Morfossintaxe Do Periodo Simples E1675776693
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Livro Eletrônico
GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................4
Morfossintaxe do Período Simples.. .......................................................................................................................6
1. Engenharia Reversa – Morfossintaxe. .............................................................................................................6
2. Bloco I – Morfologia.. .................................................................................................................................................7
2.1. A Divisão da Morfologia.......................................................................................................................................7
2.2. O Grupo das Emoções............................................................................................................................................8
2.3. O Grupo dos Nomes................................................................................................................................................8
2.4. Grupo do Verbo.. ......................................................................................................................................................12
2.5. O Grupo dos Conectores.. ...................................................................................................................................13
2.6. As Locuções – um Subgrupo Especial.......................................................................................................15
3. Bloco II – A Sintaxe (Parte I)...............................................................................................................................16
3.1. Sintaxe – Sujeito.....................................................................................................................................................17
3.2. Tipos de Sujeito.. .....................................................................................................................................................19
3.3. Concordâncias Verbais Especiais.. .............................................................................................................. 28
4. Bloco III – Sintaxe (Parte II). . ..............................................................................................................................29
4.1. Os Complementos Verbais...............................................................................................................................30
4.2. O Predicativo e o Verbo de Ligação. ...........................................................................................................33
4.3. O Verbo Intransitivo............................................................................................................................................35
4.4. Os Adjuntos Adverbiais....................................................................................................................................37
5. Configurações Oracionais. . ..................................................................................................................................38
5.1. Configuração 1 – Predicados Verbais........................................................................................................39
5.2. Configuração 2 – Predicados Nominais..................................................................................................39
5.3. Configuração 3 – Predicados Verbo-Nominais...................................................................................40
6. Bloco IV – Sintaxe (Parte III)..............................................................................................................................40
6.1. Termos Ligados a Nomes..................................................................................................................................42
7. Adjunto Adnominal X Complemento Nominal. .........................................................................................46
7.1. Substantivo Concreto X Substantivo Abstrato. ..................................................................................47
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Resumo................................................................................................................................................................................50
Questões de Concurso................................................................................................................................................52
Gabarito...............................................................................................................................................................................92
Gabarito Comentado.................................................................................................................................................... 93
Anexo.................................................................................................................................................................................. 144
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Apresentação
Olá, meu(minha) querido(a) amigo(a)!
Eu sei bem o que você está fazendo aqui. Seu objetivo é gabaritar língua portuguesa no
seu concurso, certo? Eu tenho a solução para isso – pelo menos na parte de gramática.
Para lograr êxito, preciso que você tenha EMPENHO, RESPONSABILIDADE e CONFIANÇA. O
primeiro é a chave para se alcançar qualquer objetivo. O segundo corresponde à sua habilidade
em responder à missão – que é entender como é cobrada é língua portuguesa em provas. O
terceiro é um pedido: segure a minha mão e me acompanhe pelo percurso de aprendizado que
vou te propor. Tenho certeza de que, juntos, alcançaremos resultados surpreendentes.
Conforme expus anteriormente, acredito em um melhor ordenamento para tratar das ques-
tões linguísticas. Por esse motivo, respeite a disposição das aulas que estabeleci. Meu curso
é baseado em construção de pré-requisitos que são exigidos não por mim, mas por SEU CÉ-
REBRO! Respeitar sua capacidade neuronal é, com certeza, o melhor caminho para chegarmos
ao resultado esperado.
Metodologia
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2. Bloco I – Morfologia
Amigo(a), morfologia, segundo o Houaiss, é
o estudo da forma, da configuração”. Em análise livre, significa identificar o objeto que se quer estu-
dar e analisá-lo, parte a parte. Nosso objeto de estudo é a língua portuguesa. Precisamos, portanto,
identificar suas unidades de composição. Por isso, a tradição gramatical afirma que a morfologia é
o estudo das “classes de palavras, seus paradigmas de flexões.
SUBSTANTIVO
ARTIGO
NUMERAL
PRONOME
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VERBO
GRUPO DOS VERBOS
ADVÉRBIO
PREPOSIÇÃO
GRUPO DOS CONECTORES
CONJUNÇÃO
EXEMPLOS
Olá! Há quanto tempo não te vejo!
Nossa! Essa notícia foi chocante!
Hum! Que bolo delicioso!
Viu como a interjeição não nos oferece grandes emoções gramaticais? Já a adiantei, por
razões didáticas. De agora em diante, concentração máxima!
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Veja que a troca do substantivo promoveu mudanças nos vocábulos subordinados. Isso é
a concordância nominal. Nos exemplos que vimos, artigo, pronome e adjetivo, pela relação de
subordinação, concordam com o substantivo.
Agora, vamos entender cada uma das classes gramaticais que compõem o grupo
dos nomes:
• SUBSTANTIVO = palavra que dá nome aos seres em geral (nomes a pessoas, lugares,
instituições, espécies, noções, ações, estados, qualidades);
• ARTIGO = palavra que determina o substantivo;
• ADJETIVO = palavra que caracteriza o substantivo;
• NUMERAL = palavra que quantifica ou ordena o substantivo;
• PRONOME = palavra que acompanha ou substitui o substantivo.
Viu como, das cinco classes listadas, quatro delas dependem do substantivo? Isso signifi-
ca dizer que, você, a partir de hoje, ao identificar artigos, adjetivos, numerais e pronomes, deve
se fazer uma pergunta: cadê o substantivo?
Compare comigo duas questões da banca Cespe:
Para dizer que “jovem”, no texto, é um adjetivo, é necessário primeiramente que ele seja uma
característica de algum substantivo. Portanto, “jovem” é o próprio substantivo, que está empre-
gado com o sentido de pessoas jovens, indivíduos jovens.
Errado.
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002. (CESPE) Em “isso não implica ensinar jovens estudantes a mexer com planilhas de cálcu-
lo”, o vocábulo “jovem” é empregado, no texto, como substantivo.
Perceba que, no texto, não se quer ensinar estudantes quaisquer, mas estudantes jovens. Logo,
“jovens” agora é atributo de uma palavra central, que é “estudantes”. Em outras palavras, o ad-
jetivo “jovens” está subordinado ao substantivo “estudantes”.
Errado.
003. (IBFC) Assinale a alternativa que indica corretamente a classe gramatical da palavra des-
tacada no trecho:
Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transfor-
mavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer.
a) Substantivo.
b) Advérbio.
c) Adjetivo.
d) Verbo.
Perceba que, no texto, “os grãos... se transformam em flores brancas e macias...”. Mas não são
grãos quaisquer. São grãos duros e quebra-dentes. Há duas palavras que possuem a incum-
bência de caracterizar os grãos. Em outras palavras, o substantivo “grãos” possui dois adjeti-
vos. O que faz da letra c a alternativa certa.
Letra c.
Em (7), há duas ocorrências do “a”. A primeira pode ser considerada um artigo, pois está
(a) acompanhando o substantivo “crianças” e (b) concordando em gênero e número com o
substantivo “crianças”. Um artigo deve estar sempre anteposto ao substantivo. Pode ser que
haja algo entre artigo e substantivo, mas esse algo também são termos subordinados ao
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substantivo. Já o segundo “a” não pode ser artigo, pois não acompanha qualquer substantivo.
Todavia, em uma leitura atenta, percebe-se que o segundo “a” refere-se/retoma/substitui o
substantivo “criança” (a criança é sincera, mas existe (a criança) que não é). Já entendemos
que o segundo “a” não pode ser artigo, mas podemos observar que ele está ligado a um subs-
tantivo. Podemos concluir então que o segundo “a” pertence ao grupo dos nomes. Nesse gru-
po, há uma palavra que tem a função de referir/retomar/substituir substantivos: o pronome.
Logo, esta é a classificação do segundo “a”.
Pronomes podem ser de dois tipos: pronomes adjetivos ou pronomes substantivos. O pri-
meiro é o que acompanha o substantivo; o segundo, substitui. Veja mais uma questão do Cespe:
004. (CESPE) No segmento “isto me obrigaria a escrever outra mensagem para explicar a
mudança”, os pronomes isto e outra compartilham da mesma propriedade de substituir o
nome a que se referem, razão pela qual são classificados gramaticalmente como pronomes
substantivos.
(TEXTO) Acredito que, no momento em que você estiver lendo esta mensagem, meus senti-
mentos a respeito dela e, muitas vezes, em relação a você podem ter mudado e isto me obri-
garia a escrever outra mensagem para explicar a mudança e assim sucessivamente, em uma
troca de correspondência absurda.
É possível perceber pelo texto apresentado que o pronome “isto” refere-se aos sentimentos
que mudaram, sem a necessidade de repetir essa informação. Por isso, ele é um pronome
substantivo, que é usado para substituir. Entretanto, o pronome “outra” acompanha o substan-
tivo “mensagens”, modificando o sentido deste. Logo, classifica-se como pronome adjetivo,
razão pela qual o item é errado.
Errado.
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Um brasileiro, ao ver a palavra “falou”, consegue fazer a seguinte associação: falar, falo,
falas, fala etc. Com isso, ele define que “falou” é um verbo. Situação diferente ocorre com
a palavra “papagaio”. Por não conseguir conjugar esta palavra, a possibilidade de ser verbo
está descartada. É assim que qualquer um de nós pensa, quase intuitivamente, ao se deparar
com verbos!
Para a maior parte das provas de concursos públicos, a importância do verbo não está na
palavra em si, mas no que dele decorre. É por meio do verbo que um candidato será capaz de
produzir as análises sintáticas mais cobradas em provas. O verbo também permite a organi-
zação da oração para se pensar no sistema de pontuação do texto escrito. O verbo define os
limites entre orações, que são o instrumento de estudo do período composto. Do verbo decor-
rem as vozes verbais e parte do estudo do emprego do sinal indicativo de crase. Do verbo se
inicia o estudo de colocação pronominal. Ou seja, reconhecer o verbo é a chave para enfrentar
diversas outras situações exigidas em provas, que serão descritas nos arquivos seguintes des-
te material de estudos.
Do verbo, passamos ao advérbio, que é um modificador do verbo, oferecendo a ele as mais
diversas circunstâncias, como tempo, modo, lugar, finalidade, intensidade, causa etc. É uma
palavra invariável, ou seja, não se flexiona em gênero e número como o adjetivo, por exemplo.
Voltemos ao exemplo (10). Nele, percebemos que o ato de falar foi praticado pelo papagaio
em meio a duas circunstâncias: intensidade (“muito”) e tempo (“durante a noite”). Por isso, pode-
mos afirmar que esses dois termos possuem natureza adverbial no trecho em que se inserem.
A palavra advérbio significa “junto ao verbo”, e, por esse motivo, está no grupo dos verbos.
Mas o que muitas pessoas se esquecem é de que o advérbio também é capaz de modificar
adjetivos ou outros advérbios. Veja os seguintes exemplos:
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Em (13), há dois substantivos: “empresas” e “São Paulo”. O segundo oferece uma informa-
ção acerca do primeiro (a origem da empresa). Para que haja uma relação linguisticamente
harmoniosa entre os dois, emprega-se a preposição “de”. Semelhante ocorre em (14), pois há
duas partes: o verbo “confia” e a expressão “seu candidato”. O segundo oferece uma informa-
ção acerca do primeiro (em quem se confia). Para que ocorra essa interação de modo grama-
ticalmente aceitável, emprega-se a preposição “em”.
Como a preposição sempre faz com que a palavra posposta a ela ofereça uma informação
acerca da palavra anteposta, guarde a seguinte informação: toda expressão preposicionada é
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subordinada! Basta você, no texto, identificar a quem ela se subordina. Para melhor entender-
mos isso, Veja uma questão da banca Universa.
Vamos, primeiramente, assumir a seguinte afirmação: “de carnaúba” é uma expressão prepo-
sicionada. Como já sabemos, expressões preposicionadas são sempre subordinadas. Mas,
nesse caso, é subordinada a “chapéu”? “De carnaúba” é uma característica do “chapéu”? Não,
querido(a) amigo(a)! “De carnaúba” é uma característica da “palha”. A palha tem sua origem na
carnaúba. Por isso, o item está errado. “Mas, professor, palha também compõe uma expressão
preposicionada!” Concordo, mas veja comigo o funcionamento correto do texto: “de palha de
carnaúba” é uma expressão subordinada, que oferece uma informação acerca de “chapéu”. “De
carnaúba”, por seu turno, é uma expressão preposicionada “dentro” de uma expressão preposi-
cionada. “De carnaúba” é subordinada e oferece informação acerca da palha. Entendeu?
Errado.
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EXEMPLOS
Locução Adjetiva
(17) As histórias de terror não me impressionam mais.
Locução Adverbial
(18) Ele saiu às pressas ontem.
Locução Prepositiva
(19) Pedro mora em frente à farmácia.
Locução Conjuntiva
(20) Estou empregado, no entanto ainda estudo.
Locução Verbal
(21) Ele havia preparado o jantar.
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Obs.: O predicativo não é exatamente um termo integrante. Ele foi colocado como integrante
neste material por razões didáticas. Assim como o vocativo, que não é considerado
essencial, integrante ou acessório. Todavia, essa divisão é simplesmente conceitual.
Não interfere nos seus estudos para concursos públicos.
Cabe citar que cada estrutura anteriormente citada possui um vocábulo considerado
núcleo. Todavia, em provas, o núcleo mais explorado é o do sujeito.
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Além disso, cabe destacar que os estudos linguísticos definem a chamada ordem direta,
também conhecida como ordem canônica ou ordem preferencial. Ela estipula como os termos
preferem se ordenar sintaticamente. Em língua portuguesa, a ordem direta é:
EXEMPLOS
(1) A nova colunista do jornal anunciou a tragédia.
(quem anunciou a tragédia?)
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(2) O aumento dos preços dos combustíveis nos postos assustou o brasileiro.
(quem/o que assustou o brasileiro?)
Como se vê em (5), o sujeito nem sempre vem exatamente no início da oração. A ordem
direta, em língua portuguesa, não significa um ordenamento obrigatório dos termos. É preciso
ter atenção a isso em provas.
Ao identificar o sujeito, é necessário não se fazer economia. Por exemplo, em (1), o sujeito não
é apenas “a nova colunista”. “Do jornal” também o integra, pois é um atributo da colunista.
006. (CESPE) A forma verbal “são” está no plural porque concorda com “esses indivíduos”.
(TEXTO) “Esses indivíduos, desde a mais tenra infância, são pressionados e oprimidos pela
sociedade”.
Se perguntarmos ao verbo quem são pressionados e oprimidos, o resultado que teremos é a expres-
são “esses indivíduos” que é classificada como sujeito. Como, por tradição, o sujeito concorda com
o verbo, o item é considerado CERTO.
Todavia, no cerne da discussão gramatical, essa concordância vai além. Também é possível afirmar
que o verbo concorda com o núcleo do sujeito. E como identificá-lo?
Em linhas gerais, identificar o núcleo do sujeito significa encontrar os substantivos sem prepo-
sição. Isso ocorre porque o sujeito é uma expressão da língua portuguesa que não pode ser pre-
posicionada. Portanto, ao menos um substantivo no sujeito deve se apresentar sem preposição.
Isso nos garante a identificação do núcleo.
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Obs.: esse princípio não é válido para sujeitos oracionais (assunto que será abordado em
período composto).
Assim, voltando aos exemplos, sabemos que, em (1), o núcleo do sujeito é “colunista”; em (2),
“aumento”; em (3), “país”; em (4), “alimentos”; em (5), “criação”.
Reitero: é válido afirmar que o verbo concorda com o sujeito ou com o núcleo do sujeito. O seu
cuidado maior deve estar no momento em que você for analisar o texto da questão.
Certo.
007. (CESPE) A forma verbal “traz” está no singular porque concorda com o núcleo de seu
sujeito: “a oferta”.
(TEXTO) A oferta de medicação domiciliar pelas operadoras de planos de saúde traz efeito
positivo aos beneficiários.
Ao perguntar ao verbo quem traz efeito positivo aos beneficiários, obtém-se como resposta “a
oferta de medicação domiciliar pelas operadoras de planos de saúde”. Nesse sujeito, há os se-
guintes substantivos: “oferta”, “medicação”, “operadoras”, “planos” e “saúde”. Todavia, apenas
um deles está sem preposição – “oferta”. A questão afirma que o núcleo é “a oferta”, que não
é verdade. O artigo não integra o núcleo. Por esse motivo, o item é errado.
É preciso estar atento(a)! A banca sabe em que o(a) candidato(a) errará!
Errado.
INEXISTENTE
Oração sem sujeito Verbos impessoais
ØVC
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Nos exemplos de 1 a 5, todos os sujeitos são classificados como simples, visto que pos-
suem apenas um núcleo. Vamos a outros exemplos.
EXEMPLOS
(6) Brasil e Argentina disputarão a final do campeonato.
(7) Tanto a ordem quanto o progresso são princípios nacionais.
(8) Desejamos a todos muita paz e saúde.
(9) Mentes tão bem.
(10) O menino estava cansado. Correu até o fim da rua.
(11) Revelaram a verdade sobre Cabral.
(12) Precisa-se de funcionário com experiência.
(13) É importante dirigir tranquilamente.
(6) e (7) são exemplos de sujeitos compostos (Quem disputarão? Brasil e Argentina. Quem
são princípios nacionais? Tanto a ordem quanto o progresso). Vale observar que, apesar de os
núcleos do sujeito serem singulares, os verbos ficam no plural, pois são coordenados aditiva-
mente. Mais a diante, falaremos mais sobre casos de concordância verbal.
008. (CESPE) O emprego da forma verbal “são” na terceira pessoa do plural justifica-se pela
concordância com os núcleos do sujeito da oração: “originalidade” e “capacidade”.
(TEXTO) A originalidade e a capacidade de enxergar o mundo sob diferentes perspectivas são,
sem dúvida, características dos maiores pensadores.
(8), (9) e (10) são exemplos de sujeito elíptico. (11), (12) e (13), sujeitos indeterminados.
Para melhor entender o funcionamento dessas formas de sujeito, precisamos fazer um retorno
ao nosso ensino fundamental para relembrarmos o conceito de pessoas do discurso.
