Tecnologia Mecanica Aula 1 Usinagem

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Tecnologia Mecanica

Felipe Vilar da Silva



[email protected]
Usinagem
Processo que d forma s peas atravs da
remoo de material.
Usinagem
Os processos de usinagem
comearam a ser desenvolvidos
quando o homem descobre que
pode transformar movimentos
lineares em movimentos de
rotao e realizar deteminadas
tarefas com maior preciso e
menor esforo fsico.
Importncia da usinagem
A maior parte dos produtos industrializados em alguma
de sua etapa dependem da usinagem
Importncia da usinagem na industria
metal mecnica
80% dos furos so realizados por
usinagem
100% dos processos de melhoria da
qualidade superficial so feitos por
usinagem
o comrcio de mquinas-ferramentas
representa uma das grandes fatias da
riqueza mundial
70% das engrenagem para
transmisso de potncia
Importncia da usinagem na industria
metal mecnica
Outros produtos usinados

70% das lentes de contatos
extraoculares
100% das lentes de contatos
intraoculares
Lentes para CD player ou
suas matrizes
Limite do processo de usinagem
TORNO
TORNO
FURADEIRA
SC. XX Sculo da tecnologia

1900 Taylor apresenta o Ao Rpido
1930 Vanner Bush inventa o primeiro computador
analgico
1935 desenvolvido o Metal Duro
1946 desenvolvido o primeiro computador
eletrnico digital o ENIAC
1947 desevolvido o primeiro transistor nos
Laboratrios Bell
1950 Primeira mquina-ferramenta numericament
controlada, MIT
SC. XX Sculo da tecnologia

1960 - Primeira LASER foi construdo por Theodore Maiman,
Laboratrios de pesquisa Hugues
1968 Borroughs produz os primeiros computadores utilizando
circuitos integrados
'70 - BRIAN Primeiras Pesquisas sobre usinagem de
ultrapreciso
'70 Primeiras ferramentas Cermets Japo
'80 Primeiras pesquisas sobre usinagem de alta-velocidade
'90 Ferramentas cermicas
'90 Ferramentas CBN, Diamante
Definies
Processo Mecnico de Usinagem

o processo que, mediante a remoo de cavaco por
determinada ferramenta, visa conferir uma pea a forma, as
dimenses ou o acabamento especificados, ou ainda uma
combinao qualquer destes trs itens.

Cavaco

Poro de material removida da pea pela ferramenta,
podendo apresentar forma geomtrica regular ou irregular.
Definies

Ferramenta de Usinagem
Ferramenta constituda de arestas
cortantes, destinadas remoo do
cavaco.
Ferramenta Mono-cortante

Caracteriza-se por possuir apenas uma
superfcie de corte, ou de sada.

Ferramenta Multi-cortante

Possui mais de uma superfcie de corte.
Conceitos Auxiliares

Superfcies definidas sobre a pea

Superfcie a usinar a superfcie da pea antes
da operao de usinagem.

Superfcie em usinagem a superfcie que est
sendo gerada pela ferramenta.

Superfcie usinada superfcie gerada pelo
processo de usinagem
- Superfcie a usinar: a superfcie da pea a ser removida pela usinagem
- Superfcie usinada: a superfcie desejada, produzida pela ao da ferramenta de
corte
- Superfcie transitria: a parte da superfcie produzida na pea pelo gume da
ferramenta e removida durante o curso seguinte de corte, durante a rotao seguinte da
pea ou da ferramenta ou pelo gume seguinte.
Superfcies da Pea
Superfcie usinada
Superfcie transitria
Superfcie a usinar
Tipos de Operaes de Usinagem
Desbaste

Operao de usinagem anterior ao acabamento,
que visa obter dimenses prximas s dimenses
finais da pea.

Acabamento
Operao de usinagem destinada a obter na pea as
dimenses finais, um acabamento especificado, ou
ambos.
Movimentos de Usinagem
Tipos de movimentos

Para atender ao propsito de uma mquina ferramenta
necessrio que se realizem movimentos relativos entre a
pea e a ferramenta.
Por conveno, os movimentos ocorrem supondo-se a
pea parada, sendo portanto, todo o movimento
realizado pela ferramenta.
Os movimentos relativos entre pea e ferramenta podem
ser classificados como ativos ou passivos, sendo
considerados movimentos ativos aqueles que provocam
remoo de material.
Movimentos Ativos
Movimento de Corte Movimento entre a ferramenta e a
pea que, sem a ocorrncia concomitante do movimento de
avano, provoca a remoo do cavaco, durante uma nica
rotao do curso da ferramenta.

