Revisao Literatura Cannabis Medicinal
Revisao Literatura Cannabis Medicinal
Revisao Literatura Cannabis Medicinal
cannabis medicinal
Autor :
Dr. João Carlos Normanha Ribeiro CRM - GO 16888
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Índex
1. Introdução
2. Breve histórico sobre o uso medicinal da cannabis nos dias
de hoje
3. Sistema endocanabinóide
4. Fito-canabinóides
5. Canabinóide sintéticos e semi-sintéticos
6. Patologias com a terapêutica comprovada pelo uso da
cannabis medicinal
7. CBD versus THC e as vantagens / desvantagens do uso do
extrato de planta inteira ( extrato botânico rico em CBD )
8. Métodos de utilização da cannabis medicinal
9. Epilepsia, a terapêutica atual e seus efeitos colaterais
10. O uso do canabidiol no tratamento das epilepsias
resistentes aos fármacos e seus efeitos adversos
11. Como ter acesso á Cannabis Medicinal no Brasil e quem
são os beneficiados
12. Bibliografia
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1. Introdução
Nunca na história do mundo houve tanto clamor pelo uso de um composto como
os canabinóides. Embora as pesquisas apontem o CBD e THC como compostos
neuroprotetores e neuromoduladores, existem mais de 700 substâncias na maconha,
sendo que 104 delas são diferentes compostos canabinóides.
Tanto na forma de CBD isolado ou extratos botânicos ricos em CBD, o paciente não
sofre a ação do efeito psicoativo pela baixa quantidade de THC na amostra. Os efeitos
colaterais, até hoje comprovados no uso do extrato botânico rico em CBD, são todos
classificados como não-graves, sendo assim efeitos leves e moderados sem implicar em
morte ou dano grave á saúde. Em contrapartida, as medicações de uso tradicional para o
tratamento de certas doenças implicam em altas taxas de morbidade e mortalidade.
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No Brasil, porém caminhamos a passos lentos e somente em uma direção, que é a
do uso do canabidiol isolado. Quando se faz necessário complexos processos e logística
para formulação de uma substância, praticamente se torna inviável economicamente,
exceto para a indústria farmacêutica.
O baixo custo e a facilidade com que se tem acesso á esse tipo de terapia,
extração botânica, em que vale a pena informar que está incluso o cultivo caseiro por
grupos especializados ou do próprio paciente, não é bem recebida pela indústria
farmacêutica. Atualmente, o cenário mundial á respeito da cannabis medicinal, é que
existem diversas pesquisas indo de encontro ao uso do CBD isolado e contra ao uso da
planta inteira. Isso se deve ao fato de que, para se conseguir extrair apenas o o composto
isolado, é necessário processos industriais encarecendo e inviabilizando esse tratamento
para alguns indivíduos, resguardando o papel da grande indústria farmacêutica
Nesse cenário, surgem alguns grupos isolados e associações, que tentam amenizar
a situação das famílias e pacientes, cultivando e extraindo os compostos, que diluídos em
óleos, são fornecidos de forma sistemática. Sempre acompanhados por uma junta de
médicos e neurologistas, que avaliam a eficácia e os efeitos colaterais, revisando doses e
se necessário até contraindicando seu uso.
O nosso estudo e a revisão da literatura visa esclarecer alguns pontos sobre o uso
específico do extrato da planta inteira, seus benefícios e desvantagens, analisando alguns
trabalhos científicos publicados e idealizando um cenário futuro, que com mais
conhecimento sobre a farmacologia da cannabis, possamos trazer melhor qualidade de
vida para aqueles que, de alguma forma, possam se beneficiar com esse tipo de
tratamento.
No cenário que parece ser o modelo mais humano e viável no Brasil, pode ser um
grande avanço, a padronização do acompanhamento e devida instrução por parte dos
colaboradores, para que seja feito a triagem das plantas e seus benefícios, tendo em vista
que cada uma delas possui características individuais e posteriormente com a devida
legislação, gerar protocolos para o uso devido. Quando se obtém a instrução adequada ao
paciente que fará uso da substância e de seus familiares, estaremos contribuindo para o
esclarecimento á respeito da maconha medicinal.
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O primeiro passo e talvez o mais importante, é eliminar o desconforto do
profissional médico em receitar a maconha medicinal, quando comprovado e embasado
cientificamente, poderia ser instituída como terapia complementar ou adjuvante.
"Aqueles que se declaram contrários ao uso clínico da Cannabis, seus derivados
naturais ou sintéticos, geralmente se confundem com o uso recreativo (não médico) da
planta. Deste modo argumentam que seu uso clínico levaria à “legalização das drogas”.
Utilizam do argumento de que as reações consequentes decorrentes do uso não médico da
Cannabis, seria um impedimento para a aprovação do seu uso médico. Ora como afirma o
Doutor Carlini (2011), são argumentações ilógicas pois se fossemos apenas considerar o
uso não médico da morfina por exemplo então não deveríamos permitir seu uso médico.
