Resumo de Direito Das Obrigações

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INTRODUO AO DIREITO DAS OBRIGAES Conceito e mbito do direito das obrigaes O direito das obrigaes emprega o vocbulo obrigaes

em sentido mais restrito, compreendendo apenas aqueles vnculos de contedo patrimonial, que se estabelecem de pessoa a pessoa, colocando-as, uma em face da outra, como credora e devedora, de tal modo que uma esteja na situao de poder exigir a prestao e a outra, na contingncia de cumpri-la. A principal finalidade do direito das obrigaes consiste exatamente em fornecer meios ao credor para exigir do devedor o cumprimento da prestao. Direitos obrigacionais ou pessoais e direitos reais O direito real pode ser definido como o poder jurdico, direto e imediato do titular sobre a coisa, com exclusividade e contra todos. Os direitos reais tm como elementos essenciais o sujeito ativo, a coisa e a relao do sujeito ativo sobre a coisa, chamado domnio. Principais distines Os direitos obrigacionais diferem dos reais: a) Quanto ao objeto, porque exigem o cumprimento de determinada prestao, ao passo que os reais incidem sobre uma coisa. b) Quanto ao sujeito, porque o sujeito passivo determinado ou determinvel, e no direito real indeterminado. c) Quanto a durao, porque se extinguem pelo cumprimento ou por outros meios, enquanto os direitos reais so perptuos, no se extinguindo pelo no uso. d) Quanto formao, os direitos reais s podem ser criados pela lei, enquanto que os obrigacionais podem resultar da vontade das partes, sendo ilimitado o numero de contratos. e) Quanto ao exerccio, porque exigem uma figura intermediria, que o devedor, enquanto os reais so exercidos sobre a coisa, sem a necessidade do sujeito passivo. f) Quanto ao, que dirigida somente contra quem figura na relao jurdica como sujeito passivo, enquanto que no real a ao pode ser exercida contra quem quer que detenha a coisa. Figuras hbridas Hbrido o que se origina da mistura de espcies diferentes. Misto de obrigao e direito real. Espcies - As obrigaes hbridas so: obrigaes propter rem, obrigaes com eficcia real e os nus reais. Obrigaes Propter rem Conceito Obrigao que recai sobre uma pessoa por fora de um direito real, ou seja, obrigao que se tem por causa de um certo bem. Exemplo: Cobrana condominial. Ambulatorial: Obrigao passa para o comprador da propriedade, por exemplo. Obrigaes com eficcia real Obrigaes com eficcia real so as que, sem perder seu carter de direito a uma prestao, transmitem-se e so oponveis a terceiro que adquira direito sobre um

determinado bem. Aquela que sem perder o seu carter de prestao transponvel ou oponvel a terceiros. Clusula Contratual, se registrada passa a ter eficcia real. NOES GERAIS DE OBRIGAO Conceito de Obrigao Obrigao o vnculo jurdico que confere ao credor (sujeito ativo) o direito de exigir do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de determinada prestao. Corresponde a uma relao de natureza pessoal, de crdito e dbito, de carter transitrio (extingue-se pelo cumprimento), cujo objeto consiste numa prestao economicamente afervel. A obrigao abrange tanto o lado ativo (o direito prestao) como o lado passivo (o dever de prestar correlativo). Em sentido tcnico, a obrigao exprime a relao jurdica pela qual uma pessoa est adstrita a uma determinada prestao para com outra, que tem o direito de exigila, obrigando a primeira a satisfaz-la. Elementos constitutivos da obrigao Consideram-se trs os seus elementos essenciais: a) subjetivo, concernente aos sujeitos da relao jurdica; b) objetivo, atinente ao objeto, que se chama prestao; e c) elemento abstrato, ou seja, o vnculo jurdico. Sujeitos da relao obrigacional (elemento subjetivo) - Pode ser duplo: um sujeito ativo (credor) ou sujeito passivo (devedor). - Os sujeitos da obrigao podem ser pessoa natural ou jurdica, de qualquer natureza. Contudo, devem ser determinados ou determinveis. Algumas vezes o sujeito da obrigao no desde logo determinado. No entanto, a fonte da obrigao deve fornecer os elementos para a sua determinao. - Ocorre a indeterminao inicial e posterior determinao do sujeito, por exemplo, quando se oferece um trofu ao vencedor de um concurso, ou quando o ganhador na loteria apresenta o bilhete premiado. Objeto da relao obrigacional (elemento objetivo) - sempre uma conduta ou ato humano: dar, fazer ou no fazer. Se chama prestao, pode ser positiva (dar e fazer) ou negativa (no fazer). a ao ou omisso a que o devedor fica adstrito e que o credor tem o direito de exigir. - O objeto da relao obrigacional se divide em mediato e imediato. - A prestao (dar, fazer e no fazer) o objeto imediato da obrigao. Na compra e venda o vendedor se obriga a entregar a coisa alienada. - Para saber qual o objeto mediato da obrigao necessrio indagar: dar o que? No exemplo acima, se o vendedor se obrigou a entregar um veculo, este ser o objeto mediato da obrigao. Nota-se que objeto mediato na obrigao de dar a coisa dada, na de fazer, a obra ou servio encomendado... - O objeto imediato deve ser lcito, possvel, determinado ou determinvel e economicamente aprecivel. - Objeto lcito aquele que no atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes. Quando impossvel, o negcio nulo, e essa impossibilidade pode ser fsica ( a que emana das leis fsicas ou naturais, por exemplo, o que impede o cumprimento da obrigao de colocar toda a gua dos oceanos em um copo de gua) ou jurdica (ocorre quando o ordenamento jurdico probe, por exemplo, como herana de pessoa viva). E determinado ou determinvel, admitindo-se a venda da coisa incerta, indicada ao menos pelo gnero e pela quantidade. Obrigaes jurdicas sem contedo patrimonial, como o dever de fidelidade entre os cnjuges so excludas do direito das obrigaes.

