Neves. 2006
Neves. 2006
Neves. 2006
VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA
MACROFAUNA BENTÔNICA NA PRAIA DO
CASSINO, EXTREMO SUL DO BRASIL
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Oceanografia Biológica da
Fundação Universidade Federal do
Rio Grande, como requisito parcial
à obtenção do título de MESTRE.
RIO GRANDE
Março 2006
2
Dedico esse trabalho à
minha família e à minha
noiva Andresa.
AGRADECIMENTOS
pela oportunidade e por todo conhecimento adquirido nesses dois anos, além da
À minha mãe Marli, meu pai Elias, minha irmã Luciana e à minha noiva
Andresa por todo apoio, carinho e por sempre acreditarem na minha capacidade.
Ao laboratorista Nilton Araújo pela ajuda e por me ensinar tantas coisas sobre o
incrível mundo bentônico, além do seu bom humor que torna o ambiente sempre
descontraído.
de diversos gráficos e também pelas conversas sobre diversos temas, incluindo o bom e
velho futebol.
da praia estudada, além das diversas sugestões que contribuíram para a realização deste
trabalho.
3
Aos amigos do laboratório Luciana, Michel, André, Fred, Leonardo, Rafael e
Tenho certeza que sem a ajuda de vocês esse trabalho não seria o mesmo.
Aos meus amigos, Fernanda, André Beal, Marcos, Jorginho, Loreta, Juliana,
Gabriela, Katryana, Sheila, Priscila, Mateus, Jeison, Jefferson, Afrânio, Carlos, Marcio,
Juli, André (Recife), Juliano, Samantha, Indianara, Camila, Luis, Koike, Bruno, Renato,
entre muitos outros, por todos os momentos de descontração e por muitas vezes serem
minha família.
4
ÍNDICE
RESUMO........................................................................................................................07
ABSTRACT....................................................................................................................09
INTRODUÇÃO GERAL................................................................................................11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................14
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................ 19
2. METODOLOGIA..................................................................................................... 22
2.1. Área de Estudo..............................................................................................22
2.2. Amostragem..................................................................................................23
2.3. Dados Ambientais.........................................................................................25
2.4. Análises Estatísticas......................................................................................26
3. RESULTADOS.........................................................................................................28
3.1. Variáveis Ambientais....................................................................................28
3.2. Macroinvertebrados Bentônicos...................................................................32
4. DISCUSSÃO.............................................................................................................40
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................50
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................58
2. METODOLOGIA......................................................................................................60
2.1. Área de Estudo..............................................................................................60
2.2. Amostragem..................................................................................................61
2.3. Dados Ambientais.........................................................................................62
2.4. Análises Estatísticas......................................................................................63
3. RESULTADOS.........................................................................................................64
5
3.1. Variáveis Ambientais....................................................................................64
3.2. Macroinvertebrados Bentônicos...................................................................67
4. DISCUSSÃO.............................................................................................................75
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS.........................................................................81
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................88
2. METODOLOGIA......................................................................................................91
2.1. Área de Estudo..............................................................................................91
2.2. Amostragem..................................................................................................92
2.3. Dados Ambientais.........................................................................................94
2.4. Análises Estatísticas......................................................................................94
3. RESULTADOS.........................................................................................................96
3.1. Variáveis ambientais.....................................................................................96
3.2. Macroinvertebrados Bentônicos...................................................................99
4. DISCUSSÃO...........................................................................................................105
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................113
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................120
ANEXOS.......................................................................................................................123
6
RESUMO
temporal da macrofauna bentônica na praia do Cassino, Rio Grande do Sul, Brasil, foi
estudada durante o período de um ano (junho 2004 a maio de 2005) com base em
zonação mostrou-se variável ao longo do ano, sendo que esta variabilidade foi
com a peculiaridade de cada estação do ano. A formação destes grupos foi fortemente
7
de varrido e a efeitos negativos como a migração de algumas espécies para águas mais
8
ABSTRACT
variability of the macroinfauna on Cassino beach, Rio Grande do Sul, Brazil, were
studied during one year (from June 2004 to May 2005) on a monthly basis sampling.
For that, 3 sites were chosen 50 m apart from each other. On each site 3 transects, 2 m
apart from each other were anchored. Each transect extended from the base of the
primary dunes to approximately 1 m depth into the infralittoral. The distances to the
sampling levels in each transect were 20 m to the upper limit of the swash zone, from
which the distances were of 10 m. The zonation pattern was variable over the year, and
this variability was mainly due to the large instability of the lower levels of the beach,
which includes the lower intertidal and the inner surf zone. This was highlighted
seasonally, with the formation of different faunal groups in according to the peculiarity
distribution due to the water level elevation during storms. Longshore variation of the
because the absence of streams in the studied area. In a hundred or kilometer scale,
regime, characteristics of the sediment and beach morphology. The temporal variation
peaks and migration of certain species to the swash zone and to negative effects like the
migration of some species into the deeper waters, mortality for natural causes (stranding
and predator action) and human disturbance (harvesting and vehicles traffic). Among
9
increasing of the macroinfauna abundance, while stranding (the imprisonment of the
organisms on the upper parts of the beach) is probably the main factor responsible for
10
INTRODUÇÃO GERAL
sido relacionadas a fatores físicos, dos quais a ação das ondas, o tamanho dos grãos de
Além dos fatores físicos, também existem fatores biológicos que estruturam as
intra e interespecífica e efeitos da predação (Knox, 2000). Estes ambientes têm sido
não é tão óbvia como nos costões rochosos, onde a distribuição da macrofauna paralela a
linha da costa é facilmente observada. Nas praias, ao contrário, a maioria dos organismos
não está visível na superfície, estando a quase totalidade da fauna abrigada no interior do
11
Jaramillo et al., 1993; Souza & Gianuca, 1995; Veloso et al., 1997; Borzone & Souza,
1997; Barros et al., 2001; Veloso et al., 2003; Degraer et al., 2003). Porém, um aspecto
horizontal dos organismos. Esta deve ser considerada, pois é comum a distribuição da
arenosas foram restritos a um curto período amostral, não sendo possível avaliar a
McLachlan, 1990; Defeo et al., 1992; Jaramillo & McLachlan, 1993; James &
Fairweather, 1996; Borzone et al., 1996; Hernandez et al., 1998). No entanto, existem
(Veloso et al., 1997; Borzone & Souza, 1997; Souza & Gianuca, 1995).
No Brasil trabalhos realizados por Veloso et al. (1997), Veloso & Cardoso
(2001), Veloso et al. (2003), Souza & Gianuca (1995), Borzone et al. (1996), Borzone
trabalhos se concentraram nos estados do Rio de Janeiro e Paraná, porém no Rio Grande
praias arenosas, exceto os de Gianuca (1983 e 1987) e Borzone & Gianuca (1990) que
12
propósito é verificar a distribuição vertical (zonação), horizontal e variação temporal da
Brasil.
13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
44:351-364.
14
GIANUCA, NM. 1983. A preliminary account of the ecology of sandy beaches in
GIANUCA, NM. 1987. Zonação e produção nas praias arenosas do litoral sul e sudeste
on a sandy ocean beach in Australia. Estuarine, Coastal and Shelf Science 43:81-
107.
playas de arena del sur de Chile (Mehuín, Valdivia). In: ANKEL, WE;
15
JARAMILLO, E & MCLACHLAN, A. 1993. Community and population responses of
KNOX ,GA. 2000. The Ecology of Sea Shores. CRC Press, New York, 555 pp.
380.
SOUZA, JBR & GIANUCA, NM. 1995. Zonation and seasonal variation of the
59 (2): 103-111.
16
VELOSO, VG; CARDOSO, RS & FONSECA, DB. 1997. Spatio-temporal
VELOSO, VG; CAETANO, CHS & CARDOSO, RS. 2003. Composition, structure and
17
CAPÍTULO 1
18
1. INTRODUÇÃO
As praias são ambientes dinâmicos onde elementos como ventos, água e areia
(Brown & McLachlan, 1990). De acordo com Wright & Short (1983) estes ambientes
compreendem uma porção subaérea e outra subaquática. Short & Wright (1983)
propuseram uma classificação das praias em 3 principais tipos, sendo estes: dissipativo,
intermediário e reflectivo.
não é tão óbvia como nos costões rochosos, onde a distribuição da macrofauna paralela a
linha da costa é facilmente observada. Nas praias, ao contrário, a maioria dos organismos
não está visível na superfície, estando a quase totalidade da fauna abrigada no interior do
esquemas têm sido propostos. Entre estes, Dahl (1952) baseando-se na distribuição de
19
físicos, estas zonas são: areia seca, retenção, ressurgência e saturação. Apesar da
existência de propostas, um esquema geral de zonação ainda não foi resolvido (Raffaelli
et al., 1991).
com o tipo de praia, sendo que o número de zonas aumenta de praias reflectivas para
praias dissipativas (Defeo et al., 1992a; Jaramillo et al., 1993; McLachlan & Jaramillo,
1995).
praias localizadas no estado do Rio de Janeiro e verificaram não ser possível apresentar
apenas um único esquema de zonação para estas praias, pois houve o reconhecimento
padrão mais estável de duas zonas. Anos antes Veloso et al. (1997), a partir de coletas
macrofauna bentônica.
que o padrão de quatro zonas faunística foi persistente ao longo do ano. Ainda no
Paraná, Borzone et al. (1996), com base em um estudo que analisou a influencia da
faunísticas seguindo o esquema proposto por Salvat (1964). Já Borzone & Souza (1997)
zonação, sendo este mais relacionado à estabilidade do sedimento do que aos níveis de
maré. Barros et al. (2001) baseando-se em dos dados de seis praias, mostraram que o
20
padrão de zonação da macrofauna ajustou-se melhor ao esquema de Salvat (1964), com
faunística das praias arenosas (Escofet et al., 1979). Nesta região, Brazeiro & Defeo
bentônica.
Nas praias do extremo sul do Brasil apesar de terem sido realizados trabalhos
quatro estações do ano numa praia arenosa no litoral sul do Rio Grande do Sul.
21
2. METODOLOGIA
As praias arenosas do extremo sul do Brasil são expostas, com pouco declive, com
(Calliari & Klein, 1993) enquanto que na área em estudo apresentam característica
caracterizada por praias arenosas largas, declividade suave, zona de arrebentação bem
desenvolvida (Garcia & Gianuca, 1998) e areia fina abundante (Borzone & Gianuca,
principais responsáveis pelas variações do nível da água (Calliari & Klein, 1993). O local
de estudo (52º 14’ 040 W e 32º 15’ 554 S) está localizado na praia do Cassino a 17,2 Km
22
Na denominação da zonação foi utilizada a nomenclatura proposta por Gianuca
(1998) para a praia do Cassino. Nesta, o nível supralitoral compreende uma zona sob o
efeito do spray marinho, que somente é inundada pela água do mar durante eventos
marés, tendo no seu limite inferior a zona de varrido, a qual está submetida ao avanço
2.2. Amostragem
durante o período de 12 meses (junho de 2004 a maio de 2005). Foram escolhidos 3 locais,
eqüidistantes em cada local. Cada transversal se estendeu desde a base das dunas primárias
distribuídos ao longo de cada transversal. Nas transversais a distância entre os níveis foi de
20 m até a zona do varrido superior, a partir do qual a distância foi de 10 m (Fig. 2). A
menor distância entre os níveis das partes inferiores da praia foi devido ao maior número
de espécies e organismos que tendem a se concentrar nesta área (Gianuca, 1983; Degraer
et al., 2003).
usada esta dentro dos padrões comumente utilizados para amostragem em praias arenosas
23
(Schoeman et al., 2003). Estas amostras foram peneiradas em uma malha de nylon de 0,5
mm de abertura de poro (Holme & McIntyre, 1984) e o material retido fixado em solução
supralitoral. Partindo das bases das dunas primárias foram estabelecidas linhas paralelas à
praia com 100 m de comprimento. Estas linhas foram fundeadas na a área de ocorrência
24
continua de um quadrado de 1x1m registrou-se a densidade de tocas ao longo de cada
linha.
> 43 mm (Masello & Defeo, 1986), enquanto os juvenis possuíram comprimento entre
10,1 – 42,9 mm. Já recrutas, juvenis e adultos do bivalve Donax hanleyanus foram
fixo foram obtidos mensalmente o perfil topográfico da praia, sendo este realizado a
partir da transversal central do local 2. Para tal utilizou-se nível topográfico e régua
25
Valores de Ω inferiores a 1 representam praias reflectivas, praias intermediárias são
multivariadas, partindo da soma das amostras de cada nível, por local, foram extraídas
grande diferença na densidade dos indivíduos (Clarke & Green, 1988). O passo seguinte
foi fazer a análise de ordenação MDS (Escalonamento Multi Dimensional), sendo esta
técnica sustentada por alguns autores como sendo a mais robusta, quando comparada a
(Kenkel & Orloci, 1986; Raffaelli et al., 1991). Posteriormente foi testada a diferença
análises.
26
Com as mesmas planilhas acima referidas, foram também efetuadas análises
27
3. RESULTADOS
mesma tendência da temperatura do ar, sendo a mínima registrada nas coletas de julho
(água = 14º C e ar = 15º C) e maio (água = 13,5º C e ar = 15º C), e a máxima em janeiro
(água = 26º C e ar = 30º C). A altura das ondas apresentou maiores valores nos meses
de novembro (1,5 m) e julho (1 m), enquanto o período médio das ondas variou entre 8
Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
Salinidade 34 29 34 32 30 31 34 36 34 36 35 32
Temperatura ar (ºC) 18 15 17 18 20 24 26 30 22 26 21,5 15
Temperatura água (ºC) 16 14 16 16 20 20 23 26 24 25,5 22 13,5
Altura das ondas (m) 1 0,75 0,5 0,75 1,5 0,5 0,75 0,75 0,5 0,5 0,75
Período médio das ondas (s) 10 8,8 10 11,8 11,9 9,7 11,7 11 8 10,3 11,4
A partir dos valores do Ω foi verificado que a praia estudada apresentou estágio
praial do tipo intermediário durante as quatro estações do ano (Tab. 2). Com relação às
características do sedimento observou-se que na maior parte ele foi classificado como
areia fina, porém em algumas ocasiões o sedimento das partes inferiores da praia foi
classificado como areia média (Tab. 2). A declividade média da praia durante todo
28
Tabela 2: Tamanho médio dos grãos (phi) e classificação do sedimento. É
apresentado também o valor do Ω sazonalmente.