Destaca ainda que no caso da Cannabis, seu uso não médico de modo algum produziria
reações adversas tão sérias."
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constante mudança, e anualmente mais compostos descobertos são incluídos nessa vasta
lista, todos com propriedades únicas e particulares.
No início das pesquisas sobre a cannabis, oque foi possível identificar nos estudos
da época, foi que o THC era o agente psicoativo e o CBD não-psicoativo. Essa idéia de
que era necessário excluir o psicoativo da composição e isolar o canabidiol, foi a forma
que encontraram para conseguir utilizá-la sem os efeitos colaterais psicoativos.
Porém pouco se sabe ainda á respeito dos efeitos e do uso medicinal desses
canabinóides, e existe todo um preconceito e até negligência por parte dos desinformados
do assunto, que infelizmente é a maioria.
Os fatores listados á desvantagem do uso da planta inteira por parte dos críticos e
contrários, são dentre eles:
- o uso crônico da cannabis e seus efeitos ainda não estudados á longo prazo.
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O medicamento de plantas inteiras é exatamente o que parece, usando a planta na
sua totalidade, em vez de simplesmente extrair partes e isolá-las. Isso significa que todos
os canabinoides e terpenos (moléculas de aroma) encontrados na erva são mantidos juntos
e colocados em uso.
Outro excelente exemplo é linalol, o terpeno que fornece um aroma de lavanda para
algumas cepas. Quando o linalol é combinado com CBD não-ativo, os efeitos anti-
ansiedade e anticonvulsivantes de cada composto são melhorados.
Além disso, há evidências de que o uso de CBD e THC juntos pode reduzir
espasmos silenciosos da esclerose múltipla melhor do que qualquer composto por conta
própria. Na verdade, a droga farmacêutica Sativex contém uma proporção 1: 1 de THC
para CBD, juntamente com alguns terpenos adicionados.
Para resumir, CBD não é o único composto de cannabis de valor. Há boas razões
para preferir os medicamentos de plantas inteiras para extratos isolados, mas os isolados
são mais comumente estudados no mundo científico.
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3. Sistema Endocanabinóide
CB1
CB2
periférico.
Esses
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3.2 Endocanabinóides
Os endocanabinóides conhecidos
atualmente ( Anandamida e 2-
Araquidonilglicerol ) são produzidos em
sempre em resposta á algum estresse celular,
para reestabelecer a homeostase intra-
celular.
Apetite e náusea.
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Sono.
Sistema motor, e talvez seja nesse ponto que a cannabis se destaca mais, devido á sua
função de redução da espasticidade atuando através do efeito de feedback negativo,
produzindo efeitos sobre a placa motora.
Trato gastrointestinal, Os receptores CB1 e CB2 são altamente expressos nos nervos
entéricos e nas células enteroendócrinas ao longo da mucosa intestinal, nas células imunes
e enterócitos. Muitas funções intestinais são reguladas por endocanabinóides críticos para
o controle do sistema nervoso (SNC) de suas funções metabólicas e homeostáticas.
Fígado, órgão que possui baixa concentração desses receptores, recebendo pouca ou
quase nenhuma ação dos endocanabinóides.
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Sistema reprodutivo, atuando efetivamente na gestação oque pode em alguns casos
contraindicar seu uso. Pouca influência na fertilidade ou contagem de espermatozóides no
homem e diante da capacidade reprodutiva da mulher.
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3.4 Mecanismo de ação dos canabinóides dentro da fenda sináptica:
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4. Fito-canabinóides
Abaixo uma relação dos compostos da planta cannabis, já descobertos até hoje.
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5. Canabinóides sintéticos e semi-sintéticos
Surge assim o Dronabinol (Marinol®), semi sintético, indicado para pacientes com
câncer e AIDS, no tratamento da perda do apetite e como antiemético. Disponível nos EUA
desde 1985 e aprovado no Brasil no ano 2000.
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É claro que quando abordamos o assunto da forma em que se disponibiliza a erva
in natura, seja na forma do óleo, seja como cultivo caseiro, é notório que o maior obstáculo
a ser enfrentado é a titulação do mesmo, conseguindo determinar com segurança as
quantidades de cada substância na composição.
Porém oque acontece hoje, é que mesmo o extrato da planta in natura ainda
provoca menos efeitos colaterais e menos mortalidade que a tentativa incessante do
tratamento de doenças refratárias é terapêutica convencional. Mais segura ainda que o uso
dos canabinóides sintetizados laboratorialmente, em que o composto se encontra isolado
das outras substâncias que a planta produz.
Ainda não existem formulações de CBD sintéticos, porém uma farmacêutica alemã (
GW ), tem produzido em extrato botânico rico em CBD, altamente purificado conhecido
com Epidiolex®. Aprovado nos EUA como “droga orfã” e designada para o tratamento de
epilepsias juvenis como a Síndrome de Dravet e Lennox-Gastaut em crianças.
