2023.02.17serie Estatistica - 53 3

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 78

GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Romeu Zema Neto


SECRETÁRIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO
Luísa Cardoso Barreto

FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO (FJP)


Presidente
Helger Marra Lopes
Vice-Presidente
Mônica Moreira Esteves Bernardi

DIRETORIA DE ESTATÍSTICA E INFORMAÇÕES (Direi)


Eleonora Cruz Santos (Diretora)
Daniele Oliveira Xavier (Coordenadora-Geral)

Coordenação de Contas Regionais (CCR)


Leonardo Barbosa de Moraes

Equipe Técnica
Glauber Flaviano Silveira
Lívia Cristina Rosa Cruz
Marilene Gontijo Cardoso
Raimundo de Sousa Leal Filho
Thiago Rafael Corrêa de Almeida

Capa
Aline de Faria Pereira

Revisão
Heitor Vasconcelos
Normalização
Graziella Napoli da Terra Cadeira
DIRETORIA DE ESTATÍSTICA E INFORMAÇÕES (Direi)
Coordenação de Contas Regionais (CCR)

Estatística & Informações


Indicadores Econômicos

53

PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS


ano de referência 2020

ISSN: 2595-6132

Belo Horizonte
2023
CONTATOS E INFORMAÇÕES
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO
DIRETORIA DE ESTATÍSTICA E INFORMAÇÕES (DIREI)
Alameda das Acácias, 70
Bairro São Luiz/Pampulha
CEP: 31275-150 - Belo Horizonte - Minas Gerais
Telefones: (31) 3448-9485 e 3448-9580
www.fjp.mg.gov.br
E-mail: [email protected]

Estatística & Informações divulga estudos de uma ou mais pesquisas de autoria institucional. A série está
subdividida em dois grupos: o primeiro, indicadores econômicos; o segundo, demografia e indicadores
sociais.

Sinais convencionais utilizados:


- = Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
.. = Não se aplica dado numérico.
... = Dado numérico não disponível.
0,0 = Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico originalmente
positivo
-0,0 = Dado numérico igual a zero resultante de arredondamento de um dado numérico originalmente
negativo

Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, por qualquer
meio, desde que citada a fonte.

F981p Fundação João Pinheiro. Diretoria de Estatística e Informações


Produto Interno Bruto dos municípios de Minas Gerais: ano de
referência 2020 / Fundação João Pinheiro, Diretoria de Estatística e
Informações. – Belo Horizonte: FJP, 2023.

72 p. – (Estatística & Informações, n. 53)


Inclui bibliografia.
ISSN 2595-6132

1. Produto interno bruto – Minas Gerais – 2020. I. Título. II. Série.

CDU: 339.32 (815.1) “2020”


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

GRÁFICOS:
Gráfico 1: Evolução dos preços internacionais do minério de ferro – Média de 2019 = 100 – Janeiro
de 2019-dezembro de 2020 ................................................................................................................14
Gráfico 2: Participação percentual das atividades econômicas no Valor Adicionado Bruto (VAB) –
Minas Gerais – 2010-2020 ..................................................................................................................18
Gráfico 3: Participação percentual dos dez municípios de maior representatividade no Produto
Interno Bruto (PIB) em cada ano e dos demais municípios do estado – Minas Gerais – 2010-2020.21
Gráfico 4: Participação percentual dos municípios (Top 10) no Produto Interno Bruto (PIB)
estadual – Minas Gerais – 2019-2020 .................................................................................................22
Gráfico 5: Participação percentual do Produto Interno Bruto (PIB) de Extrema no produto
agregado estadual – 2010-2020..........................................................................................................25
Gráfico 6: Participação percentual dos municípios com os maiores ganhos de participação (Top 10)
no Produto Interno Bruto (PIB) estadual – Minas Gerais – 2019-2020 ..............................................26
Gráfico 7: Participação percentual dos municípios com as maiores perdas de participação (Bottom
10) no Produto Interno Bruto (PIB) estadual – Minas Gerais – 2019-2020 ........................................28
Gráfico 8: Participação percentual dos municípios (Top 10) no Valor Adicionado Bruto (VAB)
agropecuário estadual – Minas Gerais – 2019-2020 ..........................................................................32
Gráfico 9: Participação percentual dos municípios com os maiores ganhos de representatividade
(Top 10) no Valor Adicionado Bruto (VAB) agropecuário estadual – Minas Gerais – 2019-2020 ......35
Gráfico 10: Participação percentual dos municípios com as maiores perdas de representatividade
(Bottom 10) no Valor Adicionado Bruto (VAB) agropecuário estadual – Minas Gerais – 2019-2020 36
Gráfico 11: Participação percentual dos municípios (Top 10) no Valor Adicionado Bruto (VAB)
industrial estadual – Minas Gerais – 2019-2020.................................................................................39
Gráfico 12: Participação percentual dos municípios com os maiores ganhos de representatividade
(Top 10) no Valor Adicionado Bruto (VAB) industrial estadual – Minas Gerais – 2019-2020 ............43
Gráfico 13: Participação percentual dos municípios com as maiores perdas de representatividade
(Bottom 10) no Valor Adicionado Bruto (VAB) industrial estadual – Minas Gerais – 2019-2020 ......45
Gráfico 14: Participação percentual dos municípios (Top 10) noValor Adicionado Bruto (VAB)
estadual dos serviços privados – Minas Gerais – 2019-2020 .............................................................48
Gráfico 15: Participação percentual dos municípios com os maiores ganhos de representatividade
(Top 10) no Valor Adicionado Bruto (VAB) estadual dos serviços privados – Minas Gerais – 2019-
2020.....................................................................................................................................................51
Gráfico 16: Participação percentual dos municípios com as maiores perdas de representatividade
(Bottom 10) no VAB estadual dos serviços privados – Minas Gerais – 2019-2020 ............................53
Gráfico 17: Participação percentual dos municípios com as maiores contribuições (Top 10) para o
Valor Adicionado Bruto (VAB) da administração pública estadual – Minas Gerais – 2019-2020 ......57
Gráfico 18: Participação percentual dos municípios com os maiores ganhos de representatividade
(Top 10) no VAB da administração pública estadual – Minas Gerais – 2019-2020 ............................58
Gráfico 19: Participação percentual dos municípios com as maiores perdas de representatividade
(Bottom 10) no Valor Adicionado Bruto (VAB) da administração pública estadual – Minas Gerais –
2019-2020..... ......................................................................................................................................59
Gráfico 20: Municípios com os maiores PIBs per capita do estado (Top 10) (R$ 1.000) – Minas
Gerais – 2019-2020 .............................................................................................................................63
Gráfico 21: Variação percentual dos municípios com os maiores crescimentos nominais do PIB
per capita do estado (Top 10) – Minas Gerais – 2020/2019...............................................................65
Gráfico 22: Variação percentual dos municípios com as maiores quedas nominais do PIB per
capita do estado (Bottom 10) (%) – Minas Gerais – 2020/2019.........................................................66
MAPAS:
Mapa 1: Produto Interno Bruto (PIB) (R$ 1.000) – Minas Gerais – 2020 ...........................................31
Mapa 2: Valor Adicionado Bruto (VAB) da agropecuária (R$ 1.000) – Minas Gerais – 2020 .............38
Mapa 3: Valor Adicionado Bruto (VAB) da indústria (R$ 1.000) – Minas Gerais – 2020 ....................47
Mapa 4: Valor Adicionado Bruto (VAB) dos serviços privados (R$ 1.000) – Minas Gerais – 2020 .....55
Mapa 5: Valor Adicionado Bruto (VAB) da administração pública (R$ 1.000) – Minas Gerais – 2020
.............................................................................................................................................................60
Mapa 6: Principal atividade econômica dos municípios – Minas Gerais – 2020 ................................62
Mapa 7: Produto Interno Bruto (PIB) per capita (R$) – Minas Gerais – 2020 ....................................67
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Variação percentual do índice de volume e de preço (deflator implícito) do Valor
Adicionado Bruto (VAB), participação das atividades econômicas e ganho/perda de participação
(p.p.) – Minas Gerais – 2020............ ...................................................................................................12
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

APU Administração Pública


CBMM Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração
Cemig Companhia Energética de Minas Gerais
CFEM Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais
Cnae Classificação Nacional de Atividades Econômicas
Covid-19 Coronarivus Disease 2019
CSN Companhia Siderúrgica Nacional
Direi Diretoria de Estatística e Informações
FJP Fundação João Pinheiro
FMI Fundo Monetário Internacional
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação
IPP Índice de Preços ao Produtor
MBR Minerações Brasileiras Reunidas
MG Minas Gerais
OCDE Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
ONU Organização das Nações Unidas
p.p. Pontos percentuais
PAM Produção Agrícola Municipal
Part. Participação
PCH Pequena Central Hidrelétrica
Pevs Produção de Extração Vegetal e Silvicultura
PIB Produto Interno Bruto
PIM-PF Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física
PMC Pesquisa Mensal de Comércio
POF Pesquisa de Orçamento Familiar
PPM Pesquisa da Pecuária Municipal
Rais Relação Anual de Informações Sociais
SCR Sistema de Contas Regionais
SNA System of National Accounts
UTI Unidade de Terapia Intensiva
VAB Valor Adicionado Bruto
VAF Valor Adicionado Fiscal
var. Variação
VTI Valor de Transformação Industrial
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 9
2 O DESEMPENHO AGREGADO DA ECONOMIA DE MINAS GERAIS EM 2020 ................... 11
3 PIB DOS MUNICÍPIOS ...................................................................................................... 20
4 VAB AGROPECUÁRIO DOS MUNICÍPIOS ......................................................................... 31
5 VAB INDUSTRIAL DOS MUNICÍPIOS ................................................................................ 39
6 VAB DOS SERVIÇOS PRIVADOS DOS MUNICÍPIOS .......................................................... 48
7 VAB DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DOS MUNICÍPIOS ................................................... 56
8 PIB PER CAPITA DOS MUNICÍPIOS .................................................................................. 63
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 68
GLOSSÁRIO. ......................................................................................................................... 68
APRESENTAÇÃO

A série “Estatística & Informações” divulga os estudos produzidos pela Diretoria de


Estatística e Informações (Direi), da Fundação João Pinheiro (FJP), em seus mais
diversos recortes ao tratar dos indicadores econômicos, demográficos e sociais.

Em sua edição número 53, o estudo do “Produto Interno Bruto dos Municípios de
Minas Gerais – Ano de referência 2020” apresenta os resultados do produto
agregado em nível municipal produzido pelo Sistema de Contas Regionais (SCR).

Além de divulgar o valor corrente do Produto Interno Bruto (PIB) para cada
município de Minas Gerais no ano de 2020, o estudo possibilita a visualização dos
resultados de forma desagregada (por meio do acesso ao Anexo Estatístico) com os
valores adicionados setoriais a preços básicos da atividade agropecuária, industrial
e dos serviços (administração pública e demais serviços privados) em nível
municipal. Também traz os resultados dos impostos indiretos líquidos de subsídios
para cada um dos 853 municípios e do PIB per capita, que pondera o produto
agregado gerado em cada território pelo tamanho de sua população.

Ademais, ao trazer os resultados de 2020, o estudo permite demonstrar as


principais transformações ocorridas na economia mineira em relação ao ano de
2019 e apontar o lócus desse conjunto de mudanças, tendo em vista a identificação
dos municípios com os maiores ganhos e perdas de participação, bem como dos
motivos dessas alterações.
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS

1 INTRODUÇÃO

A Fundação João Pinheiro (FJP) apresenta neste relatório os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) dos
municípios de Minas Gerais para 2020 na nova série do Sistema de Contas Regionais (referência 2010). O PIB
dos municípios é calculado pelo Sistema de Contas Regionais do Brasil, coordenado pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com institutos estaduais de estatísticas – no caso de Minas
Gerais, a Fundação João Pinheiro.1

A divulgação do PIB municipal ocorre com defasagem de dois anos. O período de dois anos é necessário para
a contabilização das bases de dados mais completas e abrangentes (bases estruturais), oriundas das diversas
pesquisas anuais realizadas pelo IBGE e que demoram certo tempo para serem disponibilizadas e traduzidas
para a linguagem de cálculo do PIB dos municípios.

Em dezembro de 2015, os resultados do PIB dos municípios foram divulgados tendo 2010 como referência. O
ano de referência (ou ano-base) incorpora as recomendações da mais recente revisão do manual System of
National Accounts (SNA/2008) – produzido pela Organização das Nações Unidas (ONU), pelo Fundo
Monetário Internacional (FMI), pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e
pelo Banco Mundial. Além disso, incorpora novas fontes de dados e pesquisas realizadas (como o Censo
Agropecuário de 2006 e a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008/2009) e adota uma classificação
das atividades econômicas integrada à Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0).

Portanto, esse marco estrutural (ano de 2010) apresenta novas estruturas que serviram de referência para a
atual série de divulgação dos resultados do PIB municipal. Como consequência, as participações das atividades
econômicas na composição do PIB foram atualizadas. Entretanto, essa alteração gerou descontinuidade nos
dados históricos do PIB dos municípios e, para o período anterior a 2010, procedeu-se à retropolação dos
dados até 2002, incorporando no cálculo dos agregados a nova estrutura das atividades econômicas.2

1
Mais detalhes em: (IBGE, 2020). Vale conferir também as notas metodológicas do PIB dos municípios relativas à
referência 2010 (IBGE, 2016d).
2
Em suma, o procedimento de retropolação consiste em compatibilizar os dados econômicos dos anos anteriores,
no caso 2002-2009, utilizando as novas classificações das atividades e as novas bases estruturais, de forma a tornar
a série de referência 2010 comparável no tempo. Além da adoção dos novos pesos, sempre que possível se
introduziram as modificações conceituais da nova referência nos anos anteriores.
9
Estatística & informações, n. 53

Por esse motivo, os resultados do PIB municipal são apresentados no site da Fundação João Pinheiro em dois
anexos: “Anexo estatístico – PIB municipal 2002-2009” com os dados retropolados e “Anexo estatístico – PIB
municipal 2010-2020” com os dados mais recentes na referência 2010.

Além disso, a divulgação da série do PIB dos municípios adota uma política de revisão dos resultados como
requisito fundamental para o aprimoramento da qualidade da informação. Por isso, o resultado relativo ao
último ano divulgado é sempre revisado no ano posterior. Por exemplo, em dezembro de 2022, os resultados
do PIB dos municípios de 2020 foram divulgados concomitantemente com uma atualização nos dados
relativos a 2019.

Os resultados apresentados na divulgação do PIB municipal são coerentes e comparáveis entre si e com os
resultados nacional e regional. Essa comparabilidade decorre do procedimento de cálculo do PIB dos
municípios no Sistema de Contas Regionais (SCR) que se baseia no rateio do Valor Adicionado Bruto (VAB) a
preços básicos e em termos correntes das atividades econômicas de cada unidade da federação.

O processo de cálculo consiste na identificação de variáveis que permitam a construção de estruturas de


rateio, de maneira a distribuir o VAB entre os municípios. O nível de desagregação necessário para o rateio
requer a abertura das várias atividades (no caso da agropecuária até no nível de produto), e muitas fontes
são utilizadas (dados da pesquisa de Produção Agrícola Municipal (PAM), da Produção de Extração Vegetal e
Silvicultura (PEVS), da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), dos registros administrativos das saídas do Valor
Adicionado Fiscal (VAF) das secretarias de Fazenda, dados de consumo e geração de energia elétrica das
empresas por município etc.).

10
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

2 O DESEMPENHO AGREGADO DA ECONOMIA DE MINAS GERAIS EM 2020

O Produto Interno Bruto (PIB) do estado de Minas Gerais passou de R$ 651.873 milhões em 2019 para
R$ 682.786 milhões em 2020. A expansão nominal do produto agregado estadual no período pode ser
inteiramente creditada ao aumento no deflator implícito do PIB (8,0%), tendo em vista que o índice de
volume do PIB mineiro apresentou variação negativa (-3,0%) em 2020.

O Valor Adicionado Bruto (VAB), a preços correntes do estado, totalizou R$ 601.083 milhões, e os impostos,
líquidos de subsídios, sobre produtos alcançaram o valor de R$ 81.703 milhões em 2020. Em função da
retração do PIB real de Minas Gerais (-3,0%) ter sido inferior à observada no cenário nacional (-3,3%) e,
principalmente, pelo fato de o acréscimo dos preços dos bens e serviços finais produzidos no estado em 2020
(8,0%) ter sido superior à constatada para a economia brasileira no mesmo período (6,5%), a participação do
PIB mineiro no produto agregado nacional passou de 8,8% em 2019 para 9,0% em 2020.

Ressalta-se que a economia de Minas Gerais continuou a ocupar o posto de terceiro maior PIB entre as
unidades da Federação, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.

A queda do PIB real de Minas Gerais em 2020 pode ser explicada pela retração do índice de volume da
indústria (-4,8%) e dos serviços (-3,3%), tendo em vista que a atividade agropecuária apresentou expansão
no volume de valor agregado (10,0%) e atenuou o decrescimento, em termos reais, do PIB mineiro. O
resultado positivo do setor agropecuário pode ser atribuído à performance da agricultura, que apresentou
acréscimo de 15,8% do índice de volume e de 38,0% do deflator implícito setorial (TABELA 1).

O resultado da agricultura pode ser melhor compreendido por meio da Pesquisa Agrícola Municipal (PAM),
do IBGE. Ela permite uma análise tanto da evolução das quantidades produzidas dos cultivos no estado
quanto das mudanças nos preços das culturas.3 Dos cultivos com maior participação na estrutura agrícola
estadual, houve expansão no volume produzido (38,3%) e nos preços praticados (22,6%) do café arábica em
nível estadual, aumento na quantidade produzida de soja (19,8%) e aumento das cotações da cultura (17,8%),

3
Os preços médios de cada uma das culturas são calculados utilizando-se a razão entre o valor de produção e o
volume produzido.

11
Estatística & informações, n. 53

acréscimo no volume produzido da cana-de-açúcar (7,4%) e variação mais moderada dos preços (2,2%) e,
por último, crescimento da produção (3,0%) e dos preços (33,8%) do milho no território mineiro.

Portanto, a evolução das quantidades produzidas e a elevação dos preços das commodities agrícolas,
sobretudo de algumas das culturas com maior peso no valor bruto de produção da agricultura estadual, como
o café arábica, a soja e o milho, foram determinantes para o ganho de representatividade do PIB mineiro no
produto agregado nacional. Outra cultura de destaque em Minas Gerais em 2020 foi a de trigo, que
apresentou aumento de 22,4% na quantidade produzida e de 42,4% nas cotações no período.

