte nutricional para bactérias,
as quais podem interagir com as diversas forças eletroquímicas do material metálico,
gerando o processo corrosivo. Tendo em vista os dados da literatura, o objetivo deste
estudo é apresentar os conceitos relativos a biocorrosão e os microrganismos presentes
no solo associados a este processo. Para tanto, foram pesquisados bancos de dados
como Scielo e Pubmed em busca de referências que abordassem o assunto. Além disso,
foi pesquisado também a respeito dos tipos de solos encontrados no município do Rio
de Janeiro, especialmente da região da Zona Oeste. Os dados obtidos da literatura
mostraram que a zona oeste do Rio de Janeiro possui um solo (gleissolo) que tem
características físico-químicas propícias ao crescimento de bactérias redutoras de
sulfato, um dos principais grupos associado à biocorrosão. Neste contexto, sendo esta
uma região em franco crescimento industrial, estudos futuros que identifiquem e
analisem a participação de microrganismos do solo na corrosão de material metálico, tal
como o aço carbono, irão contribuir para a contenção de perdas econômicas na região,
possibilitando uma expansão ainda maior da indústria de metais na mesma.

Palavras-chave: Biocorrosão, Biofilme e Bactérias de solo.

7
ABSTRACT

Bio-corrosion or Microbiologically Induced Corrosion (MIC) is related to degradation


caused by microorganism’s action in metal structures, which is directly proportional to
biofilm formation. The latter is a complex formed with microorganisms that
agglomerates in a certain environment that contributes to its distribution. The
metal/biofilm association can cause several industrial problems, especially economic
ones, since metal materials are extensively used in civil construction. There are many
kind of bacteria related to corrosion, such as Sulphate Reducing Bacteria (SRB) that are
soil colonizers, anaerobic and produce hydrogen sulphate, an important corroding agent,
as metabolism product. Several kinds of metal structures are susceptible to
microorganism’s action, as those composed with carbon steel like AISI 1020, which is
amply utilized in metallurgic-industrial sector. Such metal is made of iron, carbon and
manganese, all involved in steel resistance consistence. Such molecules present in steel
alloy works as nutritional source for bacteria that can interact with the electrochemical
forces of metal structure, leading to the corroding process. Based on literature data, the
aim of this study is to present the concepts related to bio-corrosion and soil
microorganisms associated to this process. So were researched data base as Scielo and
Pubmed in search of references on such theme. Besides, it was also searched about
kinds of soil from Rio de Janeiro city, especially from West Region. The data obtained
from literature showed that west region have the gleisoil, which has physical-chemistry
characteristics favorable to SRB growing, one of the most important group associated to
bio-corrosion. On this context, this region being on a strong industrial development,
future studies that identify and analyze soil microorganisms participation in metal
corrosion, such as carbon steel, will contribute to economic lost contention in west
region, allowing a greater expansion of metal industries there.

Keywords: Bio-corrosion, Biofilm and Bacteria of soil

8
SUMÁRIO

RESUMO 7

ABSTRACT 8

I . INTRODUÇÃO 13

II. OBJETIVOS 16

II.1. Objetivos Gerais 16

II.2. Objetivos Específicos 16

III. METODOLOGIAS 17

III.1 Definição das palavras chaves 17

III.2 Estratégias de busca 17

III.3 Definição da base de dados 17

IV.REVISÃO DE LITERATURA 18

IV.1. A natureza do solo 18

IV.1.1 Latossolo 20

IV.1.2 Gleissolo 20

IV.1.2.1 Bactérias associadas ao gleissolos timórficos 20

IV.1.3 Solo argiloso / Podzólico. 21

IV.2 Corrosividade dos solos 22

II.3. Corrosão 22

IV.4. Biocorrosão 23

IV.5. Biofilme 24

IV.6. Características microbiológicas do solo 28

IV.7. Grupos microbianos 29

IV.8. Microrganismos Envolvidos na Biocorrosão 30

IV.8.1 Bactérias produtoras de EPS 30

9
IV.8.2 Bactérias produtoras de Ácido 30

IV.8.3 Bactérias oxidantes de Enxofre 30

IV.8.4 Bactérias redutoras de Sulfato – BRS 31

IV.9. Mecanismos de Biocorrosão 32

IV.9.1 Produção de metabólitos corrosivos 32

IV.9.2 Consumo de Inibidores de corrosão 33

IV.9.3 Despolarização catódica 33

IV.9.4 Destruição de revestimentos protetores 33

IV.9.5. Zonas de aeração diferencial 34

IV.10. Detecção e monitoramento de Biocorrosão 35

IV.11 Prevenção e Controle – Métodos físico químicos 35

V. CONCLUSÃO 36

VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37

10
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Processo de corrosão por forças eletroquímicas 15

Figura 2: Diagrama de textura adotado pela sociedade brasileira de

ciência do solo 18

Figura 3: Tipo de solo Rio de Janeiro 19

Figura 4: Argissolo. O horizonte B, possui mais argila do que o horizonte A ou E 21