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Pessoas do discurso
Segundo pressupostos linguísticos, em toda situação comunicativa, existem três pessoas do
discurso: quem fala (primeira pessoa), com quem se fala (segunda pessoa) e de quem/
do que se fala (terceira pessoa). A tabela abaixo descreve o funcionamento dessas pessoas:
Em toda situação comunicativa, é necessária a existência de alguém para emitir e alguém para
receber a mensagem. Por isso, 1ª e 2ª pessoas são sempre identificáveis. A terceira do singu-
lar sempre possui um referente textual. Já a terceira do plural possui situação variável, pois o
texto pode ou não a identificar.
Assim, podemos voltar aos exemplos anteriormente apresentados. Em (8), quem deseja?
“Nós”, que não está explícito (se estivesse explícito, seria sujeito simples). Como é primeira
pessoa, considera-se identificável, portanto sujeito elíptico. Em (9), quem mente? “Tu”. Como
é segunda pessoa, considera-se identificável, portanto sujeito elíptico. Em (10), quem correu?
“Ele”, que está implícito, mas é identificável pelo texto, uma vez que se refere a “menino”, que
está no período anterior (atenção: “O menino” é sujeito simples do verbo “estava”, mas NÃO é
sujeito do verbo “correu”, uma vez que esta forma verbal está em um período distinto). Nova-
mente, o sujeito do verbo “correu” é elíptico.
009. (IADES) No período “Foi o primeiro grande palco da cidade.”, para retomar o termo “Con-
cha Acústica do DF”, sem repeti-lo, é correto afirmar que o autor fez uso do(a)
a) sujeito indeterminado.
b) oração sem sujeito.
c) sujeito representado por um pronome pessoal.
d) sujeito composto.
e) sujeito oculto ou desinencial.
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(TEXTO) Localizada às margens do Lago Paranoá, no Setor de Clubes Esportivos Norte (ao
lado do Museu de Arte de Brasília – MAB), está a Concha Acústica do DF. Projetada por Oscar
Niemeyer, foi inaugurada oficialmente em 1969 e doada pela Terracap à Fundação Cultural de
Brasília (hoje Secretaria de Cultura), destinada a espetáculos ao ar livre. Foi o primeiro grande
palco da cidade.
Pelo texto, é possível perceber que quem foi o primeiro grande palco da cidade foi a “Concha
Acústica”. Mas note que o sujeito não está expresso no último período do texto, todavia é iden-
tificável, uma vez que o verbo “foi”, na terceira pessoa do singular, permite esse entendimento.
A alternativa certa é a letra e.
Letra e.
Em (11), quem revelou? Pela concordância verbal, o resultado é “eles”, que não está expres-
so (se estivesse expresso, o sujeito seria simples). Todavia, a terceira pessoa só é identificável
por referência textual. Como essa referência não existe, dizemos que o sujeito é indeterminado.
010. (CESPE) No trecho “exigiram que ela alisasse o cabelo, afinasse o nariz e mudasse os
traços”, o sujeito da forma verbal “exigiram” é indeterminado.
(TEXTO) A universitária Amanda, de 20 anos de idade, é a primeira negra eleita miss DF. A mo-
delo, que representou o Núcleo Bandeirante, quase desistiu do mundo da moda, pois exigiram
que ela alisasse o cabelo, afinasse o nariz e mudasse os traços. Amanda recusou-se e foi con-
sagrada naquela que seria a última tentativa de ser modelo.
O verbo “exigiram” está na terceira pessoa do plural (eles/elas exigiram) e não é possível iden-
tificar, pela redação, quem praticou o ato de exigir. Configura-se, portanto, um caso de sujeito
indeterminado, o que faz do item certo.
Certo.
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Em (13), nosso último caso de sujeito indeterminado. Antes de mais nada, veja que a ora-
ção possui dois verbos (trata-se de um período composto). Para descobrir o sujeito do primei-
ro, perguntamos o que é importante? A resposta: “dirigir com tranquilidade”, que é um sujeito
oracional (um sujeito em formato de oração. Nesse caso, o núcleo é o verbo). Agora, pergunto:
quem dirige com tranquilidade? Qualquer um! Esse tipo de construção quer dizer que o ato de
dirigir com tranquilidade é importante para qualquer pessoa. O verbo “dirigir” possui sujeito
indeterminado. Esse tipo de verbo também é conhecido como infinitivo impessoal.
Nem todo verbo no infinitivo representa um sujeito indeterminado. Os exemplos a seguir mos-
tram isso. São casos de infinitivos pessoais.
EXEMPLO
Ele comprou um carro para eu dirigir com tranquilidade.
EXEMPLO
Essa é a hora de a criança dormir.
Na língua portuguesa, existem alguns verbos que, conforme a norma padrão, não admitem
que a posição sintática de sujeito seja ocupada. Esses verbos são conhecidos como impes-
soais. Como eles não admitem sujeito, só podem ficar no singular, uma vez que não há com o
que concordar. Esse tipo de construção é conhecido como oração sem sujeito ou sujeito
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inexistente. Veja no quadro a seguir que verbos são esses (os que são frequentemente cobra-
dos em provas).
EXEMPLOS
(14) Choveu muito durante a madrugada.
(15) Havia árvores espalhadas pela estrada.
(16) Há dez anos, comecei meus estudos.
(17) Faz dois meses que não como carne.
Em (14), o verbo “chover” não admite qualquer sujeito. É o exemplo mais clássico de ora-
ção sem sujeito.
EXEMPLO
Choveram críticas ao professor.
Nesse caso, o verbo NÃO é impessoal. Veja até que está no plural, concordando com “críticas”,
que é o núcleo do sujeito.
EXEMPLO
Choveu granizo durante a noite.
Conforme está apresentado, um verbo que indica fenômeno da natureza só é considerado im-
pessoal quando, SOZINHO, revela o fenômeno. Na oração, o sujeito é “granizo” (o que choveu).
O fenômeno natural está descrito pelo verbo e pelo substantivo, e não apenas pelo verbo!
Isso não é muito importante para provas, mas costuma ser dúvida de muitos alunos.
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011. (CESPE) A forma verbal “existem” poderia ser corretamente substituída por hão, já que
haver é sinônimo de existir.
(TEXTO) Não existem dúvidas de que lhe diziam que determinado amante tramava contra ele
ou que outro desviava o dinheiro público, mas ele sempre fazia o que a mulher lhe pedia e logo
se livrava daqueles homens.
Não se pode esquecer que o verbo “haver” – com o sentido de “existir” – por ser impessoal,
jamais pode estar no plural. E a questão faz justamente essa sugestão. Por isso, o item é con-
siderado errado.
Errado.
O verbo “haver” é impessoal, mas o verbo “existir” é pessoal. Isso significa dizer que este,
ao contrário daquele, possui sujeito e concordância! Caso, no exemplo (15), houvesse a subs-
tituição dos verbos, o correto seria existiam árvores espalhadas pela estrada.
012. (CESPE) A forma verbal “há” poderia ser corretamente substituída por existem.
(TEXTO) Atualmente, há duas Américas Latinas. A primeira conta com um bloco de países –
incluindo Brasil, Argentina.
Sugere-se a substituição de “haver” por “existir”. O verbo “haver” é impessoal, mas “existir”
é pessoal. Isso significa dizer que, com essa substituição, a frase passará a ter um sujeito.
E pergunto: o que atualmente existe? “Duas Américas Latinas”. Por esse motivo, o correto é
existem, e o item é certo.
Certo.
Outra dúvida de muitos alunos: “professor, já que ‘duas Américas Latinas’ é sujeito com o
verbo ‘existir’, então o que a mesma expressão é para o verbo ‘haver’?” A tradição gramatical
defende que, com “haver”, “duas Américas Latinas” é o objeto direto. De coração, isso raramen-
te aparece em provas. Dê mais atenção às substituições de um verbo por outro.
Em (16) e (17), “haver” e “fazer” indicam um tempo que se passou. Também são conside-
rados impessoais e, por isso, devem ficar no singular.
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013. (IADES) Outra redação possível para a oração “há 86 anos” seria fazem 86 anos.
Pretende-se trocar “haver” por “fazer” em uma oração que pretende indicar que 86 anos se pas-
saram. Ambos os verbos, com o sentido de indicar tempo transcorrido, são impessoais, motivo
pelo qual só podem ser empregados no singular. Isso torna o item errado.
Errado.
Obs.: Não confunda TEMPO TRANSCORRIDO com PRETÉRITO. Em 16 e 17, ambos os verbos
estão no presente, mas conseguem indicar que algum tempo se passou (e há uma indi-
cação de tempo explícita após cada um dos verbos). Em 15, o verbo “havia” está no
pretérito imperfeito e indica, sozinho, um evento do passado.
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Nem sempre o verbo “haver” é impessoal. Quando esse é verbo auxiliar em uma locução ver-
bal, é classificado como verbo pessoal, com sujeito e concordância. Primeiramente, vamos
entender uma locução verbal, na ilustração a seguir:
EXEMPLO
O presidente havia decretado dias de luto.
É um caso em que o verbo “haver” é auxiliar em uma locução verbal. Nesse caso, existe um
sujeito (“o presidente”). Se este for colocado no plural, o resultado é
EXEMPLO
Os presidentes haviam decretado dias de luto.
EXEMPLOS
Deve haver novos tratados de paz no mundo.
Devem haver novos tratados de paz no mundo.
Antes de mais nada, vamos fazer algumas considerações: 1) “haver” está no sentido de “exis-
tir”; 2) “haver” não é mais auxiliar, e sim principal.
Nesse caso, considera-se que a locução é impessoal. Logo, não possui sujeito. Por isso, deve
ficar no singular. A opção correta é a primeira.
Agora, ao se trocar o verbo “haver” por “existir”, o correto é devem existir novos tratados de paz
no mundo, pois o verbo “existir” é pessoal.
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EXEMPLOS
A maioria dos jogadores chegou.
A maioria dos jogadores chegaram.
Obs.: se a oração fosse “A maioria do time chegou”, o verbo só poderia ficar no singular, pois
“maioria” e “time” são singulares.
EXEMPLOS
1/3 dos brasileiros sabe a verdade. (concordância sempre com o numerador.)
1/3 dos brasileiros sabem a verdade.
1,8% das empresárias fala chinês. (só é plural do 2 em diante.)
1,8% das empresárias falam chinês.
Obs.: se, antes do numeral, vier um determinante (um artigo ou pronome), o verbo só pode
concordar com o numeral.
EXEMPLO
Os 1,8% dos italianos come mal.
EXEMPLOS
Mais de um brasileiro foi encontrado.
Mais de cinco Brasileiros foram encontrados.
Cerca de doze pessoas seguiam o profeta.
EXEMPLOS
“Cada um de nós compõe a sua história.”
“Nenhum deles veio.”
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Sujeito composto unido por conjunção aditiva: se estiver anteposto, o verbo deverá ficar no
plural. Se estiver posposto, o verbo pode estar no plural (concordância genérica) ou concordar
com o termo mais próximo (concordância atrativa).
EXEMPLOS
O homem e a mulher batalham por melhorias. (Concordância com os dois núcleos)
Batalham por melhorias o homem e a mulher. (Concordância com os dois núcleos)
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EXEMPLOS
(1) O gerente contratou aqueles novos funcionários.
(2) As crianças gostam de atitudes amorosas.
Em (1), note: a noção de contratar parte de “o gerente” (sujeito). Alguém recebe essa no-
ção – “aqueles novos funcionários” (objeto direto). Já em (2), a noção de gostar parte de “as
crianças” (sujeito). Essa noção recai sobre aquilo de que gostam as crianças – “de atitudes
amorosas” (objeto indireto). Por outro ângulo, quem contrata, contrata algo ou alguém; quem
gosta, gosta de algo ou de alguém.
Mais um exemplo:
EXEMPLO
(3) O deputado doou todos os recursos arrecadados a instituições de caridade.
Em (3), a noção de doar parte de “o deputado” (sujeito). Essa noção recai sobre “todos os
recursos arrecadados” (objeto direto) e sobre “a instituições de caridade” (objeto indireto).
Nem os recursos nem as instituições geram a noção de doar. Aliás, os recursos são doados, e
as instituições recebem o que foi doado. Por outro ângulo, quem doa, doa algo a alguém.
Não viaje! O “a” antes de “instituições” é apenas preposição! O artigo não foi empregado na sen-
tença anteriormente apresentada! E lembre-se: preposições não concordam com substantivos.
A complementação verbal nos traz uma nova percepção: a transitividade verbal. O verbo rege
o complemento, e o complemento é regido pelo verbo. E essa relação define a transitividade.
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A partir disso, podemos definir que o verbo de 1 é verbo transitivo direto (VTD); de 2, verbo
transitivo indireto (VTI); e de 3, verbo transitivo direto e indireto (VTDI).
Coloque uma informação na sua cabeça concurseira: quem define a transitividade verbal
é a presença do objeto! Um verbo não nasce transitivo. Na verdade, ele se torna transitivo, a
partir da presença do objeto. Venha comigo aos exemplos a seguir, derivados do 3:
EXEMPLOS
(4) O deputado doou todos os recursos arrecadados.
(5) O deputado doou a instituições de caridade.
A oração 4 apresenta apenas o que foi doado. Logo, o verbo é apenas transitivo direto. Já
em 5, está presente apenas a quem foi doado. Logo, o verbo é apenas transitivo indireto. Isso
ratifica o que disse anteriormente: o verbo se torna transitivo pela presença do complemento.
É loucura querer decorar todas as transitividades verbais, ainda mais agora que você percebeu
que um mesmo verbo pode ter transitividade variável, a depender do complemento. Quem es-
tuda para concursos deve ENTENDER a transitividade verbal e DECORAR apenas os verbos de
regência especial (que são comumente cobrados em prova). Mais a diante, você saberá que
verbos são esses!
014. (CESPE) Estive fazendo um levantamento de todas as mensagens que me enviaram pela
Internet e observei como elas mudaram a minha vida. Primeiro, deixei de ir a bares e boates
por medo de me envolver com alguém ligado a alguma quadrilha de ladrões de órgãos, com
terror de que me roubem as córneas, arranquem-me os dois rins, ou até mesmo esperma,
deixando-me estirado dentro de uma banheira cheia de gelo com uma mensagem: “Chame a
emergência ou morrerá”. Em seguida, deixei também de ir ao cinema, com medo de sentar-me
em uma poltrona com seringa infectada com o vírus da AIDS.
Depois, parei de atender o telefone para evitar que me pedissem para digitar *9 e minha
linha ser clonada e eu ter de pagar uma conta astronômica. Acabei dando o meu celular por-
que iriam me presentear com um modelo mais novo, de outra marca, o que nunca aconteceu.
Então, tive de comprar outro, mas o abandonei em um canto com medo de que as micro-ondas
me dessem câncer no cérebro.
Deixei de ter relações sexuais por medo de comprar preservativos furados que me
contagiem com alguma doença venérea. Aproveitei e abandonei o hábito de tomar qualquer
coisa em lata para não morrer devido aos resíduos infectados pela urina de rato.
Deixei de ir aos shoppings com medo de que sequestrem a minha mulher e a obriguem
a gastar todos os limites do cartão de crédito ou coloquem alguém morto no porta-malas do
automóvel dela.
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Exercem a função de complemento direto das formas verbais a elas relacionadas as seguintes
expressões: “um levantamento”, “alguém morto”, “todos os antivírus existentes” e “a língua”.
A primeira questão quer avaliar o seu conhecimento sobre complementos verbais (todos des-
tacados no texto). No primeiro caso, a noção de fazer recai sobre algo feito – “um levantamen-
to” (quem faz, faz algo). No segundo, há a noção de colocar e o que foi colocado – “alguém
morto” (quem coloca, coloca algo). No terceiro, há a noção de comprar e o que foi comprado
– “todos os antivírus existentes” (quem compra, compra algo). Por fim, há a noção de passar
e o que é passado – “a língua” (quem passa, passa algo). Constatamos, assim, que todas as
estruturas destacadas desempenham a função de complemento direto dos verbos a que se
ligam, motivo pelo qual a questão está certa.
Certo.
015. (CESPE) Nos trechos “Chame a emergência”, “pagar uma conta astronômica”, “dessem
câncer” e “comprar preservativos”, as formas verbais não são intransitivas.
016. (IBFC) Considerando o verso “não via o trem”, avalie as afirmações que seguem.
I – O verbo é intransitivo.
II – Na oração, “o trem” exerce a função de objeto direto.
Está correto o que se afirma em:
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a) somente I
b) somente II
c) I e II
d) nenhuma
Primeiramente, vamos analisar a oração: há a noção de ver e o que é visto – “o trem”. Logo, o
verbo é VTD e “o trem” é OD. Se o verbo “transitou”, não podemos tomá-lo como intransitivo,
o que torna a primeira afirmativa errada. Pelo que já expus, a segunda afirmativa está certa.
Então, o gabarito é a letra b.
Letra d.
EXEMPLO
(6) O presidente estava desolado.
Primeiramente, quero que você dê atenção ao verbo “estava”. Você se lembra o que apren-
deu sobre verbos ainda no primário? Não?
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O que eles
Classificação Principais verbos podem ser
sintaticamente
A ideia é fazer com que você exclua possibilidades! No exemplo 6, ao ver um verbo de esta-
do, você já deve pensar “sintaticamente, ele não pode ser VTD, VTI, VTDI ou VI”, sacou?
Obs.: 1: nem todo verbo de estado é verbo de ligação. Falaremos mais sobre isso adiante.
2: tenha bom senso! Compare o par de orações abaixo:
EXEMPLOS
Ele anda preocupado.
Ele anda rapidamente.
Você, é claro, sabe que os dois verbos acima são diferentes! O primeiro, indica estado de
preocupação. O segundo diz respeito ao ato de caminhar. O mesmo vale para “virar”.
EXEMPLOS
Ele virou professor.
Ele virou a página.
No primeiro caso, o verbo indica o que ele se tornou. No segundo, o ato de passar uma página.
Obs.: 3: Acima, estão listados os principais, e não todos. Além disso, quando escrevo “o
resto” para os de ação é porque esse grupo se divide em ação, existência, processo,
volição, necessidade etc. Por isso chamei de “resto”. A ideia é que você, a partir de
agora, pense assim: se não é fenômeno da natureza, se não é estado, então é ação”.
Pegou o espírito?