Tabela 1: Variação percentual do índice de volume e de preço (deflator implícito) do Valor Adicionado Bruto (VAB),
participação das atividades econômicas e ganho/perda de participação (p.p.) – Minas Gerais – 2020

Var. de Participação Participação


Var. do Deflator Ganho/Perda
Volume do no VAB de no VAB de
Desagregação implícito do VAB de Participação
VAB (%) em MG em 2019 MG em 2020
(%) em 2020 em 2020 (p.p.)
2020 (%) (%)
Agropecuária 10,0 37,7 4,6 6,7 2,1
Agricultura 15,8 38,0 2,6 3,9 1,3
Pecuária 0,5 52,9 1,3 1,9 0,6
Produção florestal e pesca 6,2 11,9 0,8 0,8 0,0
Indústria -4,8 12,7 27,1 27,6 0,5
Extrativa mineral -20,1 43,9 4,5 4,9 0,4
Transformação -4,1 8,8 14,4 14,3 -0,1
Energia e saneamento 4,4 -3,0 3,3 3,2 -0,1
Construção 0,9 11,9 4,8 5,2 0,4
Serviços -3,3 4,7 68,3 65,7 -2,6
Comércio -0,9 2,4 12,3 11,9 -0,4
Transporte -10,2 5,6 4,6 4,1 -0,5
Alojamento e alimentação -26,9 27,9 2,2 2,0 -0,2
Informação e comunicação 8,5 15,7 2,2 2,6 0,4
Atividades financeiras 6,1 -3,0 4,6 4,5 -0,1
Aluguéis 1,7 0,2 10,2 9,9 -0,3
Serviços prestados às empresas -0,9 3,9 7,8 7,6 -0,2
Administração Pública -4,9 9,2 16,9 16,6 -0,3
Educação e saúde mercantis -8,0 -0,5 4,2 3,7 -0,5
Serviços prestados às famílias -11,0 5,1 2,0 1,8 -0,2
Serviços domésticos -19,7 4,2 1,4 1,1 -0,3

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.
Nota: MG: Minas Gerais. p.p.: pontos percentuais. VAB: Valor Adicionado Bruto. var.: variação.

12
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

Por isso, municípios com especialização produtiva na produção de cereais, inclusive do trigo e da soja, com
algumas exceções, se beneficiaram com ganhos de participação no VAB agropecuário de Minas Gerais em
2020. Além disso, pelo protagonismo da cafeicultura na estrutura agrícola mineira, municípios com vocação
produtiva para o café arábica foram os que mais ganharam representatividade no produto agregado
agropecuário estadual, dada a evolução favorável dos preços e do aumento robusto no volume produzido de
café em ano de alta produtividade no ciclo bianual da cultura. Assim, em função do desempenho da safra de
grãos e do café arábica, a agricultura ganhou 1.3 p.p. de participação no PIB de Minas Gerais em 2020.4

Por outro lado, houve redução em 2020 comparativamente a 2019 na produção estadual de mandioca (-
1,3%), algodão herbáceo (-1,4%), tomate (-2,4%), abacaxi (-3,0%) e de cebola (-5,9%). No caso da mandioca,
observa-se também retração (-2,3%) dos preços praticados nessa ótica comparativa. Outra cultura que
apresentou evolução desfavorável dos preços em Minas Gerais, na contramão do cenário de aumento das
cotações das commodities agrícolas no período, foi a da banana (-1,3%). Portanto, municípios com
especialização produtiva nessas culturas não tiveram performance tão favorável quanto à observada nos
territórios do estado voltados para produção de café arábica e de grãos.

No caso da pecuária, apesar de o índice de volume de VAB setorial ter apresentado crescimento de apenas
0,5% em nível estadual em 2020 (influenciado pelo aumento de 2,6% na produção de leite conforme dados
da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) do IBGE), o aumento das cotações do leite (35,4%) e dos efetivos
de animais (sobretudo de bovinos e suínos) foi determinante para o ganho de 0.6 p.p. de participação no
produto agregado estadual no período (TABELA 1). Por isso, pelo peso que a bovinocultura leiteira possui na
economia mineira, municípios voltados para a produção de leite apresentaram desempenho favorável em
termos de ganhos de representatividade no VAB agropecuário estadual em 2020.

Enquanto a agricultura (1.3 p.p.) e a pecuária (0.6 p.p.) ganharam participação na estrutura produtiva de
Minas Gerais em 2020, o segmento de produção florestal apresentou estabilidade (0.0 p.p.) em termos de
representatividade. Apesar do aumento no volume de extração de madeira em tora para papel e celulose
(21,9%) e para outras finalidades (7,6%), além da expansão das cotações de carvão vegetal (39,6%) no
período, conforme dados da Pesquisa de Extração Vegetal e Silvicultura (Pevs) do IBGE, o efeito da evolução
positiva dos preços capturado pelo deflator implícito do VAB da atividade de produção florestal como um
todo foi menor do que o observado nos demais setores da agropecuária (agricultura e pecuária) (TABELA 1).

4
O maior ganho de representatividade entre todas as atividades em que o Sistema de Contas Regionais – SCR –b
desagrega seus resultados (TABELA 1).

13
Estatística & informações, n. 53

Por isso, com algumas exceções, espera-se que municípios com vocação produtiva no segmento de produção
florestal, em termos de evolução nominal, tenham apresentado desempenho inferior àqueles com
especialização produtiva na agricultura e pecuária, tendo em vista a estabilidade verificada na representação
do segmento de extração vegetal e silvicultura na economia mineira.

A atividade industrial no estado apresentou retração de 4,8% no índice de volume do VAB em 2020. Essa
variação negativa foi influenciada pela continuidade na ocorrência de resultados desfavoráveis, em termos
de volume de valor agregado, na indústria extrativa mineral (-20,1%), ainda em razão dos desdobramentos
do rompimento da barragem em Brumadinho no ano anterior, que resultou na paralisação de algumas minas
por motivos de monitoramento e segurança das barragens. Por outro lado, o aumento de 43,9% no deflator
implícito do VAB setorial, associado à elevação nos preços internacionais do minério de ferro em 2020, mais
do que compensou a redução no volume de produção, de tal maneira que o segmento ganhou 0.4 p.p. de
representatividade no PIB mineiro em 2020 (TABELA 1; GRÁFICO 1).

Gráfico 1: Evolução dos preços internacionais do minério de ferro – Média de 2019 = 100 – Janeiro de 2019-
dezembro de 2020

220,0 215,5
Preço internacional do minério

200,0
180,9 182,2 182,7
180,0 178,7
154,6
160,0 145,4
140,0 143,0
122,7 121,9
120,0 113,5
108,4 103,5 107,3 117,6
103,3
100,0
88,7 98,7 101,1 97,9 95,2 103,0
80,0 90,0
77,0
60,0
jul/19

set/19

jul/20

set/20
jun/19

ago/19

jun/20

ago/20
fev/19
mar/19

mai/19

fev/20
mar/20
out/19

mai/20
nov/19

out/20
nov/20
jan/19

dez/19
jan/20

dez/20
abr/19

abr/20

Período

Preço Internacional do Minério de Ferro Média de 2019 (100,0) Média de 2020 (152,7)

Fonte: INDEXMUNDI, 2022.

Os resultados em nível municipal do setor mineral em Minas Gerais no ano em análise foram diferenciados
em cada território. Municípios que apresentaram alguma retomada na produção foram beneficiados pelo
boom dos preços do minério de ferro e tiveram ganhos de representatividade na economia estadual. Por

14
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

outro lado, municípios onde o efeito da redução em volume foi preponderante no período apresentaram
perda de participação no VAB da indústria extrativa do estado em 2020.

A indústria de transformação estadual foi outro segmento industrial que apresentou redução no volume de
valor agregado em 2020 (-4,1%) (TABELA 1). De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física
(PIM-PF), do IBGE, houve desativação parcial dos segmentos do complexo metalmecânico do estado no
período, com queda na produção física em 2020 comparativamente a 2019: na fabricação de máquinas e
equipamentos (-7,5%), na metalurgia (-9,2%), na fabricação de produtos de metal (-11,2%) e de veículos
automotores, reboques e carrocerias (-13,4%).

No caso da metalurgia, o aumento nos preços do aço (relacionado ao desequilíbrio na oferta e demanda em
decorrência do acréscimo nos custos dos insumos utilizados no processo produtivo, como do carvão e do
minério de ferro), evitou uma perda de participação do setor metalúrgico no Valor de Transformação
Industrial (VTI) do estado em 2020.

Por outro lado, houve grande perda de representatividade no valor de transformação da manufatura do
agregado “veículos, peças e outros equipamentos de transporte” nos três segmentos que compõem o
agrupamento: fabricação de automóveis, camionetas e utilitários; de caminhões, ônibus, carrocerias e
reboques; e peças e acessórios para veículos automotores. Outro segmento com evolução negativa no
volume de produção física no estado, em 2020, foi o de fabricação de coque, produtos derivados do petróleo
e biocombustíveis (-11,2%). Essas informações são relevantes para entender a perda de participação no PIB
de Minas Gerais, em 2020, de alguns municípios especializados nesses segmentos econômicos.

Em contrapartida, 2020 foi um ano favorável, em Minas Gerais, em termos de volume de produção física
para os seguintes segmentos: fabricação de produtos químicos (17,5%), fumo (15,2%), alimentos (11,9%),
produtos têxteis (8,9%), celulose, papel e produtos relacionados (4,7%) e de bebidas (3,2%).

No caso da indústria alimentícia, conforme informações do Índice de Preços ao Produtor (IPP), houve
também crescimento digno de menção das cotações dos alimentos (23,0%) em 2020, variação consonante
com o encarecimento das commodities agrícolas e dos produtos de origem animal mencionada
anteriormente. Com isso, o Valor de Transformação Industrial (VTI) do segmento alimentício e de bebidas
ganhou participação no período. Enquanto, em 2019, representava 24,4% do VTI de Minas Gerais, em 2020,
essa contribuição alcançou 27,9% do VTI estadual. Portanto, municípios especializados na produção de
alimentos articulada com a evolução positiva do agronegócio local, em sua maioria, apresentaram ganhos de
participação no produto agregado estadual em 2020.

15
Estatística & informações, n. 53

A atividade de eletricidade, gás, água, esgoto, gestão de resíduos e descontaminação (energia e saneamento)
expandiu-se 4,4% em volume favorecida, sobretudo, pelo aumento na geração hidrelétrica das principais
usinas do estado. Entretanto, em função da variação negativa do deflator implícito do VAB setorial (-3,0%),
o segmento perdeu 0.1 p.p. de participação no PIB mineiro em 2020 (a mesma redução de representatividade
ocorrida na indústria de transformação estadual no período) (TABELA 1).

Vale acrescentar que o ganho e/ou a perda de participação observados em alguns municípios de Minas Gerais
atrelados à atividade de energia e saneamento decorrem, em grande medida, da presença de alguma usina
hidrelétrica e da evolução da geração de eletricidade local (muitas vezes dependente do regime de chuvas
na região) ou do impacto da distribuição de energia elétrica para o atendimento das atividades produtivas
demandantes intensivas em seu consumo.

A construção civil, em Minas Gerais, teve crescimento de 0,9% no volume de VAB em 2020 com performance
favorável na produção de obras de infraestrutura na comparação com o ano anterior. Combinado com o
aumento de 11,9% no deflator implícito do subsetor (relacionado ao cenário de expansão nas cotações dos
insumos da cadeia da construção, como de minerais não-metálicos e do aço, e do repasse desses custos para
o valor de produção), o resultado ligeiramente positivo do índice de volume setorial da atividade fez com
que a construção civil ganhasse 0.4 p.p. de representatividade no produto agregado estadual em 2020
(TABELA 1). Com isso, municípios onde a construção civil possui certa importância em sua estrutura produtiva
se beneficiaram desse contexto de ganho de representatividade do setor no ano em questão.

Os serviços apresentaram variação negativa em termos reais (-3,3%) em 2020 no estado em função dos
efeitos da pandemia da Coronavirus Disease 2019 (Covid-19) sobre as atividades terciárias e,
particularmente, dos segmentos que dependem mais diretamente do fluxo e da circulação de pessoas. Na
decomposição entre os 11 segmentos em que o SCR possibilita a desagregação setorial dos serviços, houve
expansão no volume agregado apenas dos serviços de informação e comunicação (8,5%), impulsionado pela
maior necessidade de comunicação à distância e pelo avanço das atividades executadas em sistema home
office, do segmento de intermediação financeira (6,1%) e das atividades imobiliárias (1,7%) (TABELA 1).

Nas demais atividades de serviços, houve redução no volume de VAB em Minas Gerais em 2020: alojamento
e alimentação (-26,9%); serviços domésticos (-19,7%); artes, cultura, esporte, recreação e outras atividades
de serviços (-11,0%); serviços de transporte, armazenagem e correio (-10,2%), sobretudo transporte de
passageiros diante da adoção de medidas restritivas de isolamento social para contenção do Coronavírus;
educação e saúde privada (-8,0%); administração pública (-4,9%); além das atividades profissionais,

16
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

científicas, técnicas, administrativas e serviços complementares e do comércio, da manutenção e reparação


de veículos automotores e motocicletas (-0,9%). Quando se considera conjuntamente o efeito do índice de
volume do VAB e do deflator implícito setorial, nota-se que o segmento de informação e comunicação foi o
único setor entre as 11 atividades em que o SCR possibilita a desagregação setorial dos serviços que ganhou
representatividade na economia mineira em 2020 (0.4 p.p.) (TABELA 1).

Portanto, é esperado que os municípios mais populosos e, por consequência, com especialização produtiva
voltada para as atividades terciárias, tenham perdido participação no produto agregado estadual no período,
exceto aqueles com uma dinâmica produtiva diferenciada e/ou performance favorável em segmentos menos
afetados pela pandemia (como os serviços de informação e comunicação e alguns subsetores do comércio).

De fato, no caso da atividade comercial, é interessante destacar que, apesar da retração no volume de VAB
(-0,9%) em 2020, alguns subsetores apresentaram variação positiva no volume de vendas conforme dados
da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE, o que beneficiou algumas economias locais que se
destacaram na produção desses segmentos. De acordo com a PMC, houve, por exemplo, aumento no volume
de vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (13,0%); de artigos
de uso pessoal e doméstico (6,6%); de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e
fumo (4,4%); de móveis e eletrodomésticos (3,9%) e de material de construção (3,8%).

Por outro lado, houve redução no volume de vendas de livros, jornais, revistas e papelaria (-32,8%); de
combustíveis e lubrificantes (-6,6%), em consonância com o menor nível de atividade na prestação dos
serviços de transporte, e de veículos, motocicletas, partes e peças (-2,6%); articulado com a maior ociosidade
do complexo metalmecânico industrial do estado mencionada anteriormente.

Conforme análise desenvolvida nesta seção, fica claro que observar apenas o índice de volume das atividades
econômicas é insuficiente para compreender o impacto ocorrido nas economias municipais. O resultado do
PIB dos municípios deve ser interpretado por meio de uma análise combinada dos efeitos do volume com a
evolução dos deflatores implícitos setoriais do VAB, de maneira a identificar as atividades que ganharam e
as que perderam participação no PIB estadual.

Nesse sentido, as atividades que mais perderam participação no PIB de Minas Gerais em 2020 e que afetaram
as economias locais com preponderância nesse conjunto de atividades econômicas foram educação e saúde
privada e serviços de transporte (-0.5 p.p.); comércio (-0.4 p.p.); administração pública, serviços domésticos
e atividades imobiliárias (-0.3 p.p.); alojamento e alimentação, serviços prestados às empresas e às famílias
(-0.2 p.p.) e atividades financeiras, indústria de transformação e, por fim, o segmento de energia e

17
Estatística & informações, n. 53

saneamento (-0.1 p.p.). Em contrapartida, as atividades que mais ganharam representatividade no PIB
estadual foram a agricultura (1.3 p.p.), a pecuária (0.6 p.p.) e a construção civil, a indústria extrativa mineral
e os serviços de informação e comunicação (0.4 p.p.). Certamente municípios especializados em uma ou mais
dessas atividades foram favorecidos em termos de ganhos de participação no PIB de Minas Gerais em 2020.

Ao longo da última década, a atividade industrial em Minas Gerais perdeu participação no VAB estadual e
atingiu o menor patamar em 2016 (24,8%), após o acirramento da crise econômica, sobretudo no triênio
2014-2016, que culminou na redução do volume de produção industrial e no processo de desindustrialização
observado no período. A partir de 2017, o setor industrial interrompeu o contexto de perda de participação.
O ganho de representatividade ocorrido, porém, esteve associado muito mais ao avanço dos preços das
atividades industriais do que atrelado à evolução da produção real. De fato, o aumento de participação da
indústria no VAB total do estado de 27,1% em 2019 para 27,6% em 2020, ocorreu, principalmente, por conta
do acréscimo nas cotações do minério de ferro, de alguns segmentos da indústria de transformação (como a
metalurgia e o setor de fabricação de alimentos) e do encarecimento dos insumos (como do próprio aço)
associados à cadeia da construção civil (GRÁFICO 2).

Gráfico 2: Participação percentual das atividades econômicas no Valor Adicionado Bruto (VAB) – Minas Gerais –
2010-2020
100,0
Participação no VAB total de Minas Gerais (%)

90,0
80,0
70,0 61,2 60,0 62,4 63,8 65,5 68,6 68,3 68,9 68,3 68,3 65,7
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0 33,2 33,2 31,0 30,6 27,6
28,8 26,1 24,8 25,4 26,5 27,1
10,0
5,6 6,8 6,6 5,6 5,6 5,3 6,9 5,7 5,2 4,6 6,7
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Ano
Agropecuária Industria Serviços

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.

18
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

Além da indústria, o setor agropecuário de Minas Gerais ganhou 2.1 p.p. de representatividade na passagem
de 2019 para 2020. Porém, diferentemente da atividade industrial, o ganho ocorreu tanto em termos de
volume de produção quanto esteve associado ao boom dos preços das commodities agrícolas e produtos de
origem animal no período. Com a atividade industrial e o setor agropecuário ganhando participação na
economia mineira, os serviços apresentaram perda de representatividade no VAB estadual de 68,3% em 2019
para 65,7% em 2020, resultado esperado para o ano em questão tendo em vista que a pandemia do
Coronavírus e o isolamento social adotado como medida de controle afetou o volume de produção do
conjunto de atividades terciárias que dependem do fluxo e da circulação da população (GRÁFICO 2).