Figura 5: Ciclo de desenvolvimento de um biofilme 26

Figura 6: Algumas formas de pite 28

Figura 7: Representação esquemática da cadeia de transferência de elétrons em

BRS com H2 como fonte de energia e sulfato como aceptor final de elétrons 32

11
LISTA DE TABELAS

Tabela1: Nível das populações microbianas presentes em solos por m² 28

Tabela 2: Microrganismos relacionados aos tipos de mecanismos de Biocorrosão 34

12
I. Introdução

Diariamente os diversos tipos de materiais metálicos em contato com o solo,


como as tubulações enterradas e tanques metálicos, têm sido usados em escalas
industriais. Há um grande avanço na intermodalidade de transporte e uma delas se dá
pelas malhas duto viárias que atingem 22 quilômetros e que chega a 16º lugar no
ranking mundial (Transporta Brasil, 2010).
O ambiente do solo pode conferir bastante intensidade ao processo corrosivo
devido a complexidade físico-química e microbiológica que apresenta. A diversidade de
solos que há no Brasil contribui para tal complexidade, assim para realizar qualquer
estudo sobre proteção metálica em contato com o solo é preciso avaliar a corrosividade
do metal (RODRIGUES,2010).
A corrosão pode ter diferentes causas, dentre elas a corrosão química e a
eletroquímica. A corrosão eletroquímica é o processo que ocorre devido a oxidação e a
redução de um metal característico do processo de corrosão de superfícies metálicas
induzidas pela ação de microrganismos A este processo denomina-se corrosão
microbiologicamente induzida (CMI) ou biocorrosão. A biocorrosão é um processo
gradativo no qual diferentes tipos de bactérias associadas em um biofilme utilizam da
superfície onde estão fixadas como nutriente. Neste contexto, os biofilmes
correspondem à formação de um complexo constituído por microrganismos, aderidos a
um substrato, inserido em uma matriz de polímeros extracelulares, os
exopolissacarídeos (EPS), cujas células exibem diferenciados fenótipos, metabolismo,
fisiologia e transcrição genética (DOLAN, 2002).
Várias classes de microrganismos podem estar associadas a corrosão, porém as
bactérias são bastantes atuantes neste processo, uma vez que podem: (i) intensificar as
reações anódicas através da excreção de metabólitos ácidos; (ii) estimular a reação
catódica pela produção de H2S ou de outros agentes corrosivos; ou (iii) degradar os
materiais usados como revestimento de superfícies metálicas (RODRIGUES, 2010).
Existem diversos tipos de interações que ocorrem entre os microrganismos no processo
corrosivo, no entanto já foi mostrada maior taxa de corrosão anaeróbica na presença de
cultura pura de Desulfovibrio vulgaris, e em menor proporção quando o metal foi
colocado na presença de cultura pura de Vibrio anguillarum. Já na presença das duas
espécies, as taxas de corrosão foram mais elevadas (GAYLARDE e JOHNSTON,

13
1986). Por este motivo os variados tipos de microrganismos devem ser
estudados quantitativa e qualitativamente, com base em seus mecanismos de ação.
Vários tipos de metal são passíveis de sofrer biocorrosão, inclusive o aço
carbono usualmente utilizado na indústria para produção de dutos. Este tipo de aço
possui como componente principal o carbono que está ligado diretamente ao processo
de melhora da resistência mecânica, assim como outros elementos como o manganês, o
silício e o fósforo. Todavia, o aço carbono possui baixa resistência a biocorrosão
(SILVA, 2009).
Flemming (1996) concluiu que aproximadamente 20% da corrosão que ocorre
em materiais metálicos são ocasionados por microrganismos, o que gera grandes perdas
econômicas. Na década de 50 nos EUA, por exemplo, os gastos com reparo e
manutenção das tubulações que sofreram com a biocorrosão, foram estimados em US$
0,5 – 2 bilhões por ano. No Reino Unido há décadas já se acreditava que 50% dos casos
de corrosão em tubulações se devesse a biocorrosão (BOOTH, 1964).
A Zona Oeste do município do Rio de janeiro detém um potencial crescente para
o desenvolvimento industrial e tecnológico. Dentre as indústrias presentes na região
estão àquelas voltadas a produção de materiais metálicos direcionados para os mais
diversos fins (Grupo Economia de Inovação- UFRJ, 2009). Ainda não há dados
específicos sobre o nível de corrosão ocasionado por microrganismos do solo da região
industrial na zona oeste-Santa Cruz RJ, porém deve-se levar em consideração a
prevenção deste processo como um passo importante para o desenvolvimento industrial
da região. Isto posto, o estudo da deterioração, que é característica da superfície que está
sendo exposta (FERREIRA, 2005), é de extrema importância para o avanço de técnicas
para o controle de tal processo. Para isso se faz necessário estudar as relações entre os
diversos microrganismos presentes e analisar as suas atividades fisiológicas associadas
as propriedades eletroquímicas do material exposto.
Os mecanismos de biocorrosão estão associados a forças eletroquímicas, que
induzem a formação de áreas de oxidação e redução na superfície metálica, com o
consequente fluxo de elétrons (Fig 1).

14
Figura 1: Processo de corrosão por forças eletroquímicas (QUIUMENTO, 2011).

A presença da ação dos microrganismos na origem da corrosão de materiais


metálicos e não metálicos. Desta forma, devido aos grandes prejuízos nos setores
industriais, causados pela biocorrosão, se faz necessário a adoção de estratégias de
prevenção e controle. Além disso, é relevante detectar e monitorar a corrosão, assim
como a formação dos biofilmes a fim de garantir a vida útil dos equipamentos e de
assegurar as atividades operacionais (VIDELA, 2003).
Na literatura especializada há poucos estudos relacionando os tipos de interações
de microrganismos que se formam com as atividades fisiológicas (mecanismo de ação),
eletroquímicas e físico-químicas no biofilme, além do tipo de material que fornece as
suas fontes nutricionais. Contudo, compreende-se que os níveis populacionais de
microrganismos não são os mais específicos e sim os tipos de interações que formam
(GAYLARDE e JOHNSTON, 1986). Neste âmbito, para se estabelecer melhor
monitoramento e prevenção da corrosão microbiológica, precisa-se de uma ampla
investigação do processo corrosivo do metal, incluindo mecanismos de ação presentes e
as interações relacionadas. Esta diversidade acaba gerando problemas muito graves nas
atividades econômicas e ambientais. Existem diversas pesquisas que estabelecem novos
tipos de prevenções da corrosão como a melhoria da proteção catódica, porém existem
muitas contradições com relação aos estudos, tendo em vista que pouco se sabe sobre a
despolarização catódica.

15
II. Objetivos

II.1. Objetivo geral


Revisar os conceitos relacionados a biocorrosão, apontando os principais
microrganismos envolvidos no processo, correlacionando com o tipo de solo encontrado
na região da Zona Oeste do município do Rio de Janeiro e o que já foi descrito para
materiais metálicos, especialmente aço carbono.

II.1.2 Objetivo específico


 Pesquisar estudos da literatura relacionados à biocorrosão;
 Estudar os microrganismos associados à biocorrosão de materiais metálicos;
 Levantar dados da literatura envolvendo o que já foi descrito sobre biocorrosão
de aço carbono.

