Aula 01-InqueritoPolicial

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Inquérito Policial

Prof. Jucá
Conceito
procedimento administrativo que tem por finalidade o
levantamento de informações a fim de servir de base à ação penal
ou às providências cautelares.

Regra geral, os inquéritos são realizados pela Polícia Judiciária


(Polícias Civis e Polícia Federal) e são presididos por delegados de
carreira, entretanto o art. 4º, parágrafo único, do Código de
Processo Penal deixa claro que existem outras formas de
investigação criminal como, por exemplo, as investigações
efetuadas pelas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) e o
inquérito realizado por autoridades militares para apurar
infrações de competência da Justiça Militar (IPM).
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas
autoridades policiais no território de suas
respectivas circunscrições e terá por fim a
apuração das infrações penais e da sua autoria.

Parágrafo único. A competência definida neste


artigo não excluirá a de autoridades
administrativas, a quem por lei seja cometida a
mesma função. (grifo nosso)
Características

Procedimento Escrito

Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão,


num só processado, reduzidas a escrito ou
datilografadas e, neste caso, rubricadas pela
autoridade.
Características
Procedimento Sigiloso

Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo


necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da
sociedade.

Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que Ihe


forem solicitados, a autoridade policial não poderá
mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de
inquérito contra os requerentes, salvo no caso de existir
condenação anterior.
Características

Súmula Vinculante 14

É direito do defensor, no interesse do


representado, ter acesso amplo aos elementos de
prova que, já documentados em procedimento
investig atório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito
ao exercício do direito de defesa.
Características

Indisponibilidade

Art. 17.  A autoridade policial não poderá mandar


arquivar autos de inquérito.
Características

Oficiosidade

O início do inquérito independe de provocação e


DEVE ser determinado de ofício quando houver a
notícia de um crime. A oficiosidade decorre do
princípio da legalidade (ou obrigatoriedade) da
ação pública.
Características

Oficialidade

Somente órgãos de direito público podem realizar


o inquérito policial. Ainda quando a titularidade
da ação penal é atribuída ao particular ofendido
(ação penal privada), não cabe a este a efetuação
dos procedimentos investigatórios.
Características
Inquisitivo

É inquisitivo o procedimento em que as atividades visando à


elucidação do fato e à determinação da autoria ficam
concentradas em uma única autoridade, no caso a figura do
Delegado de Polícia. Este poderá, discricionariamente,
decidir como vai proceder para alcançar a finalidade do
inquérito. Durante o inquérito não há que se falar em
contraditório e ampla defesa, pois ainda não existe acusado e
o indiciado não é sujeito de direitos, mas objeto de
investigação.
Características

ATENÇÃO!!!

O ÚNICO INQUÉRITO QUE ADMITE O


CONTRADITÓRIO É O INSTAURADO
PELA POLICIA FEDERAL, A PEDIDO DO
MINISTRO DA JUSTIÇA, OBJETIVANDO A
E X P U L S Ã O D E E S T R A N G E I RO
CONFORME A LEI Nº. 6.815/80.
Valor Probatório

Como peça meramente informativa, destinada tão


somente a autorizar o exercício da ação penal, não
pode por si só servir de lastro à sentença
condenatória, sob pena de se infringir o princípio
do contraditório, garantia constitucional.
Vícios

Os vícios do inquérito não contaminam ou


ocasionam nulidades no processo. Tal fato tem por
base o caráter meramente informativo da fase
inquisitorial.
Necessidade

Art. 39. [...]

§ 5o O órgão do Ministério Público dispensará o


inquérito, se com a representação forem oferecidos
elementos que o habilitem a promover a ação
penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo
de quinze dias. (grifo nosso)
Início do IP

Espécies de ação penal

Ação penal pública

Incondicionada

Condicionada

Ação penal privada


Início do IP
Art. 5o  Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
   I - de ofício;
   II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento
do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
        § 1o  O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
        a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
        b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou
de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
        c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
        § 2o  Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso
para o chefe de Polícia.
        § 3o  Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em
que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e
esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
        § 4o  O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação,
não poderá sem ela ser iniciado.
              § 5o  Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a
inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
Providências
  Art. 6o  Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
        I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das
coisas, até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) (Vide
Lei nº 5.970, de 1973)
     II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;
(Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
       III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
       IV - ouvir o ofendido;
         V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do
Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe
tenham ouvido a leitura;
        VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
       VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras
perícias;
        VIII  -  ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer
juntar aos autos sua folha de antecedentes;
     IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social,
sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e
quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
Reprodução simulada dos fatos
(reconstituição do crime)

