APOSTILA DE ARTE Teorema 2017

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 182

APOSTILA DE ARTE

PROF. MEIRIUCE TELES

A arte reflete a vida

A Arte faz parte da historia de todos nós, aquele general autoritário,


quando menino, pode ter desenhado um carrinho, aquele padre severo talvez tenha
feito uma poesia, a mulher bondosa talvez pinte uma aquarela e a criança tenha
fingido ser um robô, todos fizeram ou estão fazendo arte. “arte é todo trabalho criativo,
ou seu produto, que se faça consciente ou inconscientemente com tenção estética,
isto é, com o fim de alcançar resultados belos”. Tentar definir o conjunto complexo do
fazer humano, é extremamente difícil devido à abrangência de fatores que, para essa
realização concorrem e as infinitas variáveis que a integram, tanto na criação quanto
na execução.

PROCESSO DE DIÁLOGO COM O TRABALHO DO ARTISTA

O OBSERVADOR
Exige esforço, dedicação e diálogo com o
O ARTISTA O trabalho, pergunta-se: Qual é o tema?
TRABALHO Quais são os materiais utilizados?
Parte de uma A obra tem título? Quando e onde foi
mensagem e toma (obra de feita?
decisões arte) Qual o seu tamanho? Quais são as suas
cores? Como são as suas formas?
Interessa? Que sentimentos provoca?
Já viu algo parecido?

Para Kandinsky “a obra de arte é filha do seu tempo”, cada época cria uma
arte, e cada grupo humano o faz a sua maneira, partindo do conhecimento do
contexto, tecnológico, geográfico, econômico, político, convicções religiosas, política,
características psicológicas que estruturam esse grupo.

Figura 1 - composição VIII


Às características individuas, de cada artista é também outro elemento
fundamental na avaliação da obra artística. Para fazermos um estudo da
individualidade do artista, é necessário que coletemos dados como acontecimento,
historia familiar e outros, da época em que viveu, e nada ficou registrada. Voltando a
visão de arte grupal, a arte esta sujeita a época e ao grupo cultural, que da origem a
imagens como as que seguem: Muito antes da civilização mesopotâmica, egípcia e
grega se estruturar, o homem já se manifestava artisticamente.

Ao longo da história da arte podemos distinguir três funções principais para a arte- a
pragmática ou utilitária, a naturalista e a formalista.

As primeiras manifestações artísticas do homem remontam a era


paleolítica, constituída por desenhos em paredes de cavernas. O homem aplicava as
tintas com as mãos, espátulas, bastonetes ou pinceis, quando não usavam a técnica
de pistolar, (eles enchiam a boca de tinta e sopravam). As tintas eram conseguidas
através de materiais minerais – terra, carvão vegetal, ossos queimados, e óxido de
ferro – misturados a gordura de animais, argilas coloridas, sangue de animais e
excremento de aves. A lei da frontalidade, é observadas nas representações de
animais. O homem pré-histórico, não foi apenas pintor foi também escultor, fazia
incisões nas pedras e esculpia figuras femininas de formas exageradamente
volumosas ligadas aos rituais de fecundação. O maior legado que deixaram foi o
encontrado na pintura, embora os desenhos rupestres, o mais antigo registro de
manifestações, artísticas que possuímos. Era uma arte de adultos para adultos.
Os desenhos mediam de um a cinco metros, os artistas adaptavam suas
esculturas aos relevos das rochas. Ao nos depararmos com as cenas milenares de
grandes extensões ocupando muitos metros das cavernas, numa Shamash - deus Sol
da religião Mesopotâmica Pirâmides de Gizé no Egito Servos trabalhando – Idade
Média escuridão em que a luz não penetra, nos vêm várias indagações: Porque tudo
isso? Qual a razão para tanto empenho? O que se procurava alcançar com todo esse
trabalho? Acredita-se que esses desenhos tinham uma função mágica, sobrenatural,
quando falamos em magia, ressaltamos que naquela época magia não era mera
superstição, era a “ciência da época”, pois reunia, os conhecimentos acessíveis ao
homem, o resumo de experiências e as possíveis interpretações de fenômenos
naturais, instrumento pelo qual o homem se relacionava, interferia, e até mesmo,
dominava esses fenômenos.

Por meio das imagens acredita-se que o homem dominava o animal,


possuindo-o magicamente. Desenhos de homens e feiticeiros cobertos de peles,
chifres e às vezes feridos por flechas, fechados em cercados representando o próprio
animal, é outro elemento que reforça assa teoria.
Figura 2 - Caverna de Lascaux, França

Porque esses homens que retratam com tanta perfeição o animal não o
fizeram representando o ser humano? A resposta mais coerente e a de que o homem
feiticeiro, vestido dessa forma incorporava o poder do animal. Era ao mesmo tempo a
união das forças do animal com o domínio do homem sobre essas forças. Essa
incorporação assinala outra forma de manifestação artística, o teatro. Não temos
registros da música e da dança, de como seria o esboço da representação teatral
daquela época.

Pesquisas de grupos como na Amazônia e na Austrália, levamos a deduzir


que, como nessas culturas, o que havia era uma representação de fundo mágico, em
que pela imitação de animais, de atos de caça ou luta, de forças da natureza iria se
estabelecer uma ligação com as misteriosas forças que dominavam o pensamento
desses grupos e que dominavam o homem pré-histórico. Estudando as celebrações
egípcias e gregas, vemos rituais que se constituem de representações de animais e
seres ancestrais, de deuses ligados às estações do ano, secas, chuvas, entre outros
acontecimentos.
Em decorrência do crescimento populacional, o homem, abandona sua
maneira de viver, torna-se mais sedentário, cria animais, desenvolvem a agricultura e
o artesanato. As manifestações artísticas marcantes dessa época são habitações são
rústicas de madeira e monumentos megalíticos enormes construções de pedra. Menir
– grandes blocos de pedras erguidas verticalmente; Alinhamento – menires
enfileirados; Crontiques – menires dispostos; Dolmens – duas pedras verticais
sustentando uma pedra horizontal.