Inverno Primavera Verão Outono
Média (phi) Classificação Média (phi) Classificação Média (phi) Classificação Média (phi) Classificação
Nivel 1 Local 1 2,564 Areia fina 2,568 Areia fina 2,764 Areia fina 2,747 Areia fina
Nivel 2 Local 1 2,753 Areia fina 2,562 Areia fina 2,723 Areia fina 2,521 Areia fina
Nivel 3 Local 1 2,499 Areia fina 2,358 Areia fina 2,508 Areia fina 2,77 Areia fina
Nivel 4 Local 1 2,27 Areia fina 2,541 Areia fina 2,546 Areia fina 2,766 Areia fina
Nivel 5 Local 1 2,154 Areia fina 2,332 Areia fina 2,383 Areia fina 2,753 Areia fina
Nivel 6 Local 1 1,889 Areia média 2,188 Areia fina 2,502 Areia fina 2,465 Areia fina
Nivel 7 Local 1 1,774 Areia média 2,214 Areia fina 2,394 Areia fina 2,501 Areia fina
Nível 8 Local 1 *** *** *** *** 2,403 Areia fina 2,375 Areia fina
Nivel 1 Local 2 2,609 Areia fina 2,499 Areia fina 2,565 Areia fina 2,747 Areia fina
Nivel 2 Local 2 2,621 Areia fina 2,691 Areia fina 2,574 Areia fina 2,533 Areia fina
Nivel 3 Local 2 2,342 Areia fina 2,765 Areia fina 2,429 Areia fina 2,723 Areia fina
Nivel 4 Local 2 2,282 Areia fina 2,53 Areia fina 2,423 Areia fina 2,638 Areia fina
Nivel 5 Local 2 2,373 Areia fina 2,363 Areia fina 2,597 Areia fina 2,415 Areia fina
Nivel 6 Local 2 1,733 Areia média 2,467 Areia fina 2,198 Areia fina 2,483 Areia fina
Nivel 7 Local 2 1,987 Areia média 2,513 Areia fina 2,163 Areia fina 2,098 Areia fina
Nível 8 Local 2 *** *** *** *** 1,991 Areia média 2,441 Areia fina
Nivel 1 Local 3 2,523 Areia fina 2,755 Areia fina 2,585 Areia fina 2,576 Areia fina
Nivel 2 Local 3 2,479 Areia fina 2,748 Areia fina 2,719 Areia fina 2,571 Areia fina
Nivel 3 Local 3 2,406 Areia fina 2,787 Areia fina 2,385 Areia fina 2,776 Areia fina
Nivel 4 Local 3 2,293 Areia fina 2,774 Areia fina 2,409 Areia fina 2,75 Areia fina
Nivel 5 Local 3 2,264 Areia fina 2,766 Areia fina 2,508 Areia fina 2,242 Areia fina
Nivel 6 Local 3 1,895 Areia média 2,511 Areia fina 2,37 Areia fina 2,394 Areia fina
Nivel 7 Local 3 1,491 Areia média 2,518 Areia fina 2,346 Areia fina 2,442 Areia fina
Nível 8 Local 3 *** *** *** *** 1,877 Areia média 2,466 Areia fina
Ω 4,956 4,097 3,269 3,131
sendo possível observar isso nos perfis traçados mensalmente (Fig. 3). Os mesmos
foram agrupados de acordo com os meses que compuseram cada estação do ano.
Dunas Dunas
3,5 3,5
3 3
2,5 2,5
2 2
1,5 1,5
m
m
1 1
0,5 0,5
0 0
-0,5 -0,5
-1 -1
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250
m m
Dunas Dunas
3.5 3,5
3 3
2.5 2,5
2 2
1.5 1,5
1
m
1
m
0.5 0,5
0 0
-0.5 -0,5
-1 -1
-1.5 -1,5
0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250
m m
29
A partir dos dados horários de velocidade e direção do vento foi possível
constatar que o vento NE foi o mais freqüente na região em todas as estações do ano,
sendo 26,4 m.s-1 a velocidade máxima registrada na primavera. O vento SW atingiu sua
N NE E SE S SW W NW
Freqüencia (%) 5,5 40,8 2,6 6,5 3,6 21,4 8,9 10,7
Inverno Velocidade Média (m.s־¹) 3,9 8,0 5,9 3,6 4,0 5,3 5,1 3,7
Velocidade Máxima (m.s־¹) 13,0 22,4 17,4 11,6 13,0 19,7 20,1 19,2
Freqüencia (%) 2,4 37,9 7,1 16,2 9,2 20,2 4,4 2,6
Primavera Velocidade Média (m.s־¹) 4,7 8,8 6,9 6,1 6,9 6,3 5,0 3,3
Velocidade Máxima (m.s־¹) 17,0 26,4 17,0 17,4 23,7 24,6 15,6 18,4
Freqüencia (%) 1,6 45,0 13,3 21,2 4,1 9,5 2,1 3,1
Verão Velocidade Média (m.s־¹) 4,5 9,3 8,0 6,5 7,6 6,4 4,0 4,1
Velocidade Máxima (m.s־¹) 16,1 21,9 17,0 15,6 17,4 19,7 17,0 17,0
Freqüencia (%) 5,4 36,0 6,1 14,1 9,3 14,0 6,9 8,1
Outono Velocidade Média (m.s־¹) 3,9 7,5 6,7 5,7 6,9 6,0 4,1 3,6
Velocidade Máxima (m.s־¹) 19,7 22,8 21,9 18,8 25,5 25,1 18,8 17,0
Na maior parte dos meses o vento NE foi o mais freqüente durante os 7 dias que
30
Tabela 4: Característica do vento nos 7 dias que antecederam as coletas da
macrofauna bentônica (junho de 2004 a maio de 2005).
N NE E SE S SW W NW
Freqüencia (%) 7,1 32,7 0,0 0,0 0,0 9,5 29,2 21,4
Junho Velocidade Média (m.s־¹) 3,6 5,4 0,0 0,0 0,0 6,1 5,9 3,9
Velocidade máxima (m.s־¹) 9,8 15,6 0,0 0,0 0,0 16,1 16,6 11,2
Freqüencia (%) 0,6 28,6 0,0 10,6 7,5 45,3 3,1 4,3
Julho Velocidade Média (m.s־¹) 2,2 7,1 0,0 4,0 6,2 6,2 3,0 2,9
Velocidade máxima (m.s־¹) 4,9 16,1 0,0 6,7 12,5 13,4 8,1 5,8
Freqüencia (%) 1,2 26,8 4,2 10,1 2,4 41,1 10,1 4,2
Agosto Velocidade Média (m.s־¹) 2,9 7,8 6,4 3,5 3,0 6,6 3,9 2,4
Velocidade máxima (m.s־¹) 6,3 19,7 9,0 7,2 6,3 15,6 9,0 4,9
Freqüencia (%) 0,6 14,9 6,0 37,5 26,8 14,3 0,0 0,0
Setembro Velocidade Média (m.s־¹) 5,8 8,9 7,5 8,9 8,4 8,3 0,0 0,0
Velocidade máxima (m.s־¹) 12,1 16,1 12,1 17,4 17,4 16,1 0,0 0,0
Freqüencia (%) 1,2 42,9 5,4 5,4 1,8 28,0 14,3 1,2
Outubro Velocidade Média (m.s־¹) 7,4 11,3 10,8 6,3 6,3 5,5 4,9 4,5
Velocidade máxima (m.s־¹) 14,8 26,4 17,0 12,5 9,4 13,0 9,4 8,1
Freqüencia (%) 3,0 41,7 9,5 4,8 11,3 14,3 12,5 3,0
Novembro Velocidade Média (m.s־¹) 2,5 10,4 9,9 3,7 8,2 7,1 5,2 1,4
Velocidade máxima (m.s־¹) 7,2 21,5 15,2 7,6 23,7 24,6 13,9 4,5
Freqüencia (%) 0,0 18,8 37,1 44,1 0,0 0,0 0,0 0,0
Dezembro Velocidade Média (m.s־¹) 0,0 9,4 9,7 9,4 0,0 0,0 0,0 0,0
Velocidade máxima (m.s־¹) 0,0 16,6 15,6 15,2 0,0 0,0 0,0 0,0
Freqüencia (%) 3,6 48,8 11,9 16,1 3,0 10,7 1,8 4,2
Janeiro Velocidade Média (m.s־¹) 4,2 8,0 7,4 5,0 5,6 8,6 5,4 3,9
Velocidade máxima (m.s־¹) 11,2 15,2 12,1 12,1 11,6 17,4 11,2 16,1
Freqüencia (%) 4,8 28,6 18,5 20,8 6,0 17,9 1,8 1,8
Fevereiro Velocidade Média (m.s־¹) 4,1 10,4 11,2 7,5 6,9 6,3 4,0 3,1
Velocidade máxima (m.s־¹) 11,6 19,2 17,0 13,9 13,4 15,6 7,6 7,2
Freqüencia (%) 4,8 18,5 12,5 35,7 10,1 4,2 4,8 8,9
Março Velocidade Média (m.s־¹) 5,3 8,5 9,6 7,0 9,2 8,1 4,2 3,5
Velocidade máxima (m.s־¹) 11,6 22,8 21,9 18,8 25,5 25,1 10,3 8,5
Freqüencia (%) 6,0 23,8 5,4 11,9 10,7 20,2 6,5 15,5
Abril Velocidade Média (m.s־¹) 2,6 9,1 8,2 9,3 7,7 5,4 3,6 5,9
Velocidade máxima (m.s־¹) 12,1 20,6 16,6 17,0 17,6 15,6 13,4 17,0
Freqüencia (%) 3,0 16,7 4,8 5,4 1,8 28,6 24,4 15,5
Maio Velocidade Média (m.s־¹) 4,0 4,7 2,1 5,9 6,6 6,0 5,8 4,6
Velocidade máxima (m.s־¹) 10,3 9,4 5,8 9,4 13,0 17,9 18,8 15,6
31
3.2. Macroinvertebrados bentônicos
táxons. Dentro dos invertebrados bentônicos a classe Crustacea foi a mais diversa,
seguida pelas classes Polychaeta, Bivalvia, Gastropoda e o filo Nemertea. No nível 4 foi
macrofauna, porém o maior número de táxons foi verificado no nível 6 (Tab. 5).
Tabela 5: Densidade média (ind. m-2) e desvio padrão (DP) dos organismos
durante o inverno em cada nível. São apresentados também os índices médios de
diversidade (H’), equitatividade (J’), densidades médias totais e número de espécie de
cada nível.
Inverno 2004
Níveis 1 2 3 4 5 6 7 8
Media DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP
Donax hanleyanus (Bivalvia) 0 0 0 0 0 0 4,72 14,52 201,60 343,74 473,93 878,60 224,00 306,65 244,04 387,24
Mesodesma mactroides (Bivalvia) 0 0 0 0 1,18 6,13 49,51 55,37 269,97 476,02 172,12 277,95 78,99 129,56 120,25 171,99
Euzonus furciferus (Polychaeta) 0 0 24,76 42,64 235,78 273,86 156,80 466,64 2,36 8,50 1,18 6,13 0 0 0 0
Scolelepis gaucha (Polychaeta) 0 0 1,18 6,13 3,54 10,19 350,14 834,73 10,61 24,97 2,36 8,50 0 0 0 0
Hemipodus olivieri (Polychaeta) 0 0 0 0 1,18 6,13 3,54 10,19 3,54 13,49 2,36 8,50 11,79 26,70 14,15 16,78
Sigalion cirriferum (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 0 0 5,89 15,39 3,54 10,19 5,89 12,60 3,54 10,61
Platyischnopidae (Crustacea) 5,89 15,39 4,72 14,52 27,12 40,17 682,60 441,62 239,32 348,84 63,66 130,65 3,54 10,19 3,54 10,61
Phoxocephalopsis sp. (Crustacea) 0 0 0 0 1,18 6,13 463,32 506,40 47,16 83,46 35,37 65,07 60,13 57,44 99,03 99,96
Bathyporeiapus sp. (Crustacea) 9,43 35,11 12,97 28,28 5,89 12,60 18,86 42,58 93,13 143,69 200,42 228,48 108,46 149,89 56,59 44,39
Excirolana armata (Crustacea) 0 0 0 0 35,37 41,72 106,10 61,16 17,68 31,00 1,18 6,13 0 0 0 0
Emerita brasiliensis (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 3,54 10,19 42,44 56,53 5,89 12,60 7,07 21,22
Macrochiridothea sp. (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 10,61 17,66 16,50 34,61 11,79 23,60 3,54 10,61
Pinnixa patagoniensis (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2,36 12,25 0 0 0 0
Excirolana brasiliensis (Crustacea) 0 0 2,36 8,50 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Puelche sp. (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 1,18 6,13 0 0 0 0 0 0 0 0
Balloniscus sellowii (Crustacea) 0 0 0 0 1,18 6,13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Olivancillaria auricularia (Gastropoda) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1,18 6,13 0 0
Nemertea 0 0 0 0 0 0 8,25 18,92 7,07 22,22 5,89 15,39 4,72 14,52 3,54 10,61
Densidades Médias Totais 15,33 39,85 45,98 51,73 312,41 261,45 1845,01 1292,69 912,49 673,21 1023,30 1373,52 516,37 387,98 555,27 458,55
Número de Espécies 2 5 9 11 13 14 11 10
J' *** *** *** *** 0,62 0,31 0,66 0,10 0,57 0,16 0,76 0,16 0,70 0,22 0,70 0,12
H'(loge) 0,07 0,20 0,31 0,42 0,76 0,44 1,29 0,22 1,05 0,40 1,25 0,30 1,19 0,40 1,28 0,19
*** não foi possível calcular a J´
e p=0,1%; 4x5-8 R=0,5 e p=0,1%) (Fig. 4a). Através da análise SIMPER observou-se
que a dissimilaridade entre os grupos 3x4, 3x5-8 e 4x5-8 foi respectivamente de 87%,
32
Tabela 6: Porcentagem de contribuição dos principais táxons para a formação
dos distintos grupos durante o inverno, primavera, verão, outono e o ano inteiro (junho
de 2004 a maio de 2005).
Inverno Primavera Verão Outono Anual
Grupos 3
4 5-8 3 4-7 3 4-5 6-7 8 3-4 5-8 3 4-8
Donax hanleyanus (Bivalvia) 34% 15% 73% 16%
Mesodesma mactroides (Bivalvia) 23% 14% 21% 25% 33% 22% 19%
Euzonus furciferus (Polychaeta) 65% 57% 26% 42%
Scolelepis gaucha (Polychaeta) 17% 53% 30%
Platyischnopidae (Crustacea) 53%
Bathyporeiapus sp. (Crustacea) 19% 12%
Excirolana armata (Crustacea) 29%
Emerita brasiliensis (Crustacea) 17%
Phoxocephalopsis sp. (Crustacea) 14%
táxons. A classe Crustacea foi a que apresentou maior diversidade, seguida pelas classes
índice médio de diversidade foi o 4 (H’=1,02), enquanto que o nível 5 foi o que
apresentou a maior densidade média. O nível 7 foi o que conteve maior número de
Tabela 7: Densidade média (ind. m-2) e desvio padrão (DP) dos organismos
durante a primavera em cada nível. São apresentados também os índices médios de
diversidade (H’), equitatividade (J’), densidades médias totais e número de espécie de
cada nível.