Art.  7o   Para verificar a possibilidade de haver a


infração sido praticada de determinado modo, a
autoridade policial poderá proceder à reprodução
simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a
moralidade ou a ordem pública.
Prazo do IP

Art. 10.  O inquérito deverá terminar no prazo de


10 dias, se o indiciado tiver sido preso em
flagrante, ou estiver preso preventivamente,
contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em
que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de
30 dias, quando estiver solto, mediante fiança
ou sem ela.
Prazos especiais
CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR – Lei nº.
1.521/51:
INDICIADO PRESO OU SOLTO10 DIAS.
LEI DE DROGAS – Lei nº. 11.343/06 :
INDICIADO PRESO 30 DIAS.
INDICIADO SOLTO 90 DIAS
INQUÉRITO POLICIAL MILITAR:
INDICIADO PRESO 20 DIAS.
INDICIADO SOLTO PRAZO DE 40 DIAS PRORROGÁVEL
POR MAIS 20 DIAS.
POLÍCIA FEDERAL – Lei 5.010/66:
INDICIADO PRESO PRAZO DE15 DIAS PRORROGÁVEL
POR MAIS 15.
INDICIADO SOLTO 30 DIAS
Contagem dos prazos

O prazo para o término do inquérito segue a


regra do art. 798 § 1º do CPP, ou seja, despreza-se
o dia inicial e inclui-se o dia final. Como exemplo,
se determinado inquérito teve início no dia 15 de
fevereiro às 16:00h, completará a contagem do
primeiro dia às 24:00 do dia 16.
Fim do IP
Art. 10.  […]
§ 1o  A autoridade fará minucioso relatório do que
tiver sido apurado e enviará autos ao juiz
competente.
§  2o   No relatório poderá a autoridade indicar
testemunhas que não tiverem sido inquiridas,
mencionando o lug ar onde possam ser
encontradas.
Fim do IP

Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os


objetos que interessarem à prova, acompanharão
os autos do inquérito.
Fim do IP

Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito


ao juiz competente, a autoridade policial oficiará
ao Instituto de Identificação e Estatística, ou
repartição congênere, mencionando o juízo a que
tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à
infração penal e à pessoa do indiciado.
Arquivamento do IP
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de
quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão
do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à
autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de
revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei.
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o
arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30
(trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria
à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme
dispuser a respectiva lei orgânica.
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento
da União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do
inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a
quem couber a sua representação judicial.
Desarquivamento do IP
 Art. 18.   Depois de ordenado o arquivamento do
inquérito pela autoridade judiciária, por falta de
base para a denúncia, a autoridade policial
poderá proceder a novas pesquisas, se de outras
provas tiver notícia.
SÚMULA STF 524: Arquivado o inquérito
policial, por despacho do juiz, a requerimento do
Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser
iniciada, sem novas provas.
Acordo de não persecução penal

Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o


investigado confessado formal e circunstancialmente a
prática de infração penal sem violência ou grave
ameaça e com pena mínima inferior a 4 (quatro) anos, o
Ministério Público poderá propor acordo de não
persecução penal, desde que necessário e suficiente
para reprovação e prevenção do crime, mediante as
seguintes condições ajustadas cumulativa e
alternativamente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
Acordo de não persecução penal
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como


instrumentos, produto ou proveito do crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente


à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser
indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei


nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse
social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como
função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo
delito; ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Acordo de não persecução penal
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público,
desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada.

§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo,
serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.

§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses:

I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos
termos da lei;

II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem


conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações
penais pretéritas;

III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da
infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional
do processo; e

IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados


contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.
Acordo de não persecução penal
§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado
pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada


audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva
do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)

§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições


dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério
Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com concordância do
investigado e seu defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá


os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de
execução penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Acordo de não persecução penal

§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos


requisitos legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o §
5º deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério


Público para a análise da necessidade de complementação das investigações
ou o oferecimento da denúncia.

§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução


penal e de seu descumprimento.

§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não


persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins
de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia.
Acordo de não persecução penal
§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo
investigado também poderá ser utilizado pelo Ministério Público como
justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão condicional
do processo.

