Calor Específico

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS


FÍSICA BACHARELADO

CALOR ESPECÍFICO DA ÁGUA

Flávia Santos Ferreira (202010553)


João Pedro B. H. Del Rey (202010223)
Thalisson Domingos Dias Torres (201911480)

ILHÉUS-BAHIA
2022
Flávia Santos Ferreira (202010553)
João Pedro B. H. Del Rey (202010223)
Thalisson Domingos Dias Torres (201911480)

CALOR ESPECÍFICO DA ÁGUA

Relatório apresentado como parte dos critérios de ava-


liação da disciplina CET 172 - Laboratório de Fí-
sica II. Turma P01. Dia de execução do experimento:
09/05/2022.
Professora: Fabiane de Jesus.

ILHÉUS-BAHIA
2022
Sumário
1 Introdução 3

2 Objetivos 4

3 Materiais e Métodos 4
3.1 Materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
3.2 Métodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

4 Resultados e Discussão 5

5 Conclusão 9

Referências Bibliográficas 10
1 Introdução
Quando um corpo está sobre influência de um gradiente de temperatura, tende a
ganhar ou perder calor, de forma a minimizar as diferenças de temperatura. Existem, em
geral, quatro formas de condução de calor; essas são: condução, radiação, evaporação e
convecção. Estas ocorrem em diferentes condições e dependem do meio em que a energia
flui; aqui o meio de condução será um fluído, portanto a condução se dará via convecção.
De forma geral, o calor é a energia térmica que flui de um corpo com maior temperatura
para outro com menor temperatura, pela 2° lei da termodinâmica. Ainda mais, a taxa de
transferência de energia, dQ/dt, deve ser proporcional a área de contato A entre os corpos
e também deve ser proporcional à diferença de temperaturas - maior o gradiente, maior a
condução. Desta forma, podemos escrever a lei de Fourier na seguinte forma:

dQ dT
= −kA , (1)
dt dx

em que k é a condutividade térmica do material, uma constante positiva medida em


unidades de W/m · K. Neste experimento o aquecimento ocorrerá por meio de um resistor
inserido em um fluido dentro de um recipiente isolado. Este resistor fornecerá energia a
uma taxa de P unidades de energia por tempo; desta forma o calor fornecido ao fluido
será, dentro de um intervalo de tempo ∆t,

Q = P ∆t (2)

onde a potência P , para o resistor mantido a tensão constante, será:

V2
P = . (3)
R

Esta absorção de energia causará uma variação ∆T na temperatura, proporcional à


capacidade térmica do fluído. Porém, o recipiente é composto, além do fluido, por copos de
alumínio, isopor e uma pequena camada de ar. O isopor e a camada de ar estão submetidos
a um gradiente de temperatura: uma superfície está em contato com o ambiente e outra
com o fluido. Assim, utilizando a eq. (1) e definindo um novo Q′ que denota o calor

3
absorvido pelo sistema água + copo de alumínio, têm-se:

Tf − T ∗ Tf − T ⋆
 

Q = Q − kA AA + kI AI ∆t (4)
LA LI

onde Q é o calor total fornecido pelo resistor, obtido pela junção das equações (2) e (3).
Pode-se, portanto, relacionar Q′ com a variação da temperatura do conjunto água + copo
de alumínio:

Q′ = (mc∆T )água + (mc∆T )copo , (5)

onde ∆T = Tf − Ti é o aumento de temperatura no sistema devido ao fornecimento de


energia durante um tempo ∆t. Da expressão acima, pode-se obter o calor específico c da
água:

Q′
a≡ = mc + mc calum ; (6)
∆T

a − mc calum
c= . (7)
m

2 Objetivos
Determinar o calor específico da água utilizando uma fonte de calor de potência
conhecida.

3 Materiais e Métodos

3.1 Materiais

• Fonte de tensão;

• Multímetro;

• Calorímetro;

• Termômetro;

4
• Paquímetro;

• Balança;

• Cronômetro.

3.2 Métodos

Começamos o experimento fazendo as medições indicadas no roteiro e medindo também


a suas devidas incertezas. Em seguida, medimos a massa do copo de alumínio interno
ao calorímetro, depois medimos a ma massa do copo com uma pequena quantidade de
água. Com a água ainda "natural", medimos sua temperatura. Usamos o multímetro
para medir a resistência dos resistores utilizados na realização do experimento. Como
indicado no "guia do experimental", ajustamos a fonte de tensão para 6,0 V. Logo em
seguida ligamos a fonte de tensão ao calorímetro e começamos a contagem de tempo para
aumento de 1°C. Para facilitar a contagem, nós aguardamos a água que estava a 27°C
em temperatura ambiente, atingir 30°C, para daí começarmos a contagem de tempo e de
temperatura. Fizemos essas medidas até que a temperatura aumentasse em 10°C.