Outro extrato botânico que atualmente está em fase de aprovação nos EUA e já
aprovado na Europa, comercializado com o nome de Sativex®. Esse medicamento é um
extrato de planta inteira, contendo quantidades significativas de TXH (2,7 mg) e de CBD
(2,5 mg) / 100 ml spray. Utilizado para sintomas da esclerose múltipla e espasticidade, dor
neuropática e dor relacionada ao câncer refratária a opióides.
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6. Patologias beneficiadas pelo uso do CBD e THC isolados e
extrato de planta inteira
a. Glaucoma
b. Asma / bronquite
c. esclerose múltipla
e. Doença de Chron
f. Epilepsia / convulsões
g. Sindrome de Tourette
h. Hepatite C
i. Doentes terminais
j. HIV
l. D. Alzheimer e Parkinson
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7. CBD e THC e as vantagens / desvantagens do uso do
extrato da planta inteira EPI ( extrato botânico rico em CBD )
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plantas seguras, com níveis conhecidos e seguros dos canabinóides, tendo em vista que
os efeitos maléficos são poucos e não letais.
A maior desvantagem de quem faz ou pretende fazer o uso do EPI no Brasil, vai ser
enfrentar a clandestinidade e a falta de procedência dos compostos, apesar de que a
demanda irá se elevar nos próximos anos.
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poderíamos imagina uma situação tal em que, com o devido conhecimento prévio de cada
família cultivada, poderia ser individualizado o tratamento de acordo com cada indivíduo.
Para ficar mais fácil de compreender, elucidarei um caso típico: uma paciente
portadora de glioblastoma multiforme avançado grau IV com 24 semanas de diagnóstico,
ou seja, situação extremamente grave e terminal, em que todas as terapêuticas se
mostraram ineficientes. Temos então uma paciente que apesar de nenhum benefício com a
quimioterapia, sofre todos os efeitos negativos e tóxicos do mesmo.
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Medicação atualmente hoje considerada pela legislação
da FDA, como um extrato botânico rico em CBD, baixa dose
de THC ( menos que 0,2 % ) e com as titulações de 1%, 5% e
10% de canabidiol, indicados no tratamento de alguns tipos de
câncer, desordens neurológicas espásticas, epilepsia, diabetes,
esclerose múltipla e desordem neurodegenerativas. Não possui
ação psicoativa.
No segundo grupo, temos os extratos caseiros nacionais, que devido á sua forma
de cultivo e extração, são dosados de acordo com a concentração do THC e não do CBD.
Como já dito antes, devido á alta afinidade e forte influência do THC na atividade final,
torna-se o principal composto quantificado, fator até de segurança para a orientação á
respeito dos efeitos indesejados. Sendo assim, são titulados de acordo com cada grupo de
cultivadores, que seleciona a sua genética própria, extraindo das flores um substrato final,
que diluído, terá sua concentração estimada.
Essa estimativa, proposta pelo Dr. Paulo Fleury, especialista em tratamento á base
da cannabis medicinal, sugere que cada concentração seja titulada com base nas
dosagens de THC. Porque assim, facilita a observação dos resultados do tratamento,
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baseado no composto que está em maior concentração no extrato final, podendo assim
dirigir com individualidade a terapêutica proposta.
Sendo assim, temos as titulações em 1%, 2% e assim vai até 100% ou extrato puro
de THC. Exemplificando, aquele titulado como contendo 1% de THC, está sendo
considerado a quantidade de 10 mg de THC em 1 ml do extrato. Na prática atual, também
devido ás observações que o Dr. Fleury tem feito acompanhando esses pacientes, existe
um consenso da variação entre 2 e 40 mg de THC por dia.
Mas esse modelo de titulação baseado apenas nesses dois protagonistas, o THC e
CBD, se mostra ainda muito arcaico no que se refere à uma análise espectral de todos os
benefícios e compostos contidos na planta Cannabis. Criando essa ponte científica entre
os métodos de pesquisa e os compostos THC e CBD, deixamos de lado mais de 100
canabinóides conhecidos, que quando atuando juntos, surpreendem os resultados
gerando tão variadas conclusões á respeito do seu uso como extrato da planta inteira.
da maioria dos compostos canabinóides, pelo menos das principais genéticas já em uso
atualmente, talvez possamos no futuro gerar protocolos individuais para a conexão
genética-patologia. Escolhendo assim a planta exata para o tratamento daquela doença
contida naquele indivíduo. Seria como se o laboratório viesse até sua casa e te
questionasse e avaliasse quais as suas maiores queixas e problemas devido á doença que
aflige.
doses, relação thc/cbd e vias de administração podem gerar menos ou mais efeitos,
agindo mais sobre os receptores CB1 ou mais sobre os CB2, visando atender a finalidade
do tratamento da patologia em questão.