Os mais famosos monumentos megalíticos são os de Carnac, na França, e


Stonehenge, na Inglaterra, com funções astrologias e religiosas, a pintura do fim da
pré-história, é mais decorativa, a arte exprime-se de formas mais abstratas. É possível
constatar através da infância do homem, o tipo de vida da época pré-histórica.
Figura 4 – Stonehenge
Figura 3 - Rochas de Carnac

Figura 5 - Naveta Figura 6 – Dolmen

Figura 7 - Menir
Figura 8 – Nuragues

ARTE EGÍPCIA

Uma das principais civilizações da Antigüidade foi a que se desenvolveu no Egito. Era
uma civilização já bastante complexa em sua organização social e riquíssima em suas
realizações culturais. A religião invadiu toda a vida egípcia, interpretando o universo,
justificando sua organização social e política, determinando o papel de cada classe
social e, conseqüentemente, orientando toda a produção artística desse povo.
Além de crer em deuses, que poderiam interferir na história humana, os egípcios
acreditavam também numa vida após a morte e achavam que essa vida era mais
importante do que a que viviam no presente.O fundamento ideológico da arte egípcia é
a glorificação dos deuses e do rei defunto divinizado, para o qual se erguiam templos
funerários e túmulos grandiosos.
ARQUITETURA
As pirâmides do deserto de Gizé são as obras arquitetônicas mais famosas e, foram
construídas por importantes reis do Antigo Império: Quéops, Quéfren e Miquerinos.
Junto a essas três pirâmides está a esfinge mais conhecida do Egito, que representa o
faraó Quéfren, mas a ação erosiva do vento e das areias do deserto deram-lhe, ao
longo dos séculos, um aspecto enigmático e misterioso.

As características gerais da arquitetura egípcia são:


 solidez e durabilidade;
 sentimento de eternidade; e
 aspecto misterioso e impenetrável.

Os escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em posição


serena, quase sempre de frente, sem demonstrar nenhuma emoção. Pretendiam com
isso traduzir, na pedra, uma ilusão de imortalidade. Com esse objetivo ainda,
exageravam freqüentemente as proporções do corpo humano, dando às figuras
representadas uma impressão de força e de majestade. Os Usciabtis eram figuras
funerárias em miniatura, geralmente esmaltadas de azul e verde, destinadas a
substituir o faraó morto nos trabalhos mais ingratos no além, muitas vezes coberto de
inscrições.
Os baixos-relevos egípcios, que eram quase sempre pintados, foram também
expressão da qualidade superior atingida pelos artistas em seu trabalho. Recobriam
colunas e paredes, dando um encanto todo especial às construções. Os próprios
hieróglifos eram transcritos, muitas vezes, em baixo-relevo.
Grécia e Roma – a arte clássica

Dando um grande salto no tempo, falaremos agora da Grécia, algumas


centenas de anos antes de cristo. A história grega é dividida em arcaico, séculos XII a
VI a.C.; clássico de VI, v e IV a.C., e helênico, 323 a.C. a 30 a.C.. os séculos V e VI
a.C., (época clássica) constitui a época do esplendor grego, alcançando o equilíbrio
entre pensamento lógico, técnica apurada, ideal de beleza e organização,
empreendem-se as grandes obras que viriam a se tornar os pilares da cultura
ocidental.

A arquitetura e a escultura atingem neste momento o clímax da nossa


cultura. Afastando-se de seu período arcaico, surgirá, nesse canto da terra, a arte
ocidental, em que se manifesta três influencias: o espírito dinâmico com linhas curvas,
vindo da cultura crético-mecênica; o geometrismo retilíneo ariano e o realismo
convencional oriental. Essas influencias sobre a Grécia modela uma raça que aprende
um novo modo de viver em cidades (pólis) nas quais o homem tem o interesse voltado
para si mesmo. A arquitetura grega é estética, baseada no principio construtivo
de peso e sustentação e dominada pelo horizontalismo.

A escultura adquire um caráter realista principalmente nos retratos. Os


escultores penetrantes psicólogos e captam com vigor expresso o caráter humano. Já
na pintura não restaram obras originais, o que ficou foram os registros em vasos.
Quanto a literatura, sobressaíram-se duas obras, a Ilíada e a Odisséia, ambas
atribuídas a Homero, na atualidade duvida-se da existência desse poeta.
Figura 9 - esculturas gregas

Detendo-nos ao teatro, esse enfoque devesse ao fato de o teatro grego ter


atingido níveis de qualidade insuperáveis até hoje, e também por ter levantado
questões universais. O teatro é uma manifestação artística presente na cultura de
muitos povos e desenvolveu-se espontaneamente em diferentes civilizações, como na
China e na Índia, onde existem registros milenares de textos teatrais. Mas é do Egito
que chegam as primeiras notícias de representações dramáticas, que se deu em 3000
a.C., e foi o teatro egípcio que mais influenciou o grego.

A influência do teatro grego na cultura ocidental é avassaladora e


extremamente atual. Os autores teatrais quem influenciaram foram, • Esquilo –
Prometeu Acorrentado, As suplicantes; • Sófocles – Édipo, Electra, Antígona; •
Eurípedes – As Troianas, Medeia, Orestes; • Aristófanes – As rãs, As Neuras,
Lisitratas. Suas obras eram apresentadas nos teatros, com capacidade para centenas
de pessoas. Esquilo, Sófocles e Eurípedes, são chamados de autores de tragédias
que caracterizada por uma linguagem elevada, evidenciando a luta do homem contra a
fatalidade ou o destino. Exaltava a nobreza de sentimentos como virtude, sua
moralidade e aceitação. “A finalidade da tragédia era emocionar, comover, provocar
lágrimas, levar o expectador se identificar com o Herói e com a causa. Já a comédia
objetiva uma nova reação – rir de si mesmo, pois satirizava-se os excessos, a
dissipação, a falsidade, o embuste, os sentimentos mesquinhos, e procurava-se
aprender algo com isso, mostrava-se uma função didática, ensinando algo ao publico.

E como é o fazer teatro? Ao vermos uma criança dar tchau, uma menina
vestida com as roupas da mãe, admirandose no espelho, podemos dizer que isso é
teatro, ou pelo menos o embrião, teatro é então imitação? Sim, mais é muito mais que
isso. O mais importante no teatro é o ator, que comunica um texto ao público, por meio
da expressão, pela voz, movimentos e sensibilidade. O ator é como instrumento e,
portanto “tem que ser afinado para comunicar o melhor possível.
O Autor, é quem escreve a histórias que será transmitida ao público, as
peças a serem contadas ao público. Assim para que o teatro aconteça é preciso , uma
história, um ator para representar e o palco, que pode ser como aquele que vemos nos
teatros ou apenas um tablado.

