2020 - Chapila, Amélia Gilberto

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 50

Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Inhambane

ANÁLISE DA ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA


MOTORA NOS EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS NO MUNICÍPIO
DE INHAMBANE

Amélia Gilberto Chapila

Inhambane, 2020
i

Amélia Gilberto Chapila

Análise da Acessibilidade Para Pessoas Com Deficiência Motora nos Empreendimentos


Turísticos no Município de Inhambane

Monografia apresentada à Escola Superior de Hotelaria e Turismo de


Inhambane (ESHTI), como um dos requisitos para obtenção do grau
de Licenciatura em Informação Turística.

Supervisor: dr. Augusto Nombora

Inhambane, 2020
ii

Declaração

Declaro que este trabalho de fim do curso é resultado da minha investigação pessoal, que todas as
fontes estão devidamente referenciadas, não contendo nenhum plágio, e que nunca foi
apresentado para a obtenção de qualquer grau nesta Universidade, Escola ou em qualquer outra
instituição.

Assinatura

_____________________________________

(Amélia Gilberto Chapila)

Data: ____/____/______
iii

Amélia Gilberto Chapila

Análise da Acessibilidade Para Pessoas Com Deficiência Motora nos Empreendimentos


Turísticos no Município de Inhambane

Monografia avaliada como requisito parcial para a obtenção do grau de


Licenciatura em Informação Turística pela Escola Superior de Hotelaria e
Turismo de Inhambane – ESHTI.

Inhambane, _____/_____/2020

________________________________________ _____________
Categoria, Grau e Nome completo do Presidente Rúbrica

________________________________________ _____________
Categoria, Grau e Nome completo do Supervisor Rúbrica

________________________________________ _____________
Categoria, Grau e Nome completo do Arguente Rúbrica
iv

Dedicatória

Dedico este trabalho a minha mãe Laura Alberto Banze em memória, pelos longos momentos de
conversa e conselhos sobre a importância da academia para a vida.
v

Agradecimentos

A realização deste trabalho não teria sido possível sem a colaboração de diversas pessoas. Em
primeiro lugar, agradecer a Deus pela força que me concedeu para a realização do mesmo, e em
segundo aos meus pais Sr. Gilberto Chapila e a Sr.ª Laura Alberto Banze, pelo carinho, confiança
e incentivo nos momentos mais difíceis, apoio incondicional financeiro, dado durante todo o
percurso académico. Aos meus irmãos Nilton, Jaime, Beatriz, Artur, pela motivação e
participação directa, desde o primeiro ano até à realização deste trabalho. Ao meu estimado
namorado Armindo Macanze pela disponibilidade para ajudar em qualquer situação sem
condicionalismo.

À Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Inhambane, vão os meus agradecimentos pela


oportunidade de formação, sem a qual, não teria adquirido o conhecimento e habilidades na área
de turismo.

Os meus profundos e sinceros agradecimentos são direccionados ao meu supervisor dr. Augusto
Nombora, por todo auxílio, conselhos, disponibilidade e ensinamentos dados durante a
elaboração do trabalho.

Às instituições que colaboraram no fornecimento de informações que enriqueceram o trabalho,


com especial destaque para a Direcção Provincial de Cultura e Turismo de Inhambane, a
Direcção Provincial das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos de Inhambane, o
Concelho Municipal da Cidade de Inhambane, aos gestores e recepcionistas dos
empreendimentos turísticos da cidade de Inhambane, praia da Barra e praia do Tofo, que se
disponibilizaram para fornecer informação.

Aos meus amigos, tanto novos quanto antigos, que me estimulam sempre a crescer e alcançar
voos mais altos rumo à novos horizontes.
vi

RESUMO

O estudo faz a abordagem da Análise da Acessibilidade Para Pessoas Com Deficiência Motora nos
Empreendimentos Turísticos no Município de Inhambane, com objectivo geral, Analisar as condições criadas nos
empreendimentos turísticos do MI para facilitar o acesso de pessoas com deficiência motora, e é operacionalizado
por quatro objectivos específicos: i) Identificar as condições criadas nos empreendimentos turísticos no MI para
facilitar o acesso de pessoas com deficiência motora; ii) Descrever as medidas adoptadas nos empreendimentos
turísticos para potenciar a acessibilidade de pessoas com deficiência motora; iii) Relacionar as condições de
acessibilidade criadas nos empreendimentos turísticos e o fluxo de pessoas com deficiência motora; e iv)
Diagnosticar os desafios nos empreendimentos turísticos do MI para facilitar o acesso de pessoas com deficiência
motora. Em termos metodológicos, o trabalho caracteriza-se numa pesquisa exploratória e explicativa por basear-se
na revisão bibliográfica e aplicando entrevistas aos trabalhadores dos empreendimentos turísticos sobre as condições
de acessibilidade nos empreendimentos turísticos do MI, e foi aplicada a observação das condições de acesso para
pessoas com deficiência motora. Os dados, foram analisados por método descritivo e indutivo. Os resultados indicam
que, maior parte dos empreendimentos turísticos no MI, não reúne condições que facilitam o acesso de pessoas com
deficiência motora. Os trabalhadores dos empreendimentos turísticos não possuem capacitação específica para lidar
com pessoas com deficiência motora. O fluxo de turistas com deficiência motora nos empreendimentos turísticos é
menor. Foram diagnosticados os seguintes desafios: i) Adquirir um número significativo de cadeiras de roda para
facilitar a circulação no interior do empreendimento turistico; ii) Montar elevadores para o acesso mais eficiente aos
quartos dos pisos acima para pessoas com deficiência motoa; iii) Colocar rampa e corrimão na entrada do
empreendimento turistico, no acesso aos quartos e em todos os espaços de lazer e diversão; iv) Recrutar os
profissionais com idoneidade para ajudar as pessoas com deficiência motora na circulação em todo o espaço do
empreendimento turístico; e v) Desenvolver programas de capacitação contínua aos trabalhadores, sobre boas
práticas de prestação de serviço para pessoas com deficiência motora; Concluiu-se que, ainda não existem condições
completas nos empreendimentos turísticos no MI, para o acesso de pessoas com deficiência motora. No entanto,
continua sendo desafio o reforço de medidas e criação de condições por parte dos empreendimentos para a satisfação
plena das necessidades deste público.

Palavras-chave: Acessibilidade, Deficiência Motora, Empreendimento Turístico.


vii

Listas de Siglas e Abreviaturas

CI – Cidade de Inhambane

CEMT – Código de Ética Mundial de Turismo

ESHTI – Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Inhambane

MI – Município de Inhambane

OMS – Organização Mundial da Saúde

OMT – Organização Mundial do Turismo

ONU – Organização das Nações Unidas

PEDTM – Plano Estratégico Para o Desenvolvimento de Turismo em Moçambique

PTEI – Política de Turismo e Estratégia de Sua Implementação

RETRBSD – Regulamento de Empreendimentos Turísticos, Restauração, Bebidas e Salas de


Dança

UEM – Universidade Eduardo Mondlane

UNWTO – World Tourism Organization


viii

Lista de Figuras

Figura 1 - Rampas e corrimãos para pessoas com deficiência motora nos destinos turísticos…...12

Figura 2 – Pessoas com deficiência motora em espaços turísticos…………………………….....18

Figura 3 e 4 – Balneários com equipamentos específico para utilização de pessoas com


deficiência motora..........................................................................................................................19

Figura 5 - Exemplo do acesso com rampa para pessoas com deficiência motora.........................20

Figura 6 - Localização e divisao administrativa do MI…………………………………………. 21


ix

Lista de Tabelas

Tabela 1 – Tamanho da amostra…………………………………………………………………...8

Lista de Quadros

Quadro 1 – Instrumentos e Variáveis analisadas………………………………………………..…8

Quadro 2 – Métodos de análise de dados………………………………………………………….9

Quadro 3 – Condições de acessibilidade pessoas com deficiência motora……………..………...13

Quadro 4 – Níveis de Acessibilidade estabelecidas pela Universal Acessibility Standards……..14

Quadro 5 - Princípios do Código de Boa Conduta (ENAT)……………………………………...17

Quadro 6 – População, etnia, língua, hábitos, economia, comunicação e atractivos turísticos…..22

Quadro 7 - Condições de acessibilidade nos empreendimentos turísticos do MI………………..22


