Cartilha Gestão de Residuos Solidos
Cartilha Gestão de Residuos Solidos
Cartilha Gestão de Residuos Solidos
Fox Engenharia
Apoio técnico:
Luísa Coutinho Puntel
Imagem da capa
Fonte: http://www.litoralemmovimento.com.br
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO 1
2 OBJETIVO 2
3 INTRODUÇÃO 2
4 POLÍTICA DE GESTÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 3
4.1 LEI FEDERAL Nº 12.305 3
4.2 RESOLUÇÃO CONAMA 4
4.3 RESPONSABILIDADES 5
4.4 OUTRAS LEGISLAÇÕES 6
4.4 NORMAS NBR 6
5 DEFINIÇÕES E CONCEITOS 7
5.1 CLASSIFICAÇÃO 7
5.2 REDUÇÃO 8
5.3 REUTILIZAÇÃO 8
5.4 RECICLAGEM 9
5.5 DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS 9
6 GESTÃO DOS RESÍDUOS NO CANTEIRO DE OBRA 11
6.1 ENVOLVIMENTO DOS TRABALHADORES 11
6.2 PREPARAÇÃO DO CANTEIRO 12
6.3 SEGREGAÇÃO E TRIAGEM 13
6.4 ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO E ARMAZENAMENTO PARA COLETA/ACONDICIONAMENTO 14
6.5 IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO 16
6.6 TRANSPORTE 16
6.7 ROTEIRO PARA IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUOS 18
7. GLOSSÁRIO 19
ANEXO 1 22
ANEXO 11 25
BIBLIOGRAFIA 26
1. APRESENTAÇÃO
A preservação ambiental é uma preocupação mundial. A humanidade vem conquistando espaços
quase sempre em detrimento de uma contínua e crescente degradação dos recursos naturais.
A construção civil, apesar de seus reconhecidos impactos sócio-econômicos para o país, como a
alta geração de empregos, renda, viabilização de moradias, infraestrutura, estradas e outros, ainda
carece de uma efetiva política para a destinação de seus resíduos sólidos nos centros urbanos.
Esta realidade, porém começa a ser alterada aos poucos com a tomada da consciência ambiental
que se estende às empresas do setor e à empresas como a CAIXA que vêm demonstrando
preocupação em resolver os transtornos causados pela disposição irregular dos resíduos.
Neste contexto, a união de forças entre o empresariado, a sociedade civil e a CAIXA é extremamente
relevante para a minimização dos problemas relativos ao meio ambiente. Com a entrada em vigor da
Resolução CONAMA 307/2002, o setor da construção civil começou a integrar as discussões a
respeito do controle e da responsabilidade pela destinação dos resíduos sólidos. A referida
Resolução define responsabilidades e deveres, inclusive da necessidade de cada município licenciar
as áreas para a disposição final, fiscalizar o setor em todo o processo e implementar o Plano
Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Com isso, ela abre caminho para que
os setores público e privado possam, juntos, prover os meios adequados para o manejo e
disposição desses resíduos.
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos, Lei 12.305/2010, em vigor, visa potencializar a reciclagem
e o controle de geração de resíduos, além de incluir mecanismos que interferem no mercado, como
a utilização de instrumentos econômicos no gerenciamento de resíduos sólidos.
A cada dia percebemos a legislação mais rígida no que se refere ao meio ambiente, tendência
mundial que visa minimizar a sua degradação e maximizar a preservação de uma vida saudável.
Cabe então ao setor da construção adaptar-se e saber tirar proveitos dessa tendência.
O gerenciamento adequado dos resíduos sólidos produzidos pelas empresas, incluindo a redução,
reutilização e reciclagem, tornará o processo construtivo mais rentável e competitivo, além de mais
sustentável. Dessa forma a Caixa Econômica Federal contribuirá para que o desenvolvimento
sustentável faça parte de nossas vidas.
1
2. OBJETIVO
Orientar sobre a gestão adequada de resíduos sólidos provenientes da construção civil visando
subsidiar empresas da Cadeia Produtiva da Construção, como construtoras de pequeno, médio e
grande porte, e profissionais responsáveis pelo processo construtivo da CAIXA, atendendo à
legislação vigente.
3. INTRODUÇÃO
A premissa básica da gestão de resíduos é a não geração de resíduos. Sendo que uma vez gerado o
resíduo, deve se prever a destinação correta do mesmo, através da reutilização, da reciclagem ou em
ultimo caso o descarte adequado.