QUESTÕES

01)

A origem da obra de arte (2002) é uma instalação seminal na obra de Marilá Dardot.
Apresentada originalmente em sua primeira exposição individual, no Museu de Arte da
Pampulha, em Belo Horizonte, a obra constitui um convite para a interação do
espectador, instigado a compor palavras e sentenças e a distribuí-las pelo campo.
Cada letra tem o feitio de um vaso de cerâmica (ou será o contrário?) e, à disposição
do espectador, encontram-se utensílios de plantio, terra e sementes. Para abrigar a
obra e servir de ponto de partida para a criação dos textos, foi construído um pequeno
galpão, evocando uma estufa ou um ateliê de jardinagem. As 1500 letras-vaso foram
produzidas pela cerâmica que funciona no Instituto Inhotim, em Minas Gerais, num
processo que durou vários meses e contou com a participação de dezenas de
mulheres das comunidades do entorno. Plantar palavras, semear ideias é o que nos
propõe o trabalho. No contexto de Inhotim, onde natureza e arte dialogam de maneira
privilegiada, esta proposição se torna, de certa maneira, mais perto da possibilidade.

Disponível em: www.inhotim.org.br.

A função da obra de arte como possibilidade de experimentação e de construção pode


ser constatada no trabalho de Marilá Dardot porque

a. o projeto artístico acontece ao ar livre.


b. o observador da obra atua como seu criador.
c. a obra integra-se ao espaço artístico e botânico.
d. as letras-vaso são utilizadas para o plantio de mudas.
e. as mulheres da comunidade participam na confecção das peças.

02) Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e
imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua
vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor
arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico. 31 - Excluem-se do patrimônio
histórico e artístico nacional as obras de origem estrangeira, EXCETO:

(A) que pertençam às representações diplomáticas ou consulares acreditadas no país;

(B) que adornem quaisquer veículos pertencentes a empresas estrangeiras, que


façam carreira no país;

(C) que pertençam a casas de comércio de objetos históricos ou artísticos;

(D) que sejam importadas por pessoas estrangeiras expressamente para adorno de
suas residências;

(E) que sejam trazidas para exposições comemorativas, educativas ou comerciais.

03) Com relação ao patrimônio cultural brasileiro, é correto afirmar que:

(A) a Constituição Federal declarou tombados todos os documentos e os sítios


detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos;

(B) cabem ao Programa Nacional de Apoio à Cultura a gestão da documentação


governamental e as providências para franquear sua consulta a quantos dela
necessitem;

(C) será protegido com exclusividade pela União;

(D) tem como formas de proteção os inventários, registros, vigilância, tombamento,


desapropriação e usucapião;

(E) os danos e ameaças sofridos somente serão punidos se gravosos ao patrimônio


público.

04) Leia o texto e observe as imagens a seguir:

O termo arte Rupestre remete as pinturas pré-históricas encontradas em grutas e


cavernas e nos paredões rochosos expostos. Os recursos naturais utilizados para
colorir e fixar essas pinturas geralmente se constituíam de pó de rochas, carvão
vegetal, excrementos, látex de plantas, substâncias geralmente gordurosas que
serviam de base para uma mistura homogênea. Mistura essa que mantém as pinturas
na superfície de seu suporte rochoso, algumas por mais de 20 mil anos.

(FUNARI, P. P. Os desafios da destruição e conservação do patrimônio cultural no


Brasil. Revista Adusp, São Paulo, v.19 2000.)
oca do Boqueirão da Pedra Furada, na Serra da Capivara, no Piauí.

A pintura rupestre, que é um patrimônio cultural brasileiro expressa:


a) o conflito entre os povos indígenas e os europeus durante o processo de
colonização do Brasil.
b) A organização social e política de um povo indígena e a hierarquia entre seus
membros.
c) aspectos da vida cotidiana de grupos que viveram durante a chamada pré-história
do Brasil.
d) os rituais que envolvem sacrifícios de grandes dinossauros atualmente extintos.
e) a constante guerra entre diferentes grupos paleoíndios da América durante o
período colonial.

05) A arte rupestre possui a característica de expressar elementos da cultura do


homem pré-histórico. Dentre esses elementos, destacam-se, nas pinturas rupestres:

a) o retrato das famílias, feito de forma realista, com o uso de carvão.

b) a descrição de cenas relacionadas com a vida política da pólis.

c) a descrição das trocas comercias intercontinentais.

d) a descrição de cenas de caça, rituais e símbolos cosmológicos.

e) o retrato das personalidades da tribo.


07) Observe a figura

. A respeito do contexto apresentado, é correto afirmar:

a) A imagem demonstra que os agricultores das margens férteis do rio Nilo


desconheciam a escrita.

b) Ao contrário da economia da caça de animais, que exigia o trabalho coletivo, a


agricultura não originava sociedades humanas.

c) A imagem revela uma apurada técnica de composição, além de se referir à


economia e à cultura daquele período histórico.

d) Os antigos egípcios cultivavam cereais e desconheciam as atividades econômicas


do artesanato e da criação de animais.

e) A imagem comprova que as produções culturais dos homens estão desvinculadas


de suas práticas econômicas e de subsistência.

08)
Pintura mural no túmulo de Sennedjem, em Tebas (1306 - 1290 a.C.) In: ARRUDA e
PILETTI. Toda a História. São Paulo: Ática, 2008. p.21.
A ilustração sintetiza a sociedade egípcia. A partir das informações que ela contém, é
possível afirmar:
I - Na base da sociedade, encontrava-se o rio Nilo, cujas águas podiam ser
aproveitadas para o cultivo sem necessidade de técnicas específicas nem
aprimoramento de organização social.
II - O ecossistema do Nilo tinha como um dos elementos o sol, o qual está
representado na figura de um deus, com disco solar sobre a cabeça, transmitindo a
ideia de que ele ilumina e aquece o rio, a terra e os homens.
III - As árvores frutíferas e as cenas de plantio e colheita ocupam o centro da pintura,
indicando a importância tanto as águas do rio quanto da luz da divindade solar para o
ecossistema.
IV - A pintura é uma representação alegórica e não realista, não indicando informação
sobre a estrutura política e administrativa (o faraó e seus funcionários), por isso não
serve como fonte para o estudo da história e sociedade egípcias. Está(ão) correta(s)
a) apenas I e II.
b) apenas II e III.
c) apenas III.
d) apenas III e IV.
e) apenas IV.

