03 - Serramento

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PROF: JAIRO de ALMEIDA MONTALVÃO

CURSO: ENGENHARIA MECÂNICA

DISCIPLINA: PROCESSOS DE FABRICAÇÃO II

TEMA DA AULA: “SERRAMENTO”


3. O que é Serramento?
É um processo de usinagem, operação que consiste em cortar, abrir
fenda e iniciar ou abrir rasgos em um material, normalmente executada
com serra ou serrote, promovendo a retirada de material.

3.1 Operação de Serramento


O corte de metais e outros materiais é uma das operações mais
largamente aplicadas, sendo na maioria das vezes a primeira operação
do processo de fabricação, responsável por dividir a matéria prima, que
é adquirida em chapas, barras ou tarugos.
Figura 01- Tipos de Matéria prima
3.2 Tipos de Operações de cortes
Existem diversas formas de realizar uma operação de corte, que
dependem das características do material. Processos que utilizam
oxiacetilênio, laser, plasma, jato d água (puro ou com abrasivos) são
tratados como processos não convencionais de usinagem pois não usam
cunha cortante. Com exceção do oxiacetilênio são processos de alto custo
e de aplicação em circunstâncias específicas.

Figura 02 – Cortes oxiacetilênica e laser


Figura 03 – Cortes a plasma e jato d’agua
3.1. Corte com lâminas sem dentes
 Tesoura manual: Aplicadas para chapas finas, com espessura de até 1
mm. Há tesouras específicas para efetuar cortes retos e outras para
cortes curvos.

Figura 04 – Tesoura reta e tesoura curva


 Características da tesoura manual
 Lâmina de corte fabricada em aço Cromo-Molibdênio forjada.
 Cabo em aço carbono, revestido com borracha antiderrapante.
 Tratamento térmico por indução nas áreas de corte.
 Lâminas serrilhadas, que permitem um corte sem rebarbas e evitam
o deslizamento da chapa metálica durante o corte.
 Articulação com 3 pontos de apoio e sistema de multiplicação de
força.
 Permite cortes em chapas de aço e de aço inox.
 Trava de segurança que mantém a tesoura fechada.
 Restrições de uso da tesoura manual
 Nunca ultrapassar a capacidade de corte da tesoura, isso pode
danificar a lâmina.
 Nunca utilizar prolongadores para aumentar a força aplicada.
 Nunca cortar arames e pregos; esta ação pode danificar a lâmina e
diminuir a qualidade do corte em chapas metálicas.
 Nunca utilizar para cortes de materiais energizados, como fios e
cabos elétricos.
 Tesoura de bancada: Utilizado no uso profissional como industrial, Para
chapas com espessura entre 1 e 5 mm (3/16”). É fabricado em ferro
nodular e laminas em aço de alta dureza e utilizado para diversos tipos
de cortes.

Braço

articulações

Lâminas
Base

Figura 05 – Tesoura de bancada


 Características das tesouras de bancada
 Indicada para aplicação de corte de chapas de médio e alto carbono,
com dureza máxima de 35 HRC.
 Usadas em serralherias, funilarias e indústrias
 Fácil funcionamento
 Guilhotinas: Para chapas com espessura acima de 1,5 mm

Figura 06 – Guilhotina
3.2. Corte com lâminas dentadas (serras)
Diversos Em trabalhos de manutenção a operação de serrar pode ser
feita à mão, com um serrote (madeira) ou com um arco de serra (figura
1.7). O uso de cinzel (ou talhadeira) também pode ocorrer.)

Figura 1.7 – Arco de serra.


Figura 1.6 – Cinzel e Arcos de serra.
3.3 Tipos de serra e suas aplicações
Na hora de escolher seu equipamento fique atento aos tipos de
serra disponíveis, já que elas serão fundamentais para determinar o
acabamento do produto e resultado final, eles são classificadas em
serras elétricas e serras manuais.