4 Resultados e Discussão
A resistência de (6,40 ± 0,01) Ω foi submetida a uma tensão de (6,01 ± 0,01) V; assim
a potência P = V 2 /R fornecida ao sistema foi:

P = (5,644 ± 0,021) W. (8)

Em que a incerteza foi calculada com a expressão:


s 2  2
2V V2
σP = σV2 + σR2 . (9)
R R2

A princípio, desconsiderando qualquer variação da resistência devido ao aumento de


temperatura, a eq. (8) fornece a taxa de energia fornecida ao sistema durante todo o
experimento. Porém, como explicitado na introdução, parte desta energia é direcionada ao
ambiente por condução via a camada de ar acima do copo de alumínio e também pelo
isopor que o isola pela lateral e por baixo. A área em contato com o isopor é a área lateral

5
do copo cilíndrico e a área da secção reta - esta igual a área em contato também com o ar,
denotada por AA . Assim, como o diâmetro do copo é dc = (6,60 ± 0,02) × 10−2 m e sua
altura é hc = (8,20 ± 0,02) × 10−2 meter, a área lateral do copo AI , na interface com o isopor
q
é dada pela expressão AI = πdc hc e sua incerteza por σAI = (πhc )2 σd2c + (πdc )2 σh2c e seu
valor numérico encontra-se abaixo:

AIl =(1,700 ± 0,066) × 10−2 m2 (10)

Vale salientar que ao obter AI como foi feito, está implícito a aproximação de que a área
onde a transferência de calor ocorre é constante. Porém esta varia radialmente, assim
a área que deveria ser utilizada na eq. (1) é efetivamente maior que a área obtida. A
diferença entre os diâmetros será o comprimento LI = dI − dc e a incerteza dada por
q
σLI = σd2I + σd2c . Com o diâmetro dI = (9,20±0,02)×10−2 m mensurado, o comprimento
de condução será:

LI = (2,600 ± 0,028) × 10−2 m. (11)

Para a camada de ar acima do copo, o comprimento linear LA medido foi LA =


(1,0 ± 0,2) × 10−2 m e a área de condução é a secção reta do corpo, ou seja AA = πd2c /4
cuja incerteza é σAA = πdc σdc /2. Estes dados encontram-se resumidos na tabela abaixo:

Tabela 1: Parâmetros de condução de calor para o ambiente.

Material L ×10−2 (m) A ×10−2 (m2 ) k (W m−1 K−1 )


2,600 ± 0,028 1,700 ± 0,066
Isopor 0,036 ± 0,020
1,5 ± 0,02 0,342 ± 0,021
Ar 1,0 ± 0,02 0,342 ± 0,021 0,026 ± 0,020

Com estes dados, pode-se calcular a potência P que flui para o ambiente por cada
meio com as eq’s. (2) e (1) cuja incerteza é:
s 2  2  2  2
A∆Ta k∆Ta kA kA∆Ta
σP = σk2 + σA2 + 2
σ∆T + σL2 (12)
L L L a
L2

onde ∆Ta é a diferença de temperatura entre o fluido e o ambiente. Finalmente, as tabelas


com os dados amostrados, junto ao calor total fornecido Q e absorvidos QA e QI pelo
ambiente, encontram-se abaixo.

6
Tabela 2: Dados amostrados durante o experimento.

(∆t ± 0,01) s (Tf ± 0,05) °C (∆Ta ± 0,71) °C Q × 102 (J)


41,72 30,0 3,00 2,3546 ± 0,0087
42,66 31,0 4,00 2,4076 ± 0,0089
37,15 32,0 5,00 2,0967 ± 0,0077
44,44 33,0 6,00 2,5081 ± 0,0092
46,72 34,0 7,00 2,6368 ± 0,0097
43,20 35,0 8,00 2,4381 ± 0,0090
35,56 36,0 9,00 2,0069 ± 0,0074
49,50 37,0 10,0 2,7937 ± 1,0003
46,47 38,0 11,0 2,6227 ± 0,0097
51,87 39,0 12,0 2,9274 ± 1,0008
49,47 40,0 13,0 2,7920 ± 1,0003

Em que Tf é a temperatura amostrada, ∆t o tempo decorrido para aumentar 1°C a



partir de Tf , ∆Ta = Tf − T ∗ (e sua incerteza é σ∆Ta = 2σT ) onde T ∗ é a temperatura
ambiente e Q = P ∆t é a energia liberada pelo resistor ao longo do intervalo de tempo ∆t.
De forma geral, a incerteza para a energia será:

q
2
σQ = P 2 σ∆t + (∆t)2 σP2 . (13)

Assim, Q′ = Q − QI − QA , e c, o calor específico da água, encontram-se na Tabela (3)


onde foi definido Qa = QI + QA .