Primavera 2004
Níveis 1 2 3 4 5 6 7
Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP
Mesodesma mactroides (Bivalvia) 3,54 18,38 0 0 2,36 8,50 76,63 98,41 1183,64 1194,89 2540,58 3312,00 298,27 367,74
Donax hanleyanus (Bivalvia) 0 0 0 0 0 0 40,08 60,90 1307,43 830,70 321,85 508,48 21,22 40,46
Donax gemmula (Bivalvia) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1,18 6,13
Scolelepis gaucha (Polychaeta) 20,04 59,32 28,29 75,08 22,40 38,29 31187,22 46173,01 37770,33 61418,21 6936,78 17581,52 2024,21 5215,19
Euzonus furciferus (Polychaeta) 1,18 6,13 8,25 22,67 318,31 260,55 274,69 325,35 20,04 30,77 0 0 0 0
Hemipodus olivieri (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 23,58 34,86 11,79 20,03 95,49 177,23 81,35 106,43
Sigalion cirriferum (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 1,18 6,13 3,54 10,19 5,89 12,60 7,07 16,12
Grubeulepis bracteata (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1,18 6,13
Capitella sp. (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1,18 6,13
Hesionidae (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1,18 6,13
Bathyporeiapus sp. (Crustacea) 101,39 270,53 145,01 294,44 50,69 102,67 598,89 1231,48 4725,12 14985,79 2738,64 3824,43 2421,51 4674,16
Platyischnopidae (Crustacea) 3,54 10,19 0 0 1,18 6,13 352,50 418,85 754,51 842,02 468,03 474,42 102,57 150,17
Phoxocephalopsis sp. (Crustacea) 2,36 8,50 0 0 9,43 27,66 720,32 792,89 281,76 352,22 176,84 189,00 166,23 245,51
Macrochiridothea sp. (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 2,36 8,50 16,50 29,77 22,40 43,08
Emerita brasiliensis (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 11,79 21,89 11,79 20,03 0 0
Excirolana armata (Crustacea) 0 0 1,18 6,13 25,94 42,37 106,10 109,91 2,36 12,25 1,18 6,13 0 0
Puelche sp. (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 1,18 6,13 4,72 19,15 1,18 6,13 2,36 8,50
Excirolana brasiliensis (Crustacea) 1,18 6,13 1,18 6,13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Olivancillaria auricularia (Gastropoda) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1,18 6,13
Nemertea 0 0 0 0 0 0 17,68 23,91 17,68 35,68 24,76 36,76 27,12 39,19
Oligochaeta 24,76 101,56 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Densidades Médias Totais 157,98 294,99 183,91 319,33 430,31 323,58 33400,06 46611,94 46097,06 59816,95 13339,51 18044,72 5180,19 7301,23
Número de Espécies 8 5 7 12 14 13 16
J' *** *** *** *** 0,66 0,20 0,49 0,32 0,37 0,26 0,49 0,23 0,51 0,21
H'(loge) 0,29 0,33 0,29 0,39 0,72 0,24 1,02 0,64 0,79 0,54 0,97 0,44 1,01 0,48
*** não foi possível calcular a J'
33
Através das análises foi possível verificar a formação de 2 grupos, um formado
pelo nível 3 e outro pelos níveis de 4 a 7 (ANOSIM R=0,8 e p=0,1%) (Fig. 4b). A
diferença entre estes grupos foi de 76 % e as porcentagens dos principais táxons que
Crustacea foi a que mostrou maior diversidade, seguida pelas classes Polychaeta,
Bivalvia, Gastropoda, Oligochaeta e o filo Nemertea. O nível com maior índice médio
Tabela 8: Densidade média (ind. m-2) e desvio padrão (DP) dos organismos
durante o verão em cada nível. São apresentados também os índices médios de
diversidade (H’), equitatividade (J’), densidades médias totais e número de espécie de
cada nível.
Verão 2004 - 2005
Níveis 1 2 3 4 5 6 7 8
Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP
Donax gemmula (Bivalvia) 0 0 0 0 1,18 6,13 0 0 0 0 3,54 10,19 56,59 75,60 24,76 21,22
Mesodesma mactroides (Bivalvia) 23,58 69,29 1,18 6,13 53,05 111,67 282,94 366,70 5761,40 12224,50 5614,03 8758,62 2416,79 2171,48 923,10 1129,55
Donax hanleyanus (Bivalvia) 2,36 8,50 0 0 15,33 33,47 156,80 495,72 643,69 796,57 949,03 1444,80 471,57 698,44 116,71 222,82
Hemipodus olivieri (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 1,18 6,13 2,36 8,50 2,36 8,50 4,72 11,52 0 0
Scolelepis gaucha (Polychaeta) 12,97 44,37 17,68 50,97 109,64 206,92 3697,10 5663,47 29184,23 38207,78 1055,14 1836,98 57,77 110,98 7,07 14,04
Sigalion cirriferum (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 0 0 1,18 6,13 4,72 14,52 4,72 14,52 10,61 15,92
Capitellidae (Polychaeta) 0 0 2,36 8,50 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Euzonus furciferus (Polychaeta) 1,18 6,13 0 0 23,58 103,93 97,85 143,69 25,94 51,51 1,18 6,13 0 0 0 0
Phoxocephalopsis sp. (Crustacea) 0 0 0 0 2,36 8,50 51,87 104,89 475,11 852,33 1279,13 1673,80 74,27 155,94 0 0
Emerita brasiliensis (Crustacea) 1,18 6,13 1,18 6,13 0 0 0 0 462,14 624,34 677,88 744,92 24,76 55,37 67,20 80,28
Platyischnopidae (Crustacea) 1,18 6,13 0 0 0 0 17,68 41,72 245,22 345,75 557,63 869,24 103,75 215,27 0 0
Bathyporeiapus sp. (Crustacea) 1,18 6,13 0 0 1,18 6,13 2,36 8,50 121,43 327,37 123,79 119,86 101,39 122,66 14,15 28,07
Excirolana armata (Crustacea) 2,36 8,50 0 0 17,68 35,68 200,42 141,48 91,96 116,56 31,83 81,39 0 0 0 0
Macrochiridothea sp. (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 5,89 25,03 28,29 39,81 67,20 115,89 49,51 71,37
Pinnixa patagoniensis (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1,18 6,13 1,18 6,13 10,61 31,83
Puelche sp. (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3,54 13,49 7,07 20,39 0 0
Arenaeus cribarius (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1,18 6,13 0 0 0 0
Buccinanops duartei (Gastropoda) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2,36 8,50 21,22 35,59
Olivancillaria auricularia (Gastropoda) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1,18 6,13 0 0 3,54 10,61
Oligochaeta 83,70 307,49 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Nemertea 0 0 0 0 0 0 0 0 27,12 42,07 54,23 50,57 29,47 44,08 14,15 16,78
Densidades Médias Totais 129,68 313,12 22,40 50,57 224,00 282,85 4508,20 5686,90 37047,65 46896,91 10389,85 11077,75 3423,59 2655,20 1262,63 1292,68
Número de Espécies 9 4 8 9 13 18 15 12
J' *** *** *** *** *** *** 0,57 0,31 0,49 0,33 0,59 0,17 0,46 0,18 0,47 0,19
H'(loge) 0,26 0,39 0,06 0,19 0,43 0,45 0,89 0,46 1,06 0,70 1,35 0,36 1,05 0,42 0,96 0,31
*** não foi possível calcular a J'
níveis 4-5, níveis 6-7 e o último formado pelo nível 8 (ANOSIM 3x4-5 R=0,5 e
p=0,1%; 3x6-7 R=0,8 e p=0,1%; 3x8 R=0,3 e p=7,7%; 4-5 x 6-7 R=0,5 e p=0,1%; 4-
5x8 R=0,8 e p=0,4%; 6-7x8 R=0,6 e p=0,5%) (Fig. 4c). Nota-se que não há diferença
34
densidade de Euzonus furciferus no nível 3, sendo esta espécie característica desse nível
respectivamente 70%, 83%, 55%, 69% e 49%, e as porcentagens dos principais táxons
presentes. A classe Crustacea foi a mais diversificada, seguida pelas classes Polychaeta,
diversidade médio foi o 4 (H’=1,43), enquanto que a maior densidade média foi
(Tab. 9).
Tabela 9: Densidade média (ind. m-2) e desvio padrão (DP) dos organismos
durante o outono em cada nível. São apresentados também os índices médios de
diversidade (H’), equitatividade (J’), densidades médias totais e número de espécie de
cada nível.
Outono 2005
1 2 3 4 5 6 7 8
Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP
Donax hanleyanus (Bivalvia) 4.72 14.52 0 0 33.01 63.34 225.17 331.14 966.72 1463.53 2429.76 2224.40 2193.98 2812.84 940.78 795.75
Mesodesma mactroides (Bivalvia) 0 0 1.18 6.13 252.29 461.94 534.05 824.69 1020.95 2503.57 114.36 173.96 47.16 56.09 26.53 52.64
Donax gemmula (Bivalvia) 0 0 0 0 0 0 0 0 9.43 21.29 120.25 251.15 374.90 765.13 1025.66 2753.08
Euzonus furciferus (Polychaeta) 2.36 8.50 2.36 8.50 478.64 647.09 475.11 1123.69 11.79 30.77 2.36 8.50 0 0 0 0
Scolelepis gaucha (Polychaeta) 0 0 0 0 38.90 98.83 99.03 211.20 3.54 13.49 1.18 6.13 1.18 6.13 0 0
Hemipodus olivieri (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 7.07 18.38 14.15 29.72 8.25 14.21 19.45 29.17
Sigalion cirriferum (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 2.36 8.50 4.72 11.52 3.54 10.29
Hyalinoecia sp. (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0
Platyischnopidae (Crustacea) 2.36 8.50 0 0 25.94 50.74 460.96 365.64 406.73 540.50 27.12 32.68 3.54 10.19 0 0
Phoxocephalopsis sp. (Crustacea) 0 0 0 0 69.56 130.96 418.52 521.15 127.32 199.18 83.70 99.16 41.26 59.76 33.60 63.17
Bathyporeiapus sp. (Crustacea) 1.18 6.13 3.54 10.19 2.36 8.50 21.22 63.05 43.62 80.50 108.46 109.65 74.27 75.94 79.58 93.44
Emerita brasiliensis (Crustacea) 0 0 0 0 10.61 43.25 8.25 20.88 268.79 709.86 14.15 28.38 5.89 12.60 1.77 7.50
Excirolana armata (Crustacea) 0 0 7.07 20.39 119.07 123.15 75.45 91.81 5.89 17.74 0 0 0 0 0 0
Macrochiridothea sp. (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 21.22 35.31 42.44 44.14 44.80 61.33 53.05 82.43
Puelche sp. (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 3.54 10.19 2.36 12.25 9.43 21.29 23.58 51.17 12.38 38.04
Excirolana brasiliensis (Crustacea) 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Arenaeus cribarius (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0
Ocypode quadrata (Crustacea) 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Buccinanops duartei (Gastropoda) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.77 7.50
Olivancillaria auricularia (Gastropoda) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.77 7.50
Nemertea 0 0 0 0 1.18 6.13 3.54 10.19 11.79 23.60 16.50 23.97 5.89 12.60 5.31 12.21
Oligochaeta 3.54 10.19 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Densidades Médias Totais 15.33 23.97 15.33 29.77 1031.56 908.68 2326.01 1840.93 2908.40 3715.27 2987.39 2490.41 2829.41 3530.84 2205.17 3167.57
Número de Espécies 6 5 10 12 15 15 14 13
J' *** *** *** *** 0.61 0.19 0.71 0.07 0.59 0.21 0.43 0.22 0.43 0.19 0.58 0.14
H'(loge) 0.26 0.41 0.32 0.39 0.96 0.36 1.43 0.21 1.24 0.49 0.97 0.50 0.90 0.43 1.17 0.33
*** não foi possível calcular a J'
35
Neste período foi possível constatar a formação de 2 grupos, o primeiro formado
p=0,1%) (Fig. 4d). A dissimilaridade entre esses grupos foi de 87% e as porcentagens
dos principais táxons responsáveis pela formação dos grupos são apresentadas na tabela
6.
A B
Stress: 0,17 Stress: 0,13
3
C D
Stress: 0,11 Stress: 0,15
3
Figura 4: Análise de ordenação MDS sazonais dos níveis de coleta ao longo das
transversais. Cada análise contém os referentes meses que formaram cada estação do
ano. As letras A, B, C e D referem-se respectivamente ao inverno, primavera, verão e
outono.
36
Com base nas análises realizadas com os dados de todo período amostral, foi
Stress: 0,18
3
Os valores médios das densidades por nível dos 10 táxons com maiores
respectivamente nas figuras 6a, 6b, 6c e 6d, enquanto que os valores médios das
densidades por nível dos 10 táxons com maiores densidades durante todo período
amostral é apresentada na figura 7. Nestas figuras é possível observar que grande parte
37
dos organismos se distribuíram, principalmente, entre o limite superior e inferior da
zona de varrido.
A B
C D
Figura 6: Valores médios das densidades por nível dos organismos com maiores
densidades durante as estações do ano. As letras A, B, C e D referem-se
respectivamente ao inverno, primavera, verão e outono (junho de 2004 a maio de 2005).
.
38
Figura 7: Valores médios das densidades por nível dos 10 táxons com maiores
densidades durante todo período amostral (junho de 2004 a maio de 2005).
próxima às dunas em todos os meses que foram encontradas tocas desta espécie. Em
direção às partes inferiores da praia notou-se que a densidade média de tocas diminuiu
0,2
0,15
0,1
0,05
0
jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai
39
4. DISCUSSÃO
Um padrão de 3 zonas foi encontrado baseado nos dados do ano todo, sendo este
fauna do supralitoral pode ser relacionada à zona sub-terrestre de Dahl (1952) e a zona
de areia seca de Salvat (1964). No esquema proposto por Dahl (1952) o mesolitoral,
Euzonus furciferus nesta zona, similarmente ao observado por Gimenez & Yanniccelli
(1997) e Defeo et al. (1992a) nos estudos realizados em praias uruguaias. A terceira
zona faunística encontrada refere-se à zona infralitoral de Dahl (1952), sendo esta
Resultado parecido foi obtido a partir de um estudo anual em uma praia uruguaia
praia onde o presente trabalho foi conduzido, Gianuca (1983) observou no supralitoral a
ocorrência deste anfípode, porém ele não foi encontrado em qualquer amostra durante o
período estudado.
40
Durante o inverno houve a formação de 4 zonas biológicas, sendo estas: o
de arrebentação interna.
particularidades, no padrão geral proposto por Dahl (1952). Nesse período houve a
Raffaelli et al. (1991) concluíram que até 3 zonas baseadas nas assembléias da
macrofauna puderam ser identificadas dentro do mesolitoral definido por Dahl (1952).