3.3.1 Tipos de serras elétricas


As serras elétricas foram produzidas para otimizar nosso tempo, já que
aceleram o trabalho manual. Oferecem um corte preciso e facilitam a
rotina de muitas marcenarias.
3.3.2 Serra Mármore
A serra mármore, é destinada ao corte de azulejos, mármore, pisos,
pedras, paredes, tijolos, entre outros. Possui discos menores e alta
rotação, além do motor na frente da lâmina, que facilita o manuseio do
equipamento. Alguns modelos de discos diamantados também
permitem o corte de madeira com a serra mármore, o que a torna ainda
mais versátil.
3.3.3 Serra Circular
Uma das serras mais versáteis, a serra circular é usada para cortar vários
materiais, tudo depende da lâmina em uso. Ela pode ser encontrada em 4
versões, sendo elas: manual, esquadrejadeira, de bancada e meia
esquadria. O seu uso é indicado para todos os tipos de madeira, mármore,
telhas e cerâmicas, além disso possui rotação baixa. Quando usada com
lâminas de dentes largos, produz cortes grossos. Já a lâmina universal
chega a cortar madeira maciça e derivados.
Figura 1.10 – Serra circular e formas de movimentação da serra.
3.3.4 Serra tico-tico
Seu uso é indicado para materiais como madeira, metais, azulejos e
plástico. Suas serras são pequenas, o que permite alcançar detalhes
minuciosos. A versatilidade da serra tico-tico não para por aí, pois com ela
é possível fazer cortes em até 45° em linha reta, curva, perpendiculares ou
inclinadas.
3.3.5 Serras alternativas
É uma maquina ferramenta que transforma movimentos rotativos em
alternativo e através de uma lâmina de serra secciona os materiais
metálicos. Podemos ter dois tipos de avanços, mecânicos e
hidráulicos.

Contrapeso

Arco

Manivela Lamina
de aperto Peça
Figura 1.9 – Serra alternativa.
Mecanismo de avanço Mecânico: O seu funcionamento tem como
principio da alavanca cuja pressão é realizada pela pressão feita com o
próprio peso do arco e regulável com auxilio do contrapeso.
Mecanismo de avanço hidráulico: é realizada através de uma bomba
hidráulica com válvula que permite a regulagem do avanço progressivo e
uniforme da lamina.
Esse tipo de serra possui um dispositivo regulável possibilita ajustar o
momento do desligamento da máquina, permitindo que cortes
incompletos sejam executados. Após o encerramento do corte a lâmina
volta para a posição inicial. Durante o corte, além do movimento
alternativo, observa-se que durante o avanço a lâmina é pressionada
contra a peça e durante o retorno a lâmina é levemente afastada.
Reduzindo o atrito desnecessário e aumentando a vida útil da lâmina.
Figura 1.11 – Serra circular e formas de movimentação da serra.
3.3.6 Serra fita
É uma máquina – ferramenta, cuja fita da serra se movimenta de
forma continua por meio da rotação de volantes e polias acionada por um
motor elétrico.
A serra fita possui uma lâmina que consegue atingir profundidades
maiores, por isso é muito requisitada para realizar cortes em materiais
espessos — o que outros tipos de serra não conseguem. Como é ideal
para fazer cortes em curvas, seu uso não é indicado para quem busca
precisão.
São amplamente utilizadas pois além de cortar em linha reta, como
nos outros tipos de serra, podem serrar contornos. Possui dispositivos
para cortar, soldar, revenir e retificar a fita que pode-se romper com
relativa facilidade.
Existem dois tipos de serra fitas caracterizadas pela posição de
funcionamento da fita: vertical e horizontal.
3.3.7 Serra Fita Vertical
A máquina vertical é apropriada para cortes em contornos externos e
internos de peças fabricadas em chapas e barras. O avanço é da peça
contra a serra, por meio de esforço do operador .
Funcionamento: é realizado um movimento através de volantes revestidos
de borracha na sua periferia, para evitar o deslizamento da mesma, e a
tensão correta da fita é realizada através da movimentação do volante
superior.
Movimentação da mesa: Ela é inclinável o que permite o corte em ângulos,
o que é conseguido através de um dispositivo de articulação.
Guias da fita: tem como objetivo estabilizar a fita durante o corte. A guia
superior tem a altura ajustável conforme a espessura da peça a ser cortada.
 Partes da serra fita vertical
1. Chave de partida
2. coluna
3. chaves elétricas do soldador e rebolo
4. Rebolo
5. controle de pressão na soldagem da
lâmina
6. tesoura
7. soldador elétrico da serra
8. caixa de volante conduzido
9. volante de tensor da fita
10. guia do motor e transmissão
11. mesa inclinável
12 caixa do motor e transmissão
13. gaveta de ferramentas
14. caixa do volante condutor