Movimento de Avano Movimento entre a ferramenta e a
pea que, juntamente com o movimento de corte, possibilita
uma remoo contnua do cavaco, durante vrias rotaes ou
cursos da ferramenta.

Movimento Efetivo de Corte Movimento resultante dos
movimentos de avano e de corte, realizados
simultaneamente.
Movimentos Ativos - Torneamento
Movimentos Ativos - Furao
Movimentos Ativos - Fresamento
Movimentos Passivos
Movimento de Ajuste Pr-determinao da camada de material a
ser retirada (no ocorre em operaes de furao e brochamento).

Movimento de Correo Utilizado para compensar alteraes de
posicionamento ocasionadas por desgastes e deformaes inerentes
ao processo de usinagem.

Movimento de Aproximao Movimento no qual a ferramenta
aproximada da pea antes do inicio da usinagem.

Movimento de Recuo Movimento de afastamento da ferramenta da
pea, aps o final da operao.
Velocidade de corte
A velocidade de corte a velocidade tangencial instantnea resultante
da rotao da ferramenta em torno da pea, para operaes de
usinagem como torneamento, furao e fresamento, onde os
movimentos de corte e de avano ocorrem concomitantemente. Neste
caso:



Para operaes do tipo aplainamento e brochamento, onde os
movimentos de corte e de avano no ocorrem concomitantemente, a
velocidade de corte o resultado do deslocamento da ferramenta
diante da pea, considerado no tempo.
Velocidade de Corte
Caractersticas que influem na especificao da velocidade de corte:
Material da pea
Maior Dureza > Maior Aquecimento (necessidade de menores velocidades).

Material da ferramenta

Materiais mais resistentes suportam maiores velocidades de corte.

Seo da pea

formas delgadas (torneamento fino) > maiores velocidades.
formas espessas (desbaste) > menores velocidades.

Refrigerao

Modelo construtivo da mquina
A ferramenta deve ser mais dura nas temperaturas de trabalho
que o metal estiver sendo usinado, propriedade chave: Dureza a
Quente;
A ferramenta deve ser dura, mas no a ponto de se tornar
quebradia e de perder resistncia mecnica (tenacidade);
O material da ferramenta deve ser resistente ao encruamento
(endurecimento do metal aps ter sofrido deformao plstica
resultante do processo de conformao mecnica) e a microsoldagem
(adeso de pequenas partculas de material usinado aresta de corte
da ferramenta).
Materiais para ferramentas de corte
Alta dureza;

Tenacidade suficiente para evitar falha por fratura;

Alta resistncia ao desgaste;

Alta resistncia compresso;

Alta resistncia ao cisalhamento;

Boas propriedades mecnicas e trmicas temperaturas
elevadas;

Alta resistncia ao choque trmico;

Alta resistncia ao impacto;

Ser inerte quimicamente.
Propriedades que um material de ferramenta de corte deve
apresentar:
Au
me
nto
de
dur
eza
e
resi
st
nci
a
ao
des
gas
te

Au
me
nto
de
ten
aci
da
de


Ao Carbono
Au
me
nto
de
ten
aci
da
de

1. Ao Carbono
comu m
comel e ment os de li ga ( V, Cr)
2. Ao Se mi - Rpi do ( Bai xo W)
3. Ao Rpi do ( Pode mser fundi dos oufabri cadas pela
Met al urgi a do P)

se mrevesti ment o
comrevesti ment o
4. Ao Super- Rpi do ( El evado teor de V)
5. Li gas Fundi das
6. Met al Duro ( Pode mser co mou se mrevesti ment o)
Cl asses:
P
M
K
7. Cer mets ( Pode mser comou se mrevesti ment o)
8. Cer mi cas
come se mrevesti ment o
a base de Si
3
N
4

a base de Al
2
O
3
(al umi na)
pur a
comadi es
Zr O
2
(branca)
Ti C( pret a ou mi st a)
Si C( whi skers)
9. Ul t raduros
CBN PCBN
PCD
10. Di a mant e Nat ural


A
u
m
e
n
t
o

d
e

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s
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A
u
m
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e

t
e
n
a
c
i
d
a
d
e


Figura 4.2 - Variao da dureza de alguns materiais de ferramentas de corte com a
temperatura.
Evoluo
da v
c

Comparao dos
materiais para
ferramentas de
corte
Consideraes sobre os materiais para ferramentas de
corte.