ÍNDICE

Conteúdos Páginas
Folha de Rosto…………………………………………………………………………………………………………..i
Declaração .................................................................................................................................................... ii
Folha de Avaliação……………………………………………………………………………………………………iii
Dedicatória ...................................................................................................................................................iv
Agradecimentos .............................................................................................................................................. v
RESUMO .......................................................................................................................................................vi
Listas de Siglas e Abreviaturas ................................................................................................................... vii
Lista de Figuras ......................................................................................................................................... viii
Lista de Tabelas ............................................................................................................................................ix
Lista de Quadros ...........................................................................................................................................ix
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................ 1
1.1. Contextualização .....................................................................................................................................1
1.2. Problematização ......................................................................................................................................3
1.3. Hipóteses .................................................................................................................................................4
1.4. Justificativa..............................................................................................................................................4
1.5. Objectivos ...............................................................................................................................................5
1.6. Metodologia ............................................................................................................................................6
1.6.1. Classificação da pesquisa .....................................................................................................................6
1.6.2. Fases da pesquisa .................................................................................................................................6
1.6.2.1.Fase da escolha do tema e revisão bibliográfica ................................................................................6
1.6.2.2. Fase de colecta de dados ...................................................................................................................7
1.6.2.3. Fase de análise e interpretação de dados ...........................................................................................9
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................................ 10
2.1. Discussão dos Conceitos Básicos ..........................................................................................................10
2.2. Condições Criadas Nos Destinos Turísticos Para Facilitar a Acessibilidade de Pessoas Com
Deficiência Motora.......................................................................................................................................12
2.3. Medidas Adoptadas Nos Destinos Turísticos Para Potenciar a Acessibilidade de Pessoas Com
Deficiência Motora.......................................................................................................................................17
2.4. Relação Entre as Condições de Acessibilidade nos Empreendimentos Turísticos e o Fluxo de Pessoas
Com Deficiência Motora ..............................................................................................................................18
2.5. Desafios dos Destinos Turísticos Face a Acessibilidade de Pessoas Com Deficiência Motora ............19
3. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................................... 21
3.1. Características Gerais do Município de Inhambane ..............................................................................21
3.2. Condições Criadas Pelos Empreendimentos Turísticos no MI Para Facilitar o Acesso de Pessoas Com
Deficiência Motora.......................................................................................................................................22
3.3. Medidas Adoptadas Pelos Empreendimentos Turísticos do MI Para Potenciar a Acessibilidade de
Pessoas Com Deficiência Motora ................................................................................................................23
3.4. Relação Entre as Condições de Acessibilidade Criadas Pelos Empreendimentos Turísticos e o Fluxo
de Pessoas Com Deficiência Motora ............................................................................................................24
3.5. Desafios dos Empreendimentos Turísticos do MI Para Facilitar a Acessibilidade de Pessoas Com
Deficiência Motora.......................................................................................................................................25
4.1. Considerações Finais .............................................................................................................................27
4. 2. Recomendações ....................................................................................................................................28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................ 29
1

1. INTRODUÇÃO

Neste capítulo, faz-se a contextualização do tema, exposição do problema, levantamento de


hipóteses, apresentação da justificativa, dos objectivos e metodologia.

1.1. Contextualização

Segundo Devile (2009), o turismo tem vindo a ser considerado como um bem social de primeira
necessidade, e com isto tem-se notado a necessidade de adaptar os serviços e actividades
turísticas, de modo a ser do alcance de todos.

Ao longo de anos, a questão da acessibilidade no turismo tem tido cada vez mais importância e
deve ser abordado como uma necessidade de tornar os serviços turísticos mais acessíveis e
focados nas necessidades específicas dos indivíduos tanto para os destinos como para as
empresas de modo geral (DEVILE, 2009).

Para Sassaki (2003), uma perspectiva histórica referente à utilização da palavra acessibilidade
revela que a amplitude do conceito e divulgação desta política ocorreu nos anos 80, mediante
várias campanhas com o intuito de alertar a sociedade em relação às barreiras encontradas pelas
pessoas com deficiência motora). De lá pra cá, teóricos e pesquisadores vêm desenvolvendo
conceitos, a respeito da deficiência motora e suas respectivas necessidades e desafios.

Lopes (2017), defende que o tempo de lazer e a realização de actividades nos tempos livres, tem
tido cada vez mais importância numa sociedade que aposta cada vez mais numa vida activa. Hoje
em dia existem cada vez mais indivíduos com mobilidade reduzida, quer por condição de doença
que reduz a sua capacidade motora, quer por idade, que devem ter à sua disposição actividades e
serviços preparados para os receber, permitindo que sejam turistas independentes.

Segundo Lopes (2017), existem vários aspectos a ter em conta nos destinos turísticos, de forma a
potenciar a acessibilidade a pessoas com deficiência motora.

i) Necessidade de que a sua situação de deficiência seja entendida e aceite com naturalidade e
que a pessoa seja tratada como outro qualquer cliente; ii) necessidade de possuir a cadeira de
rodas, ou outro auxílio de marcha para a pessoa com deficiência motora; iii) Não ser
discriminado devido a sua incapacidade; iv) necessidade do profissional lhe prestar apoio mas
2

sem impor a sua ajuda; v) necessidade de que o profissional entenda as suas preocupações e
receios perante os serviços turísticos.

Por sua vez, a Assembleia Geral das Nações Unidas em 1999, aprovou o Código de Ética
Mundial para o Turismo que alerta para a prática do turismo, de forma ética, como forma de
compreensão internacional, um exercício da paz, da liberdade, tolerância e respeito à diversidade,
promovendo o desenvolvimento individual e colectivo, sem excepção.

Em Moçambique, com a criação do Ministério da Cultura e Turismo, foram aprovados


instrumentos legais com vista a promover a acessibilidade de pessoas com deficiência motora nos
empreendimentos turisticos, designadamente: i) Política de Turismo e ii) Regulamento de
Empreendimentos Turísticos, Restauração, Bebidas e Salas de Dança.

Num contexto em que o Município de Inhambane, configura-se entre os destinos turísticos mais
visitados anualmente, por diferentes classes sociais incluindo pessoas com deficiência motora,
surge ideia sobre o tema Análise da Acessibilidade dos Empreendimentos Turísticos no
Município de Inhambane Para Pessoas Com Deficiência Motora, com objectivo de analisar as
condições criadas nos empreendimentos turísticos do MI para facilitar o acesso de pessoas com
deficiência motora.

O trabalho está estruturado em quatro (4) capítulos sendo: (I) Introdução, onde fez-se o
enquadramento, problema, justificativa, objectivos e metodologia; (II) Revisão Bibliográfica, que
apresenta o quadro teórico; (III) Apresentação e Discussão de Resultados; (IV) Conclusão, que
inclui as considerações finais e recomendações.
3

1.2. Problematização

Acessibilidade congregar tudo que é necessário para a promoção de adaptação entre o indivíduo e
as condições ambientais do espaço edificado. Assim, a acessibilidade completa ao meio físico é
fundamental para que pessoas com deficiência tenham a oportunidade de participarem da
sociedade com autonomia e qualidade de vida. (GUIMARÃES, 2007).

Durante muito tempo, a acessibilidade para pessoas com deficiência motora nos
empreendimentos turísticos foi negligenciada relegando somente a responsabilidade à família e
entidades especializadas responsáveis pelos cuidados e pelo direccionamento de suas vidas
(COELHO, 2014). Todavia, acessibilidade é um tema presentes no quotidiano das pessoas e nas
diversas esferas da sociedade actual.

Para Benevides (1998) o preconceito e a decorrente discriminação vivida com mais intensidade
pelos turistas com deficiência motora impedem de vivenciar seus direitos como cidadãos.
Segundo Adams et al (1995) a pessoa com deficiência embora tenha limitações, possui as
mesmas necessidades básicas de uma pessoa normal, reconhecimento, aprovação e
independência, sucesso, auto confiança, lazer e outras. Portanto, não dotar os equipamentos
turísticos de condição para que as pessoas com deficiência tenham autonomia, segurança e
beneficio quanto aos atractivos é uma maneira de dificultar a inclusão dos mesmos.

Todas as pessoas com deficiência, têm os seus direitos assegurados pela Constituição da
República de Moçambique. Nos termos do número 4 do artigo 125, o Estado promove a criação
de condições necessárias para a integração económica e social dos cidadãos com deficiência, e na
a) do mesmo número, prevê-se a criação de condições tendentes a evitar o isolamento desse
grupo inclusos os deficientes motores, e a marginalização social.

No município de Inhambane, as pessoas com deficiência motora enfrentam muitas limitações,


principalmente em relação à acessibilidade nos empreendimentos turísticos, visto que a falta de
equipamentos específicos (rampa, corrimão e elevador) que facilitam o acesso e sua circulação,
criam constrangimentos. Faz-se necessário ressaltar que não é a pessoa com deficiência motora
que precisa adaptar se à sociedade, mas a sociedade é que deve adaptar-se e oferecer serviços e
4

produtos a todos, sem restrições e com respeito à diversidade e diferenças de necessidades entre
as pessoas. Desta feita, surge a seguinte questão de pesquisa:

Que condições de acessibilidade para pessoas com deficiência motora existem nos
empreendimentos turísticos no Município de Inhambane?

1.3. Hipóteses

De acordo com Jung (2009),uma hipótese é “um conjunto estruturado de argumentos e


explicações que possivelmente justificam dados e informações, mas que ainda não foram
confirmados por observação ou experimentação”. A hipótese permite confrontar a teoria com a
realidade empírica e estabelecer relações entre diferentes variáveis e conceitos. Esta pode ser
aprovada ou refutada, permitindo chegar a conclusões mais pertinentes e objectivas.

Da questão acima exposta, eis as seguintes hipóteses da pesquisa:

H1: Os empreendimentos turísticos no MI, não estão providos de condições que possam permitir
o acesso de pessoas com deficiência motora.

H2: Os empreendimentos turísticos no MI, têm condições de acessibilidade para pessoas com
deficiência motora, pois foram concebidos com equipamentos que facilitem a mobilidade destes,
como rampas, elevadores, corrimão.

1.4. Justificativa

Segundo a Lei 4/2004 que aprova a Lei do turismo, no seu artigo 16 no ponto 2 alínea c)
determina o seguinte: adequar os estabelecimentos turísticos e seus equipamentos ao uso de
pessoas com deficiência física. Conciliando os pressupostos da prática do turismo, durante o
exercício da actividade não se deve separar as pessoas com deficiência motora dos outros turistas.
Para o turismo representar uma parte do desenvolvimento e bem-estar integral das pessoas com
deficiência pessoas, deve ser realizado no mesmo espaço em que convivem todas pessoas. Assim
5

sendo, se o espaço é o mesmo, deve-se garantir a acessibilidade e possibilidade de convívio de


pessoas com deficiência motora com a sem deficiência.