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Voltemos, então, ao exemplo (6). O sujeito do verbo “estava” é “o presidente”. Observe que
“desolado” é uma característica atribuída ao presidente. O verbo predicar possui, em sua origem
latina, o sentido de atribuir algo a alguém, elogiar, louvar. Assim sendo, podemos afirmar que
“desolado” é um atributo dado ao presidente. Em outras palavras, “desolado” predica o presiden-
te. Por isso, “desolado” é o predicativo do sujeito. O verbo “estava” possui a mera finalidade de
conectar o sujeito ao seu atributo. Por esse motivo, nós o chamamos de verbo de ligação.
Obs.:
em língua portuguesa, somente verbos de estado podem ser verbos de ligação!
O predicativo não é realmente um complemento verbal, uma vez que ele não se liga ao ver-
bo. Mas, por razões didáticas, costumamos o chamar de complemento, apenas pela sua posi-
ção posposta ao verbo na ordem direta da oração. Além disso, não existe predicativo do sujeito
apenas com verbos de ligação (veremos isso mais adiante, em “configurações oracionais”).
Agora, uma afirmação eu te garanto: só existe verbo de ligação com predicativo do sujeito.
EXEMPLOS
(7) Ele bebe leite.
(8) Ele bebe muito.
(9) Ele bebe aos domingos.
Nas três opções o verbo e o sujeito são os mesmos (verbo de ação). Em (7), a ação de
beber recai sobre algo bebido, ou melhor: quem bebe, bebe algo (“leite”). Assim, podemos
afirmar que o verbo é VTD e “leite” é OD. O mesmo não acontece em (8) e (9). A ação de beber
não recai sobre algo bebido. Logo, os verbos desses dois exemplos são intransitivos. Toda
transitividade verbal depende de complemento explícito.
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Ambos se referem ao verbo. O primeiro indica a intensidade com que se bebe; o segundo,
quando se bebe. Morfologicamente, “muito” é advérbio; “aos domingos”, uma locução adver-
bial. Ambos, sintaticamente, são adjuntos adverbiais.
Vamos ver outra comparação:
EXEMPLOS
(10) O deputado estava eufórico.
(11) O deputado estava em Campinas.
Nas duas orações, o verbo e o sujeito são os mesmos (verbo de estado). Em (10), “eufórico”
é uma característica do sujeito; portanto, predicativo do sujeito (e o verbo é de ligação). O mes-
mo não ocorre em (11). “Em Campinas” não é característica do sujeito, mas uma informação
acerca do verbo (onde estava). Morfologicamente, “em Campinas” é uma locução adverbial;
sintaticamente, um adjunto adverbial. O verbo “estava”, em (11), é intransitivo.
Alguns comentários são válidos:
• Verbo intransitivo não é, nunca foi e nunca será o verbo de sentido completo. Alguns po-
dem ter sentido independentemente de qualquer outra estrutura sintática (como ocorre
com os verbos que indicam fenômenos da natureza).
• Um adjunto adverbial não é, nunca foi e nunca será um complemento verbal.
• Nem sempre haverá um adjunto adverbial com verbos intransitivos. Veja os exemplos:
EXEMPLOS
(12) Jesus nasceu!
(13) Jesus nasceu em Belém!
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socialmente. modo
no bar. lugar
para esquecer os
finalidade
problemas.*
porque a mulher o
causa
deixou.*
Obs.: os dois últimos casos possuem verbos. São conhecidos como adjuntos adver-
biais oracionais, ou orações subordinadas adverbiais, conforme veremos em perío-
do composto.
Cabe ressaltar que o adjunto adverbial não aparece apenas em estruturas dotadas de ver-
bos intransitivos. Veja:
EXEMPLOS
(14) Ele bebe leite aos domingos.
(15) O deputado estava eufórico em Campinas.
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Alguns verbos da língua portuguesa causam tremenda confusão em análises sintáticas. São
verbos locativos (relacionados a lugares), como chegar, ir voltar, partir, morar, residir etc. Eles
parecem verbos transitivos diretos, mas, na verdade, são intransitivos. Vejamos abaixo:
EXEMPLOS
Ele mora em Brasília.
Ele vai ao Rio de Janeiro.
Ele voltou de Paris.
Para a NGB, os verbos acima são intransitivos. As expressões destacadas são adjuntos adver-
biais de lugar. Jamais se confunda com isso! Isso já foi cobrado em provas!
017. (FUNCAB) Na oração “E para mim, que moro em Manhattan, aquela ilha apertada [...] deve
ser como pousar NA LUA”, a função sintática do termo destacado é:
a) complemento nominal.
b) objeto indireto.
c) objeto direto.
d) aposto.
e) adjunto adverbial.
A alternativa considerada certa foi a letra e, uma vez que o verbo pousar é locativo! Cuidado!
Letra e.
5. Configurações Oracionais
Amigo(a), por fim, seria legal simularmos algumas possibilidades de configurações ora-
cionais. Isso os ajudará a entender, com maior clareza, o funcionamento da sintaxe da oração.
O predicado
Conforme já discutimos, o predicado é o que sobra do sujeito. O predicado, assim como o
sujeito, possui núcleo. O núcleo do predicado pode ser um verbo (VTD, VTI, VTDI ou VI) ou um
predicativo (do sujeito ou do objeto). Note que o VL não é considerado núcleo.
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PREDICADO NOMINAL
PREDICADO NOMINAL
Segundo nossos estudos, o verbo de estado pode ser de ligação ou intransitivo. Na oração
EXEMPLO
As atletas permaneceram em Londres.
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O verbo “permaneceram” não pode ser de ligação, uma vez que não há predicativo do sujeito.
O referido verbo é classificado como intransitivo. Por esse motivo, o predicado dessa ora-
ção é verbal.
Obs.: 1: “revoltados” (24) e “tristes” (25) não podem ser advérbios, pois estão em concordân-
cia com “servidores” e “filhos”, respectivamente. Lembre-se: o advérbio é invariável.
2: Mais a diante, falaremos, com muito carinho, sobre o predicativo do objeto, para
que você não o confunda com um adjunto adnominal. Por enquanto, guarde a seguin-
te informação: o predicativo do objeto é uma característica que o sujeito atribui ao
objeto. No exemplo (26), “culpado” foi atribuído pelo “juiz” ao “réu”.
EXEMPLO
(1) A Garota estudiosa encontrou apostilas velhas.
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Em seguida, vamos à análise sintática que dominamos até este ponto da matéria:
Sabemos que tanto o sujeito quanto o objeto possuem núcleos (“garota” = núcleo do su-
jeito/”apostilas” = núcleo do objeto direto). Então, surge um questionamento: qual é a classifi-
cação sintática do artigo “a”, do adjetivo “estudiosa e do adjetivo “velhas? Todos esses termos
estão ligados ao nome, e são estruturas internas ao sujeito e ao objeto.
Veja outra construção:
EXEMPLO
(2) O desejo da mãe é a reforma da casa.
Do mesmo modo como ocorreu na oração (1), sabemos que sujeito e predicativo do sujeito
possuem núcleos (“desejo” e “reforma”, respectivamente). Ambos são substantivos. Novamen-
te, uma pergunta nos vem à mente: qual é a classificação sintática do artigo “o”, da locução “da
mãe”, do artigo “a” e da locução “da casa”?
Conforme você acabou de perceber, nosso questionamento agora está centrado em saber
qual é a classificação sintática dos termos que se ligam a nomes. Esses termos são internos
a diversas estruturas sintáticas (estão dentro de sujeitos, objetos, predicativos, adjuntos). E é
sobre esse assunto que falaremos a partir de AGORA!
Para iniciarmos, vamos verificar uma questão do Cespe.
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018. (CESPE/2013)
Quem pode escapar ileso
Do medo e do desatino
Quem viu o pavio aceso do destino?
Os termos “Do medo”, “do desatino” e “do destino” exercem a mesma função sintática.
Existe uma forma de, sem tanta nomenclatura gramatical, resolver a questão. Note que “do
medo” e “do desatino” são expressões que estão ligadas ao verbo “escapar”; em contrapartida,
“do destino” não se liga ao verbo “viu”, mas ao substantivo “pavio”. Ora, se as duas primeiras
expressões se ligam a verbo e a terceira a um substantivo, podemos deduzir que elas não
podem possuir a mesma função sintática, motivo pelo qual o item está errado. Você também
poderia adotar outro caminho: “do medo” e “do desatino” são objetos indiretos, ao passo que
“do destino” é um adjunto adnominal.
Vale fazer um comentário: são poucas as bancas que cobram os termos ligados a nomes em
provas de concursos públicos. Todavia, conhecê-los, além de ser um diferencial, é fundamen-
tal para a compreensão de outras questões mais complexas da língua. Conhecer um adjunto
adnominal colabora para o entendimento de uma oração subordinada adjetiva. Conhecer um
complemento nominal colabora para o entendimento de uma oração subordinada substanti-
va completiva nominal. Esses são só alguns exemplos da importância dos termos ligados a
substantivos.
Errado.
EXEMPLOS
(3) O professor sábio.
(4) A escritora talentosa.
(5) As médicas responsáveis.
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O que é um sintagma?
Sintagma nada mais é do que uma estrutura organizada de elementos linguísticos (fonemas,
letras, palavras etc.). Sempre que combinamos elementos linguísticos a fim de formar uma
estrutura inteligível, formamos um sintagma. Toda palavra é um sintagma (combinação orga-
nizada de letras). Toda frase é um sintagma (combinação organizada de palavras).
Essa classificação de adjunto adnominal também vale para outras classes morfológicas
que são subordinadas a substantivos (você se lembra do “grupo dos nomes”, lá no PDF de
morfologia?). Vejamos:
EXEMPLOS
(6) Essas duas meninas brincalhonas.
(7) Os meus doze anos inesquecíveis.
(8) Algumas mulheres negras.
Agora, inseri, em cada sintagma, pronomes adjetivos e numerais. Como essas classifica-
ções sintáticas são subordinadas a substantivos (e estão junto dele), sintaticamente também
são adjuntos adnominais. A classificação de cada uma das orações ficaria assim:
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EXEMPLOS
(9) As mesas de vidro.
(10) O galpão de milho.
(11) Aquela porta do consultório.
Note que, agora, há três locuções adjetivas (“de vidro”, “de milho” e “do consultório”). Sinta-
ticamente, elas são classificadas também como adjuntos adnominais. Agora, a classificação
sintática não recaiu sobre cada uma das palavras da locução, mas sobre a locução inteira.
Obs.: preposições, conjunções e interjeições (que são classes morfológicas) não possuem
classificação sintática! Isso é o que justifica o que aconteceu na análise anterior!
EXEMPLO
(12) A mãe do garoto de Amsterdã.
Note que, na construção, há três substantivos – “mãe”, “garoto” e “Amsterdã”. Não estamos
falando de uma mãe qualquer, nem de um garoto qualquer. Há uma locução adjetiva que se
refere à mãe, e, interna a ela, há outra locução adjetiva que se refere ao garoto. A classificação
ficaria assim:
Essa prática de “encaixar” termos uns nos outros é característica de todas as línguas do
mundo. Tal fenômeno é chamado de recursividade. Teoricamente, a língua nos permite um
encadeamento infinito de estruturas subordinadas. Nós só não nos valemos disso porque a
compreensão textual ficaria comprometida. Por isso, em redações, recomenda-se a produção
de períodos mais curtos. Períodos longos possuem recursividade em excesso, o que prejudica
o entendimento de quem lê.
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Mas tenho certeza de que você, até esse momento, está pensando: “caramba, profes-
sor, mas que assunto fácil! Basta observar o que está junto ao nome e chamar de adjunto
adnominal”!
Eu até que gostaria de dizer a você que é só isso, apenas para te deixar feliz, mas, como seu
professor, tenho que te dizer que estamos apenas começando! Eu preciso mesmo que você
tenha entendido tudo o que apresentei anteriormente, pois, de agora em diante, nosso estudo
ficará mais complexo. Todavia, não perca o ânimo! Tenho certeza de que você entenderá tudo,
até o final!
O adjunto adnominal é um termo que se refere ao substantivo, estando junto a ele, integrando
um mesmo sintagma. Já o predicativo do sujeito se refere ao substantivo, mas está em um
sintagma separado, distinto. Veja:
EXEMPLOS
A engenheira estudiosa trabalha bastante.
A engenheira é estudiosa.
EXEMPLOS
(13) O atendimento do psicólogo.
(14) O atendimento de menores.
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“atendimento”. Mas é agora que vem a informação mais impressionante: “do psicólogo” e “de
menores” não possuem a mesma classificação sintática! A estrutura morfológica é idêntica,
mas sintaxe é diferente! Quer saber que diferença é essa? Acompanhe-me!
EXEMPLOS
(15) A mulher honesta.
(16) O amor selvagem.
(17) A bola de couro.
(18) A doação de mantimentos.
(19) A doação do prefeito.
Agora, eu te pergunto: qual é a classificação sintática dos termos sublinhados? Para res-
ponder, considere o quadro a seguir:
Agora, com o auxílio da tabela, sabemos que, em (15), (16) e (17), os termos sublinhados
são adjuntos adnominais. Nos dois primeiros, não há preposição (e o complemento nominal
é sempre preposicionado). No terceiro, apesar de “de couro” ser preposicionado, refere-se ao
substantivo “bola”, que é concreto (e o complemento nominal refere-se a substantivos abstra-
tos, adjetivos ou advérbios).
Professor, quer dizer que eu preciso voltar lá no meu primeiro grau para relembrar o que é
um substantivo concreto ou abstrato?
Com certeza! Esse é um conhecimento fundamental na análise dos termos ligados a no-
mes. No entanto, preciso que você esteja com a cabeça aberta. Aquela classificação entre o
que existe e o que não existe ou entre o que se toca ou não se toca não vale para a análise de
substantivos concretos e abstratos. Essa é uma noção que você aprende, de maneira superfi-
cial (às vezes, até equivocada), nas séries iniciais. Agora, preciso que você realmente saiba a
diferença entre esses substantivos.
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Exs.: amor, raiva, fé, medo, atendimento, Exs.: mesa, bola, Deus, papai noel, bruxa,
doação, vida, morte. escritor.
Dessa forma, entendemos que “de mantimentos”, por ser paciente, é um complemento
nominal. Ao passo que “do prefeito”, por ser agente, é um adjunto adnominal. O mesmo ocorre
nos exemplos (13) e (14). Em (13), entende-se que o psicólogo é quem pratica o ato de atender
(o psicólogo é agente). Logo, “do psicólogo” é um adjunto adnominal. Em contrapartida, em
14, percebe-se que os menores é que recebem o atendimento (os menores são pacientes).
Portanto, “de menores” é um complemento nominal.
Obs.: A análise de agente e paciente só deve ser feita quando as duas primeiras análises
não resolverem a questão. Em outras palavras: só se analisa a relação entre agente
e paciente se, e somente se, houver termo preposicionado se referindo a substanti-
vo abstrato.
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mais uma dica: qualquer termo preposicionado que iniciar com preposição diferente
de “de” (pode ser “a”, “em”, “por”) e que se referir a substantivo abstrato será sempre
complemento nominal. Como podemos observar nos seguintes exemplos: o amor aos
homens/a luta por melhorias/a confiança em Deus (todos os termos sublinhados são
complementos nominais).
Última dica: o adjunto adnominal também pode representar posse em relação ao subs-
tantivo abstrato. Veja este exemplo:
A alegria da mãe (a mãe possui a alegria).
Vamos analisar os exemplos apresentados lá no início da aula. Vou repeti-los para você:
EXEMPLOS
(20) O aumento dos preços assustou a população.
(21) A população ouviu a fala do Presidente.
(22) O amor de Deus aos homens é infinito.
Como agora são construções oracionais, poderemos encontrar os termos ligados a ver-
bos. Depois, os termos ligados a nomes. Veja as análises a seguir:
Cabe também ressaltar que, assim como há casos que não oferecem dúvidas acerca do
adjunto adnominal, o mesmo também ocorre com alguns complementos nominais. Quan-
do este se refere a adjetivos ou advérbio, a análise agente/paciente também é dispensada.
Veja a seguir.
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EXEMPLOS
(23) O empresário considerou o funcionário apto ao cargo.
(24) Ele agiu contrariamente a seus princípios.
Em (23), note que “ao cargo” (expressão preposicionada) se refere a “apto”, que, por sua
vez, é um adjetivo que caracteriza “funcionário”. Por isso, “ao cargo” é um complemento nomi-
nal. Em 24, “a seus princípios” (expressão preposicionada) se refere a “contrariamente”, que é
um advérbio subordinado ao verbo “agiu”. Veja como ficam as análises:
Adj.
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RESUMO
O que cai, Elias?
Sobre o bloco I: morfologia não é o mais cobrado em provas; todavia, quem não domina
esse assunto torna-se inapto a obter êxito em assuntos mais frequentemente explorados. So-
bre morfologia, deve-se basear em três pilares:
• 1) é um pré-requisito fundamental em provas;
• 2) o que mais cai (quando cai) é o reconhecimento de classes, sem análises extrema-
mente aprofundadas acerca do assunto e sem exagero em nomenclaturas gramaticais
(exige-se, portanto, muito raciocínio do candidato acerca da interação entre termos);
• 3) é necessário MEMORIZAR as classes gramaticais fechadas (que não sofrem alte-
ração na quantidade de palavras existentes). É o caso dos artigos, dos pronomes, das
preposições e das conjunções. Esse material está no anexo. Memorizar essas palavras
vai garantir velocidade e precisão em diversas questões.
Sobre o bloco II: um dos conhecimentos mais importantes diz respeito ao sujeito. Além de
caírem muitas questões acerca desse assunto, é a partir do sujeito que você pode passar a
entender tantas outras interações sintáticas possíveis em uma oração! Logo, meu conselho:
sempre leia o bloco sobre sujeito, bem como faça com muita atenção todas as questões! Todo
o conhecimento sobre ele é importante!
Sobre o bloco III: saber reconhecer os complementos verbais e os adjuntos adverbiais é um
conhecimento que, além de muito explorado em prova, é pré-requisito para outros assuntos.
Ainda falando sobre os complementos verbais, as bancas gostam muito de elaborar questões
sobre os verbos de regência especial, aqueles que confundem as pessoas. Por isso, o meu
conselho: memorize-os. Como eu sou muito legal, no fim desta aula, há uma lista de verbos
importantes!