Vnculo jurdico da relao obrigacional (elemento abstrato) - o liame existente entre o sujeito ativo e o passivo e que confere ao primeiro o direito de exigir do segundo o cumprimento da prestao. - A lei fornece meios para o credor exigir judicialmente o cumprimento da obrigao, quando o devedor no a cumpre voluntariamente, conferindo-lhe o poder de executar o patrimnio do inadimplente. - Artigo 397 do Cdigo Civil portugus: Obrigao o vnculo jurdico por virtude do qual uma pessoa fica adstrita para com outra realizao de uma prestao. Fontes das obrigaes Introduo O vocbulo fonte no mbito do direito tem o significado de causa ou origem dos institutos. Assim, pode-se dizer que constituem fontes das obrigaes os fatos jurdicos que do origem aos vnculos obrigacionais, ou melhor, os fatos jurdicos que condicionam o aparecimento das obrigaes. Fontes no direito romano e em outras legislaes contemporneas - Divide-se em quatro espcies de fontes das obrigaes: contrato, quase contrato, delito e quase delito. - O Contrato era o acordo de vontades o mtuo consenso. - O quase contrato se assemelha ao contrato distinguindo-se dele porque lhe falta o acordo de vontades. Era uma atividade lcita, sem o consenso. - O delito era o dano voluntariamente causado a algum, ato ilcito doloso, praticado com a inteno de causar dano a outrem. - O quase delito o ato ilcito culposo, involuntrio. Baseia-se no no dolo, mas na imprudncia, negligencia ou impercia do agente. Concepo moderna das fontes das obrigaes - Estudos realizados culminaram por modificar o critrio anteriormente aceito pela doutrina, levando ao abandono da distino entre delitos e quase delitos. Estes foram substitudos pela noo genrica de atos ilcitos (Artigo 159 do CC de 1916, englobando os atos dolosos e culposos). - As obrigaes decorriam ento de: Manifestaes bilaterais ou plurilaterais (contratos) e unilaterais (promessa de recompensa) da vontade, bem como os atos ilcitos (violao culposa ou dolosa da lei), que substituram os delitos e quase delitos. - A lei tambm gera obrigaes, como por exemplo, entre parentes a obrigao alimentar. Sendo assim, no resta duvida de que a lei fonte primria ou imediata de todas as obrigaes. - Os atos ilcitos foram definidos nos artigos 186 e 187. - Pode-se dizer que a obrigao resulta da vontade do Estado, por intermdio da lei, ou de vontade humana, por meio do contrato, por exemplo. No primeiro caso, a lei atua como fonte imediata da obrigao, nos demais como fonte mediata. Ou seja, A lei sozinha pode ser fonte imediata, mas em todos os outros casos fonte mediata.

Distino entre obrigao e responsabilidade A relao jurdica obrigacional resulta da vontade humana ou da vontade do Estado, por intermdio da lei, e deve ser cumprida espontnea e voluntariamente. Quando tal fato no

acontece, surge a responsabilidade. Ou seja, quando cumprida a obrigao se extingue, no cumprida, nasce a responsabilidade, que tem como garantia o patrimnio geral do devedor. Assim, a responsabilidade a consequncia jurdica patrimonial do descumprimento da relao obrigacional. Discrimina-se na relao obrigacional dois momentos distintos: o do dbito (schuld) que consiste na obrigao de realizar a prestao e dependente da ao ou omisso do devedor. E o da responsabilidade (haftung), na qual se faculta ao credor atacar e executar o patrimnio do devedor a fim de obter o pagamento devido ou indenizao pelos prejuzos causados em virtude do inadimplemento da obrigao originria na forma previamente estabelecida. DAS MODALIDADES DAS OBRIGAES Introduo Modalidades o mesmo que espcies. So varias as modalidades de obrigaes e podem ser classificadas em categorias, reguladas por normas especficas, segundo diferentes critrios e no havendo uniformidade de critrio entre os autores, variando a classificao conforme o enfoque e a metodologia empregada. Noo geral O legislador brasileiro manteve-se fiel tcnica romana, dividindo-as, em funo de seu objeto, em trs grupos: obrigaes de dar, de fazer e de no fazer. Alguns Cdigos modernos deixaram de lado a diviso pelo fato de, em muitos casos, aparecerem mescladas ou integradas no mesmo negcio jurdico. Na compra e venda, por exemplo, o vendedor tem obrigao de entregar (obrigao de dar) a coisa vendida, e ao mesmo tempo pode assumir a obrigao de transportar (fazer). Quanto aos elementos, dividem-se as obrigaes em simples e compostas ou complexas. E ainda podem ser classificadas quanto exigibilidade, em civis e naturais; quanto ao fim, em de meio de resultado e de garantia; quanto ao momento de seu cumprimento, em de execuo instantnea, diferida e peridica ou de trato sucessivo; quanto aos elementos acidentais, em puras, condicionais, a termo e com encargo ou modais; quanto liquidez do objeto, em lquidas e ilquidas; reciprocamente consideradas, em principais e acessrias. DAS OBRIGAES DE DAR Classificao quanto ao objeto Introduo Todas as obrigaes, sem exceo, que venham a se constituir na vida jurdica, compreendero sempre alguma dessas condutas, que resumem o invarivel objeto da prestao: dar, fazer ou no fazer. Formas As obrigaes positivas de dar assumem as formas de entrega ou restituio de determinada coisa pelo devedor ao credor. Assim, a compra e venda, gera obrigao de dar para ambos os contratantes. DAS OBRIGAES DE DAR A COISA CERTA Noo e contedo

A obrigao de dar coisa certa a obrigao em que se determinou o objeto a ser prestado e se individuou tal objeto. A coisa certa, referida no Cdigo Civil, tudo aquilo que determinado de modo a poder ser distinguido de qualquer outra coisa. Coisa certa coisa individualizada, que se distingue das demais por caractersticas prprias, mvel ou imvel. A venda de um carro, por exemplo, um negcio que gera a obrigao de dar coisa certa, pois um veculo se difere de outros pelo nmero do motor, da placa, etc. Ou seja, nessa modalidade de obrigao o devedor se compromete a entregar ou a restituir ao credor um objeto perfeitamente determinado, que se considera em sua individualidade, como, por exemplo, um quadro de um pintor clebre. Essa obrigao confere ao credor o direito pessoal e no real. O contrato de compra e venda, por exemplo, tem natureza obrigacional. A transferncia do domnio depende de outro ato: a tradio, para os mveis (CC, arts. 1226 e 1267); e o registro, que uma tradio solene, para os imveis (arts. 1227 e 1245). Impossibilidade de entrega de coisa diversa, ainda que mais valiosa Na obrigao de dar coisa certa o devedor obrigado a entregar ou restituir uma coisa inconfundvel com outra. A consequncia que o devedor da coisa certa no pode dar outra, ainda que mais valiosa, nem o credor obrigado a receb-la. Artigo 313 do Cdigo Civil: O credor no obrigado a receber prestao diversa da que lhe devida, ainda que mais valiosa. A entrega de coisa diversa da prometida exigiria modificao da obrigao, denominada novao objetiva, que s pode ocorrer havendo consentimento de ambas as partes. A recproca verdadeira, o credor tambm no pode exigir coisa diferente, ainda que menos valiosa. Pode haver tambm concordncia do credor em receber uma coisa por outra. A dao em pagamento (entrega de um objeto em forma de dinheiro) depende do expresso consentimento do credor. Tradio como transferncia dominial O domnio s se adquire pela tradio (art. 1226), se for coisa mvel, e pelo registro do ttulo, se for imvel (art. 1227). Desse modo, enquanto o contrato que institui uma hipoteca ou uma servido, ou contem promessa de transferncia do domnio de imvel, no estiver registrado no Cartrio de Registro de Imveis, existir apenas um vnculo obrigacional. O direito real somente surgir aps o registro. A tradio no caso das coisas mveis depende ainda, para transferir o domnio, da vontade do obrigado. S modo de adquirir domnio quando acompanhada da referida inteno o que no ocorre no comodato, no penhor... Direito aos melhoramentos e acrescidos A obrigao de dar coisa certa mediante entrega = compra e venda. A obrigao de dar coisa certa mediante restituio = comodato. Esses dois atos podem ser resumidos pela palavra tradio. O contrato, por si s, no transfere o domnio, e sim, gera uma obrigao de entregar a coisa, enquanto no houver a tradio, na obrigao de entregar a coisa continuar pertencendo ao devedor (art. 237).