A escolha do tema reside no facto de o Município de Inhambane ser um dos maiores pólos
turísticos do país, com muitos empreendimentos turísticos que prestam diversos serviços
(hospedagem, restauração e entretenimento), e em diferentes épocas do ano tem recebido turistas
de diferentes extractos sociais incluindo pessoas com deficiência motora. É neste contexto que o
presente trabalho, procura analisar as condições de acessibilidade criadas nos empreendimentos
turísticos do MI para pessoas com deficiência motora, a fim de fazer a comparação com a
literatura, sua previsão no plano normativo e o seu cumprimento no plano efectivo real.

Do ponto de vista académico, a realização deste trabalho justifica se pela escassez de estudos
direccionado à acessibilidade nos empreendimentos turísticos para pessoas com deficiência
motora em particular na província de Inhambane, que possui considerável número de
empreendimentos turísticos. Por outro lado, visa contribuir na ampliação de publicações que
versam sobre o tema e servir de instrumento de apoio aos estudantes e profissionais da área.

1.5. Objectivos

Geral

Analisar as condições criadas nos empreendimentos turísticos do MI para facilitar o acesso de


pessoas com deficiência motora.

Específicos

1. Identificar as condições físicas criadas nos empreendimentos turísticos para facilitar o acesso
de pessoas com deficiência motora.
2. Descrever as medidas adoptadas nos empreendimentos turísticos para potenciar a
acessibilidade de pessoas com deficiência motora.
3. Relacionar as condições de acessibilidade criadas nos empreendimentos turísticos e o fluxo
de pessoas com deficiência motora.
4. Diagnosticar os desafios dos empreendimentos turísticos do MI para facilitar o acesso de
pessoas com deficiência motora.
6

1.6. Metodologia

De acordo com Oliveira (2011), na metodologia deve-se apresentar como se pretende realizar a
investigação, deve-se descrever a classificação quanto aos objectivos da pesquisa, à natureza, a
escolha do objecto de estudo, a técnica de colecta e análise de dados. Neste trabalho, foram
aplicados os procedimentos metodológicos abaixo:

1.6.1. Classificação da pesquisa

Do ponto de vista de sua natureza, a pesquisa é qualitativa, baseou-se em entrevistas para colher
opiniões de trabalhadores dos empreendimentos turísticos dos três pontos turísticos no MI
(cidade de Inhambane, Tofo e Barra) e observação directa das condições de acessibilidade para
pessoas com deficiência motora.

Do ponto de vista dos objectivos, é uma pesquisa exploratória e explicativa, pois na óptica de Gil
(1999) a pesquisa exploratória tem como objectivo proporcionar maior familiaridade com o
problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses, e a pesquisa é explicativa
quando a preocupação central é identificar os factores que determinam ou que contribuem para a
ocorrência dos fenómenos. Neste sentido, esta pesquisa procura analisar as condições de
acessibilidade de pessoas com deficiência motora nos empreendimentos turísticos no MI.

1.6.2. Fases da pesquisa

De acordo com Gil (2008), a metodologia compreende nove etapas a destacar: formulação do
problema; construção de hipóteses ou determinação dos objectivos; delineamento da pesquisa;
operacionalização dos conceitos e variáveis; selecção da amostra; elaboração dos instrumentos de
colecta de dados; colecta de dados; análise e interpretação dos resultados; redacção do relatório.
A presente pesquisa, resumiu-se em três (3) fases, nomeadamente:

1.6.2.1.Fase da escolha do tema e revisão bibliográfica

A revisão bibliográfica, segundo Denker (2002) assume-se como um processo de leitura e recolha
de informação existente sobre o assunto em análise nas diferentes obras de literatura e
documentos. Este processo pressupõe a conjugação de fontes primárias e secundárias.
7

A primeira fase do trabalho, foi a identificação do objecto de estudo, da relevância do tema, da


área de estudo, do problema da pesquisa, formulação dos objectivos e enquadramento teórico,
através da consulta das seguintes técnicas de pesquisa:

a) Pesquisa bibliográfica – Baseou-se na leitura da literatura disponível para a construção da


base teórica sobre o tema, recorrendo às fontes científicas que abordam a acessibilidade das
pessoas com deficiência motora nos serviços turísticos tais como: livros, artigos científicos,
revistas científicas, disponíveis em formato físico, digital ou na internet.

b) Pesquisa documental – Consistiu na leitura de fontes documentais nomeadamente: legislação


turística em Moçambique (Política de Turismo; Código de Ética Mundial de Turismo;
Regulamento de Construção e Manutenção de Dispositivos Técnicos de Acessibilidade,
Circulação e Utilização dos Sistemas dos Serviços Públicos, à Pessoa Portadora de
Deficiência ou Mobilidade Condicionada; Regulamento de Empreendimentos Turísticos,
Restauração, Bebidas e Salas de Dança).

1.6.2.2. Fase de colecta de dados

A colecta de dados foi realizada no Mês de Dezembro de 2019 e Janeiro de 2020, nos três pontos
turísticos no MI (Cidade de Inhambane, Tofo e Barra) por via da técnica de entrevista1 e
observação2.

a) Entrevista

Foram entrevistados os trabalhadores dos empreendimentos turísticos (gestores e recepcionistas)


com vista a apurar as condições criadas para facilitar o acesso de pessoas com deficiência motora.

b) Observação

Foram verificadas as condições de acessibilidade para pessoas com deficiência motora nos
empreendimentos turísticos no MI.

Amostra
1
Segundo Gil (2008), pode-se definir entrevista como a técnica em que o investigador se apresenta frente ao
investigado e lhe formula perguntas, com o objectivo de obtenção dos dados que interessam à investigação.
2
Gil (Op. Cit) defende que a observação é feita para apurar os factos reais no local onde ocorre o fenómeno.
8

O tipo da amostra aplicada é por acessibilidade ou por conveniência3, na medida em que o MI


tem 67 empreendimentos turísticos que representam o universo. Para a pesquisa, foram
entrevistados 17 trabalhadores dos empreendimentos turísticos (cidade de Inhambane, Tofo e
Barra), que demonstraram disponibilidade para a entrevista, admitindo-se que os dados são
representativos e confiáveis para responder os objectivos e questão da pesquisa. (vide tabela 1).

Tabela 1 – Tamanho da amostra


Trabalhadores dos Empreendimentos Turísticos Sub Total
Cidade de Inhambane 5
Praia de Tofo 6
Praia da Barra 6
TOTAL 17
Fonte: Elaboração Própria

Instrumentos para recolha de dados e variáveis da pesquisa

Os instrumentos para a colecta de dados (guião de entrevista e guião de observação) foram


elaborados com base nos princípios estabelecidos pelo Código de Boa Conduta e Níveis de
Acessibilidade, citados na ENAT (2009) e normas Moçambicanas. Eis o quadro 1, que apresenta
os instrumentos e variáveis analisadas.

Quadro 1 – Instrumentos e Variáveis analisadas


Instrumentos Variáveis analisadas
i. Acessibilidade nos empreendimentos turísticos para pessoas
com deficiência motora
ii. Fluxo de pessoas com deficiência motora nos
Guião de Entrevista4 empreendimentos turísticos;
iii. Impacto da acessibilidade nos empreendimentos turísticos
para pessoas com deficiência motora;
iv. Desafios dos empreendimentos turísticos para garantir a
acessibilidade para pessoas com deficiência motora.
Guião de observação5 Condições para o acesso nos empreendimentos turísticos para
pessoas com deficiência motora.
Fonte: Elaboração Própria

3
Segundo Gil (2008) a amostra por acessibilidade e conveniência o pesquisador selecciona os elementos a que tem
acesso, admitindo que estes possam, de alguma forma, representar o universo. Aplica-se este tipo de amostragem em
estudos exploratórios ou qualitativos, onde não é requerido elevado nível de precisão.
4
Foi com auxílio do bloco de nota e esferográfica em que foram registadas as respostas.
5
Usou-se a máquina fotográfica para a captação das imagens e registo no bloco de notas os aspectos constatados.
9

1.6.2.3. Fase de análise e interpretação de dados

Nesta fase, fez-se a codificação das variáveis pelo aplicativo informático Microsoft Office Word
2007 pelo que foram sistematizadas as respostas. A análise dos resultados foi qualitativa, pelo
facto da pesquisa cingir-se nas explicações, opiniões e comentários dos trabalhadores, o que
permitiu fazer uma descrição dos factos em textos explicativos, quadros e imagens.

Para Gil (2002) a análise qualitativa depende de muitos factores, tais como a natureza dos dados
colectados, a extensão da amostra, os instrumentos de pesquisa e os pressupostos teóricos que
nortearam a investigação.

Os métodos de análise de dados aplicados nesta pesquisa, constam do quadro 2:

Quadro 2 – Métodos de análise de dados


Métodos Características
Permitiu descrever as condições de acessibilidade nos
empreendimentos turísticos da CI, Tofo, Barra no MI.
Descritivo
Mattar (2001, p.194) refere que “os métodos descritivos têm
objectivos de proporcionar informações sumarizadas dos dados
contidos no total de elementos das amostras estruturadas”

Com base nas respostas obtidas nas amostras, permitiram chegar a


conclusão por via da generalização.
Indutivo
Gil (1999), defende que o método indutivo procura avaliar os
resultados de um grupo específico e chegar a uma conclusão por
generalização.