Conforme resolução 307 do CONAMA existem 4 classes de resíduos classificados de “A” a “D”
conforme a possibilidade de reutilização dos mesmo. Ou seja, resíduos de Classe A são os que têm a
maior possibilidade de reutilização, já os resíduos de Classe D são os que ainda não possuem um
meio corriqueiro de reutilização.
Além da resolução do CONAMA outras legislações regulamentam esse assunto. A principal norma é
a Lei Federal nº 12.305 que estabelece a Política Nacional de Resíduos Sólidos que atua tanto no
campo do Poder Publico quanto com o Gerador propriamente dito. Neste contexto, a CAIXA se
enquadra como gerador indireto, na medida que contrata a construção de suas novas agências.
Para o poder publico o maior desafio é a criação de legislações adequadas a cada realidade local a
que se deu o nome Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil – PGRCC. Atrelado a
isto, existe ainda a obrigação da criação de áreas de descarte adequadas, além da criação de
incentivo ao surgimento de empreendimentos que tratem corretamente cada Classe de resíduo.
Na esfera dos canteiros de obra, uma grande mudança cultural é necessária, englobando desde uma
mudança na disposição do canteiro até o trabalho educativo de conscientização constante dos
trabalhadores.
Esta cartilha busca sistematizar as orientações da CAIXA para a gestão de resíduos em suas obras.
Tanto o construtor, quanto o fiscal da obra poderão aprender com ela já que apresenta tanto um
apanhado teórico sobre o assunto, quanto dispõe modelos para a sua devida implantação.
2
4. POLÍTICA DE GESTÃO DOS RESÍDUOS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL
4.1 LEI FEDERAL Nº 12.305
A Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, instituída pela Lei Federal nº 12.305, de 02 de
agosto de 2010, regulamentada pelo Decreto Federal nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010,
estabelece as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento dos resíduos sólidos. Assim
a PNRS reúne o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações adotadas
pelo Governo Federal, isoladamente ou em regime de cooperação com Estados, Distrito Federal,
Municípios ou particulares.
Dentre as diretrizes de gestão e gerenciamento elencadas pela PNRS, deve ser observada a seguinte
ordem de prioridade: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos
sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
DESCARTE
NÃO GERAR REDUZIR REUTILIZAR RECICLAR
ADEQUADO
A PNRS estabelece ainda que a elaboração de Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos – PMGIRS é condição para os Municípios e o Distrito Federal terem acesso aos recursos da
União (destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de
resíduos sólidos) ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades
federais de crédito ou fomento.
O PMGIRS nada mais é do que um planejamento sistemático que antecede e subsidia as ações; é o
instrumento que viabiliza a tomada de decisão do executivo rumo ao atendimento das diretrizes da
Lei. O PMGIRS deve conter entre outros:
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4. POLÍTICA DE GESTÃO DOS RESÍDUOS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL
4.2 RESOLUÇÃO CONAMA
Uma das alterações mais significativas trazidas pela Resolução do CONAMA 448 se refere à
estipulação do prazo de até janeiro de 2013 para que os Municípios elaborem o Plano Municipal de
Gestão de Resíduos da Construção Civil- PMGRCC que regulamenta a gestão pública e privada. A
Resolução também determina que a implementação ocorra até agosto de 2013.
De acordo com a Resolução CONAMA 307 o PGRCC deve contemplar as seguintes etapas:
I - caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar e quantificar os resíduos (ver item 5.1);
II - triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na origem ou, ser realizada nas
áreas de destinação licenciadas para essa finalidade, respeitadas as classes de resíduos (ver item
6.3);
III - acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a geração até a
etapa de transporte, assegurando em todos os casos em que seja possível, as condições de
reutilização e de reciclagem (ver item 6.4);
IV - transporte: deverá ser realizado em conformidade com as etapas anteriores e de acordo com as
normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos (ver item 6.6);
V - destinação: deverá ser prevista de acordo com o estabelecido na resolução. (ver item 5.5).