Assim, se o objeto da obrigao for um co, e este der cria, o devedor no ser obrigado a entreg-la. Pelo ACRESCIMO, tem o direito de exigir aumento do preo. MELHORAMENTO tudo quanto opera mudana para melhor, em valor, utilidade, comodidade, na condio e no estado fsico da coisa. Acrescido tudo que se ajunta, que se acrescenta, aumentando a coisa. Um bom exemplo so as frutas das rvores. Na obrigao de restituir coisa certa, dono o credor, com direito devoluo, como sucede no comodato e no depsito, por exemplo. Nessa modalidade, se a coisa teve melhoramento ou acrscimo, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrar o credor, desobrigado de indenizao. (art. 241) Abrangncia dos acessrios Artigo 233 do CC: A obrigao de dar coisa certa abrange os acessrios dela embora no mencionados, salvo se o contrrio resultar do ttulo ou das circunstncias do caso. O acessrio segue o destino do principal, salvo em conveno contrria. No silncio do contrato quanto a esse aspecto, a venda de um terreno com rvores frutferas inclui os frutos pendentes. Esse princpio aplica-se somente as partes integrantes (frutos, produtos e benfeitorias), mas no s pertenas. ** Produtos Utilidades que se retiram da coisa, diminuindo-lhe a quantidade, porque no se reproduzem periodicamente, como os metais que se extraem das minas. Frutos Utilidades que uma coisa periodicamente produz. Nascem e renascem da coisa, sem acarretar-lhe a destruio no todo ou em parte, como as frutas das rvores. ** Obrigao de entregar s vezes a obrigao de dar no cumprida, pois antes da entrega ou da restituio, a coisa pereceu ou se deteriorou, com culpa ou sem culpa do devedor. Perecimento significa perda total; e deteriorao, perda parcial da coisa. Por exemplo: se o veculo, que deveria ser entregue incendeia-se, ficando totalmente destrudo, diz-se que houve perda total. No entanto, se provocou apenas uma pequena avaria, a hiptese de deteriorao. Quem deve, nesses casos, suportar o prejuzo? O princpio bsico, que norteia as solues, vem do direito romano. A coisa perece para o dono. O outro contratante, que no o dono, nada perde com o seu desaparecimento. Perecimento sem culpa e com culpa do devedor Artigo 234: se a coisa se perder, SEM culpa do devedor, antes da tradio, ou pendente a condio suspensiva, fica resolvida a obrigao para ambas as partes. Ou seja, sem culpa, por exemplo, um automvel destrudo por um raio, extingue-se a obrigao para ambas as partes. Se o vendedor j recebeu o preo da coisa, deve devolv-lo ao adquirente, em virtude da resoluo do contrato, sofrendo o prejuzo decorrente do perecimento, mas no estando obrigado a pagar perdas e danos. Havendo perecimento da coisa COM culpa do devedor, a soluo outra. A culpa acarreta a responsabilidade pelo pagamento de perdas e danos. Neste caso o comprador do carro, tem o direito a receber o equivalente em dinheiro, mais as perdas e danos comprovadas. Deteriorao sem culpa e com culpa do devedor

NO HAVENDO CULPA, poder o credor optar por resolver a obrigao, por no lhe interessar mais o bem danificado, voltando as partes ao estado anterior; ou aceit-lo no estado em que se acha, com abatimento do preo proporcional perda. (artigo 235) HAVENDO CULPA pela deteriorao, as alternativas deixadas ao credor so as mesmas do artigo 235, resolver a obrigao, exigindo o equivalente em dinheiro, ou aceitar a coisa, com abatimento, mas com direito, em qualquer caso, indenizao das perdas e danos comprovados. (artigo 236) Obrigao de restituir A obrigao de restituir subespcie da obrigao de dar. Caracteriza-se pela existncia de coisa alheia em poder do devedor, a quem cumpre devolv-la ao dono. o que sucede, por exemplo, com o locatrio. A coisa se acha com o devedor para seu uso, mas pertence ao credor, titular do direito real. Perecimento sem culpa e com culpa do devedor Artigo 238 do CC: se a obrigao for de restituir coisa certa, e esta, SEM CULPA do devedor, se perder antes da tradio, sofrer o credor a perda, e a obrigao se resolver, ressalvados os seus direitos at o dia da perda. Ou seja, se o apartamento alugado, no puder ser restitudo, por ter perecido devido a um raio, resolve-se a obrigao do locatrio, que no ter que pagar perdas e danos. Artigo 239: se a coisa se perder por culpa do devedor, responder este pelo equivalente, mais perdas e danos. A obrigao de restituir importa a de conservar a coisa e zelar por ela Deixando de faz-lo, o devedor sofre as consequncias da sua culpa: deve ressarcir o credor, mediante o pagamento do equivalente em dinheiro do bem perecido, mais as perdas e danos. Observao: Fora maior Previsvel, mas inevitvel. Exemplo: Furaco. Fortuito Imprevisvel Deteriorao sem culpa e com culpa do devedor De acordo com o artigo 240, se a coisa se danificar sem a culpa do devedor, razo de fortuito ou fora maior, suportar o prejuzo o credor, na qualidade de proprietrio. No entanto, havendo culpa do devedor, o artigo 239 diz que o devedor deve responder pelo equivalente em dinheiro, mais perdas e danos. DAS OBRIGAES DE DAR COISA INCERTA Conceito Artigo 243 do CC: A coisa incerta ser indicada, ao menos, pelo gnero e pela quantidade. A expresso coisa incerta indica que a obrigao tem objeto indeterminado, mas no totalmente, porque deve ser indicada, ao menos, pelo gnero e pela quantidade. , portanto, indeterminada, mas determinvel, faltando apenas determinar a sua qualidade. Faltando o gnero ou a quantidade a indeterminao ser absoluta, no existindo obrigao.

No pode ser objeto de prestao, por exemplo, a de entregar sacas de caf, por faltar a quantidade, bem como a de entregar dez sacas, por faltar o gnero. Obrigao de dar coisa incerta: Genus non perit (devedor no pode se exonerar, mesmo que seja por fora mais forte) Enquanto no houver a escolha do que ser dado, no pode ser alegado perecimento da coisa. Diferenas e afinidades com outras modalidades As obrigaes de dar coisa incerta, tambm chamadas de genricas, distinguem-se das de dar coisa certa, tambm conhecida como especficas, sob vrios aspectos. Nas primeiras, a prestao no determinada, mas determinvel; nas segundas, a prestao tem contedo determinado, pois concerne a um objeto singular. As obrigaes de dar coisa incerta tem afinidade com as obrigaes alternativas. Em ambas a definio a respeito do objeto da prestao se faz pelo ato de escolha e esta passa a se chamar concentrao depois da referida definio. Em ambas tambm compete ao devedor a escolha. Aponta-se tambm a diferena entre obrigao de dar coisa incerta e obrigao fungvel. A primeira tem por objeto coisa indeterminada, que ao devedor cabe entregar, com base na qualidade mdia, para efeito de liberao do vnculo. A segunda composta de coisa fungvel, que pode ser substituda por outra da mesma espcie, qualidade e quantidade, para efeito de desvinculao do devedor. Disciplina legal A determinao da qualidade da coisa incerta se faz pela escolha. Feita esta, e cientificado o credor, acaba a incerteza, e a coisa se torna certa, vigorando, ento, as normas da seo anterior do CC, que tratam das obrigaes de dar coisa certa (artigo 245). O ato unilateral de escolha denomina-se concentrao. De acordo com o artigo 244 do CC, a escolha s competir ao credor se o contrato assim dispuser. Sendo omisso nesse aspecto, ela pertencer ao devedor. Determinada a qualidade, torna-se a coisa individualizada, certa. Antes da escolha, porm, quer pelo devedor, quer pelo credor, permanece ela indeterminada, chamando pela individuao, pois a s referencia ao gnero e quantidade no a habilita a ficar sob um regime igual obrigao de dar coisa certa. Nesta ltima fase, se a coisa se perder, no se poder alegar culpa ou fora maior, pois o gnero nunca perece. (artigo 246) DAS OBRIGAES DE FAZER Conceito A obrigao de fazer abrange o servio humano em geral, seja material ou imaterial, como, por exemplo, a realizao de obras e artefatos. A prestao consiste em atos ou servios a serem executados pelo devedor. Pode-se afirmar que qualquer forma de atividade humana lcita, possvel e vantajosa ao credor, pode constituir um objeto da obrigao. A prestao de fato para as obrigaes de fazer e no fazer e podem consistir: a) no trabalho fsico ou intelectual determinado pelo tempo, gnero ou qualidade; b) no trabalho determinado pelo produto, ou seja, pelo resultado; c) num fato determinado simplesmente pela vantagem que traz ao credor.