Fonte: Elaboração própria

Para a redacção deste trabalho, foi usado o aplicativo informático Microsoft Office Word 2007
obedecendo à metodologia de elaboração de trabalhos científicos prevista no Regulamento de
Culminação do Curso da ESHTI (2016).
10

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo apresenta-se a discussão dos conceitos básicos; turismo, condições de


acessibilidade de pessoas com deficiência

2.1. Discussão dos Conceitos Básicos

Turismo

“Turismo compreende as actividades que as pessoas realizam durante as suas viagens e estadias
em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um ano com
finalidade de lazer, negócios ou outros” (OMT, 2001, p. 38).

O autor traz elementos a considerar, na definição do turismo: Pessoas, viagem; permanência


temporária, actividades de lazer e negócios.

Para Cunha e Abrantes (2013, p. 17) “turismo é o conjunto de actividades desenvolvidas pelos
visitantes em razão das suas deslocações, as atracções e os meios que as originam, as facilidades
criadas para satisfazer as suas necessidades e os fenómenos resultantes de umas e de outras”. Esta
definição foca os seguintes aspectos: Atracções, facilidades e a satisfação das necessidades.

Do exposto, percebe-se que o turismo compreende as viagens realizadas por pessoas para um
determinado espaço físico, fora de rotina habitual, com motivo de praticar actividades de lazer,
negócios e a satisfação das suas necessidades, por um período de permanência temporária.

Acessibilidade

Simões (2000) considera a acessibilidade como um conjunto de características do ambiente


edificado que permitem a sua utilização por todas as pessoas, independentemente das suas
aptidões físicas, sensoriais ou intelectuais.

Segundo Brasil (2006) a acessibilidade é a condição para utilização, com segurança e autonomia,
total ou assistida dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços
de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa com
deficiência ou com mobilidade reduzida.
11

Neste contexto, a acessibilidade pode ser entendida como um ambiente edificado que seja
acessível à todos, permitindo a mobilidade de pessoas com deficiência, independentemente da
sua deficiência.

Deficiência

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a deficiência como a restrição ou ausência da


capacidade para realizar uma actividade de forma que se considera normal.

Por outro lado a Organização Pan-Americana (2003) define a deficiência, como qualquer perda
ou anormalidade de uma estrutura ou função corporal incluindo a função psicológica.

A Organização Mundial de Turismo (UNWTO, 2005) olha a deficiência na perspectiva de


turismo “todas aquelas pessoas que devido ao ambiente onde estão inseridas, sofrem uma
limitação ao nível da sua capacidade relacional e apresentam necessidades especiais durante a
viagem, no alojamento e ao nível de outros serviços turísticos”. São indivíduos com
incapacidades físicas, sensitivas e intelectuais ou outras que se encontrem em circunstâncias
médicas que requerem cuidados especiais, tais como pessoas idosas, grávidas e outras com
necessidade de auxílio provisório.
Para este trabalho alinhamos com esta perspectiva quanto ao nosso entendimento sobre quem é
deficiente

Deficiência Motora

Segundo Lopes (2017), a deficiência motora é consequência de modificações morfológicas do


esqueleto e dos membros das articulações e tecidos musculares ou do sistema nervoso. Estas
alterações limitam a capacidade motora do indivíduo e provocam dificuldade ou impossibilidade de
controlar os movimentos.

Na visão de Coelho (2014), a pessoa com deficiência motora encontra principalmente


dificuldades de mobilidade que se consubstanciam em ultrapassar barreiras físicas e/ou
arquitectónicas e transporte.

Nesta lógica percebe-se que a deficiência motora é alteração funcional que limita a capacidade
motora do ser humano e a consequente dificuldade de ultrapassar barreiras arquitectónicas.
12

2.2. Condições Criadas Nos Destinos Turísticos Para Facilitar a Acessibilidade de Pessoas
Com Deficiência Motora

As pessoas com deficiência motora ao deslocarem-se para desfrutarem do momento de lazer,


necessitam de adaptações inclusivas que auxiliem no acesso a determinados espaços. A
acessibilidade aos espaços públicos é premissa segundo a que todos os cidadãos tenham livre
acesso a esses ambientes. Porém, existem públicos que possuem certas limitações no que diz
respeito ao deslocamento. Por exemplo, essas limitações dificultam o acesso a determinados
equipamentos e espaços públicos, como, as calçadas, os parques, as praças.

Neste contexto, há necessidade de que os ambientes públicos possuam adaptações inclusivas em


suas infra-estruturas a fim de possibilitar que, as pessoas com deficiência motora possam
desfrutar desses espaços com facilidade, segurança e autonomia. A figura 1 mostra as rampas e
corrimões que facilitam a pessoa com deficiência motora nos destinos turísticos.

Fig. 1 - Rampas e corrimãos para pessoas com deficiência motora nos destinos turísticos
Fonte: https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/18240/1/2016.04.021

A acessibilidade configura-se, dentre outras formas, como a equiparação de oportunidades a


todos os seres humanos, por meio do acesso seguro e autónomo, sem constrangimentos e
restrições, marginalização ou qualquer tipo de segregação, seja ela social, racial, financeira,
física, entre outras (Orlandi, 2003; Brasil, 2006). Por tanto, deve-se extinguir ou então amenizar
os obstáculos que acentuam as limitações e que dificultam a locomoção de forma plena e segura.

Coelho (2014) apresenta um quadro que descreve as condições para oferecer boa acessibilidade
para as pessoas com deficiência motora (quadro 3).
13

Quadro 3 – Condições de acessibilidade a pessoas com deficiência motora


Deficiência Condições
 Cadeiras de rodas;

 Auxiliares de marcha (canadianas ou bengalas);

Difidência motora  Apoios e cadeiras para balneários e duche;

 Cadeira anfíbia para acessibilidade à praia ou piscina;

 Cadeira para passeios na natureza.

Fonte: Coelho (2014, p.49)

O quadro apresentado, coelho (Op. Cit) defende que as empresas turísticas devem criar todas as
condições para garantir boa acessibilidade aos turistas com deficiência motora. Por exemplo, a
pessoa com deficiência motora viaja para libertar-se da dependência social, desligar-se e refazer
energias, desfrutar da independência, estabelecer novos contactos, descansar, viver a liberdade e
procurar felicidades (KRIPPENDORF, 2001).

Para Kaufman (1995) as empresas turísticas devem oferecer serviços aos turistas com deficiência
motora, mantendo a oferta de bens e serviços acessíveis.

A título de exemplo de princípios de boa conduta, criada pela UNIVERSAL ACCESSIBILITY


STADARDS, que define um sistema de classificação da acessibilidade, considerando os diversos
tipos de incapacidade. Este documento visa a redução ou eliminação de obstáculos ao turismo
internacional enfrentadas por pessoas com incapacidade física limitada e garantir que todas as
normas desenvolvidas, para todas as pessoas que enfrentem problemas de mobilidade, visão
reduzida e deficiência auditiva, sejam reconhecidas a nível nacional e internacional. ENAT
(2009) apresenta níveis de acessibilidades resumidos no quadro 4.
14

Quadro 4 – Níveis de Acessibilidade estabelecidas pela Universal Accessibility Standards


Nível de acessibilidade Descrição
A instalação cumpre com todas as normas
Nível 1: Acessibilidade Total de acessibilidade para as pessoas com
mobilidade condicionada, incluindo
aqueles em cadeiras de rodas eléctricas ou
com uso limitado de seus membros
superiores.

A instalação é acessível para pessoas em


Nível 2: Acessibilidade Parcial cadeiras de rodas independentes, com
algumas restrições. Estes requisitos
satisfazem as necessidades dos
utilizadores de cadeiras de rodas manuais,
mais fáceis de manobrar.

Nível 3: Reduzida acessibilidade A instalação é acessível para pessoas com


mobilidade condicionada que são capazes
de andar.

Nível 4: Insuficiente sensorial A instalação é acessível para as pessoas


com incapacidade visual e auditiva.

Nível 5: Baixa estatura A instalação é acessível para pessoas de


baixa estatura.
Fonte: ENAT (2009)

Em Moçambique existe documento normativo que regula as condições de infra-estruturas para o


acesso de pessoas com deficiência ou mobilidade condicionada, designadamente: DECRETO no
53/2008 de 30 de Dezembro que aprova o Regulamento de Construção e Manutenção de
Dispositivos Técnicos De Acessibilidade, Circulação E Utilização Dos Sistemas Dos Serviços
Públicos, à Pessoa Portadora de Deficiência ou Mobilidade Condicionada. Na j) do no 2 do artigo
2, defende-se que o regulamento aplica-se aos hotéis, motéis, residenciais, pousadas, estalagens,
pensões, restaurantes, cuja superfície de acesso ao público ultrapasse os 150 m2.

Para o caso de rampas o mesmo decreto estabelece no artigo5, número 2,4 e 9 que: As rampas
devem ter uma largura mínima de 1,50m, uma inclinação máxima de 6% e a extensão máxima, de
um só lanço, de 6m. A cada lanço seguir-se-á um patamar de nível para descanso com a mesma
largura da rampa e um comprimento mínimo de 1,50m. Ambos os lados da rampa devem dispor
de um duplo corrimões, a uma altura, respectivamente, de 0,90m e 0,75m, da superfície da
15

rampa. Os corrimões devem prolongar-se, pelo menos, 0,30m do início e ao topo da rampa, com
as extremidades arredondadas, Pode ser dispensada a exigência de corrimãos quando o nível a
vencer pelas rampas for inferior a 0,40m.

Caso seja absolutamente impossível a construção de rampas, devem prever-se dispositivos


mecânicos nomeadamente elevadores, plataformas elevatórias ou outro equipamento adequado
para vencer o desnível.

O mesmo diapositivo versa sobre os corredores no artigo 6, números 1, 9, 10, 11, 12 e 13.