16
III. Metodologia

III.1 Definição das palavras chaves


As seguintes palavras chaves foram utilizadas: 1) Biocorrosão; 2) Corrosão
microbiologicamente induzida; 3) Bactérias do solo; 4) Tipos de solo; e 5)Aço carbono.

III.2 Estratégias de busca


a. Tempo de busca: Desde 1964
b. Idioma: Português e Inglês

III.3 Definição da base de dados


Foi feita uma revisão da literatura nacional e internacional utilizando os
seguintes bancos de dados: PubMED, Periódicos Capes, Scielo e Google Acadêmico.
.

17
IV. Revisão de literatura

IV.1. A natureza do solo


O solo é composto por diversos constituintes, dentre eles minerais e orgânicos
que são formados pela ação de agentes físicos, químicos e biológicos, inicialmente
sobre a rocha primária. A ação do clima é grande formador dessas características e
também de sua bioesfera (SERRA,2006). A ação dos agentes, sejam eles físicos,
químicos ou biológicos, formam faixas nos solos denominadas horizontes, o que
confere características peculiares a cada tipo de solo (RODRIGUES, 2010). O tamanho
dessas faixas é um fator determinante para a caracterização do solo e dependendo do
horizonte o tipo de microrganismo presente varia e consequentemente a biocorrosão
também, pois a quantidade relativa de argila, silte e areia determinada pela percentagem
dessas partículas, estão distribuídos em diferentes grupos de tamanho (Fig. 2). A soma
destes horizontes classifica a característica do solo (FERREIRA, 2005; SERRA, 2006).

Figura 2: Diagrama de textura adotado pela sociedade brasileira de


ciência do solo (RESENDE et al., 2002).

18
Segundo a Embrapa (2009) existem cerca de treze classes de solo: Argissolos,
Cambissolos, Chernossolos, Espodossolos, Gleissolos, Latossolos, Luvissolos,
Neossolos, Nitossolos, Organossolos, Planossolos, Plintossolos, Vertissolos. Tais solos
foram classificados de acordo com os critérios da sua natureza. O perfil do solo da
região sudeste do Brasil se caracteriza 56% de latossolo, que somados aos Argissolos,
perfazem cerca de 78% do total (Fig. 3, EMBRAPA, 2002). No município do Rio de
Janeiro, 19,83% do território é do tipo podzólico (argissolo) associado ao latossolo. No
entanto, a zona oeste do Rio de Janeiro o solo do tipo glei (Gleissolos) (Embrapa, 2006)
é característico. E por este motivo, uma análise dessas classes de solo referente a região
da zona oeste do município do Rio de Janeiro e aos que predominam na região sudeste,
é de grande importância para que se determine assim os perfis microbiológicos a partir
do conhecimento do solo.

Figura 3: Tipos de solo do Rio de Janeiro

19
IV.1.1 Latossolo
Os latossolos são constituídos por material mineral tais como, cálcio (Ca2+),
potássio (K+) e magnésio (Mg2+), sendo em geral solos fortemente ácidos, com baixa
saturação por bases, distróficos ou alumínios. Apresentam teor de silte inferior a 20%, e
argila variando entre 15% e 80%. São solos com alta permeabilidade à àgua, podendo
ser trabalhados em grande amplitude de umidade. Os latossolos são muito
intemperizados, com pequena reserva de nutrientes para plantas, representados
normalmente por sua baixa a média capacidade de troca de cátions. Mais de 95% dos
latossolos são distróficos e ácidos, com pH entre 4,0 e 5,5 e teores de fósforo disponível
extremamente baixos, quase sempre inferiores a 1 mg/dm³. Em geral são solos com
grandes problemas de fertilidade. A fração de argila dos latossolos é composta
principalmente por caulinita, óxidos de ferro e óxidos de alumínio. Alguns latossolos
formados de rochas ricas em ferro apresentam, na fração argila, a maghemita e na fração
areia, a magnetita e a ilmenita. A esses últimos, estão associados aos micronutrientes
como cobre e o zinco (EMBRAPA, 2009).

IV.1.2 Gleissolo
Os gleissolos são solos hidromórficos, desenvolvidos de sedimentos recentes
não consolidados, de constituição argilosa, argilo-arenosa e arenosa, pode ocorrer
acúmulo de material orgânico. Compreende solos mal drenados e que possuem
características resultantes da influência do excesso de umidade permanente ou
temporário, devido a presença do lençol freático próximo à superfície durante um
período determinado do ano. Possui uma coloração cinzenta, com mosqueados
amarelados ou avermelhados, oriundos da oxidação do ferro na matriz do solo,
consequência dos fenômenos de oxi redução. São solos bastante diversificados quanto
as suas características físicas e químicas (EMBRAPA, 2009).

IV.1.2.1 Bactérias associadas ao gleissolos timórficos.

Os solos tiomórficos passam por processos pedogenéticos de transformação que


estão associados às reações de oxirredução, representados pelos processos de
sulfidização e sulfurização (FANNING & FANNING, 1989). O processo de
sulfidização está relacionado com o acúmulo de sulfeto no solo, principalmente na
forma de pirita e ocorre em ambientes onde há baixas concentrações de oxigênio

20
(aeração limitada), presença de sulfato, ferro, matéria orgânica metabolizável e bactérias
redutoras de sulfato (PONS et al., 1982).

IV.1.3 Solo argiloso / Podzólico.


Essa classe de solo (Argissolos) é determinada por apresentar grande quantidade
de argila nas camadas mais profundas (Fig.4). Os Argissolos são a classe de solo, depois
dos latossolos, mais extensa do território brasileiro, o que denota a sua importância.
Abrange uma diversa variedade de solos como eutróficos (com nutrientes em níveis
ótimos), distróficos (solos bastante ácidos), possuindo uma profundidade ou não e
cascalhos, tornando difícil a determinação para os solos (EMBRAPA, 2006). A argila
possui uma propriedade de possuir cargas negativas em maior quantidade representada
pela presença de Ânions (PO3-4, SO2-4) se comparada as cargas positivas relacionadas
aos cátions (Ca²+, Mg ²+, K+, NH4+ ) e , ambos os tipos de íons atuam como fonte
nutricional para microrganismos.

