Políticas Públicas - Cnu 2024

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políticas públicas

Introdução às Políticas Públicas: conceitos e tipologias


1. Política
Política do grego polis pode ser caracterizada das seguintes maneiras:
 Clássica: relacionada ao voto, partido, parlamento, governo etc.
 Recente: relacionada às ações do Estado face às necessidades sociais da sociedade.
2. Formas de regulação social
 Coerção: ditaduras ou nos Estados restritos.
 Política: instrumento de consenso, negociação e entendimento – democracias e Estados
ampliados.
Observação: A política tem a possibilidade de coerção e logo o Estado tem poder
coercitivo. “O poder coercitivo do Estado, além de ser delegado pela sociedade, deve ser
controlado por ela”.
3. Políticas Públicas: conceito
Ações desenvolvidas pelo governo para garantir direitos à população em diversas áreas, como
saúde, educação e lazer, com o objetivo de promover qualidade de vida e bem-estar aos
brasileiros.
4. Políticas Públicas: finalidade
As políticas públicas servem de ferramenta para implementar mudanças progressivas na
sociedade. Elas podem ser usadas para tratar questões que afetam todos os cidadãos, como
saúde, educação, meio ambiente e serviços públicos.
5. Tipos de Políticas Públicas
 Regulatórias: Regulam o comportamento e atuação de pessoas ou organizações.
 Constitutivas: Definem as jurisdições, regras e competências da disputa política e da
elaboração das políticas públicas.
 Distributivas: os benefícios são concentrados em um número restrito de grupo ou pessoas.
Os custos são difusos para toda a sociedade.
 Redistributivas: Os benefícios e os custos são concentrados em um número restrito de
grupo ou pessoas. Política pública mais conflituosa.
Ciclos de políticas públicas: agenda e formulação; processos de decisão;
implementação, seus planos, projetos e programas; monitoramento e
avaliação
1. Ciclo de Políticas públicas: conceito
O processo de elaboração de políticas públicas (policy-making process) também é conhecido
como ciclo de políticas públicas (policy cyrcle). Este é um esquema de visualização e
interpretação que organiza a vida de uma política pública em fases sequenciais e
interdependentes.
2. Ciclo de Políticas públicas: características
 Modelo abstrato (não reflete a dinâmica real)
 Instrumento de análise das políticas públicas
3. Diferentes modelos
4. Ciclo de Políticas Públicas, segundo Saravia
5. Condições para ingresso na agenda pública

Institucionalização das políticas em Direitos Humanos como políticas de


Estado
1. Conceito
A institucionalização das políticas em Direitos Humanos como políticas de Estado é um processo
fundamental para garantir a proteção e promoção dos direitos fundamentais de todos os cidadãos
de forma contínua e sustentável. Isso implica não apenas em adotar medidas pontuais, mas em
integrar os princípios dos direitos humanos em todas as esferas do governo, em suas políticas,
práticas e instituições.
2. Pontos-chave sobre esse processo
1. Legislação e Normatização
 A institucionalização das políticas de Direitos Humanos começa com a promulgação de leis e
normas que garantam o respeito aos direitos fundamentais em todas as áreas da vida social,
política e econômica.
 Isso pode incluir a ratificação de tratados internacionais de direitos humanos e a incorporação
de suas disposições na legislação nacional, bem como a criação de órgãos específicos para
monitorar e garantir o cumprimento dessas leis.
2. Criação de Instituições Específicas
 Muitos países estabelecem instituições especializadas em Direitos Humanos, como
ministérios, comissões, ombudsmans ou defensorias públicas, com a finalidade de formular
políticas, promover a educação em direitos humanos, investigar violações e oferecer
assistência às vítimas.
 Essas instituições desempenham um papel fundamental na promoção da conscientização
sobre os direitos humanos, na prevenção de abusos e na responsabilização dos
perpetradores de violações.
3. Integração Transversal
 A institucionalização eficaz das políticas de Direitos Humanos implica em integrar a
perspectiva dos direitos humanos em todas as áreas e níveis de governo, seja na elaboração
de leis, na implementação de políticas públicas ou na prestação de serviços.
 Isso requer uma abordagem transversal, onde os princípios dos direitos humanos são
considerados em todas as etapas do processo de tomada de decisão e em todas as áreas de
atuação do Estado.
4. Educação e Sensibilização
 A promoção dos direitos humanos exige um esforço contínuo de educação e sensibilização
da sociedade civil, dos funcionários públicos e dos agentes privados.
 Isso pode envolver a inclusão de temas de direitos humanos nos currículos escolares,
programas de formação para funcionários públicos, campanhas de conscientização pública e
outras iniciativas de educação em direitos humanos.
5. Monitoramento e Avaliação
 A institucionalização das políticas de Direitos Humanos requer mecanismos eficazes de
monitoramento e avaliação para garantir que os objetivos sejam alcançados e que as
violações sejam identificadas e corrigidas.
 Isso pode incluir a realização de relatórios periódicos sobre a situação dos direitos humanos,
a realização de investigações independentes sobre violações e a implementação de medidas
corretivas quando necessário.
6. Compromisso de Longo Prazo
 A institucionalização das políticas de Direitos Humanos não é um processo rápido ou fácil,
mas sim um compromisso de longo prazo que requer a participação e o engajamento de
todos os setores da sociedade.
 É importante que os governos demonstrem um compromisso político genuíno com os direitos
humanos e estejam dispostos a investir os recursos necessários para garantir sua
implementação efetiva.

