5509 20233 1 SM
5509 20233 1 SM
5509 20233 1 SM
163
SÚMULA N. 163
Referências:
CF/1988, arts. 155, I, b, § 2º, IX, b, e 156, IV.
Decreto-Lei n. 406/1968, arts. 1º, III, e 8º §§ 1º e 2º.
Decreto-Lei n. 834/1969.
Precedentes:
AgRg no Ag 65.932-RJ (2ª T, 07.08.1995 – DJ 11.12.1995)
EREsp 24.193-SP (1ª S, 13.12.1994 – DJ 20.02.1995)
EREsp 38.315-RS (1ª S, 13.12.1994 – DJ 13.02.1995)
EREsp 45.407-SP (1ª S, 27.09.1994 – DJ 17.10.1994)
REsp 26.082-SP (1ª T, 04.10.1995 – DJ 30.10.1995)
REsp 45.576-SP (2ª T, 21.11.1994 – DJ 19.12.1994)
REsp 61.355-SP (2ª T, 02.10.1995 – DJ 13.11.1995)
REsp 61.771-PR (1ª T, 17.04.1995 – DJ 29.05.1995)
EMENTA
ACÓRDÃO
DJ 11.12.1995
RELATÓRIO
Inviável o REsp, nego seguimento ao agravo ex-vi do art. 34, XVIII, do RISTJ. (fl.
227)
(...)
O agravo de instrumento da ora agravante deve ser conhecido e provido,
porque, ao contrário do despacho que inadmitiu o recurso especial e da decisão
agravada, o acórdão recorrido ofendeu ao art. 97, IV, do CTN e validou lei local
em face deste dispositivo, que impunha a necessidade de que a lei estadual
estabelecesse a base de cálculo do ICM para a hipótese do fornecimento de
alimentação em bares e restaurante distinguindo do valor do fornecimento o
valor do serviço prestado, na medida em que, o ICMS não poderia incidir sobre
o “... valor total ...” da operação quando houvesse fornecimento de mercadoria
com prestação de serviço não sujeito ao ISS, e não tendo o art. 8°, § 2°, do DL
n. 406/1968, com a redação do DL n. 834/1969, autorizado expressamente a
382
SÚMULAS - PRECEDENTES
incidência do ICM sobre o valor total da operação, mas tão-somente sobre o valor
do fornecimento de mercadoria, fazia-se indispensável a referida distinção em lei
estadual. (fls. 232-233)
VOTO
EMENTA
ACÓRDÃO
DJ 20.02.1995
384
SÚMULAS - PRECEDENTES
RELATÓRIO
VOTO
386
SÚMULAS - PRECEDENTES
Art. 23. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
(...)
II - operações relativas à circulação de mercadorias, realizadas por produtores,
industriais e comerciantes, impostos que não serão cumulativos e dos quais se
abaterá, nos termos do disposto em lei complementar, o montante cobrado nas
anteriores pelo mesmo ou por outro Estado.
388
SÚMULAS - PRECEDENTES
Desta forma estão sujeitos ao ISS serviços de qualquer natureza desde que
def inidos em lei complementar (à exceção dos de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação, que são os previstos na alínea b do inciso I do
artigo 155).
390
SÚMULAS - PRECEDENTES
Em consonância com o artigo 155, § 2°, inciso IX, alínea b, CF, está o
§ 2° do artigo 8° do Decreto-Lei n. 406/1968, com a redação conferida pelo
Decreto-Lei n. 834/1969, cujo teor vale repetir:
392
SÚMULAS - PRECEDENTES
394
SÚMULAS - PRECEDENTES
396
SÚMULAS - PRECEDENTES
EMENTA
398
SÚMULAS - PRECEDENTES
ACÓRDÃO
DJ 13.02.1995
RELATÓRIO
VOTO
Agravo regimental. Prazo. Lei n. 8.038/1990. Art. 28, parágrafo 5º e art. 39. RISTJ,
art. 258.
I - O prazo para o agravo regimental no STJ é de cinco dias. É prazo assinado
por lei especial que o denomina simplesmente agravo, não sendo aplicada a
regra geral do CPC, que confere prazo em dobro para a Fazenda Pública - Lei n.