Figura 4: Argissolo. O horizonte B possui mais argila do que o horizonte A ouE


(ELSENBEER, 2001).

21
IV.2 Corrosividade dos solos
A corrosividade dos solos pode ser compreendida como a sua capacidade de
promover corrosão em estruturas metálicas (FERREIRA,2005). O solo possui a
propriedade de atuar na corrosão eletroquímica, mudando as características dos
processos anódicos e catódicos sofridos pelos metais. Existem diversas tubulações
enterradas e reservatórios instalados sob o solo, sendo que sua deterioração pode
acarretar problemas ambientais e econômicos. Assim, os solos passam a ser
considerados meios corrosivos, sendo então muito investigada a relação das
propriedades do solo e corrosão dos metais enterrados (SERRA, 2006).
A agressividade específica de um solo depende de suas características físicas
como tipo de textura, estrutura e espécies iônicas e biológicas, tais como as bactérias
aeróbias ou anaeróbias (TRABANELLI et al., 1972). Para Lopez et al. (2005), o que
mais influencia a corrosão pelo solo é a condutividade ou resistividade, e a atividade
microbiana na presença de cloreto, sulfeto e sulfato que aumentam o risco de corrosão.
Condições climáticas como chuva, temperatura, umidade relativa do ar e ventos, além
doemprego de fertilizantes e os despejos industriais são ações que podem determinar a
ação corrosiva dos solos (GENTIL, 2007).

II.3. Corrosão

A deterioração de um tipo de material, tais como materiais cerâmicos, concretos


e metálicos, pela atividade química ou eletroquímica do meio ambiente, agrupada ou
não a forças mecânicas, é conhecida como corrosão (GENTIL,2007). O processo de
corrosão pela atividade eletroquímica é considerado espontâneo, ocorrendo quando o
eletrólito atinge o metal, gerando reações anódicas e catódicas. A oxidação do metal
ocorre na parte anódica, com a passagem de elétrons para a zona catódica através de um
condutor metálico, ocasionando então a passagem de íons para o eletrólito. As
interações físico-químicas que se estabelecem devido ao tipo de material e ao meio no
qual está exposto, acarretam problemas sérios a funcionalidade daquele material,
tornando então inadequado ao uso devido a sua deterioração, gerando déficit econômico
(FERREIRA, 2005). A degradação de equipamentos e variados tipos de estruturas
metálicas através da corrosão, pode gerar consequências irreparáveis ao ecossistema e
aos seres vivos que nele habitam. Através disso percebe-se o quão interferente é a

22
corrosão nas atividades ambientais e na vida, sendo o próprio Homem dependente da
utilização destes materiais. No mercado, o aço carbono tem sido empregado com
bastante frequência por conferir propriedades diversas e por ser um produto mais barato,
correspondendo a 90% das tubulações industriais (SILVA, 2009). O Aço carbono é
formado por ferro e carbono, com percentagens de carbono que variam de 0,008 a
2,11% (GENTIL, 2007). A sua composição confere baixa resistência à corrosão, assim
sendo, é preciso proteger estes materiais a fim de minimizar tal processo.

IV.4. Biocorrosão

Quando há participação de microrganismos no processo de deterioração de um


material, este ato é nomeado como biocorrosão ou corrosão microbiologicamente
induzida (CMI). Os microrganismos ativos nesse processo são capazes de ativar, dar
condições ou acelerar o processo corrosivo, fazendo a manutenção eletroquímica da
corrosão (NAGIUB & MANSFELD, 2002). Ocorre a dissolução metálica, neste caso
no anodo, e um processo complementar no catodo, que se dá através de reações, como:
redução de oxigênio (em meio aerado e pH próximo à neutralidade) ou redução de
hidrogênio (em meio ácido não aerado) (VIDELA & HERRERA, 2005).Os
microrganismos associados a biocorrosão são encontrados em tubulações de
distribuição de água, sistemas de refrigeração, na recuperação secundária de petróleo,
aquecedores e válvulas de cobre, entre outros. Podem também estar envolvidos em
corrosão de materiais não metálicos como, por exemplo, mármore, concreto e madeira
(GENTIL, 2007).

Estudos deste processo têm sido realizados utilizando técnicas mais atuais, como
microscopia eletrônica e micro eletrodos específicos, capazes de investigar a interface
entre o metal e a solução. Esses avanços no campo da pesquisa têm sido muito
importantes para a ampliação do entendimento do processo, assim como análises
microbiológicas e metodologias específicas para a detecção de corrosão. Através desse
entendimento é possível avaliar a real participação dos microrganismos na deterioração
de materiais, o que contribui para o controle da corrosão (VIDELA, 2003). Os
microrganismos sésseis, ou seja, que ficam aderidos a uma superfície sem se locomover
são os mais atuantes em causar danos quando comparados aos microrganismos livres no
eletrólito (JEFREY & MELCHERS, 2003). A fixação do microrganismo no metal gera
alterações físico-químicas tanto em condições aeróbias quanto anaeróbias, sendo a

23
modificação da interface metal/solução decorrente da formação do biofilme a mais
significativa (VIDELA & HERRERA, 2005).

A corrosão é um processo de deterioração, como já apontado anteriormente. E


este processo ocorre em quase todos os setores industriais, acarretando grandes
prejuízos de ordem financeira, principalmente, onde se faz necessário lançar mão de
verbas afim de trocar os materiais corroídos ou realizar reparos e manutenção. Além
disso, a deterioração pode gerar graves acidentes, inclusive interferindo não só na
preservação da natureza como também na saúde do Homem (QUEIROZ et al., 2011).