4
4. POLÍTICA DE GESTÃO DOS RESÍDUOS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL
4.3 RESPONSABILIDADES
Se não se questionar a aplicação destas Leis e Normas já existentes, sua importância poderá ficar
restrita somente ao campo abstrato. Isto porque, para que a Gestão de Resíduos Sólidos na
Construção Civil tenha eficácia e cumpra com os objetivos almejados, é extremamente necessário
que os Governos das três esferas (União, Estado e Município) assumam e cumpram suas
responsabilidades. Além do que os gestores privados e os cidadãos têm vital importância nesse
processo. Uma visão geral das responsabilidades individuais pode ser vista na tabela abaixo:
AGENTES RESPONSABILIDADES
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4. POLÍTICA DE GESTÃO DOS RESÍDUOS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL
4.4 OUTRAS LEGISLAÇÕES
· DECRETO 5.940/2006
Separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da Administração
Pública Federal.
· LEI – DF 972/1995
Atos lesivos à limpeza pública.
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5. DEFINIÇÕES E CONCEITOS
5.1 CLASSIFICAÇÃO
A resolução do CONAMA 307 define a classificação dos resíduos da construção civil da seguinte forma:
Resíduos em que
não foram
desenvolvidas Manta asfáltica, manta de lã de vidro,
C tecnologias ou Nesse caso cabe ao gerador
telha termoacústica, EPS (isopor),
aplicações membrana permeável, laminado buscar soluções com o
economicamente melamínico (fórmica), peças de fibra de fabricante.
viáveis que nylon (piscina, equipamentos de
permitam a sua
reciclagem, ou
recuperação.
Resíduos
contaminados ou
prejudiciais à Amianto, solvente, lataria contaminada,
saúde, oriundos de peças em fibrocimento, efluente, iodo e
D clínicas _
licor de limpeza de fossa, rolo, pincel,
radiológicas, trincha (contaminadores), tinta à base
intalações de água, tinta à base de solvente, etc.
industriais e
outros.
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5. DEFINIÇÕES E CONCEITOS
5.2 REDUÇÃO
A busca pela redução da geração de resíduos deve ser constante e está atrelada a todas as etapas do
processo construtivo. A integração destas etapas é fundamental para que as iniciativas de redução
materializem-se de forma holística. Para tanto, os colaboradores envolvidos devem saber de suas
responsabilidades na redução de geração de resíduos.
Além da integração das etapas do processo construtivo, outros fatores podem influenciar na
geração de resíduos, tanto de forma negativa como positiva:
Cabe salientar que o impacto ambiental do desperdício é multiplicado uma vez que gera uma
desnecessária extração de recursos naturais para a produção de materiais e amplia o volume de
resíduos causando o esgotamento dos aterros sanitários.
De um modo geral, a redução da geração de resíduos implica também em diminuição de custos, pois
se reflete nos gastos com transporte externo e na destinação final.
5.3 REUTILIZAÇÃO
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5. DEFINIÇÕES E CONCEITOS
No caso da etapa de demolição, que ocorre quando acaba a vida útil do edifício, diversos
componentes podem ser reutilizados e reciclados dependendo da tecnologia utilizada (a utilização
de pré-fabricados, por exemplo, permite a reutilização posterior) e da metodologia empregada para a
remoção. A cuidadosa desmontagem dos componentes, evitando a danificação dos mesmos, irá
assegurar o potencial de reutilização do material.
A reutilização de materiais no próprio canteiro de obras da CAIXA gera economia tanto por dispensar
a compra de novos materiais como por evitar seu descarte como resíduo e gerar custos de remoção.
5.4 RECICLAGEM
A destinação final dos resíduos deverá ser realizada de acordo com a tipologia de cada resíduo.
Todas as áreas receptoras tais como Áreas de Transbordo e Triagem, Áreas de Reciclagem, Áreas de
Aterro para Resíduos da Construção Civil ou Aterros de Resíduos Perigosos, devem ser previamente
qualificadas e cadastradas pelo Poder Público. É de responsabilidade do gerador assegurar que os
resíduos sejam dispostos apenas em áreas licenciadas para tal finalidade.
Os resíduos de classe A, que apresentam maior potencial de reciclagem, poderão ser encaminhados
para Áreas de Transbordo e Triagem, Áreas de Reciclagem ou Áreas de Aterro para Resíduos da
Construção Civil.
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5. DEFINIÇÕES E CONCEITOS
Já os resíduos de classe C e D deverão ser dispostos conforme as normas técnicas específicas para
cada material. Neste caso, os fornecedores deverão ser contatados e envolvidos no processo de
descarte.