1 - Ao-carbono: (C de 0,8 a 1,5 %) utilizados em baixssimos v
c
, no ajuste
de peas.
* Comum: at 200 C (limas, machos manuais);
*Com elementos de liga (V, Cr, Mo e W): at 400 C (brocas, machos, etc.)
2 - Ao-rpido: O 1 grande impulso para materiais para ferramentas de corte.
Desenvolvido por Taylor e apresentado publicamente em 1900 na exposio mundial de
Paris. So indicados para operaes de baixa e mdia v
c
, dureza a quente at 600
C, seus elementos de ligas so o W, Co, Mo, Cr e V. A dureza deste material
conseguida atravs da adio de elementos de liga e de tratamentos trmicos.
* Ao-rpido ao Co e V Ao super-rpido
3 - Ligas Fundidas: tm um elevado teor de Co, contendo tambm W e Cr,
apresenta um bom rendimento na usinagem do FoFo, dureza a quente de 900 C.
4 - Metal duro: O 2 grande impulso. Surgiram em 1927, compreende o WC + Co,
fabricado pelo processo de sinterizao (metalurgia do p: processo pelo qual os ps so
misturados e levados condies controladas de presso e calor).

O metal duro pode ser encontrado no mercado principalmente na forma de pastilhas
intercambiveis, sem revestimento, ou revestidas com , TiN, TiC, Al2O3.

Existem 3 classes de metais duros:

* Classe P: (WC + Co com adies de TiC, TaC e s vezes NbC) aplicamos a
usinagem de aos e materiais que produzem cavacos longos;
* Classe K: (WC + Co puros) usinagem do FoFo e das ligas no ferrosas que
produzem cavacos curtos;
* Classe M: intermediria.
As ferramentas de cortes de metal duro operam com elevadas vc, temperaturas
at 1300C.
Fatores que afetam a escolha das pastilhas:
Material da pea (ao; ao inoxidvel, FoFo, etc);
Operao (desbaste, usinagem mdia e acabamento);
condies de usinagem (corte a seco, interrompido, etc).
5 Cermets: Grupo intermedirio entre os metais duros e as cermicas.
Constitudo por TiC e TiN e geralmente tem o Ni como elemento ligante.
Devido baixa condutividade trmica e ao alto coeficiente de dilatao, os
cermets tm um baixo coeficiente de resistncia ao choque trmico, bem
inferior ao do metal duro. Da a explicao do cermets s ser eficiente em
baixos avanos, pequenas profundidades de corte e altas velocidades
(operaes de acabamento) na usinagem dos ferrosos.
6 - Cermicas: so constitudas basicamente de gros finos de Al
2
O
3
e Si
3
N
4
sinterizados, a v
c

de 3 a 6 vezes maiores que a do metal duro.

Elas se dividem basicamente em dois grandes grupos:
A base de Al
2
O
3
(Alumina sinterizada);
A base de Si
3
N
4
(mesma resistncia ao desgaste porm com uma tenacidade superior).

Principais caractersticas das ferramentas cermicas:
Capacidade de suportar altas temperaturas (materiais refratrios);
Alta resistncia ao desgaste (alta dureza);
Baixa condutividade trmica;
Boa estabilidade qumica (inrcia qumica).
Exigncia
- Mquina Ferramenta com extrema rigidez e potncia disponvel;

Recomendaes
- Usinagem a seco para evitar choque trmico;
- Evitar cortes interrompidos.
No passado o principal limitador das ferramentas cermicas era a sua fragilidade.
Hoje com a introduo no mercado de cermicas mistas, reforadas com SiC (Whiskers) e
a base de nitreto de silcio o grau de tenacidade destas ferramentas melhorou
significativamente, podendo ser usadas em cortes interrompidos (fresamento) em
altssimas velocidades de corte e avano.
7 - Ultra-duros: So materiais com 3000 HV. So considerados ultraduros:
Diamante natural;
Diamante sinttico monocristalino;
Diamante sinttico policristalino (PCD);
Nitreto cbico de boro sinttico monocristalino (CBN);
Nitreto cbico de boro sinttico policristalino (PCBN).