§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução


penal não constarão de certidão de antecedentes criminais, exceto para
os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo.

§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o


juízo competente decretará a extinção de punibilidade.

§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o


acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a
remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código.
Prática
Em concursos públicos - JAMAIS IDENTIFICAR-SE (sem
nome, assinatura ou qualquer marca distintiva)

PEÇAS A SEREM ESTUDADAS:

1- Portaria (Inaugural)

2- Relatório (Final)

3- Representação (da Autoridade)

4- Despacho (Fundamentado)
Portaria
CONCEITO -> É a peça jurídica, de exclusiva elaboração do Delegado de Polícia, na qual a Autoridade
Policial inaugura, formalmente, o Inquérito Policial, fundado no princípio da legalidade e
obrigatoriedade, com vistas a cabal apuração de fato, em tese, criminoso.

REQUISITOS

descrição objetiva do fato (data, hora e local);

indicação preliminar de autoria ou impossibilidade de fazê-lo;

classificação provisória do tipo penal correlato;

determinação de providências preliminares;

determinação de devolução dos autos;

aposição do “cumpra-se” da Autoridade;


Portaria
Chegando ao meu conhecimento, por meio do boletim de ocorrência n.º_____/___,desta Unidade Policial que, no
dia___ de______de____,na Rua________,n.º_____,bairro__________,nesta cidade,________________(qualificar o
indiciado se houver ou “pessoa não identificada”), por volta das_____horas,____________(descrever o
acontecimento de acordo com os dados do problema: ex- desferiu dois tiros de revólver calibre 38 contra a
vítima XXX que, alvejada na região abdominal veio a óbito), conduta esta, em tese, subsumida ao
artigo_______do______(Código Penal ou Lei Penal Extravagante), declaro instaurado Inquérito Policial para
cabal apuração dos fatos e determino ao Senhor(a) Escrivão(ã) de Polícia do meu cargo que Autue e Registre
esta, levando a efeito, incontinenti, as seguintes providências:

1- Encarte-se aos autos cópia do Boletim de Ocorrência aludido ;

2- Expeçam-se intimações à vítima, testemunhas e indiciado, colimando colheita formal de suas respectivas
versões.

Ato contínuo, volvam-me ,conclusos, para ulteriores deliberações.

CUMPRA-SE.

Cidade, dia, mês e ano.


___________________________
DELEGADO(A) DE POLÍCIA
Portaria
NOTITIA CRIMINIS – é o conhecimento pela Autoridade Policial de um fato aparentemente criminoso.
1- espontânea (cognição imediata) – conhecimento do fato chega por meio de atividades rotineiras da
Autoridade Policial (ex- leitura de jornal, depara-se com cadáver);
2- provocada (cognição mediata) – a notícia chega através da vítima, MP ou juiz;
3-impositiva (cognição coercitiva) – notícia chega por conta de auto de prisão em flagrante delito;
4- inqualificada – famigerada “denúncia anônima”, a notícia chega por meio de escrito ou telefonema inominado.

DELATIO CRIMINIS – é a delação (apontamento) à Autoridade Policial acerca da ocorrência de um crime.

1- delatio simples: ocorre quando alguém do povo delata à Autoridade Policial a ocorrência de uma infração
(art. 5.º § 3.º CPP).

2- delatio postulatoria: ocorre quando a vítima ou seu representante legal oferece representação nos
crimes de ação penal pública condicionada, solicitando deflagração de Inquérito Policial (art. 5.º § 4.º CPP).
DO RELATÓRIO

CONCEITO:

é o documento pelo qual a Autoridade Policial que detém atribuição investigativa dá


por esgotadas as diligências cabíveis (no desiderato de elucidação do fato),
encaminhando-as ao Poder Judiciário.
O RELATÓRIO PODE CONTER JUÍZO DE VALOR DO DELEGADO?