3. Exemplo por analogia: construção de uma casa


A institucionalização das políticas em Direitos Humanos como políticas de Estado pode ser
comparada à construção de uma casa robusta e segura. Vamos explorar essa analogia:
Legislação e Normatização: Assim como a construção de uma casa começa com um projeto
arquitetônico sólido e a obtenção das licenças necessárias, a institucionalização das políticas de
Direitos Humanos começa com a promulgação de leis e normas que garantam o respeito aos
direitos fundamentais.
Criação de Instituições Específicas: Da mesma forma que uma casa precisa de uma equipe de
profissionais qualificados (engenheiros, pedreiros, eletricistas, etc.), a proteção dos Direitos
Humanos requer a criação de instituições especializadas, como ministérios e comissões, para
formular políticas, promover a educação em direitos humanos, investigar violações e oferecer
assistência às vítimas.
Integração Transversal: Assim como todos os elementos de uma casa devem trabalhar juntos
para garantir sua funcionalidade e segurança (a fundação suporta as paredes, o telhado protege
contra o clima, a fiação elétrica alimenta os aparelhos, etc.), a institucionalização eficaz das
políticas de Direitos Humanos implica em integrar a perspectiva dos direitos humanos em todas
as áreas e níveis de governo.
Educação e Sensibilização: Assim como uma casa precisa de manutenção regular e os
moradores precisam ser educados sobre como usar e cuidar de seus sistemas e aparelhos de
forma segura, a promoção dos direitos humanos exige um esforço contínuo de educação e
sensibilização da sociedade civil, dos funcionários públicos e dos agentes privados.
Monitoramento e Avaliação: Assim como uma casa precisa de inspeções regulares para
identificar e corrigir problemas antes que se tornem graves, a institucionalização das políticas de
Direitos Humanos requer mecanismos eficazes de monitoramento e avaliação para garantir que
os objetivos sejam alcançados e que as violações sejam identificadas e corrigidas.
Assim como uma casa bem construída e bem mantida oferece um ambiente seguro e confortável
para seus habitantes, a institucionalização eficaz das políticas em Direitos Humanos como
políticas de Estado é essencial para garantir que os direitos fundamentais sejam protegidos e
respeitados de forma consistente e duradoura, contribuindo para o fortalecimento da democracia,
da justiça e do desenvolvimento humano.
4. PNHD-3
Decreto nº 1.904, de maio de 1996: Institui o Programa Nacional de Direitos Humanos – PNHD.
Decreto nº 4.229, de 13 de maio de 2002: Dispõe sobre o Programa Nacional de Direitos
Humanos – PNDH, instituído pelo Decreto nº 1.904, de 13 de maio de 1996, e dá outras
providências.
Decreto nº 7.037, de 21 de dezembro de 2009: Aprova o Programa Nacional de Direitos
Humanos – PNHD-3 e dá outras providências.
PNHD-3: objetivo de direcionar as ações governamentais – como, por exemplo, a elaboração de
projetos de lei e a criação de programas sociais – sempre em prol dos direitos humanos. Tratou-
se de um Plano estruturado em Eixos Orientadores, sendo seis no total:
 Interação democrática entre Estado e Sociedade Civil;
 Desenvolvimento e Direitos Humanos;
 Universalizar direitos em um contexto de desigualdade;
 Segurança Pública, acesso à justiça e combate à violência;
 Educação e cultura em direitos humanos;
 Direito à memória e à verdade.
5. Resumo
Em resumo, a institucionalização das políticas em Direitos Humanos como políticas de Estado é
essencial para garantir que os direitos fundamentais sejam protegidos e respeitados de forma
consistente e duradoura, contribuindo para o fortalecimento da democracia, da justiça e do
desenvolvimento humano.

Federalismo e descentralização de políticas públicas no Brasil: organização e


funcionamento dos sistemas de programas nacionais
1. Espécies de Federalismo
a) Federalismo centrípeto (ou por agregação) e federalismo centrífugo (ou por
desagregação)
b) Federalismo dual (ou competitivo) e federalismo cooperativo
Federalismo dual: competências separadas de forma rígida.
Federalismo cooperativo: presença marcante de competências concorrentes.
c) Federalismo simétrico e assimétrico
Federalismo simétrico: homogeneidade de cultura e desenvolvimento.
Federalismo assimétrico: diversidade de línguas e culturas.

2. Características da Federação
a) Descentralização política;
b) Repartição de competência;
c) Constituição como base jurídica – Estabilidade institucional;
d) Inexistência do direito de secessão;
e) Soberania do Estado Federal;
f) Possibilidade de intervenção;
g) Auto-organização dos Estados-Membros;
h) Órgão representativo dos Estados-Membros (Senado Federal);
i) Repartição constitucional de receitas.
3. Federalismo brasileiro
Classificação do Federalismo Brasileiro
a) Federalismo centrífugo;
b) Federalismo cooperativo;
c) Federalismo assimétrico.
Característica especial da Federal Brasileira
 Federalismo tripartite: União, Estados e Municípios.
 Discussão teórica: o Município é ente federativo?
oPrincipais argumentos contrários: ausência de representação no âmbito federal e ausência
de poder Judiciário próprio.
oPrincipais argumentos favoráveis: presença no caput do art. 1º da CF/88 e
descentralização política (existência de poder legislativo próprio).
Traços do Federalismo cooperativo brasileiro na Constituição de 1988
Art. 23 (...) Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a
União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
Art. 25 (...) §3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de
municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções
públicas de interesse comum.
Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de
lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados,
autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial
de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.

4. Divisão de competências legislativas


5. Divisão de competências materiais

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