Quando nas passagens desniveladas, houver recurso às escadas, estas devem ter largura mínima
de 1,50m, estar equipadas com guardas dos lados exteriores e corrimões de ambos os lados a uma
altura variando de 0,85m a 0,90m. Os corrimões devem ser contínuos, sem interrupção nas
plataformas das escadas e rampas, permitindo boa colocação e deslizamento das mãos.

O corrimão deve ter um diâmetro que varie de 0,04m a 0,05m para permitir uma boa aderência e
deslizamento das mãos; O corrimão deve prolongar-se, pelo menos, 0,30m do início ao topo da
rampa ou lance da escada. Deve ser deixado o espaço livre mínimo de 0,04m, entre a parede e o
corrimão. O parapeito deve ter uma altura mínima de 0,90m e neste ser afixado o corrimão. As
rampas ou escadas enclausuradas entre paredes devem ser guarnecidas com corrimão.

Nos termos do artigo 19, compete à Inspecção Geral de Obras Públicas e Recursos Hídricos,
fiscalizar o cumprimento das normas, sendo que no artigo 20 determina-se que a construção de
edifícios ou outras instalações de sistemas de serviços públicos sem os dispositivos técnicos
previstos no presente regulamento é punida:
a) Com multa de 8000,00 a 80.000,00 Meticais na Cidade de Maputo e nas cidades capitais de
províncias;
b) Com multa de 4000,00 a 40.000,00 Meticais nas restantes cidades e vilas;
c) Com multa de 2000,00 a 20.000,00 Meticais nas povoações ou localidades.

Em casos de multa, de acordo com Artigo 22Destino das multas:

Os valores das multas cobrados ao abrigo do presente regulamento têm o seguinte destino:
a) 40% Para o Orçamento do Estado;
16

b) 40% Para Inspecção Geral de Obras Públicas entidade responsável pela sua cobrança;
c) 20% Para a Acção Social.

De acordo com Aguirre et al (2003) a plena acessibilidade ao meio físico é uma das condições
necessárias para a equiparação de oportunidades em toda a comunidade que se propõe a
desenvolver a qualidade de vida e o acesso ao turismo.

Para Trindade (2004) é necessário adequar toda a infra-estrutura, inclusive de apoio e serviços
tais como: As rampas de acesso, elevadores, corrimãos.

United Nations (1983) constata que as pessoas com deficiência devem ter as mesmas
oportunidade nas actividades recreativas que os outros cidadãos. Isto envolve a possibilidade de
frequentar restaurantes, cinemas, teatros, bibliotecas, assim como locais de lazer, estádios
desportivos, hotéis, praias e outros lugares de recreação.

De acordo com o no 2 do artigo 2o do Código de Ética Mundial de Turismo, as actividades


turísticas devem respeitar os direitos das pessoas com deficiência motora no acesso aos serviços
turísticos.

Em Moçambique, existem instrumentos legais que promovem os direitos de todos os extractos


sociais em actividades turísticas. Dos quais, faz-se referência a Política de Turismo e Estratégia
de sua Implementação, Lei de Turismo e Regulamento de Empreendimentos Turísticos,
Restauração, Bebidas e Salas de Dança.

A Política de Turismo e Estratégia de Sua Implementação, versa a necessidade do apoia no


fornecimento de instalações turísticas e serviços para pessoas com deficiência motora, para
eliminar possíveis focos de discriminação.

A Lei do Turismo, apresenta uma lista de facilidades e serviços, bem como padrões a serem
observados pelo sector do turismo que facilitem o acesso ao consumo dos serviços turísticos
pelas pessoas com deficiência motora.
17

2.3. Medidas Adoptadas Nos Destinos Turísticos Para Potenciar a Acessibilidade de Pessoas
Com Deficiência Motora

Os Organismos internacionais, estabeleceram princípios para a promoção de boas práticas e


acessibilidade de pessoas com deficiências motora no turismo, caso do Código de Boa Conduta,
criado pela European Network Of Accessible Tourism (ENAT, 2009).

Este código entrou em vigor em Outubro de 2009 e consiste num conjunto de 8 princípios
orientadores que os agentes turísticos devem seguir para serem certificados como agentes
turísticos que desenvolvem esforços para promover o turismo acessível.

Esta iniciativa consiste numa iniciativa pioneira de uniformizar os padrões de promoção da


acessibilidade no sector do turismo a nível internacional (ENAT, 2009). O quadro 5 apresenta os
princípios de boa conduta.

Quadro 5 - Princípios do Código de Boa Conduta


Princípio Descrição
O objectivo dos prestadores de serviços deverá
ser, contribuir para a promoção do direito que
Reconhecimento da igualdade de direitos todas as pessoas têm de ter acesso ao turismo,
independentemente das suas capacidades.
Atenção individualizada Todos os clientes devem ser bem recebidos e a
prioridade do prestador de serviços deverá ser
satisfazer as suas necessidades individuais.
Os prestadores de serviços deverão
comprometer-se ao planeamento e actuação
orientados para minimizar as barreiras de
Remover e prevenir barreiras de acessibilidade, ao nível dos produtos, serviços,
acessibilidade informação e infra-estruturas, contribuindo
activamente para o turismo acessível.
Os agentes turísticos deverão adoptar boas
práticas de turismo acessível, comprometendo-
se a dar formação contínua aos trabalhadores,
relativamente ao respeito pela diferença e
diversidade e sensibilização para as
Promover o conhecimento e a aquisição de necessidades e formas de comunicação com as
competências e capacidades pessoas com incapacidade, com a finalidade de
garantir que todos os clientes sejam recebidos
e tratados de maneira apropriada.
Os agentes turísticos deverão ter um
procedimento de reclamações disponíveis para
18

Gestão de reclamações os clientes reportarem a sua insatisfação.


Gestão responsável A acessibilidade universal deverá ser uma
parte integrante de uma gestão socialmente
responsável.
Fonte: ENAT (2009)

2.4. Relação Entre as Condições de Acessibilidade nos Empreendimentos Turísticos e o


Fluxo de Pessoas Com Deficiência Motora

Lopes (2017), Se as condições criadas em todos os espaços turísticos, facilitam o acesso de


pessoas com deficiência motora, consequentemente aumenta o consumo dos serviços e mitigação
da sazonalidade turística em época alta e baixa. Igualmente, contribui para a diversificação da
oferta de serviços e fortalecimento da dignidade humana. A figura 2 ilustra condições de acesso
para pessoas com deficiência motora nos espaços turísticos.

Figura 2 – Pessoas com deficiência motora em espaços turísticos


Fonte: https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/18240/1/2016.04.021

O turista com deficiência motora o mapeamento da acessibilidade turística pode contribuir para o
livre deslocamento pelo destino turístico, além disso, o turista pode escolher visitar lugares
acessíveis.
19

2.5. Desafios dos Destinos Turísticos Para Acesso de Pessoas Com Deficiência Motora

Segundo Sassaki (2003), Coelho (2014) e Lopes (2017), actualmente os destinos turísticos
enfrentam vários desafios para acessibilidade de pessoas com deficiência motora tais como:

Necessidade de construção de hotéis, restaurantes, serviços públicos, balneários públicos e


particulares com rampa e corrimão na entrada para homens e mulheres com deficiência motora,
para facilitar o acesso seguro e autónomo.

As empresas turísticas devem possuir cadeiras de roda que possam facilitar a circulação de
pessoas com deficiência motora para lugares de lazer e entretenimento, restauração, quartos e
balneários, tal como ilustra a imagem abaixo:

Figura 3 e 4 – Balneários com equipamento específico para o acesso de pessoas com deficiência motora
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/18240/1/2016.04.021

Há necessidade dos empreendimentos turísticos fazerem a manutenção constante das rampas,


corrimões e elevadores na entrada do empreendimento, no acesso aos quartos e em todos os
espaços de lazer e diversão, com vista a facilitar o consumo de todos os serviços disponibilizados.

O sector público e privado devem cooperar no desenvolvimento de programas de capacitação


contínua aos trabalhadores dos empreendimentos turísticos, com temas sobre boas práticas de
prestação de serviço para pessoas com deficiência em referência, de forma que o acesso deste
grupo seja acompanhado pela cultura adoptada pelos próprios empreendimentos.

Os empreendimentos turísticos do destino devem recrutar profissionais responsáveis que possam


ajudar as pessoas com deficiência na circulação em todo o espaço do empreendimento turístico.
20

Por outro lado, é imprescindível que os prestadores de serviços sensibilizem os visitantes no


sentido de promover o respeito, valorização e não descriminação das pessoas com deficiência
durante o consumo dos serviços nos respectivos empreendimentos, de modo a facilitar a abertura
destas e motiva-las a aderir aos hotéis, restaurantes e nas actividades de lazer sem barreiras. A
figura 5 mostra imagem de um estabelecimento hoteleiro com rampa para pessoas com
deficiência motora.

Figura 5 - Exemplo do acesso com rampa para pessoas com deficiência motora
Fonte: https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/18240/1/2016.04.021

Os destinos turísticos têm desafios diversos na criação de condições que sejam favoráveis para a
satisfação plena das necessidades de pessoas com deficiência motora, e é necessário que se
observe rigorosamente todas as medidas impostas tanto na legislação de cada pais, quanto nas
normas universais.
21

3. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo, apresenta-se os aspectos gerais do turismo no MI, descrição do processo de


inclusão nos empreendimentos turísticos, condições e limitações de acessibilidade pessoas com
deficiência e acções dos intervenientes do turismo do MI.