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Sobre o uso atual, os usuários da cannabis, em sua maioria, preferem o método da
inalação por combustão, vaporização e via oral. Mas podemos ver também por ingestão de
comprimidos, sublingual, transretal, transdérmico e solução nasal e oftálmica.
Ao optar pela opção de inalação por combustão ( fumar ), temos o pico sanguíneo
de concentração de seus compostos em 15 - 20 minutos, porém com poucos minutos já
se refere a sensação de seus efeitos, que permanecerão por 2 a 3 horas, antes de seus
níveis plasmáticos começarem a reduzir.
Uma alternativa á essa opção, bem menos lesiva quando se trata do trato
respiratório superior, é a vaporização. Método mais seguro pois não se atinge altas
temperaturas, portanto não havendo combustão e os males que é gerado. Da mesma
forma, o início de ação rápido porém com o mesmo problema á respeito da dose.
O vaporizador possui boa aceitação dos pacientes, por possuir pouco odor, fácil
controle e manuseio, ás vezes encontrado entre os usuários da maconha recreacional e
nos países que é permitido o uso da planta inteira ou de seus extratos.
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tolerância à droga. De forma aguda, a cannabis também prejudica a coordenação motora,
interfere nas habilidades de condução com implicações para o trabalho em posições
sensíveis à segurança ou operando um meio de transporte, incluindo aviões.
É provável que a cannabis seja uma "causa componente" que interage com outros
fatores para precipitar esquizofrenia ou um transtorno psicótico, mas não é necessário nem
suficiente para fazê-lo sozinho. Em curto prazo, de acordo com a dose e forma de
administração, pode gerar uma
variedade completa de sintomas transientes de esquizofrenia, positivos, negativos e
cognitivos em alguns indivíduos saudáveis, de forma transitória sem causar a doença.
Uma preocupação com o uso de canabinóides, particularmente inalados por
combustão, é o seu potencial cancerígeno. Mas isso devido aos fatores envolvidos no
calor, combustão da matéria orgânica ou papel, fumaça e outras substâncias e processos
envolvidos. A exposição da mucosa respiratória aos fumígenos possui alta relação com
patologias pulmonares, que não somente as cancerígenas.
Atualmente, não há consenso se o uso de cannabis está associado com risco
global de câncer. Não há evidência nenhuma que a substância e seus compostos, quando
não inalados, provoquem ou causem algum tipo de doença cancerígena.
Alguns usuários pode experimentar a Síndrome da hiperêmese canábica, em que o
indivíduo tem repetidos vômitos e sensação de mal estar associado á tonteiras. Sintomas
que são passageiros com curta duração, sem dano á saúde.
Um estudo sobre o efeito da cannabis sobre o desenvolvimento cognitivo da
criança e do adolescente expostos á cannabis, revelou que adolescentes que usavam
cannabis semanalmente antes dos 18 anos, mostrou maior declínio neuropsicológico e
Q.I., maior redução do que aqueles que se tornaram dependentes durante a idade adulta.
Os resultados são consistentes com achados transversais em populações adultas e
reforçam a conclusão de que, a abstinência sustentada pode não permitir a recuperação
funcional cognitiva, se o uso foi iniciado durante adolescência. Porém esses efeitos são
dose-dependente, ou seja, vai depender do uso crônico e de altas doses.
É bom lembrar que todos os efeitos neuro-psíquicos, são exclusivos do uso da
planta inteira com níveis elevados de THC ou do mesmo isolado, que atualmente é o único
compostos considerado psicoativo na planta. Quando isolamos o CBD ou reduzimos o
nível de THC á doses seguras, temos pouco ou quase nenhum efeito sobre o
desenvolvimento cognitivo desses jovens.
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associado aos benefícios do seus compostos medicinais, com baixo custo, facilidade de
acesso e a cultura construída, principalmente nos anos 60 e 70.
A neuroadaptação, na retirada ou fim do tratamento com a cannabis, é baseada em
respostas individuais e também depende da extensão e freqüência de uso. Tal como
acontece com todas as drogas aditivas,
o vício, habituação e abuso de cannabis é caracterizado por sintomas psicológicos durante
a fase inicial abstinente (irritabilidade, raiva ou agressão, nervosismo ou ansiedade,
dificuldade de sono ou
insônia, diminuição do apetite, perda de peso, agitação, humor deprimido), mas não é
necessariamente acompanhado de sintomas fisiológicos ou físicos durante a retirada.
Não existe a dependência química nem a abstinência graves quando comparados
ao álcool, tabaco e outras drogas. Na utilização dos extratos de CBD ou plantas com
baixos níveis de THC, é observado baixos índices de toxicidade, efeitos colaterais e a
rejeição por parte do paciente.
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A síndrome de West é uma encefalopatia epiléptica relacionada especificamente a
crianças com menos de 1 ano de idade, resultante de múltiplas causas. Ela é caracterizada
por um tipo específico de crise epiléptica, denominada “espasmos epilépticos”, e
anormalidades grosseiras ao eletrocardiograma. O desenvolvimento psicomotor é
invariavelmente prejudicado. Cerca de 60% das crianças desenvolvem outros tipos de
crises, evoluindo para síndrome de Lennox-Gastaut.