Segundo Rodrigues (2010), as perdas econômicas causadas pela corrosão podem


ser diretas ou indiretas. As diretas se relacionam à substituição de peças ou
equipamentos deteriorados, já as indiretas estão associadas às paralisações acidentais,
perdas ou contaminações de produtos, além de perda da eficiência do equipamento. Ao
se comparar o gasto entre os dois tipos de perdas econômicas, o alto custo devido as
perdas indiretas se mostra bastante significativo. Segundo a Associação Brasileira de
Corrosão (ABRACO 2013), estima-se que países direcionem cerca de 1% a 5% do seu
PIB (Produto interno Bruto) para custear novos métodos para contenção da corrosão e
em outros casos substituição de materiais que sofreram danos por conta da oxidação. No
Brasil, os gastos chegam próximos a ordem de U$ 10 bilhões.

IV.5. Biofilme

A característica de se aglomerar e aderir a superfícies que fornecem os nutrientes


para o crescimento é bem comum entre os variados tipos de microrganismos, os quais
estão distribuídos de forma ampla na natureza e, e por essa característica são capazes de
formar os biofilmes. Biofilme é uma organização complexa que possui em sua
composição 95% de água e material polimérico extracelular (EPS), que é derivado do
metabolismo microbiano, além de produtos orgânicos e inorgânicos. Além disso, a
instalação de um biofilme sobre metais é um processo acumulativo, versátil e possui
características diversas (VIDELA & HERRERA, 2005).

Os microrganismos componentes de biofilmes liberam para o meio extracelular,


produtos do seu metabolismo como, por exemplo, enzimas, EPS, ácidos orgânicos e
inorgânicos, e ainda compostos voláteis, como amônia e gás sulfídrico, os quais podem
alterar as reações catódicas ou anódicas nas superfícies metálicas, alterando dessa forma

24
a velocidade dos processos eletroquímicos na interface biofilme/metal (RODRIGUES,
2011). Contudo, o número da população de microrganismos em um biofilme não pode
ser correlacionado ao nível de deterioração no metal (VIDELA & HERRERA, 2005).
Mesmo não havendo um consenso sobre o assunto, um dos parâmetros para fazer dada
correlação é avaliar a relação das taxas metabólicas dos microrganismos com as taxas
de corrosão alcançadas (BEECH &GAYLARD, 1999).

A presença de biofilme pode ser detectada tanto em ambientes naturais quanto


industriais, sendo que a sua formação se dá principalmente quando existe limitação
nutricional. No biofilme, além dos microrganismos utilizarem os nutrientes que estão
presentes no material metálico, o EPS serve também como fonte nutricional,
(CHARACKLIS e MARSHAL, 1990). As etapas de formação e evolução do biofilme já
foram descritas na literatura (BEECH & SUNNER, 2004; VIDELA&HERRERA,
2005).

O processo de formação do biofilme possui diversas etapas, como descreve


Boari (2009), figura 5. A primeira delas é chamada adesão inicial, que é caracterizada
pela troca do estilo de vida onde o microrganismo adere a uma superfície e assim se
torna séssil, ou seja, incapaz de se locomover. O mecanismo de adesão bacteriana
ocorre em duas etapas onde inicialmente os microrganismos são atraídos para a
superfície metálica por forças de van der waals e em seguida por atração eletroestática,
ambas as forças reversíveis. Além disso, os microrganismos produzem EPS que sustenta
a adesão (Irreversível) (Marshal et al., 1971).

A adesão celular está relacionada às características de cada microrganismo


como, por exemplo, o tipo de espécie, hidrofobicidade, carga elétrica superficial,
flagelo, fimbria, pili e etc. Após a adesão irreversível, ocorre a colonização, na qual a
matriz de polímeros extracelulares contribui intensamente. O EPS é uma
macromolécula que além de ajudar no processo de fixação, atua também como fonte
nutricional. Desta forma, é possível observar a formação de biofilmes em diversos
ambientes (CHARACKLIS E MASHALL, 1990). A colonização se dá por
microrganismos que estão presentes no biofilme, como fungos, bactérias, microalgas, e
etc. Tal diversidade microbiana contribui para uma vasta interação que gera diversos
mecanismos de ação para o processo biocorrosivo.

25
Outro processo da formação do Biofilme é a fase de maturação que é regulado
por fatores como a difusão de oxigênio, fonte de carbono e osmolaridade. Quando
maduro, as células que compõe este ambiente passarão a ter outras características como
crescimento populacional alterado, cooperação fisiológica e eficiência metabólica, e até
mesmo apresentarão padrões de expressão gênica (IST, 2008). Nesta fase de maturação,
ocorre também a dispersão de algumas células individuais, o que permite a estas
alcançar novas superfícies e assim coloniza-las, formando um novo biofilme. Os fatores
genéticos que estão associados à dispersão não são ainda bem conhecidos. Todavia, já
se sabe que existem três modalidades de dispersão: a expansiva, quando alguns
microrganismos presentes sofrem lise e outras voltam a sua locomoção; a fragmentação
do biofilme, onde parte de matriz extracelular junto a células é liberada; e a superficial,
que ocorre a partir do crescimento do próprio biofilme como um todo (Kyan, 2011).

Figura 5: Ciclo de desenvolvimento de um biofilme (BOARI,2009)

No Biofilme existe uma deposição de compostos orgânicos e inorgânicos de


massa molecular que chegam a formar uma película de 20 a 80nm de espessura.
Ocorrem também alterações de cargas eletrostáticas que facilitam o processo de
colonização pelos microrganismos, o aumento populacional dos mesmos e do EPS.

26
Dependendo do eletrólito em que o material está exposto, pode acontecer o
desprendimento das camadas mais externas (RODRIGUES, 2010).

Segundo FLEMMING (1993) o exopolíssacarídeo (EPS) possui uma atividade


muito importante, pois corresponde de 70 a 90% da massa seca do biofilme. O EPS
pode acelerar o processo de corrosão, uma vez que apresenta grupos funcionais
negativos que ao se combinarem com íons metálicos intensificam a dissolução do metal
(COSTERTON et al., 1995). Além disso, a presença do material polimérico pode ter
uma ação protetora para os microrganismos sésseis contra diferentes produtos, tais
como biocidas, inibidores de corrosão, etc., e a metais que poderiam inativa-los
rapidamente. O EPS é ainda capaz de proteger e concentrar enzimas digestivas
produzidas pelas células microbianas, aumentando sua eficiência metabólica
(MORTON et al., 1998).