Devido sua fragilidade, risco de falha sob impacto e tambm seu alto custo, o
diamante natural tem a sua aplicao limitada como ferramenta de corte,
principalmente aps o surgimento dos diamantes e CBN sintticos, que podem
substitu-lo com bastante eficincia.
Os CBNs podem ser encontrados apenas como uma camada de 0,5 a 1,0 mm, que
so brasadas geralmente no metal duro (WC + Co), ou ento, mais raramente,
como ferramentas totalmente slidas.
O diamante sinttico policristalino (PCD) no usado para usinar materiais
ferrosos, h desintegrao qumica quando as temperaturas ultrapassam 700
C. Ao contrrio, o CBN tem-se mostrado excelente na usinagem dos aos, ligas
de nquel, titnio, FoFo, etc. Ele mantm sua estabilidade qumica at a
temperaturas da ordem de 1200 C. O PCBN apresenta uma tenacidade
melhor, chegando prxima do metal duro.
O que limita a aplicao dos ultra-duros o seu alto custo. O preo destas
pastilhas est em torno de 80 vezes o preo do metal duro e de 15 a 25 vezes o
preo da cermica. Os preos mdios destas ferramentas variam de US$80,00
a US$120,00 cada aresta. Entretanto, este custo tem baixado nos ltimos anos.
REVESTIMENTO PARA FERRAMENTAS DE CORTE

A deposio de revestimentos em ferramentas de corte tem como principal
objetivo o aumento da vida das ferramentas. Outros efeitos positivos, tais como
o aumento da velocidade de corte (o que resulta em uma maior produtividade),
reduo de foras de corte (menor potncia consumida) e reduo da tendncia
adeso, tambm podem ser obtidos.
De forma geral, a utilizao de revestimentos conferem certas caractersticas
s ferramentas de corte como:
Resistncia ao calor e ao desgaste;
Diminuio do choque trmico no substrato;
Usinagem com velocidades e avanos mais altos;
Possibilidade de corte a seco ou com mnima quantidade de fluido de corte;
Melhor acabamento superficial da pea;
Reduo do atrito;
Reduo e at mesmo ausncia da aresta postia de corte;
Reduo do desgaste de cratera e de flanco.
As ferramentas podem ser revestidas basicamente por dois processos:
A baixa condutividade trmica dos revestimentos funciona como uma barreira
entre o material da pea e o substrato da ferramenta. Devido a esta barreira, a
carga trmica no substrato, o atrito, a adeso, a difuso e a oxidao podem ser
reduzidos e a resistncia abraso aumentada.
Processo de deposio qumica a vapor - CVD (Chemical Vapour Deposition): a
deposio dos revestimentos ocorre por meio de reaes qumicas em uma faixa
de temperatura entre 900 e 1100C;
Processo de deposio fsica a vapor - PVD (Physical Vapour Deposition): a
deposio ocorre por meio de vapores gerados no interior de um forno a baixa
presso, em temperaturas em torno de 500 C.
O processo PVD traz benefcios como a possibilidade de revestir substratos de ao-rpido
(devido temperatura relativamente mais baixa), obteno de revestimentos com
granulometria mais fina (possibilidade de revestir cantos vivos).

ESTUDO DOS CAVACOS
Cavaco o material removido do tarugo (Billet) durante o processo de
usinagem, cujo objetivo obter uma pea com forma e/ou dimenses e/ou
acabamento definidas.
Exemplo:
-lpis o tarugo;
-lamina do apontador a ferramenta de corte;
-material removido o cavaco.
Etapas de mecanismo de formao de cavaco:
1) Recalque, devido a penetrao da ferramenta na pea;
2) O material recalcado sofre deformao plstica, que aumenta
progressivamente, at que tenses cisalhantes se tornem
suficientemente grandes para que o deslizamento comece;
3) Ruptura parcial ou completa, na regio de cisalhamento, dando
origem aos diversos tipos de cavacos;
4) Movimento sobre a superfcie de sada da ferramenta.
Tipos de cavacos:
Cisalhado (segmentado);
De ruptura (descontnuo);
Contnuo;
Cavaco contnuo com aresta postia de corte (APC)
CAVACO CONTNUO:
Mecanismo de Formao: O cavaco formado continuamente, devido a ductilidade do
material e a alta velocidade de corte;