- Maior Parte da Doutrina - NÃO;


DO RELATÓRIO

FUNDAMENTO LEGAL ACERCA DO JUÍZO DE VALOR:

art. 52 da Lei n.º 11.343/2006:

“Findos os prazos a que se refere o artigo 51 desta Lei, a Autoridade de Polícia Judiciária,
remetendo os autos do IP ao Juízo:”

Inciso I – relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram


à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto
apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias
da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente. – grifos nossos

CONCLUSÃO: o juízo de valor (comedido) da Autoridade Policial, mormente no bojo do relatório


final das investigações, é da essência da tarefa de Polícia Judiciária, desde que não adentre no
mérito da condenação ou na propositura de ação penal. – princípio da sobriedade e
comedimento (Prof. José Frederico Marques)
DO RELATÓRIO
Inquérito Policial n.º ____ Natureza: Indiciado: Vítima:
Meritíssimo Juiz:
Versam os presentes autos de Inquérito Policial instaurado mediante portaria (art. 5.º, I do CPP), ou requisição da
Autoridade Judiciária, ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido (art. 5.º, II, do CPP) ou mediante
representação (art. 5.º, § 4.º do CPP), por petição (art. 5.º, § 5.º, do CPP), ou por meio de auto de apresentação
espontânea (art. 185 do CPP) ou auto de resistência (art. 292 do CPP), ou auto de prisão em flagrante (art. 304 CPP),
sobre situação fática correlata ao crime de____ em tese praticado por________, no
dia_______de______de______,por volta das ____horas, na___________, bairro de__________, em___________,
neste Estado.
A testemunha (ou condutor e 1.ª testemunha ), bem como a segunda, ouvida às fls._______ e fls._______, informa
que_________(se flagrante, fazer constar voz de prisão em flagrante delito).
O indiciado (ou o suspeito) epigrafado confessou (ou negou) a autoria, esclarecendo que________.
A vítima, às fls.________, informou__________.
A nota de culpa, dada ao autuado (em caso de flagrante) encontra-se à fl._______, pesquisas criminais às fls.__________,
exames (pericial, médico-legal, toxicológico) à fl.____.
Auto de exibição e apreensão, avaliação, depósito e entrega, alvará de soltura, fiança e quantum (por extenso).
Em face do apurado_ notadamente___________(apontar todas as provas e indícios relacionando-os à autoria) concluímos
pelo formal indiciamento de____________, por força de convicção técnico-jurídica, lastreada na Constituição
Estadual, em face da existência de suficientes indícios da autoria e materialidade do delito em tela.
Destarte, em não havendo outras diligências essenciais à comprovação do fato e de suas circunstâncias, respaldado pelo
art. 10 § 1.º do CPP, dou por encerrado este Inquérito Policial e remeto-o, tempestivamente, a Juízo.
É o Relatório.
Cidade, dia, mês e ano.
___________________________
DELEGADO(A) DE POLÍCIA
DA REPRESENTAÇÃO DA AUTORIDADE

REQUISIÇÃO # REQUISIÇÃO DO MJ # REPRESENTAÇÃO # REPRESENTAÇÃO


DA AUTORIDADE # REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO # REQUERIMENTO

1- REQUISIÇÃO: medida instrumental que permite à autoridade requisitante exercer sua


função na plenitude (não há vinculação hierárquica);

2- REQUISIÇÃO DO MJ: condição objetiva de procedibilidade em crimes contra a honra


cometidos contra o Presidente da República ou Chefe de Estado Estrangeiro (art. 145 §
único do CP)

3- REPRESENTAÇÃO: manifestação do direito constitucional de petição (art. 5.º, XXXV


CF), de viés administrativo, pelo qual qualquer pessoa provoca o Estado, com vistas a
deflagração de apuração.
DA REPRESENTAÇÃO DA AUTORIDADE

4- REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO: condição objetiva de procedibilidade em crimes


de ação penal pública condicionada ao prévio interesse da vítima (art. 147 § único do CP)

5- REQUERIMENTO: é o pedido/solicitação/rogo feito por quem detém a qualidade de


parte (parcial), com viés processual (cível ou penal) ou administrativo ( art. 311 do CPP).