A tabela abaixo apresenta alguns exemplos de soluções adequadas para a destinação de resíduos
da construção civil.
RESÍDUO CLASSE CUIDADOS REQUERIDOS DESTINAÇÃO
Blocos de concreto, blocos Privilegiar soluções de destinação que Áreas de Transbordo e Triagem, Áreas para
cerâmicos, argamassas, envolvam a reciclagem dos resíduos, de Reciclagem ou Aterros de resíduos da
outros componentes A modo a permitir seu aproveitamento construção civil licenciadas pelos orgãos
cerâmicos, concreto, tijolo e como agregado. competentes; podem ser reciclados para uso
assemelhados. em pavimentos e concretos sem função
estrutural.
Desde que não estejam contaminados,
destinar a pequenas áreas de aterramento ou
Solo A Examinar a caracterização prévia dos
em aterros de resíduos da contrução civil,
solos para definir destinação.
ambos devidamente licenciados pelos órgãos
competentes.
Atividades econômicas que possibilitem a
Para uso em caldeira, garantir separação
Madeira reciclagem destes resíduos, a reutilização de
B da serragem dos demais resíduos de
peças ou o uso como combustível em fornos
madeira.
ou caldeiras.
Estação de triagem de reciclados; empresas,
Plástico (embalagens, aparas B Máximo aproveitamento dos materiais
cooperativas ou associações de coleta seletiva
de tubulações, etc.) contidos e a limpeza da embalagem.
que comercializam ou reciclam estes resíduos.
Papelão (sacos e caixas de Estação de triagem de reciclados; empresas,
embalagens) e papéis B Proteger de intempéries.
cooperativas ou associações de coleta seletiva
(escritório) que comercializam ou reciclam estes resíduos.
Metal (ferro, aço, fiação, Estação de triagem de reciclados; empresas,
revestida, arames, alumínio, B Não há. cooperativas ou associações de coleta seletiva
etc.) que comercializam ou reciclam estes resíduos.
Serragem Reutilização dos resíduos em superfícies
B Ensacar e proteger de intempéries.
impregnadas com óleo para absorção e
secagem, prodção de briquetes (geração de
energia) ou outros usos.
Possível reaproveitamento para a confecção
Telas de fachada e de B Não há.
de bags e sacos ou até mesmo por
proteção
recicladores de plásticos.
Gesso em placas É possível a reciclagem pelo fabricante ou
acartonadas B Proteger de intempéries.
empresas de reciclagem; criar aterro
específico.
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6. GESTÃO DOS RESÍDUOS NO CANTEIRO DE OBRAS
6.1 ENVOLVIMENTO DOS TRABALHADORES
O engajamento dos trabalhadores consiste na sensibilização e conscientização dos mesmos em
relação ao Projeto de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil (PGRCC).
Essa preparação pode ser dividida em duas fases:
Para que tenha o apoio de todos, a introdução do PGRCC deve ser dinâmica e interessante, como por
exemplo, através de vídeos sobre o tema, palestras, exposição de cartazes, lanches especiais, ou
realização de oficinas.
O conteúdo da apresentação pode incluir temas como o impacto ambiental dos resíduos sólidos
urbanos quando depositados inadequadamente, o volume de resíduos sólidos oriundos de canteiros
de obras, a importância da redução de perdas, a legislação pertinente, a responsabilidade de cada
profissional, o potencial de reciclagem dos resíduos, o PGRCC proposto pela empresa
(BLUMENSCHEIN, 2004).
Este trabalho de educação ambiental junto aos agentes envolvidos no processo construtivo é
substancial para promover mudanças de comportamento e desenvolver uma nova cultura mais
responsável em relação ao meio ambiente.
Os resultados obtidos são mais efetivos quanto maior for o nível de comprometimento dos
colaboradores de todos os níveis hierárquicos. É fundamental que percebam a sua importância e
responsabilidade na consolidação do PGRCC que deverá conter metodologias para mantê-los
envolvidos e informados.
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6. GESTÃO DOS RESÍDUOS NO CANTEIRO DE OBRAS
6.2 PREPARAÇÃO DO CANTEIRO
Ao realizar uma obra da CAIXA, o terreno deve ser preparado adequadamente para viabilizar um
sistema de gestão de resíduos. Seu planejamento deve incluir áreas para disposição temporária dos
resíduos, áreas para armazenamento dimensionadas conforme o volume de cada tipologia de
resíduo gerado, definição de fluxos de circulação e equipamentos adequados para o transporte
interno no canteiro de forma a evitar transtornos ao desenvolvimento da obra e permitir o controle
das quantidades de resíduo gerado.
