Revisão Véspera - Delegado PF - Processual Penal - Erico Palazzo
Revisão Véspera - Delegado PF - Processual Penal - Erico Palazzo
Revisão Véspera - Delegado PF - Processual Penal - Erico Palazzo
Delegado PF
Érico Palazzo
Princípio da não culpabilidade / presunção de inocência
Súmula 444-STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em
curso para agravar a pena-base.
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução
e julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar
a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias.
Indiciado preso Indiciado solto
Código de Processo Penal 10 dias + 15 dias* 30 dias
Inquérito Policial Federal 15 dias + 15 dias 30 dias
Inquérito Policial Militar 20 dias 40 dias + 20 dias
Crimes contra a economia popular 10 dias 10 dias
Lei de Drogas (Lei 11.343/06) 30 dias + 30 dias 90 dias + 90 dias
Prisão temporária em crimes 30 dias + 30 dias -
hediondos
*CPP, Art. 3º-B, § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante
representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única
vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a
investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada.
Código de Processo Penal
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da
Constituição Federal figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos
policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de
fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma
consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir
defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Código de Processo Penal
Art. 14-A. (...)
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da
instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até
48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de
defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a
instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que
essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a representação do
investigado.
§§ 3º, 4º, 5º e 6º (...)
Código de Processo Penal
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos
informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à
vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a
instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. (Redação
dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do
inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da
comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão
ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União,
Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser
provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial.
TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA
Lei 9.099/95
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo
circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e
a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele
comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de
violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu
afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima.
TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA
STF – Ação Direta de Inconstitucionalidade n.º 3807
Julgada em 26/6/2020
§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste
artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso
concreto.
Acordo de não persecução penal
Logo, os requisitos do acordo de não persecução penal são:
2) Infração penal que não tenha sido praticada com violência ou grave ameaça à
pessoa
4) Prestação pecuniária
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos
termos da lei;
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da
infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional
do processo; e
Investigado aceita o
MP analisa e acordo (assistido por
oferece ANPP defensor) - §3º
2) Não homologa por considerar as condições 2) Devolve os autos ao MP para que seja
abusivas, insuficientes ou inadequadas formulada nova proposta (§5º)
CPP, Art. 28-A, § 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor
o acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos
autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código.
CPP, Art. 28, § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o
arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do
recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância
competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica.
Acordo de não persecução penal
É cabível o acordo de não persecução penal a crimes hediondos e equiparados?
Ocorre antes do início da ação penal Ocorre antes, durante ou após o início da ação
penal
Regra da atualidade
A competência será do foro por prerrogativa de função a partir do momento em
que o acusado entrasse em exercício ou fosse diplomado, independentemente de o
fato ter relação com as funções desempenhadas.
Consequência: fuga do foro
Foro por prerrogativa de função - Ratione funcionae
STF. Tribunal Pleno. Questão de Ordem na AP 937/STF, julgado em 03/05/2018
Resolução da questão de ordem com a fixação das seguintes teses:
(i) O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos
durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas; e
(ii) Após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de
intimação para apresentação de alegações finais, a competência para processar
e julgar ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a
ocupar cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.
Atualmente, adota-se a denominada regra da atualidade limitada, restrita ou mista
Foro por prerrogativa de função - Ratione funcionae
Suponha que um deputado federal cometa um crime de homicídio, indaga-se:
quem é competente para julgá-lo, Tribunal do Júri ou o Supremo Tribunal Federal?
Depende.
Situação 1) Se o crime for praticado durante o mandato do deputado federal e em
decorrência do mandato exercido, a competência será do STF. Logo, o foro por
prerrogativa de função estabelecido da Constituição Federal prevalece sobre a
competência do Tribunal do Júri.
Situação 2) Se o crime for praticado antes ou depois do mandato, ou se não tiver
relação com este, a competência será do Tribunal do Júri.
Foro por prerrogativa de função - Ratione funcionae
Foro por prerrogativa de função estabelecido por Constituição Estadual.
Súmula Vinculante 45
A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.
Constituição Estadual não pode estabelecer foro por prerrogativa de função a
Delegado (Geral) da Polícia Civil.
Desrespeito ao princípio da simetria ou paralelismo.
STF. Plenário. ADI 5591/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 20/3/2021 (Info 1010).
STF. Plenário. ADI 2553/MA, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 15/5/2019 (Info 940).
Foro por prerrogativa de função - Ratione funcionae
Foro por prerrogativa de função e concurso de pessoas
Imagine a situação em que dois indivíduos praticaram delito em concurso de
pessoas. Um deles, desembargador, tem foro por prerrogativa de função (STJ). O
outro, particular, não possui foro por prerrogativa de função.
Indaga-se: ambos deverão ser julgados no STJ ou haverá o desmembramento do
processo, de forma que somente o desembargador seja julgado pelo STJ?
De acordo com o STF, a regra é o desmembramento do processo (ou IP).
Entretanto, se a separação do processo puder causar relevante prejuízo à prestação
jurisdicional, admite-se que coautores e partícipes sejam julgados perante o foro
por prerrogativa de função, ainda que não detentores do privilégio. (STF. Tribunal
Pleno. Inq. 3.515 AgR/SP, julgado em 13/02/2014)
Foro por prerrogativa de função - Ratione funcionae
Foro por prerrogativa de função e concurso de pessoas
Súmula 704 - STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do
devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu
ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.
Lembre-se, por outro lado que a Constituição Federal determina que vereadores
possuem inviolabilidade de suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e
na circunscrição do Município.
Artigos 70, 71 e 73 do CPP Competência
Regra geral Lugar da consumação da infração penal
Crimes tentados Lugar em que for praticado o último ato de execução
Execução do crime no Brasil, mas Lugar no Brasil em que foi praticado o último ato de execução
consumação no estrangeiro
Execução do crime no estrangeiro, Lugar no Brasil em que foi produzido ou deveria se produzir o
mas consumação no Brasil resultado
Local incerto Competência será firmada pela prevenção
Infração continuada ou permanente Competência será firmada pela prevenção
praticada em dois ou mais territórios
Lugar desconhecido Competência do domicílio ou residência do réu. Se tiver mais
de uma residência - prevenção
Crimes de ação penal de iniciativa Foro de eleição – querelante pode optar pelo foro de domicílio
privada ou residência do réu, ainda que conhecido o lugar da infração
Conexão e continência
Diante de conexão e continência, qual é o foro prevalente, ou seja, quem exerce a força atrativa
(fórum attractionis ou vis attractiva)?
Regra 2: Lugar da infração mais grave prevalece sobre o lugar da infração menos grave, exceto na
hipótese de uma delas ser da competência da Justiça Federal (sum. 122, STJ)
Regra 3: Crimes de igual gravidade, prepondera o lugar onde houve maior número de infrações
Regra 4: Entre jurisdições de categorias distintas, prevalece a de maior graduação (sum. 704, STF)
Súmula 523, STF: No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas
a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.