6- REPRESENTAÇÃO DA AUTORIDADE: é figura processual penal pela qual uma


Autoridade incompetente (ou sem atribuição legal) dirige à Autoridade competente (ou
detentora de atribuição legal) entendimento (manifestação pautada na lei) para que seja
determinada certa providência legal, visando o resguardo do resultado útil do processo.
DA REPRESENTAÇÃO - PRISÃO PREVENTIVA

Ofício n.º_____/__
Cidade, dia, mês e ano.
Meritíssimo Juiz:
Por força dos elementos de convicção constantes neste Inquérito Policial, ainda não concluído, e com base nos artigos 311
e 312 do CPP, esta Autoridade Policial REPRESENTA a Vossa Excelência no sentido de ser DECRETADA PRISÃO
P R E V E N T I VA ( o u C O N V E RT I DA A P R I S Ã O E M F L AG R A N T E E M P R E V E N T I VA ) d e
__________(qualificação completa), pelo motivos de fato e de direito abaixo discriminados:
1- (descrever o fato criminoso, desde a sua eclosão até a tomada de conhecimento pela Polícia Judiciária)
2- (esclarecer as primeiras medidas tomadas pela Autoridade Policial, como elaboração de BO, requisições pericias e
médico-legais, diligências, oitivas, exibições e apreensões etc.)
3- (resumo do “moddus operandi” do indiciado e como ele se insere nos arts. 312 ou 313 CPP )
4- (resumir as medidas faltantes ou que devam ser objeto de diligência, investigações, consultas etc.)
Destarte, como se depreende dos elementos probatórios colhidos neste Inquérito Policial, notadamente das provas
testemunhais e materiais já referidas, reincidência do agente (se este for o caso) REPRESENTO a Vossa Excelência
pela DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA (ou CONVERSÃO DA PRISÃO EM FLAGRANTE EM
PREVENTIVA) do indiciado_____(qualificar), como medida de Justiça.
___________________________
DELEGADO(A) DE POLÍCIA
Excelentíssimo Senhor Doutor__________
Meritíssimo Juiz de Direito da__________
(local)_______________
Representação - Prisão temporária

Ofício n.º_____/__
Cidade, dia, mês e ano.
Meritíssimo Juiz:
O Boletim de Ocorrência n.º____/__em anexo, proveniente do plantão policial desta cidade (ou qualquer outro
documento que dará base fática e jurídica à representação), que versa sobre crime de____(tipificar o delito: rol da Lei
n.º 7960/89), fato ocorrido no dia______, na Rua____(local do acontecimento), nesta urbe, envolvendo a pessoa de
___________(qualificar o indiciado), tendo como vítima____________(nome completo).
(Descrever e juntar declarações, depoimentos de testemunhas, laudos periciais requisitados, e outras providências idôneas
ao embasamento do pedido).
Desta forma, sendo imprescindível a medida cautelar ora entabulada para a cabal apuração dos fatos, isto é, para findar as
investigações de Polícia Judiciária de modo a preservar o resultado útil do processo vindouro, já que o autor tem
influência sobre a vítima, o que poderia colocá-la em iminente perigo de morte (ou diante da ausência de residência
fixa do indiciado e/ou impossibilidade de sua efetiva identificação criminal) e com fundamento nos incisos I, II e III da
Lei n.º 7960/89, esta Autoridade Policial vem, mui respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
REPRESENTAR PELA DECRETAÇÃO DE PRISÃO TEMPORÁRIA, no período legal de ______(5 ou 30 dias),
do indiciado__________(qualificação conhecida, até então, do suspeito).
___________________________
DELEGADO(A) DE POLÍCIA
Excelentíssimo Senhor Doutor__________
Meritíssimo Juiz de Direito da__________
(local)_______________
Representação - Interceptação telefônica

Ofício n.º_____/__ Cidade, dia, mês e ano. Meritíssimo Juiz:


Esta Autoridade Policial vem REQUERER/REPRESENTAR a Vossa Excelência, com base na Lei n.º 9296/96, autorização para a
INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA na linha número______, em funcionamento na residência localizada na Rua_______, nesta urbe,
instalada em propriedade pertencente a_________ pelos motivos a seguir expostos.
A solicitação/representação fundamenta-se em IP instaurado nesta Unidade Policial , registrado sob o número______. No bojo desse procedimento
persecutório apurou-se, por meio de inúmeros indícios, que o investigado está inserido no contexto ilícito de tráfico de entorpecentes, roubo de
carga e associação criminosa , utilizando-se, para tanto, de artifícios que tornam imprescindível a interceptação de suas comunicações
telefônicas.
Com efeito, corrobora tal conclusão, o fato do investigado possuir o domínio dos fatos ora apurados, embora não execute os verbos delitivos em
epígrafe, circunstância esta que inviabiliza sua formal implicação, a não ser que a medida proposta seja deferida (explicar “modus opernadi”).
Malgrado a certeza da materialidade delitiva, outros meios de comprovar o protagonismo criminoso do investigado foram esgotados no transcorrer
do feito inquisitivo, amealhando-se provas testemunhais, antecedentes criminais, delações apócrifas, entre outros elementos probandes que
sugerem a autoria do investigado, sendo que este juízo de valor efetivo depende da interceptação em cotejo (“ultima ratio” – “nec delicta
maneant impunita”).
Vale ressaltar que, acaso deferida a medida acautelatória em voga, esta será levada a efeito observando-se vias apropriadas na seara da
telecomunicação, utilizando-se esta Autoridade Policial de técnicos especializados e pertencentes ao quadro da empresa concessionária de
serviços, conforme dicção expressa do art. 7.º da Lei 9296/96.
Por todo exposto esta Autoridade Policial encaminha o presente REQUERIMENTO/REPRESENTAÇÃO à elevada apreciação de Vossa
Excelência, na esteira das razões de fato e de direito acima delineadas.
___________________________
DELEGADO(A) DE POLÍCIA
Excelentíssimo Senhor Doutor__________
Meritíssimo Juiz de Direito da__________
(local)_______________
AUTO DE PRISÃO EM
FLAGRANTE
Auto de Prisão em Flagrante Delito
Às [...]h do dia [...] do mês de [...] de [200...], na sede do Plantão Policial do [...]Distrito Policial, onde presente se
achava a Autoridade Policial Doutor [..........], comigo, Escrivão de Polícia, ai compareceu o CONDUTOR, [ ... nome e
RG/RE do condutor ...], conduzindo o preso [ ...nome do preso ...], por infração, em tese, ao artigo [...artigo,
parágrafo, inciso, alínea, lei, código etc .....], haja vista ter sido este surpreendido logo após ter [..... sintética descrição
da conduta do preso ...] na [ ... endereço do local do crime ...], circunscrição do [....]º D.P. [ ...município ...], do que
foram testemunhas [ ...nomes das testemunhas ...]. Entrevistadas as partes e formado seu convencimento jurídico,
deliberou a Autoridade Policial por ratificar a voz de prisão dada pelo condutor e, após cientificar o preso quanto aos
seus direitos individuais previstos no artigo 5º da Constituição Federal (em especial os de receber assistência de
familiares ou de advogado que indicar, de não ser identificado criminalmente senão nas hipóteses legais, de ter
respeitadas suas integridades física e moral, de manter-se em silêncio e/ou declinar informações que reputar úteis à sua
autodefesa, de conhecer a identidade do autor de sua prisão e, se admitida, prestar fiança e livrar-se solto) determinou a
lavratura deste AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO, providenciando-se, conforme documentação
adiante acostada, que fica fazendo parte integrante deste:
1) oitiva do condutor com entrega de cópia do termo
2) expedição de recibo de entrega do preso em favor do condutor;
3) oitiva das testemunhas e da vítima;
4) interrogatório do conduzido.
Resultando demonstradas, pelos elementos de convicção colhidos, a autoria e a materialidade da infração penal,
julgou a Autoridade Policial subsistente este auto de prisão em flagrante delito, determinando ainda a expedição de nota
de culpa ao preso. Nada mais havendo, determinou a Autoridade Policial o encerramento deste auto que assina com o
autuado e comigo, Escrivão de Polícia, que o digitei e imprimi.
Autoridade Policial__________________________________
Autuado __________________________________________
Escrivão de Polícia__________________________________
Termo de Depoimento do Condutor E
Recibo de Entrega de Preso
Às [...]h do dia [...] do mês de [...] de [200 ..], na sede do Plantão Policial do
[...]º Distrito Policial, onde presente se achava a Autoridade Policial Doutor
[..........], comigo, Escrivão de Polícia, ai compareceu o CONDUTOR, [ ... nome e
RG/RE do condutor ...], conduzindo o preso [ ...nome do preso ...], por infração,
em tese, ao artigo [...artigo, parágrafo, inciso, alínea, lei, código etc .....], haja
vista ter sido este surpreendido logo após ter [..... sintética descrição da
conduta do preso ...] na [... endereço do local do crime ...], circunscrição do
[....]º D.P. [ ...município ...], do que foram testemunhas [ ...nomes das
testemunhas ...] Entrevistadas as partes e formado seu convencimento jurídico,
deliberou a Autoridade Policial por ratificar a voz de prisão dada pelo condutor
e, assim, expedir em favor deste o presente “recibo de entrega do preso” que
assina com o condutor e comigo, Escrivão de Polícia, que o digitei e imprimi.