Nas obrigaes de dar a prestao consiste na entrega de uma coisa, certa ou incerta; nas de fazer o objeto consiste em ato ou servio do devedor. O problema que, em ltima anlise, dar ou entregar alguma coisa tambm fazer. A diferena se encontra ao verificar se o dar ou o entregar ou no consequncia do fazer. Assim, se o devedor tem de dar ou de entregar algo, no tendo de faz-la previamente obrigao de dar; mas, se previamente ele tem de confeccionar a coisa para depois entreg-la a obrigao de fazer. Espcies Quando for convencionado que o devedor cumpra pessoalmente a prestao, estaremos diante de obrigao de fazer infungvel, imaterial ou personalssima. O devedor s se exonera se ele prprio cumprir a prestao, executando o ato ou servio prometido, pois foi contratado em razo de seus atributos pessoais. incogitvel a sua substituio por outra pessoa, ou representante. Exemplos: Determinado pintor, de talento e renome comprometer-se a pintar um quadro, ou famoso cirurgio plstico assumir a obrigao de natureza esttica, por exemplo, no podero se fazer substituir por outrem, mesmo inexistindo clusula expressa nesse sentido. Resulta da que a conveno pode ser explcita ou tcita. Quando no h tal exigncia expressa, nem se trata de ato ou servio cuja execuo dependa de qualidades pessoais podendo ser realizado por terceiro, diz-se que a obrigao de fazer fungvel, material ou impessoal (CC, art. 249). Se, por exemplo, um pedreiro contratado para construir um muro, a obrigao assumida de carter material, podendo o credor providenciar a sua execuo por terceiro, caso o devedor no a cumpra. Para que o fato seja prestado por terceiro necessrio que o credor o deseje, pois ele no obrigado a aceitar de outrem a prestao, nessas hipteses. Inadimplemento Trata das consequncias do descumprimento das obrigaes de fazer. Quando cumprida normalmente a obrigao se extingue. No cumprida espontaneamente, acarreta a responsabilidade do devedor. As obrigaes de fazer podem ser inadimplidas porque a prestao tornou-se impossvel sem culpa do devedor, ou por culpa deste, ou ainda porque, podendo cumpri-la, recusa-se a faz-lo. Quando no h culpa do devedor, tanto na hiptese de a prestao ter se tornado impossvel, como na recusa do cumprimento, fica afastada a responsabilidade do obrigado. Ser sempre possvel ao credor optar pela converso da obrigao em perdas e danos, caso a inadimplncia do devedor decorra de culpa de sua parte. Quando a prestao fungvel o credor pode optar pela execuo especfica, requerendo que ela seja executada por terceiro, custa do devedor. Exemplo: Rangel. Quando a obrigao infungvel, no h como compelir o devedor, de forma direta a satisfazla, mas existem meios indiretos que podem ser acionados, cumulativamente com o pedido de perdas e danos, como, por exemplo, a fixao de uma multa diria, que incide enquanto durar o atraso no cumprimento da obrigao (artigos 287, 461, 644). Obrigaes infungveis ou personalssimas Artigo 247: Incorre na obrigao de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestao a ele s imposta, ou s por ele exequvel.

A recusa voluntria induz culpa. O cantor, por exemplo, que se recusa a se apresentar no espetculo contratado, responde pelo prejuzo acarretado aos promotores do evento. A recusa ao cumprimento de obrigao de fazer infungvel resolve-se tradicionalmente, em perdas e danos, que so no mnimo o direito do credor. Artigo 248: Se a prestao do fato tornar-se impossvel sem culpa do devedor, resolverse- a obrigao; se por culpa dele, responder por perdas e danos. Assim, por exemplo, o cantor que fica impedido de se apresentar por ter perdido a voz, ou em razo de acidente, sendo hospitalizado, no responde por perdas e danos. Obrigaes fungveis ou impessoais Artigo 249: Se o fato puder ser executado por terceiro, ser livre ao credor manda -lo executar custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuzo da indenizao cabvel. Pargrafo nico: Em caso de urgncia, pode o credor, independentemente de autorizao judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. Assim, por exemplo, se uma pessoa aluga um imvel residencial e, no contrato o locador se obriga a consertar as portas de um armrio que esto soltas, mas no cumpre a promessa, pode o inquilino mandar fazer o servio custa do aluguel que ter de pagar. H situaes em que, efetivamente, caracterizada a recusa ou mora do devedor, a espera de uma deciso judicial poder causar prejuzo de difcil reparao ao credor, como por exemplo, no caso da necessidade urgente de realizar uma obra de proteo contra enchentes. Obrigaes consistentes em emitir declarao de vontade Tal modalidade se configura quando o devedor, em contrato preliminar, promete emitir declarao de vontade para a celebrao do contrato definitivo. o caso de quando o vendedor de um veculo promete endossar o certificado de propriedade, para que o adquirente, depois de pagar todas as prestaes, possa transferi-lo para o seu nome na repartio de trnsito. DAS OBRIGAES DE NO FAZER A obrigao de no fazer, ou negativa, impe ao devedor um dever de absteno: o de no praticar o ato que poderia livremente fazer, se no se houvesse obrigado. O adquirente que se obriga a no construir, no terreno adquirido, prdio alm de certa altura, deve cumprir o prometido. Se praticarem tal ato, se tornaro inadimplentes, podendo o credor exigir, com base no artigo 251 do CC, o desfazimento do que foi realizado. Inadimplemento da obrigao negativa Se o devedor realiza o ato, no cumprindo o dever de absteno, pode o credor exigir que ele o desfaa, sob pena de ser desfeito sua custa, alm da indenizao de perdas e danos. Ou o devedor desfaz pessoalmente o ato, ou poder v-lo desfeito por terceiro, e em ambas as hipteses sujeita-se ao pagamento de perdas e danos, como consequncia do inadimplemento. Observao: Artigo 250: Extingue-se a obrigao de no fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossvel abster-se do ato, que se obrigou a no praticar.