Nesta mesma estação do ano, talvez o esquema proposto por Salvat (1964) também se
encaixe, onde o supralitoral seria a zona de areia seca, o mesolitoral superior a zona de
verificadas nesta época propiciem a distribuição dos anfípodes nesta zona, pois Charvat
mesolitoral, sugerindo que a temperatura mais elevada exclui os anfípodes das partes
altas da praia.
Outro fator que pode justificar a divisão do mesolitoral foi a baixa densidade de
41
ausência de recrutamentos. Mesmo que os fatores meteorológicos sejam os principais
responsáveis pelas variações do nível da água na praia estudada (Calliari & Klein,
1993), onde ventos do quadrante sul podem elevar o nível do mar em até 2m (Barletta &
Calliari, 2003), a maior freqüência de ventos sudoeste, que atingiram até 16,1 m.s-1 nos
7 dias que antecederam as coletas, não devem ter ocasionado a sobreposição dos
período.
levam à notórias mudanças na posição da zona de varrido, fazendo com que haja
varrido e espécies das zonas superiores da praia (Gimenez & Yanicelli, 1997).
proposto por Dahl (1952), porém a zona de isópodes cirolanídeos, similar ao ocorrido
no mesolitoral superior do inverno, foi habitada na maior parte por Euzonus furciferus.
Defeo et al.(1992a) observou em uma praia dissipativa uruguaia que Excirolana armata
nesta época do ano foram responsáveis pela junção dos níveis, localizados desde o
42
superior da zona de varrido até o último localizado na zona de arrebentação interna,
formando assim uma única e ampla faixa que correspondeu à zona infralitoral de Dahl
(1952).
bem representado nas zonas inferiores da praia estendendo sua distribuição com alta
1997). Na área em estudo, a ação de ventos sul e sudoeste, que ocorreram nos 7 dias que
antecederam a coleta, chegando a velocidade de até 24,6 m.s-1, elevaram o nível do mar
mesolitoral médio. Neste nível este anfípode sobrepôs sua distribuição de forma
significativa com o poliqueta Scolelepis gaucha, sendo esta última uma espécie que
apresenta maior densidade no mesolitoral com valores podendo chegar a 100 000 m -2 na
fusionadas e divididas (Defeo & McLachlan, 2005). Jaramillo et al. (1993) verificaram
no Chile que a zona inferior da praia foi mais ampla na maior parte das praias
(1997) observaram que mudanças sazonais na direção do vento podem ser responsáveis
espécies ampliando a zona inferior da praia. Além disso, McLachlan (1990) verificou
que espécies que habitam as zonas inferiores da praia podem estender suas distribuições
para o infralitoral, possivelmente sendo isso uma outra justificativa para possível maior
43
Um padrão de zonação diferenciado foi encontrado no verão onde foram
Bathyporeiapus sp. e por fim a zona de arrebentação interna foi caracterizada por
sendo que esta zona foi bem caracterizada por esta espécie nas demais estações do ano.
nível abaixo do mesolitoral superior, mesmo assim sua abundância não foi alta. A maior
abundância neste nível pode ser reflexo de um substrato com maior umidade, o que
favorece a sobrevivência dos organismos desta espécie nesta época, onde a incidência
onde ocorre o poliqueta. Estes fatores podem ter influenciado para uma menor
macrofauna bentônica de uma praia arenosa do Chile, porém Gianuca (1983) ressaltou
44
que veículos de todos os tipos, incluindo caminhões utilizados por pescadores, afetam a
interna reflete a turbulência desta zona, onde as condições hidrodinâmicas são severas
A possível segregação das outras duas zonas biológicas, que foram o mesolitoral
na parte inferior desta zona, tendo esta espécie dois períodos de recrutamento sendo um
entre novembro - janeiro e outro entre fevereiro – abril (Defeo et al., 1992b), a baixa
freqüência de ventos sul e sudoeste não foram suficientes a tal ponto de sobrepor as
espécies e por fim fusionar estas zonas, como ocorrido na primavera. Mesmo havendo
essa separação, estas 2 zonas não foram tão distintas quanto as superiores. McLachlan
(1990) observou que as zonas inferiores da praia, em relação às localizadas nos níveis
arrebentação interna foi bem evidente nesta época, ficando separada das zonas
inferiores da praia.
45
Similar ao verificado no padrão de zonação do verão, Barros et al. (2001) e
Borzone et al. (2003) observaram que a zona de ressurgência caracterizou-se por picos
por Donax hanleyanus. O padrão encontrado pode ser relacionado ao proposto por Dahl
(1952), porém salienta-se que o esquema de zonação sugerido por este autor baseia-se
além da classe Crustacea, foram encontradas nas distintas zonas da praia nas diferentes
estações do ano.
Euzonus furciferus durante esta época do ano. Durante o estudo E. furciferus estendeu
sua distribuição principalmente para o nível 4, porém isto ficou evidente apenas nesta
época do ano, já que o recrutamento ressaltou a abundância desta espécie neste nível.
formação da ampla zona inferior da praia. Cardoso & Veloso (2003) registraram
maiores abundâncias desta espécie durante o inverno e outono, onde os recrutas foram
46
encontrados principalmente na zona de varrido. No presente trabalho a zona inferior da
praia no outono compreendeu em quase sua totalidade a zona de varrido, sendo habitada
trabalho supracitado.
tempo, porém, com base nos dados do ano inteiro, pode-se sugerir um padrão geral de
Euzonus furciferus, e por fim uma zona inferior ampla e mais variável, compreendendo
totalmente influenciada pela ação das marés meteorológicas e caracterizada por diversas
espécies.
estáveis durante o trabalho. Brazeiro & Defeo (1996) observaram que o supralitoral foi
a zona que apresentou maior estabilidade ao longo do tempo, sendo isto também
nesta zona. Borzone et al. (1996) concluíram que zonas biológicas podem ser mais
migradoras. Sendo Euzonus furciferus um poliqueta que cava tocas com mais de 10 cm
47
sazonalmente, com a formação de distintos grupos faunísticos de acordo com a
recrutamento. Mesmo tendo ocorrido fortes ventos de SW nos dias que antecederam as
nos níveis inferiores da praia aliado aos fortes ventos, que provavelmente elevaram o
nível do mar, foram os fatores responsáveis pela sobreposição expressiva das espécies,
mais amenas, podem ter sido responsáveis pela formação de três grupos na zona inferior
freqüência dos ventos S e SW durante os 7 dias que antecederam as coletas, não foram
macrozoobentos na zona inferior da praia, nas distintas estações do ano, foi fortemente
influenciada pelas flutuações das densidades decorrentes dos recrutamentos bem como
48
das migrações de juvenis e adultos da infauna. Outro fator que influenciou na
49
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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VELOSO, VG; CAETANO, CHS & CARDOSO, RS. 2003. Composition, structure and
Australia. In: KOMAR, PD (ed), Hand Book of Coastal Processes and Erosion.
56
CAPÍTULO 2
DISTRIBUIÇÃO HORIZONTAL DA
MACROFAUNA BENTÔNICA NA PRAIA DO
CASSINO, EXTREMO SUL DO BRASIL
57
1. INTRODUÇÃO
1983). Estes ambientes têm sido caracterizados como fisicamente severos, exibindo
heterogeneidade está relacionada a fatores físicos, como ação das ondas, tamanho dos
Jaramillo et al., 1993; Souza & Gianuca, 1995; Borzone & Souza, 1997; Veloso et al.,
1997; Barros et al., 2001; Veloso et al., 2003; Degraer et al., 2003).
da distribuição horizontal dos organismos. Esta deve ser considerada, pois é comum a
distribuição da macrofauna em manchas (Gimenez & Yanicelli, 2000), que podem ser
geradas pela combinação de fatores bióticos e abióticos (Defeo & McLachlan, 2005).
baías e as cristas das cúspides praiais (McLachlan & Hesp, 1984; James, 1999; Gimenez
58
& Yannicelli, 2000). Schoeman & Richardson (2002) verificaram que o estado
do bivalve Donax serra. Donn (1987) observou que a abundância de recrutas de Donax
serra foi maior próximo a foz dos rios, porém resultado inverso foi encontrado por
Schoeman & Richardson (2002). A variação horizontal pode também ser resultante da
sedimento.
al., 2002; Lercari & Defeo, 2003; Defeo & de Alava, 1995; Peterson et al., 2000).
mesolitoral e infralitoral da praia já foram feitos nas praias do extremo sul do Brasil
(Gianuca, 1983; 1987; Borzone & Gianuca, 1990). Porém, ainda não existem trabalhos
59
2. METODOLOGIA
As praias arenosas do extremo sul do Brasil são expostas, com pouco declive, com
(Calliari & Klein, 1993) enquanto que na área em estudo apresentam característica
caracterizada por praias arenosas largas, declividade suave, zona de arrebentação bem
desenvolvida (Garcia & Gianuca, 1998) e areia fina abundante (Borzone & Gianuca,
principais responsáveis pelas variações do nível da água (Calliari & Klein, 1993). O local
de estudo (52º 14’ 040 W e 32º 15’ 554 S) está localizado na praia do Cassino a 17,2 Km
60
2.2. Amostragem
durante o período de 12 meses (junho de 2004 a maio de 2005). Foram escolhidos 3 locais,
eqüidistantes em cada local. Cada transversal se estendeu desde a base das dunas primárias
distribuídos ao longo de cada transversal. Nas transversais a distância entre os níveis foi de
20 m até a zona do varrido superior, a partir do qual a distância foi de 10 m (Fig. 2). A
menor distância entre os níveis das partes inferiores da praia foi devido ao maior número
de espécies e organismos que tendem a se concentrar nesta área (Gianuca, 1983; Degraer
et al., 2003).
61
As amostras biológicas foram coletadas utilizando-se um tubo extrator de 20 cm de
usada esta dentro dos padrões comumente utilizados para amostragem em praias arenosas
(Schoeman et al., 2003). Estas amostras foram peneiradas em uma malha de nylon de 0,5
mm de abertura de poro (Holme & McIntyre, 1984) e o material retido fixado em solução
de evitar ruídos causados pela variação espacial vertical, as amostras pertencentes a cada
e o mesolitoral superior do verão não foi verificada, pois ambas as zonas apresentaram
62
velocidade e direção do vento foram fornecidos pela Praticagem da Barra de Rio
Grande.
Research) utilizando dados quantitativos (Clarke. & Warwick, 1994). Partindo da soma
sazonal das amostras pertencentes a cada transversal, dentro de cada zona faunística, foram
Curtis. O passo seguinte foi fazer a análise de ordenação MDS (Escalonamento Multi
63
3. RESULTADOS
mesma tendência da temperatura do ar, sendo a mínima registrada nas coletas de julho
(água = 14º C e ar = 15º C) e maio (água = 13,5º C e ar = 15º C), e a máxima em janeiro
(água = 26º C e ar = 30º C). A altura das ondas apresentou maiores valores nos meses
de novembro (1,5 m) e julho (1 m), enquanto o período médio das ondas variou entre 8
A partir dos valores do Ω foi verificado que a praia estudada apresentou estágio
características do sedimento observou-se que na maior parte ele foi classificado como
areia fina, porém em algumas ocasiões o sedimento das partes inferiores da praia foi
classificado como areia média (Tab. 2). A declividade média da praia durante todo
sedimento entre os locais, enquanto na primavera a granulometria média foi menor nos
64
locais 2 e 3 quando comparada com o local 1, já no verão e outono esse padrão foi
2.5
2
phi
1.5
0.5
0
Inverno Primavera Verão Outono
constatar que o vento NE foi o mais freqüente na região em todas as estações do ano,
sendo 26,4 m.s-1 a velocidade máxima registrada na primavera. O vento SW atingiu sua
65
Tabela 3: Freqüência, velocidade média e máxima dos ventos nas estações do
ano (junho de 2004 a maio de 2005).
N NE E SE S SW W NW
Freqüencia (%) 5,5 40,8 2,6 6,5 3,6 21,4 8,9 10,7
Inverno Velocidade Média (m.s־¹) 3,9 8,0 5,9 3,6 4,0 5,3 5,1 3,7
Velocidade Máxima (m.s־¹) 13,0 22,4 17,4 11,6 13,0 19,7 20,1 19,2
Freqüencia (%) 2,4 37,9 7,1 16,2 9,2 20,2 4,4 2,6
Primavera Velocidade Média (m.s־¹) 4,7 8,8 6,9 6,1 6,9 6,3 5,0 3,3
Velocidade Máxima (m.s־¹) 17,0 26,4 17,0 17,4 23,7 24,6 15,6 18,4
Freqüencia (%) 1,6 45,0 13,3 21,2 4,1 9,5 2,1 3,1
Verão Velocidade Média (m.s־¹) 4,5 9,3 8,0 6,5 7,6 6,4 4,0 4,1
Velocidade Máxima (m.s־¹) 16,1 21,9 17,0 15,6 17,4 19,7 17,0 17,0
Freqüencia (%) 5,4 36,0 6,1 14,1 9,3 14,0 6,9 8,1
Outono Velocidade Média (m.s־¹) 3,9 7,5 6,7 5,7 6,9 6,0 4,1 3,6
Velocidade Máxima (m.s־¹) 19,7 22,8 21,9 18,8 25,5 25,1 18,8 17,0
Na maior parte dos meses o vento NE foi o mais freqüente durante os 7 dias que
66
3.2. Macroinvertebrados bentônicos
observadas, sendo estas formadas respectivamente pelos níveis 3, 4 e 5-8. Com base nas
abundâncias dos 10 principais táxons pôde-se observar que o local 1 da zona que
abrangeu o nível 3 foi o que apresentou maior abundância. Já o local 3 da zona que
compreendeu o nível 4 e da zona que abrigou os níveis 5-8 foi o que apresentou maior
Inverno
Bivalvia Crustacea Polychaeta
Mesodesma mactroides
Phoxocephalopsis sp.
Macrochiridothea sp.
Emerita brasiliensis
Bathyporeiapus sp.
Euzonus furciferus
Donax hanleyanus
Excirolana armata
Scolelepis gaucha
Platyischnopidae
Abundância total
Local 1 0 0 3 1 8 0 4 0 80 0 96
Nível 3
Local 2 0 0 0 0 5 0 13 0 65 2 85
Local 3 0 1 2 0 10 0 13 0 55 1 82
Local 1 2 1 13 119 203 0 26 0 103 20 487
Nível 4
Através da análise MDS das 3 zonas faunísticas do inverno não foi possível
67
que compreendeu os níveis 5-8 (Fig. 4). Mesmo assim, a análise de similaridade
ANOSIM não evidenciou qualquer diferença entre os locais de nenhuma das distintas
Níveis 5-8: Local 1xLocal 2 R=0,407 e p=20%; Local 1xLocal 3 R=0,667 e p=10% e
Local 1 Local 1
Local 2 Local 2
Local 3 Local 3
Local 2
Local 3
Níveis 5-8
estação do ano, a formação de duas zonas biológicas, uma formada pelo nível 3 e a
outra formada pelos níveis 4-7. Nesse período a classe Crustacea foi a que apresentou
68
maior número de representantes. Através das abundâncias dos 10 principais táxons
verificou-se que o local 2 de ambas zonas biológicas, foi o que apresentou maior
Primavera
Bivalvia Crustacea Polychaeta
Mesodesma mactroides
Phoxocephalopsis sp.