A síndrome de Lennox-Gastaut é uma síndrome da infância caracterizada pela
tríade: crises epilépticas polimorfas intratáveis (em geral, tônicas, atônicas ou de ausência
atípica), anormalidades cognitivas e comportamentais e EEG com paroxismos de atividade
rápida e descargas generalizadas. Manifesta-se antes dos 11 anos de idade, e as crises
geralmente resultam em quedas.
A exemplo da síndrome de West, a de Lennox-Gastaut também apresenta uma
vasta lista de possíveis etiologias. O prognóstico é ruim, com 5% de mortalidade. Cerca de
80%-90% dos pacientes continuam a apresentar crises epilépticas na vida adulta.
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através da epilepsia grave, que conduz esses infantes á perda total da relação com a
família e o ambiente.
Pode ser mais prejudicial ainda, quando a patologia em questão não responde ao
tratamento ou quando responde, necessita de altas doses, comprometendo a função
cognitiva dessa criança. Fato esse que de acordo com a faixa etária, pode trazer danos
graves ao aprendizado, capacidade intelectual e formação de personalidade.
Mesmo utilizando fármacos adequados ao tipo de crise, um controle insatisfatório
ocorre em cerca de 15% dos pacientes com epilepsia focal, sendo estes candidatos a
tratamento cirúrgico da epilepsia.
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9.3.1 Carbamazepina
Psiquiátricas:
Raras: alucinações (visuais ou auditivas), depressão, perda de apetite, inquietação, comportamento
agressivo, agitação e confusão. Muito rara: ativação de psicose pré-existente.
• Pele e anexos
Muito comuns: reações alérgicas de pele, urticária, que em alguns casos pode ser grave. Incomuns:
dermatite esfoliativa e eritroderma. Raras: síndrome semelhante ao lupus eritematoso e coceira.
Muito raras: síndrome de Stevens-Johnson, necrólise epidérmica tóxica, fotossensibilidade, eritema
multiforme e nodoso, alterações na pigmentação da pele, púrpura, acne, sudorese e perda de
cabelo. Casos muito raros de hirsutismo (sendo que a relação causal não é clara).
• Sangue
Muito comum: leucopenia. Comuns: trombocitopenia e eosinofilia. Raras: leucocitose, linfadenopatia
e defi ciência de ácido fólico. Muito raras: agranulocitose, anemia aplástica, aplasia de eritrócito
pura, anemia megaloblástica, porfi ria aguda intermitente, reticulocitose e possibilidade de anemia
hemolítica.
• Fígado
Muito comuns: gama-GT elevada (causada por indução da enzima hepática), geralmente não
relevante clinicamente. Comum: fosfatase alcalina elevada.
Incomum: transaminases elevadas. Raras: hepatite colestática e parenquimatosa (hepatocelular) ou
de tipo mista e icterícia. Muito rara: hepatite granulomatosa.
• Trato gastrintestinal
Muito comuns: náusea e vômito. Comum: secura da boca. Incomum: diarreia ou constipação. Rara:
dor abdominal. Muito raras: glossite, estomatite e pancreatite.
• Reações de hipersensibilidade
Raras: distúrbio de hipersensibilidade retardada em múltiplos órgãos com febre, erupções de pele,
vasculite, linfadenopatia, distúrbios semelhantes a linfoma, artralgia, leucopenia, eosinofi lia,
hepatoesplenomegalia e teste da função hepática anormal, ocorrendo em várias combinações.
Outros órgãos também podem ser afetados (por ex. pulmões, rins, pâncreas, miocárdio e cólon).
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Muito raras: meningite asséptica com mioclonia e eosinofi lia periférica, reação anafi lática e
angioedema.
O tratamento deverá ser descontinuado quando tais reações de hipersensibilidade ocorrerem.
• Sistema cardiovascular
Raras: distúrbios de condução cardíaca, hipertensão ou hipotensão. Muito raras: bradicardia,
arritmias, bloqueio AV com síncope, colapso, insufi ciência cardíaca congestiva, agravamento da
doença coronariana, tromboflebite e tromboembolismo.
• Sistema urogenital
Muito raras: nefrite intersticial, insufi ciência renal, disfunção renal (por ex.: albuminúria, hematúria,
oligúria e BUN (nitrogênio uréico sanguíneo)/azotemia elevada), frequência urinária alterada,
retenção urinária e distúrbio/impotência sexual.
• Trato respiratório
Muito rara: hipersensibilidade pulmonar, caracterizada, p. ex., por febre, dispneia, pneumonite ou
pneumonia.