09) “No século de Péricles (século V a.C.), a escultura grega alcançou a maturidade.
Atenas foi o principal foco da atividade artística nesse período. Uma característica
comum a todos os escultores clássicos foi o gosto pela medida, pela harmonia, pelo
equilíbrio e pela divina beleza dos números, ou seja, a aplicação da proporcionalidade
matemática à reapresentação do corpo humano. Os escultores buscavam o ideal de
perfeição anatômica e conseguiram transmitir a sensação de vida e de movimento à
musculatura.”
Das esculturas abaixo, qual se enquadra na descrição acima:

http://static.recantodasletras.com.br/arquivos/4758939.pdf

10) Abaixo seguem comentários acerca das artes: Cretense, Grega e Romana.
I A civilização cretense ou minoica se desenvolveu na ilha de Creta no segundo
milênio a.C. Seus palácios, além de concentrarem as atividades comerciais e
administrativas, funcionavam como residências reais. Eram decorados com afrescos
que, ao contrário das rígidas pinturas egípcias, transmitiam uma sensação de
movimento.
II O maior legado da arquitetura grega foi a concepção do espaço urbano. A partir da
adaptação e da modificação das formas e das técnicas de construção existente
anteriormente, os gregos criaram uma arquitetura fundamentada em sólidos princípios
matemáticos que relacionavam medidas e proporções.
III Sobre as características da arquitetura romana destacam-se o arco de meio ponto,
o arco semicircular e as abóbadas de diversas formas (semiesféricas, cilíndricas ou de
berço, cúpulas, abóbadas de aresta) foram os elementos básicos empregados.
Após a leitura dos textos acima, associe cada um a sua representação correspondente
e, em seguida, assinale a alternativa correta.

a) I-A; II-B; III-C


b) I-B; II-C; III-A
c) I-A; II-C; III-B
d) I-C; II-A; III-B
A RELIGIÃO DOMINA O MUNDO OCIDENTAL IDADE MÉDIA
O fim do Império Romano do Ocidente se deu com a invasão das terras
pertencentes a Roma pelos bárbaros e germânicos. Uma nova maneira de viver
organizou-se na Europa. Nasceram as cidades e nelas surgiu o que se chamou de
confraria de artesãos (marceneiros, pintores, ferreiros), organizados com o objetivo de
melhor se fortalecerem em suas profissões. Nasceu às primeiras universidades e com
elas uma maior expansão do ensino. Os mulçumanos dominam o Mar Mediterrâneo o
tornado proibido para os navios europeus, o que acarretou o fim do comércio
mediterrâneo e da civilização Grego-romana, as invasões bárbaras já haviam
destruído o poder político de Rama, e com a dominação do Mar mediterrâneo pelos
mulçumanos, obrigando os europeus a procurar novas maneiras de sobrevivência,
voltando-se então para o campo. Cada unidade, castelo ou mosteiro, tratou de bastar-
se a si mesmo, tendo sua própria existência econômica.

Enfim realizar cada qual todas as atividades necessárias capazes de lhes


garantir a independência. A injustiça neste mundo era aplicada pelos senhores
feudais, e o regime político e conômico foi denominado como feudalismo. Na idade
média a Igreja católica, era a grande força unificadora e dominante em toda Europa, o
cristianismo foi uma religião que incorporou elementos vindos das religiões mais
primitivas, principalmente do judaísmo. Deus único, a história do mundo uma potência
econômica foi capaz de propiciar, numa época de profunda decadência financeira, a
produção de obras de arte, como a construção de mosteiros e templos. A verdadeira
ambição da igreja, era fazer da arte um eficaz instrumento da fé. A verdade propagada
por Cristo era a verdade absoluta e não devia ser questionada – diziam os religiosos
da época. Apenas a manifestação de santidade passou a ser valorizada. O lado divino
do ser humano. O cristianismo foi marcado pela transcendência. E por transcendência
podemos entender o desejo de alcançar o céu. A fase culminante do pensamento
medieval foi à época da arte gótica (Séc. XII a XV), expressando-se sobretudo na
arquitetura, mostrará a vida e os milagres dos santos com narrativas de brilhante
colorido.

Na Idade Média o teatro sofreu um forte declínio, pois a Igreja Católica via-
o com maus olhos. No entanto com o decorrer do tempo, a igreja Católica diminuiu a
perseguição às apresentações teatrais, e ela própria passou a utilizar o teatro como
meio capaz de transmitir ao povo histórias e ensinamentos religiosos, transformando
cenas bíblicas em peças teatrais. Esse tipo de teatro religioso ainda se mantém nos
nossos dias, nas representações, ao ar livre, do Drama da Paixão de Cristo, como as
de Jerusalém, em Pernambuco e em Curitiba. No ano de 1450, o alemão Johanners
Gutenberg criou a impressão mecânica, utilizando tipos móveis de metal permitindo a
produção de livros de uma maneira veloz e menos complicada disseminando com
maior amplitude o conhecimento, essa invenção, alterações políticas e econômicas e
uma sede crescente de conhecimento estruturam as bases para uma fase
esplendorosa, do mundo europeu – o Renascimento.

O HOMEM VOLTA A OLHAR PARA O HOMEM /RENASCIMENTO

Em 1500, a Europa sofria enormes transformações. A navegação no


Mediterrâneo volta a dinamizar-se proporcionando um intercâmbio, comercial e cultural
na Europa. A burguesia tornava-se participante na vida econômica e social, o homem
passa a ser visto de uma maneira mais humanista e, neste processo, surgiu o conceito
de individualismo, o homem detentor dos direitos inalienáveis. O mundo continuava a
ser encarado como criação de Deus, mas a arte já não se prendia apenas nele ou em
tudo que a ele se relacionasse, e o homem passava a assumir uma posição
privilegiada.

Essa transformação do universo medieval se processou lentamente, mas a


sua grande conquista foi à revalorização do homem e a rejeição da cultura do mundo
medieval em troca de uma preocupação com a ciência distanciada da religião e
interessada em entender as causas das coisas, como a causa da movimentação da
água e dos ventos. Na arte, o que realmente importava era criar a ilusão de um mundo
imaginário que adquiria vida própria.

Os artistas e pensadores do Renascimento voltavam seus olhos a cultura


clássica (cultura greco-romana), copiando-a e refletindo sobre ela a fim de assimilá-la,
retirando conhecimentos necessários para desenvolver uma nova forma de expressão
estilística e graficamente diferente. Podemos apresentar como exemplo a escultura La
Pietrá de Michelangelo Buonarroti (1475- 1564). O poder expressivo e a beleza do
corpo humano foram os dois ideais que a Renascença encontrou realizados na arte
clássica, pois o Renascimento surgiu quando o homem começou a estudar e a
valorizar o seu passado.

Figura 10 - Pietà

A pintura foi a manifestação artística que mais progrediu no Renascimento.


Leonardo da Vince foi um dos artistas que, ficaram famosos por suas figuras perfeitas
e pelo aperfeiçoamento da perspectiva. Souberam distribuir bem a luz e as sombras,
dando mais exatidão às suas obras.
Figura 11 - Virgem das Rochas 1483-1486 Leonardo da Vinci Museu do
Louvre.