Tabela 3: Calores calculados.

Qa × 101 J Q′ × 102 J
1,408 ± 0,959 2,2138 ± 0,963
1,920 ± 1,273 2,2157 ± 0,1276
2,090 ± 1,368 1,8877 ± 0,1370
3,000 ± 1,950 2,2081 ± 0,1952
3,679 ± 2,381 2,2689 ± 0,2383
3,888 ± 2,509 2,0493 ± 0,2510
3,600 ± 2,319 1,6469 ± 0,2320
5,568 ± 3,581 2,2368 ± 0,3582
5,750 ± 3,694 2,0476 ± 0,3695
7,002 ± 4,495 2,2272 ± 0,4496
7,235 ± 4,641 2,0685 ± 0,4642

Porém, para ajustar a equação de Q′ , em função da variação da temperatura, é necessário


somar cumulativamente todos Q′ calculados, de forma que, definindo Qefi = Q′i + Q′i−1 ,
então os dados a ser ajustados são:

7
Tabela 4: Dados definitivos.

Qef × 103 (J) (∆T ± 0,5 )°C


0,2206 ± 0,0097 0
0,441 ± 0,022 1
0,628 ± 0,036 2
0,847 ± 0,055 3
1,072 ± 0,079 4
1,275 ± 0,104 5
1,438 ± 0,127 6
1,658 ± 0,163 7
1,860 ± 0,201 8
2,079 ± 0,246 9
2,282 ± 0,293 10

As expressões utilizadas para os coeficientes da regressão são [3]:


P P P
N i x i yi − j x j i yi
a= P 2 P 2
, (14)
N i xi − ( i x i )

2
P P P P
N i x i yj − x j xi y i
b= Pj 2 Pj 2 i ; (15)
N i xi − ( i xi )

e suas respectivas incertezas:


v " #
u
u D 1
σa = t (16)
N − 2 N i x2i − ( i xi )2
P P

e
v " #
u P 2
u D x
σb = t i i
. (17)
N − 2 N i x2i − ( i xi )2
P P

Onde D é a soma dos quadrados da distância entre os dados e o ajuste:

X
D(b,a) = [yi − b − axi ]2 , (18)
i

enquanto o gráfico obtido é exibido logo abaixo:


Com o valor do coeficiente linear, pode-se calcular o calor específico da água utilizando
a eq. (7). Os valores teóricos e experimentais do coeficiente linear e do calor específico

8
Figura 1: Regressão obtida.

são:
Tabela 5: Resultados obtidos.

– Teórico Experimental Erro Relativo


a (J K−1 ) 152,89 ± 0,45 205,0 ± 0,4 34,08%
c (J g−1 °C−1 ) 4,180 ± 0,010 5,662 ± 0.014 35,45%

5 Conclusão
Alguns pontos foram de extrema importância para a margem de erro elevada. O fato
de que o copo de alumínio tinha um formato cilíndrico, tendo assim uma variação em seu
raio em função do comprimento acarretou em uma margem de erro significativa, que foi
somada com outros empecilhos nos quais foram discutido, tais como perca de temperatura
para a camada de ar e para demais pecas próximas que absorviam a energia térmica.

9
Referências Bibliográficas
[1] Roteiro do Experimento. Disponível em: https://12f0f62b-dc75-8823-594d-b8ce276384f7.
filesusr.com/ugd/582009_5147ebd1c92dc7f28f5175aff1b73f35.pdf. Acesso em: 23 de maio
de 2022.
[2] NUSSENZVEIG, Moysés. Curso de Física Básica: Fluídos, Oscilações, Ondas e
Calor. 3° edição. Rio de Janeiro: Editora Blucher, 1997.
[3] Apostila de Método dos Mínimos Quadrados. Disponível em: https://12f0f62b-dc75-8823-594d-b
filesusr.com/ugd/582009_35c946e9a8653eecf4ba251c5f5524b0.pdf. Acesso em: 09 de maio
de 2022.

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