3.1. Características Gerais do Município de Inhambane

Segundo Azevedo (2014), o MI situa-se na parte sudeste da província de Inhambane, ocupa uma
superfície de 195 km², limitando-se a norte pela Baía de Inhambane, no Oceano Índico; a sul,
pelo Distrito de Jangamo, pelo rio Guiúa; a leste, pelo Oceano Índico e a oeste, Município da
Maxixe, com clima tropical húmido e subdivide-se em 23 bairros6, conforme ilustra a figura 6.

Figura 6 – Localização e divisão administrativa do MI


Fonte: Azevedo (2014)

Quadro 6 – População, etnia, língua, hábitos, economia, comunicação e atractivos turísticos

6
Chalambe 1; Chalambe 2; Liberdade 1; Liberdade 2; Liberdade 3; Muelé 1; Muelé 2; Muelé 3; Guitambatuno;
Malembuane; Mucucune; Marrambone; Chamane; Salela; Machavenga; Sequiriva; Josina Machel; Conguiana;
Nhamúa; Ilha de Inhambane; Balane1; Balane 2 eBalane 3.
22

ITEM DESCRIÇÃO
79.724 mil habitantes, dos quais 41.858 do sexo feminino e 37.866 do
População sexo masculino
Etnia e língua Bitonga
Bebida tradicional sura, bolo de sura, prato Xiguinha e tapioca, dança
Hábitos e costumes tradicional Zore
Base económica A agricultura, pesca, turismo e o comércio informal
Telefonia móvel: Vodacom; Movitel e Tmcel.
Comunicação Mídias: Rádio Moçambique, Emissor Provincial de Inhambane;
Televisão de Moçambique delegação de Inhambane e Internet.
Pórtico dos escravos; locomotiva dos CFM; estátua de Vasco da
Atractivos turísticos Gama; Estátua de Samora Machel; Museu regional; Igreja velha;
Mesquita Velha; Burraco dos assassinatos. Paisagem da Baía de
Inhambane, Praia de Tofo, Tofinho, Barra e Rocha.
AZEVEDO (2014) e INE (2017)

3.2. Condições Criadas Pelos Empreendimentos Turísticos no MI Para Facilitar o Acesso a


Pessoas Com Deficiência Motora

A pesquisa revelou que a maior parte dos empreendimentos turísticos não reúne condições para
receber pessoas com deficiência motora, visto que alguns não têm rampas, corrimões, elevadores,
balneários para pessoas com deficiência motora. Entretanto, há empreendimentos que têm
algumas condições de acesso embora sejam poucos, nomeadamente: Hotel Casa do Capitão;
Manguela Light; Nhelendzi; Hotel Tofo Mar; Wagaya Barra Beach Inhambane e Sentidos Beach
Retreat. Tal como indica o quadro 7.

Quadro 7 – Condições de acessibilidade nos empreendimentos turísticos do MI


Empreendimentos Turísticas Condições de Acessibilidade Nível de Acessibilidadde
Hotel Casa do Capitão Rampa e Corrimão Nível 2:
Acessibilidade Parcial
Fatima’s Nest Nenhuma Nenhum
Manguela Light Rampa e Corrimão Nível 2:
Acessibilidade Parcial
Barra 5 Nenhuma Nenhum
Bama Breeze Nenhuma Nenhum
Casa Jensen Nenhuma Nenhum
Nhelendzi Rampa Nível 2:
Acessibilidade Parcial
Hotel Inhambane Nenhuma Nenhum
Anda Ca Lodge Nenhuma Nenhum
Hotel Tofo Mar Rampa Nível 2:
23

Acessibilidade Parcial
Vista do Mar Lodge Nenhuma Nenhum
Wagaya Barra Beach Inhambane Rampa Nível 2:
Acessibilidade Parcial
Sentidos Beach Retreat Rampa e Corrimão Nível 2:
Acessibilidade Parcial
Liquid Adventure Nenhuma Nenhum
Casa Barry Nenhuma Nenhum
Waryani Pariango Beach Motel Nenhuma Nenhum
Paraiso Massiney Corrimão Nível 3:
Reduzida acessibilidade
Fonte: A autora

Apesar de alguns empreendimentos turísticos possuírem condições mínimas de acessibilidade,


constatou-se que ainda precisa-se de melhorar mais, tais como: elevadores aos quartos, rampas,
corrimões, com vista a facilitar o acesso a pessoas com deficiência motora a todos os espaços do
empreendimento turístico, bem como cumprir integralmente os procedimentos da adequação das
infra-estruturas turísticas previstos no DECRETO NO 53/2008 de 30 de Dezembro.

Portanto, tendo-se notado que a maior parte dos empreendimentos turísticos não reúne condições
adequadas para receber turistas com deficiência motora, deduziu-se que esta fragilidade deriva da
negligência dos intervenientes do governo na avaliação das condições criadas para o acesso de
pessoas com deficiência motora.

Do exposto, propõe-se que para facilitar o acesso a pessoas com deficiência motora nos
empreendimentos turísticos, é necessário possuir equipamentos específicos, como rampas de
acesso, elevadores, corrimãos, tal como recomenda Trindade (2004).

3.3. Medidas Adoptadas Pelos Empreendimentos Turísticos do MI Para Potenciar a


Acessibilidade a Pessoas Com Deficiência Motora

Questionados sobre o modo de atendimento, 7 empreendimentos turísticos nomeadamente: Hotel


Casa do Capitão, Hotel Inhambane, hotel Tofo Mar, Wagaya Barra Beach Lodge, Sentidos
Beach Retreat,Liquid Adventure, Fatima’s Nest, afirmaram que estão preparados para
acompanhar os turistas aos respectivos lugares (lazer, quartos, restaurante, balneários). E os 10
nomeadamente: Paraíso Massiney, Casa Barry, Vista do Mar Lodge, Manguela Light, Barra
5,Bama Breeze, Anda Ca Lodge, Casa Jensen, Nhelendzi Waryane Pariango Beach Motel,
24

disseram que tem dificuldades de lidar com esse grupo, por não possuir formação específica.
Essas dificuldades impossibilitam os turistas com deficiência motora, a aquisição de bens e
serviços, sendo necessário que os empreendimentos preparem os profissionais do atendimento
para tratar o público com presteza, cortesia e dignidade, oferecendo ajuda proactivamente em
lugar de difícil acesso às pessoas com deficiência motora conforme recomenda Burnett (1996).

Todos os trabalhadores dos empreendimentos turísticos, foram unânimes ao afirmar que, não
possuem uma capacitação específica para lidar com pessoas com deficiência motora. Face a esta
fragilidade, é necessário que os empreendimentos turísticos sigam recomendações do Código de
Boa Conduta da ENAT european network of accessible tourism (2009) que defende a promoção
do conhecimento, aquisição de competências e capacidades dos trabalhadores, sobre o respeito
pela diferença e diversidade e sensibilização para as necessidades e formas de comunicação com
as pessoas com incapacidade, com a finalidade de garantir que todos os clientes sejam recebidos
e tratados de maneira mais apropriada.

No atendimento e convivência com pessoas com deficiência motora, os entrevistados afirmaram


que é bom, não há discriminação, estes são tratados da mesma forma como as pessoas “normais”
e em caso de necessidade especial, são atendidos com cordialidade e empatia.

3.4. Relação Entre as Condições de Acessibilidade Criadas nos Empreendimentos Turísticos


e o Fluxo de Pessoas Com Deficiência Motora

Questionados os trabalhadores dos empreendimentos turísticos se recebem pessoas com


deficiência motora, 16 empreendimentos turísticos nomeadamente: Paraiso Massiney, Waryani
Pariango Beach Motel, Casa Barry, Casa Barry, Liquid Adventure, Sentidos Beach Retreat, Vista
do Mar Lodge, Hotel Tofo Mar , Hotel Inhambane, Nhelendzi, Casa Jensen, Bama Breeze, Barra
5, Manguela Light, Fatima’s Nest, Hotel Casa do Capitão, afirmaram que recebem, excepto um
empreendimento turístico, o Anda Ca Lodge que disse nunca recebeu pessoas com deficiência
motora.

Questionados sobre o fluxo turístico de pessoas com deficiência motora, os trabalhadores


afirmaram que o fluxo é menor. Estas vêm acompanhadas pelos seus parentes por questões de
segurança, circulação, e raramente aparece em estimativas como um grupo específico. A fraca
25

aderência deste grupo, em parte pode ser devido a falta de equipamentos adequados que facilitem
o acesso em alguns empreendimentos turísticos, tal como afirma Butler e Jones (2003).

A falta de acessibilidade compromete a afluência de pessoas com deficiência motora nos


empreendimentos turísticos do MI. Tal como prevê-se na j) do no 2 do artigo 2, os hotéis,
residenciais, pousadas, pensões, restaurantes, cuja superfície de acesso ao público ultrapasse os
150 m2, devem observar rigorosamente as normas durante a construção dos empreendimentos de
modo a promover o turismo inclusivo.

Neste sentido, para facilitar a acessibilidade de pessoas com deficiência motora nos
empreendimentos turísticos no MI, é necessário providenciar condições e acesso desse grupo em
todos os lugares incluindo a existência de pessoal especializado para o seu atendimento.

Dos empreendimentos observados, constatou-se que 7 empreendimentos turísticos dispõem de


equipamentos para receber turistas com necessidades especiais, nomeadamente: Paraiso
Massiney corrimao, Sentidos Beach Retreat rampa e corrimao, Wagaya Barra Beach Inhambane
rampa, , Hotel Tofo Mar rampa, Nhelendzi rampa, Manguela Light rampa e corrimao, , Hotel
Casa do Capitão rampa e corrimão. O trabalhador do Liquid Adventure: afirmou que para
potenciar a afluência deste grupo “disponibilizamos cadeira de roda para facilitar a circulação dos
turistas com deficiência motora no empreendimento.