19
Estatística & informações, n. 53

3 PIB DOS MUNICÍPIOS

Dada a impossibilidade de detalhar o resultado observado na evolução do PIB dos 853 municípios de Minas
Gerais, este relatório adota a estratégia de investigar as principais mudanças ocorridas em 2020 na
comparação com o ano imediatamente anterior nos resultados das economias locais.

Em primeiro lugar, analisa a evolução dos dez municípios com maior participação no PIB estadual. O
comportamento desses municípios costuma explicar grande parcela do resultado agregado da economia
mineira.

Em segundo lugar, ele destaca os dez municípios com os maiores ganhos e perdas de participação no PIB de
Minas Gerais, justamente com o intuito de captar as maiores alterações ocorridas nas estruturas produtivas
locais.

Além disso, sempre que possível, este relatório explicita as maiores variações nominais (positivas e negativas)
ocorridas em 2020 de maneira a identificar movimentação econômica mais abrupta em municípios com
representatividade menor no PIB estadual.

Começando a análise pelos dez municípios de maior participação no PIB de Minas Gerais, convém destacar a
desconcentração econômica ocorrida no período 2010-2020. De fato, enquanto em 2010 os dez municípios
de maior participação no PIB estadual representavam 46,0% do produto agregado, em 2020 a contribuição
foi de 39,5% (perda de 6.5 p.p.) (GRÁFICO 3).

Esse resultado está relacionado com a queda de participação da indústria mineira no VAB total do estado ao
longo da década (destacada na seção anterior) e, principalmente, com o enfraquecimento do complexo
metalmecânico que possui peso relevante em alguns municípios do top 10 (como Betim, Belo Horizonte e
Contagem).

A produção de automóveis, concentrada no município de Betim, caiu consideravelmente ao longo da década:


representava 15,6% do Valor de Transformação Industrial (VTI) da manufatura estadual em 2010 e reduziu-
se para apenas 4,0% em 2020.

Esse cenário prejudicou a indústria fornecedora de insumos do entorno (autopeças) e afetou negativamente
os municípios de Belo Horizonte e Contagem ao longo da década.

20
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

Gráfico 3: Participação percentual dos dez municípios de maior representatividade no Produto Interno Bruto (PIB)
em cada ano e dos demais municípios do estado – Minas Gerais – 2010-2020
100,0
90,0
Participação no PIB de Minas Gerais (%)

80,0
70,0 54,0 56,6 56,4 56,4 56,6 56,7 57,2 58,3 58,4 58,4 60,5
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0 46,0 43,4 43,6 43,6 43,4 43,3 42,8 41,7 41,6 41,6 39,5
10,0
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Ano
Top 10 municípios de maior participação no PIB MG em cada ano Demais municípios

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.

Na passagem de 2019 para 2020, esse processo de desconcentração econômica se acentuou e, pela primeira
vez, a representatividade dos dez municípios de maior participação no PIB estadual ficou abaixo de 40,0%
(39,5% em 2020) (GRÁFICO 3). Dois fatores principais explicam essa aceleração no processo de
desconcentração econômica no período.

O primeiro é o seguinte: a perda de participação no produto agregado estadual dos serviços provocada pelo
isolamento social necessário para conter a pandemia do Coronavírus foi o fator crucial para perda de
participação do PIB dos municípios do top 10, inclusive por que essas economias municipais pertencem
também a algumas das regiões mais populosas do estado e, portanto, mais afetadas pela restrição na
circulação populacional. Tal perda se deu diferentemente do ocorrido em meados da década, quando a perda
de representatividade da indústria (sobretudo a do complexo metalmecânico mencionada anteriormente)
foi o principal determinante para a desconcentração produtiva, entre 2019 e o encerramento de 2020.

O segundo fator esteve relacionado ao aumento de participação do setor agropecuário na economia mineira
em 2020 por conta do resultado favorável em termos de volume e do boom das cotações das commodities

21
Estatística & informações, n. 53

agrícolas. Como a atividade agropecuária é pulverizada e menos concentrada espacialmente no território


mineiro do que, por exemplo, a atividade industrial, entende-se o ganho de participação no produto
agregado estadual dos outros 843 municípios fora do top 10 (demais municípios), de 58,4% em 2019 para
60,5% em 2020 (GRÁFICO 3).

Apesar da evolução favorável na indústria local, que se destacou em segmentos específicos que
apresentaram desempenho positivo no estado em 2020 (como o setor de fabricação de alimentos), o
município de Belo Horizonte, que possui a maior participação no PIB estadual (14,3% em 2020), perdeu 0.6
p.p. de representatividade no PIB de Minas Gerais em 2020 (GRÁFICO 4).

Gráfico 4: Participação percentual dos municípios (Top 10) no Produto Interno Bruto (PIB) estadual – Minas Gerais –
2019-2020
16,0 14,9
14,3
14,0
Participação no PIB de Minas Gerais (%)

12,0
10,0
8,0
5,8 5,5
6,0 4,74,3 4,33,8
4,0 2,42,5 2,9 2,5
1,81,8 1,61,7 1,81,6 1,51,4
2,0
0,0

Município
Part 2019 (%) Part 2020 (%)

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.
Nota: Part.: Participação.

A capital do estado, município mais populoso de Minas Gerais, foi bastante prejudicada pelas medidas
restritivas e de isolamento social que afetaram a prestação dos serviços que dependem da circulação das
pessoas. Houve evolução desfavorável em âmbito local dos serviços de alimentação fora do domicílio, do
transporte terrestre de passageiros, dos serviços de artes, cultura, esporte, recreação e demais atividades
relacionadas, da educação e saúde privada, do comércio e das atividades imobiliárias em função do
fechamento de empresas. Vale ressaltar que Belo Horizonte se posiciona na primeira colocação do ranking
estadual na prestação de todos esses serviços e, portanto, seria esperada a redução do nível de atividade
ocorrida no território no período.

22
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

Outro município do top 10 que apresentou perda de participação em 2020 foi Uberlândia. Sua
representatividade no PIB de Minas Gerais caiu de 5,8% em 2019 para 5,5% em 2020 (GRÁFICO 4). Além do
resultado negativo da indústria química local relacionada ao descompasso no fornecimento de insumos, o
principal aspecto que explica a retração de participação do município do Triângulo Mineiro no produto
agregado estadual foi também a evolução desfavorável de alguns serviços privados (como os serviços
prestados às famílias, de alojamento e alimentação fora do domicílio, a educação e saúde mercantil e os
serviços de transporte terrestre de passageiros) em função da pandemia do Coronavírus que afetou o fluxo
populacional local. Em todos os serviços supracitados e também em termos populacionais, Uberlândia ocupa
a segunda posição no ranking estadual, atrás apenas de Belo Horizonte.

Em Contagem, além do efeito da pandemia da Covid-19 que contribuiu para redução do consumo das famílias
dos serviços de alimentação fora do domicílio, do transporte terrestre de passageiros e das atividades
artísticas, culturais, esportivas e recreativas em razão do isolamento social, houve também resultados
desfavoráveis de segmentos articulados com a cadeia metalmecânica (tal como mencionado na seção
anterior), seja no comércio (de produtos no atacado relacionados) ou na indústria (na fabricação de peças e
acessórios para veículos automotores e de produtos de metal). No caso da produção de produtos metálicos
e de máquinas e equipamentos, é interessante notar que o município caiu da primeira para segunda
colocação do ranking estadual, tendo sido ultrapassado pelo município de Extrema. Com isso, Contagem
perdeu 0.4 p.p. de representatividade no produto agregado estadual em 2020 (GRÁFICO 4).

No município de Betim, o contexto desfavorável da cadeia metalmecânica em 2020 também se fez presente
de maneira ainda mais intensa. Houve evolução negativa no comércio de automóveis, autopeças e serviços
relacionados, na fabricação de componentes eletrônicos na indústria de transformação e na fabricação de
veículos (a Stellantis atua no município). A indústria automobilística de Minas Gerais se concentra no
município de Betim e teve sua participação reduzida no Valor de Transformação Industrial (VTI) do estado
de 6,8% em 2019 para 4,0% em 2020. Além do cenário desfavorável na indústria, o município teve redução
no nível de atividade dos serviços que foram afetados pela pandemia do Coronavírus, como os serviços
prestados às famílias e o transporte terrestre de passageiros (Betim ocupa a quinta colocação do ranking
estadual na prestação desses serviços). Por isso, o município perdeu 0.5 p.p. de participação no PIB estadual
em 2020 (GRÁFICO 4).

O menor nível de atividade produtiva do complexo metalmecânico também pode ser percebido em Juiz de
Fora e Ipatinga. Nos dois municípios, a metalurgia apresentou evolução desfavorável em 2020. A Usiminas,

23
Estatística & informações, n. 53

que atua no município de Ipatinga, chegou, inclusive, a desativar um alto forno que produz ferro gusa no
segundo trimestre de 2020 em razão da queda na demanda por aço no período. Além da metalurgia, o
resultado negativo na fabricação de caminhões, ônibus e cabines em Juiz de Fora (a Mercedes Benz atua no
município) e de produtos metálicos em Ipatinga, também foram fundamentais para a perda de
representatividade desses municípios no produto agregado estadual em 2020.

Nos dois municípios (Juiz de Fora e Ipatinga), a evolução negativa da indústria de transformação local
contribuiu para a queda do consumo de energia industrial, tendo em vista que os segmentos citados da
indústria manufatureira são intensivos em consumo de eletricidade. Ademais, Juiz de Fora e Ipatinga não
passaram ilesos aos efeitos da pandemia do Coronavírus em relação às atividades terciárias, principalmente
Juiz de Fora, quarto município mais populoso do estado. Até por isso, a perda de representatividade no
produto agregado estadual em 2020 foi mais intensa em Juiz de Fora (de 0.4 p.p.) do que em Ipatinga (de
0.2 p.p.) (GRÁFICO 4).

Em Montes Claros, município com a décima maior participação no PIB estadual (1,4% em 2020) mas o sexto
mais populoso do estado, a perda de representatividade no produto agregado de Minas Gerais de 0.1 p.p.
também pode ser atribuída aos efeitos da pandemia do Coronavírus na prestação dos serviços privados e,
particularmente, nos serviços prestados às famílias, de transporte terrestre de passageiros e na saúde e
educação mercantil local (GRÁFICO 4).

Em Nova Lima, a evolução positiva da construção civil e dos serviços de informação e comunicação
(segmentos que ganharam participação na estrutura produtiva de Minas Gerais em 2020) contrabalancearam
o cenário desfavorável da indústria extrativa mineral e de transformação local, de tal maneira que o
município manteve a sua representatividade em 1,8% no produto agregado estadual (GRÁFICO 4).

Por conta de uma estrutura produtiva voltada para os segmentos que tiveram ganho de participação na
economia mineira em 2020 ou que apresentaram desempenho superior ao observado em âmbito estadual
nos demais setores, os municípios de Uberaba e Extrema foram os únicos do top 10 com ganho de
representatividade no PIB estadual em 2020 (de 0.1 p.p.) (GRÁFICO 4).

Uberaba se beneficiou do contexto positivo do setor agropecuário, com evolução favorável dos cultivos de
milho e de soja e dos segmentos industriais locais articulados com o agronegócio, como o setor alimentício
e o de fabricação de produtos químicos incluindo defensivos agrícolas. Além disso, o município apresentou
resultado excepcional no segmento de extração vegetal e silvicultura e, particularmente, na extração de
madeira em tora associada à atuação da empresa Duratex.

24
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

O resultado econômico em Extrema merece atenção especial. Foi o município que mais ganhou participação
ao longo da década (de 2010 a 2020). De fato, ele representava apenas 0,5% do PIB de Minas Gerais em 2010
e passou a ter uma participação de 1,7% do produto agregado estadual em 2020 (um ganho de 1.2 p.p. no
período) (GRÁFICO 5). Tudo indica que Extrema se beneficiou dos transbordamentos do dinamismo
econômico do eixo Campinas-Guarulhos-São José dos Campos e se consolidou como importante centro de
distribuição e polo do comércio atacadista e varejista do estado. Especificamente na passagem de 2019 para
2020, além do resultado positivo do comércio local, da indústria da construção civil e de fabricação de papel,
papelão e embalagens, houve evolução favorável dos serviços articulados com o dinamismo econômico da
região (como os serviços prestados às empresas e de informação e comunicação).

Gráfico 5: Participação percentual do Produto Interno Bruto (PIB) de Extrema no produto agregado estadual – 2010-
2020
1,8 1,7
1,6 1,6
1,6
1,4 1,3
PIB Extrema/PIB MG (%)

1,2 1,1
0,9 1,0
1,0 0,8
0,8 0,7
0,5 0,6
0,6
0,4
0,2
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Ano
PIB Extrema/PIB MG (%)

Fonte: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.
Nota: MG: Minas Gerais.

O Gráfico 6 traz os dez municípios com os maiores ganhos de participação no PIB de Minas Gerais de 2019
para 2020. O acréscimo na representação de Uberaba e Extrema foi esclarecido nos parágrafos anteriores.
Itabirito, sem dúvida alguma, foi o município de destaque na divulgação dos resultados do PIB municipal em
2020, por ter sido o território com o maior ganho de representatividade em 2020 na comparação com o ano
anterior (0.6 p.p.). O aumento de participação no PIB mineiro de Itabirito se deve ao bom resultado na
indústria extrativa mineral (minério de ferro) e pode estar atrelado à retomada das atividades após a

25
Estatística & informações, n. 53

desativação na operação de barragens pela Vale em 2019 no município. O acréscimo relevante no volume e
no valor exportado de minério de ferro em âmbito local em 2020 comparativamente a 2019 corrobora o
resultado positivo da extração mineral no município.

Gráfico 6: Participação percentual dos municípios com os maiores ganhos de participação (Top 10) no Produto
Interno Bruto (PIB) estadual – Minas Gerais – 2019-2020

3,0
2,5
Participação no PIB de Minas Gerais (%)

2,4
2,5

2,0 1,7
1,6
1,5
1,0
1,0 0,80,8
0,4 0,4 0,50,5 0,40,4 0,40,5
0,5 0,3 0,5 0,3
0,10,2
0,0

Município
Part 2019 (%) Part 2020 (%)

Fonte: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.
Nota: Part.: participação.

A produção de minério de ferro, combinada com o efeito positivo do boom nos preços dessa commodity
mineral em 2020, também foi o fator determinante para o ganho de representatividade ocorrido em
Mariana, Congonhas e Ouro Preto. No caso de Mariana, é interessante pontuar que, em função dos
desdobramentos do rompimento da barragem de Fundão ocorrida no final de 2015, o município saiu da sexta
colocação no ranking estadual da indústria extrativa mineral em 2016 para a 11ª posição em 2019. Em 2020,
com o aumento na produção, inclusive com a retomada, no final do ano, da operação da Samarco, que atua
na divisa com Ouro Preto, o município de Mariana subiu para a 8ª posição do ranking.

Em Três Marias, o aumento na geração de eletricidade foi determinante para o acréscimo de participação.
Lá, a usina hidrelétrica da Cemig homônima do município apresentou expansão de 84,5% na geração de
energia elétrica em 2020 comparativamente ao ano anterior. Além disso, a atividade comercial e a indústria

26
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

metalúrgica do zinco associado ao desempenho da empresa Nexa Resources em âmbito local também foram
importantes para o ganho de representatividade no produto agregado estadual em 2020.

A maior participação no PIB estadual em 2020 de Paracatu, Perdizes e Patrocínio se relaciona com o avanço
positivo ocorrido no setor agropecuário de Minas Gerais no período, tendo em vista que os três municípios
possuem relevância no VAB agropecuário mineiro (GRÁFICO 6).

Em Paracatu, a evolução favorável no cultivo de feijão (primeiro no ranking estadual) e de soja (segundo no
ranking do estado) contribuiu decisivamente para o resultado. Além disso, no segmento de produção
florestal, a expansão dos preços de carvão vegetal em âmbito local (tal como observado no contexto
estadual) foi outro fator que permitiu o aumento da representatividade. O município ainda apresentou
performance favorável dos segmentos industriais, sobretudo dos setores articulados com o agronegócio
(indústria alimentícia e química) e na geração de eletricidade fotovoltaica e hidrelétrica (com a presença da
usina de Batalha, da empresa Furnas).

Perdizes, por sua vez, se beneficiou do contexto favorável da safra de cereais (milho, sorgo e trigo) e do
avanço ocorrido no cultivo de lavouras temporárias, sobretudo, de feijão, cebola e batata-inglesa. O
município é o primeiro colocado no ranking estadual na produção de batata, e essa especialização produtiva
no agronegócio resultou na evolução positiva da indústria alimentícia local com, inclusive, um cenário de
expansão na fábrica de batatas pré-processadas da Bem Brasil, instalada em seu território. Ademais,
acompanhando esse contexto, a indústria da construção civil do município apresentou crescimento nominal
importante no período.

Em Patrocínio, houve também bom desempenho da safra de cereais (sobretudo do trigo), da soja e da cebola.
No entanto, dois fatores foram cruciais para o ganho de representatividade de 0.1 p.p. no PIB de Minas Gerais
em 2020 ocorrido no município (GRÁFICO 6). O primeiro diz respeito ao resultado da cafeicultura estadual
no período, que apresentou incremento notável tanto em termos de volume quanto dos preços. Como
Patrocínio é o principal produtor de café arábica do estado (primeiro no ranking), esse efeito foi
potencializado no município. O segundo aspecto é que Patrocínio se destaca na bovinocultura leiteira
(segundo no ranking do estado atrás apenas de Patos de Minas), tendo sido beneficiado pelo aumento das
cotações dos produtos de origem animal, como do leite e produtos relacionados.