Sobre o bloco IV: vou ser extremamente honesto com você: o assunto “termos ligados a
nomes” não está entre os mais cobrados em provas de concursos públicos. Poucas bancas,
como a FGV, possuem a tradição de cobrar esse assunto, porém eu preciso que você sabia
que não se separa por vírgula o substantivo e seu adjunto adnominal ou complemento nomi-
nal. Preciso que você entenda que toda oração subordinada adjetiva é um adjunto adnominal
oracional, e não um aposto. Preciso que você se lembre de que todo complemento nominal
é preposicionado. Na verdade, não estou preocupado com as questões sobre termos ligados
a nomes. Estou mesmo preocupado é com a quantidade de assuntos que dependem desse
conhecimento prévio.
Estudar língua portuguesa é assim mesmo: muitas vezes, precisamos adquirir um determi-
nado conhecimento em função de outro bem maior! Além disso, o assunto aqui apresentado não
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costuma ser dominado por muitos estudantes. Agora, isso é um diferencial seu! Você verá
inclusive que tive de misturar questões de muitas bancas para formar um conjunto legal de
questões. Não há, por exemplo, uma questão da FCC sequer que aborde esse assunto. Mas eu
preciso que você o compreenda para conseguir arrebentar nas questões de outros assuntos.
Há também poucas questões do Cespe sobre o assunto; todavia, repito: preciso que você sai-
ba esse assunto para ter confiança em muitos outros que são cobrados com frequência nas
provas de concursos públicos!
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (2022/VUNESP/PREFEITURA DE TAUBATÉ-SP/ESCRITURÁRIO/EDITAL N. 003) Leia o
texto para responder à questão.
A palavra gari é uma homenagem ao empresário francês Aleixo Gary, que se destacou
na história da limpeza da cidade do Rio de Janeiro. Em 11 de outubro de 1876, ele assinou um
contrato com o Ministério Imperial para organizar o serviço de limpeza da cidade, que incluía
a retirada de lixo das casas e praias e o transporte para a Ilha de Sapucaia, atual bairro Caju. A
empresa acabou em 1892 e foi criada a Superintendência de Limpeza Pública e Particular da
Cidade cujos serviços não eram bons. No ano de 1906, o órgão tinha somente 1.084 animais
de carga para trabalharem na coleta de 560 toneladas de lixo. A partir dessa data, teve início a
coleta de lixo com equipamentos mecânicos.
(http://guiadoscuriosos.com.br Adaptado)
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das mesmas atividades – este último é o grupo de controle. A proposta era testar se o acesso
a uma boa educação infantil melhoraria a capacidade de crianças desfavorecidas de obter
sucesso na escola e na vida.
“O consenso quando comecei a analisar os dados era de que o programa não tinha sido
bem-sucedido porque o QI dos participantes era igual ao de não participantes”, lembra ele,
anos depois, em conversa com a BBC News Brasil.
Heckman e colegas resolveram analisar os resultados do experimento por outro ângulo.
“Nós olhamos não para o QI, mas para as habilidades sociais e emocionais que os participan-
tes demonstraram em etapas seguintes da vida e vimos que o programa era, na verdade, muito
mais bem-sucedido do que as pessoas achavam. Constatamos que os participantes tinham
mais probabilidade de estarem empregados e tinham muito menos chance de ter cometido
crimes”, diz o economista.
Sua análise do programa Perry chegou à conclusão de que houve um retorno sobre o
investimento de 7 a 10% ao ano, com base no aumento da escolaridade e do desempenho pro-
fissional, além da redução dos custos com reforço escolar, saúde e gastos do sistema penal.
(Luiza Franco. BBC News Brasil. 21 de maio de 2019. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a frase está correta quanto à concordância verbal e nominal.
a) Os resultados do experimento de Heckman, conduzido nos Estados Unidos, confirma a tese
do pesquisador e ganhador do Nobel de Economia.
b) O retorno financeiro dos investimentos realizados na primeira infância fazem com que essa
estratégia seja economicamente vantajosa.
c) A diferença entre o QI das crianças participantes e o das não participantes da pesquisa foi
quase nulo.
d) Fazem mais de 50 anos que a pesquisa foi realizada, e ainda hoje os resultados são relevan-
tes para as políticas públicas.
e) Não é incorreto afirmar que os investimentos em educação na primeira infância têm impac-
tos econômicos relevantes.
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Na frase – Como pai e filho conversam entre si, fica claro, na tirinha, que se trata de uma rela-
ção entre os membros de uma família. – a palavra em destaque expressa sentido de
a) finalidade.
b) tempo.
c) dúvida.
d) comparação.
e) causa.
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Por causa desse filme, reli um dos ensaios de Michael Oakeshott, cujo título é “Rationa-
lism in Politics”. Argumenta o autor que, a partir do Renascimento, o “racionalismo” tornou-se
a mais influente moda intelectual da Europa. Por “racionalismo”, entenda-se: uma crença na
razão dos homens como guia único, supremo, da conduta humana.
Para o racionalista, o conhecimento que importa não vem da tradição, da experiência, da
vida vivida. O conhecimento é sempre um conhecimento técnico, ou de uma técnica, que pode
ser resumido ou aprendido em livros ou doutrinas.
Oakeshott argumentava que o conhecimento humano depende sempre de um conheci-
mento técnico e prático, mesmo que os ensinamentos da prática não possam ser apresenta-
dos com rigor cartesiano.
Clint Eastwood revisita a mesma dicotomia de Oakeshott para contar a história de Sul-
lenberger. O avião perde os seus motores na colisão com aves; o copiloto, sintomaticamente,
procura a resposta no manual de instruções; mas é Sully quem, conhecendo o manual, entende
que ele não basta para salvar o dia.
E, se os computadores dizem que ele está errado, ele sabe que não está – uma sabe-
doria que não se encontra em nenhum livro já que a experiência humana não é uma equação
matemática.
As máquinas são ideais para lidar com situações ideais. Infelizmente, o mundo comum é per-
petuamente devassado por contingências, ambiguidades, angústias, mas também súbitas ilu-
minações que só os seres humanos, e não as máquinas, são capazes de entender.
Quando li Oakeshott, encontrei um filósofo que, contra toda a arrogância da modernida-
de, mostrava como a nossa imperfeição pode ser, às vezes, uma forma de salvação. O ensaio
era, paradoxalmente, uma lição de humildade e uma apologia da grandeza humana. Eastwood,
aos 86 anos, traduziu essas imagens.
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 29.11.2016. Adaptado)
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b) nos segmentos: um aumento (§1º) e um século (§3º), o termo um exerce a mesma função
gramatical.
c) a expressão cenário de caos (§3º ) apresenta uma locução adjetiva..
d) na construção: Por outro lado (§1º), o pronome outro ajuda a definir de forma objetiva e
pontual uma nova perspectiva.
e) na expressão: até mesmo com risco de morte (§2º), os termos mesmo e com são preposições.
No trecho “Se quiser continuar sendo ‘pai’, sugiro grandes mudanças em sua plataforma de
governo”, o vocábulo em destaque introduz uma relação de
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a) condição.
b) concessão.
c) finalidade.
d) consequência.
e) causa.
Na frase do segundo parágrafo – Deve ter recebido a bênção protocolar, de longe. –, o termo
destacado qualifica a palavra a que se refere (bênção). A mesma situação ocorre com o termo
em destaque na alternativa:
a) Quando apareceu a decisão de ir para o sul, a mãe começou a pregar botões…
b) Não era hábito na família os mais velhos ficarem se expondo em demonstrações de afeto.
c) Foi carregando a malinha – leve, quase nada dentro…
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Entre as orações da frase – Quanto mais impermeabilização do solo, mais enchentes haverá
– observa-se ideia de
a) tempo.
b) causa.
c) condição.
d) finalidade.
e) proporção.
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O trecho assinalado na passagem – O problema são aquelas pessoas que, de tão invejosas,
acabam por ficar cegas para as suas próprias potencialidades. – expressa, na relação com o
contexto, o sentido de
a) concessão.
b) causa.
c) comparação.
d) conclusão.
e) condição.
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Há estudos que mostram que os cães podem ficar contagiados pelos nossos bocejos,
ou sentir um aumento nos níveis de cortisol quando ouvem um bebê chorar e responder ao
tom emocional da nossa voz. “Os cães observam-nos muito de perto – e parte disso baseia-
-se no nosso olhar e linguagem corporal, mas também nos sons que fazemos e nos odores
que emitimos”, afirma Monique Udell, especialista em comportamento animal da Universidade
de Oregon.
Em termos auditivos, as investigações mostram que quando os cães ouvem expressões
de angústia, como o choro, ou sons positivos, como o riso, respondem de uma forma diferente
do que acontece com outras vocalizações ou sons não humanos. “Quando se trata do olfato,
os cães são muito sensíveis ao odor corporal – é assim que conseguem detectar diabetes e
possivelmente epilepsia nas pessoas”, diz Clive.
Não se sabe ainda se os humanos podem ficar contagiados pelas emoções dos seus
cães, embora alguns especialistas acreditem que seja bastante provável. Partilhar os altos e
baixos emocionais uns dos outros tende a ser uma coisa benéfica porque ajuda a criar uma
ligação mais profunda e tem valor de sobrevivência. “Se pensarmos nos nossos antepassados,
havia momentos de vida ou morte para os quais os nossos cães nos podiam alertar, para po-
dermos agir rapidamente”, diz Clive. “Em termos de alarme, esta via de dois sentidos é mutua-
mente vantajosa para ambas as espécies”.
(Stacey Colino, “Sim, os cães podem ficar ‘contagiados’ pelas emoções dos donos”, Portal National Geographic,
11/10/2021. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a frase está de acordo com a norma-padrão da língua portugue-
sa quanto às concordâncias verbal e nominal.
a) Quando ouve um choro, os animais se sentem afetados por um sentimento de tristeza.
b) São muito vantajosas, para o ser humano, a convivência diária com cães e gatos domésticos.
c) A comunicação entre as duas espécies é bom e garante a sobrevivência tanto dos cães
quanto dos humanos.
d) Não existem, no mundo animal, diferença em relação à expressão das emoções.
e) Há, em cada raça de cão, grandes diferenças que interferem na capacidade do animal de
perceber os sentimentos do dono.
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marfim, outro afirma ser uma parede por tocar seu abdômen e um terceiro garante que é uma
mangueira por ter encostado, exclusivamente, na tromba. (…) Tenho encontrado defensores
e detratores apaixonados da obra do recifense [Paulo Freire]. Encontro bem menos leitores.
Lanço o desafio cheio de esperança no centenário dele: antes de defender ou atacar Paulo
Freire, leia dois livros dele ao menos. Depois de ler e examinar a obra, (…) emita sua sagrada
opinião, agora com certo embasamento. Educação é algo muito sério. Paulo Freire encarou o
gravíssimo drama do analfabetismo. Hoje vivemos outro tipo de drama: pessoas que possuem
a capacidade de ler e se recusam a fazê-lo.
(Leandro Karnal. O desafio. Jornal O Estado de São Paulo, set.2021. Adaptado)
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O termo destacado na frase do último parágrafo – O setor tem, por motivos como esse, voltado
a se aglutinar em torno da ideia de uma lei... – forma uma expressão que enuncia
a) a causa de o setor aglutinar-se em torno da ideia de uma lei.
b) oposição à aglutinação do setor em torno da ideia de uma lei.
c) o modo de o setor aglutinar-se em torno da ideia de uma lei.
d) o tempo da aglutinação do setor em torno da ideia de uma lei.
e) a finalidade de o setor aglutinar-se em torno da ideia de uma lei.
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Essa ditadura do “soberano algoritmo” chega a ser até mais cruel que a ditadura política,
pois é camuflada por imagens agradáveis, frases de incentivo e áudios que tornam o pensa-
mento dos que consomem tudo isso alinhado aos anseios daqueles que criam armadilhas
que levam a uma interpretação equivocada do mundo, conduzindo a decisões irracionais que
atendam às expectativas do “algoz algoritmo”. Que triste estar num mundo em que tudo é fei-
to para que se leia, ouça ou veja somente aquilo que queremos ler, ouvir e ver. A ausência do
contraditório, da discrepância e do discordante infantiliza qualquer relação e impede que se
mantenha a visão sobre o mundo e sobre a vida em evolução contínua.
Algoritmo: conjunto das regras e procedimentos lógicos que levam à solução de um problema.
1
2
Post: postagem, conteúdo publicado em plataformas de comunicação ou sites da internet.
(Edson S. Moraes. https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2021/08/a-ditadura-do-algoritmo.shtml. 21.08.2021.
Adaptado)
O termo destacado na frase do primeiro parágrafo –... mas, até hoje, nunca esperei que algum
deles ficasse feliz ou triste com algo que eu declarasse... – introduz, no contexto em que é
empregado, sentido de
a) oposição.
b) condição.
c) explicação.
d) concessão.
e) comparação
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arrancar-lhe toda ilusão, avançou contra ele, abocanhando-lhe a perna esquerda. O ladrão quis
sacar do revólver, mas não teve tempo para isso. Caindo ao chão, sob as patas do inimigo, su-
plicou-lhe com os olhos que o deixasse viver, e com a boca prometeu que nunca mais tentaria
assaltar aquela casa. Falou em voz baixa, para não despertar os moradores, temendo que se
agravasse a situação.
O animal pareceu compreender a súplica do ladrão, e deixou-o sair em estado deplorá-
vel. No jardim, ficou um pedaço de calça. No dia seguinte, a empregada não entendeu bem por
que uma voz, pelo telefone, disse que era da Saúde Pública e indagou se o cão era vacinado.
Nesse momento, o cão estava junto da doméstica e abanou o rabo, afirmativamente.
(Carlos Drummond de Andrade. O sorvete e outras histórias, 1993. Adaptado)
*Cão robusto de feia aparência
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Dentre o trio de laureados, vale destacar Esther Duflo: ela é a segunda mulher e a pessoa
mais jovem a receber o Prêmio Nobel de Economia.
(https://revistagalileu.globo.com, 14.10.2019. Adaptado)
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d) A menos que houvessem mais oportunidades para que cada indivíduo desenvolva seu talen-
to, não ocorrerá justiça no processo.
e) Aos sonhos e aspirações das crianças e dos jovens devem corresponder sua realização,
para que não se frustrem seu desenvolvimento.
Na oração Nem Hazeroth nem Magog foram eleitos, a relação estabelecida entre os sujeitos e
o verbo é de
a) comparação.
b) conclusão.
c) alternância.
d) exclusão.
e) adição.
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3 A conexão histórica entre a privacidade e a riqueza ajuda a explicar por que a priva-
cidade está sob ataque hoje. A situação nos faz recordar que ela não é um traço básico da
existência humana, mas sim um produto de determinado arranjo econômico - e portanto um
estado de coisas transitório.
4 Hoje as forças da criação de riqueza já não favorecem a expansão da privacidade,
mas trabalham para solapá-la. Testemunhamos a ascensão daquilo que a socióloga Shoshan-
na Zuboff define como “capitalismo de vigilância” - a transformação de nossos dados pessoais
em mercadoria por gigantes da tecnologia. Encaramos um futuro no qual a vigilância ativa é
uma parte tão rotineira das transações que se tornou praticamente inescapável.
5 Como nossas experiências com a mídia social têm deixado claro, agimos diferente
quando sabemos estar sendo observados. A privacidade é a liberdade de agir sem ser obser-
vado, e assim, em certo sentido, de sermos quem realmente somos - não o que desejamos que
os outros pensem que somos. A maioria deseja maior proteção à sua privacidade. Porém, isso
requererá a criação de diversas leis.
(Adaptado de: The New York Times. Tradução de Paulo Migliacci. Disponível em: www.folha.uol.com.br)
O verbo flexionado no plural e que também pode ser corretamente flexionado no singular, sem
que nenhuma outra modificação seja feita na frase, está em:
a) Hoje as forças da criação de riqueza já não favorecem a expansão da privacidade...
b) Não existiam expectativas de que uma porção significativa da vida...
c)... as normas, e eventualmente os direitos, de privacidade vieram a surgir.
d) Como nossas experiências com a mídia social têm deixado claro...
e)... a maior parte das pessoas obtiveram os meios financeiros para controlar o ambiente físico...
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viver cada momento com intensidade. As relações afetivas estão sucumbindo à coletiva soli-
dão digital.
5 Algo análogo se dá com o consumo da informação. Navegamos freneticamente no
espaço virtual. A fragmentação dos conteúdos pode transmitir certa sensação de liberdade, já
que não dependemos, aparentemente, de ninguém. Somos os editores do nosso diário perso-
nalizado. Será? Não creio, sinceramente. Uma enxurrada de estímulos dispersa a inteligência.
Ficamos reféns da superficialidade. Perdemos contexto e sensibilidade crítica.
Adaptado de: DI FRANCO, Carlos Alberto. Disponível em: opiniao.estadao.com.br)
Como não o convenceu, trouxe uma porca, a única que possuía, e, na presença dele, colocou-
-a à venda.
Em relação ao trecho que o sucede, o trecho sublinhado tem sentido de
a) causa.
b) consequência.
c) comparação.
d) oposição.
e) condição.
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seu caso havia uma razão óbvia para isso: aos setenta anos, solteirão, sem parentes, sem ami-
gos, não tinha com quem celebrar, ninguém o convidava para festa alguma. O jeito era tomar
um porre, e era o que fazia, mas o resultado era melancólico: além da solidão, tinha de suportar
a ressaca.
No passado, convivera muito tempo com a mãe. Filho único, sentia-se obrigado a cuidar
da velhinha que cedo enviuvara. Não se tratava de tarefa fácil: como ele, a mãe era uma mulher
amargurada. Contra a sua vontade, tinha casado, em 31 de dezembro de 1914 (o ano em que
começou a Grande Guerra, como ela fazia questão de lembrar) com um homem de quem não
gostava, mas que pais e familiares achavam um bom partido. Resultado desse matrimônio: um
filho e longos anos de sofrimento e frustração. O filho tinha de ouvir suas constantes e ressen-
tidas queixas. Coisa que suportava estoicamente; não deixou, contudo, de sentir certo alívio
quando de seu falecimento, em 1984. Este alívio resultou em culpa, uma culpa que retornava a
cada Natal. Porque a mãe falecera exatamente na noite de Natal. Na véspera, no hospital, ela
lhe fizera uma confissão surpreendente: muito jovem, apaixonara-se por um primo, que acabou
se transformando no grande amor de sua vida. Mas a família do primo mudara-se, e ela nunca
mais tivera notícias dele. Nunca recebera uma carta, uma mensagem, nada. Nem ao menos
um cartão de Natal.