Figura 1.13 – Serra vertical


3.3.8 Serra Fita Horizontal
Tem a mesma finalidade da serra alternativa, porém com um
rendimento maior devido ao movimento contínuo da fita de serra.
A máquina horizontal, a peça é fixada em uma morsa e um sistema
hidráulico realiza o avanço da serra contra o material.

Figura 1.14 – Serra fita horizontal


 Partes da Serra Fita Horizontal
1. Caixa de armação
2. Volante conduzido
3. Contrapeso móvel
4. Engrenagem de dentes internos
5. Volante condutor
6. Redutor de velocidades
7. Parafuso e porca deslocamento da morsa
8. Controle hidráulico do avanço
9. Motor elétrico
10. Mola de tensão da armação.
 Funcionamento: Através do volante condutor que é acionado por
meio de um redutor de velocidades por meio de uma engrenagem
de dentes internos, acionada por um motor elétrico e polias em “V”
escalonadas.
 Guias da fita de serra: tem a função de dar estabilidade à fita.
 Avanço da fita: é realizado através do próprio peso do arco
regulado por meio de válvula hidráulica junto com contrapeso móvel.
 Condições de uso:
1. Lubrificar a máquina periodicamente
2. Regulagem da tensão da fita para que não há deslizamento na
superfície de contato do volante.
3. Esmerilhar o local da solda a fim desse acabamento permitir o
deslizamento entre as guias.
A peça é presa através de uma morsa a qual esta montada no
barramento da máquina, podendo fazer cortes de 90º 45º entre outros.
Essas máquinas possuem dispositivos hidráulicos, permitindo
regulagens precisas do avanço, o que permite um controle sobre a
pressão de corte com excelência.
Ao final do corte a máquina desliga, ao contrario da alternativa ela
não levanta a serra.
3.4 Tipos de serras manuais
As serras manuais são ferramentas muito usadas em marcenarias, mas
não ficam de fora no uso doméstico, pois ajudam em reformas simples.
3.4.1 Serrote
A sua popularidade se deve ao fácil manuseio com certa habilidade para
realizar cortes de troncos e toras. Possui uma lâmina de aço serrilhada e
presa a um cabo de madeira ou plástico em uma de suas pontas. Ela é uma
ferramenta portável e operável com uma mão.
3.4.2 Serrote de costas
O serrote de costas possui uma lâmina retangular com reforço de uma
banda metálica. Durável e resistente, tem dentes finos e corta madeira
folheada, molduras e perfis. O seu aço temperado é de 10mm de largura.
3.4.3 Arco de serra (serras)
É uma ferramenta de serramento manual muito utilizada para cortar
diferentes tipos de materiais, como por exemplo tubos de pvc, barras
metálicas, madeira, entre outros. Essa ferramenta manual é essencial
para marcenarias, serralherias, carpintarias e hidráulicas, tanto nas
industriais quanto para o uso doméstico.