Acabamento Superficial: Como a fora de corte varia muito pouco devido a contnua
formao do cavaco, a qualidade superficial muita boa.
Mecanismo de Formao: O material fissura no ponto mais solicitado. Ocorre ruptura
parcial ou total do cavaco. A soldagem dos diversos pedaos (de cavaco) devida a alta
presso e temperatura desenvolvida na regio.
O que difere um cavaco cisalhado de um contnuo (aparentemente), que somente o
primeiro apresenta um serilhado nas bordas.
CAVACO CISALHADO:
Acabamento Superficial: A qualidade superficial inferior a obtida com cavaco contnuo,
devido a variao da fora de corte. Tal fora cresce com a formao do cavaco e diminui
bruscamente com sua ruptura, gerando fortes vibraes que resultamn uma superfcie com
ondulaes.
CAVACO DE RUPTURA
(ARRANCADO)
Mecanismo de Formao: Este cavaco produzido na usinagem de materiais frgeis como o
ferro fundido, bronze duro e lato. O cavaco rompe em pequenos segmentos devido a
presena de grafita (FoFo), produzindo uma descontinuidade na microestrutura.

Acabamento Superficial: Devido a descontinuidade na microestrutura produzida pela
grafita ( no caso do FoFo), o cavaco rompe em forma de concha gerando uma superfcie
com qualidade superficial inferior.
Quanto forma, os cavacos so classificados como:
Em fita;
Helicoidal;
Espiral;
Em lasca ou pedaos.
Figura 4.3 - Formas de cavacos produzidos na usinagem dos metais.
Entretanto, a norma ISO 3685 faz uma classificao mais detalhada da forma dos
cavacos, de acordo com a Figura 4.4.
fragmentado
Formas de cavacos produzidos na usinagem dos metais.
Os cavacos do tipo contnuos (em fita) trs srios inconvenientes, entre eles
destacam:

Pode ocasionar acidentes, visto que eles se enrolam em torno da pea, da
ferramenta ou dos componentes da mquina;
Dificulta a refrigerao direcionada, desperdiando o fluido de corte;
Dificulta o transporte (manuseio), ocupa muito volume;
Ele prejudica o corte, no sentido de poder afetar, o acabamento, as foras de
corte e a vida til das ferramentas.
O material da pea o principal fator que vai influenciar na classificao quanto
forma dos cavacos. Quanto s condies de corte: maior v
c
(velocidade de corte),
f (avano) e (ngulo de sada) tende a produzir cavacos em fitas (ou contnuos,
quanto ao tipo). O f o parmetro mais influente e o ap o que menos
influencia na forma de cavacos. A Figura 4.5 ilustra a influncia destes parmetros
na forma do cavaco.
-Influncia do f e do a
p
na forma dos cavacos.
Apesar das condies de corte poderem ser escolhidas para evitar ou
pelo menos reduzir a tendncia de formao de cavacos longos em fita (contnuo
ou cisalhado). At o momento, o mtodo mais efetivo e popular para produzir
cavacos curtos o uso de dispositivos que promovem a quebra mecnica deles,
que so os quebra-cavacos.
Como vantagens do uso de quebra-cavacos podemos enumerar:
Reduo de transferncia de calor para a ferramenta por reduzir o contato
entre o cavaco e ferramenta;
Maior facilidade de remoo dos cavacos;
Menor riscos de acidentes para o operador;
Obstruo menor ao direcionamento do fluido de corte sobre a aresta de corte
da ferramenta.
a) b) c)
Tipos mais comuns de quebra-cavacos. a) Quebra-cavaco fixado mecanicamente; b)
Quebra-cavaco usinado diretamente na ferramenta; c) Quebra-cavaco em pastilha
sinterizada.
Geometria da Ferramenta de Corte
A geometria da ferramenta de corte exerce influncia, juntamente com outros fatores, a usinagem dos metais.
necessrio, portanto, definir a ferramenta atravs dos ngulos da cunha para cortar o material






