Trabalho Interdisciplinar Supervisionado IV

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA – UNEC

ENGENHARIA CIVIL

JULIANO GONÇALVES MIRANDA

TRABALHO INTERDISCIPLINAR SUPERVISIONADO IV

SÃO MATEUS/ES
FEVEREIRO /2024
Juliano Gonçalves Miranda

GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho apresentado ao Centro Universitário de


Caratinga – UNEC, como parte dos requisitos para a
avaliação da Prática como Componente Curricular
de curso de Bacharelado em Engenharia Civil.
Orientador Prof. Gabriel de Oliveira Alves.

SÃO MATEUS/ES
FEVEREIRO / 2024
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................,,,,,......................................... 3
2. OBJETIVOS......................................................................................................................... 4
2.1 OBJETIVO GERAL..................................................................................................... 4
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.........................................................................................4
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................................5
3.1 BENEFÍCIOS............................................................................................................ 5
3.2 PERDAS NA CONSTRUÇÃO Civil................................................................................6
3.3 PLANO DE GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO.......................7
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................... 8
5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................9
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1. INTRODUÇÃO

A preocupação em fazer construções sustentáveis que gerem o menor índice de resíduos


possível começa a mudar o cenário e o modelo de construção adotado pelas construtoras no Brasil.
Essas empresas começam, enfim, a perceber a importância de se planejar e gerir bem uma obra.
Aos poucos e a passos lentos, começam a ver que, seguindo essa linha, vários problemas que
aparecem somente no momento de executar a obra podem ser detectados e evitados na
elaboração do projeto e que o investimento nesta área certamente resultará em maiores ganhos a
longo prazo.
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2. OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho é mostrar a importância da elaboração de um plano de gestão


eficiente que englobe o processo construtivo como um todo.

2.1 Objetivo Geral

Investigar a importância do gerenciamento dos resíduos sólidos nos canteiros de obra.

2.2 Objetivos Específicos

O presente trabalho tem como objetivos específicos: Descrever a importância da gestão de


resíduos na Construção Civil no Brasil; destacar a importância da sustentabilidade no processo
construtivo; e, investigar a importância quanto a elaboração de um plano de resíduos para diminuir
os índices de desperdício gerados em obras.
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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Construção Civil é responsável por transformar o ambiente de seu estado natural


em ambiente construído, atuando diretamente na relação homem x meio ambiente. Segundo o
Guia da Sustentabilidade na Construção Civil desenvolvido pela Câmara da Indústria da
Construção, o segmento da construção, através dos seus diversos sistemas construtivos, tem a
capacidade de promover a “integração com o meio ambiente, adaptando-os para as necessidades
de uso, produção e consumo humano, sem esgotar os recursos naturais, preservando-os para as
gerações futuras” (CIC, 2008). Além disso, para a construção ser considerada uma “construção
sustentável”, a empresa do ramo deve adotar soluções que propiciem edificações que apresentem
benefícios econômicos, sociais e ambientais e também deve atender às normas de segurança e à
formalidade das contratações.
De acordo com o Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) e com a
Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA), existem vários princípios básicos
para que uma construção seja considerada sustentável (SINDUSCON-MG, 2005). Alguns deles
são:

a) Gestão sustentável da implantação da obra;


b) Uso de matérias-primas que contribuam com a eco eficiência do processo;
c) reduzir, reutilizar, reciclar e dispor corretamente os resíduos sólidos;
d) Educação ambiental: conscientização dos envolvidos no processo.

3.1 Geração de Resíduos e o Problema da Destinação

Há algum tempo o aproveitamento de resíduos vem sido tratado como uma ação essencial
na luta contra a degradação do meio ambiente e o seu gerenciamento vai muito além da vontade
das empresas em economizar. A mudança de cultura dentro das empresas e junto a todos aqueles
que estão envolvidos no processo da construção é de extrema importância, pois corrobora com a
necessidade de preservação do meio em que vivemos. (SINDUSCON-MG, 2008)
O descompromisso dos geradores no manejo e na destinação dos resíduos aliada à
ineficiência ou até mesmo a inexistência, em alguns casos, de políticas públicas que ordenem os
fluxos da destinação dos resíduos da CC nas cidades, geram impactos ambientais como a
degradação das áreas de manancial e de proteção permanente (FIGURA 01), assoreamento de
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rios, proliferação de agentes transmissores de doenças, degradação da paisagem urbana (FIGURA
02), dentre várias outras (SINDUSCON-SP, 2005).
De acordo com dados fornecidos pelo SINDUSCON de São Paulo (2005), a solução
para o problema da gestão de resíduos da construção deve integrar a atuação de três agentes: o
órgão público municipal, os geradores de resíduos e os transportadores. O órgão público seria
responsável “pelo controle e fiscalização sobre o transporte e destinação dos resíduos”
(SINDUSCON-SP, 2005); os geradores de resíduos seriam responsáveis “pela observância dos
padrões previstos na legislação específica no que se refere à disposição final dos resíduos, fazendo
sua gestão interna e externa” (SINDUSCON-SP, 2005) e, os transportadores seriam responsáveis
“pela destinação aos locais licenciados e apresentação do comprovante da destinação”
(SINDUSCON-SP, 2005).
Foi com o intuito de solucionar tal problema que o CONAMA criou, em Julho de 2002, a
Resolução 307, na qual o órgão estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos
resíduos da construção civil. Além disso, essa resolução atribui responsabilidades tanto para o
poder público municipal quanto para os geradores de resíduos no que se refere à sua destinação e
estipula prazos para a implementação das diretrizes.
Além de definir o que são considerados resíduos da CC e estabelecer princípios a serem
adotados, esta Resolução também trata da classificação e destinação dos resíduos.