8.038/1990, art. 28, parágrafo 5º, e art. 39, c.c. art. 258, do RISTJ.
II - A própria Lei n. 8.038/1990, art. 42, renumera os recursos possíveis no CPC,
donde ela mesma excluiu o regimental do rol dos recursos.
- Agravo não conhecido. (RSTJ, 42/17)
400
SÚMULAS - PRECEDENTES
VOTO
Pedi vista dos autos para rever meu posicionamento, em face de recentes
decisões da Suprema Corte postas na legalidade da exigência tributária em
questão, pouco importando se o fato gerador ocorreu sob a vigência da Lei n.
5.867/1987 ou da atual n. 6.374/1989.
Dispenso-me das considerações que em inúmeros casos expendi sobre a
matéria, por isso que condensada a jurisprudência da Casa até recentemente
no sentido de que a lei estadual deve fixar a base de cálculo da exação em
apreço, distinguindo a prestação de serviço do fornecimento da mercadoria.
Tal orientação alcançava tanto as operações realizadas sob a vigência da Lei n.
5.867/1987 como da de n. 6.374/1989.
Todavia, a Colenda Suprema Corte, revendo sua jurisprudência anterior,
fixou tratamento exegético sobre a matéria considerando legítima a incidência
tributária em questão, conforme enfatiza o pronunciamento do eminente relator,
do qual colho os seguintes tópicos, verbis:
402
SÚMULAS - PRECEDENTES
404
SÚMULAS - PRECEDENTES
EMENTA
406
SÚMULAS - PRECEDENTES
ACÓRDÃO
DJ 17.10.1994
RELATÓRIO
VOTO
408
SÚMULAS - PRECEDENTES
A quesília gira em torno da validade das leis estaduais, sobre concluir-se pela
legitimidade ou não da cobrança do ICM relativo ao fornecimento de alimentação
e bebidas em bares e restaurantes e quejandos, tomando-se como base de
cálculo, para a incidência daquele tributo, o montante da operação, ou seja,
o somatório compreensivo do fornecimento das mercadorias (embora estas
sejam consumidas no local), com a prestação de serviços, ou, por outro lado,
se, em face da lei (Decreto-Lei n. 406/1968, artigo 8º e CTN, artigo 9º, I e 97, IV),
faz-se necessária a distinção, através de lei específica, entre o fornecimento da
mercadoria e a prestação de serviços - separando o que é do Estado do tributo
que pertence ao Município.
Efetivamente, durante muitos lustros proclamou-se nos Tribunais, que, ao
se firmar a jurisprudência cristalizada na Súmula n. 574 do STF, no sentido de
que, sem lei estadual que a estabeleça, é ilegítima a cobrança do ICM sobre o
fornecimento de alimentação e bebidas em restaurante ou estabelecimento
similar, já se colocava como principal fundamento dessa orientação (prevalecente
durante muito tempo), o que de conceito de saída de mercadorias como fato
gerador do tributo estadual não abrange o de fornecimento para consumo
imediato, como se faz nos bares e quejandos, ainda que, no conceito genérico,
esse fornecimento configure circulação de mercadoria (artigo 1º, I, do Decreto-Lei
n. 406/1968). Daí, tornou-se imprescindível, como assentaram os Tribunais, que,
desde que tal fornecimento não implicava em saída efetiva da mercadoria, posto
que esta era consumida no próprio estabelecimento, fosse a hipótese de exação
expressamente contemplada pelo legislador estadual. Ocorre que, nem a lei
federal (Decreto-Lei n. 406/1968), nem a estadual definiram a base de cálculo que
corresponderia àquela relativa à saída da mercadoria.
A partir daí, dessa omissão, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
(RE n. 100.563-RTJ, 109/1.211) firmou-se no sentido de que: “a lei estadual
deve distinguir o preço dos serviços do das mercadorias, erigido este em base
de cálculo do ICM. A ausência da legislação neste sentido torna impossível a
cobrança do mencionado tributo. São inumeráveis os Arestos da Suprema Corte
neste sentido (RTJ, vol. 114/696; 115/368; 116/838; 117/427; 118/292; 119/289).