Princpio da cunha cortante
56
PRINCPIO DA FERRAMENTA DE CORTE
(CUNHA CORTANTE)
Variao do ngulo da cunha, em funo da dureza do material.
TODAS AS FERRAMENTAS DE CORTE SO
COMPOSTAS POR UMA MAIS CUNHAS DE CORTES
NGULOS DAS FERRAMENTAS
DO TORNO
+ + = 90
ngulos de folga (), de cunha ()
e de sada ()
INFLUNCIA DA POSIO DA CUNHA EM
RELAO A SUPERFCIE A CORTAR
No basta que a cunha c tenha um ngulo adequado ao material a usinar. Sua
posio influi tambm decisivamente nas condies de corte.
O ngulo de folga ou incidncia f impede o contacto, com a pea, na parte
de baixo do bico, facilitando assim a penetrao da ferramenta.
O ngulo de sada ou ataque s tambm exerce grande influncia nas
condies de corte. Segundo as experincias, o valor do ngulo de sada ou de
ataque, resulta maior ou menor atrito do cavaco no bico da ferramenta e
portanto maior ou menor aquecimento da aresta cortante.
O ngulo de sada ou de ataque pode ser positivo, negativo ou nulo.


Influncia da altura da ferramenta ( fora do centro)
Quando a ferramenta fixada fora do centro ocorre mudana dos
ngulos de folga e de sada, o ngulo de cunha no muda.
Quando a ferramenta sobe o ngulo de incidncia diminui e o de sada
aumenta.
PRINCIPAIS NGULOS DA FERRAMENTA

n
ngulo de cunha (
n
)

o ngulo de cunha da ferramenta.
As ferramentas de corte, especialmente as
pastilhas de corte, vm de fabrica com
ngulo apropriado para usinagem de
materiais pr-estabelecidos em funo do
material da pastilha.
Quando a ferramenta de ao, o ngulo
pode ser modificado mediante afiao.
PRINCIPAIS NGULOS DA FERRAMENTA

n
ngulo de incidncia principal ou de
folga ( )

A funo do ngulo de incidncia
evitar o atrito entre a pea e o
flanco (superfcie de incidncia)
da ferramenta e permitir que o
gume penetre no material e corte-
o livremente.

Se o material da ferramenta de
alta resistncia, pode-se usar
ngulos de incidncia grandes,
sem perigo de quebra.
PRINCIPAIS NGULOS DA FERRAMENTA

n
Se o ngulo for muito pequeno

1. O gume no pode penetrar
convenientemente no material e a
ferramenta cega rapidamente;
2. Ocorre atrito contra a pea, gera
sobre aquecimento da ferramenta e
acabamento superficial ruim.

Se o ngulo for muito grande

1. O gume quebra ou solta uma srie de
pequenas lascas, em virtude de apoio
deficiente.

O tamanho do ngulo de incidncia
depende de:
1. Resistncia do material da
ferramenta;
2. Resistncia do material da pea a ser
usinada.
PRINCIPAIS NGULOS DA FERRAMENTA

n
ngulo de sada do cavaco (
n
)

um dos ngulos mais importantes da
ferramenta, pois influi decisivamente na fora
e na potncia de corte, no acabamento de
superfcie usinada e no calor gerado. Sua
funo a de facilitar o escoamento do cavaco.
Em princpio, deve ser o maior possvel, pois
isto determina uma retirada mais fcil do
cavaco.

O ngulo de sada depende dos seguintes
fatores:
1. Resistncia compresso e tenacidade do
material da ferramenta de corte;
2. Resistncia e dureza do material a usinar;
3. Quantidade de calor gerado pelo corte;
4. maiores velocidades de avano, exigem
menores ngulos de sada.
ORIENTAO PARA NGULOS DA FERRAMENTA
10