Autoridade Policial______________________________
Condutor _____________________________________
Escrivão de Polícia______________________________
Termo de Depoimento em

Auto de Prisão em Flagrante Delito
Às [...]h do dia [...] do mês de [...] de [200 ..], na sede do Plantão Policial do [...]º
Distrito Policial, onde presente se achava a Autoridade Policial Doutor [..........],
comigo, Escrivão de Polícia, na seqüência do auto de prisão em flagrante delito
em que é paciente [ ...nome do preso ...] passou-se à inquirição da testemunha
[..qualificação completa da testemunha ...]. Alfabetizada. Compromissada, às de
costume nada disse. Indagada, às perguntas respondeu: [... respostas da
testemunha...]. Nada mais disse nem lhe foi perguntado. Lido e assinado, fica este
termo fazendo parte integrante do auto de prisão em flagrante delito epigrafado.

Autoridade Policial________________________________
Testemunha _____________________________________
Escrivão de Polícia________________________________
Termo de Declarações em

Auto de Prisão em Flagrante Delito
Às [...]h do dia [...] do mês de [...] de [200 ..], na sede do Plantão Policial do [...]º
Distrito Policial, onde presente se achava a Autoridade Policial Doutor [..........],
comigo, Escrivão de Polícia, na seqüência do auto de prisão em flagrante delito
em que é paciente [ ...nome do preso ...] passou-se à inquirição da vítima
[..qualificação completa da vítima ...]. Alfabetizada. Indagada, às perguntas
respondeu: QUE [...respostas da vítima ...] Nada mais disse nem lhe foi
perguntado. Lido e assinado, fica este termo fazendo parte integrante do auto
de prisão em flagrante delito epigrafado.

Autoridade Policial____________________________
Vítima _____________________________________
Escrivão de Polícia____________________________
Termo de Interrogatório em

Auto de Prisão em Flagrante Delito
Às [...]h do dia [...] do mês de [...] de [200 ..], na sede do Plantão Policial do [...]º Distrito Policial, onde
presente se achava a Autoridade Policial Doutor [..........], comigo, Escrivão de Polícia, na seqüência do
auto de prisão em flagrante delito em que é paciente [ ...nome do preso ...] passou-se ao interrogatório
do preso de nome [..............], R.G.nº [.......], de nacionalidade [......], natural de [.....], nascido aos [.....],
filho de [......e.......], de profissão [....], residente na [.....] e com endereço de trabalho na [.........].
Sabendo ler e escrever. Preliminarmente foi o interrogado cientificado pela Autoridade Policial quanto
aos seus direitos individuais constitucionalmente previstos, em especial os de receber assistência de
familiares ou de advogado que indicar, de não ser identificado criminalmente senão nas hipóteses legais,
de ter respeitadas suas integridades física e moral, de manter-se em silêncio e/ou declinar informações
que reputar úteis à sua autodefesa, de conhecer a identidade do autor de sua prisão e, se admitida,
prestar fiança e livrar-se solto. Cientificado da imputação que lhe é feita nestes autos e das provas contra
si existentes, ao ser interrogado pela Autoridade Policial, às perguntas respondeu: QUE [....respostas do
preso....] Nada mais disse nem lhe foi perguntado. Lido e assinado, fica este termo fazendo parte
integrante do auto de prisão em flagrante delito epigrafado.

Autoridade Policial_______________________________
Conduzido _____________________________________
Escrivão de Polícia_______________________________
Nota de Culpa
Distrito Policial: ___.º DP – Bairro ____
B.O. n. ____

NOTA DE CULPA

O Doutor _________, Delegado de Polícia, faz saber a “R”, que se acha preso em flagrante delito por
haver transgredido o(s): Artigo, parágrafo, inciso, legislação, descrição.
Em ___ de _______de 2011, às __:__ horas, na _________, n. ____, Bairro ____, Cidade ____, de
que foram condutor e testemunhas: _______, ________ e ________, do que se lhe dá ciência, nesta
oportunidade, para que possa tomar as providências que entender de seu interesse, a fim de ser
processado na forma legal.

Comarca, data
_______________
Delegado de Polícia

Recebi a via original deste documento na data de hoje.


Comarca, data.
_______________
“R”
FIM

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