Outros municípios que também apresentaram crescimento nominal do PIB relevante em 2020 foram:
Albertina (no comércio atacadista de café em consonância com o resultado positivo da cafeicultura no setor
agrícola local), Corinto (na fabricação de instrumentos, utensílios e testes para uso médico, cirúrgico,

27
Estatística & informações, n. 53

odontológico e de laboratório para finalidade diagnóstica), Volta Grande (no comércio e na fabricação de
papel, tendo em vista que atua no município a empresa HP Indústria de Papéis), Caiana (no cultivo de café e
no comércio atacadista), Sericita (na quantidade produzida de café arábica),Rochedo de Minas (na indústria
alimentícia de abate de bovinos), São Sebastião do Oeste (na fabricação de alimentos para animais e
relacionado ao abate de aves em função da atuação da empresa Avivar no município), Raposos (nas
atividades de apoio e extração de minério de ferro) e Indianópolis (na construção civil, agricultura e na
geração de energia pela usina hidrelétrica de Miranda).

O Gráfico 7 traz os dez municípios com as maiores perdas de participação no PIB de Minas Gerais de 2019
para 2020. Boa parte dos municípios que aparecem com as maiores perdas de representatividade estão entre
os dez de maior contribuição para o produto agregado estadual e, portanto, já tiveram os motivos para
redução ocorrida esclarecidos nesta seção. É o caso de Belo Horizonte, Betim, Juiz de Fora, Contagem,
Uberlândia e Ipatinga.

Gráfico 7: Participação percentual dos municípios com as maiores perdas de participação (Bottom 10) no Produto
Interno Bruto (PIB) estadual – Minas Gerais – 2019-2020

16,0 14,9
14,3
Participação no PIB de Minas Gerais (%)

14,0
12,0
10,0
8,0
5,85,5
6,0 4,3 4,74,3
3,8 2,92,5
4,0
1,8 1,6 1,31,2 1,51,4
2,0 0,50,4 1,11,0
0,0

Município

Part 2019 (%) Part 2020 (%)

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.
Nota: Part.: Participação.

28
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

Em São Gonçalo do Rio Abaixo e Itabira, a atividade econômica determinante para a perda de participação
foi a indústria extrativa mineral. Tudo indica que, apesar da evolução positiva dos preços do minério de ferro,
a redução da produção nesses municípios foi crucial para queda no volume de VAB da indústria de extração
mineral de Minas Gerais (-20,1%) ocorrida em 2020. A mina de Brucutu da Vale, localizada em São Gonçalo
do Rio Abaixo, operou abaixo da sua capacidade; em Itabira, houve interrupção na mina de Conceição, da
mesma empresa, com suspensão na disposição de rejeitos nas barragens presentes em seu território. A
retração ocorrida na arrecadação da Compensão Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM),
na comparação de 2020 com 2019, nos dois municípios (de 15,4% em São Gonçalo do Rio Abaixo e de 11,7%
em Itabira), corrobora a perda de representatividade (GRÁFICO 7).

Em Pouso Alegre, a indústria de transformação local apresentou desempenho desfavorável tanto em


segmentos do complexo metalmecânico (como de fabricação de produtos metálicos, máquinas e
equipamentos de informática e de peças e acessórios para veículos automotores) quanto em segmentos que
em âmbito estadual evoluíram positivamente (como a indústria química). O resultado negativo da
manufatura local desativou outros segmentos articulados com esse setor, como o comércio atacadista e os
serviços de transporte de carga e prestados às empresas.

Da mesma forma, a indústria de transformação também foi determinante para a perda de participação no
PIB estadual observada em Sete Lagoas. Além do resultado desfavorável em produtos da cadeia
metalmecânica, a indústria têxtil e alimentícia (na contramão do que ocorreu no estado como um todo)
apresentou performance adversa em âmbito local. Assim como em Pouso Alegre, o menor nível de atividade
da manufatura em Sete Lagoas contribuiu para que segmentos como os serviços de transporte de carga e
prestados às empresas fossem menos demandados no período.

Além disso, como se trata de municípios populosos, Sete Lagoas (11° no ranking estadual de população) e
Pouso Alegre (na 17ª posição no ranking de Minas Gerais populacional), eles também tiveram parte dos
serviços terciários afetados pelas medidas restritivas de circulação das pessoas para conter a pandemia da
Covid-19, sobretudo, os serviços prestados às famílias e de transporte terrestre de passageiros (GRÁFICO 7).

Outros municípios que também apresentaram retração nominal do PIB relevante em 2020 na comparação
com 2019 foram: Confins (nos serviços de transporte aéreo), Divisa Alegre e Itapeva (no comércio e nos
serviços em geral), Congonhal (na indústria química e no consumo de energia elétrica industrial), Fronteira
(na geração de energia pela usina hidrelétrica de Marimbondo da empresa Furnas), São Sebastião da Bela
Vista (no comércio e nos serviços prestados às empresas), Bela Vista de Minas (na extração de minério de

29
Estatística & informações, n. 53

ferro), Astolfo Dutra (na confecção de peças do vestuário, corroborada pela queda de 31,2% em 2020 na
comparação com 2019 no pessoal ocupado na indústria têxtil do município conforme dados da Relação Anual
de Informações Sociais (Rais) e Arcos (na extração de calcários e dolomita pela Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN).

Por fim, é interessante destacar que, apesar da desconcentração produtiva ocorrida no período 2010-2020,
em que os dez municípios de maior participação no PIB estadual perderam representatividade, a
concentração econômica ainda permanece bastante elevada em Minas Gerais. Basta observar que apenas
215 municípios concentraram mais da metade do PIB mineiro (50,7%) em 2020.

Para se ter uma ideia da concentração espacial da produção, verificou-se que, aproximadamente dois terços
(66,7%) do PIB foram gerados em apenas 55 dos 853 municípios do estado; três quartos (75,0%), em 88
municípios; nove décimos (90,0%), em 257 municípios. O Mapa 1 mostra a distribuição do produto agregado
de Minas Gerais em 2020 categorizado em cinco faixas conforme a magnitude do PIB municipal.

5 Belo Horizonte, Uberlândia, Contagem, Betim, Uberaba, Juiz de Fora, Nova Lima, Extrema, Ipatinga, Montes Claros,
Sete Lagoas, Pouso Alegre, Poços de Caldas, Divinópolis, Itabira, Governador Valadares, Itabirito, Varginha, Araxá,
Araguari e Paracatu.

30
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

Mapa 1: Produto Interno Bruto (PIB) (R$ 1.000) – Minas Gerais – 2020

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.

4 VAB AGROPECUÁRIO DOS MUNICÍPIOS

Tal como análise realizada para o PIB dos municípios, nesta seção investigam-se as principais alterações
ocorridas no VAB agropecuário das economias locais em 2020 comparativamente ao ano anterior.
Primeiramente, destacam-se os dez municípios com a maior participação no produto agregado agropecuário
em Minas Gerais. Em segundo lugar, apresentam-se os dez municípios com os maiores ganhos e perdas de
participação no VAB agropecuário do estado. Na medida do possível, explicitam-se as maiores variações
nominais (positivas e negativas) ocorridas em 2020.

31
Estatística & informações, n. 53

Começando a análise em relação ao que ocorreu nos dez municípios de maior representatividade no VAB da
agropecuária de Minas Gerais, percebe-se que Unaí, maior produtor de grãos do estado e primeiro no
ranking na produção de cereais, algodão herbáceo e soja no território mineiro, perdeu participação no VAB
agropecuário em 0.4 p.p. (tendo passado de 3,0% em 2019 para 2,6% em 2020) (GRÁFICO 8).

O resultado negativo em Unaí se deve à queda na quantidade produzida de milho ocorrida em âmbito local
em 2020 relacionada não apenas ao plantio tardio e ao uso de híbridos de menor potencial, mas também à
ocorrência de estiagens no município. Como Unaí é o maior produtor de milho de Minas Gerais, a agricultura
local foi afetada mesmo em um contexto de elevação dos preços das commodities agrícolas.

Gráfico 8: Participação percentual dos municípios (Top 10) no Valor Adicionado Bruto (VAB) agropecuário estadual –
Minas Gerais – 2019-2020

3,5
3,0
Participação no VAB Agropecuário de MG

3,0 2,6
2,5 2,1 2,2 2,12,1
1,9
2,0 1,8
1,5 1,4 1,41,4
1,5 1,2 1,21,1
1,1 1,01,1 1,01,1
1,0
(%)

0,5
0,0

Município

Part 2019 (%) Part 2020 (%)

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.
Nota: MG: Minas Gerais. Part.: Participação.

Uberlândia, município que se destaca em Minas Gerais na suinocultura e na avicultura de corte, apresentou
redução de sua participação no VAB agropecuário estadual de 1,9% em 2019 para 1,8% em 2020 (GRÁFICO
8). Assim como em Unaí, a safra de cereais evoluiu negativamente em seu território, com queda na
quantidade produzida de milho e de sorgo no período. Com isso, Uberlândia caiu da oitava para nona posição
no ranking mineiro do valor de produção do milho e da quarta para 12ª colocação do sorgo na passagem de
2019 para 2020.

32
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

João Pinheiro foi outro município que apresentou queda de 0.1 p.p. de representatividade no VAB
agropecuário de Minas Gerais em 2020 (GRÁFICO 8). Apesar de ter se destacado no segmento de produção
florestal com o avanço ocorrido nas cotações de carvão vegetal, houve redução na quantidade produzida de
mandioca e mamão em âmbito local. Vale ressaltar que, conforme salientado na seção 2 desta publicação, a
mandioca foi uma das poucas culturas que apresentou queda na quantidade produzida e dos preços em
Minas Gerais e contou com importante contribuição de João Pinheiro para o resultado (o município caiu da
terceira para nona colocação no ranking estadual do valor de produção da cultura no período analisado).

Paracatu, por sua vez, manteve a sua participação no valor agregado agropecuário de Minas Gerais em 2,1%.
Apesar da evolução favorável observada nos cultivos de feijão (primeiro no ranking estadual) e da soja (na
segunda colocação do estado), houve redução na quantidade produzida de milho tal como observado em
Unaí. Vale reparar que esses municípios são limítrofes, e Paracatu também foi afetado com o atraso no
plantio da cultura.

Por outro lado, em termos de evolução de representatividade no VAB da agropecuária de Minas Gerais, o
município de Patrocínio foi o principal destaque nesta divulgação, uma vez que ganhou 0.4 p.p. de
participação no valor agregado agropecuário estadual de 2019 para 2020 (GRÁFICO 8). Ele foi beneficiado
pelo contexto favorável nas cotações do café arábica no período concomitantemente ao aumento ocorrido
na quantidade produzida dessa cultura em seu território em ano de alta produtividade no ciclo bianual do
cultivo (ano par). Como Patrocínio lidera a produção de café arábica no ranking de Minas Gerais, entende-
se por que o município teve ganho digno de menção de participação.

Da mesma forma, em termos de volume e preço, o resultado favorável da cafeicultura também foi
importante para explicar o aumento na representação ocorrida em Patos de Minas (0.1 p.p.) e na
manutenção da participação em 1,4% (quando se analisa o resultado com apenas uma casa decimal) de
Coromandel (GRÁFICO 8). Nos dois municípios, houve evolução também positiva da safra de soja e, em
Coromandel, o aumento na quantidade produzida de sorgo no período contribuiu para atenuar a redução na
produção observada na safra local de trigo e feijão, apesar do contexto favorável nos preços desses cultivos.

A expansão ocorrida nas cotações do leite no período também foi determinante para o avanço, em termos
nominais, do VAB agropecuário dos municípios supracitados, uma vez que esses territórios lideram o ranking
estadual da bovinocultura leiteira, com Patos de Minas, Patrocínio e Coromandel na primeira, segunda e
terceira posição respectivamente em termos de valor de produção de leite do estado em 2020.

33
Estatística & informações, n. 53

O ganho de representatividade de 0.1 p.p. de Uberaba no VAB agropecuário de Minas Gerais em 2020
comparativamente a 2019 se deve a evolução favorável da safra de grãos em âmbito local (GRÁFICO 8). De
fato, houve aumento na quantidade produzida de milho e de soja no município, o que, atrelado ao cenário
positivo dos preços praticados dos grãos, contribuiu para o ganho de participação. Uberaba ocupa a terceira
colocação no ranking do valor de produção do milho e da soja no estado. No caso do milho, é interessante
ressaltar que a expansão ocorrida no município esteve atrelada ao cenário de inversão da área plantada dos
grãos safrinha em seu território, com queda na área plantada de sorgo e aumento na de milho. Ademais,
Uberaba se beneficiou da expansão significativa na quantidade produzida de madeira em tora no segmento
de produção florestal relacionada a atuação da empresa Duratex em seu território.

Em Buritis, município que aumentou a sua participação no valor agregado da agropecuária mineira de 1,0%
em 2019 para 1,1% em 2020, o avanço ocorrido esteve atrelado ao acréscimo na quantidade produzida de
soja e de feijão (GRÁFICO 8). No caso do feijão, houve também abrupto crescimento local das cotações da
cultura no contexto de análise das lavouras temporárias (cenário similar ao observado no município de
Paracatu). Vale ressaltar que Buritis ocupa a quarta colocação no ranking estadual associado ao valor de
produção da soja e a quinta posição quando se considera o cultivo de feijão.

Finalmente, em Perdizes, município que possui uma agricultura diversificada, a evolução favorável na safra
de cereais (milho, sorgo e trigo) e de lavouras temporárias (batata-inglesa, feijão e cebola) foi fundamental
para o ganho de 0.2 p.p. de representatividade no VAB agropecuário estadual no período (GRÁFICO 8). O
município é o maior produtor de batata-inglesa do estado, e o dinamismo da atividade agrícola local
(incluindo a produção de olerícolas) ativou outros segmentos da cadeia do agronegócio como o de fabricação
de produtos alimentícios.

O Gráfico 9 traz os dez municípios com os maiores ganhos de participação no VAB agropecuário de Minas
Gerais na passagem de 2019 para 2020. O aumento da representatividade ocorrida em Patrocínio, Perdizes,
Patos de Minas e Buritis foi esclarecido nos parágrafos anteriores. Em razão do peso da cafeicultura para a
economia mineira e na estrutura produtiva dos demais municípios apresentados no Gráfico 9, seria esperado
que o contexto favorável do cultivo de café, com evolução positiva dos preços em ano de alta produtividade
(ano par) conforme o ciclo bianual da cultura, afetasse favoravelmente municípios cafeicultores tal como
observado em Patrocínio, resultando em acréscimo de participação no valor agregado agropecuário do
estado em 2020.

34
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

Foi exatamente o que aconteceu em alguns municípios em termos de peso no valor de produção do café no
ano em questão e sua posição entre parênteses no ranking estadual: Campos Gerais (segunda), Três Pontas
(terceira), Manhuaçu (quarta), Ibiraci (quinta), Serra do Salitre (sexta) e Monte Carmelo (nona).

Gráfico 9: Participação percentual dos municípios com os maiores ganhos de representatividade (Top 10) no Valor
Adicionado Bruto (VAB) agropecuário estadual – Minas Gerais – 2019-2020

1,6 1,5
1,4
Participação no VAB Agropecuário de MG

1,4
1,2 1,1 1,1
1,2 1,1 1,0
1,0
1,0
0,8 0,7
0,5 0,6 0,6
0,6 0,4
0,4 0,3 0,4
0,4
(%)

0,2 0,2 0,2


0,2
0,2
0,0

Município

Part 2019 (%) Part 2020 (%)

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.
Nota: MG: Minas Gerais. Part.: Participação.

Além da cafeicultura, em Monte Carmelo, houve evolução positiva da safra de grãos e de cereais, com
aumento na quantidade produzida e nas cotações do milho e da soja. Em Serra do Salitre, além do cultivo de
café arábica, o ganho de representatividade também pode ser explicado pelo aumento na quantidade
produzida de feijão e pelo cenário favorável da bovinocultura leiteira local relacionado, sobretudo, ao
aumento do preço do leite (GRÁFICO 9).

Outros municípios que apresentaram crescimento nominal do VAB agropecuário relevante em 2020 foram
Sericita, Durandé, Espera Feliz, Nova Belém, Alto Caparaó e Claraval. Nos seis, o cenário positivo da
cafeicultura se fez presente, tendo em vista o aumento importante da quantidade produzida de café arábica
em âmbito local.

35
Estatística & informações, n. 53

Embora o segmento de produção florestal tenha se mantido estável em termos de representatividade em


nível estadual em 2020, em termos de volume de produção, houve aumento importante na extração de
madeira em tora no ano em questão. Foi justamente a expansão na quantidade produzida de madeira em
tora para papel e celulose, no segmento de extração vegetal e silvicultura, o fator interveniente explicativo
para o avanço nominal do VAB agropecuário elevado observado em Ipaba e Umburatiba.

O Gráfico 10 apresenta as alterações das participações dos municípios com as maiores perdas de
representatividade (bottom 10) no VAB agropecuário de Minas Gerais de 2019 para 2020. A queda na
contribuição para o valor agregado agropecuário estadual no período em Unaí e Uberlândia, como destacado
no início desta seção, foi ocasionada, principalmente, pela evolução desfavorável da safra de milho em
âmbito local.

Gráfico 10: Participação percentual dos municípios com as maiores perdas de representatividade (Bottom 10) no
Valor Adicionado Bruto (VAB) agropecuário estadual – Minas Gerais – 2019-2020

3,5
3,0
Participação no VAB Agropecuário de MG

3,0
2,6
2,5
1,9
2,0 1,8
1,5
0,9 0,9 0,8
1,0 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7
0,5 0,6 0,50,4
(%)

0,5 0,3 0,4


0,5 0,2
0,0

Município

Part 2019 (%) Part 2020 (%)

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.
Nota: MG: Minas Gerais. Part.: Participação.

No contexto de análise dos resultados da agropecuária mineira em 2020, foi ressaltado na seção 2 desta
publicação que, enquanto a agricultura e a pecuária tiveram acréscimo de representatividade, o segmento
de produção florestal manteve a sua contribuição no produto agregado estadual em 2020. Portanto, com
algumas exceções (como Ipaba e Umburatiba), é esperado que municípios com especialização produtiva no

36
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

segmento florestal tenham apresentado evolução nominal inferior e perda de participação em relação
àqueles cuja atividade econômica preponderante foi a agricultura e/ou pecuária.

Foi exatamente o segmento de extração vegetal e silvicultura o fator explicativo para a perda de
representatividade ocorrida em Grão Mogol (na quantidade produzida de carvão vegetal e lenha), Três
Marias e Nova Ponte (na produção de madeira em tora e lenha) e Curvelo (também na extração de madeira
em tora). Nos quatro municípios, o segmento florestal possui peso relevante na estrutura produtiva da
agropecuária local.