A tese predominante era a de que o imposto (ICM), há de ter por base, apenas, a
mercadoria fornecida, abstraídos do valor os serviços necessários para a devida
execução (DJ de 26.06.1989).
Enveredando por esta interpretação, é que o Superior Tribunal de Justiça
construiu seu entendimento, sendo um dos precursores o Ministro Antônio de
Pádua Ribeiro, no REsp n. 11.460, a averbar: “Se a lei não distingue, em sua base
de cálculo, o fornecimento de mercadoria e a prestação de serviços, é ilegítima a
cobrança do ICM.”
Ressalte-se, como se afirmou, que o entendimento perfilhado pelo STJ foi
inspirado na jurisprudência pacífica e predominante na Excelsa Corte, sobre a
matéria.
Ocorre que, já por influência do sistema tributário preconizado na atual
Constituição, o STF mudou a sua jurisprudência e já no julgamento do RE n.
144.795-SP (DJ de 12.11.1993) proclamou “a plena validade constitucional da
legislação paulista, acerca dessa matéria e, especificamente da Lei n. 6.374/1989
e, em consequência, reconheceu como legítima a incidência a exação em causa.”
Com efeito, dispõe o artigo 8º do Decreto-Lei n. 406/1968, “que o imposto
sobre serviços de qualquer natureza é da competência dos Municípios”. E, no § 1º,
prevê, “que os serviços incluídos na lista ficam sujeitos apenas ao imposto previsto
neste artigo, ainda que sua prestação envolva o fornecimento de mercadorias.”
Por sua vez, preconiza o § 2º, “que o fornecimento de mercadorias, com prestação
de serviços não especificados na lista, fica sujeito ao imposto sobre circulação
de mercadorias.” Isso significa que no fornecimento de mercadorias em bares,
restaurantes e similares, uma vez que a prestação de serviços correlata não está
especificada na lista, o imposto a incidir é o ICM (artigo 8º, § 2º, do Decreto-Lei n.
406/1968). E a base de cálculo do tributo é o valor da operação, isto é, o total que
o contribuinte dispendeu com o fornecimento das mercadorias, mais a prestação
de serviços (Decreto-Lei n. 406/1968, artigo 2º, inciso I).
Nessa linha de raciocínio, já antes era legítima a cobrança do ICM sobre o
fornecimento de alimentos e bebidas, em bares, restaurantes e quejandos, pelos
Estados-Membros. Ao proferir decisão no RE n. 172.018-2-SP, em que faz remissão
à jurisprudência, hoje, predominante naquela Corte Suprema, escreveu o Ministro
Celso de Mello: “O fornecimento de alimentação e bebidas, para consumo no
próprio estabelecimento, casos de restaurantes, bares, boates, etc., compreende-
se na hipótese de mercadoria fornecida com prestação de serviços. Pelo singelo
motivo de que não se acham relacionados em lei complementar, como exigido
pela Constituição (artigo 156, IV) os serviços envolvidos na operação, prestados
por cozinheiros, maitres e garçons, estão sujeitos ao ICMS (RE n. 144.795-SP). A
precisão constante do artigo 155, § 2º, IX, b, da Carta Política constitucionalizou
a norma inscrita no artigo 8º, § 2º do Decreto-Lei n. 406/1968, que, revestido
de força e eficácia de lei complementar, consoante atesta a doutrina, submete
ao âmbito de incidência do tributo estadual em causa, o fornecimento de
mercadorias com prestação de serviços, desde que, não especificados estes na
lista anexa ao Decreto mencionado” (DJ de 22.02.1994).
A circunstância de o Decreto-Lei n. 406/1968, como proclamou o STF (RE
n. 129.877-4), não contemplar, na lista que lhe é anexa, os serviços prestados
no fornecimento de alimentação e bebidas em restaurantes e bares, cafés e
410
SÚMULAS - PRECEDENTES
EMENTA
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas: decide
a egrégia Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade,
negar provimento ao recurso, na forma do relatório e notas taquigráficas constantes
dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Participaram
do julgamento os Srs. Ministros Cesar Asfor Rocha, José de Jesus Filho,
Demócrito Reinaldo e Humberto Gomes de Barros. Presidiu o julgamento o Sr.