3.5. Desafios dos Empreendimentos Turísticos do MI Para Facilitar a Acessibilidade de


Pessoas Com Deficiência Motora

Feita a entrevista aos 17 trabalhadores dos empreendimentos turísticos no MI complementada


pela observação directa no local, foram diagnosticados vários desafios para permitir o acesso de
pessoas com deficiência motora a referir:

Adquirir um número significativo de cadeiras de roda para facilitar a circulação no interior dos 16
empreendimento turísticos que não dispõe de cadeiras de rodas;
26

Montar elevadores para o acesso mais eficiente aos quartos dos pisos acima para pessoas com
deficiência motora para o caso do Hotel Casa do Capitão, Hotel Inhambane, Casa Jensen, Anda
Ca Lodge, Bama Breeze, Barra 5;

Colocar rampa e corrimão na entrada do empreendimento, no acesso aos quartos e em todos os


espaços de lazer e diversão dos empreendimentos turisticos que não dispõem de equipamentos
específicos para pessoas com deficiência motora especificamente: Fatima’s Nest, Barra 5, Bama
Breeze, Casa Jensen, Hotel Inhambane, Anda Ca Lodge, Vista do Mar Lodge, Liquid Adventure,
Casa Barry, Waryane Pariango Beach Motel.

Recrutar os profissionais com idoneidade explícita para ajudar as pessoas com deficiência motora
na circulação em todo o espaço dos empreendimento turístico entrevistados;

Desenvolver programas de capacitação contínua dos trabalhadores, sobre boas práticas de


prestação de serviço para pessoas com deficiência motora de forma que o acesso deste grupo seja
acompanhado pela cultura adoptada pelos próprios empreendimentos;

Sensibilizar a outros grupos de visitantes no respeito, valorização e não descriminação das


pessoas com deficiência motora durante o consumo dos serviços nos respectivos
empreendimentos, de modo a facilitar a abertura e motiva-las a aderir aos hotéis, restaurantes e
nas actividades de lazer sem barreiras.
27

4. CONCLUSÃO

Neste capítulo, apresenta-se as considerações finais e recomendações.

4.1. Considerações Finais

Durante a pesquisa nos empreendimentos turísticos do MI, foram constatados os seguintes


aspectos:

Os 17 empreendimentos turísticos entrevistados não reúnem condições de acessibilidade total


estabelecido pela universal accessibility standards para receber pessoas com deficiência motora, o
mesmo refere que para o empreendimento ter este nível deve cumprir todas as normas de
acessibilidade para pessoas com mobilidade condicionada incluindo aqueles em cadeiras de rodas
eléctricas ou com uso limitado de seus membros superiores, 11 empreendimentos turísticos não
têm rampa, 13empreendimentos turísticos não tem corrimão, e nenhum empreendimento turístico
têm elevador, para facilitar o acesso de pessoas com deficiência motora nos empreendimentos
turísticos. Esta fragilidade deriva-se da negligência dos intervenientes do governo na avaliação
criteriosa das condições para o acesso de pessoas com deficiência motora nos empreendimentos
turísticos.

Os trabalhadores dos empreendimentos turísticos do MI não possuem capacitação específica para


lidar com pessoas com deficiência motora. Esse facto impossibilita a este grupo a aceder a bens e
serviços turísticos nos empreendimentos turísticos.

O fluxo de turistas com deficiência motora nos empreendimentos turísticos é menor. A fraca
aderência destes deve-se à falta de equipamentos específicos (rampa, corrimão e elevador) que
facilitam o acesso e circulação, há fraca divulgação de informação que incentive pessoas com
deficiência motora a praticar o turismo.

Notou-se que, no âmbito da criação das condições de acessibilidade nos empreendimentos


turísticos para pessoas com deficiência motora prevalecem os seguintes desafios: i) Adquirir um
número significativo de cadeiras de roda para facilitar a circulação no interior do
empreendimento; ii) Montar elevadores para o acesso mais eficiente aos quartos dos pisos acima
28

para pessoas com deficiência motora; iii) Colocar rampa e corrimão na entrada do
empreendimento, no acesso aos quartos e em todos os espaços de lazer e diversão; iv) Recrutar os
profissionais com idoneidade explícita para ajudar as pessoas com deficiência motora na
circulação em todo o espaço do empreendimento turístico; v) Desenvolver programas de
capacitação contínua dos trabalhadores, sobre boas práticas de prestação de serviço para pessoas
com deficiência motora de forma que o acesso deste grupo seja acompanhado pela cultura
adoptada pelos próprios empreendimentos; vi) Sensibilizar a outros grupos de visitantes no
respeito, valorização e não descriminação das pessoas com deficiência motora.

Em geral, percebeu-se que ainda não existem condições completas nos empreendimentos
turísticos no MI, para o acesso de pessoas com deficiência motora. No entanto, continua sendo
desafio o reforço de medidas e criação de condições por parte dos empreendimentos para a
satisfação plena das necessidades deste público. Desta forma, esta afirmação remete a aceitação
da H1 e rejeição da H2.

4. 2. Recomendações

Para facilitar a acessibilidade para pessoas com deficiências motora nos empreendimentos
turísticos no MI, sugere-se as seguintes acções:

 Capacitar os trabalhadores para lidarem com este grupo;


 Ter balneários acessíveis para turistas com deficiência motora;
 Colocar rampas, corrimões, elevadores para facilitar a circulação de turistas com deficiência
motora;
 Possuir cadeiras de roda para ajudar a locomoção de pessoas com deficiência motora;
 O governo deve efectuar rigorosamente a monitoria e avaliação para aferir o cumprimento das
normas que regulam as condições de infra-estruturas para o acesso de pessoas com
deficiência ou mobilidade condicionada.
29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. AGUIRRE, Rafael Sanjuanbenito; SIMON, Maria Fernanda Gomez; SANTO, Silvia Di;
PANTANO.

2. ALMEIDA, Marcelo Vilela. (2003). Turismo social: por uma compreensão mais adequada
deste fenómeno. In: BAHL, Miguel. Turismo enfoques teóricos e práticos. São Paulo: Roca,
p. 111-140.

3. ASSEMBLEIA GENERAL EM SANTIAGO (1999). Código de Ética Mundial de Turismo.


Chile.
4. AZEVEDO, H. A. M. A. A Segurança em Territórios Turísticos: O Caso do Município de
Inhambane em Moçambique. 2014. 271 f. tese (Doutoramento em Geografia) - Curso de Pós-
Graduação em Geografia, Instituto de Estudos Socioambientais, Universidade Federal de
Goiás, Goiânia.

5. BAHL. Miguel (2004). Turismo com Responsabilidade Social. São Paulo: Roca.

6. BARBIERI, José Carlos, CAJAZEIRA, Jorge Emanuel Reis (2009). Responsabilidade Social
Empresarial e Empresa Sustentável: Da Teoria à Prática. Editora SARAIVA.
7. BARBOSA, Maria Nazarè Lins, TEODÓSIO, Armindo dos Santos de Sousa (2011). A
empresa como fator de desenvolvimento do território. 2a ed. Belo Horizonte – MG.

8. BARRETTO, Margarita.(2011). Manual de Iniciação ao estudo do turismo. 20a ed. São


Paulo: Papirus. 156 p.

9. BENEVIDES, Maria Victoria M. (1998). O desafio da educação para a cidadania. In:


AQUINO, Júlio G. (org). Diferenças e preconceitos na escola: alternativas teóricas e práticas.
São Paulo: Summus, p.153-170.
30

10. BENI, M. (1998). Análise Estrutural do Turismo (2ª ed). São Paulo: Senac.
11. BURNETT, J. (1996). What services marketers need to know about the mobility disabled
consumer.The Journal of Services Marketing, v. 10, n. 3, p. 3-20.
12. BUTLER, Richard e JONES, Peter. (2003). Conclusões – Problemas, Desafios e Soluções.
13. CCE- Comissão das Comunidades Europeias (2001), “ Promover um Quadro Europeu para
Responsabilidade Social das Empresas”. Livro Verde, Bruxelas, COM). 366.
14. CONSELHO DE MINISTROS. Decreto no 49/2016 de 1 de Novembro (Aprova o
Regulamento de Empreendimentos Turísticos, Restauração, Bebidas e Salas de Dança).
Publicado no Boletim da Republica no 130. I Serie. 26 de Julho de 2016.

15. CONSELHO DE MINISTROS. Decreto no 53/2008 de 30 de Dezembro (Aprova o


Regulamento de Construção e Manutenção de Dispositivos Técnicos De Acessibilidade,
Circulação E Utilização Dos Sistemas Dos Serviços Públicos, à Pessoa Portadora de
Deficiência ou Mobilidade Condicionada). Publicado em Maputo, 30 de Dezembro de 2008.

16. CORIOLANO, Luzia Neide Menezes Texeira (org) (1998).Turismo com ética. Fortaleza:
UECE.

17. DEVILE, E. (2009). O desenvolvimento do Turismo Acessível: dos argumentos sociais aos
argumentos de Mercado. Revista Turismo & Desenvolvimento Nº11 , 39-46.

18. DIALOGO, UENOYAMA, ROSANGELA, HarueSakurai (2006). Desenvolvimento do


Turismo com Responsabilidade Social. Brasil

19. EUROPEAN NETWORK OF ACCESSIBLE TOURISM – ENAT (2009). Services and


facilities for accessible tourism in Europe. Disponível em:
http://www.accessibletourism.org/?i=enat.en.who_we_are (acesso em maio 28 de 2019).
20. FALCÃO, Carlos Henrique Porto. (2009). Turismo social. In BARROS, Juarez Correia
Júnior (org.). Empreendedorismo, trabalho e qualidade de vida na terceira idade. 1ed. São
Paulo: Edicon. p.117- 140.