Através de uma única espécie ou diversas classes e espécies de microrganismos


podem ser formados os biofilmes sobre uma variedade de superfícies inertes. Desta
maneira, em um único biofilme pode haver consórcios ou comunidades sinérgicas, que
podem alterar os processos eletroquímicos através do seu co-metabolismo
(WIMPENNY et al., 2000).

As bactérias são encontradas em maior proporção em biofilmes devido a sua


velocidade de crescimento, melhor adaptação e de resistência a agentes nocivos, e
também porque muitas das espécies são produtoras de EPS (CHARACKLIS
&MARSHAL, 1990). Existem algumas bactérias que são referências em processos
corrosivos, pois elas detêm diversos mecanismos de ação que contribuem com este
processo. As bactérias redutoras de sulfato, por exemplo, produzem CO2 e diferentes
formas de sulfetos, sendo consideradas as principais causadoras da corrosão localizada,
geralmente em formas de pite (CASTANEDA e BENETTON, 2008). A corrosão
puntiforme ou pite formada possui característica de corrosão que se dá em um dos
pontos ou em áreas localizadas do material, tendo a profundidade maior que seu
diâmetro (GENTIL, 2007) como ilustrado na figura 6.

27
Figura 6: Algumas formas de pite (GENTIL, 2007).

IV.6. Características microbiológicas do solo


Os microrganismos apresentam funções essenciais para a continuidade de
ecossistemas como componentes fundamentais de cadeias alimentares e ciclos
biológicos. As bactérias possuem maior população nos solos, podendo variar de
tamanho, forma, metabolismo e fonte nutricional (DRAGUN, 1998). Para melhor
entendimento, a tabela 1 mostra a distribuição microbiana nos solos. Estima-se que são
conhecidos apenas 1% das bactérias de solos. O número de espécies de bactérias de
solos descrita na literatura vem crescendo nos últimos anos em virtude do
desenvolvimento de ferramentas de Biologia Molecular que possibilitam a análise de
sequências de DNA a partir de material genômico extraído diretamente do solo. As
novas técnicas evidenciaram a enorme diversidade genética de bactérias presentes em
apenas um grama de solo, no qual se estima que nessa quantidade ocorram entre 20 e 40
mil espécies bacterianas. Considerando-se que são descritas apenas 4.100 espécies de
bactérias, cuja maioria não é de solos, há uma enorme lacuna de conhecimento a ser
preenchida em estudos de biodiversidade (Ministério do meio ambiente, 98).

Tabela1: Nível das populações microbianas presentes em solos por m²


(TRINDADE, 2002)

28
Os microrganismos podem intensificar o processo corrosivo do solo devido a
alguns fatores como a influência direta na velocidade das reações anódicas e catódicas,
mudando a resistência das películas existentes na superfície metálica, através dos
produtos seu metabolismo, liberando meios corrosivos (GENTIL, 2007).Estudos
relatam que a predominância do processo corrosivo microbiológico se dá através de
materiais metálicos enterrados, e principalmente quando há presença de bactérias
anaeróbias, sendo estas associadas a solos argilosos (TILLER, 1982).

IV.7. Grupos microbianos


As bactérias são os microrganismos mais abundantes e um dos mais importantes
dentre os componentes microbianos do solo. A quantidade de massa microbiana exerce
uma ação direta nas atividades do solo em função dos variados grupos bacterianas que
participam do processo de fertilidade do mesmo e sintetizam diversos produtos
metabolitos (GALLI, 1964). Por outro lado, a presença de fungos não é tão aparente
quanto da população bacteriana, porém eles apresentam funções totalmente
complementares e diversificadas das atividades bacterianas. Sua ação recai sobre os
componentes de matéria orgânica. E, portanto, não respondem tão prontamente a
alterações do meio, principalmente no que refere a adição de matéria orgânica, quanto
as bactérias. Sua ação é mais prolongada e, de certo modo, constante. Por último, os
fungos têm metabolismo diferente do das bactérias por esse motivo são capazes de atuar
sobre substratos os mais complexos, decompondo-os, como é, por exemplo, sua atuação
sobre a lignina, que possui função de conferir resistência a ataques microbianos em
células vegetais.
As algas são pouco numerosas, porém não são menos importantes. Diferenciam-
se dos demais porque apresentam características de autotrofismo, sendo capazes de
sintetizar as substâncias orgânicas de que necessitam, através do uso da energia solar.
Além disso, elas impedem a matéria orgânica do solo, e por isso não exercem uma
atividade de muita importância no processo corrosivo. Os protozoários por sua vez,
contribuem amplamente para a atividade de equilíbrio biológico do solo, uma vez que
são responsáveis por utilizar as bactérias como fonte de alimentação.

29
IV.8. Microrganismos Envolvidos na Biocorrosão
Diversas espécies de microrganismos podem estar associadas ao processo de
biocorrosão, porém alguns em menor ou maior grau (VIDELA, 2003). Por este motivo
os métodos de identificação e quantificação são analisados de acordo com as
características que o consórcio microbiológico tem em comum. Os microrganismos
através dos biofilmes, coletivamente, favorecem atividades microbianas que não seriam
possíveis de ocorrer por apenas uma das espécies componentes dos biofilmes.

IV.8.1 Bactérias produtoras de EPS


Diversas espécies bacterianas tem a capacidade de produzir exopolissacarideos,
que estão associados ao processo de formação do biofilme, consequentemente
contribuindo para o processo de biocorrosão. A colonização da superfície do metal pode
ser impulsionada por microrganismos produtores de EPS, como membros do gênero
Pseudomonas. A matriz polimérica tem grande contribuição para o processo corrosivo,
pois o EPS atua protegendo as bactérias contra íons metálico, ação de biocidas e ajuda a
aprisionar outros microrganismos no consórcio microbiológico, aumentando a espessura
do biofilme (TREVORS & COTTER, 1990).Portanto, as espécies de Pseudomonas
podem ser consideradas percursoras da biocorrosão (POTEKHINA et al.,1999).