No dia 24 pela manhã ele encontrou um envelope na carta do correio. Como em geral
não recebia correspondência alguma, foi com alguma estranheza que abriu o envelope.
Era um cartão de Natal, e tinha a falecida mãe como destinatária. Um velhíssimo car-
tão, uma coisa muito antiga, amarelada pelo tempo. De um lado, um desenho do Papai Noel
sorrindo para uma menina. Do outro lado, a data: 23 de dezembro de 1914. E uma única frase:
“Eu te amo.”
A assinatura era ilegível, mas ele sabia quem era o remetente: o primo, claro. O primo
por quem a mãe se apaixonara, e que, por meio daquele cartão, quisera associar o Natal a uma
mensagem de amor. Uma nova vida, era o que estava prometendo. Esta mensagem e esta pro-
messa jamais tinham chegado a seu destino. Mas de algum modo o recado chegara a ele. Por
quê? Que secreto desígnio haveria atrás daquilo?
Cartão na mão, aproximou-se da janela. Ali, parada sob o poste de iluminação, estava
uma mulher já madura, modestamente vestida, uma mulher ainda bonita. Uma desconhecida,
claro, mas o que importava? Seguramente o destino a trouxera ali, assim como trouxera o car-
tão de Natal. Num impulso, abriu a porta do apartamento e, sempre segurando o cartão, correu
para fora. Tinha uma mensagem para entregar àquela mulher. Uma mensagem que poderia
transformar a vida de ambos, e que era, por isso, um verdadeiro presente de Natal.
(SCLIAR, Moacyr. Mensagem de Natal. Porto Alegre: L&PM, 2018, p. 26-28)
O termo sublinhado em ela lhe fizera uma confissão surpreendente (2º parágrafo) exerce a mes-
ma função sintática daquele sublinhado em:
a) o fim do ano era sempre uma época dura (1º parágrafo)
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Em Você não entende de segurança, Charlie Brown, o elemento sublinhado corresponde ao vo-
cativo, por meio do qual se invoca o interlocutor do discurso. Do mesmo modo, o vocativo está
sublinhado na seguinte frase:
a) Participantes do programa de fidelidade terão um desconto de 50% na compra do ingresso.
b) Ambientalistas, hoje, irão ao parlamento para dialogar com os representantes do governo.
c) Alunos do último ano, tradicionalmente, fazem uma viagem antes da festa de formatura.
d) Senhores passageiros, não se esqueçam de afivelar seus cintos de segurança.
e) Gestantes e lactantes, por precaução, foram desaconselhadas a tomar a vacina.
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Harold Bloom descreve as razões que marcam a relação entre escritores de diferentes
gerações. O processo passa pela ironia do mais jovem em relação ao seu precursor; pelo movi-
mento que marca a construção de um sublime que se contrapõe ao do precursor; e, finalmente,
pela reapropriação do legado.
A assimilação dificultosa do passado é também um processo vivido pela geração de
Drummond. Os antepassados foram vistos muitas vezes como obstáculos aos desejos de
renovação que emergiram a partir da década de 1910 em vários pontos do Brasil. E tanto no
âmbito individual como no geracional, Machado surge como emblema do antigo. Alguém que
fora sepultado com os elogios fúnebres de Rui Barbosa e Olavo Bilac não podia deixar de ser
uma pedra no caminho para escritores investidos do propósito de romper com as convenções.
Até Drummond chegar à declaração de respeito, admiração e amor, foi um longo percurso.
Pouco a pouco, Machado deixa de ser ameaça para se tornar uma presença imensa que ocupa
a imaginação do poeta.
(Adaptado de: GUIMARÃES, Hélio de Seixas. Amor nenhum dispensa uma gota de ácido. São Paulo: Três Estre-
las, 2019, p. 9-30.)
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Flávio Gikovate: Tenho a impressão de que isso não ocorre só com a tecnologia. Tenho
a sensação de que sempre chegamos tarde. As pessoas compram muitas coisas desnecessá-
rias. Veja o caso das roupas: só porque a cintura da calça subiu ou desceu ligeiramente, elas
trocam todas as que possuíam. Trata-se de um movimento em que as pessoas estão sem-
pre devendo.
(Adaptado de: GIKOVATE, Flávio & RIBEIRO, Renato Janine. Nossa sorte, nosso norte. Campinas: Papirus, 2012)
No contexto, o verbo que pode ser flexionado no singular, sem prejuízo das relações de sentido
e da correção, está sublinhado em:
a) que as invenções existem para nos servir.
b) que as máquinas se adaptem às pessoas.
c) elas trocam todas as que possuíam.
d) A velocidade ficou maior do que as pessoas conseguem alcançar.
e) A grande maioria das pessoas usam bem pouco dos recursos de seus computadores.
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c) ... quando chegou o verão, os produtores de azeite de oliva tiveram que pagar a Tales pelo uso
das prensas... (1º parágrafo)
d) ... a água é continuamente reciclada dos céus para a terra e oceanos... (2º parágrafo)
e) Qual é a substância que compõe o Universo? (2º parágrafo)
Ao todo, nesta sexta, estão previstos 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, 20 cidades têm
protestos agendados. (2º parágrafo)
Caso a notícia fosse publicada depois de todos os eventos previstos acontecerem de fato,
essa frase poderia ser reescrita da seguinte maneira, conforme a norma-padrão da língua:
Ao todo, nesta sexta,
a) houveram 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, tiveram protestos em 20 cidades.
b) haviam 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, 20 cidades tinham protestos.
c) haveria 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, teriam protestos em 20 cidades.
d) houve 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, 20 cidades tiveram protestos.
e) havia 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, 20 cidades tinha protestos.
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notáveis. As cidades representam 80% do Produto Interno Bruto (PIB) global. Nos Estados
Unidos, o corredor Boston-Nova York-Washington gera mais de 30% do PIB do país.
Mas o sucesso tem sempre um custo - e as cidades não são exceção, segundo análise
do Fórum Econômico Mundial. Padrões insustentáveis de consumo, degradação ambiental e
desigualdade persistente são alguns dos problemas das cidades modernas. Recentemente,
entraram na equação as consequências da transformação digital. Há quem fale sobre uma
futura desurbanização. Mas os especialistas consultados pelo Fórum descartam essa possibi-
lidade. Preferem discorrer sobre como as cidades vão se adaptar à era da digitalização e como
vão moldar a economia mundial.
A digitalização promete melhorar a vida das pessoas nas cidades. Em cidades inteli-
gentes como Tallinn, na Estônia, os cidadãos podem votar nas eleições nacionais e envolver-
-se com o governo local via plataformas digitais, que permitem a assinatura de contratos e o
pagamento de impostos, por exemplo. Programas similares em Cingapura e Amsterdã tentam
criar uma espécie de “governo 4.0”.
Além disso, a tecnologia vai permitir uma melhora na governança. Plataformas digitais
possibilitam acesso, abertura e transparência às operações de governos locais e provavelmen-
te irão mudar a forma como os governos interagem com as pessoas.
(Adaptado de: “5 previsões para a cidade do futuro, segundo o Fórum Econômico Mundial”. Disponível em:
https://epocanegocios.globo.com)
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É uma tendência mais presente entre os mais jovens, mas comum em todas as faixas etárias...
(1º parágrafo)
Uma redação alternativa para a frase acima, preservando-se as relações de sentido entre as
orações, está em:
a) É uma tendência mais presente entre os mais jovens e, portanto, comum em todas as faixas
etárias...
b) Para que seja uma tendência mais presente entre os mais jovens, é comum em todas as
faixas etárias...
c) Por ser uma tendência mais presente entre os mais jovens, é comum em todas as faixas
etárias...
d) É uma tendência mais presente entre os mais jovens, de modo que é comum em todas as
faixas etárias...
e) Mesmo sendo uma tendência mais presente entre os mais jovens, é comum em todas as
faixas etárias...
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agradam, ótimo. Caso contrário, não continuem, pois a leitura obrigatória é uma coisa tão ab-
surda quanto a felicidade obrigatória”.
5 Esta é a razão por que eu gostaria de ser cozinheiro. É mais fácil criar felicidade pela
comida que pela palavra... Os pratos de sua especialidade, os cozinheiros os sabem de cor.
Basta repetir o que já foi feito. Mas é justamente isso que está proibido ao escritor. O escritor é
um cozinheiro que a cada semana tem de inventar um prato novo. Cada semana que começa
é uma angústia, representada pelo vazio de folhas de papel em branco que me comandam:
“Escreva aqui uma coisa nova que dê prazer!” Escrever é um sofrimento. A cada semana sinto
uma enorme tentação de parar de escrever. Para sofrer menos.
(Adaptado de: ALVES, Rubem. “Escritores e cozinheiros”. O retorno e terno. Campinas: Papirus, 1995, p. 155-158)
Caso contrário, não continuem, pois a leitura obrigatória é uma coisa tão absurda quanto a feli-
cidade obrigatória. (4º parágrafo)
O termo sublinhado acima introduz, no contexto, noção de
a) finalidade.
b) consequência.
c) explicação.
d) concessão.
e) condição.
Ao ver isso, o escaravelho fez uma pelota de esterco, voou até alcançar o colo de Zeus e soltou-a lá.
O trecho em negrito pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido, por
a) Ainda que viu.
b) Quando viu.
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Carolinas: a nova geração de escritoras negras brasileiras, publicado em 2021, do qual se extrai
o texto abaixo.
Recebo a manhã de pé. Consciente da minha insone madrugada, eu estou à beira das
6h. Pressinto o dia longo, que vai arrastar esse corpo que sequer se esticou. Pronto o café,
pronta uma manhã e nem importa que eu não esteja preparada para absolutamente nada hoje.
Alguma vez já quis pedir ao dia que me levante. Não sei seguir por essa hora em chamas, nes-
se amarelo que cai sobre o dia, que não me socorre. Às vezes, antes de ir à rua, me pego que-
rendo ir direto para a noite. Algo me vem em cheio nessas horas e não é a saudade que ontem,
sem razão, me consumia de vida e morte.
E de repente já estou na rua, rumando, rearrumando e esfregando meus olhos secos.
Esforçando em segurar lágrimas e sabendo que preciso, agora, despejar meu olhar sobre o
mundo: o mais seco que eu quiser. Desejo despejar meu olhar dentro dos olhos de todo mun-
do. Ando, e sinto que os passos só escorrem para alcançar sentido. Quando estou aqui, parece
que a rua é tudo o que tenho, sou e tudo o que sobrei. [...]
(LUDEMIR, Julio (org.). Carolinas: a nova geração de escritoras negras brasileiras. Rio de Janeiro:Bazar do
Tempo: Flup, 2021)
Na oração “Algo me vem em cheio nessas horas” (1º§), ao observar as relações sintáticas
estabelecidas entre os termos que a constituem, é possível afirmar que seu sujeito classifi-
ca-se como:
a) desinencial.
b) indeterminado.
c) simples.
d) inexistente.
Recebo a manhã de pé. Consciente da minha insone madrugada, eu estou à beira das
6h. Pressinto o dia longo, que vai arrastar esse corpo que sequer se esticou. Pronto o café,
pronta uma manhã e nem importa que eu não esteja preparada para absolutamente nada hoje.
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Alguma vez já quis pedir ao dia que me levante. Não sei seguir por essa hora em chamas, nes-
se amarelo que cai sobre o dia, que não me socorre. Às vezes, antes de ir à rua, me pego que-
rendo ir direto para a noite. Algo me vem em cheio nessas horas e não é a saudade que ontem,
sem razão, me consumia de vida e morte.
E de repente já estou na rua, rumando, rearrumando e esfregando meus olhos secos.
Esforçando em segurar lágrimas e sabendo que preciso, agora, despejar meu olhar sobre o
mundo: o mais seco que eu quiser. Desejo despejar meu olhar dentro dos olhos de todo mun-
do. Ando, e sinto que os passos só escorrem para alcançar sentido. Quando estou aqui, parece
que a rua é tudo o que tenho, sou e tudo o que sobrei. [...]
(LUDEMIR, Julio (org.). Carolinas: a nova geração de escritoras negras brasileiras. Rio de Janeiro: Bazar do
Tempo: Flup, 2021)
O título do texto, além de ser constituído por substantivos, também apresenta outros vocábu-
los que cumprem papéis específicos. Dentre esses vocábulos, assinale o único que indica uma
relação de proximidade entre o substantivo e o emissor do texto.
a) “entre”.
b) “a”.
c) “este”.
d) “o”.
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A concordância verbal que envolve a indicação de porcentagens pode causar confusão na es-
crita. Em “Atualmente no Brasil 18% dos homens brasileiros são obesos” (2º§), o verbo está no
plural uma vez que concorda com o seguinte termo:
a) 18%.
b) homens.
c) brasileiros.
d) obesos.
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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana
Em “Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos,” (6º§), nota-se que o acento do verbo em
destaque deve-se a uma exigência de concordância. Assinale a alternativa correta em relação
ao emprego desse mesmo verbo.
a) No Brasil, a sociedade têm várias questões.
b) O jovem têm um grande desafio pela frente.
c) As pessoas tem muitos planos.
d) A mentira tem perna curta.
Família, família
Papai, mamãe, titia,
Família, família
Almoça junto todo dia,
Nunca perde essa mania
Mas quando a filha quer fugir de casa
Precisa descolar um ganha-pão
Filha de família se não casa
Papai, mamãe, não dão nenhum tostão Família êh! Família áh!
Em relação ao verso “Almoça junto todo dia” (v.4), percebe-se que a palavra “família” exerce a
função sintática de:
a) sujeito.
b) objeto direto.
c) objeto indireto.
d) predicado.
O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e jaqueta
de couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando sem pressa
que o rapaz viesse atendê-lo. O rapaz fazia um suco de laranjas para o mecânico que comia
uma coxa de frango fria. O homem tirou uma caderneta do bolso, extraiu de dentro dela uma
fotografia e pôs-se a olhá-la. Olhou-a tanto e tão fixamente que seus olhos ficaram vermelhos.
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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana
Contraiu os lábios, segurando-se para não chorar; a cara contraiu-se como uma máscara de
teatro trágico. O rapaz serviu o suco e perguntou ao homem o que ele queria. O homem disse
“nada não, obrigado”, guardou a foto, saiu do botequim e desapareceu.
No trecho “O homem tirou uma caderneta do bolso, extraiu de dentro dela uma fotografia e
pôs-se a olhá- la.”, o verbo encontra-se no singular pois concorda com a seguinte palavra:
a) caderneta.
b) bolso.
c) fotografia.
d) homem.
Estão acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as pessoas nas grandes cidades não
têm o hábito da gentileza. Não é por ruindade, é falta de tempo. Gastam a paciência nos ôni-
bus, no trânsito, nas filas, nos mercados, nas salas de espera, nos embates familiares, e depois
economizam com a gente.
Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns dias para cá. Tratam-me com
inquietante delicadeza. Já captava aqui e ali sinais suspeitos, imprecisos, ventinho de asas de
borboleta, quase nada. A impressão de que há algo estranho tomou meu corpo mesmo foi na
semana passada. Um vizinho que já fora meu amigo telefonou-me desfazendo o engano que
nos afastava, intriga de pessoa que nem conheço e que afinal resolvera esclarecer tudo. Difícil
reconstruir a amizade, mas a inimizade morria ali.
Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de algumas amabilidades. O episódio
do vizinho fez surgir em meu espírito a hipótese de uma trama, que já mobilizava até pessoas
distantes. E as próximas?
Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem motivo. Durante o telefonema
fico aguardando o assunto que estaria embrulhado nos enfeites da conversa, e ele não sai. Um
número inesperado de pessoas me cumprimenta na rua, com acenos de cabeça. Mulheres, an-
tes esquivas, sorriem transitáveis nas ruas dos Jardins1. Num restaurante caro, o maître2, com
uma piscadela, fura a demorada fila de executivos à espera e me arruma rapidinho uma mesa
para dois. Um homem de pasta que parecia impaciente à minha frente me cede o último lugar
no elevador. O jornaleiro larga sua banca na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o
jornal chegou. Os vizinhos de cima silenciam depois das dez da noite.
[...]
Que significa isso? Que querem comigo? Que complô é este? Que vão pedir em troca de
tanta gentileza?
Aguardo, meio apreensivo, meio feliz.
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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana
Interrompo a crônica nesse ponto, saio para ir ao banco, desço pelas escadas porque
alguém segura o elevador lá em cima, o segurança do banco faz-me esvaziar os bolsos antes
de entrar na porta giratória, enfrento a fila do caixa, não aceitam meus cheques para pagar con-
tas em nome de minha mulher, saio mal-humorado do banco, atravesso a avenida arriscando a
vida entre bólidos3, um caminhão joga-me água suja de uma poça, o elevador continua preso
lá em cima, subo a pé, entro no apartamento, sento-me ao computador e ponho-me de novo a
sonhar com gentilezas. Vocabulário:
1 bairro Jardim Paulista, um dos mais requintados de São Paulo
2 funcionário que coordena agendamentos entre outras coisas nos restaurantes
3 carros muito velozes
Na oração “Estão acontecendo coisas estranhas.” (1º§), em função da concordância verbal,
pode-se concluir que “coisas estranhas” exerce a função sintática de:
a) objeto direto.
b) sujeito.
c) objeto indireto.
d) complemento nominal.
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Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana
Olhe aí na fila – quem? Embreagem, defasagem, barra tensora, vela de ignição, engarra-
famento, Detran, poliéster, filhotes de bonificação, letra imobiliária, conservacionismo, carnet
da girafa, poluição. Fundos de investimento, e daí? Também os incentivos fiscais. Know-how.
Barbeador elétrico de noventa microrranhuras. FenoliteBaquelite, LP e compacto. Alimentos
super congelados. Viagens pelo crediário, Circuito fechado de TV Rodoviária. Argh! Pow! Click!
Não havia nada disso no Jornal do tempo do Venceslau Brás, ou mesmo, de Washington
Luís. Algumas coisas começam a aparecer sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na esquina, para
consumo geral A enumeração caótica não é uma invenção crítica de Leo Spitzer. Está aí, na
vida de todos os dias. Entre palavras circulamos, vivemos, morremos, e palavras somos, final-
mente, mas com que significado?