Ministro Demócrito Reinaldo.
Custas, como de lei.
Brasília (DF), 04 de outubro de 1995 (data do julgamento).
Ministro Demócrito Reinaldo, Presidente
Ministro Milton Luiz Pereira, Relator
DJ 30.10.1995
RELATÓRIO
412
SÚMULAS - PRECEDENTES
VOTO
414
SÚMULAS - PRECEDENTES
omissis
De outro lado, e no que concerne especificamente à definição da base
imponível da espécie tributária em questão, impende ressaltar a circunstância
e a Lei Paulista n. 6.374/1989 e o Convênio ICM n. 66/88 guardarem plena
conformidade hierárquico-normativa com o preceito inscrito no art. 155, § 2°,
IX, b, da Carta Política, que autoriza a incidência de ICMS, uma vez editada a
competente lei ordinária estadual, “sobre o valor total da operação, quando
mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência
tributária dos Municípios.”
Vê-se, pois, que a regra de competência impositiva inscrita no art. 155, I, b,
da Constituição - que autoriza o Estado-membro a instituir o ICMS - deve ser
interpretada em função do que também prescreve a norma consubstanciada
no art. 155, § 2°, IX, b, do Estatuto Fundamental, que legitima a incidência dessa
espécie tributária sobre operações relativas à circulação jurídica de mercadorias
fornecidas “com serviços não compreendidos na competência tributária dos
Municípios”.
416
SÚMULAS - PRECEDENTES
(...)
III - o fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias em
restaurantes, bares, cafés e estabelecimentos similares.
Desta forma estão sujeitos ao ISS serviços de qualquer natureza desde que
definidos em lei complementar (à exceção dos de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação, que são os previstos na alínea b do inciso I do
artigo 155).
Tem-se a contrario senso, que serviços não definidos na referida lei
complementar, estão fora da incidência do ISS. Estariam também excluídos da
competência municipal?
A rigor, a não previsão na lei complementar afasta apenas a exigibilidade do
imposto, mas não a competência municipal para cobrá-lo, porque, a qualquer
momento, pode a União, mediante Lei Complementar, vir a editar nova Lista de
Serviços ou mesmo incluir na já existente outros serviços.
A mera possibilidade, contemplada em hipotético raciocínio, não é suficiente
para materializar a competência, vez que requisito necessário à sua existência é a
sua definição. Assim, somente são sujeitos à competência tributária municipal os
serviços taxativa e expressamente elencados no parâmetro federal.
Cumpre, pois, examinar a legislação como ela se apresenta, observando-se
suas específicas definições, e não como ela poderia vir a se apresentar.
Instalado o novo Sistema Tributário Nacional, decorridos os cinco meses da
promulgação da Carta Magna de 1988 - artigo 34, caput, do ADCT -, celebrou·se,
na ausência da Lei Complementar necessária à instituição do ICMS, de acordo
com a previsão contida no § 8° do último referido artigo, o Convênio n. 66, de 14
de dezembro de 1988, publicado no DOU em 16.12.1988, estabelecendo normas
provisórias destinadas a regular a instituição do ICMS, prevendo, no que pertine:
418
SÚMULAS - PRECEDENTES
(...)
IV - no fornecimento de que trata o inciso VII do artigo 2°, o valor total
da operação, compreendendo o fornecimento da mercadoria e a prestação do
serviço;
Em consonância com o artigo 155, § 2°, inciso IX, alínea b, CF, está o § 2° do
artigo 8° do Decreto-Lei n. 406/1968, com a redação conferida pelo Decreto-Lei n.
834/1969, cujo teor vale repetir:
420
SÚMULAS - PRECEDENTES
ANEXO
EMENTA
422
SÚMULAS - PRECEDENTES
VOTO
Omissis (...).
Ainda que o ICM seja um imposto sabidamente indireto, de sorte a ser, em
regra, repassado no preço de venda ou saída de mercadoria, há de se por em
realce a circunstância de que inexiste, aqui, qualquer comprovante dessa inclusão
e, portanto, do noticiado repasse. De qualquer forma, é iterativo o entendimento
do Supremo Tribunal Federal no sentido da admissibilidade do mandado de
segurança nas condições indicadas.