21. GIL, A. C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social.5ª ed. São Paulo: Atlas SA.
22. GIL, António Carlos﴾ 2002﴿. Como elaborar projectos de pesquisa. 4. ed. - São Paulo :Atlas.
23. GIL,A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social, 6ª ed. São Paulo: Atlas SA.
31

24. GODOY, A. S. (1995). Introdução a pesquisa qualitativa e suas possibilidades. In: Revista
de Administração de Empresas. São Paulo: v.35, n.2, p. 57-63,
25. GUIMARÃES, Marcelo Pinto (2007). Arquiteturas Sem Barreiras: notas de aulas na
disciplina da Escola de Arquitetura da UFMG. Belo Horizonte

26. JUNG, C. (2009). Metodologia Científica e Tecnológica. Módulo 2 – Hipótese, Modelo,


Achado, Teoria e Lei. Brasil.
27. KAUFMAN, C. (1995). Shop ’til you drop: tales from a physically challenged shopper.
Journal of Consumer Marketing, v. 12, n. 3, p. 39-55.

28. KOWARICK, Lúcio (2003). Sobre a vulnerabilidade sócio-econômica e civil – Estados


Uni‑dos, França e Brasil, Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 18, n. 51, p.
61‑85.

29. KRIPPENDORF, Jost. Sociologia do Turismo: para uma nova compreensão do lazer e das
viagens. 3. ed. São Paulo: Aleph, 2001.
30. LILIANA; GRUNEWALD, Luis. (2003). Recreação e Educação para todos. Caxias do Sul:
Educs.
31. LOCKWOOD, Andrew; MEDLIK, S. Turismo e Hospitalidade no século XXI. Barueri, SP:
Manole, p. 309-322.
32. LOPES, Rita Alexandra Azevedo (2017). O Turismo de Aventura Acessível: Análise da oferta
na Região Centro de Portugal. Tese de Mestrado (Gestão Turística). Escola Superior de
Tecnologia e Gestão de Viseu.
33.
34. LOURENÇO, Alex Guimaraes; SCHRODER, Deborah de Souza (2003). Responsabiliade
social das empresas a contribuição das Universidades. São Paulo: Peiropólis: Instituto Ethos.
35. MATTAR, Faunze (2001). Pesquisa de Marketing. Metodologia – Panejamento - Execução e
analise. Editora Elseiver.
36. MELO NETO, F.; FRÓES, C. Empreendedorismo social: a transição para a sociedade
sustentável. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002. ORGANIZAÇÃO PAN-
37. MORAES, Claudia Correa de Almeida (2004). Responsabilidade Social: Turismo e Meio
Ambiente- Estudo Caso: Guia Philips do Brasil. In: BAHL, Miguel. Turismo com
Responsabilidade social. São Paulo: Roca.
32

38. OLIVEIRA, Maxwell Ferreira de (2011). Metodologia científica: um manual para a


realização de pesquisas em Administração. /Catalão: UFG.72 p.

39. Organização Mundial de Saúde – OMS (2004). Classificação de Funcionalidade, Incapacidade e


Saúde - CIF. Direcção-Geral de Saúde. Lisboa.
40. ORLANDI, S. C. (2003). Percepção do portador de deficiência física com relação à
qualidade dos espaços de circulação urbana. 2003. 150 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Urbana) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos.

41. RODRIGUEZ, Sérgio (2015). Curso de Programação de roteiros inovadores. Rio de


Janeiro: Sesc Nacional, Jul.

42. RUA, Maria das Graças (2006). Turismo e Políticas de Inclusão. In: brasil - Ministério do
Turismo. Turismo social: Seminário Diálogos do Turismo - Uma Viagem de Inclusão.
Instituto Brasileiro de Administração Municipal – Rio de Janeiro: IBAM.
43. SASSAKI, Romeu Kazumi. (2003). Inclusão no lazer e turismo: em busca da qualidade de
vida. São Paulo.
44. SASSAKI, Romeu Kazumi (1997). Inclusão:Construindo uma sociedade para todos. 5. ed.
Rio de Janeiro: WVA,
45. TRINDADE, Maria Nazaré. (2004). A pessoa portadora de deficiência como turista. IN:
RT&D –Revista Turismo & Desenvolvimento. Vol. 1. n.1. Lisboa: Editorial Notícias.

46. UNITED NATIONS. (1983).Programme of Action Conceming Disabled Persons. Nova


York.
47. World Tourism Organization UNWTO/OMT (2005), Tourism 2020 vision,
http://www.unwto.org/-facts/eng/vision.htm (consultadoem 28 de maio de 2019).
33
Apêndices
Apêndice A – Ilustração de Corrimões e Rampas nos Empreendimentos Turísticos do MI

Fig 7 e 8 – Corrimão e Rampa que dá acesso aos quartos e Piscina do Hotel Casa do Capitão
Fonte: A autora (2020)

Fig 9 – Rampae Corrimão que dá acesso aos quartos, recepção e restaurante no SentidosBeachRetreat
Fonte: A autora (2020)
APÊNDICE C – Empreendimentos Turísticos da Cidade de Inhambane, Tofo e Barra onde foi realizada a entrevista

No/Ord Designação Serviços Localização Data da pesquisa


01 Hotel Casa do Capitão Alojamento e Restauração Cidade de Inhambane 20/12/2019
02 Fatima’s Nest Alojamento e Restauração Praia de Tofo 27/12/2020
03 Manguela Light Alojamento e Restauração Cidade de Inhambane 06/01/2020
04 Barra 5 Alojamento Praia da Barra 10/01/2020
05 Casa Jensen Alojamento e Restauração Cidade de Inhambane 23/12/2019
06 Nhelendzi Alojamento e eventos Cidade de Inhambane 06/01/2020
07 Hotel Inhambane Alojamento Cidade de Inhambane 20/12/2020
08 Anda Ca Lodge Alojamento, Restauração e Bar Praia da Barra 10/01/2020
09 Hotel Tofo Mar Alojamento e Restauração Praia de Tofo 05/01/2020
10 Vista do Mar Lodge Alojamento e Restauração Praia da Barra 10/01/2020
11 Wagaya Barra Beach Inhambane Alojamento Praia da Barra 10/01/2020
12 Sentidos Beach Retreat Alojamento, Restauração e Bar Praia da Barra 10/01/2020
13 Bama Breeze Alojamento Praia da Barra 10/01/2020
14 Liquid Adventure Alojamento e Restauração Praia de Tofo 05/01/2020
15 Casa Barry Alojamento e Restauração Praia de Tofo 05/01/2020
16 Wayani Pariango Beach Motel Alojamento Praia de Tofo 27/12/2019
17 Paraiso Massiney Alojamento e Restauração Praia de Tofo 05/01/2020
Apêndice D - Guião De Entrevista Para Empreendimentos Turísticos

Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Inhambane

O presente guião de entrevista vem no âmbito da elaboração da monografia de conclusão do


curso de Informação Turística, cujo tema é Turismo e Inclusão Social, um Estudo de Caso Sobre
os Empreendimentos Turísticos do Município de Inhambane. Os dados serão utilizados apenas
para fins deste trabalho, garantindo-se o sigilo da informação. Agradece-se a vossa
disponibilidade.

Designação do estabelecimento:____________________________________________________
Serviços prestados: ______________________________________________________________
Localização:____________________________________________________________________

1. Que condições foram criadas para facilitar o acesso de pessoas com deficiência motora no
empreendimento?
2. Os trabalhadores possuem alguma formação para atender a turistas com deficiência motora?
3. Quais são as medidas adoptadas para a preparação de trabalhadores para melhorar a recepção
de turistas com deficiência motora?
4. Que medidas foram adoptadas no empreendimento turísticos para potenciar a acessibilidade
de pessoas com deficiência motora no consumo dos serviços?
5. Qual é a relação entre as condições criadas no empreendimento com o fluxo de pessoas com
deficiência motora?
6. Como tem sido o tratamento de pessoas com deficiência motora durante a estadia?
7. Quais as recomendações dos turistas com deficiência motora, em relação ao atendimento e
condições de acessibilidade no estabelecimento?
8. Quais são os desafios dos empreendimentos para receber pessoas com deficiência motora?
Apêndice H: Guião de Observação

Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Inhambane

1. Os compartimentos que possuem acessibilidade para pessoas com deficiência são previstos no
Decreto n°53/2008 de 30 de Dezembro. a) Sim ____ b) Não ____
2. As condições de acesso aos empreendimentos para pessoas com deficiência, foram cumpridas
devidamente as obrigações estabelecidas pelo Decreto n°53/ 2008 de 30 de Dezembro.
Nome do empreendimento Condições de Acessibilidade

3. No empreendimento existem equipamentos para o acesso de turistas com deficiência motora:

Nível de acessibilidade Descrição Sim Não


O empreendimento cumpre com todas as
Nível 1: Acessibilidade total normas de acessibilidade para as pessoas com
deficiência motora, incluindo aqueles em
cadeiras de rodas ou com uso limitado de seus
membros superiores.
Empreendimento é acessível para pessoas em
Nível 2: Acessibilidade parcial cadeiras de rodas independentes, com
algumas restrições.
Nível 3: O empreendimento é acessível para pessoas
Reduzida acessibilidade com mobilidade condicionada que são
capazes de andar.

Você também pode gostar