Os princípios estéticos do Renascimento são:

 a arte como estudo da natureza, corpo humano e paisagens;


 A pintura e a escultura são coisas do espírito e da inteligência;
 o uso da perspectiva cientifica e a elaboração das teorias matemáticas da
proporção.

Leonardo da Vince era considerado o maior nome, na escultura o grande


mestre era Michelangelo, pelo vigor dos desenhos e do volume, possuem caráter
escultório.
A literatura também traz nomes de grandes dimensões como; Dante
Alighieri, Boccacciio, Rabelais, Luís de Camões, Miguel de Cervantes e
Shakespeare. Luis de Camões, tem um significado especial para os brasileiros, por
ser um poeta português que, em sua principal obra, Os Lusíadas, narra o heroísmo
das grandes aventuras portuguesas. Cervantes escreveu a obra-prima, Dom
Quixote, que narra as aventuras de um fidalgo espanhol, homem for do seu tempo,
era fascinado pelo mundo medieval, numa espécie de delírio, já idoso Quixote
acredita ser um cavaleiro andante e sai pelas terras da Espanha em busca da
mulher amada, Dulcinéia. William Shakespeare (1564-1616) dramaturgo inglês.
Segundo Arnoud Hauser, Shakespeare e Cervantes são os errantes de sua época.
Falam de um mundo antigo que desapareciam – a Idade Média, ao mesmo tempo
quen revelam um novo mundo. Se o personagem de Cervantes, Dom Quixote, vive
perdido em um mundo de sonhos, de delírio, da fantasia em choque com a
realidade; os de Shakespeare viviam grandes conflitos e fraquezas espirituais.
Dentre seus principais textos, podemos citar Romeu e Julieta, Hamlet, Otelo e A
megera Domada.

BARROCO

Iniciou-se na Itália e através dessa arte, os ensinamento cristãos puderam


ser espalhados de uma forma diferenciada. Ela surgiu no século XVII e suas
características enfatizaram as transformações ocorridas na Idade Moderna.
Foi no século XVI que ocorreu a Reforma Protestante, originando os
Estados Nacionais e os governos absolutos, onde cada nação deveria se libertar do
poder que a igreja católica possuia no período.
Eles reagiram com a Contrareforma, se fortalecendo e fazendo belas
composições arquitetônicas, como as igrejas. O Barroco não demorou muito a chegar
às Américas e foi através dele que a razão, proposta pelo renascimento, começou a se
diluir. A grande característica da arte barroca é o uso das emoções.
A grandiosidade Barroca é explicada pela situação histórica, marcada pela reação da
Igreja Católica ao movimento protestante e ao mesmo tempo pelo desenvolvimento do
regime absolutista. Dessa maneira temos uma arte diretamente comprometida com
essa nova realidade, servindo como elemento de propaganda de seus valores, ser
explicadas pelo fato de o barroco ter sido um tipo de expressão de cunho
propagandista.
Nascido em Roma a partir das formas do cinquecento renascentista, logo se
diversificou em vários estilos paralelos, à medida que cada país europeu o adotava e o
adaptava às suas própria características. Enquanto na Itália o barroco apresentou
elementos mais "pesados", nos países Protestantes o estilo encontrou componentes
mais amenos.

Durante esse período as artes plásticas tiveram um desenvolvimento integrado; a


arquitetura, principalmente das Igrejas, incorporaram os ornamentos da estatuária e da
pintura.

Pintura Barroca na Itália


 Disposição de elementos dos quadros, que sempre forma uma composição em
diagonal;
 Contraste de claro-escuro nas cenas, o que intensifica a expressão dos
sentimentos;
 Realismo, retratando não só a vida na burguesia, mas a vida do povo simples.
Principais Pintores do Barroco
 Tintoretto (1515-1549), pintou temas religiosos, mitológicos e retratos, sempre
com duas características bem marcantes: focou nos corpos, mais do que os seus
rostos; a luz e a cor têm grande intensidade. O conjunto que formava personagens
e as cores deveriam ser vistas primeiro e depois os detalhes.

Caravaggio (1573-1610), ele procurava retratar vendedores, os músicos


ambulantes, as pessoas comuns. Para ele, não havia diferença entre a beleza do
povo e das classes ricas. Havia pinturas em que ele utilizava a luz para chamar a
atenção das pessoas. Por essa característica, foi considerado o criador do estilo
iluminista.
 Andréa Pozzo (1642-1709) pintou em tetos de igrejas e de palácios. Usava um
efeito decorativo, detalhista e suas obras davam a ideia de que o céu estava perto
ou se abrindo.

Escultura Barroca
Há a exaltação de sentimentos. As formas procuram expressar os movimentos e
recobrem-se de efeitos decorativos. Predominam as linhas curvas, os drapeados das
vestes e o uso do dourado. Os gestos e os rostos das personagens revelam emoções
violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.

Principais Artistas do Barroco


 Bernini (1598-1680) foi um dos mais completos artistas do Barroco, pois era
arquiteto, urbanista, pintor, escultor e decorador. Principais Obras: O baldaquino e
a cadeira de São Pedro e a obra que desperta maior emoção religiosa - Êxtase de
Santa Tereza, escultura feita para uma capela da igreja de Santa Maria della
Vittorio, em Roma.

Arquitetura Barroca
Teve seu início no século XVII e realizou-se principalmente nos palácios e igrejas.
Quanto ao estilo da construção, os arquitetos deixam de lado os valores de
simplicidade e racionalidade, típicos da Capela Pazzi, de Brunelleschi, por exemplo, e
insistem nos efeitos decorativos, pois no Barroco "todo muro se ondula e dobra para
criar um novo espaço".

Figura 12 - Igrejas no estilo Barroco em Minas Gerais

Figura 13 - Convento de Mafra em Portugal

BARROCO NO BRASIL

O barroco brasileiro foi diretamente influenciado pelo barroco português,


porém, com o tempo, foi assumindo características próprias.

A grande produção artística barroca no Brasil ocorreu nas cidade auríferas


de Minas Gerais, no chamado século do ouro (século XVIII). Estas cidades eram ricas
e possuíam um intensa vida cultura e artística em pleno desenvolvimento.
O principal representante do barroco mineiro foi o escultor e arquiteto
Antônio Francisco de Lisboa também conhecido como Aleijadinho. Sua obras, de forte
caráter religioso, eram feitas em madeira e pedra-sabão, os principais materiais
usados pelos artistas barrocos do Brasil.