Arco de serra
 Passos básicos para o bom uso do arco de serra:
1º Passo: Fixação correta da lâmina. Neste primeiro passo é importante
observar o sentido dos dentes de acordo com o avanço do corte, garantindo
eficiência e segurança durante a atividade de corte;
2º Passo: O jeito de segurar. O trabalhador deve empunhar o arco de serra
com uma das mãos e, com a outra, ele deve segurar o material a ser serrado
ou cortado;
3º Passo: Cuidado com os movimentos. Em seguida são feitos
movimentos de vai-e-vem para que a lâmina comece a cortar a matéria
prima. É importante dar maior pressão no movimento de ida (no sentido de
corte da serra), dando menor pressão no momento da volta, que é o sentido
contra o corte da serra.
4º passo: Finalização. O movimento é repetido até que o arco de serra
efetue o corte por completo, utilizando todo o comprimento da lâmina.
 Vantagens do arco de serra
Quando comparadas com outros tipos de serra, a utilização do arco de
serra oferece diversas vantagens ao usuário.
– Bom custo-benefício: O arco de serra é considerado uma ferramenta bem
mais barata e ideal para cortes rápidos e menos exigentes;
– Com uma boa lâmina, o arco de serra garante corte preciso e rápido, além
de garantir maior durabilidade, possibilitando um fio mais prolongado;
– Não ocupa espaço, podendo ser guardada sem maiores problemas.
– Não é necessário nenhum treinamento prévio para seu manuseio.
 Lâmina do Arco de serra
A lâmina de serra é caracterizada pelo comprimento, que comumente
mede 8'', 10”, ou 12”, pela largura da lâmina, na maiorias das vezes mede 1/2”.
O número de dentes das serras são caracterizadas por polegada, e são de
acordo com o material a se cortar, tais como:
- 14 dentes por polegada, são utilizadas no corte de grandes secções de
metais resistentes;
- 18 e 24 dentes por polegada, usada para materiais com baixa dureza (cobre,
latão, alumínio e metais;
- 32 dentes por polegada, usada para corte de tubos de paredes finas e para
chapas finas.
3.4.4 Serra universal
Muito encontrada em kit de marcenaria, a serra universal realiza cortes
em materiais como plástico, metal e madeira.
3.5 Serras
A lâmina de serra aço rápido é confeccionada com aço rápido de
grande durabilidade contra desgaste e ainda possui tenacidade, este
modelo de lâmina de serra é temperada a vácuo em fornos, e esses
por sua vez garantem um perfil homogêneo e também mais dureza à
lâmina de serra.
3.5.1. Forma dos dentes
A forma dos dentes depende do tipo de serra. Em serras
de lâmina e de fita tem-se os dentes travados enquanto que
nas serras circulares tem-se dentes chanfrados (postiços ou
não).
O travamento dos dentes faz com que a largura de corte
seja maior do que a espessura do corpo da lâmina, reduzindo
o atrito e melhorando o rendimento da operação. Pode-se ter
três tipos de travamento:
Figura 1.15 – Tipos de travamento.
3.5.2 Tipos de travamento
 Travamento alternado: possui um dente à direita seguido por um
dente à esquerda. Indicado para materiais como latão, bronze,
borracha, plástico, alumínio, zinco e cobre.
 Travamento ancinho: possui um dente alinhado seguido por um
dente à direita que por sua vez é seguido por um dente à esquerda.
Utilizado para cortar aços especiais.
 Travamento ondulado: possui 1 dente alinhado, 3 dentes à esquerda,
1 dente alinhado e 3 dentes à direita. Em cada sequência de 3 dentes
o dente central possui maior inclinação. Indicado para cortar aços
ferramenta e ferro fundido.
Nas serras em disco os dentes são chanfrados, e sua
finalidade é a mesma que a do travamento, ou seja, reduzir o
atrito. Pode-se encontrar serras com chanfros alternados
onde um dente possui chanfro do lado esquerdo e o dente
seguinte no lado direito. Outro tipo é o duplamente
chanfrado, que possui este nome por ter um dente com
chanfro nos dois lados após cada par de dentes com apenas
um chanfro.
Figura 1.16 – dois tipos de chanframentos citados.
.
Deve-se dar preferência para as fitas mais largas pois são mais resistentes
e permitem que a operação seja efetuada de forma mais rápida. Mas a
largura da serra de fita depende do menor raio a serrar. A tabela 1.2
apresenta a indicação de um fabricante.