424
SÚMULAS - PRECEDENTES
426
SÚMULAS - PRECEDENTES
Deve assinalar-se que essa orientação foi também acolhida por esta Seção,
convindo mencionar, como forte adesão, desde o EREsp n. 1.313-SP - Rel.
Min. Carlos Velloso, assim ementado:
428
SÚMULAS - PRECEDENTES
respeito da incidência do art. 153, parágrafo 31, da Lei Maior, objeto do recurso
extraordinário.
Cumpre referir, por último, que, na missão de julgar, mediante recurso especial,
as questões federais de que tratam as alíneas a, b e c do inciso III do art. 105
da Constituição Federal, o Superior Tribunal de Justiça não está impedido,
evidentemente, de apreciar questão constitucional, incidenter tantum, como tema
prévio à aplicação das normas infraconstitucionais.
O controle incidental de constitucionalidade é difuso entre todos os órgãos
do Poder Judiciário, pois se trata de atividade - no dizer de Alfredo Buzaid - co-
natural com a função de interpretar e aplicar o direito em cada caso concreto (Da
ação direta, São Paulo: Saraiva, 1958, p. 39).
Esse pronunciamento declarativo da invalidade ou da ineficácia, restrito à
espécie submetida a julgamento, decorre, de um lado, da Noção de Constituição
rígida e, de outro, da função do Judiciário de pronunciar o direito aplicável ao
caso concreto.
No sistema brasileiro, o direito positivo não atribui a urna instância diversa o
exame e a decisão a respeito do seu conflito entre norma inferior e a Constituição,
cabendo ao próprio órgão judicial competente para a execução da norma a
apreciação de uma legitimidade constitucional. Se existe uma pirâmide de
normas - observa Kelsen -, o sentido de obrigatoriedade da norma e sua aplicação
está na conformidade dela com a norma suprema, de sorte que, no silêncio da lei,
la teoria no puede llegar a otro resultado que este: aquel ha de ejecutar la norma, ha
de examinar y decidir también se es o no una norma regular y, por tanto, ejecutable
(Teoria generale del Estado, Barcelona: Labor, 1934, p. 374-375).
O que não pode o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do recurso
especial, é decidir a questão constitucional suscitada no recurso extraordinário.
Não há, contudo, nenhuma restrição a que aquele Egrégio Tribunal aprecie
matéria constitucional que entender conveniente à própria decisão do recurso
especial (Reclamação n. 324-8-STF - Rel. Min. Carlos Madeira - in DJU de 09.03.1990
- p. 1.607 - apud ob. cit.
Em abono:
430
SÚMULAS - PRECEDENTES
(...)
IX - incidirá também:
a) (...)
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas como
serviços não compreendidos na competência dos Municípios (grifei).
(...) vai dispor sobre a competência dos Municípios no tocante aos serviços de
qualquer natureza para se saber quando houver circulação de mercadoria em
432
SÚMULAS - PRECEDENTES
EMENTA
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide
a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, por maioria, conhecer do
recurso, mas negar-lhe provimento, vencidos os Srs. Ministros Hélio Mosimann
e Antônio de Pádua Ribeiro que dele conheciam e davam parcial provimento,
na forma do relatório e notas taquigráficas constantes dos autos, que ficam
fazendo parte integrante do presente julgado. Participaram do julgamento os
Srs. Ministros Hélio Mosimann, Peçanha Martins, Américo Luz e Antônio de
Pádua Ribeiro.
434
SÚMULAS - PRECEDENTES
DJ 19.12.1994
RELATÓRIO
VOTO
436
SÚMULAS - PRECEDENTES
VOTO-VENCIDO
VOTO-VOGAL
ANEXO
438
SÚMULAS - PRECEDENTES
ACÓRDÃO
RELATÓRIO
Quanto ao fato gerador, o art. 2º, inciso III, da Lei Estadual n. 6.374, de 1º
de março de 1989, está em perfeita consonância com o art. 1º, inciso III, do
Decreto-Lei n. 406, de 31 de dezembro de 1968. No que tange à base de cálculo,
harmoniza-se o art. 24, inciso II, da Lei n. 6.374/1989 com o art. 2º, inciso I, do
mesmo diploma nacional, hospedado pela atual Constituição Federal (art. 34, §
5º, dos ADCT).
440
SÚMULAS - PRECEDENTES
VOTO
Art. 23. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
(...)
II - operações relativas à circulação de mercadorias, realizadas por produtores,
industriais e comerciantes, impostos que não serão cumulativos e dos quais se
abaterá, nos termos do disposto em lei complementar, o montante cobrado nas
anteriores pelo mesmo ou outro Estado.
442
SÚMULAS - PRECEDENTES
(...)
444
SÚMULAS - PRECEDENTES
EMENTA
ACÓRDÃO
DJ 13.11.1995
RELATÓRIO
O Sr. Ministro Antônio de Pádua Ribeiro: - Decidiu o v. acórdão do
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, ao julgar, em grau de
embargos infringentes, embargos opostos à execução fiscal, para cobrança
de crédito tributário, relativo a ICMS, cujos fatos geradores ocorreram sob
a égide da atual Constituição Federal, que é indevido o ICMS sobre o valor
total da operação, sem distinguir entre o preço da mercadoria e o do serviço de
fornecimento de alimentação e bebidas em bares e restaurantes.
Alega a Fazenda do Estado de São Paulo, em recurso especial, com
fundamento na letra a do permissivo constitucional, ofensa ao art. 8°, § 2°, do
Decreto-Lei n. 406/1968.
Contra-arrazoado (fls. 167-185), o recurso, cujo processamento foi
admitido (fls. 187-188), subiram os autos a esta Corte, onde me vieram
distribuídos.
É o relatório.
VOTO
O Sr. Ministro Antônio de Pádua Ribeiro (Relator): - O caso, segundo
assinalei no relatório, apresenta peculiaridade: diz respeito à legitimidade
446
SÚMULAS - PRECEDENTES
Art. 23. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
(...)
II - operações relativas à circulação de mercadorias, realizadas por produtores,
industriais e comerciantes, impostos que não serão cumulativos e dos quais se
abaterá, nos termos do disposto em lei complementar, o montante cobrado nas
anteriores pelo mesmo ou outro Estado.
(...)
§ 2° - O imposto previsto no inciso I, b, atenderá ao seguinte:
(...)
IX - incidirá também:
(...)
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com
serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios.
448
SÚMULAS - PRECEDENTES
RETIFICAÇÃO DE DECISÃO
450
SÚMULAS - PRECEDENTES
EMENTA
ACÓRDÃO
DJ 29.05.1995
RELATÓRIO
VOTO
452
SÚMULAS - PRECEDENTES
Como não foi ainda editada a lei complementar de que fala o dispositivo
constitucional citado, houve a recepção do Decreto-Lei Federal n. 406/1968
que, como vimos, previu a base de cálculo para a hipótese em exame.
Se é o próprio Decreto-Lei n. 406/1968 que dá como fato gerador do
ICMS o valor total da operação, incluindo, também, a parte de serviço no
fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias, a legislação do
Estado está autorizada a cobrar ICMS inclusive sobre esta parte de serviço.
Se existe lei estadual estabelecendo a base de cálculo do ICMS, não houve
violação à Súmula n. 574 do STF ou aos artigos 97, IV, e 108, parágrafo 1º do
CTN. No fornecimento de alimentação, bebidas, etc., por restaurantes, bares
e outros estabelecimentos congêneres, existe a saída de mercadorias, pouco
importando se o freguês consome ali no estabelecimento comercial ou em
qualquer outro local. Havendo a circulação de mercadoria, incide o ICMS,
inclusive, sobre a parte de serviço.
Admitir que, na hipótese, os donos de bares, restaurantes e estabelecimentos
similares não estão sujeitos à incidência do ICMS, sobre o fornecimento de
bebidas, alimentação e outras mercadorias congêneres, como a parte de serviços
454
SÚMULAS - PRECEDENTES