Em 2020, a evolução das cotações dos grãos, cereais e do café arábica foi bastante superior ao acréscimo
observado nos preços praticados da cana-de-açúcar. Esse fator acabou prejudicando municípios com
especialização produtiva no cultivo dessa lavoura permanente de longa duração. Por isso, Conceição das
Alagoas (terceiro colocado no ranking estadual no valor de produção da cana-de-açúcar) e Iturama (na
quarta posição do ranking) perderam participação no VAB agropecuário estadual em 2020. O mesmo motivo
ajuda a explicar a queda na contribuição de Frutal (segundo colocado no ranking) para o valor agregado da
agropecuária de Minas Gerais no período (GRÁFICO 10).

No caso de Frutal, é interessante destacar ainda que houve redução na quantidade produzida de abacaxi em
seu território e, como o município é o principal produtor do estado, a queda no volume de produção dessa
lavoura temporária em Minas Gerais de 3,0% em 2020 contou com importante contribuição de Frutal para a
retração observada. Além disso, o município apresentou variação negativa na quantidade produzida de milho
e de sorgo no período.

Em Jaíba, município com vocação produtiva para o cultivo de lavouras permanentes, a redução de
representatividade no VAB agropecuário estadual de 0,5% em 2019 para 0,4% em 2020 esteve associada à
queda na produção de banana em âmbito local, tendo em vista que o território lidera o ranking mineiro na
produção da cultura (GRÁFICO 10). Vale acrescentar ainda que, diferentemente dos demais cultivos da
agricultura do estado (como café arábica, cereais e soja), a banana apresentou evolução desfavorável dos
preços em 2020, o que também afetou a evolução nominal do resultado observado em Jaíba e contribuiu
para perda de participação identificada.

Outros municípios que também apresentaram redução a se notar no VAB agropecuário nominal de 2019 para
2020 foram Padre Carvalho, Pingo-d’Água, Ipatinga, Raposos, Naque, Coronel Fabriciano, Josenópolis,
Senador Modestino Gonçalves, Itabirinha e Nova Era. Com exceção de Itabirinha, que apresentou evolução
desfavorável no cultivo da lavoura permanente local, nos outros nove municípios, independentemente do

37
Estatística & informações, n. 53

peso do setor agropecuário na estrutura econômica de cada território, o segmento florestal associado à
extração vegetal e silvicultura foi o responsável pela variação negativa do valor agregado agropecuário
nominal observada no período.

O Mapa 2 traz a distribuição espacial do VAB agropecuário no território de Minas Gerais organizada em cinco
faixas para 2020. Nele é possível perceber a concentração do VAB agropecuário na porção oeste do estado,
incluindo o Triângulo Mineiro, o Alto Paranaíba, o Noroeste e o Sul/Sudoeste do estado, além de parte do
Centro-oeste mineiro.

Mapa 2: Valor Adicionado Bruto (VAB) da agropecuária (R$ 1.000) – Minas Gerais – 2020

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.

38
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

5 VAB INDUSTRIAL DOS MUNICÍPIOS

Esta seção tem o objetivo de descrever os resultados do VAB industrial dos municípios de Minas Gerais em
2020. Com esse intuito, a análise foi realizada considerando três aspectos. Em primeiro lugar, ela destacou a
evolução da participação no VAB industrial dos dez municípios de maior peso na indústria mineira. Em
segundo lugar, investigou as alterações nos municípios com os maiores ganhos e perdas de
representatividade no produto agregado industrial em 2020, de maneira a identificar as principais mudanças
ocorridas no VAB industrial dentro do território mineiro. Em terceiro lugar, analisou os municípios com as
maiores variações positivas no VAB da indústria (crescimento nominal) entre 2019 e 2020 e as maiores
variações negativas (queda nominal) no período.

Começando a investigar os dez municípios com as maiores participações no VAB industrial de Minas Gerais,
percebe-se que Belo Horizonte, o município de maior representatividade na atividade industrial em 2020
(9,1%), ganhou 0.7 p.p. na contribuição do resultado agregado para a indústria mineira na comparação com
2019 (GRÁFICO 11).

Gráfico 11: Participação percentual dos municípios (Top 10) no Valor Adicionado Bruto (VAB) industrial estadual –
Minas Gerais – 2019-2020

10,0 9,1
9,0 8,4
Participação no VAB Industrial de MG (%)

8,0 7,5
7,0 6,5
6,0 5,55,1
5,0 4,23,9 4,23,9
4,0
2,7 3,0 3,02,7
2,5 2,62,2
3,0 1,81,8
2,0 0,8
1,0
0,0

Município

Part 2019 (%) Part 2020 (%)

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.

39
Estatística & informações, n. 53

Nota: MG: Minas Gerais. Part.: Participação.

Apesar de ter perdido participação no PIB estadual no período por conta da evolução nominal desfavorável
dos serviços que dependem do fluxo e da circulação de pessoas afetados pelo contexto da pandemia da Covid-
19, a capital mineira apresentou bom desempenho na indústria manufatureira (com exceção do segmento de
autopeças) com destaque para os segmentos de fabricação de alimentos, de preparações farmacêuticas e de
minerais não metálicos.

Além disso, a construção civil (não atrelada às famílias produtoras) também foi uma atividade de destaque na
capital do estado: Belo Horizonte ocupa a primeira colocação no ranking estadual da indústria da construção
civil. Como essa atividade ganhou 0.4 p.p. de representatividade na economia mineira em 2020, compreende-
se o avanço ocorrido no município.

Em consonância com o cenário positivo da agricultura local, Uberaba ganhou 0.3 p.p. de representatividade
no VAB industrial do estado na passagem de 2019 para 2020 (GRÁFICO 11). Os segmentos industriais
articulados com o agronegócio local que contribuíram para o ganho de participação no município foram a
indústria alimentícia e a química (de fabricação de defensivos agrícolas) presentes em seu território. De
acordo com a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), a quantidade produzida de alimentos e
de produtos químicos aumentaram, respectivamente, 11,9% e 17,5% no estado na comparação de 2020 com
o ano anterior e, evidentemente, contou com a contribuição do município do Triângulo Mineiro para esse
resultado.

O avanço no valor nominal do VAB industrial em Uberaba no período ainda foi potencializado pelo aumento
notável dos preços dos produtos alimentícios, que acompanharam o contexto de elevação das cotações das
commodities agrícolas no ano em questão.

O município de Itabirito aumentou a sua participação no VAB industrial de Minas Gerais de 0,8% em 2019
para 2,5% em 2020 e foi destaque na divulgação em função de ter sido o território com o maior ganho de
representatividade no valor agregado da indústria no período. Com o expressivo resultado, Itabirito acabou
se colocando no top 10 entre aqueles com maior contribuição para geração do valor adicionado da indústria
de Minas Gerais em 2020 (GRÁFICO 11). O avanço observado no município se deve à retomada na operação
na atividade de extração mineral pela Vale em seu território.

De fato, foi observado no município aumento expressivo no volume e no valor exportado de minério de ferro
em 2020. Ademais, corroborando o resultado positivo, a arrecadação da Compensação Financeira pela
Exploração de Recursos Minerais (CFEM) aumentou 138,2% entre 2019 e 2020 no município (a participação
na CFEM estadual de Itabirito saltou de 5,8% em 2019 para 10,8% em 2020). Além da atividade de mineração,

40
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

a indústria da construção civil local foi outro segmento que contribuiu positivamente para o ganho de
representatividade da indústria na estrutura produtiva de Itabirito.

Em contrapartida, em Itabira, a perda de representatividade de 0.4 p.p. entre 2019 e 2020 no VAB industrial
do estado foi ocasionada, em boa medida, pela parada na mina de Conceição da Vale, que afetou a produção
de minério de ferro com suspensão na disposição de rejeitos na barragem presente em seu território
(GRÁFICO 11). Assim, diferentemente de Itabirito, a arrecadação da CFEM caiu 11,7% no município entre
2019 e 2020 (a participação na CFEM estadual de Itabira diminuiu de 13,1% em 2019 para 9,0% em 2020).

Da mesma forma, em Nova Lima, a redução de participação no VAB industrial do estado de 4,2% em 2019
para 3,9% em 2020 teve influência da atividade extrativa mineral. No município, a participação na CFEM
estadual diminuiu de 10,8% em 2019 para 9,0% em 2020. Além disso, houve evolução nominal desfavorável
da indústria de transformação local e do segmento de transmissão, distribuição e comercialização de energia
elétrica.

Em Uberlândia, a perda de representatividade de 0.4 p.p. no VAB industrial do estado na passagem de 2019
para 2020 esteve associada à performance da indústria química local e do segmento de máquinas, aparelhos
e materiais elétricos (GRÁFICO 11). O resultado desfavorável no município é corroborado pela evolução
inferior na arrecadação de impostos sobre os produtos como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS) e de outras receitas se comparado, por exemplo, com o de Uberaba (município limítrofe ao
território de Uberlândia e que apresentou variação nominal superior tanto no que diz respeito ao resultado
da indústria quanto em relação à arrecadação de impostos sobre produtos líquidos de subsídios).

Os municípios de Betim, Contagem e Ipatinga apresentaram redução na participação no produto agregado


industrial de Minas Gerais no período em razão da desativação do complexo metalmecânico em 2020 no
estado e, consequentemente, apresentaram também queda no consumo industrial de energia elétrica em
âmbito local.

Em Betim, além do desempenho negativo na fabricação de componentes eletrônicos e de materiais elétricos,


o segmento de fabricação de automóveis foi determinante para a perda de representação da indústria local
(com a presença da Stellantis em seu território). De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física
(PIM-PF) do IBGE, a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias diminuiu 13,4% na economia
mineira em 2020 na comparação com o ano anterior. Como Betim possui especialização produtiva nesse
segmento econômico e concentra a produção do estado em seu território, compreende-se o decréscimo de
1.0 p.p. no VAB industrial observado (GRÁFICO 11).

41
Estatística & informações, n. 53

Em Contagem, o desempenho desfavorável ocorreu na indústria de peças e acessórios para veículos


automotores e acompanhou o cenário negativo observado em Betim. Além disso, o segmento de fabricação
de produtos metálicos e de máquinas e equipamentos evoluiu desfavoravelmente no município, de tal
maneira que Contagem perdeu a primeira posição em relação a esse agrupamento no ranking estadual para
Extrema. Portanto, segundo a PIM-PF no período, a queda de 11,2% na fabricação de produtos de metal e de
7,5% de máquinas e equipamentos observada em Minas Gerais teve importante influência de Contagem para
o resultado negativo constatado em nível estadual.

Já em Ipatinga, além do resultado desfavorável observado também no segmento de fabricação de produtos


metálicos, a performance negativa da metalurgia foi determinante para a perda de representatividade
(GRÁFICO 11). Atuando no município, a Usiminas, no segundo trimestre de 2020, chegou a desativar um alto
forno em razão da queda na demanda pelo aço no contexto econômico da pandemia do Coronavírus. Vale
dizer também que, conforme a PIM-PF, a produção metalúrgica do estado caiu 9,2% em 2020
comparativamente ao ano anterior. Como Ipatinga lidera o ranking de Minas Gerais do segmento
metalúrgico, o município foi decisivo para a retração ocorrida em âmbito estadual.

O município de Conceição do Mato Dentro, que se destaca na extração do minério de ferro em função da
presença da Anglo American em seu território, manteve a sua participação no VAB industrial do estado em
1,8% em 2020 (GRÁFICO 11).

O Gráfico 12 traz os dez municípios com os maiores ganhos de participação no VAB industrial de Minas Gerais
na passagem de 2019 para 2020. O aumento na contribuição para o valor agregado industrial do estado
observado em Belo Horizonte e Uberaba no período foi esclarecido anteriormente.

Em Mariana, Congonhas e Ouro Preto, acompanhando o cenário ocorrido em Itabirito, a indústria extrativa
mineral relacionada à produção de minério de ferro foi determinante para o acréscimo na representatividade.
No município de Mariana, corroborando a evolução positiva na mineração local em 2020, a arrecadação da
Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Mineirais (CFEM) aumentou 114,3% entre 2019 e 2020
(a participação na CFEM estadual de Mariana saltou de 4,5% em 2019 para 7,5% em 2020).

Além disso, é interessante ainda chamar a atenção para o fato de que a Samarco voltou a operar no município
no final do ano em questão contribuindo para a retomada da atividade econômica em âmbito local.

42
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

Gráfico 12: Participação percentual dos municípios com os maiores ganhos de representatividade (Top 10) no Valor
Adicionado Bruto (VAB) industrial estadual – Minas Gerais – 2019-2020

10,0 9,1
9,0 8,4
Participação no VAB Industrial de MG (%)

8,0
7,0
6,0
5,0
4,0
2,5 2,73,0
3,0
2,0 1,0 1,11,2
0,8 0,5 0,4
0,9 0,8 1,0 0,50,6
1,0 0,00,2 0,10,2
0,0

Município

Part 2019 (%) Part 2020 (%)

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.
Nota: MG: Minas Gerais. Part.: Participação.

Em Congonhas, onde se localiza a mina Casa de Pedra da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), além da
evolução favorável no segmento mineral, a indústria de transformação local vinculada à produção de gases
industriais, minerais não metálicos e de artefatos de borracha também foi determinante para o ganho de
participação constatado no município no período. Da mesma forma, o avanço no setor mínero-industrial
observado em Ouro Preto é corroborado pelo abrupto acréscimo no consumo de energia elétrica industrial
ocorrido em seu território no período (GRÁFICO 12).

É interessante destacar que tanto Itabirito quanto Mariana e Congonhas são municípios limítrofes a Ouro
Preto, indicando que essa região do quadrilátero ferrífero apresentou, de fato, performance favorável da
indústria extrativa mineral em 2020. O relatório trimestral da Vale, que traz os resultados consolidados para
o ano em questão, também corrobora o desempenho positivo nessa região, com expansão na produção de
minério de ferro de 56,8% na comparação com 2019 no complexo de Mariana (Alegria, Timbopeba e outros)
e de 91,4% no complexo de Vargem Grande (Vargem Grande, Pico e outros). A mina do Pico, relacionada à
área de atuação da empresa, por exemplo, fica localizada em Itabirito, município de destaque nesta
divulgação.

43
Estatística & informações, n. 53

O ganho de participação no VAB industrial do estado por parte do município de Corinto talvez seja um dos
que mais chamou atenção na divulgação dos resultados do valor agregado da indústria em 2020. O aumento
de representatividade observado no setor industrial do município esteve atrelado ao segmento da indústria
de transformação de fabricação de utensílios para uso médico, de laboratório e testes de finalidade
diagnóstica. Atua no município a empresa Eco Diagnóstica, responsável pela oferta do primeiro teste da
Covid-19 no Brasil, e que, em razão disso, viu seu faturamento disparar no período, tendo resultado no
acréscimo da contribuição para o VAB industrial do estado em 2020 para 0,2% (GRÁFICO 12).

Em Ituiutaba, o aumento de representatividade no VAB da indústria de 0,5% em 2019 para 0,6% em 2020
esteve vinculado ao desempenho favorável em âmbito local da indústria da construção civil e de fabricação
de alimentos, seguindo a tendência observada no estado como um todo para esse conjunto de setores
econômicos (GRÁFICO 12). Com a evolução positiva da indústria alimentícia em seu território o município
subiu da sexta para quinta posição no ranking estadual entre 2019 e 2020 quando se analisa ao mesmo tempo
o segmento de fabricação de alimentos e bebidas. O aumento no consumo de energia elétrica industrial em
Ituiutaba no período corrobora o ganho de participação por parte do setor no município.

Da mesma forma, em Poços de Caldas, o resultado favorável na indústria alimentícia (atua no município a
Danone) foi fundamental para o aumento na representatividade. O município subiu da quinta para quarta
colocação no ranking do estado na passagem de 2019 para 2020 ao se analisar concomitantemente o
segmento de alimentos e bebidas. Além disso, a indústria de fabricação de materiais plásticos também evoluiu
positivamente no município.

Em Grão Mogol, o aumento na geração de eletricidade foi determinante para o acréscimo de participação no
VAB industrial do estado de 0,1% em 2019 para 0,2% em 2020 (GRÁFICO 12). No território, localiza-se a usina
hidrelétrica de Irapé, da Cemig, que apresentou crescimento de 142,3% na geração de energia elétrica em
2020 comparativamente ao ano anterior.

Outros municípios que também apresentaram expansão significativa no VAB industrial de 2019 para 2020
foram Volta Grande (na fabricação de papel, corroborada pelo aumento de 69,8% no pessoal ocupado no
segmento de papel e gráfica do município conforme dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) no
período), Raposos (nas atividades de apoio e extração de minério de ferro), Piedade dos Gerais (na indústria
de alimentos, com a presença da empresa Laticínios Ita Indústria e Comércio e respaldada pelo aumento local
robusto no consumo de energia elétrica industrial), Santa Rita de Minas (também na indústria alimentícia de
preparação do leite e laticínios), Mendes Pimentel (na construção civil e também no segmento de fabricação
de alimentos), Açucena e Frei Inocêncio (na geração de eletricidade nas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH)

44
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

Corrente Grande e Paiol, respectivamente, presentes em seus territórios da empresa CPFL Renováveis) e
Reduto (na construção civil e corroborada pelo acréscimo de 537,9% no pessoal ocupado no segmento em
âmbito local conforme dados da RAIS na comparação de 2020 com o ano anterior).

O Gráfico 13 apresenta os dez municípios que mais perderam participação no VAB da indústria do estado de
2019 para 2020. A perda de representatividade ocorrida em Betim, Itabira, Uberlândia, Ipatinga, Contagem
e Nova Lima já teve seus motivos esclarecidos nesta seção.

Em São Gonçalo do Rio Abaixo, assim como aconteceu em Itabira, o resultado desfavorável se deve à redução
na extração de minério de ferro em razão das restrições na disposição de rejeitos que acabou afetando a
capacidade produtiva na mina de Brucutu da Vale. O resultado da indústria extrativa mineral no município é
corroborado pela queda de 15,4% na arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos
Minerais (CFEM) no período (a participação na CFEM estadual de São Gonçalo do Rio Abaixo diminuiu de
8,7% em 2019 para 5,7% em 2020). O relatório trimestral da Vale, com os resultados consolidados para 2020,
respalda a performance negativa do setor de mineração nesses municípios, tendo em vista a retração na
produção de minério de ferro de 39,5% na comparação com 2019 no complexo Minas Centrais (Brucutu e
outros) e de 33,5% no complexo de Itabira (Cauê, Conceição e outros).