DAS OBRIGAES ALTERNATIVAS Classificao quanto os elementos Quando a obrigao tem apenas uma prestao como objeto, por exemplo, entregar um veculo, diz-se que ela simples, do mesmo modo quando tem um s sujeito ativo e um s sujeito passivo. Quando h pluralidade na prestao nos sujeitos a obrigao complexa ou composta. Quando h a pluralidade de prestao a obrigao composta se desdobra em obrigao cumulativa, alternativa e facultativa. A Obrigao cumulativa uma pluralidade de prestaes e todas devem ser solvidas, sem excluso de qualquer uma, sob pena de se haver por no cumprida. A obrigao alternativa tem por contedo duas ou mais prestaes, das quais uma somente ser escolhida para pagamento ao credor e liberao do devedor. a que compreende dois ou mais objetos e extingue-se com a prestao de apenas um. Por exemplo, a obrigao assumida pela seguradora de em caso de acidente srio, dar outro carro ao segurado ou mandar reparar o carro danificado, como o cliente preferir. Diferem as obrigaes alternativas das genricas ou de dar coisa incerta, embora tenham um ponto em comum, que a indeterminao do objeto, afastada pela escolha, em ambas necessria. Na primeira, h vrios objetos, devendo a escolha recair em apenas um deles; nas de dar coisa incerta, o objeto um s, apenas indeterminado quanto qualidade. Pode ocorrer uma conjugao entre as duas espcies, surgindo uma obrigao alternativa e, ao mesmo tempo, de dar coisa incerta: a de entregar dez sacas de milho OU dez sacas de caf (qualidades indeterminadas). A obrigao facultativa trata de obrigao simples, em que devida uma nica prestao, ficando facultado ao devedor exonerar-se mediante o cumprimento de prestao diversa e predeterminada. Exemplo: A deferida ao dono da coisa perdida e achada por outrem, de abandon-la, para exonerar-se da obrigao de pagar recompensa e indenizar despesas ao descobridor.

DAS OBRIGAES CIVIS E NATURAIS Classificao quanto exigibilidade Distino entre obrigao civil e obrigao natural A obrigao quando cumprida se extingue, mas quando no cumprida origina a responsabilidade, que patrimonial, ou seja, o patrimnio do devedor responde por suas obrigaes. Para exigir o seu cumprimento pode o credor agir coercitivamente, valendo-se do Poder Judicirio, se julgar necessrio. Obrigao civil, portanto, a que encontra respaldo no direito positivo, podendo seu cumprimento ser exigido pelo credor, por meio de ao. A obrigao civil apresenta as seguintes caractersticas: se o devedor ou um terceiro realiza voluntariamente a prestao, o credor tem a faculdade de ret-lo a titulo de pagamento. Se, no entanto, no ocorrer o cumprimento voluntrio, o credor poder exigi-lo judicialmente e executar o patrimnio do devedor. O ordenamento jurdico se coloca sua disposio. Quando falta esse poder de garantia ou a responsabilidade do devedor, diz-se que a obrigao natural. Trata-se de obrigao sem garantia, sem sano, sem ao para se fazer exigvel. Nessa modalidade o credor no tem o direito de exigir a prestao, e o devedor no est obrigado a pagar. Em compensao, se este, voluntariamente, efetua o pagamento, no tem o direito de repeti-lo. O credor pode reter a prestao. Todavia, se o devedor no a cumprir, o credor no dispe de ao alguma para exigir judicialmente o seu cumprimento, no podendo executar coercitivamente a obrigao. A obrigao natural no constitui relao de direito, mas relao de fato. Diz-se obrigao natural quando se funda num dever de ordem moral ou social, cujo cumprimento no judicialmente exigvel. No Brasil o artigo 814 do CC d um bom exemplo de obrigao natural. As dividas de jogo ou de aposta no obrigam a pagamento; mas no se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente menor ou interdito. Ou seja, o ganhador no dispe, no ordenamento, de ao para exigir o seu pagamento. DAS OBRIGAES DE MEIO, DE RESULTADO Classificao quanto ao contedo Diz-se que a obrigao de meio quando o devedor promete empregar seus conhecimentos, meios e tcnicas para a obteno de determinado resultado, sem, no entanto, se responsabilizar por ele. Exemplo: Advogados, que no se obrigam a vencer a causa, mas a bem defender os interesses dos clientes. Na obrigao de meio, o devedor se prope a desenvolver a sua atividade e suas habilidades para atingir o objetivo almejado pelo credor, e no a obter resultado, o inadimplemento s acarreta a responsabilidade do profissional se for provado a sua negligncia ou impercia no emprego desses meios. Quando a obrigao de resultado, o devedor dela se exonera somente quando o fim prometido alcanado. No o sendo, considerado inadimplente, devendo responder pelos prejuzos decorrentes do insucesso. Exemplo clssico: Obrigao assumida pelo transportador que promete tacitamente, ao vender o bilhete, levar o passageiro so e salvo a seu destino. Na obrigao de resultado, o objetivo final da essncia do ajuste, somente mediante prova de algum fato inevitvel, capaz de romper o nexo da causalidade, equiparado fora maior ( Fora maior Previsvel, mas inevitvel. Exemplo: Furaco), ou de culpa exclusiva da vtima, pode o devedor exonerar-se caso no tenha atingido o fim a que se props.

No se eximir da responsabilidade provando apenas ausncia de culpa. Ele deve demonstrar que o evento danoso se verificou por algum dos motivos assinalados acima. A obrigao assumida pelos cirurgies plsticos de resultado. Os pacientes pretendem confundir um defeito, um problema esttico. Interessa-lhes o resultado. Se o cliente fica com aspecto pior, cabe-lhe o direito pretenso indenizatria. No entanto, em alguns casos a obrigao continua sendo de meio, mesmo quando de natureza esttica, por exemplo no atendimento vtimas deformadas ou queimadas em acidentes. DAS OBRIGAES DE EXECUO INSTANTANEA, DIFERIDA E CONTINUADA Classificao quanto ao momento em que devem ser cumpridas - De execuo instantnea Se consuma num s ato, sendo cumprida imediatamente aps a sua constituio, como na compra e venda vista. - De execuo diferida Cumprimento deve ser realizado tambm em um s ato, mas em um momento futuro. Um bom exemplo a entrega, em determinada data posterior. Exemplo: compra de uma televiso parcelada em 30 dias. - De execuo continuada, ou trato sucessivo Se cumpre por meio de atos reiterados, como sucede na prestao de servios, na compra e venda a prazo ou em prestaes peridicas, etc. Se prolonga no tempo, sem soluo de continuidade ou mediante prestaes peridicas ou reiteradas (trato sucessivo aquela cuja prestao se renova em prestaes singulares sucessivas, em perodos consecutivos, como sucede na compra e venda a prazo, no pagamento mensal do aluguel pelo locatrio). DAS OBRIGAES PURAS E SIMPLES, CONDICIONAIS, A TERMO E MODAIS Classificao quanto aos elementos acidentais O negcio jurdico pode conter elementos acidentais, introduzidos facultativamente pela vontade das partes, mas no necessrios. Uma vez convencionados possuem o mesmo valor dos elementos estruturais e essenciais, pois passam a integrar o negcio de forma indissocivel, Obrigaes puras So as no sujeitas a condio, termo ou encargo. Produzem efeitos imediatos, logo que contradas. Assim, por exemplo, o testador deixa determinado bem para uma pessoa, de forma pura e simples. Desse modo, aberto e aprovado o testamento, opera-se imediatamente o efeito do ato. No tem elementos acidentais. Obrigaes Condicionais O efeito subordinado a um evento futuro e Incerto. Depende a eficcia do negcio jurdico do nascimento ou a extino de um direito. Artigo 121. Exemplo: Se passar no vestibular ganhar um carro. Obrigao a termo aquela em que as partes subordinam os efeitos do negcio jurdico a um evento futuro e certo. Termo o dia em que comea ou se extingue a eficcia do negcio jurdico. Termo convencional a clusula contratual que subordina a eficcia do negcio a evento futuro e certo. Difere da condio, que a subordina a um evento futuro e incerto. Apesar dessa distino, pode ocorrer que o termo, embora certo e inevitvel, seja incerto quanto data de sua verificao. Exemplo: Determinado bem passar a pertencer tal pessoa, a partir da morte de seu proprietrio. A morte certa, mas no se sabe quando ocorrer. Exemplo2: te darei um carro dia 20 de dezembro. Obrigaes modais ou com encargo a que se encontra onerada por clusula acessria, que impe um nus ao beneficirio de determinada relao jurdica. Trata-se de pacto acessrio s liberalidades (doaes, testamentos), pelo qual se impe um nus ou obrigao