Além disso, é fundamental que se tenha uma adequada sinalização das áreas destinadas ao
armazenamento e dos equipamentos para acondicionamento, como containers, para orientar a
segregação do resíduo por parte dos funcionários.
Bombonas Bombonas
Plástico e papel Plástico, papel e orgânico
Armazenamento
Central de
argamassa
(betoneira)
ÁREA DA Pedra
EDIFICAÇÃO Pedrisco
Areia
Madeira
PÁTIO DE MANOBRA
Estrutura
Carpintaria/
serralheria
Área de lavagem de
rodados
*Prever espaço para
guardar equipamentos
de proteção (EPI)
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6. GESTÃO DOS RESÍDUOS NO CANTEIRO DE OBRAS
6.3 SEGREGAÇÃO E TRIAGEM
Segundo a resolução 307/2002 – CONAMA, a triagem deverá ser realizada, preferencialmente, pelo
gerador na origem, ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade,
respeitadas as classes de resíduos descritas no capítulo 6.1.
Essa etapa depende de uma boa comunicação visual, para que os trabalhadores sejam facilmente
orientados quanto à correta segregação contribuindo para manter a qualidade dos resíduos e a sua
futura aplicação (dentro ou fora do canteiro), potencializando a reciclagem, além de auxiliar na
organização e limpeza da obra que por sua vez influencia na qualidade do ambiente.
A segregação deve ocorrer ao término dos serviços ou no fim do dia, preferencialmente pelo operário
que gerou o resíduo. Cada classe deve possuir um depósito distinto, indicados por sinalizações
claras, para facilitar o trabalho dos colaboradores.
Fonte: AMBITEC
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6. GESTÃO DOS RESÍDUOS NO CANTEIRO DE OBRAS
6.4 ARMAZENAMENTO TEMPORÁRIO E ARMAZENAMENTO PARA COLETA / ACONDICIONAMENTO
Os resíduos gerados devem ser encaminhados para depósitos temporários ou armazenados para
coleta.
O armazenamento temporário se refere aos resíduos de pequeno volume, que serão colocados em
containers temporários em posição de espera para a coleta posterior, quando são retirados do
canteiro. O acondicionamento inicial deverá acontecer o mais próximo possível dos locais de
geração dos resíduos, dispondo-os de forma compatível com seu volume.
Já o armazenamento para coleta deve ser feito em um ambiente adequado e que não atrapalhe as
atividades do canteiro de obras. Os resíduos de classe B normalmente são coletados acima de uma
determinada quantidade de volume, portanto, deverão ser estocados até que se atinja a quantidade
desejada para a destinação final.
É importante que os locais de armazenamento sejam providos de fechamentos para evitar o contato
dos resíduos com animais vetores de doenças, materiais orgânicos ou qualquer tipo de impureza
que inviabilize sua reutilização.
No caso de resíduos de classe A, esse acondicionamento torna-se ainda mais importante, já que são
os materiais com maior potencial de reciclagem.
Fonte: AMBITEC
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6. GESTÃO DOS RESÍDUOS NO CANTEIRO DE OBRAS
A tabela a seguir descrimina algumas metodologias de acondicionamento inicial e final.
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6. GESTÃO DOS RESÍDUOS NO CANTEIRO DE OBRAS
6.5 IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO
Todos os resíduos gerados na obra devem ser identificados e quantificados de acordo com a
classificação da Resolução 307. Tais dados devem constar em um relatório produzido mensalmente
para o controle da empresa.
Esses relatórios são de suma importância para a CAIXA, já que estabelecerão parâmetros da
quantidade e tipo de resíduos gerados e permitirão a comparação de perdas de acordo com
diferentes processos construtivos ou tecnologias utilizadas. Também serão úteis para a
identificação de economia de caçambas pelo escoamento contínuo de resíduos reciclados do
canteiro.
6.6 TRANSPORTE
O transporte dos resíduos gerados pode ser dividido em transporte interno e externo.