3.2 Perdas na Construção Civil

Ao se tratar da gestão e do gerenciamento dos resíduos sólidos, falar sobre as perdas


geradas durante o processo da construção é fundamental. Muito se discute sobre elas, mas ainda
é precário o número de estudos desenvolvidos sobre o tema no país. As empresas ainda não veêm
a quantificação das perdas como grande vantagem no sistema de produção, porém, ao contrário
do que se pensa, as vantagens alcançadas com a redução do desperdício são expressivas. De
acordo com Mutti (1997) “a quantificação de perdas [...] leva à obtenção de parâmetros para
estabelecer metas, visando melhoria do processo de produção.”. Vale resaltar que para ter um
aumento da eficiência do processo produtivo deve-se não só levar em consideração a redução de
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custos relacionada aos materiais, mas também à relacionada à mão de obra, energia e
equipamentos, que aparecem com valores significativos.
De acordo com Blumenschein (2007), entre os fatores que influenciam a geração das
perdas estão, entre outros, a escolha da tecnologia (que influenciará na maior ou menor geração
de perdas); falhas de projeto; a não compatibilização de projetos; a falta de procedimentos
padronizados e o armazenamento e transporte inadequados de materiais no canteiro.

3.3 Plano de Gestão de Resíduos Sólidos na Construção

Para que o Plano de Gestão de Resíduos Sólidos de Construção (PGRSC) seja implantado
com sucesso na empresa, é preciso que a mais alta hierarquia da mesma esteja consciente e
comprometida, conhecendo bem a legislação federal, estadual e municipal referente à gestão de
resíduos da construção. Também é de suma importância a definição de um grupo de coordenação
do processo de elaboração e implementação.
O primeiro passo para o desenvolvimento e aplicação do PGRSC é conseguir mostrar para
os responsáveis pela empresa a importância do plano e os benefícios que ele trará para a
companhia.
Uma vez que a empresa decidiu por desenvolver e implantar um PGRSC, é fundamental
que esta faça o levantamento de todas as leis relacionadas ao tema, desde as de abrangência federal
até as que atuam na esfera municipal.
O grupo de coordenação deve ser composto por pessoas que estão dispostas a se envolver
na elaboração e aplicação do plano e que, além disso, acreditem na sua eficiência. Este grupo será
responsável pela elaboração do PGRSC que engloba um Plano de Redução da Geração de
Resíduos, um Plano de Reutilização de Resíduos e um Plano de Gestão de Resíduos nos
Canteiros de Obras (BLUMENSCHEIN, 2007).
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Embora os estudos em relação às perdas e desperdícios em canteiros de obra já venham


sendo desenvolvidos no Brasil desde a década de noventa, pouco se evoluiu nesse sentido. Tal
fato ficou evidente diante da dificuldade, durante a busca por resultados, em encontrar estudos
recentes e/ou dados fornecidos pelas empresas obtidos a partir de programas de planejamento ou
estratégias nesse sentido. Desta forma, ficou muito claro o despreparo das mesmas para lidar com
o controle dos resíduos gerados em seus canteiros.
É preciso mostrar para as pessoas envolvidas na cadeia da construção civil o quão
importante é a elaboração de um plano de gestão eficiente e o quanto isso pode contribuir não só
para a preservação só do meio ambiente, mas também para um melhor aproveitamento dos
recursos financeiros, visto que, dessa forma, seria possível poupar até 30% do custo total de
uma obra, como foi comprovado no estudo de Picchi (1993).
O fato é que as áreas de descarte de entulho estão cada vez mais escassas, os órgãos
públicos, na busca por soluções para contornar o problema, começam a exigir que as empresas
apresentem um plano de controle de resíduos de suas obras e as empresas, por sua vez, terão, de
alguma forma, que se adaptarem a esse novo cenário que envolve a construção civil no Brasil.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BLUMENSCHEIN, Raquel Naves. Manual técnico: Gestão de Resíduos Sólidos em


Canteiros de Obras. Brasília: SEBRAE/DF. 2007. 48 p.

CÂMARA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Guia de Sustentabilidade na


Construção. Belo Horizonte: FIEMG, 2008.

CONAMA. Resolução CONAMA nº 307/2002, de 05 de julho de 2002. Estabelece


diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.

MUTTI, Cristine do Nascimento et al. Redução do Desperdício em Canteiros de Obras


–Um Estudo para a Grande Florianópolis. Florianópolis: UFSC. 1997.

PALIARI, José Carlos; SOUZA, Ubiraci E. Lemes de. Metodologia para coleta e análise
de informações sobre consumo e perdas de materiais e componentes nos canteiros de obras
de edifícios. São Paulo: EPUSP, 1999. 20p. (Boletim Técnico da escola Politécnica da USP,
Departamento de Engenharia de Construção Civil, BT/PCC/242)

PICCHI, F.A. Sistema de qualidade: uso em empresas de construção de edifícios.


SãoPaulo, 1993. 462p. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.

SINDUSCON-MG. Cartilha de Gerenciamento de Resíduos e Gestão Ambiental no


Canteiro de Obras. Belo Horizonte: Sinduscon-MG, 2012

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