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa, Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1988)
Ao encerrar seu texto, Drummond reforça a ampla importância atribuída às palavras na exis-
tência humana. Na oração “e palavras somos”, o termo destacado ganha expressividade ao
exercer a função sintática de:
a) objeto direto.
b) sujeito.
c) predicativo do sujeito.
d) adjunto adverbial.
e) adjunto adnominal.
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Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana
GABARITO
1. e 37. e
2. e 38. c
3. e 39. b
4. e 40. c
5. e 41. c
6. d 42. c
7. c 43. a
8. e 44. b
9. a 45. d
10. d 46. b
11. e 47. b
12. b 48. c
13. e 49. d
14. e 50. a
15. a 51. d
16. a 52. b
17. c 53. c
18. b
19. a
20. d
21. c
22. e
23. b
24. c
25. c
26. e
27. d
28. b
29. a
30. b
31. d
32. d
33. e
34. d
35. c
36. c
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Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana
GABARITO COMENTADO
001. (2022/VUNESP/PREFEITURA DE TAUBATÉ-SP/ESCRITURÁRIO/EDITAL N. 003) Leia o
texto para responder à questão.
A palavra gari é uma homenagem ao empresário francês Aleixo Gary, que se destacou
na história da limpeza da cidade do Rio de Janeiro. Em 11 de outubro de 1876, ele assinou um
contrato com o Ministério Imperial para organizar o serviço de limpeza da cidade, que incluía
a retirada de lixo das casas e praias e o transporte para a Ilha de Sapucaia, atual bairro Caju. A
empresa acabou em 1892 e foi criada a Superintendência de Limpeza Pública e Particular da
Cidade cujos serviços não eram bons. No ano de 1906, o órgão tinha somente 1.084 animais
de carga para trabalharem na coleta de 560 toneladas de lixo. A partir dessa data, teve início a
coleta de lixo com equipamentos mecânicos.
(http://guiadoscuriosos.com.br Adaptado)
a) Errada. O núcleo do sujeito é retirada; logo, o correto seria: A retirada do lixo das casas e
praias era feita com animais de carga.
b) Errada. O núcleo do sujeito é animais e o verbo precisaria estar conjugado na terceira pessoa
do plural. O correto seria: Animais de carga eram usados na coleta de lixo no Rio de Janeiro.
c) Errada. O sujeito é composto, tendo como núcleos casas e praias. O correto seria:. Casas e
praias produziam muitas toneladas de lixo.
d) Errada. Ao colocar a frase na ordem direta, temos: Os serviços da Superintendência de Lim-
peza Pública eram ruins.
e) Certa. Concordância correta: As 560 toneladas de lixo eram retiradas por animais de carga
Letra e.
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GRAMÁTICA
Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana
Em grande parte por causa de seus estudos, o assunto tem ganhado mais atenção nos
últimos anos. Heckman concluiu que o investimento na primeira infância é uma estratégia efi-
caz para o crescimento econômico. Ele calcula que o retorno financeiro para cada dólar gasto
é dos mais altos.
Isso ocorre porque, na etapa entre o nascimento e os cinco anos de idade, o cérebro se
desenvolve rapidamente e é mais maleável. Assim, é mais fácil incentivar habilidades cogniti-
vas e de personalidade – atenção, motivação, autocontrole e sociabilidade – necessárias para
o sucesso na escola, saúde, carreira e na vida.
No início dos anos 2000, Heckman começou a se debruçar sobre os dados do Perry Pres-
chool Project, experimento social que mudou a vida de seus participantes. Ele funcionou assim:
em 1962, na pequena cidade de Ypslanti, no Estado do Michigan, nos Estados Unidos, 123 alunos
da mesma escola foram divididos aleatoriamente em dois grupos. Um deles, com 58 crianças,
recebeu uma educação pré-escolar de alta qualidade, e o outro, com 65, não participou das mes-
mas atividades – este último é o grupo de controle. A proposta era testar se o acesso a uma
boa educação infantil melhoraria a capacidade de crianças desfavorecidas de obter sucesso na
escola e na vida.
“O consenso quando comecei a analisar os dados era de que o programa não tinha sido
bem-sucedido porque o QI dos participantes era igual ao de não participantes”, lembra ele,
anos depois, em conversa com a BBC News Brasil.
Heckman e colegas resolveram analisar os resultados do experimento por outro ângulo.
“Nós olhamos não para o QI, mas para as habilidades sociais e emocionais que os participantes
demonstraram em etapas seguintes da vida e vimos que o programa era, na verdade, muito mais
bem-sucedido do que as pessoas achavam. Constatamos que os participantes tinham mais pro-
babilidade de estarem empregados e tinham muito menos chance de ter cometido crimes”, diz o
economista.
Sua análise do programa Perry chegou à conclusão de que houve um retorno sobre o
investimento de 7 a 10% ao ano, com base no aumento da escolaridade e do desempenho pro-
fissional, além da redução dos custos com reforço escolar, saúde e gastos do sistema penal.
(Luiza Franco. BBC News Brasil. 21 de maio de 2019. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a frase está correta quanto à concordância verbal e nominal.
a) Os resultados do experimento de Heckman, conduzido nos Estados Unidos, confirma a tese
do pesquisador e ganhador do Nobel de Economia.
b) O retorno financeiro dos investimentos realizados na primeira infância fazem com que essa
estratégia seja economicamente vantajosa.
c) A diferença entre o QI das crianças participantes e o das não participantes da pesquisa foi
quase nulo.
d) Fazem mais de 50 anos que a pesquisa foi realizada, e ainda hoje os resultados são relevan-
tes para as políticas públicas.
e) Não é incorreto afirmar que os investimentos em educação na primeira infância têm impac-
tos econômicos relevantes.
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Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana
a) Errada. O primeiro ponto a se observar é a palavra conduzido, que, no caso, faz referência
ao trecho “experimento de Heckman” e está correta. A banca já poderia tentar confundir o can-
didato colocando conduzidos. O erro da frase está em usar confirma para o núcleo do sujeito
resultados. Se escondermos o trecho entre vírgulas, podemos visualizar melhor: Os resultados
do experimento de Heckman, conduzido nos Estados Unidos, confirmam a tese do pesquisa-
dor e ganhador do Nobel de Economia
b) Errada. O núcleo do sujeito é retorno. O correto seria: O retorno financeiro dos investimentos
realizados na primeira infância faz com que essa estratégia seja economicamente vantajosa.
c) Errada. O erro da c está no detalhe e é preciso atenção para identificá-lo. Ao olhar a relação
entre sujeito e verbo, percebemos que a concordância está correta: diferença e foi. O candidato
que olhasse apenas para a concordância verbal deixaria passar o erro concordância nominal,
que está justamente na última palavra da frase. Observe, de novo, a frase: A diferença entre o
QI das crianças participantes e o das não participantes da pesquisa foi quase nulo.
A forma como a frase foi escrita induz relacionar nulo e QI; no entanto, nulo deve concordar
com diferença: A diferença (...) foi quase nula.
d) Errada. O verbo fazer, quando indica tempo decorrido, é impessoal. Portanto, o correto seria:
Faz mais de 50 anos (...).
e) Certa. Não é incorreto afirmar que os investimentos em educação na primeira infância têm
impactos econômicos relevantes.
Letra e.
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Elias Santana
Na frase – Como pai e filho conversam entre si, fica claro, na tirinha, que se trata de uma rela-
ção entre os membros de uma família. – a palavra em destaque expressa sentido de
a) finalidade.
b) tempo.
c) dúvida.
d) comparação.
e) causa.
Cuidado! Nem sempre o como aparecerá na frase com o sentido de comparação. Na frase
acima, por exemplo, temos uma relação causal. Tal relação fica evidente quando substituímos
por outro conectivo causal. Observe:
“Visto que pai e filho conversam entre si, fica claro, na tirinha, que se trata de uma relação entre
os membros de uma família.”
Letra e.
a) Errada. Há dois erros. Embora essa construção seja bastante usada no dia a dia, o sinal de
pontuação é errado, pois não se separa sujeito (quem assombra os pobres no Brasil) e predica-
do (é a fome) por vírgula. Ademais, há um erro de concordância verbal. O correto seria: Quem
assombra os pobres no Brasil é a fome.
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Morfossintaxe do Período Simples
Elias Santana
b) Errada. Erro de concordância normal. O correto seria: Os pobres já vivem privados de tanto,
inclusive, de comida.
c) Errada. Erro de concordância nominal. O correto seria: “Palmeiras” são árvores que ficam
bem plantadas perto de piscinas.
d) Errada. Erro de concordância verbal. Colocando na ordem direta, a concordância correta
seria: As palmeiras das piscinas constituem a assombração dos ricos. Além do erro de concor-
dância, destaca-se que não faz muito sentido o uso de parênteses na frase.
e) Certa. Concordância correta. Haver é impessoal.
Letra e.
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Elias Santana
As máquinas são ideais para lidar com situações ideais. Infelizmente, o mundo comum
é perpetuamente devassado por contingências, ambiguidades, angústias, mas também súbi-
tas iluminações que só os seres humanos, e não as máquinas, são capazes de entender.
Quando li Oakeshott, encontrei um filósofo que, contra toda a arrogância da modernida-
de, mostrava como a nossa imperfeição pode ser, às vezes, uma forma de salvação. O ensaio
era, paradoxalmente, uma lição de humildade e uma apologia da grandeza humana. Eastwood,
aos 86 anos, traduziu essas imagens.
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 29.11.2016. Adaptado)
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Elias Santana
A banca apontou como correta a letra E. De fato, palmas é substantivo nas duas ocorrências,
mas com sentido diferente. No entanto, lendo também é verbo nas duas ocorrências, tendo o
mesmo sentido nas duas situações. Inicialmente, poderia haver dúvida entre as opções d e e.
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No entanto, observe que o enunciado pediu para marcar a opção levando em consideração o
“efeito de humor”; dessa forma, a única possível é a e, pois o verbo lendo não é determinante
para o efeito de humor da tirinha.
Letra e.
No trecho “Se quiser continuar sendo ‘pai’, sugiro grandes mudanças em sua plataforma de
governo”, o vocábulo em destaque introduz uma relação de
a) condição.
b) concessão.
c) finalidade.
d) consequência.
e) causa.
Se é uma conjunção condicional. É possível fazer a substituição por caso, desde que realizadas
as devidas adaptações no verbo: “caso queria continuar sendo pai, sugiro grandes mudanças”.
Letra a.
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Andou sozinho até a rodoviária, sem ninguém junto para encurtar a partida. Foi carre-
gando a malinha – leve, quase nada dentro –, com um travo no peito e o coração aos trancos.
A viagem tomava um dia e uma noite, e eram poucas as paradas em postos de gaso-
lina com bares cheios de moscas e banheiros imundos. No ônibus, cadeiras desconfortáveis
e como companheira de viagem uma gente mirrada, graças a Deus, pois assim o barulho era
pouco e ele podia descansar enquanto pensava na vida.
Vinha inquieto. Mal conhecia os tios e os primos, três rapazes regulando com ele em
idade, nunca sequer os tinha visto. Moravam do outro lado da baía na cidade vizinha e mais
modesta. Então, para o estudo e o trabalho, teria de se deslocar em barcaças, vinte minutos
sobre o mar até o centro rico do Rio de Janeiro que o atraíra para o sul. Seu propósito era tra-
balhar de dia e estudar à noite – Administração de Empresa – e abrir o leque das perspectivas
fosse na iniciativa privada, fosse ao abrigo seguro do Estado.
Assim ia encadeando o devaneio e mesmo agora, passados bons anos, tinha viva a se-
quência daqueles acontecimentos, talvez porque encerrassem uma etapa selada no adeus.
Desembarcou, 24 horas de viagem nas costas, sentiu como se entrasse num mundo sem norte.
(Editora Ouro sobre Azul, 2014. Adaptado)
Na frase do segundo parágrafo – Deve ter recebido a bênção protocolar, de longe. –, o termo
destacado qualifica a palavra a que se refere (bênção). A mesma situação ocorre com o termo
em destaque na alternativa:
a) Quando apareceu a decisão de ir para o sul, a mãe começou a pregar botões…
b) Não era hábito na família os mais velhos ficarem se expondo em demonstrações de afeto.
c) Foi carregando a malinha – leve, quase nada dentro…
d) Moravam do outro lado da baía na cidade vizinha e mais modesta.
e) … o leque das perspectivas fosse na inciativa privada, fosse ao abrigo seguro do Estado.
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das primeiras grandes enchentes da capital e submergiu novamente, quase 130 anos depois
do quadro histórico.
Urbanistas afirmam que uma das principais explicações para as repetidas inundações
foi a decisão de expandir a cidade para as áreas próximas às várzeas dos rios Tietê e Tamandu-
ateí, a partir de meados de 1890. O quadro de Benedito Calixto capta o início dessa expansão
da cidade. A cheia histórica de 1929 também foi registrada em uma série de fotografias que
viraram sinônimo das inundações paulistanas, por ter deixado a cidade debaixo da água por
sete dias.
Há suspeita de que os efeitos da forte chuva que atingiu São Paulo naquele fevereiro de
1929 tenham sido potencializados por ações da então onipresente Light. O acordo com o po-
der público previa que a Light poderia desapropriar áreas atingidas por enchentes naquele ano.
Pesquisa da professora da USP Odette Seabra indica que a Light abriu suas represas para
aumentar a área inundada pelos rios Pinheiros, Tietê e Tamanduateí. Essas áreas inundadas
passaram para as mãos da Light, que depois as comercializou.
Os fatos recentes mostram que a história se repete: 63% dos alagamentos neste ano de
2020 estão na mesma região atingida pela cheia de 1929, que corresponde à da subprefeitura
da Sé. Mas desta vez, os locais inundados não se restringem à área do Mercadão. Áreas das
subprefeituras da Lapa e de Pinheiros também foram atingidas.
As obras e intervenções para conter as cheias dos rios nessas áreas não foram suficien-
tes. Um outro agravante é que o solo da cidade tem ficado cada vez mais impermeável, com
aumento das áreas construídas e ocupadas.
(Folha de S. Paulo.15.02.2020. Adaptado)
Entre as orações da frase – Quanto mais impermeabilização do solo, mais enchentes haverá
– observa-se ideia de
a) tempo.
b) causa.
c) condição.
d) finalidade.
e) proporção.
Outros conectivos com sentido proporcional: à proporção que, quanto mais, ao passo que.
Letra e.
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Hoje em dia, quase ninguém mais dá tanta importância a eles, que mais parecem uma herança
esquecida no passado medieval. Mas, ainda assim, um dos sete pecados encontra-se presente
em quase todos nós; em uns mais, em outros menos: a inveja.
Melanie Klein, uma das figuras centrais da história da psicanálise, realizou estudos so-
bre esse assunto e concluiu que a inveja é um sentimento negativo que o ser humano começa
a desenvolver desde os primeiros tempos da infância e que, como regra geral, acompanha a
pessoa por toda a vida. Ninguém gosta de admitir, mas todos nós, em algum momento, senti-
mos inveja de alguém, por uma razão ou outra. Segundo os especialistas, isso é natural.
O problema são aquelas pessoas que, de tão invejosas, acabam por ficar cegas para as
suas próprias potencialidades. São pessoas que dedicam a sua existência a admirar e desejar
intensamente tudo o que pertence aos outros. Como não conseguem tomar para si as coisas
ou qualidades dos outros, passam a desejar a destruição daquilo que tanto admiram. Daí a
negatividade da inveja.
Entre os inúmeros ditados que falam sobre a inveja, há um bem interessante: “Não grite
a sua felicidade, pois a inveja tem sono leve”.
(João Francisco Neto. Diário da Região, 19.10.2019. Adaptado)
O trecho assinalado na passagem – O problema são aquelas pessoas que, de tão invejosas,
acabam por ficar cegas para as suas próprias potencialidades. – expressa, na relação com o
contexto, o sentido de
a) concessão.
b) causa.
c) comparação.
d) conclusão.
e) condição.
De tão invejosas é a causa da consequência “ficar cegas para as suas próprias potencialidades”.
Letra b.
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Há estudos que mostram que os cães podem ficar contagiados pelos nossos bocejos,
ou sentir um aumento nos níveis de cortisol quando ouvem um bebê chorar e responder ao
tom emocional da nossa voz. “Os cães observam-nos muito de perto – e parte disso baseia-
-se no nosso olhar e linguagem corporal, mas também nos sons que fazemos e nos odores
que emitimos”, afirma Monique Udell, especialista em comportamento animal da Universidade
de Oregon.
Em termos auditivos, as investigações mostram que quando os cães ouvem expressões
de angústia, como o choro, ou sons positivos, como o riso, respondem de uma forma diferente
do que acontece com outras vocalizações ou sons não humanos. “Quando se trata do olfato,
os cães são muito sensíveis ao odor corporal – é assim que conseguem detectar diabetes e
possivelmente epilepsia nas pessoas”, diz Clive.
Não se sabe ainda se os humanos podem ficar contagiados pelas emoções dos seus
cães, embora alguns especialistas acreditem que seja bastante provável. Partilhar os altos e
baixos emocionais uns dos outros tende a ser uma coisa benéfica porque ajuda a criar uma
ligação mais profunda e tem valor de sobrevivência. “Se pensarmos nos nossos antepassados,
havia momentos de vida ou morte para os quais os nossos cães nos podiam alertar, para po-
dermos agir rapidamente”, diz Clive. “Em termos de alarme, esta via de dois sentidos é mutua-
mente vantajosa para ambas as espécies”.
