Cap HISTORIOGRAFIA LINGUÍSTICA para Sussu 2009
Cap HISTORIOGRAFIA LINGUÍSTICA para Sussu 2009
Cap HISTORIOGRAFIA LINGUÍSTICA para Sussu 2009
Com esse objetivo, na França, passa a vigorar uma tendência historiográfica que se
volta para a recuperação da historicidade sem deixar de lado a dinâmica social que
impulsiona os movimentos humanos com as seguintes inovações que se manifestaram
por meio da intelectualidade do início do século XX: 1) a substituição da tradicional
narrativa de acontecimentos por uma história-problema; 2) a história de todas as
atividades humanas e não apenas a história política; 3) a colaboração de outras
disciplinas tais como: geografia, sociologia, psicologia, economia, lingüística,
antropologia social e outras.
Retomando Bastos (2004), afirmamos que, na década de 20, surge o movimento dos
Annales em que a forma de se fazer história, por meio da junção harmônica de
organizações cronológica e temática, leva a descrições de lutas entre grupos
conflitantes em relação a idéias ou a quaisquer outras manifestações: econômicas,
sociais, geográficas etc. Quanto à questão de tema, escolhe-se um período para
localizar um problema o que significa que se deveria escrever uma história de longa
duração e, por meio da busca de solução do problema, enfoca-se o fenômeno
histórico, explicado em termos de seu tempo e não em função de tempos anteriores.
Nesse momento do estado da arte, passamos a enfocar a Historiografia que tem sido
entendida como uma disciplina que contém como principais objetivos: descrever e
explicar como se produziu e desenvolveu o conhecimento de qualquer natureza em
um determinado contexto social e cultural, através do tempo, como já mencionamos
anteriormente. (Altman, 1998:25). Assim, temos o discurso sobre o passado tal como
produzido pelo historiógrafo, não mais a história como relato de fatos passados vistos
na sua sucessividade.
Sendo assim, o historiógrafo deve procurar, além de seu próprio campo, diretrizes e
modelos que o embasem na busca de seu quadro de trabalho, sua própria metodologia
e epistemologia, tendo como condição sine qua non uma dupla perícia: o
conhecimento específico sobre um domínio científico e o bom conhecimento da
história intelectual (incluída no domínio matriz da história geral).
Por exemplo, a reconstrução histórica, que seria grosso modo a constituição do quadro
de definição, implica expor questões acerca das teorias lingüísticas que não se
desenvolveram em total isolamento, mantidas pela sociedade que promoveu a
atividade científica. Devemos considerar aqui a idéia da influência, o debate da
continuidade e descontinuidade e a questão da metalinguagem só para citar alguns
exemplos.
O primeiro deles diz respeito à seleção de documentos a serem estudados dentre todos
os que houver disponíveis, para que entre eles se elejam os mais representativos para
o tema da investigação em tela. O segundo deles refere-se à ordenação dos
documentos selecionados, pois, em havendo mais de um documento a ser analisado,
deverá ser utilizado um critério para a ordenação dos mesmos: cronológica, temática
etc Em seguida, buscamos reconstruir o conhecimento lingüístico dos vários recortes
considerados, baseando-nos, por fim, na interpretação crítica do processo dessa
produção contextualizada a partir do clima de opinião delineado.
BIBLIOGRAFIA
ALTMAN, Maria Cristina. (1998) Pesquisa lingüística no Brasil (1968-1988). São
Paulo: Humanitas/FFLCH/USP.
BASTOS, Neusa Barbosa & PALMA, Dieli Vesaro. (2006) História Entrelaçada 2: a
construção de gramáticas e o ensino de língua portuguesa na primeira metade do
século XX. 1 ed. , Rio de Janeiro: Lucerna-IPPUCSP.
BASTOS, Neusa Barbosa & PALMA, Dieli Vesaro. (2008) História Entrelaçada 3 - a
construção de gramáticas e o ensino de língua portuguesa na segunda metade do
século XX. 1 ed. , Rio de Janeiro: Lucerna-IPPUCSP.
BASTOS, Neusa Barbosa et alli. (2002) Língua Portuguesa através dos séculos (XVI
ao XX): em busca do método historiográfico. In Anais do XVI Encontro Nacional da
ANPOLL (Niterói, 2000), Porto Alegre, documento eletrônico: CD - 5 páginas.
BESSELAAR, José van den. (1974) Introdução aos estudos históricos. São Paulo:
EPU-EDUSP.
BURKE, Peter. (1997) A escola dos Annales 1929 – 1989: a revolução francesa da
historiografia. Trad. Nilo Odália. São Paulo: Fundação Editora da UNESP.
GLÉNISSON, Jean. (1986) Iniciação aos estudos históricos. São Paulo: Bertrand -
DIFEL.