Raio mínimo Largura da serra fita


3,2 mm (1/8”) 3,2 mm (1/8”)
7,9 mm (5/16”) 4,8 mm (3/16”)
15,9 mm (5/8”) 6,35 mm (1/4”)
36,5 mm (1 7/16”) 9,5 mm (3/8”)
63,5 mm (2 ½”) 12,7 mm (1/2”)
Tabela 1.2 – Relação entre a espessura da serra e o raio mínimo.
3.5.3 Serras de discos
Também nas serras de disco pode-se encontrar os dentes postiços,
que são feitos de materiais mais resistentes e podem ser facilmente
substituídos quando se desgastam ou quebram. São indicados para
operações que exigem alto desempenho. Pode-se observar que os
dentes postiços também são chanfrados, mas de forma diferente do
chanframento já apresentado. Neste caso um dente possui chanfros nos
dois lados enquanto o dente seguinte possui chanfro no topo.
Figura 1.17 – Dentes postiços para disco de serra.
3.5.4 Serra especiais para furo
 Serra copo: é um acessório de furadeiras que permite
obter furos de grande diâmetro em tempo reduzido. É
guiada por uma broca, como ilustra as

 Copo abrasivo: são discos sem dentes e recobertos por


material abrasivo que cortam o material por fusão. São
acessórios de máquinas de serra a disco.
Figura 1.18 – Serra copo.
Figura 1.19 – Operações com Serra copo.
Copo abrasivo
Figura 1.20 – Operações com Serra copo.
As serras copo de um determinado fabricante possuem
diâmetros que variam de 15 a 152 mm (9/16” a 6”) e que
podem serrar até uma profundidade de 29 mm (1 1/8”).
Pode-se ainda adaptar uma mola ejetora dentro da serra
para remover a parte cortada da serra, caso fique presa.
A tabela 1.3 apresenta alguns problemas e suas possíveis
soluções envolvendo a serra copo.
Problema Causa Solução
A serra produz vibração
durante o corte Substituir os
Folga no eixo da rolamentos e/ou
A serra não acompanha furadeira. buchas do eixo da
o centro da broca furadeira.
piloto.
Rotação excessiva. Veja tabela de rotação.
Aquecimento excessivo
da serra Use refrigeração
Falta de refrigeração.
adequada.
Pressão excessiva ou
Aplique pressão
muito prolongada,
moderada, recuando a
Quebra de dentes entupindo a garganta
serra seguidamente
dos dentes pelo
para limpar o corte.
cavaco.

Tabela 1.3 – Problemas com serra copo e suas soluções.


3.5. Fixação para corte
A peça deve ser fixada com firmeza para evitar torção da
serra e, consequentemente, sua quebra. A figura 1.21
apresenta várias maneiras de fixação, sendo algumas delas
iguais a fixações realizadas no fresamento. Algumas
máquinas já possuem dispositivos de fixação próprios.
Figura 1.21 – Exemplos de fixação para corte.
3.6. Uso correto de serras
Existem diversas regras que devem ser obedecidas para obter o máximo
aproveitamento das serras. A regra mais importante diz que deve-se ter
pelo menos 3 dentes em contato com a peça em sua parte mais fina,
como mostra a figura 1.22. Desta forma, para se serrar chapas, tubos e
perfis deve-se utilizar uma serra com dentes pequenos.

Figura 1.22 – Regra dos três dentes.


Outra regra está relacionada com a dureza do material.
Quanto mais duro o material menor será o tamanho do
dente, e consequentemente ter-se-á mais dentes por
unidade de comprimento. Caso seja utilizada uma serra de
dentes grandes o corte será mais demorado.
Seguindo o mesmo raciocínio, para materiais macios
deve-se utilizar serras de dentes grandes. Se o vão dos
dentes forem muito pequenos não irão oferecer espaço
suficiente para arrastar o cavaco até a saída, dificultando o
movimento da serra e diminuindo o corte. Figura 1.23
Figura 1.23 – Regra da dureza do material.
Também deve-se observar o comprimento da seção da peça. Grandes
seções necessitam de serras de dentes grandes (para arrastar mais
cavaco até a área de saída). Se a serra possuir dentes pequenos, como
mostra a figura 1.24, o corte será dificultado pelo travamento da serra
pelos cavacos.

Figura 1.24 – Regra do comprimento da seção e tamanho do dente.