Bathyporeiapus sp.
Euzonus furciferus
Hemipodus olivieri
Donax hanleyanus
Excirolana armata
Scolelepis gaucha
Platyischnopidae
Abundância total
Nemertea
Local 1 1 0 8 0 1 0 50 0 5 0 65
Nível 3
formação de grupos, mas as réplicas do local 1 ficaram mais próximas em ambas zonas
significativa entre os locais das distintas zonas biológicas. (Nível 3:Local 1xLocal 2
p=60%; Níveis 4-7: Local 1xLocal 2 R=0 e p= 50%; Local 1xLocal 3 R=0,519 e
69
Stress: 0.01 Stress: 0.01
Local 1 Local 1
Local 2 Local 2
Local 3 Local 3
macrofauna bentônica dentro de 2 zonas biológicas, sendo uma formada pelos níveis 4-
5 e a outra pelos níveis 6-7. A classe Crustacea, novamente, foi a que apresentou maior
Verão
Bivalvia Crustacea Polychaeta
Mesodesma mactroides
Phoxocephalopsis sp.
Macrochiridothea sp.
Emerita brasiliensis
Bathyporeiapus sp.
Euzonus furciferus
Donax hanleyanus
Excirolana armata
Scolelepis gaucha
Platyischnopidae
Abundância total
Níveis 6-7 Níveis 4-5
70
Por meio da análise MDS correspondente ao verão (Fig. 6), constatou-se que
houve uma tendência de agrupamento das réplicas do local 1 na zona que compreendeu
os níveis 4-5. Esta mesma tendência de agrupamento foi observada nas réplicas do local
2 na zona que abrangeu os níveis 6-7. Mesmo verificando possível formação de grupos,
os resultados da análise ANOSIM mostraram que não houve diferença expressiva entre
os locais das 2 zonas biológicas. (Níveis 4-5: Local 1xLocal 2 R=0,296 e p= 10%; Local
1xLocal 3 R=0,852 e p= 10% e Local 2xLocal 3 R=0,407e p=10%; Níveis 6-7: Local
Local 1 Local 1
Local 2 Local 2
Local 3 Local 3
determinadas neste período, sendo estas compostas, respectivamente, pelos níveis 3-4 e
biológicas.(Tab. 8)
71
Tabela 8: Abundâncias totais dos 10 principais táxons em cada um dos distintos
locais das diferentes zonas biológicas durante o outono.
Outono
Bivalvia Crustacea Polychaeta
Mesodesma mactroides
Phoxocephalopsis sp.
Emerita brasiliensis
Bathyporeiapus sp.
Euzonus furciferus
Donax hanleyanus
Excirolana armata
Scolelepis gaucha
Platyischnopidae
Abundância total
Donax gemmula
Níveis 5-8 Níveis 3-4
abrangeu os níveis 3-4 tenderam se agrupar. Essa mesma tendência foi observada nas
réplicas pertencentes ao local 3 da zona biológica que abrigou os níveis 5-8 (Fig. 7).
Mais uma vez a análise ANOSIM verificou que os locais das duas zonas biológicas não
podem ser considerados díspares (Níveis 3-4: Local 1xLocal 2 R=0,519 p=10%; Local
1xLocal 3 R=0,259 e p=20% e Local 2xLocal 3 R=0,593 e p=10%; Níveis 5-8: Local
R=0,556 e p=10%;).
Stress: 0.04 Stress: 0.01
Local 1 Local 1
Local 2 Local 2
Local 3 Local 3
72
O MDS anual (Fig. 8), das duas zonas biológicas pré determinadas, mostrou que
houve uma tendência das réplicas pertencentes a cada local se agruparem na zona que
abrangeu os níveis 4-8, exceto uma das réplicas do local 3 que ficou desagregada.
Notou-se também a proximidade das réplicas do local 2 na zona que abrangeu o nível 3.
Porém, quando foi executada a análise ANOSIM foi percebido que não houve diferença
significativa entre os locais dentro de cada zona biológica. (Nível 3: Local 1xLocal 2
p=10%; Níveis 4-8: Local 1xLocal 2 R=0,444 e p=20%; Local 1xLocal 3 R= 0,63 e
Local 1 Local 1
Local 2 Local 2
Local 3 Local 3
Figura 8: MDS anual de cada zona biológica. Cada zona biológica compreende
os 3 locais de coleta e suas devidas réplicas.
possível perceber que há variações expressivas nas abundâncias de alguns táxons entre
73
Abundância total Abundância total Abundância total Abundância total
Platyischnopidae Donax hanleyanus Mesodesma mactroides Comunidade
.
Abundância total Abundância total Abundância total Abundância total
Euzonus furciferus Phoxocephalopsis sp. Bathyporeiapus sp. Scolelepis gaucha
74
4. DISCUSSÃO
Através das análises estatísticas foi possível observar que, durante as diferentes
estações do ano, a praia não mostrou a separação dos locais (escala de 50 e 100m)
dentro das zonas faunísticas pré-determinadas, ou seja, não houve variação significativa
zona que abrangeu os níveis 5-8, mesmo assim não ficou estatisticamente comprovada
qualquer diferença deste local com os demais locais desta zona biológica.
características deste tipo de praia, podendo não ocorrer nas praias onde a comunidade é
ambas zonas, porém não houve variação horizontal significativa da macrofauna dentro
das zonas biológicas pré-estabelecidas. No Uruguai foi notado que a descarga de água
75
variável com maior responsabilidade pela variação dos fatores bióticos (Lercari &
Defeo, 2003). Lercari et al. (2002), observaram que os efeitos do canal artificial foram
precipitação. Além disso, Shoeman & Richardson (2002) notaram na África do Sul que
Donax serra possuiu baixa abundância próxima a foz de um rio. Mesmo observando
que na primavera ocorreu maior precipitação média durante os 7 dias que antecederam
estrutura da comunidade bentônica de acordo com o tamanho dos grãos. Defeo et al.
observaram que a variação espacial que ocorre nas praias do extremo sul do Brasil é
local estudado, além disso, Figueiredo et al. (2003) observaram que os sedimentos
próximos ao molhe oeste da barra de Rio Grande são mais finos, ocorrendo uma
Neves (2004) estudando 3 praias localizadas no litoral norte do Rio Grande do Sul
76
observou que a homogeneidade no tamanho dos grãos do sedimento resultou na
quilômetros.
agruparem na zona biológica que compreendeu os níveis 4-5, sendo isto também
observado nas réplicas do local 2 dentro da zona que abrangeu os níveis 6-7, porém não
100m). Gimenez & Yannicelli (2000) observaram dentro de uma escala de dezenas de
cúspides. A mesma tendência foi verificada por Brazeiro et al. (1998) em uma praia
expressivamente maior nas baias do que nas cristas das cúspides. Na Austrália
McLachlan & Hesp (1984) notaram, em uma determinada espécie, que o tamanho dos
indivíduos foi significativamente maior nas cristas do que na baía das cúspides, além da
preferência de algumas espécies pela baía da cúspide. Por outro lado, James (1999), em
Donax deltoides entre a baia e crista das cúspides, porém indivíduos menores tenderam
77
Em um estudo realizado no Uruguai notou-se que as cúspides foram menos
tempo (média de 2,61º) do que em uma praia intermediária com declividade média de
fevereiro. Desta forma, é esperado que o sistema de cúspides seja menos acentuado
macrofauna ser afetada por este sistema. Porém, salienta-se que as análises foram
realizadas com base nas propriedades de todas as espécies juntas, podendo cada
zona biológica que compreendeu os níveis 3-4 e das réplicas do local 3 na zona que
abrangeu os níveis 5-8, não houve diferença significativa entre os locais nas distintas
zonas biológicas. James & Fairweather (1996), em uma praia arenosa da Austrália,
nas partes inferiores da praia, sendo esta variação relacionada ao gradiente de exposição
mesolitoral desta praia, porém esta variação foi verificada em uma escala espacial
direção ao molhe oeste da Barra de Rio Grande, ou seja, mais ao norte do local onde
ocorreu o presente estudo, a energia de onda é notoriamente mais atenuada (com. pes.
Dr. Lauro Julio Calliari, Departamento de Geociências, FURG). Neste local a praia
78
mostrou menor diversidade e abundância de organismos em comparação com a
registrada no presente trabalho (Sá et al. em prep.). Deve-se considerar ainda que essa
área sofre uma maior influência dos molhes da Barra de Rio Grande e encontra-se
submetida a periódicos aportes de lama (Calliari et al,. 2001), os quais também afetaram
Com base nos dados do ano inteiro observou-se na zona que abrangeu os níveis
4-8 que as réplicas pertencentes a cada local tenderam se agrupar, exceto uma
pertencentes ao local 2 na zona que abrangeu o nível 3. Porém esta possível separação
dos locais não foi evidenciada estatisticamente. Sendo assim, a distribuição horizontal
coletado por pescadores através do uso de pás, sendo o segundo molusco mais
utilizado por pescadores no extremo sul do Brasil, porém esta atividade parece não ter
no local estudado.
79
que na escala de quilômetros, devido a variações na morfologia da praia em função do
regime de ondas e/ou das características do sedimento. Deve ser considerado também,
que a partir do local em estudo, alguns quilômetros em direção ao norte, devido a uma
prep.).
80
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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SCHOEMAN, DS; WHEELER, M & WAIT, M. 2003. The relative accuracy of standard
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VELOSO, VG; CAETANO, CHS & CARDOSO, RS. 2003. Composition, structure and
86
CAPÍTULO 3
VARIABILIDADE TEMPORAL DA
MACROFAUNA BENTÔNICA NA PRAIA DO
CASSINO, EXTREMO SUL DO BRASIL
87
1. INTRODUÇÃO
relacionada a vários fatores físicos, dos quais a ação das ondas, o tamanho dos grãos de
Além dos fatores físicos, também existem fatores biológicos que estruturam as
McLachlan, 1990; Defeo et al., 1992a; Jaramillo & McLachlan, 1993; Borzone et al.,
(1979), com base no estudo de duas praias tropicais, verificou que o número de
reprodutivas das espécies mais abundantes. Leber (1982), após 15 meses de amostragem
88
em uma praia dos E.U.A, concluiu que a variação da macrofauna esteve ligada às
(1996a) demonstraram que no geral padrões de abundância não estiveram ligados com
os fatores físicos, exceto para uma espécie, cuja variação temporal foi vinculada à
morfodinâmica praial.
recrutamentos, não estando estas variações relacionadas a fatores abióticos. Alguns anos
depois Veloso & Cardoso (2001), através da análise de três praias, observaram que uma
da macrofauna de quinze praias estudadas entre o inverno e verão. No Paraná, Souza &
Gianuca (1995) estudaram uma praia durante 1 ano e sugeriram que a variação na
mudança na riqueza foi causada pelas espécies que recrutam, mas não continuam na
Paraná, Borzone & Souza (1997) verificaram que seus dados exibiram marcada
espécies.
Rio Grande do Sul. Entretanto, até o momento, não foram realizados trabalhos com
89
mesolitoral, com enfoque na variação temporal do macrozoobentos de praias arenosas
90
2. METODOLOGIA
As praias arenosas do extremo sul do Brasil são expostas, com pouco declive, com
(Calliari & Klein, 1993), enquanto que na área em estudo apresentam característica
caracterizada por praias arenosas largas, declividade suave, zona de arrebentação bem
desenvolvida (Garcia & Gianuca, 1998) e areia fina abundante (Borzone & Gianuca,
principais responsáveis pelas variações do nível da água (Calliari & Klein, 1993). O local
de estudo (52º 14’ 040 W e 32º 15’ 554 S) está localizado na praia do Cassino a 17,2 Km
91
2.2. Amostragem
durante o período de 12 meses (junho de 2004 a maio de 2005). Foram escolhidos 3 locais,
eqüidistantes em cada local. Cada transversal se estendeu desde a base das dunas primárias
distribuídos ao longo de cada transversal. Nas transversais a distância entre os níveis foi de
20 m até a zona do varrido superior, a partir do qual a distância foi de 10 m (Fig. 2). A
menor distância entre os níveis das partes inferiores da praia foi devido ao maior número
de espécies e organismos que tendem a se concentrar nesta área (Gianuca, 1983; Degraer
et al., 2003).
92
As amostras biológicas foram coletadas utilizando-se um tubo extrator de 20 cm de
usada esta dentro dos padrões comumente utilizados para amostragem em praias arenosas
(Schoeman et al., 2003). Estas amostras foram peneiradas em uma malha de nylon de 0,5
mm de abertura de poro (Holme & McIntyre, 1984) e o material retido fixado em solução
supralitoral. Partindo das bases das dunas primárias foram estabelecidas linhas paralelas à
praia com 100 m de comprimento. Estas linhas foram fundeadas na a área de ocorrência
linha.
somadas mensalmente.
> 43 mm (Masello & Defeo, 1986), enquanto os juvenis possuíram comprimento entre
10,1 – 42,9 mm. Já recrutas, juvenis e adultos do bivalve Donax hanleyanus foram
93
definidos como organismos de, respectivamente, 1-5 mm, 5.5-15 mm e >15 mm de
Grande.
Partindo da soma das amostras de cada transversal foi extraída uma planilha de
94
Posteriormente foi testada a diferença entre grupos através da análise de similaridade
mensalmente na praia.
95
3. RESULTADOS
mesma tendência da temperatura do ar, sendo a mínima registrada nas coletas de julho
(água = 14º C e ar = 15º C) e maio (água = 13,5º C e ar = 15º C), e a máxima em janeiro
(água = 26º C e ar = 30º C). A altura das ondas apresentou maiores valores nos meses
de novembro (1,5 m) e julho (1 m), enquanto o período médio das ondas variou entre 8
Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
Salinidade 34 29 34 32 30 31 34 36 34 36 35 32
Temperatura ar (ºC) 18 15 17 18 20 24 26 30 22 26 21,5 15
Temperatura água (ºC) 16 14 16 16 20 20 23 26 24 25,5 22 13,5
Altura das ondas (m) 1 0,75 0,5 0,75 1,5 0,5 0,75 0,75 0,5 0,5 0,75
Período médio das ondas (s) 10 8,8 10 11,8 11,9 9,7 11,7 11 8 10,3 11,4
A partir dos valores do Ω foi verificado que a praia estudada apresentou estágio
praial do tipo intermediário durante as quatro estações do ano (Tab. 2). Com relação às
características do sedimento observou-se que na maior parte ele foi classificado como
areia fina, porém em algumas ocasiões o sedimento das partes inferiores da praia foi
classificado como areia média (Tab. 2). A declividade média da praia durante todo
96
Tabela 2: Tamanho médio dos grãos (phi) e classificação do sedimento. É
apresentado também o valor do Ω sazonalmente.