Podemos citar algumas obras de Aleijadinho : Os Doze Profetas e Os


Passos da Paixão, na Igreja de Bom Jesus de Matozinhos, em Congonhas do Campo
(MG).
Outros artistas importantes do barroco brasileiro foram: o pintor mineiro Manuel da
Costa Ataíde e o escultor carioca Mestre Valentim. No estado da Bahia, o barroco
destacou-se na decoração das igrejas em Salvador como, por exemplo, de São
Francisco de Assis e a da Ordem Terceira de São Francisco.

Escultura Barroca de Aleijadinho


(os doze profetas)

12)

Figura 14 - Catacumbas de Priscila


Basilica de Santa Sabina

A arte dos primeiros cristãos, entre o século I e o século IV, manifestou-se nas
paredes das catacumbas (galerias subterrâneas destinadas ao sepultamento dos
mortos). Com o apoio do imperador Constantino aos cristãos, surgiram, a partir do
Edito de Milão (313), as primeiras basílicas e igrejas nos lugares onde os mártires
haviam sido mortos. A arte religiosa cristã passou a incorporar os avanços técnicos e
estéticos da cultura romana. Tomando como base as manifestações artísticas do
cristianismo primitivo e comparando-as com as manifestações da arte cristã abrigada
pelo Império Romano, verifique as afirmativas a seguir.

I. A utilização das catacumbas como espaço para rituais religiosos explica-se pelo
caráter sombrio do cristianismo primitivo e não se relaciona com as perseguições do
Estado Romano.

II. A incorporação do cristianismo ao Estado Romano possibilitou tanto o


desenvolvimento da arte cristã quanto a consolidação e expansão da Igreja cristã.

III. A Igreja cristã, baseada no espírito de solidariedade preconizado pelos Evangelhos,


não pactuou com o Estado imperialista romano.

IV. Um dos grandes legados do Império Romano é a consolidação do cristianismo,


pois possibilitou que os cristãos se organizassem como igreja, utilizando a estrutura
administrativa e política do império.

Está(ão) correta(s)

a) apenas I

b) apenas III

c) apenas I, II e III

d) apenas II e IV

e) I, II, III e IV.

13) Sobre a arte na Idade Média é correto afirmar que:

A - Na pintura, os temas religiosos predominaram, fruto da influência da Igreja


Católica. Na arquitetura, prevaleceram dois estilos: românico e gótico.
B - Busca da perfeição estética e enfoque nos temas mitológicos foram duas
importantes características da arte medieval.
C - A arte medieval recebeu grande influência da arte egípcia, sendo que o principal
pintor medieval foi Leonardo da Vinci.
D - A pintura rupestre foi a principal característica da arte na Idade Média.

14) Michelangelo, Rafael e Leonardo constituem, segundo os historiadores da arte, o


ápice da arte renascentista. Cada um alcança um grau de excelência inédito que tanto
aprofunda os caminhos anteriores como também abre novas e inesperadas pesquisas.
Michelangelo foi considerado o maior de todos, a ponto de ter conseguido o que
parecia impossível: ir além, superar os antigos com sua arte sublime. Para o século
XVI, a questão que se colocava era o que pode haver depois de Michelangelo, de
Rafael, de Leonardo? Pensar em ultrapassá-los não teria sentido, só restaria fazer arte
à maneira deles. Define-se, assim, aquilo que a história da arte chamou de
Maneirismo, situado entre o Renascimento e o Barroco. O Maneirismo diferencia-se
como:

(A) o momento em que se abrem as academias de belas-artes e se institui o ensino


acadêmico; (B) o momento em que não se acredita que os antigos gregos foram os
maiores, mas sim os antigos romanos;

(C) o momento em que predominou o gosto pelo bizarro, pelo excêntrico e pelo
afetado, inspirado pelos relatos das viagens de descobrimento;

(D) o momento em que a arte recuou e novamente se submeteu à religião da contra-


reforma;

(E) o momento em que a arte começa a imitar a própria arte.

15) A Renascença ou Renascimento foi um movimento artístico e científico ocorrido na


Europa entre os séculos XV e XVI. Sobre esse movimento, identifique a(s)
afirmativa(s) verdadeira(s):

A utilização de métodos experimentais e de observação da natureza e do


1) universo orientou a ação dos cientistas durante o Renascimento. O
período demarca, ainda, o início de um processo de maior valorização da
razão humana e do indivíduo.

O Renascimento, baseado na ideologia absolutista, foi um movimento de


2) valorização do mundo rural. Essa característica pode ser entendida pela
forte influência dos mecenas, uma vez que todos eles eram vinculados à
agricultura.

O Renascimento surge no período de transição da sociedade medieval


4) para a sociedade moderna e representa uma nova visão de mundo. Suas
principais características eram o racionalismo e o antropocentrismo.

Uma das mudanças propiciadas pela cultura renascentista foi a


8) valorização da natureza, em contraste com as explicações sobrenaturais
sobre o mundo.
16) As igrejas barrocas brasileiras distribuem-se pelas principais cidades ao longo da
costa litorânea com destacável unidade de estilo. Apesar das diferentes localidades e
ordens religiosas, características em comum podem ser apontadas, tais como:

(A) fachadas com colunas colossais, entablamento projetado e frontão curvo, planta
elíptica e revestimento em mármores;

(B) fachadas com colunas simples, frontão sobreposto e torres sineiras, planta com
nave retangular e capela-mor transversal e decoração em estuque e gesso;

(C) fachadas maciças e com poucos elementos decorados, frontão triangular e torres
sineira, planta com nave e capela-mor retangulares e decoração em talha dourada;

(D) fachada com pórtico de entrada, torre sineira única e centralizada, planta elíptica e
altar-mor embutido na parede e decoração com mármores coloridos;

(E) fachada com frontão curvo, planta retangular profunda e cúpula encimando o arco-
cruzeiro.

17) O homem é o modelo do mundo. A experiência é a mestra das coisas. (Leonardo


da Vinci)

Com relação ao Renascimento artístico, literário e científico, elemento típico de


transição do feudalismo ao capitalismo, podem ser feitas as seguintes afirmativas,
exceto:

a) Os humanistas tiveram um papel extremamente importante na difusão das ideias


renascentistas.

b) A reflexão sobre problemas humanos levou o homem renascentista à análise de


sua própria individualidade, num esforço de autoconhecimento.

c) A visão de mundo político-religiosa medieval continuava a ser o elemento


fundamental para a compreensão do homem e do mundo.

d) A riqueza proveniente do comércio financiou artistas, cientistas, arquitetos, que


passaram a ser contratados para dar forma às novas realidades sociais.

e) O racionalismo passou a ser a pedra de toque da mentalidade renascentista,


estimulando o nascimento da ciência moderna.