40

40

8

55

27

8

62

20

8

68

14

8

74

8

6

84

Alumnio
Cobre Macio
Ao muito macio
Bronze Macio
Ligas de Alumnio
Ao Macio
Bronze Macio
Ao Mdio
Lato Macio
Ao Fundido
Ao Duro
Lato Mdio
Ferro Fundido Extra Duro
Ao Mangans
7
Processo de Corte
Penetrao da cunha no material deformao elstica e plstica
Escoamento aps ultrapassar a tenso de cisalhamento mxima do material
A busca por valores maiores de velocidade de corte sempre foi almejada em
virtude de uma maior produo de peas,
Elevados valores de temperaturas surgem devido a
um grande atrito entre a pea e a ferramenta.
1. Diminuio da vida til da ferramenta;
2. Aumento da oxidao da superfcie da pea e da ferramenta;
3. Aumento da temperatura da pea, provocando dilatao, erros de
medidas e deformaes.
O abaixamento da temperatura para 700C para 650C provocou um aumento de vida de 4 para 20 minutos e uma
nova reduo de temperatura para 600C elevou a vida da ferramenta para vrias horas.
Praticar velocidades de corte at 40% maiores com o uso de refrigerao intensa
Fluidos de Corte
Aumentar a vida da ferramenta;
Aumentar a eficincia de remoo de material;
Melhorar o acabamento superficial;
Reduzir a fora e potncia de corte;
Proteger a mquina-ferramenta e a pea da corroso atmosfrica;
Lubrificao a baixas velocidades;
Refrigerao a altas velocidades;
Eliminao do gume postio.
O aquecimento se deve a dois fatores:
atrito com a pea e com o cavaco, responsvel por 25% do calor gerado;
trabalho de dobramento do cavaco, responsvel por 75% do calor gerado.
A eficincia do fluido de corte em reduzir a temperatura diminui com o aumento da
velocidade de corte e da profundidade de corte;
Como lubrificante, o fluido de corte forma um filme (pelcula) entre a ferramenta e
a pea, impedindo quase totalmente o contato direto entre os mesmos.
O fluido de corte pode tambm restringir o caldeamento (microssoldagem) de
cavacos da superfcie de sada da ferramenta e evitar o aparecimento da aresta postia
de corte (APC), isso quando so adicionados certos aditivos apropriados.
baixas velocidades de corte, a refrigerao relativamente sem importncia,
enquanto que a lubrificao importante para reduzir o atrito e evitar o aparecimento
de APC
altas velocidades de corte, as condies no so favorveis para a penetrao do
fluido de corte na interface cavaco-ferramenta para que ele exera o papel
lubrificante.
R
e
d
u
z
i
r

c
u
s
t
o
s

e

a
u
m
e
n
t
a
r

a

p
r
o
d
u

o

Aumento da vida til da ferramenta pela lubrificao e refrigerao
(diminuio da temperatura);

Reduo das foras de corte devido a lubrificao e,
consequentemente, reduo de potncia;

Melhora do acabamento superficial;

Fcil remoo do cavaco da zona de corte;

Menor distoro da pea pela ao da ferramenta (controle
dimensional da pea).
Aditivos
Certas propriedades especiais so conferidas aos fluidos de corte por meio de aditivos
Qumicos Orgnicos
Antiespumantes: evitam a formao de espuma, facilitam a viso na regio de corte;
Anticorrosivos: protegem a pea, a ferramenta e a mquina-ferramenta da corroso;
Antioxidantes: impedem que o leo se deteriore quando em contato com o ar;
Detergentes: reduzem a deposio de ido, lamas e borras;
Emulgadores: so responsveis pela formao de emulses de leo na gua;
Biocidas: inibem o crescimento de microorganismos;
Os fluidos de corte solveis e sintticos so indicados quando a refrigerao
for mais importante;
Seleo de Fluidos de Corte
No existe um fluido universal
Os leos minerais e graxos usados juntos ou separados, puros ou contendo
aditivos especiais, so usados quando a lubrificao for o fator mais
determinante.
a melhoria de certas qualidades, por exemplo
pelo uso de aditivos, induz freqentemente a
piora de outras
Regra Geral
Usinagem de baixas velocidades de corte, recomendando-se o uso de
fluidos que tenham boas caractersticas de lubrificao.

Usinagem com altas velocidades de corte o fluido deve ter,
preponderantemente, qualidades refrigerantes
Seleo de Fluidos de Corte
Processo de usinagem
Tipo de operao
Mquinas-ferramentas
Depende
variveis de usinagem, material da pea e da ferramenta;
preciso de forma e de medidas, acabamento superficial;
simples, mltipla usinagem; produo individual, srie
Sistemas de
recirculao dos meios
lubri-refrigerantes
sistemas individuais, mltiplos, centralizados; tipo,
tamanho e componentes do sistema de recirculao
Anlise econmica
custos de preparao, manipulao, controle, transporte,
manejo, armazenagem
Segurana
efeitos sobre a sade, nvoas de leo, risco de incndios, descarte;
Seleo de Fluidos de Corte
Ao Rpido
Metal Duro
Permite o uso de qualquer meio lubri-refrigerante;
Permite o uso de qualquer meio lubri-refrigerante
O problema a sensibilidade aos choques trmicos
Usualmente empregada a seco. Cermica
Material da ferramenta de corte
Dicas Tecnolgicas
So normalmente usinados a seco;
leo emulsionvel pode ser til para ajudar a remover o cavaco que o tipo de
ruptura;
Usinagem forma massas que entopem os filtros e podem emperrar as
ferramentas.
Fofo cinzento
Alumnio
Podem ser usinados a seco;