Inverno Primavera Verão Outono
Média (phi) Classificação Média (phi) Classificação Média (phi) Classificação Média (phi) Classificação
Nivel 1 Local 1 2,564 Areia fina 2,568 Areia fina 2,764 Areia fina 2,747 Areia fina
Nivel 2 Local 1 2,753 Areia fina 2,562 Areia fina 2,723 Areia fina 2,521 Areia fina
Nivel 3 Local 1 2,499 Areia fina 2,358 Areia fina 2,508 Areia fina 2,77 Areia fina
Nivel 4 Local 1 2,27 Areia fina 2,541 Areia fina 2,546 Areia fina 2,766 Areia fina
Nivel 5 Local 1 2,154 Areia fina 2,332 Areia fina 2,383 Areia fina 2,753 Areia fina
Nivel 6 Local 1 1,889 Areia média 2,188 Areia fina 2,502 Areia fina 2,465 Areia fina
Nivel 7 Local 1 1,774 Areia média 2,214 Areia fina 2,394 Areia fina 2,501 Areia fina
Nível 8 Local 1 *** *** *** *** 2,403 Areia fina 2,375 Areia fina
Nivel 1 Local 2 2,609 Areia fina 2,499 Areia fina 2,565 Areia fina 2,747 Areia fina
Nivel 2 Local 2 2,621 Areia fina 2,691 Areia fina 2,574 Areia fina 2,533 Areia fina
Nivel 3 Local 2 2,342 Areia fina 2,765 Areia fina 2,429 Areia fina 2,723 Areia fina
Nivel 4 Local 2 2,282 Areia fina 2,53 Areia fina 2,423 Areia fina 2,638 Areia fina
Nivel 5 Local 2 2,373 Areia fina 2,363 Areia fina 2,597 Areia fina 2,415 Areia fina
Nivel 6 Local 2 1,733 Areia média 2,467 Areia fina 2,198 Areia fina 2,483 Areia fina
Nivel 7 Local 2 1,987 Areia média 2,513 Areia fina 2,163 Areia fina 2,098 Areia fina
Nível 8 Local 2 *** *** *** *** 1,991 Areia média 2,441 Areia fina
Nivel 1 Local 3 2,523 Areia fina 2,755 Areia fina 2,585 Areia fina 2,576 Areia fina
Nivel 2 Local 3 2,479 Areia fina 2,748 Areia fina 2,719 Areia fina 2,571 Areia fina
Nivel 3 Local 3 2,406 Areia fina 2,787 Areia fina 2,385 Areia fina 2,776 Areia fina
Nivel 4 Local 3 2,293 Areia fina 2,774 Areia fina 2,409 Areia fina 2,75 Areia fina
Nivel 5 Local 3 2,264 Areia fina 2,766 Areia fina 2,508 Areia fina 2,242 Areia fina
Nivel 6 Local 3 1,895 Areia média 2,511 Areia fina 2,37 Areia fina 2,394 Areia fina
Nivel 7 Local 3 1,491 Areia média 2,518 Areia fina 2,346 Areia fina 2,442 Areia fina
Nível 8 Local 3 *** *** *** *** 1,877 Areia média 2,466 Areia fina
Ω 4,956 4,097 3,269 3,131
constatar que o vento NE foi o mais freqüente na região em todas as estações do ano,
sendo 26,4 m.s-1 a velocidade máxima registrada na primavera. O vento SW atingiu sua
N NE E SE S SW W NW
Freqüencia (%) 5,5 40,8 2,6 6,5 3,6 21,4 8,9 10,7
Inverno Velocidade Média (m.s־¹) 3,9 8,0 5,9 3,6 4,0 5,3 5,1 3,7
Velocidade Máxima (m.s־¹) 13,0 22,4 17,4 11,6 13,0 19,7 20,1 19,2
Freqüencia (%) 2,4 37,9 7,1 16,2 9,2 20,2 4,4 2,6
Primavera Velocidade Média (m.s־¹) 4,7 8,8 6,9 6,1 6,9 6,3 5,0 3,3
Velocidade Máxima (m.s־¹) 17,0 26,4 17,0 17,4 23,7 24,6 15,6 18,4
Freqüencia (%) 1,6 45,0 13,3 21,2 4,1 9,5 2,1 3,1
Verão Velocidade Média (m.s־¹) 4,5 9,3 8,0 6,5 7,6 6,4 4,0 4,1
Velocidade Máxima (m.s־¹) 16,1 21,9 17,0 15,6 17,4 19,7 17,0 17,0
Freqüencia (%) 5,4 36,0 6,1 14,1 9,3 14,0 6,9 8,1
Outono Velocidade Média (m.s־¹) 3,9 7,5 6,7 5,7 6,9 6,0 4,1 3,6
Velocidade Máxima (m.s־¹) 19,7 22,8 21,9 18,8 25,5 25,1 18,8 17,0
97
O vento NE foi o mais freqüente entre os períodos que compreenderam as
coletas. Vento S não foi muito freqüente, porém atingiu altas velocidades
(Tab. 4).
Tabela 4: Freqüência, velocidade média e máxima dos ventos nos períodos entre
as coletas da macrofauna bentônica (junho de 2004 a maio de 2005).
N NE E SE S SW W NW
Freqüencia (%) 7.1 34.6 0.5 4.4 3.7 29.0 8.6 12.0
Jun - Jul Velocidade Média (m.s־¹) 4.3 6.1 2.1 3.3 4.1 5.4 4.5 3.7
Velocidade Máxima (m.s־¹) 12.5 16.1 4.5 6.7 12.5 19.7 19.7 18.4
Freqüencia (%) 2.2 60.5 3.9 3.9 2.2 20.3 3.9 3.1
Jul - Ago Velocidade Média (m.s־¹) 4.9 8.4 6.0 7.2 3.6 6.1 4.0 2.6
Velocidade Máxima (m.s־¹) 13.0 22.4 13.9 3.8 13.0 15.6 10.3 11.6
Freqüencia (%) 3.8 36.5 3.3 14.8 10.5 14.2 6.5 10.4
Ago - Set Velocidade Média (m.s־¹) 4.4 8.6 7.6 6.9 6.6 5.2 5.6 4.6
Velocidade Máxima (m.s־¹) 17.0 21.9 17.4 17.4 17.4 16.1 20.1 19.2
Freqüencia (%) 2.3 34.7 6.6 13.6 7.4 27.2 5.6 2.7
Set - Out Velocidade Média (m.s־¹) 3.7 8.6 7.3 5.9 6.2 5.9 4.3 3.0
Velocidade Máxima (m.s־¹) 14.8 26.4 17.0 13.9 15.2 19.2 10.3 8.5
Freqüencia (%) 3.5 45.6 5.7 11.4 7.4 3.8 4.4 18.2
Out - Nov Velocidade Média (m.s־¹) 4.6 9.1 6.8 4.6 6.8 3.2 5.1 6.7
Velocidade Máxima (m.s־¹) 16.6 21.5 15.2 15.6 23.7 18.4 15.6 24.6
Freqüencia (%) 0.3 35.0 18.4 24.3 6.0 11.4 3.2 1.3
Nov - Dez Velocidade Média (m.s־¹) 4.5 9.7 8.3 7.4 6.9 6.8 6.0 4.6
Velocidade Máxima (m.s־¹) 9.0 21.9 15.6 15.2 13.9 16.6 15.6 11.6
Freqüencia (%) 1.7 50.6 11.2 17.2 3.8 8.9 1.5 5.0
Dez - Jan Velocidade Média (m.s־¹) 4.8 8.7 6.6 5.8 7.2 6.3 5.2 5.0
Velocidade Máxima (m.s־¹) 16.1 21.5 14.3 15.6 15.2 19.7 17.0 17.0
Freqüencia (%) 2.2 46.1 10.0 15.6 5.8 15.5 2.4 2.4
Jan - Fev Velocidade Média (m.s־¹) 4.6 10.2 9.2 6.6 7.9 7.8 4.1 3.0
Velocidade Máxima (m.s־¹) 13.4 21.5 17.0 13.9 17.0 18.4 10.8 12.5
Freqüencia (%) 1.4 35.7 13.1 30.1 7.2 6.4 3.6 2.5
Fev - Mar Velocidade Média (m.s־¹) 4.6 8.2 7.6 6.4 7.7 6.2 3.0 3.2
Velocidade Máxima (m.s־¹) 11.6 22.8 21.9 18.8 25.5 25.1 10.3 8.5
Freqüencia (%) 5.3 35.4 7.7 16.8 9.8 13.5 4.6 6.9
Mar - Abr Velocidade Média (m.s־¹) 3.9 7.9 7.1 5.8 7.1 6.2 4.0 5.0
Velocidade Máxima (m.s־¹) 15.6 20.6 17.9 17.0 17.6 22.4 13.4 17.0
Freqüencia (%) 6.7 31.6 4.0 10.1 9.6 17.8 10.5 9.7
Abr - Maio Velocidade Média (m.s־¹) 3.7 6.7 4.7 4.9 6.6 5.8 4.2 3.0
Velocidade Máxima (m.s־¹) 19.7 19.2 12.1 14.8 19.2 21.9 18.8 15.6
98
3. 2. Macroinvertebrados bentônicos
apresentou maior número de táxons foi janeiro e o menor número foi verificado no mês
de julho, porém este último mês apresentou maior índice de diversidade (H’). A classe
Crustacea foi a que apresentou maior número de táxons, seguida pelas classes
Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Abundância total
Scolelepis gaucha (Polychaeta) 2 67 243 418 590 65145 4461 22217 2278 53 7 62 95543
Euzonus furciferus (Polychaeta) 52 143 162 99 81 348 32 38 57 35 109 681 1837
Hemipodus olivieri (Polychaeta) 3 12 8 21 27 132 3 1 5 11 15 11 249
Sigalion cirriferum(Polychaeta) 5 3 6 5 5 5 4 6 2 4 3 2 50
Capitellidae (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 2
Capitella sp. (Polychaeta) 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Hyalinoecia sp. (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Hesionidae (Polychaeta) 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1
Grubeulepis bracteata (Polychaeta) 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1
Mesodesma mactroides (Bivalvia) 33 239 247 764 1970 748 2097 9573 596 660 923 103 17953
Donax hanleyanus (Bivalvia) 223 134 479 305 637 492 458 1339 135 2472 2592 433 9699
Donax gemmula (Bivalvia) 0 0 0 0 1 0 28 27 4 895 109 4 1068
Bathyporeiapus sp.(Crustacea) 33 104 260 321 8100 724 63 106 133 72 129 60 10105
Phoxocephalopsis sp. (Crustacea) 96 179 268 139 586 426 986 452 159 91 131 425 3938
Platyischnopidae (Crustacea) 250 272 350 325 788 314 281 392 112 272 290 224 3870
Emerita brasiliensis (Crustacea) 4 14 28 9 9 2 48 736 225 242 2 18 1337
Excirolana armata (Crustacea) 33 48 55 68 30 18 81 93 118 37 47 92 720
Macrochiridothea sp. (Crustacea) 5 18 11 13 6 16 9 76 15 76 20 26 291
Puelche orensansi (Crustacea) 0 0 1 0 5 3 0 4 5 33 4 3 58
Excirolana braziliensis (Crustacea) 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 1 5
Pinnixa patagoniensis (Crustacea) 0 2 0 0 0 0 2 3 0 0 0 0 7
Balloniscus sellowii (Crustacea) 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Arenaeus cribarius (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
Megalope Ocypode quadrata (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
Buccinanops duartei (Gastropoda) 0 0 0 0 0 0 0 7 1 1 0 0 9
Olivancilaria auricularia (Gastropoda) 1 0 0 1 0 0 0 1 1 1 0 0 5
Nemertea 6 15 2 5 29 40 44 36 18 13 13 10 231
Oligochaeta 0 0 0 0 0 21 48 22 1 1 1 1 95
Abundância total mensal 747 1250 2122 2495 12866 68435 8647 35130 3865 4970 4397 2156
Numero de táxons 15 14 16 16 17 16 17 20 18 19 18 17 28
H'(loge) 1,779 2,137 2,081 1,957 1.27 0.2877 1.42 1,033 1,482 1,624 1,351 1,903 1,299
J' 0.657 0.810 0.751 0.706 0.448 0.104 0.501 0.345 0.513 0.551 0.467 0.672 0.390
formou três grupos, o primeiro grupo formado pelos meses junho, julho, agosto,
99
terceiro os meses dezembro e fevereiro (12 e 2) Os demais períodos de coleta, não
Stress: 0,12
6
100
Tabela 6: Resultado da análise de similaridade (ANOSIM) entre os grupos e os
demais períodos (P<5% e R estatístico > 0,5). Os números 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,
11e 12 referem-se respectivamente aos meses janeiro, fevereiro, março, abril, maio,
junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro (junho de 2004 a maio
de 2005).
R p
5,6,7,8 e 9 vs 10 0,89 0,1%
5,6,7,8 e 9 vs11 0,998 0,1%
5,6,7,8 e 9 vs 12 e 2 0,729 0,1%
5,6,7,8 e 9 vs 1 0,998 0,1%
5,6,7,8 e 9 vs 3 e 4 0,668 0,1%
10 vs 11 1 0,1%
10 vs 12 e 2 0,765 0,1%
10 vs 1 1 0,1%
10 vs 3 e 4 0,973 0,1%
11 vs 12 e 2 0,91 0,1%
11 vs 1 0,752 0,1%
11 vs 3 e 4 1 0,1%
12 e 2 vs 1 0,721 0,1%
12 e 2 vs 3 e 4 0,854 0,1%
1 vs 3 e 4 1 0,1%
grupo que abrangeu os meses dezembro e fevereiro como também os meses novembro e
pela separação deste grupo dos demais meses. Já os grupos que compreenderam os
(Tab. 7).
5,6,7,8 e 9 10 11 12 e 2 1 3e4
Platyischnopidae 25,19%
Donax hanleyanus 19,20% 67,96%
Mesodesma mactroides 16,51% 22,60% 21,67% 12,19%
Bathyporeiapus sp. 57,18%
Scolelepis gaucha 95,56% 51,48% 69,20%
Phoxocephalopsis sp. 13,58%
101
Scolelepis gaucha foi o organismo com maior abundância ao longo do estudo,
entre a primavera e verão (Fig. 4). Por outro lado, Euzonus furciferus (Polychaeta),
102
80000
Scolelepis gaucha Mesodesma mactroides
Comunidade 10000 Bathyporeiapus sp.