9.3.2 Clobazam
O principal sítio de ação dos benzodiazepínicos é um receptor pós-sináptico do ácido
gama-aminobutírico (GABA), o principal neurotransmissor inibitório do SNC. Ao ligar-se aos
receptores GABAA, o clobazam, aumenta a frequência de aberturas destes receptores, aumentando,
assim, o índice de correntes inibitórias no cérebro.
Distúrbios psiquiátricos
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Comum: irritabilidade, agressividade, inquietação, depressão (depressão preexistente pode ser
desmacarada), tolerância à droga (especialmente durante o uso prolongado), agitação.
Incomum: comportamento anormal, estado confusional, ansiedade, delírio, pesadelos, perda de
libido (particularmente com altas doses ou em tratamento prolongado e é reversível)
Desconhecida: dependência (especialmente durante o uso prolongado), insônia inicial, raiva,
alucinação, distúrbio psicótico, sono de má qualidade, ideia suicida.
Distúrbios oculares
Incomum: diplopia (particularmente com altas doses ou em tratamento prolongado e é reversível).
Distúrbios gastrintestinais
Comum: boca seca, náusea, constipação.
Distúrbios gerais
Muito comum: fadiga, especialmente no início do tratamento e quando altas doses são utilizadas.
Desconhecidas: resposta lenta ao estímulo, hipotermia.
Investigações
Incomum: ganho de peso (particularmente com altas doses ou em tratamento prolongado).
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9.3.3 Fenitoína
Seu principal mecanismo de ação é o bloqueio dos canais de sódio dependentes de
voltagem, o que lhe confere grande eficácia contra crises epilépticas de início focal.
Sistema do tecido conectivo: engrossamento das características faciais, aumento dos lábios,
hiperplasia gengival, hipertricose e doença de Peyronie.
9.3.4 Fenobarbital
Este fármaco possui largo espectro de ação com efetividade similar à de outros fármacos
anticonvulsivantes. É seguro e disponível em apresentações orais e parenterais. Seu principal
mecanismo de ação é o prolongamento da abertura dos canais de cloro, dos receptores GABAA e
consequente hiperpolarização da membrana pós-sináptica. O fenobarbital também pode bloquear
os canais de sódio e potássio, reduzir o influxo de cálcio pré-sináptico e, provavelmente, reduzir as
correntes mediadas pelo glutamato.
O USO PROLONGADO DE Fenobarbital PODE LEVAR À DEPENDÊNCIA. NESTE CASO, A
INTERRUPÇÃO DO TRATAMENTO DEVE SER REALIZADA GRADUALMENTE, SOB A ORIENTAÇÃO
MÉDICA. A INTERRUPÇÃO ABRUPTA DO TRATAMENTO ANTICONVULSIVANTE PODE LEVAR AO
AGRAVAMENTO DE CRISES CONVULSIVAS E CRISES SUBENTRANTES, PARTICULARMENTE EM
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CASO DE ALCOOLISMO. DEVE-SE REDUZIR A DOSAGEM EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA
RENAL OU HEPÁTICA (MONITORIZAÇÃO CLÍNICA, POIS EXISTE RISCO DE ENCEFALOPATIA
HEPÁTICA), EM IDOSOS E EM ALCOÓLATRAS. O CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS É
ESTRITAMENTE PROIBIDO DURANTE O TRATAMENTO COM Fenobarbital (DEVIDO À
POTENCIALIZAÇÃO RECÍPROCA DOS EFEITOS DE AMBOS SOBRE O SNC). DEVE-SE EVITAR A
INGESTÃO DE QUALQUER QUANTIDADE DE ÁLCOOL, ATÉ MESMO EM MEDICAMENTOS QUE O
UTILIZEM COMO EXCIPIENTE. COM A ADMINISTRAÇÃO DESTE MEDICAMENTO, A ATENÇÃO
DOS MOTORISTAS E DAS PESSOAS QUE OPERAM MÁQUINAS É DIMINUÍDA PELO RISCO DE
SONOLÊNCIA DIURNA.
Conforme a gestação progride, podem ser necessários ajustes posológicos do Fenobarbital, devido
às alterações das concentrações plasmáticas determinadas pelos fenômenos gravídicos.
Recomenda-se, ainda, suplementação adequada de ácido fólico, cálcio e vitamina K à gestante que
faz uso crônico de Fenobarbital, devido às interferências deste com o metabolismo dessas
substâncias. Em casos de suplementação de ácido fólico veja ainda o item interações
medicamentosas.
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Amamentação: A administração de Fenobarbital à lactante não é recomendada, devido à
possibilidade de retardo do crescimento, sedação e dificuldade de sucção que este determina no
recém-nascido, no período neonatal imediato.
Hematológicas: petéquia.