O enxofre ataca o metal instantaneamente;

No corte refrigerado usam-se de preferncia emulses e, algumas vezes, leos de
baixa viscosidade;

Em ligas de alumnio com alto teor de zinco no se deve usar solues aquosas,
pois estas reagem com o zinco formando hidrognio e amonaco, com srio risco de
incndios e exploses.
Geralmente usam leos solveis.
Dicas Tecnolgicas
Magnsio
Normalmente so usinados secos e a altssimas velocidades de corte,
Emulses so proibidas, pois a gua reage com o cavaco para liberar
hidrognio, que apresenta riscos de ignio.
O enxofre ataca o metal;
Cobre
O enxofre causa descolorao das peas;
Dicas Tecnolgicas
Ao
Para aos de usinabilidade normal (aos de cementao, de beneficiamento e de
construo) recomenda-se o uso de emulses e solues.

Para aos de usinabilidade difcil (aos de cementao e beneficiamento de alta liga,
aos Cr de alta liga, aos CrNi, Inox, ao fundido) recomenda-se emulses EP e leos
altamente aditivados.

Para aos de dificlima usinagem (ao mangans, MnSi, CrMo, aos silcio)
necessrio a emprego de leos EP.
Direo de Aplicao do Fluido
Fig 1. As trs direes possveis de aplicao do fluido de corte.
Existem trs direes de aplicao dos fluidos de corte,
Direo C: Aplicao do fluido entre a superfcie de folga da ferramenta e a pea.
Direo A: Aplicao convencional de fluido na forma de jorro baixa presso (sobre-cabea);
Direo B: Aplicao de fluido entre a superfcie de sada da ferramenta e a parte inferior
do cavaco. Nesta aplicao, estudada em algumas pesquisas, o fluido aplicado sob alta
presso;
Mtodos de Aplicao dos Fluidos de Corte
Jorro de fluido baixa presso (torneira presso normal);
Pulverizao;
Sistema alta presso.
Mais utilizado pela sua simplicidade.
Oferece vantagens sobre o primeiro devido ao
maior poder de penetrao e velocidade.
Mais engenhoso e bons resultados foram obtidos
com o seu emprego.
Mtodos de Aplicao dos Fluidos de Corte
Fig. 2 Aplicao por jorro do fluido de corte semi-sinttico
A Fig.2 mostra um sistema de aplicao de fluido de corte por jorro a baixa presso.
Mnima Quantidade de Fluido de Corte (MQF)

O fluido aplicado em volumes muito baixos chegando a 10 ml/h.

Normalmente, eles so aplicados juntamente com um fluxo de ar (mtodo da
pulverizao), e direcionados contra a sada do cavaco, ou entre a superfcie de folga da
ferramenta e a pea.
Manuseio dos fluidos e dicas de higiene
Armazenamento: local adequado sem variaes de temperaturas, limpos e livres de
contaminao;
Alimentao: deve-se aplicar diretamente sobre a aresta de corte, a alimentao deve
ser iniciada antes do incio do corte;
Purificao e recuperao: por meio de decantao e filtragem;
Controle de odor: contornado por meio de limpeza do local e pelo uso de bactericida da
emulso;
Manuseio dos fluidos e dicas de higiene
Instalar nas mquinas protetores contra salpicos, etc.).
O contato do operador com os fluidos de corte mais os resduos da usinagem
formam compostos que aderem pele das mos e dos braos.
dermatite
Vestir um avental a prova de leo,
Lavar as reas da pele que entram em contato com o fluido, sujeiras e
partculas metlicas ao menos duas vezes ao dia.
Tratar e proteger imediatamente os cortes e arranhes,
Aplicar cremes adequados as mos e aos braos antes do incio do trabalho e
depois de lav-los,

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