70000
60000
8000
Abundância total
Abundância total
50000
Abundância
Abundância
6000
40000
30000
4000
20000
2000
10000
0 0
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abril Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abril Maio
800
1800
Abundância total
total
Abundância
Abundância
600
Abundância
1200
400
600
200
0 0
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abril Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abril Maio
800 140
Euzonus furciferus Excirolana armata
Emerita brasiliensis Macrochiridothea sp.
700
120
600
100
500
Abundânciatotal
Abundância total
80
Abundância
Abundância
400
60
300
200 40
100 20
0
0
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abril Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abril Maio
103
A maior densidade média de tocas do caranguejo Ocypode quadrata foi
verificada em março (0,2125 tocas m-2), enquanto que em julho, agosto, setembro,
0,25
0,2
0,15
Tocas m-2
0,1
0,05
0
Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
104
4. DISCUSSÃO
tendo sido dominante entre novembro e fevereiro, com picos de abundância nos meses
organismo, apesar de inferior a registrada nos meses de pico, entretanto, atingiu valores
mais elevados que a dos demais táxons. A dominância deste gênero também foi
observada por Barros et al. (2001) no Paraná, onde Scolelepis squamata abrangeu ao
inverno e verão. Santos (1991) verificou que Scolelepis gaucha foi o poliqueta com
100 000 m-2 também na primavera e início do verão. Borzone et al. (1996), no verão, e
Degraer et al. (2003), no final do verão e início do outono, observaram que Scolelepis
ocorreram outros dois picos, sendo um em outubro, e outro menor, em abril. Os picos de
janeiro, dezembro e abril foram decorrentes dos recrutamentos do bivalve. Defeo et al.
105
(1992b) identificaram dois períodos de recrutamento para a espécie, sendo um entre
contribuição foi de exemplares juvenis e adultos, que até então estavam praticamente
ausentes na praia. A este respeito, Cascarón (1959) mencionou que no inverno a maior
sendo que na primavera realiza uma migração até o mesolitoral, onde permanece entre o
Mar del Plata, Argentina, na década de 1970 o Dr. Ricardo Capítoli (Laboratório de
Informações obtidas junto aos pescadores que fazem a extração de mariscos na praia do
(1997) verificaram em uma praia do Paraná que Bathyporeiapus ruffoi apresentou alta
citado. Esta espécie foi bem representada nas estações do mesolitoral inferior,
estendendo sua distribuição, com alta abundância, para o infralitoral (Borzone & Souza,
1997). Leber (1982) observou nos E.U.A, em uma latitude de 34º40’, que 2 espécies de
Charvat (1990) verificou na Florida, EUA, que anfípodes foram mais importantes no
106
infralitroral do que no mesolitoral, sugerindo que temperaturas mais elevadas excluíram
grupo que abrangeu os meses de março e abril. Cardoso & Veloso (2003) encontraram
maiores abundância desta espécie no inverno e outono, enquanto Defeo & de Alava
interessante é que o pico de recrutamento desta espécie foi após o pico de recrutamento
juvenis e adultos de Mesodesma mactroides (De Alava, 1993 apud Defeo, 1996b). Este
resultado dá indícios de que há competição interespecífica entre ambos, fato que pode
profundas pode ser um outro fator que contribui para esta baixa abundância. Leber
(1982) observou que Donax parvula migrou para o infralitoral durante o inverno,
107
Euzonus furciferus foi a única espécie que recrutou no período que compreendeu
& Vilela (em prep.) estudaram a dinâmica populacional de Euzonus furciferus durante o
agosto. Este resultado concorda com o encontrado no presente trabalho. Kemp (1988)
delas.
apresentou oscilações na densidade de tocas ao longo do ano, não sendo verificada altas
densidades durante todo período estudado, além disso, houve meses que nenhuma toca
foi encontrada. Durante o estudo foi observado que através da ação dos ventos as tocas
podem ser facilmente encobertas pela areia, podendo a baixa densidade de tocas ser
reflexo deste processo. Alberto & Fontoura (1999) estudando uma praia do Rio Grande
nível de alcance das ondas interferem diretamente nas atividades de Ocypode quadrata,
a ponto de, em condições adversas, nenhum sinal desta espécie ser observado na praia.
De forma geral pôde-se verificar que a maior parte dos recrutamentos dos
108
Haynes & Quinn (1995), partindo de um estudo realizado numa região
mudanças nas densidades de espécies comuns do mesolitoral. Souza & Gianuca (1995),
total da macrofauna foi significativamente maior no verão do que no inverno. Por outro
tropical (Rio de Janeiro). É provável que a diferença na latitude das praias com reflexos,
espécies do macrozoobentos. Donax hanleyanus foi a única espécie que manteve dois
picos consecutivos de abundância (março e abril), mas também neste caso, um mês
Há alguns fatores que podem ser responsáveis pela queda abrupta na abundância
bentônica. Em estudo realizado nos E.U.A os mais óbvios predadores na praia foram
siris, peixes e pássaros, estes se alimentaram dos migrantes mareais e foram mais
abundantes durante os meses de verão (Leber, 1982). Gianuca (1983) verificou na praia
Durante a maré baixa as aves foram os principais predadores, sendo algumas residentes
109
enquanto outras migrantes. O cronograma de migração de algumas aves determina que a
principalmente nos meses mais quentes do ano, podem também ser fatores que exercem
(1983) observa que uma ameaça que afeta as populações do mesolitoral, especialmente
os juvenis e cavadores superficiais, é o uso das partes úmidas e mais compactas da praia
mesmo ser predado por aves e peixes na zona de arrebentação. Além disso, esta
passivo pela zona de varrido, sujeitando o animal ao risco de ficar preso nas partes
migração do infralitoral para o mesolitoral (Cascarón, 1959), pode ter sido afetado
110
enterramento facilitaram o transporte passivo e conseqüente embancamento nas partes
superiores da praia. Mesmo os ventos do quadrante sul não sendo freqüentes no período
entre as coletas de outubro e novembro, a sua alta velocidade de até 23,7 m/s pode ter
população.
responsáveis pelas variações do nível da água (Calliari & Klein, 1993), onde ventos do
quadrante sul podem elevar o nível do mar em até 2 m (Barletta & Calliari, 2003). Na
Argentina fortes ventos do quadrante sul deixam depositados muitos organismos sem a
pescadores através do uso de pás, sendo o segundo molusco mais explorado na costa
colateral nas classes não exploradas, principalmente a quebra de suas conchas. (Brazeiro
& Defeo, 1999). Além disso, esta técnica pode também afetar a sobrevivência de
apud Brazeiro & Defeo, 1999). Tal procedimento de coleta é também utilizado por
migração das espécies para zona de varrido, como a efeitos negativos decorrentes da
111
migração de algumas espécies para águas mais profundas, a mortalidade por causas
112
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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119
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Baseando-se nos dados de todo período amostral, foi possível observar que a
biológicas.
de Salvat (1964).
estáveis durante o período de estudo, enquanto a zona inferior da praia foi mais
praia estudada, onde pouca variação entre os tamanhos dos grãos do sedimento e
120
Na área em estudo seria esperado encontrar variabilidade horizontal da
características do sedimento.
A maior parte dos recrutamentos dos diversos táxons ocorreu no período que
macrozoobentos.
macrozoobentos na região.
121
ANEXOS
122
Tabela 1: Densidade média (ind. m-2) e desvio padrão (DP) de todos os táxons
coletados na praia durante o inverno em cada nível. São apresentados também os
índices médios de diversidade (H’) e equitatividade (J’) de cada nível.
Inverno 2004
Níveis 1 2 3 4 5 6 7 8
Media DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP
Donax hanleyanus (Bivalvia) 0 0 0 0 0 0 4.72 14.52 201.60 343.74 473.93 878.60 224.00 306.65 244.04 387.24
Mesodesma mactroides (Bivalvia) 0 0 0 0 1.18 6.13 49.51 55.37 269.97 476.02 172.12 277.95 78.99 129.56 120.25 171.99
Euzonus furciiferus (Polychaeta) 0 0 24.76 42.64 235.78 273.86 156.80 466.64 2.36 8.50 1.18 6.13 0 0 0 0
Scolelepis gaucha (Polychaeta) 0 0 1.18 6.13 3.54 10.19 350.14 834.73 10.61 24.97 2.36 8.50 0 0 0 0
Hemipodus olivieri (Polychaeta) 0 0 0 0 1.18 6.13 3.54 10.19 3.54 13.49 2.36 8.50 11.79 26.70 14.15 16.78
Sigalion cirriferum (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 0 0 5.89 15.39 3.54 10.19 5.89 12.60 3.54 10.61
Platyischnopidae (Crustacea) 5.89 15.39 4.72 14.52 27.12 40.17 682.60 441.62 239.32 348.84 63.66 130.65 3.54 10.19 3.54 10.61
Phoxocephalopsis sp. (Crustacea) 0 0 0 0 1.18 6.13 463.32 506.40 47.16 83.46 35.37 65.07 60.13 57.44 99.03 99.96
Bathyporeiapus sp. (Crustacea) 9.43 35.11 12.97 28.28 5.89 12.60 18.86 42.58 93.13 143.69 200.42 228.48 108.46 149.89 56.59 44.39
Excirolana armata (Crustacea) 0 0 0 0 35.37 41.72 106.10 61.16 17.68 31.00 1.18 6.13 0 0 0 0
Emerita brasiliensis (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 3.54 10.19 42.44 56.53 5.89 12.60 7.07 21.22
Macrochiridothea sp. (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 10.61 17.66 16.50 34.61 11.79 23.60 3.54 10.61
Pinnixa patagoniensis (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2.36 12.25 0 0 0 0
Excirolana brasiliensis (Crustacea) 0 0 2.36 8.50 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Puelche sp. (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0
Balloniscus sellowii (Crustacea) 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Olivancillaria auricularia (Gastropoda) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0
Staphylinidae (Insecta) 5.89 15.39 7.07 36.76 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Chironomidae (Insecta) 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Formicidae (Insecta) 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Phoridae (Insecta) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0
Larva Chironomidae (Insecta) 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Arachnida 1.18 6.13 0 0 1.18 6.13 2.36 12.25 0 0 0 0 0 0 0 0
Nemertea 0 0 0 0 0 0 8.25 18.92 7.07 22.22 5.89 15.39 4.72 14.52 3.54 10.61
J' *** *** *** *** 0.62 0.31 0.66 0.10 0.57 0.16 0.76 0.16 0.70 0.22 0.70 0.12
H'(loge) 0.29 0.35 0.36 0.46 0.77 0.44 1.29 0.22 1.05 0.40 1.26 0.29 1.19 0.40 1.28 0.19
*** não foi possível calcular a J´
Tabela 2: Densidade média (ind. m-2) e desvio padrão (DP) de todos os táxons
coletados na praia durante a primavera em cada nível. São apresentados também os
índices médios de diversidade (H’) e equitatividade (J’) de cada nível.
Primavera 2004
1 2 3 4 5 6 7
Av Sd Av Sd Av Sd Av Sd Av Sd Av Sd Av Sd
Mesodesma mactroides (Bivalvia) 3.54 18.38 0 0 2.36 8.50 76.63 98.41 1183.64 1194.89 2540.58 3312.00 298.27 367.74
Donax hanleyanus (Bivalvia) 0 0 0 0 0 0 40.08 60.90 1307.43 830.70 321.85 508.48 21.22 40.46
Donax gemmula (Bivalvia) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13
Scolelepis gaucha (Polychaeta) 20.04 59.32 28.29 75.08 22.40 38.29 31187.22 46173.01 37770.33 61418.21 6936.78 17581.52 2024.21 5215.19
Euzonus furciferus (Polychaeta) 1.18 6.13 8.25 22.67 318.31 260.55 274.69 325.35 20.04 30.77 0 0 0 0
Hemipodus olivieri (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 23.58 34.86 11.79 20.03 95.49 177.23 81.35 106.43
Sigalion cirriferum (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 3.54 10.19 5.89 12.60 7.07 16.12
Grubeulepis bracteata (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13
Capitella sp. (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13
Hesionidae (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13
Bathyporeiapus sp. (Crustacea) 101.39 270.53 145.01 294.44 50.69 102.67 598.89 1231.48 4725.12 14985.79 2738.64 3824.43 2421.51 4674.16
Platyischnopidae (Crustacea) 3.54 10.19 0 0 1.18 6.13 352.50 418.85 754.51 842.02 468.03 474.42 102.57 150.17
Phoxocephalopsis sp. (Crustacea) 2.36 8.50 0 0 9.43 27.66 720.32 792.89 281.76 352.22 176.84 189.00 166.23 245.51
Macrochiridothea sp. (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 2.36 8.50 16.50 29.77 22.40 43.08
Emerita brasiliensis (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 11.79 21.89 11.79 20.03 0 0
Excirolana armata (Crustacea) 0 0 1.18 6.13 25.94 42.37 106.10 109.91 2.36 12.25 1.18 6.13 0 0
Puelche sp. (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 4.72 19.15 1.18 6.13 2.36 8.50
Excirolana brasiliensis (Crustacea) 1.18 6.13 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Olivancillaria auricularia (Gastropoda) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13
Larva Diptero (Insecta) 11.79 33.21 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Larva Coleoptero (Insecta) 3.54 13.49 3.54 10.19 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0
Chrysomelidae (Insecta) 1.18 6.13 1.18 6.13 2.36 12.25 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0
Coccinelidae (Insecta) 0 0 2.36 8.50 3.54 18.38 0 0 0 0 0 0 0 0
Brachycera (Insecta) 0 0 0 0 3.54 13.49 0 0 0 0 0 0 0 0
Curculionidae (Insecta) 1.18 6.13 0 0 2.36 8.50 0 0 0 0 0 0 0 0
Carabidae (Insecta) 0 0 1.18 6.13 2.36 12.25 0 0 0 0 0 0 0 0
Staphylinidae (Insecta) 12.97 25.37 8.25 18.92 10.61 43.25 0 0 0 0 0 0 0 0
Pentatomidae (Insecta) 0 0 0 0 2.36 12.25 0 0 0 0 0 0 0 0
Scarabaeidae (Insecta) 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0
Chironomidae (Insecta) 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Formicidae (Insecta) 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0
Dytiscidae (Insecta) 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Pleidae (Insecta) 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Cynipidae (Insecta) 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0
Pupa de Mosquito (Insecta) 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0
Inseto X (Insecta) 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0
Mordellidae (Insecta) 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0
Inseto AD (Insecta) 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0
Nemertea 0 0 0 0 0 0 17.68 23.91 17.68 35.68 24.76 36.76 27.12 39.19
Arachnida 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0
Oligochaeta 24.76 101.56 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
J' *** *** *** *** 0.64 0.20 0.49 0.32 0.37 0.26 0.49 0.23 0.51 0.21
H'(loge) 0.53 0.49 0.68 0.38 0.94 0.51 1.02 0.64 0.79 0.54 0.97 0.44 1.01 0.48
*** não foi possível calcular a J'
123
Tabela 3: Densidade média (ind. m-2) e desvio padrão (DP) de todos os táxons
coletados na praia durante o verão em cada nível. São apresentados também os índices
médios de diversidade (H’) e equitatividade (J’) de cada nível.
