Tde Responsabilidade Civil

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a) Dever jurídico originário e sucessivo

Segundo Cavalieri Filho, a obrigação é considerada um dever


originário porque representa a relação (ou vínculo jurídico) entre credor e
devedor, cujo objeto consiste numa prestação economicamente aferível (pode ser
traduzida em valores econômicos). É, portanto, o primeiro “contato” entre os
sujeitos presentes nos polos ativo e passivo da relação. Quando essa prestação é
cumprida, a obrigação se extingue. Já a responsabilidade deriva justamente do
não cumprimento das obrigações, ou seja, a ausência da prestação acordada ou
estabelecida em lei. É o dever jurídico de compor o prejuízo causado pela
violação da obrigação - por isso considera-se sucessivo.

b) Obrigação e responsabilidade

Segundo Cavalieri Filho, enquanto o primeiro, a obrigação, é sempre um


dever originário; o segundo, a responsabilidade, é um dever sucessivo,
consequente à violação do primeiro instituto. Portanto, os conceitos se
relacionam, mas se divergem em deveres originários ou sucessivos.

c) Responsabilidade contratual e extracontratual

A responsabilidade civil pode ser dividida em contratual ou


extracontratual de acordo com a natureza do dever jurídico violado.
Primeiramente, na responsabilidade civil contratual, configura o dano causado
em decorrência do que consta em contrato ou negócio jurídico unilateral.

Entretanto, a responsabilidade extracontratual, também denominada Aquiliana,


se baseia em obrigações legais derivadas da lei ou do ordenamento jurídico.

Em suma, o dever jurídico violado não está previsto em contrato e não existe
relação jurídica anterior entre a vítima e o lesante.

Um exemplo disso é a obrigação de reparar danos causados por acidente entre


veículos. Não houve um contrato prévio, percebe?
Dessa maneira, tanto a responsabilidade contratual como a extracontratual têm
as mesmas consequências jurídicas: a obrigação de reparar o dano.

Portanto, a diferença entre elas está na natureza dessas responsabilidades.

d) Responsabilidade subjetiva e objetiva

Em síntese, a responsabilidade civil é classificada pela doutrina tanto em


função da culpa (responsabilidade objetiva e subjetiva), como também em
função da natureza (responsabilidade contratual e extracontratual).

A diferença é que na responsabilidade civil subjetiva a vítima precisa provar


a culpa do agente, enquanto que na responsabilidade civil objetiva não há necessidade
comprobatória de culpa.

Em um primeiro momento, na sociedade, surgiu a responsabilidade civil


subjetiva, conceito clássico, no qual a vítima só poderia obter indenização se provasse a
culpa do agente.

E até certo ponto da história, a responsabilidade civil subjetiva era suficiente


para dirimir os conflitos da sociedade.

Entretanto, o surgimento das máquinas e de outras invenções tecnológicas


promoveu o desenvolvimento da indústria e o crescimento populacional. O impacto
disso foi a criação de uma nova situação que não pôde mais ser sustentada pela culpa
puramente tradicional, clássica.

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