Gráfico 13: Participação percentual dos municípios com as maiores perdas de representatividade (Bottom 10) no
Valor Adicionado Bruto (VAB) industrial estadual – Minas Gerais – 2019-2020

8,0 7,5
7,0 6,5
Participação no VAB Industrial de MG (%)

6,0 5,5
5,1
5,0 4,23,9 4,23,9
4,0 3,02,7
3,0 2,6
2,2 2,0 2,2
1,5 1,6 1,71,4
2,0 1,4 1,0
1,0
0,0

Município

Part 2019 (%) Part 2020 (%)

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.
Nota: MG: Minas Gerais. Part.: Participação.

45
Estatística & informações, n. 53

O aumento da ociosidade do complexo metalmecânico afetou as economias locais de Juiz de Fora, Sete
Lagoas e Araxá. O resultado negativo na fabricação de caminhões, ônibus e cabines em Juiz de Fora contribuiu
para a perda de participação do município no VAB industrial do estado observada no período, tendo em vista
o fim da produção do caminhão Actros na fábrica da Mercedes Benz em seu território. Além da conjuntura
desfavorável na fabricação de produtos da cadeia metalmecânica em Sete Lagoas, a indústria alimentícia e
têxtil evoluiu de forma adversa em âmbito local. O contexto de retração na produção metalúrgica do estado
contribuiu para o resultado negativo tanto Juiz de Fora, quanto em Araxá, na produção de ferroligas,
município que se destaca na extração de nióbio (atua em seu território a Companhia Brasileira de Metalurgia
e Mineração (CBMM). Nos dois municípios, a queda no consumo de energia elétrica da indústria local ocorrida
em 2020 corrobora a perda de representatividade no VAB industrial do estado identificada.

Outros municípios que também apresentaram redução de relevância no VAB industrial de 2019 para 2020
foram Santa Rita de Ibitipoca, Miradouro e Campina Verde (na indústria de alimentos), Fernandes Tourinho,
Confins e Santa Bárbara do Monte Verde (na construção civil), Onça de Pitangui (na extração de minerais
não metálicos), Barra Longa (na extração e britamento de pedras e na construção civil), Congonhal (na
indústria química) e Janaúba (no abate de bovinos atrelado a supensão na operação da empresa Minerva
Foods no município como medida preventiva contra a transmissão do Coronavírus e por problemas logísticos).
Em praticamente todos esses municípios, o consumo de energia elétrica industrial evoluiu
desfavoravelmente, corroborando o menor nível de atividade da indústria em âmbito local.

A atividade industrial é ainda mais concentrada no estado do que o segmento agropecuário (mais pulverizado
no território, apesar do destaque da porção oeste, sul/sudoeste e noroeste de Minas Gerais). Enquanto cerca
de um quarto (25,1%) do VAB da agropecuária mineira veio de apenas 21 municípios6, 50,8% do VAB industrial
(mais da metade do valor agregado gerado) vieram de apenas 17 municípios.7 O Mapa 3 traz a distribuição
espacial do VAB da indústria no território estadual organizada em cinco faixas para 2020.

6 Unaí, Uberaba, Paracatu, Uberlândia, Patrocínio, Perdizes, Coromandel, João Pinheiro, Buritis, Patos de Minas,
Sacramento, Rio Paranaíba, Araguari, Prata, Guarda-Mor, Ibiá, Ituiutaba, Frutal, Conceição das Alagoas, Serra do
Salitre e Nova Ponte.
7 Belo Horizonte, Betim, Uberlândia, Nova Lima, Contagem, Uberaba, Ipatinga, Itabirito, Itabira, Conceição do Mato
Dentro, Sete Lagoas, Araguari, Ouro Branco, Juiz de Fora, Araxá, Extrema e Paracatu.
46
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

Mapa 3: Valor Adicionado Bruto (VAB) da indústria (R$ 1.000) – Minas Gerais – 2020

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.

47
Estatística & informações, n. 53

6 VAB DOS SERVIÇOS PRIVADOS DOS MUNICÍPIOS

Assim como nas análises desenvolvidas para o VAB agropecuário e industrial dos municípios, esta seção adota
a mesma estratégia para compreensão do VAB dos serviços privados (excluído a administração pública) em
nível municipal. Investiga as alterações nas participações no setor terciário dos dez municípios de maior
contribuição para o valor agregado entre 2019 e 2020, analisa os dez maiores ganhos e perdas de
representatividade no VAB de serviços privados no estado e menciona alguns municípios com variações
nominais elevadas (positivas e negativas) no período.

Gráfico 14: Participação percentual dos municípios (Top 10) noValor Adicionado Bruto (VAB) estadual dos serviços
privados – Minas Gerais – 2019-2020

25,0
19,9 19,7
Participação no VAB de Serviços Privados

20,0

15,0

10,0
6,0 5,8
de MG (%)

5,45,1
5,0 3,53,3 3,43,1 2,4 2,4 1,61,9 1,71,7 1,61,5 1,61,5
0,0

Município

Part 2019 (%) Part 2020 (%)

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.
Nota: MG: Minas Gerais. Part.: Participação.

Iniciando a análise dos resultados a partir dos dez municípios com maior peso no VAB dos serviços privados
em âmbito estadual, convém destacar Belo Horizonte, município que participou com 19,7% do valor agregado
dos serviços privados no estado em 2020. No ano anterior, a representatividade da capital mineira era de
19,9% e, portanto, houve perda de 0.2 p.p. entre 2019 e 2020 (GRÁFICO 14).

Conforme ressaltado na seção 2 deste relatório, a pandemia do Coronavius Disease 2019 (Covid-19) e o
isolamento social decorrente afetaram de maneira substancial a prestação de serviços que dependem do
fluxo e da circulação de pessoas em 2020.

48
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

Nesse cenário, a capital de Minas Gerais, município mais populoso do estado, apresentou evolução negativa
no período dos serviços de alimentação fora do domicílio, daqueles prestados às famílias, na educação e
saúde privada, no transporte terrestre de passageiros, no comércio (sobretudo o varejista) e nas atividades
imobiliárias (em função do fechamento de empresas). Como Belo Horizonte se posiciona na primeira
colocação do ranking estadual na prestação de todos esses serviços, compreende-se a perda de
representatividade identificada no município.

Os efeitos da pandemia do Coronavírus também se fizeram presentes em Uberlândia, que apresentou


resultados negativos também no segmento dos serviços prestados às famílias, de alojamento e alimentação,
na educação e saúde mercantil e nos serviços de transporte de passageiros. O município do Triângulo Mineiro
é o segundo mais populoso do estado e também se posiciona na segunda colocação na prestação dos serviços
mencionados anteriormente.

No caso de Contagem e Betim, municípios com as maiores perdas de representatividade no VAB de serviços
privados do estado entre 2019 e 2020, o efeito da pandemia da Covid-19 sobre as atividades terciárias
atreladas ao consumo das famílias, combinado com as consequências da desativação do complexo
metalmecânico sobre os serviços demandados pelas empresas, fez com que esses municípios perdessem 0.3
p.p. de participação no período (GRÁFICO 14).

De fato, em Contagem houve evolução negativa tanto das atividades artísticas, culturais, esportivas e
recreativas, dos serviços de alimentação fora do domicílio e dos serviços de transporte terrestre de
passageiros (Contagem é o terceiro município mais populoso de Minas Gerais e também o terceiro colocado
na prestação dos serviços supracitados) quanto se observam resultados desfavoráveis no comércio atacadista
local de produtos da cadeia metalmecânica (articulada com a perda de representatividade no VAB industrial
do estado por parte do município).

Em Betim, por sua vez, a performance negativa foi identificada nos setores relacionados aos serviços
prestados às famílias e de transporte terrestre de passageiros (o município ocupa a quinta colocação no
ranking estadual tanto no que diz respeito à prestação dos serviços mencionados quanto em termos
populacionais). Além disso, nota-se redução importante no comércio local de automóveis, autopeças e
serviços relacionados e na evolução dos serviços de transporte de carga, relacionada à perda de participação
no VAB industrial do estado ocorrida no município por conta do desempenho da manufatura em âmbito local
na passagem de 2019 para 2020. Betim lidera o ranking estadual na prestação dos serviços de transporte de
carga e armazenagem em razão do protagonismo na indústria de transformação e, por consequência, da
necessidade de escoamento de sua produção industrial. Portanto, uma queda da atividade industrial do

49
Estatística & informações, n. 53

município, como ocorrida em 2020, afeta consideravelmente a prestação dos serviços de transporte de carga
e armazenagem dado o encadeamento entre os setores.

Da mesma forma, a desativação do complexo metalmecânico (sobretudo da metalurgia) também contribuiu


para evolução desfavorável dos serviços de transporte de carga e armazenagem e dos serviços prestados às
empresas em Juiz de Fora e Ipatinga. Além disso, no caso de Juiz de Fora, observam-se resultados adversos
nos serviços de hospedagem e alimentação fora do domicílio, nos serviços prestados às famílias e no
transporte terrestre de passageiros afetados pelas medidas de isolamento social (o município ocupa a quarta
posição no ranking de Minas Gerais tanto na prestação dos serviços mencionados quanto em termos de
magnitude de sua população em relação ao total do estado). Em Ipatinga, município com a décima maior
população de Minas Gerais, identifica-se evolução negativa também dos serviços prestados às famílias e do
transporte terrestre de passageiros na passagem de 2019 para 2020.

Em Pouso Alegre, percebe-se que as medidas restritivas no fluxo e circulação de pessoas afetaram
diretamente os serviços prestados às famílias, o transporte terrestre de passageiros e a prestação dos serviços
de saúde mercantil local. Ademais, tudo indica que a evolução negativa da indústria de transformação do
município mencionada na seção 3 deste relatório contribuiu para o resultado desfavorável de serviços
encadeados com o setor, como o comércio atacadista, os serviços de transporte de carga e armazenagem e
aqueles prestados às empresas. Com isso, Pouso Alegre perdeu 0.1 p.p. de representatividade no VAB dos
serviços privados de Minas Gerais na passagem de 2019 para 2020 (GRÁFICO 14).

A ligeira perda de participação (quase estabilidade) no valor agregado dos serviços privados do estado entre
2019 e 2020 por parte de Montes Claros ocorreu nas atividades artísticas, culturais, esportivas e recreativas,
na saúde e educação privada e também nos serviços de transporte de passageiros, atividade muito afetada
pelas medidas de contenção na circulação populacional (GRÁFICO 14).

Uberaba manteve a sua representatividade no VAB dos serviços privados de Minas Gerais em 2,4% no período
(GRÁFICO 14). Apesar de a pandemia ter afetado a evolução dos serviços vinculados ao consumo das famílias
em âmbito local, como de artes, cultura, esporte e recreação, a educação privada e os serviços de alimentação
fora do domicílio, o dinamismo dos segmentos do agronegócio em nível local ativou outros setores terciários
do município (como os serviços de transporte de carga e armazenagem, de informação e comunicação e
prestados às empresas) e compensou o resultado desfavorável dos serviços que dependem do fluxo da
população.

Extrema, por sua vez, foi o principal destaque na divulgação dos resultados do VAB dos serviços privados de
Minas Gerais em 2020. O município foi o único do top 10 entre aqueles com maior representação que

50
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

apresentou ganho de participação no valor agregado dos serviços privados do estado, de 0.3 p.p. no período.
Esse também foi o maior ganho de representatividade na atividade terciária privada do estado entre todos os
municípios de Minas Gerais (GRÁFICO 15).

Gráfico 15: Participação percentual dos municípios com os maiores ganhos de representatividade (Top 10) no Valor
Adicionado Bruto (VAB) estadual dos serviços privados – Minas Gerais – 2019-2020

2,5
Participação no VAB de Serviços Privados

1,9
2,0
1,6
1,5

1,0
0,6 0,50,6 0,50,5
de MG (%)

0,3 0,40,5 0,30,3


0,5 0,20,3 0,2 0,2 0,10,2 0,10,1
0,0

Município
Part 2019 (%) Part 2020 (%)

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.
Nota: MG: Minas Gerais. Part.: Participação.

Extrema possui o menor contingente populacional entre os dez municípios em que os serviços privados
possuem maior participação no total estadual. Até em função disso, Extrema possui uma estrutura produtiva
diferenciada: os serviços mais afetados pela pandemia e que dependem do fluxo de pessoas têm peso na
estrutura econômica local menor em comparação com os serviços demandados pelas empresas.
Especificamente em 2020, houve evolução favorável no município do comércio, dado o destaque como centro
de distribuição, e dos serviços prestados às empresas e de informação e comunicação. Vale ressaltar que os
serviços de informação e comunicação ganharam 0.4 p.p. de participação na estrutura econômica de Minas
Gerais no ano em questão e, portanto, a contribuição de Extrema foi determinante para o avanço de
representatividade ocorrido.

Itabirito foi outro município que ganhou 0.3 p.p. de participação no VAB dos serviços privados de Minas Gerais
na passagem de 2019 para 2020. A retomada da mineração ativou segmentos encadeados com a indústria
extrativa mineral local, como os serviços prestados às empresas e, principalmente, os serviços de transporte
51
Estatística & informações, n. 53

de carga necessários para o escoamento da produção de minério de ferro e de armazenagem. O mesmo


motivo explica o avanço na representatividade observada em Mariana e Congonhas no período (GRÁFICO
15).

Apesar de a atividade comercial ter perdido participação na economia mineira em 2020, com queda de 0.4
p.p. na comparação com o ano anterior, o segmento relacionado às vendas de artigos farmacêuticos, médicos,
ortopédicos, de perfumaria e cosméticos foi exceção a esse contexto e apresentou acréscimo, por exemplo,
de 13,0% no volume de vendas em Minas Gerais no período conforme dados da Pesquisa Mensal do Comércio
(PMC) do IBGE. Foi justamente o resultado local do comércio de cosméticos e produtos de perfumaria o fator
interveniente para o aumento de representatividade no VAB dos serviços privados do estado ocorrido em
Timóteo, Três Marias, Santa Luzia, Pará de Minas e Barão de Cocais.

Em Timóteo, houve ainda evolução favorável dos serviços prestados às empresas e de transporte de carga e
armazenagem. No município de Santa Luzia, além do avanço positivo das atividades profissionais, técnicas,
administrativas e serviços complementares, os aluguéis apresentaram variação nominal acima da média do
estado. Em Três Marias, acompanhando o ganho ocorrido na indústria e no comércio local, os serviços
prestados às empresas também tiveram performance bem-sucedida. No município de Pará de Minas, o
comércio de medicamentos para uso veterinário e de carnes (bovinas, suínas e de aves) também
apresentaram evolução positiva em seu território (GRÁFICO 15).

Em Barão de Cocais, o avanço na extração do minério de ferro contribuiu para o impulso tanto de segmentos
terciários articulados com o setor mínero industrial em âmbito local quanto de serviços prestados às empresas
do transporte de carga (para escoamento do minério de ferro) e da armazenagem e do comércio atacadista
de máquinas e equipamentos para terraplanagem e mineração. Tal avanço se deu corroborado por dois fatos:
o acréscimo de 419,2% na arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais
(CFEM) no período (a participação na CFEM estadual de Barão de Cocais aumentou de 0,1% em 2019 para
0,5% em 2020) e o cenário positivo nos preços da commodity mineral.

O resultado positivo dos serviços prestados às empresas e do comércio de alimentos e de materiais de


construção foi determinante para o aumento na representatividade no VAB de serviços privados do estado
por parte de Sacramento, de 0.1 p.p. em 2019 para 0.2 p.p. em 2020 (GRÁFICO 15). Vale ressaltar que 2020,
apesar da pandemia do Coronavírus, foi um ano favorável para o setor alimentício no estado tanto na
indústria relacionada à fabricação de alimentos quanto no comércio vinculado às vendas de supermercados
e hipermercados, potencializado ainda pela inflação nos preços, que favoreceu o faturamento desses
segmentos. O município de Sacramento se insere justamente nesse contexto favorável ao comércio de

52
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

alimentos articulado com a evolução nominal positiva do setor agropecuário (cereais, soja, lavouras
temporárias, café e pecuária) local.

Outros municípios de Minas Gerais que também apresentaram crescimento nominal relevante no VAB dos
serviços privados em 2020, foram: Albertina (no comércio atacadista de café em consonância com o resultado
positivo da cafeicultura no setor agrícola local), Caiana (no comércio atacadista, nos serviços prestados às
empresas e de transporte de carga e armazenagem também articulados, em alguma medida, com o cultivo
de café), Martins Soares (no comércio varejista e também no atacadista de café), Volta Grande e Elói Mendes
(nos serviços em geral, sobretudo o comércio), São Sebastião do Oeste e Rochedo de Minas (nos serviços de
transporte de carga e armazenagem e prestados às empresas articulados com a indústria alimentícia local) e
Itacambira (na atividade comercial).

O Gráfico 16 traz os dez municípios que mais perderam representatividade no VAB dos serviços privados do
estado entre 2019 e 2020. As perdas de participação em Contagem, Betim, Belo Horizonte, Uberlândia, Juiz
de Fora, Pouso Alegre e Ipatinga foram esclarecidas anteriormente na análise do top 10 dos municípios com
os maiores pesos no VAB terciário privado estadual.

Gráfico 16: Participação percentual dos municípios com as maiores perdas de representatividade (Bottom 10) no VAB
estadual dos serviços privados – Minas Gerais – 2019-2020

25,0
19,9 19,7
20,0
Participação no VAB de Serviços Privados

15,0
10,0
5,45,1 6,05,8
5,0 3,4 3,1 3,5 3,3
0,40,2 1,61,5 1,61,5 1,41,3 0,30,2
de MG (%)

0,0

Município
Part 2019 (%) Part 2020 (%)

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.
Nota: MG: Minas Gerais. Part.: Participação.

53
Estatística & informações, n. 53

Em Governador Valadares, nono município mais populoso do estado, as medidas adotadas na restrição e no
fluxo das pessoas para conter a pandemia da Covid-19 afetaram os serviços diretamente ligados ao consumo
das famílias, como as atividades artísticas, culturais, esportivas e de recreação, o transporte terrestre de
passageiros e o comércio varejista local. Com isso, o município perdeu 0.1 p.p. de representatividade no VAB
dos serviços privados do estado na passagem de 2019 para 2020 (GRÁFICO 16).