ao beneficirio. admissvel em declaraes unilaterais de vontade, como na promessa de recompensa. comum nas doaes feitas ao municpio, em geral com a obrigao de melhoramento pblico, com a construo de hospitais, escolas; tambm comum nos testamentos, em que se deixa a herana a algum, com a obrigao de cuidar de determinada coisa ou pessoa. DAS OBRIGAES LQUIDAS E ILQUIDAS Classificao quanto liquidez Considera-se lquida a obrigao certa, quanto sua existncia e determinada, quanto ao seu objeto. Essa modalidade expressa por uma cifra, por um algarismo, quando se trata de dvida em dinheiro. Mas pode tambm ter por objeto a entrega ou restituio de outro objeto certo, como por exemplo, um veculo. Exemplo: Dvida de 500 reais, paga-se esse valor. A obrigao ilquida quando, ao contrrio, o seu objeto depende de prvia apurao, pois o valor ou montante apresenta-se incerto. Deve ela converter-se em obrigao lquida, para que possa ser cumprida pelo devedor. No tem o valor quantificado. Exemplo: Bateu no carro, deve-se reparar o dano, mas ainda no se sabe o preo certo. DAS OBRIGAES PRINCIPAIS E ACESSRIAS (obrigaes reciprocamente consideradas) As obrigaes dividem-se em principais e acessrias. As primeiras subsistem por si, sem depender de qualquer outra, como a de entregar a coisa, no contrato de compra e venda. As obrigaes acessrias tm a sua existncia subordinada a outra relao jurdica, ou seja, dependem da obrigao principal. o caso, por exemplo, da fiana, dos juros, etc. O princpio de que o acessrio segue o destino do principal foi acolhido pela nossa legislao, como visto no art 92. No artigo 233 nota-se que a obrigao de dar a coisa certa abrange os acessrios dela, embora no mencionados. OBRIGAES COM CLUSULA PENAL: So aquelas que tm a imposio de uma pena (multa) em caso de inadimplemento, retardamento.

DAS OBRIGALES DIVISVEIS E INDIVISVEIS As obrigaes divisveis e indivisveis, porm so compostas pela multiplicidade de sujeitos. Neles h um desdobramento de pessoas no polo ativo ou passivo, ou mesmo em ambos, passando a existir tantas obrigaes distintas quantas as pessoas dos devedores ou dos credores. Nesse caso, cada credor s pode exigir a sua quota e cada devedor s responde pela parte respectiva. Artigo 257 Artigo 258 A obrigao indivisvel quando a prestao tem por objeto uma coisa ou um fato no suscetveis de diviso, por sua natureza, por motivo de ordem econmica, ou dada a razo determinante do negcio jurdico. A divisibilidade ou indivisibilidade da prestao, no entanto, se confunde com a de seu objeto, sendo possvel afirmar que a obrigao divisvel quando possvel ao devedor execut-la por partes; indivisvel no caso contrrio. Assim, se dois devedores prometem entregar duas sacas de caf, a obrigao divisvel, devendo cada qual uma saca. Se, no entanto, o objeto for um cavalo, ou um relgio, a obrigao ser indivisvel, pois no podem fracion-los. Pode-se conceituar obrigao divisvel e indivisvel com base na noo de bem. Bem divisvel o que se pode fracionar sem alterao na sua substncia, diminuio considervel de valor, ou prejuzo do uso a que se destina. Partindo-se um relgio em duas partes, cada uma delas no marcar as horas. O mesmo no acontece se for dividida, por exemplo, uma saca de milho entre dois indivduos. Aps a diviso, o objeto continua a existir em sua essncia. A indivisibilidade da prestao e da obrigao decorre, em geral, da natureza das coisas (indivisibilidade natural). Mas os bens naturalmente divisveis podem tornar-se indivisveis por determinao da lei (indivisibilidade legal) e da vontade do homem Pode-se dizer que a obrigao indivisvel por natureza quando o objeto da prestao no pode ser fracionado sem prejuzo da sua substancia ou de seu valor. Outra hiptese, o Estado, as vezes, em ateno ao interesse pblico ou social, impede a diviso da coisa, como sucede com dvidas de alimentos, a hipoteca, o penhor.. Efeitos da divisibilidade e da indivisibilidade da prestao Se a obrigao divisvel, presume-se que esta dividida em tantas obrigaes, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores. Cada devedor s deve a sua quota-parte. A insolvncia de um no aumentar a quota dos demais. Havendo vrios credores e um s devedor, cada credor receber somente e sua parte. Assim, se algum se obriga a entregar duas sacas de caf a dois credores, cada credor receber a sua saca. Pluralidade de devedores Artigo 259 Se, havendo dois ou mais devedores, a prestao no for divisvel, cada um ser obrigado pela dvida toda. Assim, quando a obrigao indivisvel (entregar um animal, por exemplo) e h a pluralidade de devedores cada um ser obrigado pela dvida toda. Mas somente porque o objeto indivisvel. O devedor que paga a dvida pode exigir dos outros a parte que lhes cabe. Pluralidade de credores Artigo 260 Se a pluralidade for dos credores, poder cada um destes exigir a dvida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigaro pagando: I a todos conjuntamente ; II a um, dando este cauo de ratificao dos outros credores.

