Resumo Acadêmico, Keith Jenkins
Resumo Acadêmico, Keith Jenkins
Resumo Acadêmico, Keith Jenkins
RESUMO ACADÊMICO
O autor inicia explicando que o livro foi pensado nos estudantes que começaram o
estudo da questão “O que é a história”. O livro tem tanto um intuito de introdução de
um assunto no qual o leitor ainda não se deparou, quanto de polêmica. Ele apresenta
argumentos para serem encarados criticamente, e não aceitados.
O autor também afirma que outro intuito do livro é ajudar o leitor a desenvolver sua
própria maneira de ver a história. Ele também diz que um texto introdutório e polêmico
é importante nesse momento de aprendizagem.
Keith cita alguns livros introdutórios não acadêmicos, que existem no mercado
britânico, mas que em relação a revisões educacionais eles são antiquados.
O Autor argumenta que a Filosofia e a Literatura, em relação a História estão muito
avançadas no sentido de termos teóricos. Ele dá um exemplo para o leitor entender
melhor o assunto. Quando você vai a uma livraria acadêmica e observa a prateleira
com os livros de filosofia, você encontra várias obras, textos de ontologia, ceticismo,
linguagem e significados, tipos de análise e assim por diante. Depois, você passa na
prateleira de literatura, lá, se acham textos com interpretações marxistas, feministas,
análises freudianas e pós-freudianas, desconstrucionismo, teoria crítica, teoria da
recepção e da intertextualidade, sobre poética, narratologia, retórica, alegórica etc.
Mas se você vai ao setor de História, quase certamente não há uma seção de teoria
da história. Com sorte, você talvez encontre um ou outro exemplar de Bloch,
Collingwood, ou Geyl e, com mais sorte ainda, um Foucault ou um Hayden White. Isso
não significa que não existam textos mais atuais sobre a história ou a sua teoria.
Também não quer dizer que essa falta de preocupação com a teoria da história não
tenha sido notada.
Muito tempo atrás, Gareth Stedman-Jones assinalou a pobreza do empiricismo inglês;
numa época próxima, Raphael Samuel comentou o estado relativamente atrasado de
muitas obras históricas que mostram um fetichismo pela documentação, uma
obsessão pelos fatos, e em consequência, uma metodologia de “realismo ingênuo”.
Resumindo, os historiadores muito práticos ainda fogem de discursos teóricos, e os
textos ocasionais sobre a teoria da história não exercem pressão com o mesmo grau
de intensidade que muitos textos de teoria literária.
O autor diz que se seguir o exemplo dessas áreas, a história poderia “modernizar-se”.
Ele escolheu essas áreas de literatura e filosofia pois assim como a história elas se
preocupam com a leitura e a elaboração de significados.
Keith Jenkins explica que o texto está estruturado em três capítulos, o primeiro “O que
é história”, o segundo “Algumas perguntas e algumas respostas”, e o terceiro
“Construindo a história no mundo pós moderno”.
Após a introdução, o autor inicia o capítulo “O que história?”
Ele diz que nesse capítulo ele vai tentar responder a pergunta do título, e pra isso, ele
vai examinar o que a história é na teoria, depois na prática e por fim juntar a prática e
a teoria em uma só definição.
Na teoria, Jenkins apresenta dois argumentos, o primeiro é que a história constitui
vários discursos sobre o mundo. Mesmo que esses discurso não constituam o mundo
físico em que vivemos, eles se apropriam dele e lhes dão todos os significados que
têm. Ele também diz que o pedacinho de mundo que é o objeto de investigação da
história é o passado. Porém, a história está em uma categoria diferente, ou seja, o
passado e a história não são a mesma coisa. O autor ainda diz que o passado e a
história existem livres um do outro e estão muito distantes entre si no tempo e espaço.
Isso porque o mesmo objeto de investigação pode ser interpretado diferentemente por
diferentes práticas discursivas. Ele dá outro exemplo, uma paisagem pode ser
lida/interpretada de formas diferentes por geógrafos, sociólogos, historiadores, artistas,
economistas etc. Afinal, em cada uma dessas práticas, há diferentes leituras
interpretativas no tempo e no espaço. No sentido da história, a historiografia mostra
isso.