18) A arte colonial mineira seguia as proposições do Concílio de Trento (1545-1553),


dando visibilidade ao catolicismo reformado. O artífice deveria representar passagens
sacras.

Não era, portanto, plenamente livre na definição dos traços e temas das obras. Sua
função era criar, segundo os padrões da Igreja, as peças encomendadas pelas
confrarias, grandes mecenas das artes em Minas Gerais.
(Adaptado de Camila F. G. Santiago, “Traços europeus, cores mineiras: três pinturas
coloniais inspiradas em uma gravura de Joaquim Carneiro da Silva”, em Junia Furtado
(org.), Sons, formas, cores e movimentos na modernidade atlântica. Europa, América
e África. São Paulo: Annablume, 2008, p. 385.)

Considerando as informações do enunciado, a arte colonial mineira pode ser definida


como

a) renascentista, pois criava na colônia uma arte sacra própria do catolicismo


reformado, resgatando os ideais clássicos, segundo os padrões do Concílio de Trento.
b) barroca, já que seguia os preceitos da Contrarreforma. Era financiada e
encomendada pelas confrarias e criada pelos artífices locais.
c) escolástica, porque seguia as proposições do Concílio de Trento. Os artífices
locais, financiados pela Igreja, apenas reproduziam as obras de arte sacra europeias.
d) popular, por ser criada por artífices locais, que incluíam escravos, libertos, mulatos
e brancos pobres que se colocavam sob a proteção das confrarias.

Afirmo, então, que isto me serve de ponto de partida e de base quando admito que
existe uma Beleza em si e por si, uma Bondade, uma Grandeza em si e por si, e a
mesma coisa ocorre com tudo o mais. (…) Ao seguir esse princípio parece-me que
não me arrisco a desviar-me: que segurança responder a outrem que as coisas são
belas por causa do Belo! Não pensas também assim? (PLATÃO, 1999, p. 168)

ARTE NEOCLÁSSICA (1750 – 1850)

Estilo de Arte que se desenvolveu na Europa baseado em exemplos da Grécia e da


Roma Antigas. Inicia-se na década de 1750 como reações aos caprichos excessivos
do Rococó e do Barroco e impôs-se a partir de 1770. Estendeu-se para o resto dos
países europeus, chegando ao apogeu em 1830.
Entre as mudanças filosóficas, ocorridas com o iluminismo, e as sociais, com a
revolução francesa, a arte deveria tornar-se eco dos novos ideais da época:
subjetivismo, liberalismo, ateísmo e democracia. No entanto, eram tantas as
mudanças que elas ainda não haviam sido suficientemente assimiladas pelos homens
da época a ponto de gerar um novo estilo artístico que representasse esses valores. O
melhor seria recorrer ao que estivesse mais à mão: a equilibrada e democrática
antiguidade clássica. E foi assim que, com a ajuda da arqueologia (Pompéia tinha sido
descoberta em 1748), arquitetos, pintores e escultores logo encontraram um modelo a
seguir.

O Neoclassicismo destacou-se na:


Literatura: Os textos empregam linguagem clara, sintética, gramaticalmente correta e
nobre. A forma liberta-se um pouco do rigor do Classicismo anterior. A principal
expressão do movimento naliteratura é o Arcadismo, manifestado na Itália,
em Portugal e noBrasil. A sua principal expressão na literatura , o Arcadismo foi um
movimento literário que buscava basicamente a simplicidade, oposto a confusão e do
retrocedimento Barroco. Retrata a vida pastoril e harmônica do campo. As referências
clássicas voltam, e as obras são recheadas de seres da mitologia grega. Porém se
observa que a mitologia, que era um acervo cultural concreto de Grécia, Roma e
mesmo do Renascimento, agora se converte apenas num recurso poético de valor
duvidoso.
Artes Plasticas: A arte neoclássica busca inspiração no equilíbrio e na simplicidade,
bases da criação na Antiguidade. As características marcantes são o
caráter ilustrativo e literário, marcados pelo formalismo e pela linearidade, poses
escultóricas, com anatomiacorreta e exatidão nos contornos, temas "dignos" e clareza.
Este estilo procurou expressar e interpretar os interesses, a mentalidade e os habitos
da burguesia manufatureira e mercantil da época da revolução francesa e do Império
Napoleonico.

Pintura: Foi a expressão menos desenvolvida no Neoclassicismo, caracterizou-se


pela exaltação de elementos mitológicos ou pela celebração de Napoleão.As figuras
pareciam fazer parte de encenação teatral e eram desenhadas numa posição fixa,
como que interrompidas no meio de uma solene representação.
Na natureza das linhas e na simplificação da composição, buscava uma beleza
deliberadamente estatuária. Os contornos eram claros e bem delineados, as cores
puras e realistas e a iluminação límpida. Pintura mais destacada desta época foi O
Juramento dos Horácio, por Jacques-Louis David, 1784.

Os maiores representantes da pintura neoclássica são, sem dúvida, Jacques-Louis


David - foi considerado o pintor da Revolução Francesa, mais tarde, tornou-se o pintor
oficial do Império de Napoleão. Durante o governo de Napoleão, registrou fatos
históricos ligados à vida do imperador. Suas obras geralmente expressam um vibrante
realismo, mas algumas delas exprimem fortes emoções como a obra: Bonaparte
atravessando os Alpes e Morte de Marat.
Jean-Auguste-Dominique Ingres (1780-1867), o pintor foi uma espécie de cronista
visual da sociedade de seu tempo. Ingres acreditava qua a tarefa primordial da arte
era produzir quadros históricos. Ardoroso defensor da pureza das formas, ele
afirmava, por exemplo, que desenhar uma linha perfeita era muito mais importante do
que colorir. " A pincelada deve ser tão fina como a casca de uma cebola", repetia a
seus alunos. Sua obra abrange, além de composições mitológicas e literárias, nus,
retratos e paisagens, mas a crítica moderna vê nos retratos e nus o seu trabalho mais
admirável. Ingres soube registrar a fisionomia da classe burguesa do seu tempo,
principalmente no gosto pelo poder e na sua confiança na individualidade. Amante
declarado da tradição. Ingres passou a vida brigando contra a vanguarda artística
francesa representada pelo pintor romântico Eugène Delacroix, contudo foi Ingres, e
não o retórico e inflamado Delacroix, o mais revolucionário dos dois. A modernidade
de Ingres está justamente na visão distanciada que tinha de sue retratados, na recusa
a produzir qualquer julgamento moral a respeito deles, numa época em que se
consumava o processo de aliança entre a nobreza e a burguesia. O detalhismo
também é uma das suas marcas registradas. Seus retratos são invariavelmente
enriquecidos com mantos aveludados, rendas, flores e jóias. Forte influência da
arquitetura neoclássica foi a descoberta arqueológica das cidades italianas de
Pompéia e Herculano que, no ano de 79 a.C., foram cobertas pelas lavas do vulcão
Vesúvio. Diante daquelas construções, num erro de interpretação, os historiadores de
arte acreditavam que os edifícios gregos eram recobertos com mármore branco,
ocasionando a construção de tantos edifícios brancos. Exemplo: Casa Branca dos
Estados Unidos.