Verão 2004-2005
Níveis 1 2 3 4 5 6 7 8
Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP
Donax gemmula (Bivalvia) 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 3.54 10.19 56.59 75.60 24.76 21.22
Mesodesma mactroides (Bivalvia) 23.58 69.29 1.18 6.13 53.05 111.67 282.94 366.70 5761.40 12224.50 5614.03 8758.62 2416.79 2171.48 923.10 1129.55
Donax hanleyanus (Bivalvia) 2.36 8.50 0 0 15.33 33.47 156.80 495.72 643.69 796.57 949.03 1444.80 471.57 698.44 116.71 222.82
Hemipodus olivieri (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 2.36 8.50 2.36 8.50 4.72 11.52 0 0
Scolelepis gaucha (Polychaeta) 12.97 44.37 17.68 50.97 109.64 206.92 3697.10 5663.47 29184.23 38207.78 1055.14 1836.98 57.77 110.98 7.07 14.04
Sigalion cirriferum (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 4.72 14.52 4.72 14.52 10.61 15.92
Capitellidae (Polychaeta) 0 0 2.36 8.50 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Euzonus furciferus (Polychaeta) 1.18 6.13 0 0 23.58 103.93 97.85 143.69 25.94 51.51 1.18 6.13 0 0 0 0
Phoxocephalopsis sp. (Crustacea) 0 0 0 0 2.36 8.50 51.87 104.89 475.11 852.33 1279.13 1673.80 74.27 155.94 0 0
Emerita brasiliensis (Crustacea) 1.18 6.13 1.18 6.13 0 0 0 0 462.14 624.34 677.88 744.92 24.76 55.37 67.20 80.28
Platyischnopidae (Crustacea) 1.18 6.13 0 0 0 0 17.68 41.72 245.22 345.75 557.63 869.24 103.75 215.27 0 0
Bathyporeiapus sp. (Crustacea) 1.18 6.13 0 0 1.18 6.13 2.36 8.50 121.43 327.37 123.79 119.86 101.39 122.66 14.15 28.07
Excirolana armata (Crustacea) 2.36 8.50 0 0 17.68 35.68 200.42 141.48 91.96 116.56 31.83 81.39 0 0 0 0
Macrochiridothea sp. (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 5.89 25.03 28.29 39.81 67.20 115.89 49.51 71.37
Pinnixa patagoniensis (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 1.18 6.13 10.61 31.83
Puelche sp. (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3.54 13.49 7.07 20.39 0 0
Arenaeus cribarius (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0
Buccinanops duartei (Gastropoda) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2.36 8.50 21.22 35.59
Olivancillaria auricularia (Gastropoda) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 3.54 10.61
Staphylinidae (Insecta) 21.22 31.83 27.12 44.76 10.61 19.74 8.25 16.73 7.07 18.38 2.36 8.50 3.54 10.19 0 0
Inseto B (Insecta) 1.18 6.13 2.36 8.50 2.36 8.50 12.97 35.60 8.25 18.92 0 0 0 0 0 0
Larva Diptero (Insecta) 14.15 33.42 2.36 8.50 2.36 12.25 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0
Chironomidae (Insecta) 1.18 6.13 1.18 6.13 2.36 8.50 0 0 2.36 12.25 1.18 6.13 2.36 8.50 0 0
Chrysomelidae (Insecta) 1.18 6.13 1.18 6.13 1.18 6.13 2.36 8.50 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0
Formicidae (Insecta) 2.36 8.50 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 1.18 6.13 0 0
Scarabaeidae (Insecta) 2.36 12.25 0 0 1.18 6.13 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0
Curculionidae (Insecta) 1.18 6.13 1.18 6.13 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Gryllotalpidae (Insecta) 1.18 6.13 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0
Larva Coleoptero (Insecta) 2.36 8.50 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Tenebrionidae (Insecta) 2.36 8.50 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Carabidae (Insecta) 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Coleóptero (Insecta) 0 0 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0
Nematocera (Insecta) 0 0 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0
Lygaeidae (Insecta) 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Larva Scarabaeidae (Insecta) 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Oligochaeta 83.70 307.49 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Arachnida 0 0 0 0 1.18 6.13 1.18 6.13 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0
Nemertina 0 0 0 0 0 0 0 0 27.12 42.07 54.23 50.57 29.47 44.08 14.15 16.78
J' *** *** *** *** *** *** 0.54 0.29 0.48 0.33 0.58 0.17 0.45 0.17 0.47 0.19
H'(loge) 0.73 0.53 0.56 0.5 0.84 0.63 0.94 0.47 1.08 0.70 1.35 0.36 1.07 0.43 0.96 0.31
*** não foi possível calcular a J'
Tabela 4: Densidade média (ind. m-2) e desvio padrão (DP) de todos os táxons
coletados na praia durante o outono em cada nível. São apresentados também os índices
médios de diversidade (H’) e equitatividade (J’) de cada nível.
. 1 2 3 4
Outono 2005
5 6 7 8
Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP Média DP
Donax hanleyanus (Bivalvia) 4.72 14.52 0 0 33.01 63.34 225.17 331.14 966.72 1463.53 2429.76 2224.40 2193.98 2812.84 940.78 795.75
Mesodesma mactroides (Bivalvia) 0 0 1.18 6.13 252.29 461.94 534.05 824.69 1020.95 2503.57 114.36 173.96 47.16 56.09 26.53 52.64
Donax gemmula (Bivalvia) 0 0 0 0 0 0 0 0 9.43 21.29 120.25 251.15 374.90 765.13 1025.66 2753.08
Euzonus furciferus (Polychaeta) 2.36 8.50 2.36 8.50 478.64 647.09 475.11 1123.69 11.79 30.77 2.36 8.50 0 0 0 0
Scolelepis gaucha (Polychaeta) 0 0 0 0 38.90 98.83 99.03 211.20 3.54 13.49 1.18 6.13 1.18 6.13 0 0
Hemipodus olivieri (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 7.07 18.38 14.15 29.72 8.25 14.21 19.45 29.17
Sigalion cirriferum (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 2.36 8.50 4.72 11.52 3.54 10.29
Hyalinoecia sp. (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0
Platyischnopidae (Crustacea) 2.36 8.50 0 0 25.94 50.74 460.96 365.64 406.73 540.50 27.12 32.68 3.54 10.19 0 0
Phoxocephalopsis sp. (Crustacea) 0 0 0 0 69.56 130.96 418.52 521.15 127.32 199.18 83.70 99.16 41.26 59.76 33.60 63.17
Bathyporeiapus sp. (Crustacea) 1.18 6.13 3.54 10.19 2.36 8.50 21.22 63.05 43.62 80.50 108.46 109.65 74.27 75.94 79.58 93.44
Emerita brasiliensis (Crustacea) 0 0 0 0 10.61 43.25 8.25 20.88 268.79 709.86 14.15 28.38 5.89 12.60 1.77 7.50
Excirolana armata (Crustacea) 0 0 7.07 20.39 119.07 123.15 75.45 91.81 5.89 17.74 0 0 0 0 0 0
Macrochiridothea sp. (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 21.22 35.31 42.44 44.14 44.80 61.33 53.05 82.43
Puelche sp. (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 3.54 10.19 2.36 12.25 9.43 21.29 23.58 51.17 12.38 38.04
Excirolana brasiliensis (Crustacea) 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Arenaeus cribarius (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0
Ocypode quadrata (Crustacea) 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Buccinanops duartei (Gastropoda) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.77 7.50
Olivancillaria auricularia (Gastropoda) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.77 7.50
Coccinelidae (Insecta) 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Staphylinidae (Insecta) 14.15 28.38 2.36 8.50 2.36 8.50 2.36 8.50 0 0 0 0 0 0 0 0
Larva Coleoptero (Insecta) 11.79 33.21 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Coleóptero (Insecta) 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Scarabaeidae (Insecta) 0 0 1.18 6.13 4.72 19.15 68.38 324.10 1.18 6.13 2.36 8.50 0 0 0 0
Larva Diptero (Insecta) 7.07 25.49 0 0 2.36 12.25 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Entomobryidae (Insecta) 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Chrysomelidae (Insecta) 1.18 6.13 0 0 1.18 6.13 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0
Formicidae (Insecta) 1.18 6.13 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0
Curculionidae (Insecta) 1.18 6.13 1.18 6.13 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0
Hydrometra sp. (Insecta) 0 0 0 0 2.36 8.50 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Syrphidae (Insecta) 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Inseto A2 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Inseto A4 0 0 0 0 1.18 6.13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Nemertea 0 0 0 0 1.18 6.13 3.54 10.19 11.79 23.60 16.50 23.97 5.89 12.60 5.31 12.21
Arachnida 1.18 6.13 2.36 8.50 1.18 6.13 5.89 15.39 2.36 8.50 0 0 0 0 0 0
Oligochaeta 3.54 10.19 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
J' *** *** *** *** 0.61 0.14 0.70 0.06 0.58 0.21 0.43 0.23 0.43 0.19 0.58 0.14
H'(loge) 0.776 0.53 0.6 0.5 1.09 0.27 1.50 0.23 1.25 0.49 0.98 0.49 0.90 0.43 1.17 0.33
*** não foi possível calcular a J'
124
Tabela 5: Abundâncias totais de todos os táxons capturados mensalmente na praia.
São apresentados também os valores dos índices de diversidade (H’) e equitatividade
(J’) mensais.
Táxons Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Abundância Total
Scolelepis gaucha (Polychaeta) 2 67 243 418 590 65145 4461 22217 2278 53 7 62 95543
Euzonus furciferus (Polychaeta) 52 143 162 99 81 348 32 38 57 35 109 681 1837
Hemipodus olivieri (Polychaeta) 3 12 8 21 27 132 3 1 5 11 15 11 249
Sigalion cirriferum(Polychaeta) 5 3 6 5 5 5 4 6 2 4 3 2 50
Capitellidae (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 2
Capitella sp. (Polychaeta) 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Hyalinoecia sp. (Polychaeta) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1
Hesionidae (Polychaeta) 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1
Grubeulepis bracteata (Polychaeta) 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1
Mesodesma mactroides (Bivalvia) 33 239 247 764 1970 748 2097 9573 596 660 923 103 17953
Donax hanleyanus (Bivalvia) 223 134 479 305 637 492 458 1339 135 2472 2592 433 9699
Donax gemmula (Bivalvia) 0 0 0 0 1 0 28 27 4 895 109 4 1068
Bathyporeiapus sp.(Crustacea) 33 104 260 321 8100 724 63 106 133 72 129 60 10105
Phoxocephalopsis sp. (Crustacea) 96 179 268 139 586 426 986 452 159 91 131 425 3938
Platyischnopidae (Crustacea) 250 272 350 325 788 314 281 392 112 272 290 224 3870
Emerita brasiliensis (Crustacea) 4 14 28 9 9 2 48 736 225 242 2 18 1337
Excirolana armata (Crustacea) 33 48 55 68 30 18 81 93 118 37 47 92 720
Macrochiridothea lilianae (Crustacea) 5 18 11 13 6 16 9 76 15 76 20 26 291
Puelche orensansi (Crustacea) 0 0 1 0 5 3 0 4 5 33 4 3 58
Excirolana braziliensis (Crustacea) 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 1 5
Pinnixa patagoniensis (Crustacea) 0 2 0 0 0 0 2 3 0 0 0 0 7
Balloniscus sellowii (Crustacea) 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Arenaeus cribarius (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2
Megalope Ocypode quadrata (Crustacea) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
Buccinanops duartei (Gastropoda) 0 0 0 0 0 0 0 7 1 1 0 0 9
Olivancilaria auricularia (Gastropoda) 1 0 0 1 0 0 0 1 1 1 0 0 5
Staphylinidae (Insecta) 4 0 7 2 16 9 29 32 7 6 9 3 124
Scarabaeidae (Insecta) 0 0 0 0 1 0 2 2 0 0 66 0 71
Larva de Diptero (Insecta) 0 0 0 3 1 7 8 7 2 5 2 1 36
Inseto B (Insecta) 0 0 0 0 0 0 21 2 0 0 0 0 23
Larva deColeoptero (Insecta) 0 0 0 0 3 4 0 1 1 2 8 1 20
Chrysomelidae (Insecta) 0 0 0 3 2 0 6 0 0 1 2 0 14
Chironomidae (Insecta) 0 0 1 0 0 1 5 3 1 0 0 0 11
Formicidae (Insecta) 1 0 0 0 1 0 3 1 1 1 1 1 10
Curculionidae (Insecta) 0 0 0 1 2 0 2 1 0 0 3 0 9
Coccinelidae (Insecta) 0 0 0 1 4 0 0 0 0 0 1 0 6
Carabidae (Insecta) 0 0 0 0 3 0 1 0 0 0 0 0 4
Gryllotalpidae (Insecta) 0 0 0 0 0 0 2 1 0 0 0 0 3
Brachycera (Insecta) 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 3
Coleóptero (Insecta) 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2
Pentatomidae (Insecta) 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 2
Tenebrionidae (Insecta) 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2
Hydrometra sp. (Insecta) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 2
Phoridae (Insecta) 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Nematocera (Insecta) 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1
Larva de Chironomidae (Insecta) 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Dytiscidae (Insecta) 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Pleidae (Insecta) 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Cynipidae (Insecta) 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1
Pupa de Mosquito (Insecta) 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1
Inseto X (Insecta) 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1
Mordellidae (Insecta) 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1
Inseto AD (Insecta) 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1
Lygaeidae (Insecta) 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1
Larva de Scarabaeidae (Insecta) 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1
Inseto A4 (Insecta) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
Entomobryidae (Insecta) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
Inseto A2 (Insecta) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1
Syrphidae (Insecta) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1
Nemertea 6 15 2 5 29 40 44 36 18 13 13 10 231
Oligochaeta 0 0 0 0 0 21 48 22 1 1 1 1 95
Arachnida 4 0 0 0 1 0 3 0 0 0 10 1 19
H'(loge) 1.842 2.137 2.099 1.98 1.293 0.2891 1.475 1.042 1.497 1.637 1.45 1.92 1.316
J' 0.6255 0.8096 0.7262 0.6406 0.3766 0.1 0.4336 0.3128 0.4917 0.5221 0.4307 0.6307 0.3254
Número de espécies 19 14 18 22 31 18 30 28 21 23 29 21 57
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