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Neurológicas: foram observados efeitos sedativos em pacientes sob tratamento apenas com
valproato de sódio; porém, esses são mais frequentes em pacientes recebendo terapias
combinadas. A sedação geralmente diminui com a redução de outros medicamentos antiepilépticos
administrados concomitantemente. Tremores (podem ser dose-relacionados), alucinações, ataxia,
cefaleia, nistagmo, diplopia, asterixis, escotomas, disartria, tontura, confusão, hipoestesia, vertigem,
incoordenação motora, comprometimento da memória, desordem cognitiva e parkinsonismo foram
relatados com o uso do valproato. Raros casos de coma ocorreram em pacientes recebendo
valproato isolado ou em combinação com fenobarbital. Em raros casos, encefalopatia, com ou sem
febre desenvolveu-se logo após a introdução da monoterapia com valproato, sem evidência de
disfunção hepática ou níveis plasmáticos altos inadequados. Embora a recuperação tenha sido
descrita após a suspensão do medicamento, houve casos fatais em pacientes com encefalopatia
hiperamonêmica, particularmente em pacientes com distúrbios do ciclo da ureia subjacente.
Houve relatos pós-comercialização de atrofia (reversível e irreversível) cerebral e cerebelar,
temporariamente associadas ao uso de produtos que se dissociam em íon valproato. Em alguns
casos, porém, a recuperação foi acompanhada por sequelas permanentes. Foram observados
prejuízo psicomotor e atraso no desenvolvimento em crianças com atrofia cerebral decorrente da
exposição ao valproato quando em ambiente intrauterino,
Hepáticas: são frequentes pequenas elevações de transaminases (AST e ALT) e de DHL, que
parecem estar relacionadas às doses. Ocasionalmente, os resultados de exames de laboratório
incluem também aumentos de bilirrubina sérica e alterações de outras provas de função hepática.
Tais resultados podem refletir hepatotoxicidade potencialmente grave.
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Endócrinas: menstruação irregular, amenorreia secundária, aumento das mamas, galactorreia e
tumefação da glândula parótida, testes anormais da função da tireoide, incluindo hipotireoidismo.
Existem raros relatos espontâneos de doença do ovário policístico. A relação causa e efeito não foi
estabelecido.
Pancreáticas: foi relatada pancreatite aguda em pacientes recebendo valproato, incluindo raros
casos fatais.
Sensoriais: perda auditiva, irreversível ou reversível, foi relatada; no entanto, a relação causa e efeito
não foi determinado. Otalgia também foi relatada.
Outras: reação alérgica, anafilaxia, edema de extremidades, lupus eritematoso, dor nos ossos, tosse
aumentada, pneumonia, otite média, bradicardia, vasculite cutânea, febre e hipotermia.
Mania
Apesar da segurança e eficácia do ácido valproico não terem sido avaliadas no tratamento de
episódios maníacos associados com distúrbio bipolar, os seguintes eventos adversos não listados
anteriormente foram relatados por 1% ou mais dos pacientes em dois estudos clínicos placebo-
controlados com divalproato de sódio em comprimidos.
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9.3.6 Lamotrigina
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-uso concomitante de valproato.
**Exantema tem sido relatado como parte de uma síndrome de hipersensibilidade associada a um
padrão variável de sintomas sistêmicos. Além disso, foi relatado como parte da síndrome de
hipersensibilidade associado a um padrão variável de sintomas sistêmicos como febre,
linfadenopatia, edema facial e anormalidades do sangue e fígado. A síndrome mostra um amplo
espectro de gravidade clínica e pode, raramente, levar à síndrome de coagulação disseminada (CID)
e insuficiência múltipla de órgãos. É importante notar que manifestações de hipersensibilidade
prematuras (por exemplo, febre e linfadenopatia) podem estar presentes sem que o exantema seja
evidente. Se tais sinais e sintomas estiverem presentes, o paciente deverá ser avaliado
imediatamente, e a Lamotrigina, descontinuada, caso uma etiologia alternativa não seja
estabelecida.
Foi relatado que a Lamotrigina pode piorar os sintomas parkinsonianos em pacientes com doença
de Parkinson pré-existente. Há relatos isolados de efeitos extra-piramidais e coreoatetose em
pacientes sem esta predisposição.
***A disfunção hepática ocorre geralmente associada a reações de hipersensibilidade, mas foram
relatados casos isolados sem sinais claros de hipersensibilidade.
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se também uma ausência de toxicidade do CBD, investigada por meio de análises de
sangue, urina, atividade elétrica cardíaca e cerebral (ECG e EEG), exames clínicos e
neurológicos. Sonolência foi o único efeito adverso relatado. Porém, apesar dos resultados
promissores, limitações metodológicas como o número reduzido de pacientes nestes
estudos restringem a extrapolação dos resultados para a população em geral.
Mais recentemente, um levantamento realizado nos EUA investigou o uso de
linhagens de Cannabis, ricas em CBD, utilizadas no tratamento de crianças com epilepsias
refratárias, principalmente a Síndrome de Dravet. Dos 19 pais que responderam à pesquisa,
53% relataram uma redução maior que 80% na frequência das convulsões; e 11% das
crianças não apresentaram crises convulsivas durante os três meses de acompanhamento.