Além das atividades de artes, cultura, esporte e recreação (serviços prestados às famílias) e das atividades
profissionais, técnicas, administrativas e serviços complementares (serviços prestados às empresas), o
segmento de intermediação financeira foi determinante para a perda de representatividade no VAB dos
serviços privados do estado por parte de Brumadinho no período (GRÁFICO 16).

Em 2019, houve aumento atípico de depósitos judiciais a caixa restrito relacionados ao rompimento da
barragem em Brumadinho, culminando em um procedimento indenizatório da Vale a partir de operações de
crédito de depósitos a prazo. Embora o valor nominal dos serviços financeiros em 2020 no município ainda
tenha permanecido acima da média histórica pré-rompimento da barragem (2016-2018), o valor observado
em 2020 foi bem abaixo do ano anterior (2019), indicando um retorno gradual no comportamento da
atividade financeira local.

O município de Confins teve abrupta redução na participação no VAB dos serviços privados de Minas Gerais,
de 0,4% em 2019 para 0,2% em 2020 (GRÁFICO 16). O resultado esteve atrelado à grande retração na
prestação dos serviços de transporte aéreo local em razão das restrições no fluxo de passageiros e risco de
contaminação, sobretudo no segundo trimestre de 2020, período em que o distanciamento social se fez mais
necessário para conter a pandemia do Coronavírus. No território de Confins, localiza-se o aeroporto
internacional Tancredo Neves.

Outros municípios que também apresentaram variação relativa nominal negativa considerável no VAB dos
serviços privados em 2020 foram Divisa Alegre (no comércio varejista, nos serviços prestados às famílias e às
empresas e nos serviços de transporte em geral), Espera Feliz (no comércio atacadista e nos serviços
prestados às empresas), Passa Quatro (nos serviços prestados às famílias e no comércio), São Sebastião da
Bela Vista (no comércio atacadista e nas atividades profissionais, técnicas, administrativas e serviços
complementares), Nova União (no comércio varejista e nos serviços em geral), São Gonçalo do Rio Abaixo
(nos serviços prestados às empresas e nos serviços de transporte de carga e armazenagem em consonância
com o menor nível de atividade da indústria extrativa mineral local), Goianá (no transporte aeroviário em
razão da presença do aeroporto Presidente Itamar Franco/aeroporto Regional da Zona da Mata) e Galiléia
(nos serviços em geral). Em todos os municípios citados onde o comércio foi um dos fatores intervenientes

54
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

para a variação negativa observada, o consumo de energia elétrica comercial apresentou queda no período,
corroborando o menor nível de atividade do segmento em âmbito local.

Os serviços privados em sua totalidade também são altamente concentrados espacialmente no território de
Minas Gerais. Esse fato já é perceptível simplesmente analisando a contribuição de Belo Horizonte (19,7%)
em 2020 para o resultado agregado. Apenas 138 municípios foram responsáveis quase pela metade da
geração do VAB setorial no estado (49,9%) e 40 municípios representaram 66,8% do VAB dos serviços privados
de Minas Gerais no ano de 2020. O Mapa 4 mostra a distribuição espacial do valor agregado pelos serviços
privados no território estadual conforme as cinco faixas estabelecidas para o ano em análise.

Mapa 4: Valor Adicionado Bruto (VAB) dos serviços privados (R$ 1.000) – Minas Gerais – 2020

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.

8 Belo Horizonte, Uberlândia, Contagem, Juiz de Fora, Betim, Uberaba, Extrema, Montes Claros, Pouso Alegre, Ipatinga,
Nova Lima, Sete Lagoas e Governador Valadares.
55
Estatística & informações, n. 53

7 VAB DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DOS MUNICÍPIOS

Diferentemente das demais atividades econômicas, influenciadas por fatores específicos que provocam
oscilações mais abruptas no nível de atividade afetando o desempenho das economias locais, o
comportamento da administração pública costuma ser mais estável e previsível. Enquanto a agropecuária
está sujeita à interferência de pragas, veranicos e de intempéries climáticas, o segmento de energia e
saneamento depende do regime de chuvas para geração hidroelétrica; a indústria extrativa mineral possui
seu nível de atividade atrelado à demanda internacional, à longevidade das minas e, mais recentemente, à
situação das barragens; a indústria de transformação é afetada pelo nível de estoques, pelos preços dos
insumos, pelo abastecimento da cadeia de suprimentos e pela demanda interna e externa; as atividades da
administração pública dependem mais fortemente do contingente populacional a que se destinam.

Por isso, as alterações de participação dos municípios no VAB da administração pública estadual costumam
ser residuais.

Excepcionalmente em 2020, a pandemia do Coronavírus e o isolamento social acarretaram a redução do nível


de atividade dos serviços de educação pública, temporariamente interrompidos, tendo retornado
gradualmente na modalidade de ensino a distância e dos serviços de saúde pública em razão do adiamento e
cancelamento de muitos procedimentos clínicos, cirúrgicos e de finalidade diagnóstica para evitar o risco de
contaminação pela Covid-19.

Nesse cenário, foram mais prejudicados municípios mais populosos grandes centros de atendimento na saúde
pública e de prestação de serviços de educação pública.

Esse foi o principal fator a explicar por que Belo Horizonte perdeu 0.3 p.p. de representatividade no VAB da
administração pública estadual na passagem de 2019 para 2020, enquanto Uberlândia e Contagem
apresentaram queda de 0.2 p.p. na participação no mesmo período (GRÁFICO 17).

56
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

Gráfico 17: Participação percentual dos municípios com as maiores contribuições (Top 10) para o Valor Adicionado
Bruto (VAB) da administração pública estadual – Minas Gerais – 2019-2020

14,0 12,6 12,3


Participação no VAB da Administração

12,0
10,0
8,0
Pública de MG (%)

6,0
4,0 3,2 3,0 3,02,8 2,62,5 2,32,3 1,7 1,7 1,51,6 1,41,4 1,31,3 1,21,2
2,0
0,0

Município

Part 2019 (%) Part 2020 (%)

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.
Nota: MG: Minas Gerais. Part.: Participação.

Nos demais municípios que compõem o top 10 da administração pública estadual, as alterações de
representatividade foram residuais em consonância com a característica de maior estabilidade dessa
atividade que se articula com a magnitude da população local.

É interessante ainda destacar que, com exceção da capital mineira, os demais municípios de maior
contribuição para o VAB da administração pública estadual (Uberlândia, Contagem, Juiz de Fora, Betim,
Montes Claros, Uberaba, Governador Valadares, Ribeirão das Neves e Ipatinga) apresentaram participação
inferior a 4,0%, uma evidência de como a atividade é mais desconcentrada no território mineiro (GRÁFICO
17).

O Gráfico 18 apresenta os dez municípios com os maiores ganhos de representatividade no VAB da


administração pública do estado entre 2019 e 2020, enquanto o Gráfico 19 traz os dez que mais perderam
participação na administração pública mineira no período.

Com exceção de Conselheiro Lafaiete, que apresentou ganho de representatividade no VAB da administração
pública de Minas Gerais de 0.2 p.p. entre 2019 e 2020 relacionado à ampliação de leitos e Unidades de Terapia
Intensiva (UTI) na saúde pública local, e dos municípios de Belo Horizonte, Uberlândia e Contagem, que
apresentaram redução de participação na administração pública mineira acima de 0.1 p.p., os demais

57
Estatística & informações, n. 53

municípios com os maiores ganhos ou perdas de representatividade apresentaram modificações residuais,


corroborando o argumento de maior estabilidade dessa atividade em âmbito local.

Gráfico 18: Participação percentual dos municípios com os maiores ganhos de representatividade (Top 10) no VAB da
administração pública estadual – Minas Gerais – 2019-2020
Participação no VAB da Administração Pública

2,0
1,8 1,71,7
1,5 1,6
1,6 1,41,4
1,4 1,21,2
1,2
1,0 0,90,9
0,7 0,7
de MG (%)

0,8 0,6
0,6 0,4 0,30,4
0,4 0,30,3
0,10,2
0,2
0,0

Município

Part 2019 (%) Part 2020 (%)

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.
Nota: MG: Minas Gerais. Part.: Participação.

Os municípios que apresentaram maior crescimento nominal no VAB da administração pública local em 2020,
comparativamente ao ano anterior (variação relativa), em Minas Gerais foram: Conselheiro Lafaiete (44,2%),
São Gonçalo do Rio Abaixo (26,8%), São José do Mantimento (17,6%), Brumadinho (16,8%), Itabirito (16,3%),
Joaquim Felício (16,2%), Olaria e Grupiara (16,1%), Chácara (15,7%) e Diogo de Vasconcelos (15,5%). Com
exceção de Conselheiro Lafaiete e de São Gonçalo do Rio Abaixo, os demais municípios citados apresentaram
expansão nominal abaixo de 20,0% (outra evidência do comportamento estável da administração pública).

58
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

Gráfico 19: Participação percentual dos municípios com as maiores perdas de representatividade (Bottom 10) no
Valor Adicionado Bruto (VAB) da administração pública estadual – Minas Gerais – 2019-2020

14,0 12,612,3
Participação no VAB da Administração Pública

12,0
10,0
8,0
6,0
4,0 3,2 3,0 3,02,8
de MG (%)

2,62,5 2,3 2,3


2,0 1,11,0 0,80,7 1,31,3
0,60,6 0,60,6
0,0

Município

Part 2019 (%) Part 2020 (%)

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.
Nota: MG: Minas Gerais. Part.: Participação.

Os municípios que apresentaram variação negativa mais acentuada no VAB da administração pública local em
2020 em relação ao ano de 2019 (variação relativa) no estado foram: São José da Safira e Central de Minas
(-4,2%), Raul Soares (-4,1%), Confins (-4,0%), Bom Sucesso (-3,9%), Lagoa Formosa (-3,8%), São João do
Manhuaçu (-3,6%), Itabira (-3,5%), Uberlândia e Serranos (-3,4%).

Nenhum deles apresentou queda nominal acima de 5,0% (mais uma evidência da estabilidade da
administração pública no território mineiro).

Assim como a agropecuária, a atividade da administração pública também apresenta o valor adicionado
menos concentrado espacialmente comparativamente à atividade industrial e aos serviços privados no
território de Minas Gerais. Seis municípios9 concentraram quase um quarto (24,6%) do VAB da administração
pública estadual em 2020, 45 municípios responderam por pouco mais da metade do valor agregado pela
atividade (50,4%) e 117 municípios foram responsáveis por dois terços (66,6%) do valor adicionado em 2020.
O Mapa 5 apresenta a distribuição espacial do valor agregado pela administração pública no estado de acordo
com as cinco faixas estabelecidas para análise dos resultados municipais em 2020.

9 Belo Horizonte, Uberlândia, Contagem, Juiz de Fora, Betim e Montes Claros.


59
Estatística & informações, n. 53

Mapa 5: Valor Adicionado Bruto (VAB) da administração pública (R$ 1.000) – Minas Gerais – 2020

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.

Por ser uma atividade mais desconcentrada, a administração pública foi a atividade econômica predominante
em 424 municípios (49,7% do total) de Minas Gerais em 2020. Em dois municípios10 (0,2% do total), a
construção civil foi a principal atividade econômica; em quatro municípios11 (0,5% do total), o comércio foi a
atividade mais relevante; em seis municípios12 (0,7% do total), a pecuária foi o segmento mais representativo;
em nove municípios13 (1,1% do total), a produção florestal teve a maior participação; em 18 municípios14

10
Baldim e Indianópolis.
11
Albertina, Extrema, Itapeva e São Sebastião da Bela Vista.
12
Abadia dos Dourados, Cruzeiro da Fortaleza, Gurinhatã, Itanhandu, São José da Varginha e Tiros.
13
Alto Rio Doce, Carbonita, Estrela do Sul, Itamarandiba, Lassance, Olhos-d’Água, Senador Modestino Gonçalves,
Turmalina e Veredinha.
14
Açucena, Araporã, Braúnas, Cabeceira Grande, Conquista, Dores de Guanhães, Fronteira, Grão Mogol, Guimarânia,
Ibiraci, Iturama, Itutinga, Joanésia, Nova Ponte, Piau, Planura, São José da Barra e Simão Pereira.
60
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

(2,1% do total), o segmento de energia e saneamento foi a atividade preponderante; em 24 municípios15


(2,8% do total), a extração mineral foi a atividade com a maior representatividade; em 40 municípios16 (4,7%
do total), a indústria de transformação foi a atividade mais importante; em 58 municípios17 (6,8% do total), a
agricultura foi a atividade de maior peso; e 268 municípios (31,4% do total) tiveram os serviços privados
(excluído a administração pública) como atividade econômica principal em 2020.

O Mapa 6 apresenta a atividade econômica predominante para cada um dos 853 municípios de Minas Gerais
em 2020.

15
Antônio Dias, Bela Vista de Minas, Belo Vale, Brumadinho, Catas Altas, Conceição do Mato Dentro, Conceição do
Pará, Congonhas, Desterro de Entre Rios, Itabira, Itabirito, Itatiaiuçu, Mariana, Nazareno, Nova Lima, Ouro Preto,
Paracatu, Piracema, Raposos, Riacho dos Machados, Rio Piracicaba, Santa Bárbara, São Gonçalo do Rio Abaixo e Tapira.
16
Arapuá, Araxá, Belo Oriente, Betim, Cachoeira de Minas, Cajuri, Cambuí, Canápolis, Capitão Enéas, Claraval, Corinto,
Córrego Fundo, Delta, Dores de Campos, Igaratinga, Iguatama, Ijaci, Itamonte, Itaú de Minas, Jaguaraçu, Jeceaba, João
Monlevade, Juatuba, Maravilhas, Martins Soares, Ouro Branco, Pains, Pirajuba, Pirapetinga, Pouso Alto, Ressaquinha,
Rochedo de Minas, Rodeiro, São Geraldo, São José da Lapa, São Sebastião do Oeste, Timóteo, Três Marias, Urucânia e
Visconde do Rio Branco.
17
Água Comprida, Arantina, Araújos, Bom Jesus da Penha, Bonfinópolis de Minas, Buritis, Cachoeira Dourada,
Cambuquira, Campo Florido, Campos Altos, Campos Gerais, Capetinga, Capinópolis, Carmo da Cachoeira, Carrancas, Casa
Grande, Chapada Gaúcha, Comendador Gomes, Coqueiral, Cordislândia, Coromandel, Delfinópolis, Durandé, Estrela do
Indaiá, Formoso, Guarda-Mor, Ingaí, Ipiaçu, Lagamar, Limeira do Oeste, Luisburgo, Luminárias, Madre de Deus de Minas,
Medeiros, Minduri, Morada Nova de Minas, Nova Belém, Nova Resende, Pedrinópolis, Perdizes, Pratinha, Presidente
Olegário, Rio Paranaíba, Romaria, Sacramento, Santa Margarida, Santa Rita do Itueto, Santa Rosa da Serra, São Francisco
de Sales, São Pedro da União, São Tomás de Aquino, Sericita, Serra do Salitre, Tapiraí, Turvolândia, União de Minas,
Varjão de Minas e Veríssimo.
61
Estatística & informações, n. 53

Mapa 6: Principal atividade econômica dos municípios – Minas Gerais – 2020

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.
Nota: APU: Administração Pública.

62
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

8 PIB PER CAPITA DOS MUNICÍPIOS

Esta seção tem o objetivo de destacar os dez municípios com os maiores PIB per capita de Minas Gerais em
2020, além de identificar as economias locais com as maiores variações nominais (positivas e negativas) do
PIB per capita nesse ano.

O Gráfico 20 apresenta os municípios do estado com os maiores valores no PIB per capita (ranking do top 10).
Os resultados são elucidativos para demonstrar os limites da utilização desse indicador como proxy para o
desenvolvimento socioeconômico. De fato, com exceção de Extrema, que possui o comércio como atividade
econômica preponderante, a maior parte dos municípios apresenta indicadores insatisfatórios nas diferentes
temáticas de desenvolvimento e, no entanto, apresentam valores elevadíssimos do PIB per capita. Isso
acontece porque os municípios que compõem o top 10 são, em sua maioria, especializados em atividades
econômicas que favorecem a remuneração do capital (excedente operacional bruto) em detrimento da
remuneração do trabalho. Com isso, o produto agregado não traz o retorno esperado à sociedade local, e a
renda gerada acaba, muitas vezes, extravasando para outras regiões e outros territórios.

Gráfico 20: Municípios com os maiores PIBs per capita do estado (Top 10) (R$ 1.000) – Minas Gerais – 2019-2020
350,0
311,1 313,1
300,0 279,9
PIB per capita (R$ 1.000)

256,2
249,4 239,3 225,0
250,0 220,2
200,5211,0 205,2 201,8
200,0 164,9
157,4
127,0 126,9
150,0 125,0 123,0
95,5
100,0
54,9
50,0

0,0
Extrema Jeceaba Conceição São Araporã Catas Itatiaiuçu Nova Itabirito Tapira
do Mato Gonçalo Altas Lima
Dentro do Rio
Abaixo
Município

PIB per capita 2019 PIB per capita 2020

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.
Nota: PIB: Produto Interno Bruto.

63
Estatística & informações, n. 53

No caso de Extrema, é interessante salientar que a evolução favorável dos serviços privados no município em
2020 e, particularmente, do comércio, das atividades profissionais, técnicas, administrativas e serviços
complementares e dos serviços de informação e comunicação, fez com que o município assumisse a dianteira
como maior PIB per capita do estado em 2020. Jeceaba, com menos de cinco mil habitantes, apresenta alto
valor de PIB per capita (o segundo maior de Minas Gerais) em função de sua especialização produtiva na
metalurgia (atua em seu território a empresa Vallourec) (GRÁFICO 20).

São Gonçalo do Rio Abaixo e Catas Altas foram os únicos do top 10 que apresentaram redução nominal no
valor do PIB per capita na passagem de 2019 para 2020. Nos dois municípios, a extrativa mineral foi a atividade
preponderante em âmbito local. No caso de São Gonçalo do Rio Abaixo, a redução esteve atrelada ao
resultado desfavorável na extração do minério de ferro em razão das restrições na disposição de rejeitos que
afetou a capacidade de produção da mina de Brucutu da Vale. Com isso, o município caiu da primeira para
quarta colocação no ranking estadual dos maiores PIB per capita de Minas Gerais na passagem de 2019 para
2020. Em Catas Altas, onde se localiza a mina de Fazendão, o menor nível de atividade na extração do minério
de ferro pode ser corroborado pela queda de 68,7% na arrecadação da Compensação Financeira pela
Exploração de Recursos Minerais (CFEM) entre 2019 e 2020 (a participação na CFEM estadual de Catas Altas
diminuiu de 2,9% em 2019 para 0,7% em 2020).