A rigor, nas obrigaes divisveis e nas indivisveis cada devedor s deve a sua quota. Nas indivisveis, porm, pode ser compelido a cumpri-la por inteiro somente porque o objeto da prestao indivisvel, sob pena de alterao na substncia, perecimento ou perda de valor econmico. Sendo indivisvel a obrigao (de entregar um cavalo, por exemplo), o pagamento deve ser oferecido a todos conjuntamente. Nada obsta que se exonere o devedor pagando a dvida integralmente a cada um dos credores, desde que autorizado pelos demais, ou que, na falta dessa autorizao, d esse credor cauo de ratificao dos demais credores. Se um s dos credores receber sozinho o cavalo, mencionado no exemplo supra, poder cada um dos demais exigir desse credor a parte que lhe competir, em dinheiro. Artigo 261. Artigo 262 Se um dos credores remitir a dvida, a obrigao no ficar extinta para com os outros; mas estes s a podero exigir, descontada a quota do credor remitente. Ou seja, se um dos credores perdoa a dvida, no ocorre a extino da obrigao com relao aos demais credores. Mas, estes no podero exigir o objeto da prestao se no pagarem o valor da quota do credor que a perdoou. Exemplo: se um devedor deve dar um cavalo que vale 3 mil para 3 credores, e um deles perdoa a dvida, os outros dois s podero receber o cavalo se pagarem mil reais ao devedor. DAS OBRIGAES SOLIDRIAS Artigo 264: H solidariedade, quando na mesma obrigao concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado dvida toda. O credor pode exigir de qualquer codevedor o cumprimento por inteiro da obrigao. Cumprida por este a exigncia, liberados estaro todos os demais devedores ante o credor comum. O credor tambm pode dividir a obrigao cobrando uma quota somente (??) A obrigao com vrios devedores diz-se solidria, quando o credor pode exigir de qualquer um deles a prestao por inteiro e a prestao efetuada por um dos devedores os libera a todos perante o credor comum. Sendo assim, se algum dos devedores se torna insolvente, quem sofre o prejuzo no o credor, como sucede na obrigao conjunta, mas o outro devedor, que pode ser chamado a solver a dvida por inteiro. Na solidariedade no se tem uma nica obrigao, mas tantas quantos forem os titulares. Cada devedor passar a responder no s pela sua quota como tambm pelas dos demais; e, se vier a cumprir por inteiro a prestao, poder recobrar dos outros as respectivas partes. Assim, quatro so os caracteres da obrigao solidria: a) b) c) d) Pluralidade de sujeitos ativos ou passivos Multiplicidade de vnculos Unidade de prestao Corresponsabilidade dos interessados, j que o pagamento da prestao efetuado por um dos devedores extingue a obrigao dos demais, embora o que tenha pago possa reaver dos outros as quotas de cada um.

A solidariedade assemelha-se a indivisibilidade por um nico aspecto: em ambos os casos, o credor pode exigir de um s dos devedores o pagamento da totalidade do objeto devido. Diferem, no entanto, por vrias razes: Primeiramente, porque cada devedor solidrio pode ser compelido a pagar, sozinho, a dvida inteira, por ser devedor do todo. Nas obrigaes indivisveis o codevedor s deve a sua quota-parte. Pode ser compelido ao pagamento da totalidade do objeto somente porque impossvel fraciona-lo.

O trao distintivo mais expressivo reside no fato de que a solidariedade se caracteriza por sua feio subjetiva. Ela advm da lei ou do contrato, mas recai sobre as pessoas. A indivisibilidade, por outro lado, tem ndole objetiva: resulta da natureza da coisa, que constitui objeto da prestao. Artigo 265: A solidariedade no se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. Ou seja, no se admite responsabilidade solidria fora da lei ou do contrato. Desse modo, se no houver meno explcita no ttulo constitutivo da obrigao ou em algum artigo de lei, ela no ser solidria. Ser divisvel ou indivisvel, dependendo da natureza do objeto. Artigo 266: A obrigao solidria pode ser pura e simples para um dos cocredores ou codevedores, e condicional, ou a prazo, ou pagvel em lugar diferente, para outro. Da solidariedade ativa vrios credores a relao jurdica entre credores de uma s obrigao e o devedor comum, em virtude da qual cada um tem o direito de exigir deste o cumprimento da prestao por inteiro. O devedor se exonera da obrigao pagando a qualquer um dos credores, que, por sua vez, pagar aos demais a quota de cada um. raro encontrar atualmente um caso de solidariedade ativa por oferecer alguns inconvenientes: o credor que recebe pode no pagar aos consortes as quotas de cada um. Mas, apesar das desvantagens oferece ao devedor a comodidade de poder pagar a qualquer um dos credores, sem necessidade de procurar os demais. A conta bancria conjunta encontra-se exemplo dessa espcie, por permitir que cada correntista saque todo o dinheiro depositado. O devedor que acionado por qualquer um dos credores deve pagar-lhe a dvida inteira, perdendo o poder de escolha. Artigo 268 Enquanto alguns dos credores solidrios no demandarem o devedor c omum, a qualquer daqueles poder este pagar. Artigo 270 Se um dos credores solidrios falecer deixando herdeiros, cada um destes s ter direito a exigir e receber a quota de crdito que corresponder ao seu quinho hereditrio, salvo se a obrigao for indivisvel. Nas relaes internas dos credores entre si vigora o princpio da comunidade de interesses. A prestao, paga por inteiro pelo devedor comum, deve ser partilhada entre todos os credores, por aquele que a tiver recebido. Artigo 272: O credor que tiver remitido a dvida ou recebido o pagamento responder aos outros pela parte que lhes caiba. Os concredores podem tornar efetiva a diviso do benefcio pelo exerccio do Direito de Regresso, tal direito uma das caractersticas fundamentais das obrigaes solidrias. Em razo deste princpio, o recebimento converte o credor em devedor aos cocredores. Da solidariedade passiva pluralidade de devedores Consiste na concorrncia de dois ou mais devedores, cada um com dever de prestar a dvida toda. A obrigao solidria passiva pode ser conceituada como a relao obrigacional, oriunda de lei ou de vontade das partes, com multiplicidade dos devedores, sendo que cada um responde totalmente pelo cumprimento da prestao, como se fosse o nico devedor. Cada devedor est obrigado prestao na sua integralidade, comos e tivesse contrado sozinho o dbito.