O primeiro é o transporte que se dá dentro do canteiro de obras. Após a geração dos resíduos, estes
são encaminhados até a área de armazenamento por carrinhos ou condutores verticais, como tubos
que direcionam os resíduos até containers estacionados posteriormente coletados por
transportadores de entulho. Fica a critério de a empresa decidir qual funcionário fará o transporte
interno, entretanto sugere-se que cada funcionário seja responsável pelo resíduo que gerou com o
intuito de assegurar a qualidade do resíduo potencializando sua reutilização ou reciclagem.
Tipos de equipamentos para transporte interno:
Blocos de concreto, blocos cerâmicos, Carrinhos ou giricas para deslocamento horizontal e condutor de entulho, elevador de
argamassas, outros componentes cerâmicos, carga ou grua para transporte vertical
concreto, tijolos e assemelhados
Madeira Grandes volumes: transporte manual (em fardos) com auxílio de giricas ou carrinhos
associados a elevador de carga ou grua para transporte vertical
Plástico, papelão, papéis, metal, Transporte dos resíduos contidos em sacos, bags ou em fardos com o auxílio de
serragem e EPS (poliestireno expandido, elevador de carga ou grua, quando necessário
por exemplo, isopor)
Gesso de revestimento, placas Carrinhos ou giricas para deslocamento horizontal e elevador de carga ou grua para
acartonadas e artefatos transporte vertical
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6. GESTÃO DOS RESÍDUOS NO CANTEIRO DE OBRAS
O modelo de formulário a seguir atende às Normas NBR 15112:2004 e NBR 15114:2004 e deve ser
emitido em 04 (quatro) vias, duas vias para o gerador (uma para o construtor, e uma para a CAIXA),
uma via para o transportador e uma via para o destinatário.
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6. GESTÃO DOS RESÍDUOS NO CANTEIRO DE OBRAS
6.7 ROTEIRO PARA IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DE RESÍDUOS
Para a implantação da coleta seletiva dos resíduos da obra sugerimos os seguintes passos:
1. Processos de Planejamento
2. Processos de Operação
3. Processos de Controle
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7. GLOSSÁRIO
Agregados Reciclados: material granular proveniente do beneficiamento de Resíduos da
Construção Civil de natureza mineral (concreto, argamassas, produtos cerâmicos e outros),
designados como classe A, que apresenta características técnicas adequadas para aplicação em
obras de edificação ou infra-estrutura conforme especificações da Norma Brasileira NBR
15.116/2004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT);
Aterro Sanitário: É o destino do que é realmente lixo, ou seja, resíduos que não podem ser
reaproveitados, nem reciclados. O terreno de um aterro sanitário é impermeabilizado para evitar que
o chorume (líquido percolado originado da decomposição de resíduos orgânicos) contamine o solo
e o lençol freático, além de ter um sistema de captação deste líquido para posterior tratamento. O lixo
é compactado e recoberto periodicamente com uma camada de terra para evitar o mau cheiro e para
não atrair vetores de doenças. A quantidade de resíduos que entra é controlada. Há um sistema de
captação e armazenamento ou queima do gás metano resultante da decomposição da matéria
orgânica.
Cedente de área para recebimento de inertes: A pessoa física ou jurídica de direito privado que
autoriza a utilização de área de sua propriedade devidamente licenciada pela autoridade ambiental
competente, para recebimento de material proveniente de escavação do solo e resíduos sólidos
Classe A.
Controle de Transporte de Resíduos (CTR): documento emitido pelo transportador de resíduos que
fornece informações sobre gerador, origem, quantidade e descrição dos resíduos e seu destino,
conforme especificações das Normas Brasileiras NBR 15.112/2004, NBR 15.113/2004 e NBR
15.114/2004 da ABNT;
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7. GLOSSÁRIO
Destinação Final ou Disposição Final: conjunto de atividades que objetiva dar o destino final
adequado ao resíduo, com ou sem beneficiamento, sem causar danos ao meio ambiente e à saúde
pública.
Ecopontos ou Pontos de Entrega Voluntária (PEVs): locais disponibilizados por algumas prefeituras
para receber da comunidade resíduos da construção civil em pequenas quantidades, grandes
objetos (móveis, poda de árvores etc.) e resíduos recicláveis. Nos Ecopontos, o município poderá
dispor o material gratuitamente em caçambas distintas para cada tipo de resíduo.
Estocagem: armazenamento dos resíduos em local adequado, de forma controlada e sem risco à
saúde pública e ao meio ambiente.