IV.8.2 Bactérias produtoras de Ácido


Estas bactérias formam um grupo bastante atuante no processo de biocorrosão.
Algumas bactérias, por exemplo, conseguem produzir ácidos orgânicos de cadeias
curtas, tais como os ácidos acético, fórmico, lático, propiônico e butírico como produtos
do seu metabolismo. Estas vem chamando bastante atenção, já que estes produtos
servem de substrato para as BRS. Logo, o sinergismo entre esses grupos microbianos
agrava a biocorrosão (BORGAN et al., 2004). Há espécies bacterianas produtoras de
ácidos inôrganicos, como as espécies do gênero Acidithiobacillus, ácido nítrico como
Nitrobacter, ácido nitroso como Nitrossomonas, e ácido sulfídrico como
Clostridium(VIDELA, 2003).

IV.8.3 Bactérias oxidantes de Enxofre


A maioria das bactérias envolvidas no processo de corrosão faz parte do ciclo do
enxofre na natureza, como as oxidantes de enxofre. Este grupo envolve muitos gêneros,
sendo as espécies de Acidithiobacilusas mais estudadas. A energia necessária para o

30
crescimento dessas bactérias é proveniente da oxidação de compostos inorgânicos, tais
como: sulfetos, sulfito, tiossulfato (TANG, BASKARAN & NEMATI, 2009). Estas
bactérias levam a produção de ácido sulfúrico, que promove a acidificação do ambiente.
Esse elevado nível de acidez confere uma agressividade não só ao metal exposto, mas
também a pedras e concreto (WARSCHEID & BRAAMS, 2000).

IV.8.4 Bactérias redutoras de Sulfato - BRS


As espécies que constituem o grupo das BRS são consideradas as principais
responsáveis pela biocorrosão, visto que comparado a outras espécies microbianas, estas
liberam durante o seu metabolismo elevada quantidade de ácido sulfídrico, agente
altamente reativo, tóxico e corrosivo (KUANG et al., 2007; MUYZER e STAMS,
2008).Existe uma grande diversificação na morfologia das BRS, as quais podem se
apresentar nas formas esférica, oval, em espiral, bastonete, vibrião, filamentosa, com
diâmetro variando em 0,4 a 3,0 µm de comprimento. Dentre todas as espécies, as do
gênero Desulfovibrio são as mais estudadas (HOLT, 1994).
Estas bactérias realizam respiração anaeróbica, denominada redução
dissimilativa do sulfato, utilizada na produção de energia, que resulta na liberação do
gás carbônico e altas concentrações de sulfeto, sendo este grande promotor da corrosão
nos materiais metálicos (BARTON, 1995). Neste processo, uma pequena parte do
sulfato é assimilada como fonte de enxofre, o qual, após sofrer a redução a sulfeto, é
incorporado a outras moléculas orgânicas, como aminoácidos e vitaminas, necessários
ao metabolismo microbiano (MADIGAN, MARTINKO & PARKER, 2006). A
metabolização da fonte de carbono pode ser completa ou não, dependendo da espécie,
resultando na formação de CO2, a maioria das BRS não oxidam as fontes de carbono
(MUYZER & STAMS, 2008). Algumas BRS são também capazes de crescer na
ausência de fonte de carbono. Neste caso, dispõem de enzimas denominadas
hidrogrenases, responsáveis pela a redução do hidrogênio molecular através da reação
H2  2H+ + 2e-, ilustrado na figura 7

31
Figura 7: Representação esquemática da cadeia de transferência de elétrons em BRS
com H2 como fonte de energia e sulfato como aceptor final de elétrons (RODRIGUES,
2010).

IV.9. Mecanismos de Biocorrosão

Os processos corrosivos de natureza eletroquímica podem ser detectados ao se


analisar o surgimento de áreas anódicas e catódicas, juntamente com a corrente de
elétrons que flui no sentido convencional. Os microrganismos participam ativamente
deste processo, podendo intensificar a corrosão através de diversos mecanismos, que
podem ocorrer de forma conjunta, simultânea ou consecutiva. Os processos
biocorrosivos dificilmente ocorrem através de um único mecanismo (RODRIGUES,
2010).

IV.9.1 Produção de metabólitos corrosivos


A produção dos agentes metabólicos causadores de corrosão é um dos
mecanismos mais frequentes em biofilmes devido a possibilidade da liberação de ácidos
provenientes do metabolismo, levando a deterioração do metal (RODRIGUES, 2010).
As BRS, por exemplo, de acordo com alguns estudos, representam um grupo de
microrganismos que são capazes de utilizar o sulfato como aceptor final de elétrons na
redução dissimilativa de sulfato. O resultado da redução é a produção de sulfetos,
bissulfetos e gás sulfídricos, assim como produtos metabólicos intermediários

32
(tiossulfatos, tetrationatos, politionatos), que possuem um papel importante na corrosão
anaeróbia do ferro (GONZÁLEZ et al.,1998).

IV.9.2 Consumo de Inibidores de corrosão


Há também a possibilidade de haver uma expansão populacional dos
microrganismos através do consumo de moléculas ligadas os inibidores de corrosão,
estes tipos de inibidores podem acelerar não de uma forma direta a corrosão, porque
algumas espécies bacterianas e fúngicas detém a possibilidade de metabolizar tais
moléculas (MORTON & SUMAN, 1994; SOUZA, 2009). Isto ocorre com a molécula
de nitrato de amônio, que é um inibidor de corrosão para alumínio, o nitrogênio pode
servir como fonte nutricional ou aceptor final de elétrons para diversas espécies
(SOUZA, 2009).

IV.9.3 Despolarização catódica


A despolarização catódica é também um dos principais mecanismos. A molécula
de hidrogênio que se dissocia na superfície do metal pode ficar adsorvida a este,
causando uma polarização, então diminuindo a taxa de velocidade do processo de
corrosão. A despolarização catódica é uma teoria que trouxe grande avanço no campo
de pesquisa na área da biocorrosão em ambientes anóxicos envolvendo as BRS como
foco (Wolzongen et al, 1961).