(Stacey Colino, “Sim, os cães podem ficar ‘contagiados’ pelas emoções dos donos”, Portal National Geographic,
11/10/2021. Adaptado)
Assinale a alternativa em que a frase está de acordo com a norma-padrão da língua portugue-
sa quanto às concordâncias verbal e nominal.
a) Quando ouve um choro, os animais se sentem afetados por um sentimento de tristeza.
b) São muito vantajosas, para o ser humano, a convivência diária com cães e gatos domésticos.
c) A comunicação entre as duas espécies é bom e garante a sobrevivência tanto dos cães
quanto dos humanos.
d) Não existem, no mundo animal, diferença em relação à expressão das emoções.
e) Há, em cada raça de cão, grandes diferenças que interferem na capacidade do animal de
perceber os sentimentos do dono.
a) Errada. Erro de concordância verbal. O correto seria: Quando ouvem um choro, os animais
se sentem afetados por um sentimento de tristeza.
b) Errada. Erro de concordância verbal. O correto seria: É muito vantajosa, para o ser humano,
a convivência diária com cães e gatos domésticos.
c) Errada. Erro de concordância nominal. O correto seria: A comunicação entre as duas espé-
cies é boa e garante a sobrevivência tanto dos cães quanto dos humanos.
d) Errada. Erro de concordância verbal. O correto seria: Não existe, no mundo animal, diferença
em relação à expressão das emoções.
e) Certa. Concordância correta. Lembre-se que o verbo haver é impessoal.
Letra e.
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Assinale a alternativa que apresenta a união dessas frases sem prejuízo ao sentido atribuído
pelo autor.
a) Tenho encontrado defensores e detratores apaixonados da obra do recifense, visto que en-
contro bem menos leitores.
b) Tenho encontrado defensores e detratores apaixonados da obra do recifense, por isso en-
contro bem menos leitores.
c) Tenho encontrado defensores e detratores apaixonados da obra do recifense, mesmo que
encontre bem menos leitores.
d) Tenho encontrado defensores e detratores apaixonados da obra do recifense, porque encon-
tro bem menos leitores.
e) Tenho encontrado defensores e detratores apaixonados da obra do recifense, no entanto
encontro bem menos leitores.
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O termo destacado na frase do último parágrafo – O setor tem, por motivos como esse, voltado
a se aglutinar em torno da ideia de uma lei... – forma uma expressão que enuncia
a) a causa de o setor aglutinar-se em torno da ideia de uma lei.
b) oposição à aglutinação do setor em torno da ideia de uma lei.
c) o modo de o setor aglutinar-se em torno da ideia de uma lei.
d) o tempo da aglutinação do setor em torno da ideia de uma lei.
e) a finalidade de o setor aglutinar-se em torno da ideia de uma lei.
Outros conectivos causais: visto que, uma vez que, na medida em que, haja vista que, porquan-
to, já que.
Em provas, é preciso cuidado para não confundir as orações causais e as explicativas entre si,
visto que as duas costumam usar as mesmas conjunções.
Letra a.
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O termo destacado na frase do primeiro parágrafo –... mas, até hoje, nunca esperei que algum
deles ficasse feliz ou triste com algo que eu declarasse... – introduz, no contexto em que é
empregado, sentido de
a) oposição.
b) condição.
c) explicação.
d) concessão.
e) comparação
O mas, na frase, exerce papel de conjunção adversativa, indicando ideia de adversidade, con-
traste, oposição.
Outros exemplos de conjunções adversativas: porém, contudo, no entanto, entretanto, todavia.
Letra a.
a) Errada. O correto seria meio, pois é um advérbio (portanto, invariável). Meia é metade, ou
seja, não há como a menina ficar metade preocupada e metade sem se preocupar. Meio é um
advérbio de intensidade.
b) Errada. O verbo fazer, quando indica tempo decorrido, é impessoal.
c) Certa. Concordância correta.
d) Errada. Erro de concordância. O correto seria: Seguem anexas à correspondência todas as
fichas de clientes do dentista.
e) Errada. O verbo existir deve ser flexionado para concordar com o núcleo do sujeito.
Letra c.
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necessariamente pela transformação das cidades.” É o que defende André Trigueiro, jornalista
especializado em gestão ambiental e sustentabilidade.
Para ele, vivemos um modelo suicida de desenvolvimento e precisamos reinventar o sis-
tema. Ou mudamos ou pereceremos. A preocupação ambiental se reflete no consumo cons-
ciente, mas não no consumismo que degrada a vida porque exaure os estoques de matéria-pri-
ma, que são finitos no planeta.
“Eu procuro economizar água e energia, separo o lixo. Basicamente, tento praticar no dia
a dia aquilo que eu entendo como certo. Estou longe da perfeição e não me considero um mo-
delo, mas descobri a força daquilo que os educadores chamam de pedagogia do exemplo: ‘não
importa o que você fala, importa o que você faz’. É isso que move o mundo.” Ele cita o caso do
aposentado José Alcino Alano, da cidade de Tubarão, que descobriu como fabricar coletores
solares para esquentar a água do banho a partir de garrafas PET e caixas de leite Tetrapak.
Liberou a patente e permitiu que todas as pessoas ou instituições interessadas replicassem o
invento gratuitamente, sem interesse pessoal ou financeiro. “É um caso singular de amor ao
próximo,” comenta Trigueiro.
O poder público também deve adotar medidas educativas e conscientes. Ensinar que
jogar lixo na cidade é um serviço caro e custa muito aos cofres públicos. Além disso, tem de
difundir um discurso responsável. Não é possível falar em preservação da Amazônia e liberar
recursos para a construção de frigoríficos na região – o que estimula a criação de gado, res-
ponsável por 80% de toda a destruição já registrada da floresta, como bem avaliou o ex-minis-
tro da Fazenda Rubens Ricupero.
Trigueiro não considera a tecnologia inimiga da luta pela preservação do planeta. É o
uso que se faz dela que definirá se haverá dano ou benefício. Ela é apenas uma ferramenta
e não a solução definitiva para os graves problemas ambientais que enfrentamos e que nos
ameaçam como espécie.
(filantropia.ong/andretrigueiro.com. Adaptado, acesso em 22.02.2020)
O que é um pronome relativo que retoma estoques. A única opção possível é os quais. Não
poderia ser dos quais porque o verbo ser não exige preposição.
Letra a.
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processo, de uma profunda falta de equidade nas condições iniciais de vida, da privação de
direitos elementares ou da discriminação racial, sexual, de gênero ou religiosa?
A condição da família em que uma criança tiver a sorte ou o infortúnio de nascer, um
risco comum, a todos, passa a exercer um papel mais decisivo na definição de seu futuro do
que qualquer outra coisa ou escolha que possa fazer no ciclo da vida. A falta de um mínimo de
equidade nas condições iniciais e na capacitação para a vida tolhe a margem de escolha, vicia
o jogo distributivo e envenena os valores da convivência. A igualdade de oportunidades está
na origem da emancipação das pessoas. Crianças e jovens precisam ter a oportunidade de
desenvolver seus talentos de modo a ampliar seu leque de escolhas possíveis na vida prática
e eleger seus projetos, apostas e sonhos de realização.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 106)
a) Errada. O verbo “ter” está empregado no sentido de existir. No caso, é um verbo impessoal,
não tem sujeito e fica sempre no singular. No entanto, o verbo “ter” é usado mais em situações
de informalidade, como o caso da frase (“tem gente”). O adequado seria usar “há pessoas”,
pois é um emprego mais formal. Além disso, a flexão correta do verbo é “conseguem”. Outro
erro é o “o” antes de determinam. Portanto, reescrevendo a frase, temos: “Por mais que se es-
forcem, há pessoas que não conseguem obter sucesso em face dos vícios e da falta de opor-
tunidade que as determinam.”.
b) Errada. O sujeito do verbo “desempenhar” é “as condições de seu nascimento”. Portanto, o
correto é: “O autor do texto está convicto sobre o papel que desempenha no futuro de cada
indivíduo as condições de seu nascimento.”
c) Certa. Argumenta-se no texto que a equidade de oportunidades é um fator determinante
para uma justa distribuição das riquezas
d) Errada. O verbo “haver” no sentido de existir não é flexionado. Além disso, os verbos precisam
estar no mesmo tempo (houvesse/desenvolvesse/ocorreria ou haja/desenvolva/ocorrerá).
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e) Errada. O sujeito é do verbo “dever” é “sua realização”; o sujeito do verbo “frustrar” é “desen-
volvimento”. O correto é: “Aos sonhos e aspirações das crianças e dos jovens deve correspon-
der sua realização, para que não se fruste seu desenvolvimento.
Letra c.
Na oração Nem Hazeroth nem Magog foram eleitos, a relação estabelecida entre os sujeitos e
o verbo é de
a) comparação.
b) conclusão.
c) alternância.
d) exclusão.
e) adição.
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O verbo “haver” no sentido de “existir” não tem sujeito. Como não pede conjunção, é um verbo
transitivo direto. Vale lembrar que, nesses casos, o verbo “haver” sempre terá como comple-
mento um objeto direto.
a) Errada. “Um novo Manifesto de Davos” é o sujeito da oração.
b) Certa. O verbo “têm” é transitivo direto e precisa do complemento verbal (OD). “Uma grande
oportunidade” é o objeto direto
c) Errada. O verbo “existir” é intransitivo. Diferentemente do “há”, o “existir” pode ser conjugado
e é um verbo que possui sujeito.
d) Errada. O “atual sistema econômico” é precedido pela preposição “ao”. Na oração, funciona
como complemento nominal.
e) Errada. “As empresas” é sujeito do verbo “devem.
Letra b.
a) Errada. Ao substituir a segunda oração por isso, temos “não se espera isso”.
b) Errada. O verbo “haver” não deve ser flexionado no plural. O correto é: “Sempre haverá teses
insólitas (...)”.
c) Certa. Ao colocar na ordem direta, temos a seguinte frase: “A postulação desses cientistas
não merece crédito dos físicos modernos.”.
d) Errada. A frase está na voz passiva sintética. O sujeito paciente é “resolução”.
e) Errada. O verbo deve concordar com “essa dúvida” (“caso se proponha essa dúvida aos
cientistas”).
Letra c.
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Deu-se conta então de seu erro: a desproporção entre a quantia e os R$ 6 milhões da tentação
tinha sido grande demais.
Mas o Diabo aprendeu a lição. Pretende desafiar de novo o Senhor. Desta vez, porém,
escolherá um milionário, alguém familiarizado com o excesso de grana. Ou então um pobre.
Mas neste acaso fornecerá, além de muito dinheiro, um frasco de pílulas para dormir. A insônia
dos justos tira o sono de qualquer diabo.
(SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo: Global, 2002, p. 71-72)
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3 A conexão histórica entre a privacidade e a riqueza ajuda a explicar por que a priva-
cidade está sob ataque hoje. A situação nos faz recordar que ela não é um traço básico da
existência humana, mas sim um produto de determinado arranjo econômico - e portanto um
estado de coisas transitório.
4 Hoje as forças da criação de riqueza já não favorecem a expansão da privacidade,
mas trabalham para solapá-la. Testemunhamos a ascensão daquilo que a socióloga Shoshan-
na Zuboff define como "capitalismo de vigilância" - a transformação de nossos dados pessoais
em mercadoria por gigantes da tecnologia. Encaramos um futuro no qual a vigilância ativa é
uma parte tão rotineira das transações que se tornou praticamente inescapável.
5 Como nossas experiências com a mídia social têm deixado claro, agimos diferente
quando sabemos estar sendo observados. A privacidade é a liberdade de agir sem ser obser-
vado, e assim, em certo sentido, de sermos quem realmente somos - não o que desejamos que
os outros pensem que somos. A maioria deseja maior proteção à sua privacidade. Porém, isso
requererá a criação de diversas leis.
(Adaptado de: The New York Times. Tradução de Paulo Migliacci. Disponível em: www.folha.uol.com.br)
O verbo flexionado no plural e que também pode ser corretamente flexionado no singular, sem
que nenhuma outra modificação seja feita na frase, está em:
a) Hoje as forças da criação de riqueza já não favorecem a expansão da privacidade...
b) Não existiam expectativas de que uma porção significativa da vida...
c) ... as normas, e eventualmente os direitos, de privacidade vieram a surgir.
d) Como nossas experiências com a mídia social têm deixado claro...
e)... a maior parte das pessoas obtiveram os meios financeiros para controlar o ambiente físico...
A opção “e” apresenta um caso especial de concordância verbal. Quando o sujeito tem um nú-
cleo partitivo (“maior parte”, “maioria”, “minora”, “metade” etc.), a concordância pode ser feita
tanto com o núcleo quanto com o outro termo.
Letra e.
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O “porém” é uma conjunção adversativa. Outros exemplos: mas, contudo, no entanto, todavia,
entretanto.
Letra d.
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das organizações tradicionais e para o sucesso financeiro das nativas digitais. Mas é preciso,
também, que façamos uma autocrítica sobre o modo como vemos o mundo e a maneira como
dialogamos com ele.
3 Antes da era digital, em quase todas as famílias existia um álbum de fotos. Lembram
disso? Lá estavam as nossas lembranças, os nossos registros afetivos. Muitas vezes abría-
mos o álbum e a imaginação voava.
4 Agora fotografamos tudo compulsivamente. Nosso antigo álbum foi substituído pelas
galerias de fotos digitais de nossos dispositivos móveis. Temos excesso de fotos, mas falta o
mais importante: a memória afetiva, a curtição daqueles momentos. Pensamos que o registro
do momento reforça sua lembrança, mas não é assim. Milhares de fotos são incapazes de
superar a vivência de um instante. É importante guardar imagens. Porém, é mais importante
viver cada momento com intensidade. As relações afetivas estão sucumbindo à coletiva soli-
dão digital.
5 Algo análogo se dá com o consumo da informação. Navegamos freneticamente no
espaço virtual. A fragmentação dos conteúdos pode transmitir certa sensação de liberdade, já
que não dependemos, aparentemente, de ninguém. Somos os editores do nosso diário perso-
nalizado. Será? Não creio, sinceramente. Uma enxurrada de estímulos dispersa a inteligência.
Ficamos reféns da superficialidade. Perdemos contexto e sensibilidade crítica.
Adaptado de: DI FRANCO, Carlos Alberto. Disponível em: opiniao.estadao.com.br)
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Como não o convenceu, trouxe uma porca, a única que possuía, e, na presença dele, colocou-
-a à venda.
Em relação ao trecho que o sucede, o trecho sublinhado tem sentido de
a) causa.
b) consequência.
c) comparação.
d) oposição.
e) condição.
Outros exemplos e conectivos causais que podem ser substituídos na frase: visto que, uma vez
que, já que, haja vista que.
Letra a.
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quando de seu falecimento, em 1984. Este alívio resultou em culpa, uma culpa que retornava a
cada Natal. Porque a mãe falecera exatamente na noite de Natal. Na véspera, no hospital, ela
lhe fizera uma confissão surpreendente: muito jovem, apaixonara-se por um primo, que acabou
se transformando no grande amor de sua vida. Mas a família do primo mudara-se, e ela nunca
mais tivera notícias dele. Nunca recebera uma carta, uma mensagem, nada. Nem ao menos
um cartão de Natal.
No dia 24 pela manhã ele encontrou um envelope na carta do correio. Como em geral
não recebia correspondência alguma, foi com alguma estranheza que abriu o envelope.
Era um cartão de Natal, e tinha a falecida mãe como destinatária. Um velhíssimo car-
tão, uma coisa muito antiga, amarelada pelo tempo. De um lado, um desenho do Papai Noel
sorrindo para uma menina. Do outro lado, a data: 23 de dezembro de 1914. E uma única frase:
“Eu te amo.”
A assinatura era ilegível, mas ele sabia quem era o remetente: o primo, claro. O primo
por quem a mãe se apaixonara, e que, por meio daquele cartão, quisera associar o Natal a uma
mensagem de amor. Uma nova vida, era o que estava prometendo. Esta mensagem e esta pro-
messa jamais tinham chegado a seu destino. Mas de algum modo o recado chegara a ele. Por
quê? Que secreto desígnio haveria atrás daquilo?
Cartão na mão, aproximou-se da janela. Ali, parada sob o poste de iluminação, estava
uma mulher já madura, modestamente vestida, uma mulher ainda bonita. Uma desconhecida,
claro, mas o que importava? Seguramente o destino a trouxera ali, assim como trouxera o car-
tão de Natal. Num impulso, abriu a porta do apartamento e, sempre segurando o cartão, correu
para fora. Tinha uma mensagem para entregar àquela mulher. Uma mensagem que poderia
transformar a vida de ambos, e que era, por isso, um verdadeiro presente de Natal.
(SCLIAR, Moacyr. Mensagem de Natal. Porto Alegre: L&PM, 2018, p. 26-28)
O termo sublinhado em ela lhe fizera uma confissão surpreendente (2º parágrafo) exerce a mes-
ma função sintática daquele sublinhado em:
a) o fim do ano era sempre uma época dura (1º parágrafo)
b) Mas de algum modo o recado chegara a ele (5º parágrafo)
c) No seu caso havia uma razão óbvia para isso (1º parágrafo)
d) uma culpa que retornava a cada Natal (2º parágrafo)
e) mas ele sabia quem era o remetente (5º parágrafo)
Na frase “ela lhe fizera uma confissão surpreendente “, o “lhe” exerce papel de objeto indireto.
a) Errada. O “sempre” é adjunto adverbial de tempo.
b) Certa. “A ele” é objeto indireto.
c) Errada. “Uma razão óbvia” é objeto direto.
d) Errada. O “a cada Natal” é adjunto adverbial de tempo.
e) Errada. O “ele” é sujeito.
Letra b.
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Em Você não entende de segurança, Charlie Brown, o elemento sublinhado corresponde ao vo-
cativo, por meio do qual se invoca o interlocutor do discurso. Do mesmo modo, o vocativo está
sublinhado na seguinte frase:
a) Participantes do programa de fidelidade terão um desconto de 50% na compra do ingresso.
b) Ambientalistas, hoje, irão ao parlamento para dialogar com os representantes do governo.
c) Alunos do último ano, tradicionalmente, fazem uma viagem antes da festa de formatura.
d) Senhores passageiros, não se esqueçam de afivelar seus cintos de segurança.
e) Gestantes e lactantes, por precaução, foram desaconselhadas a tomar a vacina.
O próprio enunciado ajuda ao trazer a definição de vocativo: elemento por meio do qual se
invoca o interlocutor no discurso. O conceito trazido pelo examinador nos ajuda a encontrar a
opção correta.
a) Errada. O termo sublinhado é sujeito da oração.
b) Errada. O termo sublinhado é sujeito da oração.
c) Errada. O termo sublinhado é sujeito da oração.
d) Certa. O termo sublinhado é um vocativo.
e) Errada. O termo sublinhado é sujeito da oração.
Letra d.