Gerenciamento de Resíduos: sistema de gestão que visa a reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos,
incluindo planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e
implementar as ações necessárias ao cumprimento das etapas previstas em programas e planos
(CONAMA 307/2002).
Poder Público: o poder executivo municipal por meio de seus órgãos competentes.
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7. GLOSSÁRIO
Receptores de Resíduos da Construção Civil e de Resíduos Volumosos: pessoas jurídicas,
públicas ou privadas, operadoras de empreendimentos, cuja função seja o manejo adequado de
Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos em pontos de entrega, áreas de triagem, áreas
de reciclagem e aterros, entre outras;
Redução: ato de diminuir de quantidade, tanto quanto possível, em volume ou peso, os resíduos
sólidos oriundos das atividades da construção civil.
Reservação de Resíduos: procedimento operacional que tem por finalidade viabilizar a reutilização
ou reciclagem futura de resíduos triados e dispostos segregadamente.
Resíduos Volumosos: resíduos constituídos basicamente por material volumoso não removido pela
coleta pública municipal rotineira, como móveis e equipamentos domésticos inutilizados, grandes
embalagens e peças de madeira, resíduos vegetais provenientes da manutenção de áreas verdes
públicas ou privadas e outros, comumente chamados de bagulhos e não caracterizados como
resíduos industriais;
Segregação: consiste na triagem dos resíduos da construção civil no local de origem ou em locais
licenciados para essa atividade, segundo a classificação exigida por norma regulamentadora.
Usina de Reciclagem de Entulho – URE: unidade industrial que transforma o entulho em agregados
para serem reutilizados.
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ANEXO 1
SUGESTÃO DE ROTEIRO PARA A ELABORAÇÃO DO
PROJETO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL - PGRCC
Nº Versão___, ___/___/___
INFORMAÇÕES BÁSICAS
Nome: Nome:
CPF/CNPJ: CPF/CNPJ:
End: End:
Tel: Tel:
Assinatura: Assinatura:
Nome do empreendimento:
Finalidade:
End:
2.1 Descrição básica (planta de implantação da obra, incluindo canteiro de obra, área do terreno,
área de projeção da construção e área total construída, cronograma de execução, número de
trabalhadores e outras descrições)
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
22
ANEXO 1
4. Estimativa de resíduos a serem gerados em cada etapa da obra
Planilha estimativa de resíduos em cada etapa da obra (m³ ou Kg) - OBS: Necessário adaptação
Canteiro Fundações Estrutura Alvenaria Instalações Revestimentos Pinturas
Solo
Alvenaria
Classe
A Resíduos de
concreto
Produtos
cerâmicos
Madeira
Papel
Papelão
Gesso
Classe Vidro
B Aço de
construção
Alumínio
Fio de cobre
Carpete
PVC
Manta
asfáltica
Classe Manta de lã
C de vidro
Telha
termoacústica
Amianto
Solvente
Classe
D Rolo
Pincel
Tinta
5. Iniciativa para minimização dos resíduos (escolha de materiais, orientação da mão de obra de
responsáveis, controles a serem adotados, etc);
6. Iniciativas para reutilização dos resíduos na própria obra ou em outras obras (reutilização
dos resíduos de demolição, reutilização nas diversas etapas, etc)
23
ANEXO 1
8. Iniciativas para acondicionamento diferenciado e transporte adequado (forma de
organização dos resíduos das quatro classes. Identificar em planta os locais destinados à
armazenagem de cada tipo. Informar os dispositivos empregados para armazenamento ou abrigo,
dimensões, capacidade volumétrica, etc.)
9. Indicação dos agentes licenciados responsáveis pelo fluxo posterior dos resíduos
Nome: Nome:
Cadastro: Cadastro:
End: End:
Tel: Tel:
11. Descrição do destino a ser dado a outros tipos de resíduos (eventuais resíduos de
ambulatórios, refeitórios, etc)
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ANEXO 1I
Um formulário de controle poderá auxiliar o processo de inspeção das condições do canteiro.
Segue abaixo o Relatório de Fiscalização de Obras para controle por parte da CEF.
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BIBLIOGRAFIA
BLUMENSCHEIN, R. Manual técnico: Gestão de Resíduos Sólidos em Canteiros de Obras.
SEBRAE/DF. Brasília, 2007.
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