Segundo essa teoria, quando ocorre a remoção do hidrogênio na área reduzida da


superfície do metal, ocasionada pela a ação das BRS hidrogenase positiva, ou seja, as
bactérias que utilizam de hidrogênio livre ou combinado com outros tipos de
substâncias orgânicas, ocorre a despolarização da superfície do metal e posterior
corrosão do mesmo. Assim, a bactéria pode utilizar o hidrogênio através da redução de
sulfato, aumentando a velocidade de corrosão e evitando a recombinação dos átomos de
hidrogênio para recompor a proteção catódica, o que demanda muita energia de ativação
para ocorrer (VIDELA & HERREIRA, 2005).

IV.9.4 Destruição de revestimentos protetores


A Remoção de revestimentos protetores ou a sua destruição é um dos
mecanismos associado são processo biocorrosivo. Este processo ocorre por motivo da
baixa resistência do aço carbono, e para isso são usados diversos produtos metálicos

33
formados por esta liga que protegem o material contra esta ação. Contudo, devido à
vasta atividade metabólica dos microrganismos, é comum observar a deterioração destes
revestimentos, colocando o material metálico sob ataque corrosivo (CHAN et al., 2002).
As bactérias como Butirybacterium rettgeri degradam material derivado de
celulose que é utilizado como revestimento em estruturas metálicas como tubulações.
Quando a celulose é oxidada ela produz ácido acético, butírico e CO2, fazendo com que
além da degradação do revestimento do metal, acabe ocorrendo a corrosão da estrutura
devido aos ácidos liberados (GENTIL, 2007).

IV.9.5. Zonas de aeração diferencial


Outro mecanismo é a formação de células de aeração diferencial. Neste caso a
corrosão vai ocorrer pela formação de colônias de forma aleatória na superfície, não
havendo homogeneização na mesma. Devido a grande variedade de microrganismos
presentes no biofilme, associada a presença de expoliremos, a propagação de oxigênio é
evitada, gerando regiões aeradas no entorno do biofilme e não aeradas abaixo do
biofilme, o que gera a corrosão por aeração diferencial (CHARACKLIS e
MARSHALL, 1990; GENTIL, 2007). Na região mais inferior do biofilme, por conta
desta diferença de zonas que foram formadas devido a atividade das células aeróbias na
parte superior, formam-se as zonas de anaerobiose. Segundo Videla e Herrera (2005) a
concentração de oxigênio na base de um biofilme, com ainda pouca espessura no
entorno de 180 micrometros, pode ser igual à zero. Segundo a tabela 2, pode ser
observado a relação dos mecanismos de ação com grupos microbianos envolvidos.

Tabela 2: Microrganismos relacionados aos tipos de mecanismos de Biocorrosão

Produção de Metabólitos corrosivos BRS, Bactérias oxidantes de ferro,


Bactérias produtoras de ácidos.

Consumo de Inibidores Fungos consumidores de Nitrato


Despolarização catódica BRS
Destruição de revestimentos protetores Bactérias produtoras de ácido
Zonas de aeração diferencial Bactérias Produtoras de EPS

34
IV.10. Detecção e monitoramento de Biocorrosão
A origem da corrosão em materiais metálicos tem relação direta com as
atividades dos microrganismos. Em alguns meios, como os dutos, o monitoramento de
corrosão se dá através do emprego de pigs inteligentes ou instrumentados internamente
ao duto, permitindo estimar a área corroída, a sua localização, e a aquisição de dados
para a classificação da corrosão (TORRES, 2001). Entretanto, estes instrumentos nem
sempre conseguem encontrar a corrosão microbiológica, uma vez que esta se dá em
regiões localizadas (pites) (RODRIGUES, 2010). Para que a prevenção seja
implementada é necessário utilizar metodologias que permitem melhor compreensão
dos efeitos microbiológicos e o papel do biofilme no processo de biocorrosão.

IV.11 Prevenção e Controle – Métodos físico químicos


As melhores técnicas de prevenção e controle a biocorrosão segundo Videla
(2003) é mantendo o material limpo. Mas, esta prática não é realizada com frequência
por falta de conhecimento dos processos de deterioração por microrganismos. Desta
forma, a identificação da contaminação tem se dado somente quando o material já
apresenta corrosão, e, consequentemente, com grande quantidade de microrganismos.
As técnicas de limpeza mais realizadas a fim de prevenir a biocorrosão são: limpeza
química ou mecânica e a utilização de biocidas. Portanto, desenvolver novas tecnologias
para conter a biocorrosão é de extrema importância devido aos grandes problemas já
apontados. Afinal, a biocorrosão não é apenas um processo isolado que envolve os
microrganismos, porém uma associação diversificada de vários fatores, incluindo o
perfil do solo e o tipo do material exposto. Sendo assim, correlacionando todas estas
problemáticas, será possível desenvolver uma ação contundente na prevenção e o
controle da degradação dos materiais metálicos.

35
V. CONCLUSÃO

Portanto, para um estudo abrangente da biocorrosão, os microrganismos


envolvidos na promoção desta precisam ser estudados não de uma forma isolada,
porém, em conjunto. E para o avanço do conhecimento deste tema se faz necessária
uma pesquisa bibliográfica mais abrangente e ao mesmo tempo específica, além da
aplicação de metodologias práticas para identificação e quantificação dos
microrganismos associados ao processo de biocorrosão presentes no solo. Vale
ressaltar a importância da bioinformática neste contexto para uma profunda análise
da microbiota do solo, tendo em vista que apenas 1% dos microrganismos do solo é
cultivável. Esta ferramenta auxiliaria na determinação dos tipos de microrganismos
que interagem no biofilme.

A zona oeste do Rio de Janeiro, possui um solo (gleissolos), que tem


características físico-químicas propícias ao crescimento de bactérias redutoras de
sulfato, um dos principais grupos associado a biocorrosão. Sendo assim, a
importância de se fazer uma análise microbiológica em uma região em crescente
industrialização possibilitará a coleta de novos dados quanto ao perfil
microbiológico e o seu potencial corrosivo.

36
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