Para serras de fita e lâminas é comum encontrar as
seguintes dentições (dentes por polegada): 1 1/4, 2, 3, 4, 6,
8, 10, 14, 18, 24 e 32. Mas há também fitas especiais com
passo variável dos dentes, como por exemplo: 2-3, 3-4, 4-6,
5-8, 6-10, 10-14,

A tabela 1.4 apresenta algumas dificuldades que se


pode encontrar na operação de corte relacionadas com
suas possíveis causas.
Dificuldade Causas prováveis

Material mal fixado;


Aperto insuficiente da lâmina;
Quebra da lâmina
Início do movimento em contato
com a peça.
Quebra da lâmina nos furos de Aperto demasiado da lâmina;
fixação Pinos gastos ou pinos pequenos.
Aperto insuficiente da lâmina;
Lâmina gasta;
Pontos duros no material;
Corte não reto
Avanço excessivo;
Desgaste e/ou desalinhamento da
máquina.
Velocidade excessiva;
Pressão de corte excessiva;
Desgaste prematuro da serra Número de dentes incorretos;
Falta de refrigerante;
Dentes na direção errada.
Tabela 1.4 – Relação efeito causa de falhas em serras.
A Tabela 1.5 apresenta uma valores indicando a
lubrificação mais adequada para alguns materiais, mas é
sempre mais correto verificar no próprio catálogo do
fabricante a opção recomendada.

Material Lubrificante

Aço, latão e cobre Água com óleo solúvel.

Alumínio Querosene

Ferro fundido e bronze À seco

Tabela 1.5 – Refrigerante mais adequados.


3.7. Parâmetros de usinagem
Os parâmetros de usinagem para a operação de serramento são o
número de dentes (por polegada) da lâmina e a velocidade de atuação
que pode ser em metros por minuto para fitas ou em golpes por minuto
para máquinas alternativas. A tabela 1.6 e a tabela 1.7 apresentam
alguns valores para serras alternativas.

Material Golpes por minuto


Aços/níquel 70 a 85
Aços comuns, inoxidáveis, rápidos e tipo RCC 75 a 90
Tubos e perfilados 75 a 90
Ferro fundido 90 a 115
Bronze/Cobre 95 a 135
Alumínio/Latão 100 a 140
Tabela 1.6 - Golpes por minuto em máquinas alternativas.
Espessura do
até 20 mm 20 a 40 mm 40 a 90 mm mais de 90 mm
material
Dentes por
14 10 6 4
polegada

Tabela 1.7 – Seleção da serra com base na espessura do material para máquinas
alternativas.
Material até 13 mm 13 a 38 mm mais de 38
mm
Aços comuns 60 50 40
Aços cromo-níquel; aços fundidos 40 35 30
e
ferros fundidos
Aços rápido, inoxidável e tipo 30 25 20
RCC
Tubos e perfilados (parede 60 55 50
grossa)
Tubos (parede fina) 75 75 75
Metais não ferrosos; alumínio; 500 400 300
Antimônio; latão e magnésio
Cobre e Zinco 300 250 200
Tubos de cobre, alumínio ou latão 600 500 400
com parede fina
Figura1.8 – Seleção da velocidade de corte para serras de fita.
Obrigado pela atenção!
Referências bibliográficas
1. Parte 4, Operação de Serramento, disponível No site:
http://www.iem.unifei.edu.br/gorgulho/download/Parte_4_Serramento.pdf. Acesso/27/10/2014
2. MACHADO, A. R.; ABRÃO, A.; COELHO, R. T.; SILVA, M. B. Teoria da usinagem dos
materiais. 2ª edição, Editora. Blucher, São Paulo, Brasil, 2011.
3. Tesoura para chapas metálicas modelo aviador; WURTH, Disponível no site:
https://static.wurth.com.br/catalog/PDF/Info/08.06.0058_TESOURA-P-CHAPAS-METALICAS-
MODELO-AVIADOR.pdf: Acesso em 12/02/2020
4. MILL Industrias, Arco de serra, disponível no site: https://www.mill.com.br/arco-de-serra-
como-usar-essa-ferramenta-com-eficiencia-em-um-acougue/: Acesso em 14/02/2020

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