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Um único verso dá a medida do elogio: “Outros leram da vida um capítulo, tu leste o livro intei-
ro”. O poema compõe-se de frases do escritor, cujo cinquentenário de morte então se comemo-
rava. O poeta maduro, que agora assinava Carlos Drummond de Andrade, emprestava palavras
do próprio Machado para compor um epíteto que ganharia ampla circulação, o “bruxo do Cos-
me Velho”. O que teria se passado com Drummond para mudar tão radicalmente de posição?
Harold Bloom descreve as razões que marcam a relação entre escritores de diferentes
gerações. O processo passa pela ironia do mais jovem em relação ao seu precursor; pelo movi-
mento que marca a construção de um sublime que se contrapõe ao do precursor; e, finalmente,
pela reapropriação do legado.
A assimilação dificultosa do passado é também um processo vivido pela geração de
Drummond. Os antepassados foram vistos muitas vezes como obstáculos aos desejos de
renovação que emergiram a partir da década de 1910 em vários pontos do Brasil. E tanto no
âmbito individual como no geracional, Machado surge como emblema do antigo. Alguém que
fora sepultado com os elogios fúnebres de Rui Barbosa e Olavo Bilac não podia deixar de ser
uma pedra no caminho para escritores investidos do propósito de romper com as convenções.
Até Drummond chegar à declaração de respeito, admiração e amor, foi um longo percurso.
Pouco a pouco, Machado deixa de ser ameaça para se tornar uma presença imensa que ocupa
a imaginação do poeta.
(Adaptado de: GUIMARÃES, Hélio de Seixas. Amor nenhum dispensa uma gota de ácido. São Paulo: Três Estre-
las, 2019, p. 9-30.)
a) Errada. Em relação à primeira ocorrência da vírgula, não existe vírgula separando sujeito e
predicado. A segunda vírgula também está errada.
b) Errada. O verbo notar deveria ser “nota-se” para concordar com o sujeito (“a presença in-
cômoda(..)”.
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c) Errada. Não pode ter vírgula depois da conjunção “que”. Além disso, é preciso ter crase em
“deve-se à imaturidade’.
d) Certa. Construção correta.
e) Errada. O “cujo” é usado antes de substantivo e possui ideia de posse. O recomendado, no
caso, é usar o “que”,
Letra d.
No contexto, o verbo que pode ser flexionado no singular, sem prejuízo das relações de sentido
e da correção, está sublinhado em:
a) que as invenções existem para nos servir.
b) que as máquinas se adaptem às pessoas.
c) elas trocam todas as que possuíam.
d) A velocidade ficou maior do que as pessoas conseguem alcançar.
e) A grande maioria das pessoas usam bem pouco dos recursos de seus computadores.
Lembre-se dos casos que envolvem as expressões partitivas. Quando o sujeito tem um núcleo
partitivo (“maior parte”, “maioria”, “minora”, “metade” etc.), a concordância pode ser feita tanto
com o núcleo quanto com o outro termo.
Letra e.
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Ao todo, nesta sexta, estão previstos 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, 20 cidades têm
protestos agendados. (2º parágrafo)
Caso a notícia fosse publicada depois de todos os eventos previstos acontecerem de fato,
essa frase poderia ser reescrita da seguinte maneira, conforme a norma-padrão da língua:
Ao todo, nesta sexta,
a) houveram 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, tiveram protestos em 20 cidades.
b) haviam 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, 20 cidades tinham protestos.
c) haveria 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, teriam protestos em 20 cidades.
d) houve 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, 20 cidades tiveram protestos.
e) havia 2 mil eventos em 123 países − no Brasil, 20 cidades tinha protestos.
O primeiro ponto cobrado pela banca nesta questão é o verbo “haver”, algo bastante explora-
do em provas de concurso. O verbo “haver” no sentido de existir é impessoal, ou seja, ele não
é conjugado no plural. Portanto, o “haver”, nesses casos, sempre estará na terceira pessoal
do singular.
Ao pedir para considerar que os eventos previstos aconteceram de fato, a banca cobra co-
nhecimento sobre tempos e modos verbais. Se algo realmente aconteceu, temos o pretérito
perfeito do indicativo.
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É uma tendência mais presente entre os mais jovens, mas comum em todas as faixas etárias...
(1º parágrafo)
Uma redação alternativa para a frase acima, preservando-se as relações de sentido entre as
orações, está em:
a) É uma tendência mais presente entre os mais jovens e, portanto, comum em todas as faixas
etárias...
b) Para que seja uma tendência mais presente entre os mais jovens, é comum em todas as
faixas etárias...
c) Por ser uma tendência mais presente entre os mais jovens, é comum em todas as faixas
etárias...
d) É uma tendência mais presente entre os mais jovens, de modo que é comum em todas as
faixas etárias...
e) Mesmo sendo uma tendência mais presente entre os mais jovens, é comum em todas as
faixas etárias...
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Caso contrário, não continuem, pois a leitura obrigatória é uma coisa tão absurda quanto a feli-
cidade obrigatória. (4º parágrafo)
O termo sublinhado acima introduz, no contexto, noção de
a) finalidade.
b) consequência.
c) explicação.
d) concessão.
e) condição.
Ao ver isso, o escaravelho fez uma pelota de esterco, voou até alcançar o colo de Zeus e soltou-a lá.
O trecho em negrito pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido, por
a) Ainda que viu.
b) Quando viu.
c) À medida que viu.
d) Enquanto viu
e) Assim como viu
O “ao ver” indica ideia de tempo; por isso, a única opção possível é “quando viu”
a) Errada. Indica ideia de concessão.
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Recebo a manhã de pé. Consciente da minha insone madrugada, eu estou à beira das
6h. Pressinto o dia longo, que vai arrastar esse corpo que sequer se esticou. Pronto o café,
pronta uma manhã e nem importa que eu não esteja preparada para absolutamente nada hoje.
Alguma vez já quis pedir ao dia que me levante. Não sei seguir por essa hora em chamas, nes-
se amarelo que cai sobre o dia, que não me socorre. Às vezes, antes de ir à rua, me pego
querendo ir direto para a noite. Algo me vem em cheio nessas horas e não é a saudade que
ontem, sem razão, me consumia de vida e morte.
E de repente já estou na rua, rumando, rearrumando e esfregando meus olhos secos.
Esforçando em segurar lágrimas e sabendo que preciso, agora, despejar meu olhar sobre o
mundo: o mais seco que eu quiser. Desejo despejar meu olhar dentro dos olhos de todo mun-
do. Ando, e sinto que os passos só escorrem para alcançar sentido. Quando estou aqui, parece
que a rua é tudo o que tenho, sou e tudo o que sobrei. [...]
(LUDEMIR, Julio (org.). Carolinas: a nova geração de escritoras negras brasileiras. Rio de Janeiro: Bazar do
Tempo: Flup, 2021)
Na oração “Algo me vem em cheio nessas horas” (1º§), ao observar as relações sintáticas
estabelecidas entre os termos que a constituem, é possível afirmar que seu sujeito classifi-
ca-se como:
a) desinencial.
b) indeterminado.
c) simples.
d) inexistente.
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Pergunte ao verbo: o que me vem à cabeça? ALGO! É um sujeito expresso, com um único nú-
cleo; portanto, simples.
Letra c.
Recebo a manhã de pé. Consciente da minha insone madrugada, eu estou à beira das
6h. Pressinto o dia longo, que vai arrastar esse corpo que sequer se esticou. Pronto o café,
pronta uma manhã e nem importa que eu não esteja preparada para absolutamente nada hoje.
Alguma vez já quis pedir ao dia que me levante. Não sei seguir por essa hora em chamas, nes-
se amarelo que cai sobre o dia, que não me socorre. Às vezes, antes de ir à rua, me pego que-
rendo ir direto para a noite. Algo me vem em cheio nessas horas e não é a saudade que ontem,
sem razão, me consumia de vida e morte.
E de repente já estou na rua, rumando, rearrumando e esfregando meus olhos secos.
Esforçando em segurar lágrimas e sabendo que preciso, agora, despejar meu olhar sobre o
mundo: o mais seco que eu quiser. Desejo despejar meu olhar dentro dos olhos de todo mun-
do. Ando, e sinto que os passos só escorrem para alcançar sentido. Quando estou aqui, parece
que a rua é tudo o que tenho, sou e tudo o que sobrei. [...]
(LUDEMIR, Julio (org.). Carolinas: a nova geração de escritoras negras brasileiras. Rio de
Janeiro: Bazar do Tempo: Flup, 2021)
O título do texto, além de ser constituído por substantivos, também apresenta outros vocábu-
los que cumprem papéis específicos. Dentre esses vocábulos, assinale o único que indica uma
relação de proximidade entre o substantivo e o emissor do texto.
a) “entre”.
b) “a”.
c) “este”.
d) “o”.
O pronome demonstrativo “este” indica, no texto, que a pessoa que está redigindo o texto (no
caso, o emissor) está no quarto, sendo, logo, o vocábulo que revela a proximidade do autor
com o quarto.
Letra c.
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Essa aqui é para não “perder de zero”. Lourdes, por ser nome de pessoa, é substantivo próprio;
em “longas férias”, esta palavra é o substantivo caracterizado por aquele adjetivo. Além disso,
“pais” sempre foi substantivo simples.
Letra b.
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Regência na veia! Mora-se em algum lugar, assiste-se (com o sentido de ver) a algo (por isso a
crase) e serve-se a algo.
Letra d.
“Narrativa” é uma característica atribuída à “habilidade”. “Quem” é um pronome (que pode ser
relativo ou interrogativo) e “voz” é um substantivo, núcleo do objeto direto do verbo “ter”.
Letra b.
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alcoólica abusivamente e 12,9% dirigem após beber. Os dados fazem parte do Sistema de Vigi-
lância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel),
realizado anualmente pelo governo federal.
Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-07/dia-internacional-do-homem-chama-aten-
cao-para-cuidados-comsaude-masculina. Acesso em 01/09/17)
A concordância verbal que envolve a indicação de porcentagens pode causar confusão na es-
crita. Em “Atualmente no Brasil 18% dos homens brasileiros são obesos” (2º§), o verbo está no
plural uma vez que concorda com o seguinte termo:
a) 18%.
b) homens.
c) brasileiros.
d) obesos.
Erro feio da banca! Como o núcleo é partitivo (18%), a concordância pode ser feita com o
núcleo ou com o determinante do núcleo e, em qualquer uma das possibilidades, o resto da
oração seria “são obesos”.
Letra b.
A forma verbal “apresentou” concorda com “maioria” e o verbo “prestaram” concorda com
“estudantes.
Erro das demais:
a) Errada. Não foi adequada a postura...
b) Errada. Ele deixou bem claras, no pronunciamento, suas ideias sobre o projeto.
d) Errada. Devem existir outras soluções para este problema.
Letra c.
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Em “Assim, muitos casais têm quatro, seis, dez filhos,” (6º§), nota-se que o acento do verbo em
destaque deve-se a uma exigência de concordância. Assinale a alternativa correta em relação
ao emprego desse mesmo verbo.
a) No Brasil, a sociedade têm várias questões.
b) O jovem têm um grande desafio pela frente.
c) As pessoas tem muitos planos.
d) A mentira tem perna curta.
Nas letras A e B, os sujeitos são singulares (por isso, o verbo deveria estar sem acento). Na
letra C, como o sujeito é plural, o verbo deveria receber o acento.
Letra d.
Família, família
Papai, mamãe, titia,
Família, família
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Pergunte ao verbo: quem almoça junto todo dia? Sua resposta será “família”.
Letra a.
O homem, de barba grisalha mal-aparada, vestindo jeans azuis, camisa xadrez e jaqueta
de couro, sentou-se no banquinho alto do balcão do botequim e ficou esperando sem pressa
que o rapaz viesse atendê-lo. O rapaz fazia um suco de laranjas para o mecânico que comia
uma coxa de frango fria. O homem tirou uma caderneta do bolso, extraiu de dentro dela uma
fotografia e pôs-se a olhá-la. Olhou-a tanto e tão fixamente que seus olhos ficaram vermelhos.
Contraiu os lábios, segurando-se para não chorar; a cara contraiu-se como uma máscara de
teatro trágico. O rapaz serviu o suco e perguntou ao homem o que ele queria. O homem disse
“nada não, obrigado”, guardou a foto, saiu do botequim e desapareceu.
No trecho “O homem tirou uma caderneta do bolso, extraiu de dentro dela uma fotografia e
pôs-se a olhá- la.”, o verbo encontra-se no singular pois concorda com a seguinte palavra:
a) caderneta.
b) bolso.
c) fotografia.
d) homem.
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Estão acontecendo coisas estranhas. Sabe-se que as pessoas nas grandes cidades não
têm o hábito da gentileza. Não é por ruindade, é falta de tempo. Gastam a paciência nos ôni-
bus, no trânsito, nas filas, nos mercados, nas salas de espera, nos embates familiares, e depois
economizam com a gente.
Comigo dá-se o contrário, é o que estou notando de uns dias para cá. Tratam-me com
inquietante delicadeza. Já captava aqui e ali sinais suspeitos, imprecisos, ventinho de asas de
borboleta, quase nada. A impressão de que há algo estranho tomou meu corpo mesmo foi na
semana passada. Um vizinho que já fora meu amigo telefonou-me desfazendo o engano que
nos afastava, intriga de pessoa que nem conheço e que afinal resolvera esclarecer tudo. Difícil
reconstruir a amizade, mas a inimizade morria ali.
Como disse, eu vinha desconfiando tenuemente de algumas amabilidades. O episódio
do vizinho fez surgir em meu espírito a hipótese de uma trama, que já mobilizava até pessoas
distantes. E as próximas?
Tenho reparado. As próximas telefonam amáveis, sem motivo. Durante o telefonema
fico aguardando o assunto que estaria embrulhado nos enfeites da conversa, e ele não sai. Um
número inesperado de pessoas me cumprimenta na rua, com acenos de cabeça. Mulheres, an-
tes esquivas, sorriem transitáveis nas ruas dos Jardins1. Num restaurante caro, o maître2, com
uma piscadela, fura a demorada fila de executivos à espera e me arruma rapidinho uma mesa
para dois. Um homem de pasta que parecia impaciente à minha frente me cede o último lugar
no elevador. O jornaleiro larga sua banca na avenida Sumaré e vem ao prédio avisar-me que o
jornal chegou. Os vizinhos de cima silenciam depois das dez da noite.
[...]
Que significa isso? Que querem comigo? Que complô é este? Que vão pedir em troca de
tanta gentileza?
Aguardo, meio apreensivo, meio feliz.
Interrompo a crônica nesse ponto, saio para ir ao banco, desço pelas escadas porque
alguém segura o elevador lá em cima, o segurança do banco faz-me esvaziar os bolsos antes
de entrar na porta giratória, enfrento a fila do caixa, não aceitam meus cheques para pagar con-
tas em nome de minha mulher, saio mal-humorado do banco, atravesso a avenida arriscando a
vida entre bólidos3, um caminhão joga-me água suja de uma poça, o elevador continua preso
lá em cima, subo a pé, entro no apartamento, sento-me ao computador e ponho-me de novo a
sonhar com gentilezas. Vocabulário:
1 bairro Jardim Paulista, um dos mais requintados de São Paulo
2 funcionário que coordena agendamentos entre outras coisas nos restaurantes
3 carros muito velozes
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Pergunte ao verbo: o que estão acontecendo? Sua resposta será “coisas estranhas”, que é o
sujeito da oração.
Letra b.
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vida de todos os dias. Entre palavras circulamos, vivemos, morremos, e palavras somos, final-
mente, mas com que significado?
(Carlos Drummond de Andrade, Poesia e prosa, Rio de Janeiro, Nova Aguiar, 1988)
Ao encerrar seu texto, Drummond reforça a ampla importância atribuída às palavras na exis-
tência humana. Na oração “e palavras somos”, o termo destacado ganha expressividade ao
exercer a função sintática de:
a) objeto direto.
b) sujeito.
c) predicativo do sujeito.
d) adjunto adverbial.
e) adjunto adnominal.
Para facilitar o entendimento, colocarei a frase na ordem direta: (nós) somos palavras. O sujeito
está elíptico. “Palavras” atribui uma característica ao sujeito. Portanto, predicativo do sujeito.
Letra c.
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ANEXO
Classes gramaticais fechadas
ARTIGOS
Definidos Indefinidos
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PREPOSIÇÕES
CONJUNÇÕES
Subordinativas Subordinativas
Coordenativas
integrantes adverbiais
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Conectivos
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1. Agradar
VTD: no sentido de “fazer carinho”
EXEMPLO
O esposo agradava a mulher.
EXEMPLO
O assunto não agradou aos convidados.
2. Ajudar
VTD ou VTI (sem alteração de sentido).
EXEMPLO
O professor ajudou os (aos) alunos.
3. Aspirar
VTD: no sentido de sorver (o ar), sugar.
EXEMPLO
A diarista aspirou o pó da sala.
EXEMPLO
Ele aspira a um cargo público.
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4. Assistir
VTI: no sentido de ver, presenciar.
EXEMPLO
Eu assisti ao maravilhoso clássico.
EXEMPLO
O médico assiste os (aos) enfermos.
EXEMPLO
A família Piquet assiste em Brasília.
5. Atender
VTI ou VTD (sem alteração de sentido).
EXEMPLO
O juiz atendeu (a) todos os advogados.
6. Chamar
VTD: no sentido de convocar.
EXEMPLO
A mãe chamou o filho para almoçar.
EXEMPLO
Eles chamavam a (à) mãe de heroína.
7. Chegar
VI: mas, quando acompanhado de expressões locativas, deve-se usar a preposição “a”.
EXEMPLO
Chegaremos cedo à escola.
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8. Implicar
VTD ou VTI: no sentido de “acarretar”, causar.
EXEMPLO
O seu comportamento implica (em) demissão.
EXEMPLO
Meu pai lembra o seu nome. Eu esqueci a sua blusa.
EXEMPLO
Meu pai se lembra do seu nome. Em esqueci-me da sua blusa.
10. Obedecer
VTI.
EXEMPLO
Eles não obedecem ao regulamento.
11. Proceder
VTI: no sentido “de iniciar”, “executar”.
EXEMPLO
O ator procedeu à apresentação.
EXEMPLO
A fala de empresário não procede.
12. Visar
VTD: no sentido “de mirar”, “ver”.
EXEMPLO
O atirador visou o alvo.
EXEMPLO
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