Os pais reportaram ainda uma melhora no estado de alerta das crianças e não foram
relatados efeitos adversos graves, embora alguns tenham observado sonolência e cansaço.
A opção de se isolar um componente único responsável pelo efeito específico
desejado, neste caso o CBD, pode ser clinicamente atraente. Entretanto, existem
evidências de que o efeito sinérgico da ação conjunta dos diferentes canabinóides – o
chamado “efeito comitiva” –, ao invés de uma única substância, pode ser responsável por
efeitos antiepilépticos mais consistentes³, o que traz a necessidade de estudos que
investiguem os efeitos da associação entre diferentes canabinóides.
Apesar disso, os estudos realizados até o momento demonstram a segurança e a
eficácia do CBD, de forma que este pode ser o primeiro canabinóide a ser implementado
no tratamento da epilepsia. Mas a necessidade de estudos clínicos controlados –
especialmente estudos farmacocinéticos – se faz urgente, com o objetivo de determinar as
doses ideais e identificar possíveis interações com drogas antiepilépticas e outros
medicamentos que possam causar toxicidade ou diminuir a eficácia do tratamento com o
CBD.
Além do mais, não entendemos completamente os alvos através do qual este
canabinóide, que possui uma vasta gama de ações, produz seus efeitos anticonvulsivantes.
A identificação desses alvos pode produzir insights importantes sobre os mecanismos
fisiológicos da epilepsia. No entanto, as décadas de proibição deixaram as terapias
derivadas da maconha em uma zona cinzenta que representa um desafio para a pesquisa e
aplicação clínica dos canabinóides. Apesar disso, a crescente aceitação dos
benefícios potenciais dos tratamentos com estes compostos, em muitos países, pode
facilitar a abertura dos caminhos regulatórios, a fim de viabilizar a realização de estudos que
poderão confirmar o potencial terapêutico dos canabinóides, provendo assim evidências
científicas para o uso medicinal da Cannabis“
( trecho retirado do boletim informativo Maconhabrás, outubro de 2014 )
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O CBD é encontrado disponível para importação em tubos contendo a forma
concentrada do óleo de cânhamo. Este deve ser administrado em combinação com as
medicações utilizadas pelo paciente anteriormente. O tratamento pode iniciar com doses
de 2,5 mg/kg/dia de CBD, por via oral, divididas em duas doses diárias. A dose pode
aumentar em 5 mg/kg/dia a cada sete dias, até a dose máxima de 25 mg/kg/dia, em duas
doses ao longo de, no mínimo, cinco semanas a partir do início do tratamento, a fim de
estabelecer a dose ideal com garantia de segurança e tolerabilidade.
"Enquanto nos países desenvolvidos há uma média de 4,7 neurologistas para cada 100 mil
habitantes, nos países de baixa renda esse número cai para 0,04. No Brasil, além do
número reduzido de neuropediatras, diferenças regionais impõem uma carência ainda maior
deste especialista. Grande parte das crianças epiléticas fica desassistida e, mesmo que
consiga uma consulta, o custo elevado da medicação, que em muitos casos não é
oferecida pelo SUS, torna o tratamento inviável para muitas famílias. O benefício observado
pelo tratamento da epilepsia refratária com óleo de cannabis rico em CBD, um suplemento
alimentar, que pode ser facilmente produzido a partir de pequenos cultivos no país, pode
ser uma alternativa eficaz para controle de qualquer epilepsia, principalmente para as
famílias de baixa renda.”
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11. Como ter acesso á Cannabis Medicinal no Brasil e quem
são os beneficiados
Diante da burocracia do nosso estado, obter hoje uma permissão para poder
importar o óleo de cannabis não fugiria á regra. Podemos dizer que existem duas classes
de pacientes que podem conseguir essa autorização de forma legal para a importação de
tais medicamentos.
Esses pacientes deverão ser cadastrados por seus médicos assistentes no site do
cfm.org, e então iniciar o processo de importação. É importante dizer que no cenário atual,
somente médicos das especialidades de neurologia, neurocirurgia e psiquiatria, podem
indicar e prescrever a cannabis na forma do óleo de CBD.
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Ainda segundo a resolução 17/2015 da Anvisa, essa prescrição fica restrita á uma
lista de medicamentos permitidos, devendo obedecer critérios e normas, também
estabelecidos na atual legislação.
Depois de dado o primeiro passo, agora vem a questão financeira sobre o alto
preço dos medicamentos e o alto custo de importação. Um tratamento mensal pode ter um
alto impacto sobre a renda mensal familiar, conferindo-lhe uma inviabilidade quando
observado á realidade da maioria das famílias brasileiras.
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obtenção do direito de receberem de forma legal, esses compostos, mesmo que ainda não
registrados pela Anvisa.
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12. Bibliografia
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Qualidade de vida e epilepsia: perspectivas futuras e ações práticas para a pessoa com
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