Outros quatro municípios que compõem o top 10 dos maiores PIBs per capita de Minas Gerais em razão do
protagonismo local na extração do minério de ferro são Conceição do Mato (território de atuação da Anglo
American), Itatiaiuçu (onde se localiza a mina Serra Azul e área de atuação da ArcelorMittal e da Mineração
Usiminas), Nova Lima (território onde atua a Cedro Mineração com extração na mina do Gama e da
Minerações Brasileiras Reunidas (MBR) e Itabirito (onde se localiza a mina do Pico e área de atuação da Vale
no sistema sul da empresa).

No caso de Itabirito, é interessante pontuar o abrupto salto ocorrido no PIB per capita do município entre
2019 e 2020 relacionado à retomada na extração do minério de ferro em seu território. De fato, em razão de
o município ter sido aquele com o maior ganho de participação no PIB de Minas Gerais no período (destaque
na divulgação), Itabirito acabou entrando no ranking dos maiores PIBs per capita do estado ao assumir a nona
colocação (GRÁFICO 20).

A explicação para o alto valor do PIB per capita de Tapira (décimo no ranking estadual em 2020) também se
deve ao peso da indústria extrativa mineral na economia local. Porém, diferentemente dos demais municípios
mineradores citados, que se destacam na extração do minério de ferro, Tapira se sobressai na extração de

64
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

minerais para adubos, fertilizantes e outros produtos químicos (o complexo de mineração da Mosaic
Fertilizantes se localiza no município).

Araporã, quinto maior PIB per capita estadual em 2020, possui o indicador nesse patamar em razão da
presença da usina hidrelétrica de Itumbiara, da empresa Furnas, que faz com que o VAB no segmento de
energia e saneamento local seja elevadíssimo.

Também é interessante destacar, nesta seção, os municípios com os maiores incrementos na variação
nominal do PIB per capita de 2019 para 2020. Os municípios de Itabirito (expansão de 131,1%), Albertina
(123,6%) e Corinto (103,7%) apresentaram crescimento do indicador acima de 100,0%. Outros municípios
com acréscimos relevantes na variação do PIB per capita no período foram Volta Grande (86,7%), Caiana
(84,6%), Sericita (74,7%), Rochedo de Minas (71,8%), Raposos (63,3%), São Sebastião do Oeste (62,5%) e
Indianópolis (58,6%) (GRÁFICO 21).

Gráfico 21: Variação percentual dos municípios com os maiores crescimentos nominais do PIB per capita do estado
(Top 10) – Minas Gerais – 2020/2019

200,0
Variação nominal do PIB per capita (%)

131,1 123,6
103,7
100,0 86,7 84,6
(2020/2019)

74,7 71,8
63,3 62,5 58,6

0,0

Município

Variação nominal do PIB per capita (%) (2020/2019)

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.

Já os municípios com quedas mais acentuadas no valor nominal do PIB per capita no período apresentaram
decrescimento inferior a 60,0%: Confins (-52,4%), São Gonçalo do Rio Abaixo (-28,1%), Divisa Alegre (-22,6%),

65
Estatística & informações, n. 53

Congonhal (-17,9%), Fronteira (-16,3%), Itapeva (-14,0%), São Sebastião da Bela Vista (-13,4%), Perdigão (-
11,4%), Astolfo Dutra (-11,2%) e Bela Vista de Minas (-10,9%) (GRÁFICO 22).

No caso de Confins, território com a maior retração relativa no valor nominal do indicador, vale destacar que,
em função da diminuição na prestação do serviço aeroviário local provocado pelo distanciamento social, que
reduziu o fluxo de passageiros, o município acabou saindo do ranking do top 10 dos maiores PIB per capita
de Minas Gerais (caiu da sétima posição em 2019 para 13ª em 2020).

Gráfico 22: Variação percentual dos municípios com as maiores quedas nominais do PIB per capita do estado (Bottom
10) (%) – Minas Gerais – 2020/2019

0,0
Variação nominal do PIB per capita (%)

-11,4 -11,2 -10,9


-20,0 -14,0 -13,4
-17,9 -16,3
(2020/2019)

-22,6
-28,1
-40,0

-52,4
-60,0

Município

Variação nominal do PIB per capita (%) (2020/2019)

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.

Por fim, é importante mostrar a distribuição espacial do PIB per capita de acordo com a magnitude do
indicador no território de Minas Gerais conforme as cinco faixas utilizadas para construção da análise no ano
de 2020 (MAPA 7).

66
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

Mapa 7: Produto Interno Bruto (PIB) per capita (R$) – Minas Gerais – 2020

Fonte: Dados básicos: FJP, 2022; IBGE, 2022.


Elaboração própria.

67
Estatística & informações, n. 53

REFERÊNCIAS

EUROPEAN COMMUNITIES et al. System of national accounts: 1993. Brussels: [United Nations Statistical
Commission], 1993. Disponível em: https://unstats.un.org/unsd/nationalaccount/docs/1993sna.pdf. Acesso
em: 20 jan. 2023.
EUROPEAN COMMUNITIES et al. System of national accounts: 2008. New York: United Nations, 2009.
Disponível em: https://unstats.un.org/unsd/nationalaccount/docs/SNA2008.pdf. Acesso em: 20 jan. 2023.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Centro de Estatística e Informações. Metodologia do PIB trimestral de Minas
Gerais: referência 2010. Belo Horizonte: FJP, 2017. (Estatística & Informações, n. 2). Disponível em:
http://www.bibliotecadigital.mg.gov.br/consulta/verDocumento.php?iCodigo=76866&codUsuario=0.
Acesso em: 20 jan. 2023.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Diretoria de Estatística e Informações. Tabela de recursos e usos e matriz
insumo-produto de Minas Gerais: 2013. Belo Horizonte: FJP, 2018. (Estatística & Informações, n. 10).
Disponível em:
http://www.bibliotecadigital.mg.gov.br/consulta/verDocumento.php?iCodigo=76893&codUsuario=0.
Acesso em: 20 jan. 2023.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Diretoria de Estatísticas e Informações. Contas regionais de Minas Gerais: ano
de referência 2020. Belo Horizonte: FJP, 2022. (Série Estatística & Informações, 50). Disponível em:
http://fjp.mg.gov.br/produto-interno-bruto-pib-de-minas-gerais/. Acesso em: 20 jan. 2023.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Coordenação de Contas Nacionais. Contas nacionais
trimestrais: ano referência 2010. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016a. (Relatórios Metodológicos, v. 28).
Disponível em:
ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_Nacionais_Trimestrais/Metodologia_da_Pesquisa/Series_Re
latorios_Metodologicos_3a_edicao.pdf. Acesso em: 20 jan. 2023.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Coordenação de Contas Nacionais. Contas regionais
do Brasil: ano referência 2010. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016b. (Relatórios Metodológicos, v. 37).
Disponível em: https://www.seade.gov.br/produtos/midia/2016/10/liv98459.pdf. Acesso em: 20 jan. 2023.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Coordenação de Contas Nacionais. Sistema de contas
nacionais: ano referência 2010. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016c. (Relatórios Metodológicos, v. 24).
Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv98142.pdf. Acesso em: 20 jan. 2023.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Coordenação de Contas Nacionais. Produto interno
bruto dos municípios: 2020: PIB dos Municípios. [Informativo]. Rio de Janeiro: IBGE, 2022a. (Contas
Nacionais, n. 92). Disponível em:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101990_informativo.pdf. Acesso em: 20 jan. 2023.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Coordenação de Contas Nacionais. Produto interno
bruto dos municípios: Brasil: 2020: nota técnica. Rio de Janeiro: IBGE, 2022b. (Contas Nacionais, n. 92).
Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101990_notas_tecnicas.pdf. Acesso em:
20 jan. 2023.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Coordenação de Contas Nacionais. Produto interno
bruto dos municípios: ano referência 2010. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2016d. (Relatórios metodológicos, v.
29). Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97483.pdf. Acesso em: 20 jan. 2023.

68
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Coordenação de População e Indicadores Sociais.


Projeções da população: Brasil e unidades da federação: revisão 2018. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018.
(Relatórios Metodológicos, v. 40). Disponível em:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101597.pdf. Acesso em: 20 jan. 2023.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa da pecuária municipal: PPM – 2021. Rio de
Janeiro: IBGE, 2022d. [Sistema IBGE de Recuperação Automática]. Disponível em:
https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/ppm/tabelas/brasil/2020. Acesso em: 20 jan. 2023.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa industrial mensal: produção física:
divulgação Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2022f. [Sistema IBGE de Recuperação Automática]. Disponível em:
https://sidra.ibge.gov.br/home/pimpfbr. Acesso em: 20 jan. 2023.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa mensal de comércio. Rio de Janeiro: IBGE,
2022g. [Sistema IBGE de Recuperação Automática]. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/home/pmc.
Acesso em: 20 jan. 2023.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Produção agrícola municipal: PAM. Rio de Janeiro:
IBGE, 2022c. [Sistema IBGE de Recuperação Automática]. Disponível em:
https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/pam/tabelas. Acesso em: 20 jan. 2023.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Produção da extração vegetal e da silvicultura: PEVS
– 2021. Rio de Janeiro: IBGE, 2022e. [Sistema IBGE de Recuperação Automática]. Disponível em:
https://sidra.ibge.gov.br/pesquisa/pevs/tabelas/brasil/2019. Acesso em: 20 jan. 2023.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Produto interno bruto dos municípios: o que é. Rio
de Janeiro: IBGE, 2020. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/contas-
nacionais/9088-produto-interno-bruto-dos-municipios.html?=&t=o-que-e. Acesso em: 20 jan. 2023.
UNITED NATIONS. Department of Economic and Social Affairs. Statistics Division. National accounts: a
practical introduction. New York: United Nations, Statistics Division, 2003. 139 p. (Studies in Methods, series
F, n. 85). Disponível em: https://unstats.un.org/unsd/publication/SeriesF/seriesF_85.pdf. Acesso em: 20 jan.
2023.
VALE. Produção e vendas da Vale no 4T20 e 2020. Rio de Janeiro: VALE, 2021. Disponível em:
https://api.mziq.com/mzfilemanager/v2/d/53207d1c-63b4-48f1-96b7-19869fae19fe/f466ebea-0ab7-4c3e-
8833-a268d42f68da?origin=1. Acesso em: 20 jan. 2023.

69
Estatística & informações, n. 53

GLOSSÁRIO

Atividade econômica: conjunto de unidades de produção caracterizado pelo produto produzido, classificado
conforme sua produção principal.

Consumo Intermediário: bens e serviços utilizados como insumos (matérias-primas) no processo de produção.

Deflator implícito: variação média dos preços do período em relação à média dos preços do período anterior.

Excedente Operacional Bruto: saldo resultante do Valor Adicionado Bruto deduzido das remunerações pagas
aos empregados, do rendimento misto e dos impostos líquidos de subsídios incidentes sobre a produção.

Impostos sobre produtos: impostos a pagar sobre os bens e serviços quando são produzidos ou importados,
distribuídos, vendidos, transferidos ou de outra forma postos à disposição pelos seus proprietários.

Produto Interno Bruto: bens e serviços produzidos no país descontadas as despesas com os insumos utilizados
no processo de produção durante o ano. É a medida do total do Valor Adicionado Bruto gerado por todas as
atividades econômicas acrescido dos impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos.

Remuneração dos empregados: despesas efetuadas pelos empregadores (salários mais contribuições sociais
efetivas) com seus empregados em contrapartida do trabalho realizado.

Renda de propriedade: renda recebida pelo proprietário de um ativo financeiro ou de um ativo tangível não
produzido, como terrenos.

Rendimento Misto Bruto: remuneração recebida pelos proprietários de empresas não constituídas em
sociedade (autônomos), que não pode ser identificada separadamente se proveniente do capital ou do
trabalho.

Território econômico: território geográfico administrado por um governo dentro do qual circulam livremente
pessoas, bens e capitais.

Valor Adicionado Bruto: valor que a atividade agrega aos bens e serviços consumidos no seu processo
produtivo. É a contribuição ao Produto Interno Bruto pelas diversas atividades econômicas, obtida pela
diferença entre o Valor Bruto de Produção e o Consumo Intermediário absorvido por essas atividades.

Valor de Transformação Industrial: corresponde à diferença entre o valor bruto de produção industrial (soma
das vendas de produtos e serviços industriais relacionado à receita líquida, a variação dos estoques dos
produtos acabados e em elaboração e a produção própria realizada para ativo imobilizado) e o custo de
operações industriais (custos ligados ao processo produtivo incluindo o consumo de matérias-primas,
materiais auxiliares e componentes, compra de energia elétrica, consumo de combustíveis, peças e
acessórios, serviços industriais e de manutenção e reparação de máquinas e equipamentos ligados à
produção prestados por terceiros).

70
PRODUTO INTERNO BRUTO DOS MUNICÍPIOS DE MINAS GERAIS: ano referência 2020

Série Estatística & Informações


ISSN 2595-6132

Números divulgados:
Volume 1 – Economia do turismo de Minas Gerais: 2010-2014
Volume 2 – Metodologia do PIB trimestral de Minas Gerais: referência 2010
Volume 3 – Déficit habitacional no Brasil: resultados preliminares 2015
Volume 4 – Produto Interno Bruto de Minas Gerais: 2015
Volume 5 – Produto interno bruto dos municípios de Minas Gerais: 2015
Volume 6 – Déficit habitacional no Brasil: 2015
Volume 7 – Fluxos migratórios dos territórios de desenvolvimento de Minas Gerais e grandes regiões do
Brasil: 2010
Volume 8 – Projeções populacionais: Minas Gerais e territórios de desenvolvimento 2010-2060
Volume 9 – Perfil dos jovens em áreas de vulnerabilidade social: educação e trabalho
Volume 10 – Tabela de Recursos e Usos e Matriz Insumo-Produto de Minas Gerais: 2013
Volume 11 – Matriz Insumo-Produto dos Territórios de Desenvolvimento de Minas Gerais: 2013
Volume 12 – O PIB e os indicadores das finanças públicas de Minas Gerais: triênio 2015-2017
Volume 13 – Diagnóstico da previdência pública dos servidores do Estado de Minas Gerais
Volume 14 – A produção de café em Minas Gerais: desafios para a industrialização
Volume 15 – Estrutura e evolução da ocupação formal de Minas Gerais: 2000-2017
Volume 16 – Produto Interno Bruto de Minas Gerais: 2016
Volume 17– Produto Interno Bruto dos Municípios de Minas Gerais: 2016
Volume 18 – Vulnerabilidade e condições de vida no Brasil e em Minas Gerais: o que revelam a Pesquisa
por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) e o Cadastro Único – 2016 e 2017
Volume 19 – A economia de Minas Gerais no primeiro semestre de 2019
Volume 20 – Contas Regionais de Minas Gerais – Ano de Referência 2017
Volume 21 – Delimitação e caracterização da cadeia produtiva da moda de Minas Gerais a partir da Matriz
de Insumo Produto 2013
Volume 22 – Metodologia para o cálculo do PIB do agronegócio de Minas Gerais: referência na Matriz de
Insumo Produto 2013
Volume 23 – Produto Interno Bruto dos Municípios de Minas Gerais: ano de Referência 2017
Volume 24 – A economia de Minas Gerais no terceiro trimestre de 2019
Volume 25 – Boletim quadrimestral das finanças públicas – 3º quadrimestre de 2019

71
Estatística & informações, n. 53

Volume 26 – Cadeia produtiva de calçados e couro em Minas Gerais: uma aplicação insumo-produto
Volume 27 – A economia de Minas Gerais em 2019
Volume 28 – Tabela de Recursos e Usos e Matriz insumo Produto de Minas Gerais – 2016
Volume 29 – Matriz de insumo-produto das Regiões Geográficas Intermediárias de Minas Gerais – 2016
Volume 30 – Boletim quadrimestral de finanças públicas: 1º quadrimestre de 2020
Volume 31 – Estudo trimestral da economia de Minas Gerais: primeiro trimestre de 2020
Volume 32 – Estrutura e evolução do emprego em Minas Gerais pré pandemia da Covid-19
Volume 33 – Estudo trimestral da economia de Minas Gerais: segundo trimestre de 2020
Volume 34 – Modelos econométricos de previsão do PIB-MG 2020 e 2021: um estudo conjunto da
DIREI/FJP e do CEDEPLAR/UFMG
Volume 35 – Contas regionais de Minas Gerais – Ano de referência 2018
Volume 36 – Metodologia para o cálculo do PIB do agronegócio de Minas Gerais: referência matriz insumo
produto 2016 e estimativa anual com base nas contas regionais
Volume 37 – Produto Interno Bruto dos Municípios de Minas Gerais – Ano de 2018
Volume 38 – Estudo trimestral da economia de Minas Gerais: terceiro trimestre de 2020
Volume 39 – O cenário da pandemia de Coronavírus e seus impactos na dinâmica demográfica em MG
2020
Volume 40 – Estudo trimestral da economia de Minas Gerais: quarto trimestre 2020
Volume 41 – Estudo trimestral da economia de Minas Gerais: primeiro trimestre 2021
Volume 42 – A dinâmica demográfica de Minas Gerais em 2018: um retrato do estado no período pré-
pandemia
Volume 43 – Estudo trimestral da economia de Minas Gerais: segundo semestre de 2021
Volume 44 – Contas regionais de Minas Gerais: ano de referência 2019
Volume 45 – Produto Interno Bruto dos municípios de Minas Gerais: ano de referência 2019
Volume 46 – Estudo da Economia de Minas Gerais: ano de 2021
Volume 47 – Distribuição das atividades econômicas entre as regiões geográficas imediatas de Minas
Gerais no período 2010-2019
Volume 48 – A recomposição da estrutura produtiva de Minas Gerais no período 2010-19
Volume 49 – Tabela de Recursos e Usos e Matriz Insumo-Produto de Minas Gerais – 2019
Volume 50 – Contas regionais de Minas Gerais: ano de referência 2020
Volume 51 – Matriz de Insumo-Produto das Regiões Geográficas Intermediárias de Minas Gerais – 2019
Volume 52 – Estudo da economia de Minas Gerais: primeiro semestre de 2022
Volume 53 – Produto Interno Bruto de Minas Gerais: ano de referência 2020

72

Você também pode gostar