Se o credor quiser, poder exigir parte do dbito de cada um dos devedores separadamente. A principal caracterstica da obrigao solidria pode ser encontrada na manuteno da autonomia, a despeito da solidariedade. As obrigaes de cada um so individuais e autnomas, mas se encontram entrelaadas numa relao unitria, em virtude da solidariedade. Artigo 275 O credor tem direito a exigir e receber de um ou de algum dos devedores, parcial ou totalmente, a dvida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. Artigo 276 Se um dos devedores falecer deixando herdeiros, nenhum destes ser obrigado a pagar seno a quota que corresponder ao seu quinho hereditrio, salvo se a obrigao for indivisvel; mas todos reunidos sero considerados como um devedor solidrio em relao aos demais devedores. Artigo 277 O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remisso por ele obtida no aproveitam aos outros devedores, seno at concorrncia da quantia paga ou relevada. O pagamento parcial naturalmente reduz o crdito. Sendo assim, o credor s pode cobrar do que pagou, ou dos outros devedores, o saldo remanescente. A remisso ou perdo pessoal dado pelo credor a um dos devedores no extingue a solidariedade em relao aos codevedores, acarretando to somente a reduo da dvida, em proporo ao valor remitido. Ou seja, os codevedores no contemplados pelo perdo s podero ser demandados com abatimento da quota relativa ao devedor relevado, no pela totalidade da dvida. Artigo 282 O credor pode renunciar solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Quando a renuncia efetivada em prol de todos os coobrigados denomina-se absoluta. Neste caso, no haver mais solidariedade, pois cada coobrigado passar a dever somente sua quota. A renncia operada em proveito de um, ou de alguns devedores, intitula-se relativa. Ocorre quando o credor dispensa da solidariedade somente um ou outro devedor, conservando-a quanto aos demais. Assim, o credor divide a obrigao em duas partes: uma pela qual responde o devedor favorecido, correspondente somente a sua quota; e a outra a que se acham solidariamente sujeitos. Artigo 279 Impossibilitando-se a prestao por culpa de um dos devedores solidrios, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos s responde o culpado. Quando a prestao se torna impossvel, faz-se necessrio apurar se foi ou no culpa do devedor. Em principio todo inadimplemento se presume culposo, cabe ao inadimplente provar, para se exonerar, que a impossibilidade da prestao decorreu do fortuito ou da fora maior. Todavia, se decorrer de culpa do devedor, responder este pelo equivalente em dinheiro, mais perdas e danos. Insolvncia de um dos codevedores solidrios: direito dos coobrigados repartir, entre todos, inclusive o devedor exonerado pelo credor, a parte do insolvente. Extinta a insolvncia os codevedores que arcaram com o prejuzo, podem exigir quanto pagaram alm da sua quota, por conta da referida insolvncia. DA CESSO DE CRDITO

O direito moderno admite a livre transferncia das obrigaes, quer quanto ao lado ativo, quer quanto do lado passivo, embora tenha sido mais demorada a aceitao desta ltima hiptese pelo fato de ser a obrigao um valor que deve ser realizado no patrimnio do devedor, interessando ao credor que o substituto oferea, pelo menos, a mesma garantia pela propriedade de bens que assegurem o pagamento. Com a substituio de um dos sujeitos da relao obrigacional, no deixa de ser esta ela mesma, continuando, portanto, a existir como se no houvesse sofrido qualquer alterao. Cesso de crdito negcio jurdico, bilateral, pelo qual o credor transfere a outrem seus direitos na relao obrigacional. O comerciante transfere seus crditos a uma instituio financeira. O instituto em estudo pode configurar tanto alienao onerosa quanto gratuita, preponderando a primeira espcie. O credor que transfere seus direitos denomina-se cedente. O terceiro, a quem so eles transmitidos, o cessionrio. O devedor o cedido. Em regra, todos os crditos podem ser objeto de cesso (cedidos), constem de ttulo ou no, vencidos ou por vencer, salvo se a isso se opuser a natureza da obrigao, a lei, ou a conveno com o devedor. A cesso pode ser total ou parcial, e abrange todos os acessrios do crdito, como os juros e os direitos de garantia. Assim, por exemplo, se o pagamento da dvida garantido por hipoteca, o cessionrio se torna o credor hipotecrio. H crditos que no podem ser cedidos. Pela sua natureza, no podem ser objeto de cesso relaes jurdicas de carter personalssimo e as de direito de famlia (direito a nome, a alimentos, etc). Espcies A cesso de crdito resulta da declarao de vontade entre cedente e cessionrio. Na cesso a ttulo oneroso o cedente garante a existncia e a titularidade do crdito no momento da transferncia. Nas cesses a ttulo gratuito s responsvel se houver procedido de m f. Pode ser tambm total ou parcial, embora a lei no se refira diretamente ultima espcie. Nela o cedente retm parte do crdito, permanecendo na relao obrigacional, salvo se ceder tambm a parte remanescente a outrem. Se o crdito for cedido a mais de um cessionrio, dividir-se em dois, independentes um do outro. Pode ser ainda pro soluto e pro solvendo. No primeiro caso, o cedente apenas garante a existncia do crdito, sem responder pela solvncia do devedor. Na cesso pro solvendo, o cedente obriga-se a pagar se o devedor cedido for insolvente, portanto o cedente assume o risco da insolvncia do devedor, devendo garanti-la. Notificao do devedor Artigo 290 A cesso do crdito no tem eficcia em relao ao devedor, seno quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito pblico ou particular, se declarou ciente da cesso feita. Nota-se que a lei no diz que a notificao essencial validade da cesso de crdito, mas apenas que no eficaz em relao ao devedor, ele s est sujeito s suas consequncias a partir do momento que tiver conhecimento de sua realizao. Se no notificado, a cesso inexistente para ele, e vlido se tornar o pagamento feito ao cedente.

A notificao pode ser expressa (quando o cedente comunica o devedor que cedeu o crdito a determinada pessoa, podendo a comunicao partir do cessionrio) e presumida (resulta da espontnea declarao de cincia do devedor, em escrito pblico ou particular). Responsabilidade do cedente Artigo 295 Na cesso por ttulo oneroso, o cedente, ainda que no se responsabilize, fica responsvel ao cessionrio pela existncia do crdito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cesses por ttulo gratuito, se tiver procedido de m-f Artigo 296 Salvo estipulao em contrrio, o cedente no responde pela solv ncia do devedor. Artigo 297 O cedente, responsvel ao cessionrio pela solvncia do devedor, no responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cesso e as que o cessionrio houver feito com a cobrana. Objeto = Crdito transferido DA ASSUNO DE DVIDA ou cesso de dbito Trata-se de negcio jurdico pelo qual o devedor transfere a outrem a sua posio na relao jurdica. Segundo a doutrina, um negcio jurdico bilateral, pelo qual o devedor, com concordncia expressa do credor, transfere a um terceiro os encargos obrigacionais, de modo que este assume em sua posio na relao obrigacional, responsabilizando-se pela dvida, que subsiste com seus acessrios. Artigo 299 facultado a terceiro assumir a obrigao do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assuno, era insolvente e o credor ignorava. O que caracteriza a assuno de dvida o fato de uma pessoa, fsica ou jurdica, se obrigar perante o credor a efetuar a prestao devida por outra. A pessoa do devedor muito importante para o credor no que diz respeito idoneidade patrimonial, podendo no lhe convir a substituio de devedor solvente por outra pessoa com menos possibilidade de cumprir a prestao, por isso o consentimento do credor deve ser expresso. Liberatria Se houver integral sucesso no dbito, pela substituio do devedor na relao obrigacional pelo expromitente, ficando exonerado o devedor primitivo, exceto se o terceiro que assumiu sua dvida era insolvente e o credor ignorava. Com efeito, ocorrendo a insolvncia do novo devedor, fica sem efeito a exonerao do antigo. Cumulativa Quando o expromitente ingressar na obrigao como novo devedor, ao lado do devedor primitivo, passando a ser devedor solidrio, mediante declarao expressa nesse sentido, podendo o credor reclamar o pagamento de qualquer deles. O principal efeito da assuno de dvida a substituio do devedor na relao obrigacional, que permanece a mesma. Artigo 301: Se a substituio do devedor vier a ser anulada, restaura-se o dbito com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vcio que inquinava a obrigao. Objeto = todas as dvidas, presentes e futuras, salvo as que devem ser pessoalmente cumpridas pelo devedor.

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