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KEITH JENKINS – (1991)
Modernização da história passa por uma reflexão sobre sua própria natureza
Capítulo 1 – O que é a História
DA TEORIA
DA PRÁTICA
DA DEFINIÇÃO DE HISTÓRIA
Capítulo 1 – O que é a História – [DA TEORIA]
• Há uma relevante
Argumento1 distinção entre passado
e história.
• ―A história (historiografia) é um construto linguístico intertextual‖ (p. 26). É a partir dela que
estabelecemos um contato mediado com o passado. O passado nos chega como narrativa, e
não como “realidade”.
• Infinitude do discurso:
―(...) embora os historiadores e todos os outros não inventem a paisagem (todas aquelas coisas
parecem estar mesmo lá), eles realmente formulam todas as categorias descritivas dessa paisagem e
quaisquer significados que se possa dizer que ela tem. Eles elaboram as ferramentas analíticas e
metodológicas para extrair dessa matéria-prima as suas maneiras próprias de lê-la e falar a seu respeito:
o discurso. É nesse sentido que lemos o mundo como um texto, e tais leituras são, pela lógica, infinitas.
Não quero dizer com isso que nós simplesmente inventamos histórias sobre o mundo ou sobre o
passado (ou seja, que travamos conhecimento do mundo ou do passado e então inventamos narrativas
sobre ele), mas sim que a afirmação é muito mais forte: que o mundo ou o passado sempre nos chegam
como narrativas e que não podemos sair dessas narrativas para verificar se correspondem ao mundo ou
ao passado reais, pois elas constituem a ‗realidade‘ " (p. 28).
Capítulo 1 – O que é a História – [DA TEORIA]
―Dada a distinção entre passado e história, o problema para o historiador que de algum modo
quer captar o passado em seu discurso histórico torna-se este: como se conciliam aquelas duas
coisas?‖ (p. 29).
Questão epistemológica
A história é inatingível em sua totalidade: “(...) nenhum historiador consegue abarcar e assim recuperar a totalidade dos acontecimentos
passados, porque o "conteúdo" desses acontecimentos é praticamente ilimitado‖ (p. 31).
O passado não corresponde integralmente ao relato e nenhum relato pode ser o único, o primordial: “(...) não existe nenhuma narrativa, nenhuma
história "verdadeira", que, ao fim, nos possibilite confrontar todos os outros relatos com ela — isto é, não existe nenhum texto fundamentalmente
"correto" do qual as outras interpretações sejam apenas variações; o que existe são meras variações” (p. 32).
Vemos sempre o passado com os olhos do presente. ―Assim como somos produtos do passado, assim também o passado conhecido (a história)
é um artefato nosso. Ninguém, não importando quão imerso esteja no passado, consegue despojar-se de seu conhecimento e de suas
pressuposições‖ (p. 33).
Distanciamento com caráter positivo: “(...) graças a possibilidade de ver as coisas em retrospecto, nós de certa maneira sabemos mais sobre o
passado do que as pessoas que viveram lá. Ao traduzir o passado em termos modernos e usar conhecimentos que talvez não estivessem
disponíveis antes, o historiador descobre não só o que foi esquecido sobre o passado, mas também "reconstituí" coisas que, antes, nunca
estiveram constituídas como tal” (p. 34).
Capítulo 1 – O que é a História – [DA TEORIA]
Para alguns historiadores (Geoffrey Elton, E.P. Thompson, A. Marwick) a validade e a legitimidade do conhecimento “advém de
regras e procedimentos metodológicos rígidos‖, sendo ―isso que limita a liberdade interpretativa dos historiadores” (p. 36).
Para o autor, o que determina a interpretação é a ideologia.
Os historiadores concordam que deva haver um método rigoroso. Há, porém, uma grande quantidade destes sem que haja um
“critério consensual para escolhermos dentre eles” (p. 37).
―Não vou argumentar que não se devam "trabalhar" conceitos, mas me preocupo com o fato de que, quando se apresentam esses
conceitos específicos, têm-se a forte impressão de que eles são mesmo óbvios e eternos e constituem os componentes básicos e
universais do conhecimento histórico. No entanto, isso é irônico, pois uma das coisas que a abertura das perspectivas
historiográficas para horizontes mais amplos devia ter feito era justamente historicizar a própria história - ver que todos os relatos
históricos não são prisioneiros do tempo e do espaço e, assim, ver que os conceitos historiográficos não são alicerces universais,
mas expressões localizadas e particulares‖ (p. 38).
Capítulo 1 – O que é a História – [DA TEORIA]
Questão institucional – exemplo da escolha por uma perspectiva negra, marxista e feminista.
Importância da ideologia
―(...) parece plausível que as formações sociais específicas querem que seus historiadores
expressem coisas específicas. Também parece plausível que as posições predominantemente
expressas serão do interesse dos blocos dominantes dentro daquelas formações sociais (não
que tais posições surjam automaticamente e depois sejam asseguradas para sempre, ponto-final,
sem sofrerem nenhuma contestação). O fato de que a história propriamente dita seja um
constructo ideológico significa que ela está sendo constantemente retrabalhada e reordenada por
todos aqueles que, em diferentes graus, são afetados pelas relações de poder – pois os
dominados, tanto quanto os dominantes, têm suas próprias versões do passado para legitimar
suas respectivas práticas, versões que precisam ser tachadas de impróprias e assim excluídas de
qualquer posição no projeto do discurso dominante‖ (p. 40).
Capítulo 1 – O que é a História – [DA TEORIA]
Importância da ideologia
“Parece bastante óbvio que, vistos sob uma perspectiva cultural e "histórica"
mais ampla, investimentos institucionais multimilionários como aqueles feitos em
nossas universidades (por exemplo) são essenciais para reproduzir a presente
formação social e, portanto, estão na vanguarda das forças da tutela cultural
(padrões acadêmicos) e do controle ideológico. Seria certo descuido do campo
dominante se as coisas não fossem assim” (p. 44).
Capítulo 1 – O que é a História – [DA PRÁTICA]
Questão do consumo
Capítulo 1 – O que é a História – [DA PRÁTICA]
A questão do relativismo
A questão do relativismo
Mesmo com o relativismo, alguns relatos são dominantes e outros ficam à margem.
O conhecimento relaciona-se ao poder – sua análise na prática nos leva à emancipação:
―Desconstruirmos as histórias de outras pessoas é pré-requisito para construirmos a nossa
própria, de maneira que dê a entender que sabemos o que estamos fazendo – ou seja, de maneira
que nos faça lembrar que a história é sempre a história destinada a alguém‖ (p. 51).
Capítulo 1 – O que é a História – [DA DEFINIÇÃO DE HISTÓRIA]