Keith diz que embora a história seja um discurso sobre o passado, ela está numa
categoria diferente dele. O preferível seria chamar de passado tudo aquilo que se
passou antes em todos os lugares, e a história de historiografia. Nesse sentido,
historiografia se refere aos escritos dos historiadores.
O autor dá alguns exemplos sobre a importância de distinguir a história do passado,
em resumo, ele diz que o passado já passou, e a história é o que os historiadores
fazem com ele como fazem seu trabalho. Ele diz a importância que tem uma
biblioteca, argumentando que se você vai fazer um curso de, por exemplo, história
espanhola seiscentista, você não precisa ir ao século XVII nem à Espanha, apenas a
uma biblioteca. É lá que está tudo o que você precisa para entender a história
espanhola seiscentista. Você pode até encontrar outros lugares, por exemplo arquivos
espanhóis, mas sempre terá que ler/interpretar.
Keith Jenkins dá outros exemplos, um deles é novamente sobre as diferentes
interpretações de discursos. Ele diz que, se tem uma janela que enquadra uma
paisagem inglesa, não há nada nessa imagem que diga “Geografia” mas é claro que
um geografo vai interpretar a paisagem em termos geográficos, isso se aplica às
outras áreas, como artistas e sociologia. Os historiadores também conseguem
transformar a mesma imagem em um discurso próprio, ou seja, eles elaboram
ferramentas analíticas e metodológicas para extrair dessa matéria-prima suas próprias
formas de ler a paisagem.
Nisso, o autor explicou que história foi, é e será produzida em muitos lugares e por
muitos motivos diferentes.
Agora na prática, o autor começa citando algumas obras e seus autores, ele diz que é
esclarecedor ver que as histórias “profissionais” são expressões de como as
ideologias dominantes formulam a história em termos “acadêmicos”. Ele diz que
parece óbvio que vistos sob uma perspectiva cultural e “histórica” mais ampla,
investimentos institucionais multimilionários, por exemplo, como aqueles feitos em
nossas universidades, são essenciais para reproduzir a presente formação social e,
portanto, estão nas vanguardas das forças da tutela cultural e do controle ideológico
(palavras do autor).
O autor explica que até agora ele tentou situar a história no intervalo de interesses e
pressões reais. Ele inicia falando: A história é produzida por um grupo de operários
chamados historiadores quando eles vão trabalhar. Quando eles vão trabalhar eles
levam consigo seus valores, posições, perspectivas ideológica, pressupostos
epistemológicos, esses nem sempre são conscientes, mas os historiadores terão em
mente maneiras de conseguir entendimento.
Ele diz que os historiadores também empregam vocabulários próprios de seu ofício, sem eles,
os historiadores não conseguiriam entender os relatos um dos outros, nem elaborar os seus
próprios. Ele continua, falando que os historiadores tem rotinas, elas se aplicarão a todos os
materiais trabalhados. Tratam-se do tipo de práticas que são chamadas de “habilidades do
historiador”, mas o autor diz que a história não é questão de habilidades. Keith diz que, após
terem feito a sua pesquisa, os historiadores precisam escreve-las, é aí que os fatores
epistemológicos, metodológicos e ideológicos voltam. Ele também diz que os textos precisam
ser lidos e consumidos e assim como consumir um bolo, podendo ser rápido, devagar ou da
dieta, você nunca lê um livro de maneira idêntica.
O autor acaba de argumentar no geral que a história é o que os historiadores fazem. Ele diz
que a história não é exatamente isso, o problema acontece quando esse ofício insere nas
relações de poder. Ou seja, para Keith, o problema começa quando diferentes pessoas, grupos
e classe se perguntam: ‘O que a história significa para mim ou para nós e de que modo se pode
usar ou abusar dela?” Keith Jenkins deixa uma definição do que é história para ele, e aqui está
ela: