5622 20591 1 SM
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196
SÚMULA N. 196
Referências:
CF/1988, art. 5º, LV.
CPC, arts. 9º, II; 598, 621 e 632.
Precedentes:
REsp 9.961-SP (4ª T, 31.10.1991 – DJ 02.12.1991)
REsp 24.254-RJ (2ª T, 06.02.1995 – DJ 13.03.1995)
REsp 27.103-RJ (4ª T, 14.12.1993 – DJ 28.02.1994)
REsp 28.114-RJ (2ª T, 03.03.1997 – DJ 07.04.1997)
REsp 32.623-RJ (3ª T, 04.05.1993 – DJ 31.05.1993)
REsp 35.061-RJ (1ª T, 20.03.1995 – DJ 17.04.1995)
REsp 37.652-RJ (3ª T, 30.09.1993 – DJ 25.10.1993)
REsp 38.662-RJ (4ª T, 29.03.1994 – DJ 09.05.1994)
REsp 56.162-RJ (2ª T, 16.12.1996 – DJ 03.03.1997)
EMENTA
ACÓRDÃO
DJ 02.12.1991
RELATÓRIO
VOTO
192
SÚMULAS - PRECEDENTES
EMENTA
ACÓRDÃO
194
SÚMULAS - PRECEDENTES
DJ 13.03.1995
RELATÓRIO
VOTO
A Constituição Federal, em seu art. 5º, inciso LV, assegura aos litigantes, em
processo judicial ou administrativo, o contraditório e a ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes. O processo de execução não foge à regra, de tal
sorte que ao citado por edital que nele não comparece é dado Curador Especial,
a quem é permitido fazer uso de todos os meios necessários à defesa da parte
postos à sua disposição pela lei. Em precedente desta Eg. Quarta Turma, de que
foi relator o eminente Ministro Athos Carneiro, assentou-se:
196
SÚMULAS - PRECEDENTES
VOTO-VOGAL
EMENTA
ACÓRDÃO
DJ 28.02.1994
RELATÓRIO
Execução.
Embargos do devedor. Ilegitimidade do curador especial para propor ação de
embargos à execução.
198
SÚMULAS - PRECEDENTES
Funcionando o curador especial na hipótese de revel citado por edital não tem
ele legitimidade, senão para oficiar no processo de execução, não a de propor
ação de embargos pelo devedor. Não é o devedor revel porque não “responde” a
execução. Sua citação é para pagar a dívida. (fl. 110).
VOTO
Execução, onde o executado, citado por edital, remanesce revel. Trata-se, segundo
a doutrina, de exigência de defesa do revel pelo curador e tem fundamento no
princípio do contraditório, pois não se sabe se ele - o réu revel - não quis contestar
ou não pôde, ou mesmo não soube da citação.
II - Recurso conhecido pela letra c e provido. (REsp n. 32.623-4-RJ, rel. Min.
Waldemar Zveiter)
200
SÚMULAS - PRECEDENTES
EMENTA
ACÓRDÃO
DJ 07.04.1997
RELATÓRIO
Embargos à execução.
No processo de execução, ao reverso do que ocorre com o de conhecimento, o
devedor é citado para cumprir a obrigação, a teor da regra do art. 652 do digesto
processual, e não para se defender, descabendo por isto, a nomeação de Curador
Especial ao executado, citado por editais, providência restrita às lides cognitivas,
para garantia do direito de defesa.
Ilegitimidade da Curadoria Especial para integrar o polo ativo da ação
incidental de embargos de devedor (fl. 90).
202
SÚMULAS - PRECEDENTES
Alega que o aresto proferido pelo TACIVRJ contrariou os arts. 9°, II, 598 e
745, todos do CPC. Aduz que o acórdão recorrido está em dissonância com a
jurisprudência do STF (RE n. 108.073-MG, relator Ministro Francisco Rezek),
do 1° TACIVSP e do TAMG.
Letra S.A. Crédito Imobiliário apresentou contra-razões.
O recurso especial foi admitido na origem.
O Ministério Público Federal opinou pelo provimento do recurso especial,
em parecer assim ementado:
VOTO
204
SÚMULAS - PRECEDENTES
poderá ser feita pelo oficial após a lavratura do auto de penhora. Outra alternativa
não há, senão a de lançar-se não de outro edital para a intimação.
Só assim a execução poderá ter prosseguimento em seus ulteriores termos,
superado o estágio reservado aos embargos do devedor.
Ao devedor citado fictamente por edital, que não oferecer embargos em tempo útil
ou que não se fizer representar nos autos da execução, será dado curador especial,
nos termos do art. 9º, n. II, já que, também na execução, é configurável a revelia, pelos
menos para efeito da curatela à lide (“Comentários ao Código de Processo Civil”,
Vol. IV, Forense, Rio de Janeiro, 1979, p. 427 e 428) (grifei).
206
SÚMULAS - PRECEDENTES
EMENTA
208
SÚMULAS - PRECEDENTES
ACÓRDÃO
DJ 31.05.1993
RELATÓRIO
VOTO
210
SÚMULAS - PRECEDENTES
O curador, assim, tem a seu cargo a tarefa de defender o réu. Não menos
seguro, contudo, é que por vezes a defesa se desenvolve como contra ataque. A
natureza dos embargos do devedor ilustra essa dimensão do conceito de defesa.
A tese, aliás, é vantajosamente sustentada por José Gomes da Cruz, apoiado
em Pontes de Miranda, Lopes da Costa Araújo Cintra, Ada Grinover e Cândido
Dinamarco (A Curadoria à Lide no Processo de Execução: RT 528/279). Percebe-se
aí o conceito de defesa ligado ao direito que tem o réu de ver consideradas suas
razões no julgamento, sendo os embargos um meio para tanto.
Esse entendimento dos embargos do devedor como procedimento de defesa
foi acolhido no TFR, e tem a sufragá-lo, nesta Casa, o RE n. 94.494, onde se decidiu
serem os honorários a cargo do sucumbente devidos na execução fiscal e não
nos embargos - o que dá maior realce à intimidade do processo incidental com a
execução. Lê-se no voto do Relator, Ministro Cunha Peixoto, que “não há dúvidas
de que, na sistemática do atual Código de Processo Civil, os embargos constituem
uma ação incidental, mas não é menos certo de que funcionam também como
defesa. Assim, não seria curial que o vencido pagasse honorários, não só na ação
principal - execução fiscal -, como na incidental – embargos - que funciona como
defesa” (RTJ 103/330).
O Curador Especial, atuando nos termos do artigo 9º, II, parágrafo único, do
CPC, substitui processualmente a parte revel e citada por editais, e assim pode em
qualquer tempo arguir, em proveito desta, a prescrição de direitos patrimoniais.
VOTO
(AG n. 46.897-GO)
212
SÚMULAS - PRECEDENTES
vejo, por exemplo, motivo para impedir alegue-se prescrição. Esta não pode ser
conhecida de ofício e, tratando-se de processo de conhecimento, poderá a parte
ter interesse que se examine a questão de fundo. Na execução, entretanto, que
tende à extinção da obrigação pelo seu cumprimento, não há razão para que se
impeça o Curador de argüí-la.
Observe-se, ainda, que a adoção rigorosa de entendimento exposto levaria
a que o Curador nomeado ao incapaz, nas hipóteses do inciso I do artigo 9º,
também não poderia embargar, o que o deixaria com a defesa seriamente
mutilada nas execuções.
Vale assinalar, por outro lado, que existe campo para que o Curador atue
utilmente, mesmo não oferecendo embargos. No processamento da execução,
poderá propugnar para que esta obedeça estritamente os limites legais, jungida
ao título e do modo menos oneroso ao devedor. Certo que zelar por isso já é
dever do Juiz que, para tanto, não carece de provocação da parte. Não se afasta,
entretanto, a conveniência da atuação. E esta torna-se especialmente importante
quando se cogite de interposição de recurso. Se eventualmente o magistrado
tiver, sobre determinado tema, entendimento contrário aos interesses do devedor
e em conflito com o dominante na jurisprudência, só mediante o recurso aquele
será resguardado. Recurso impossível se não existir Curador. Não é bem exato, em
verdade, que o contraditório condicione-se ao oferecimento de embargos.
Terminando, não é despiciendo assinalar que a lei preocupa-se com este
contraditório, tanto que cogita de suspendê-lo quando o devedor persevera na
prática de atos tidos como atentatórios à dignidade da justiça (CPC, art. 601).
Por todo o exposto, tenho como impositiva a presença do Curador quando,
citado o executado por edital, abstenha-se de atender a esta convocação.
Nego provimento ao agravo.
214
SÚMULAS - PRECEDENTES
EMENTA
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas: Decide
a egrégia Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, dar
provimento ao recurso, na forma do relatório e notas taquigráficas constantes dos
autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Participaram
do julgamento os Srs. Ministros Cesar Asfor Rocha, Demócrito Reinaldo e
Humberto Gomes de Barros. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Garcia
Vieira. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Demócrito Reinaldo.
Custas, como de lei.
Brasília (DF), 20 de março de 1995 (data do julgamento).
Ministro Demócrito Reinaldo, Presidente
Ministro Milton Luiz Pereira, Relator
DJ 17.04.1995
RELATÓRIO
O Sr. Ministro Milton Luiz Pereira: Por maioria, a colenda Sexta Câmara
do Tribunal de Alçada Cível do Estado do Rio de Janeiro improveu Apelação
Cível, nos termos da ementa, in verbis:
216
SÚMULAS - PRECEDENTES
É o relatório.
VOTO
Presentes os seus requisitos, o recurso merece ser conhecido (art. 105, III,
c, CF).
Aberto o pórtico para o exame, sublinha-se tormentosa questão jurídica,
amiúde, enfrentada pela doutrina e Tribunais, consubstanciando julgados
divergentes quanto à necessidade, ou não, de Curador Especial para o devedor
revel no processo de execução.
Enfrentando o tema, com objetividade e erudição, o eminente
Desembargador Gil Trotta Telles, do Tribunal de Justiça do Paraná, posicionando-
se contrariamente, comentou:
Omissis
De notar-se, inicialmente, que não é a qualquer réu citado por edital ou com
hora certa que caberá dar curador especial, mas somente ao revel citado por essas
formas.
a) não há revelia;
b) a execução, na espécie, é definitiva, e, assim, não hão de se lhe opor
óbices, salvo os indiscutíveis;
c) o curador especial contesta (art. 302, parágrafo único) e não propõe
ações (embargos do devedor);
d) se se pode contestar por negação geral, não se pode propor ações
com fatos constitutivos indiscriminados (in Rev. Assoc. dos Magistrados do
218
SÚMULAS - PRECEDENTES
O Curador Especial, atuando nos termos do artigo 9º, II, parágrafo único, do
CPC, substitui processualmente a parte revel e citada por editais, e assim pode em
qualquer tempo argüir em proveito desta, a prescrição de direitos patrimoniais.
220
SÚMULAS - PRECEDENTES
320 afastem-se expressamente os efeitos cominados no artigo 320, nem por isso
deixa de ser cogente a presença do Curador.
Afirma-se, ainda, a impossibilidade jurídica ou pelo menos a inviabilidade de
o curador propor uma ação em nome de outrem ou como substituto deste. A
objeção não tem, em verdade, a força que aparenta.
Como regra geral, ninguém poderá demandar em nome alheio. O titular do
direito dele dispõe e só estará em Juízo se entender conveniente. Ademais, a
propositura da ação significa colocar de algum modo em risco o bem jurídico,
eis que enseja a possibilidade de formação da coisa julgada contrariamente ao
direito afirmado. Tais colocações facilmente se afastam tratando-se de embargos
do executado. Por seu meio, pretende-se apenas desconstituir o título executivo,
sendo aceitável que deduza o Curador a matéria possível que não envolva arriscar
direito que o executado pudesse pessoalmente defender em outra demanda.
Claro que serão escassos os temas; não significa entretanto que inexistam. Não
vejo, por exemplo, motivo para impedir alegue-se prescrição. Esta não pode ser
conhecida de ofício e, tratando-se de processo de conhecimento, poderá a parte
ter interesse que se examine a questão de fundo. Na execução, entretanto, que
tende à extinção da obrigação pelo seu cumprimento, não há razão para que se
impeça o Curador de argüí-la.
Observe-se, ainda, que a adoção rigorosa de entendimento exposto levaria
a que o Curador nomeado ao incapaz, nas hipóteses do inciso I do artigo 9º,
também não poderia embargar, o que o deixaria com a defesa seriamente
mutilada nas execuções.
Vale assinalar, por outro lado, que existe campo para que o Curador atue
utilmente, mesmo não oferecendo embargos. No processamento da execução,
poderá propugnar para que esta obedeça estritamente os limites legais, jungida
ao título e do modo menos oneroso ao devedor. Certo que zelar por isso já é
dever do Juiz que, para tanto, não carece de provocação da parte. Não se afasta,
entretanto, a conveniência da atuação. E esta torna-se especialmente importante
quando se cogite de interposição de recurso. Se eventualmente o magistrado
tiver, sobre determinado tema, entendimento contrário aos interesses do devedor
e em conflito com o dominante na jurisprudência, só mediante o recurso aquele
será resguardado. Recurso impossível se não existir curador. Não é bem exato, em
verdade, que o contraditório condicione-se ao oferecimento de embargos.
Terminando, não é despiciendo assinalar que a lei preocupa-se com este
contraditório, tanto que cogita de suspendê-lo quando o devedor persevera na
prática de atos tidos como atentatórios à dignidade da justiça (CPC, art. 601).
Por todo o exposto, tenho como impositiva a presença do curador quando,
citado o executado por edital, abstenha-se de atender a esta convocação.
222
SÚMULAS - PRECEDENTES
acordo com o direito material” (ob. cit., p. 100). Certo ainda que, como ensinam os
expoentes mais autorizados do Direito Processual, o contraditório traduz a ciência
dos atos do processo pelas partes, e a possibilidade de reação a eles, é quando
menos insegura a idéia de que o princípio não opera no processo de execução.
224
SÚMULAS - PRECEDENTES
EMENTA
ACÓRDÃO
DJ 25.10.1993
RELATÓRIO
VOTO
226
SÚMULAS - PRECEDENTES
EMENTA
ACÓRDÃO
228
SÚMULAS - PRECEDENTES
do voto do Sr. Ministro Relator. Votaram com o Relator os Srs. Ministros Dias
Trindade, convocado nos termos do art. 1º da Emenda Regimental n. 3/1993,
Fontes de Alencar, Sálvio de Figueiredo e Barros Monteiro.
Brasília (DF), 29 de março de 1994 (data do julgamento).
Ministro Fontes de Alencar, Presidente
Ministro Antonio Torreão Braz, Relator
DJ 09.05.1994
RELATÓRIO
VOTO
Ao curador incumbe velar pelo interesse da parte tutelada, no que diz respeito
à regularidade de todos os atos processuais, cabendo-lhe ampla defesa dos
direitos da parte representada, e podendo, até mesmo, produzir atos de resposta
como a contestação, a execução e a reconvenção, se encontrar elementos para
tanto, pois a função da curatela especial dá-lhe poderes de representação legal da
parte, em tudo que diga respeito ao processo e à lide nele debatida.
EMENTA
230
SÚMULAS - PRECEDENTES
ACÓRDÃO
DJ 03.03.1997
RELATÓRIO
pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado pela lei.
Desprovimento dos embargos (fls. 90-91).
VOTO
O inciso II, do art. 9°, do Código de Processo Civil, menciona que o juiz dará
curador especial ao réu preso, bem como ao revel citado por edital ou em hora
certa. A revelia, como sabemos, é o fenômeno processual que resulta da falta
de contestação e contestação é defesa, resistência do réu à pretensão do autor.
Ocorrendo a revelia, nas hipóteses de a citação se ter efetivado mediante edital
ou em hora certa, impõe-se a nomeação do Curador Especial. Não tem o Curador
Especial legitimação para ajuizar a ação incidental de embargos do devedor,
por inexistir revelia na ação de execução. A finalidade do chamamento do réu
não é para apresentar defesa, mas para pagar no prazo de 24 (vinte e quatro)
horas ou oferecer bens à penhora. Os embargos do devedor são uma ação de
conhecimento, distinta da que se está exercitando no processo de execução, não
sendo, pois, meio de defesa (fls. 92-93).
232