Escultura: Na escultura o movimento buscava inspiração no passado. A estatuária


grega foi o modelo favorito pela harmonia das proporções, regularidade das formas e
serenidade da expressão. Apesar disso, não atingiram a amplitude nem o espírito da
escultura grega. Também foi menos ousada que a pintura e arquitetura de seu tempo.
Entre os principais escultores destaca-se o italiano Antonio Canova (1757-1822), que
retrata personagens contemporâneos como divindades mitológicas como Pauline
Bonaparte Borghese como Vênus.
Arquitetura neoclássica: Foi produto da reação antibarroco e anti-rococó, levada a
cabo pelos novos artistas-intelectuais do século XVIII. Os Arquitectos formados no clima
cultural do racionalismo iluminista e educados no entusiasmo crescente pela Civilização
Clássica, cada vez mais conhecida e estudada devido aos progressos da Arqueologia e
da História.

Biblioteca Sainte Geneviève, em Paris.


Igreja de nossa Senhora de Candelária, RJ.

Algumas características deste movimento artístico na arquitectura são:

 Materiais nobres (pedra, mármore, granito, madeiras)


 Processos técnicos avançados
 Sistemas construtivos simples
 Esquemas mais complexos, a par das linhas ortogonais
 Formas regulares, geométricas e simétricas
 Volumes corpóreos, maciços, bem definidos por planos murais lisos
 Uso de abóbada de berço ou de aresta
 Uso de cúpulas, com frequência marcadas pela monumentalidade
 Espaços interiores organizados segundo critérios geométricos e formais de
grande racionalidade
 Pórticos colunados
 Entablamentos direitos
 Frontões triangulares
 A decoração recorreu a elementos estruturais com formas clássicas, à pintura
rural e ao relevo em estuque
 Valorizou a intimidade e o conforto nas mansões familiares
 Decoração de carácter estrutural

Teatro: No teatro neoclássico a racionalidade predomina, revalorizam-se o texto e a


linguagem poética. A tragédia mantém o padrão solene da Antiguidade. Entre os
principais autores estáVoltaire. A comédia revitaliza-se com o francês Pierre
Marivaux(1688-1763), autor de O Jogo do Amor e do Acaso. Os italianos Carlo
Goldoni (1707-1793), de A Viúva Astuciosa, e Carlo Gozzi (1720-1806), de O Amor de
Três Laranjas, estão entre os principais dramaturgos do gênero. Outro importante
autor de comédias é o francês Caron de Beaumarchais (1732-1799), de O Barbeiro de
Sevilha e de As Bodas de Fígaro, retratos da decadência do Antigo Regime e uma
inspiração para as óperas de Mozart (1756-1791) eRossini (1792-1868).

SAIBA MAIS

Em O Rapto das Sabinas ele mostra um épico (guerra), de um livro, na obra a imagem
vai ser totalmente reconstruída pela imaginação, apesar da cena haver vários
personagens todos em cantos diferentes, esta tudo muito bem organizado.
A Morte de Marat Jacques-Louis David, 1793 óleo sobre tela Tamanho: 128 × 165 cm
Marat assassinado (Marat assassiné) ou A morte de Marat é uma tela de
JacquesLouis David pintada em 1793. Ela está exposta no Musées royaux des Beaux-
Arts de Belgique em Bruxelas. A pintura retrata Jean-Paul Marat, revolucionário
francês, assassinado em casa em 13 de julho por Charlotte Corday. A inscrição À
Marat, David que aparece na caixa de madeira, cuja forma sugere uma pedra tumular,
indica que se trata de uma homenagem a Marat, que o pintor conhecia pessoalmente
e que teria visto na véspera de sua morte tal como a representado.

MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA NO RIO DE JANEIRO

PROCESSO HISTÓRICO.

A guerra que Napoleão movia na Europa contra a Inglaterra, no princípio do século


XIX, acabou tendo conseqüências para a Coroa portuguesa. Napoleão impôs um
bloqueio ao comércio entre Inglaterra e o continente. Portugal representava uma
brecha no bloqueio que era preciso fechar. Em novembro de 1807, as tropas
francesas cruzaram a fronteira de Portugal com a Espanha e avançaram em direção a
Lisboa.

P Príncipe-Regente, D. João VI, decidiu-se pela transferência da Corte para sua


colônia. Em poucos dias, cerca de 15 mil pessoas embarcavam para o Brasil, sob
proteção da frota inglesa. Napoleão Bonaparte, sem suspeitar, fez com que a história
do Brasil tomasse um rumo inesperado.

O ambiente que antecedeu a vinda da Missão Francesa.

As invasões napoleônicas trouxeram D. João Vi e sua corte ao Rio de Janeiro,


ensejando o processo de independência da Colônia. A queda de Napoleão propiciou a
retomada dos laços culturais entre França e Portugal. A convite da Corte portuguesa,
feita através do Conde da Barca, veio ao Rio a Missão Artística Francesa, liderada
por Joachim Lebreton, secretário recém destituído do Institut de France.
Acompanham-no o pintor histórico Debret, o paisagista Auguste Taunay, o arquiteto
Grandjean de Montigny e o gravador de medalhas Pradier com o objetivo de fundar a
primeira Academia de Arte no Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Formados
em sua maioria no ambiente neoclássico, os artistas bonapartistas não se sentiram a
vontade com a volta dos Bourbon ao poder e aceitaram o convite de D. João e
embarcaram para o Brasil.

A VINDA DA MISSÃO ARTÍSTICA PARA O BRASIL.

No dia 26 de março de 1816 no veleiro norte americano Calpe, chegavam ao Rio com
o objetivo de instalar o ensino das artes e ofícios no Brasil. Os componentes da
Missão Artísticos, recebida oficialmente pelo Conde da Barca. Um casamento de
interesses. O decreto de 12 de agosto de 1816 criava a “Escola Real de Ciências,
Artes e Ofícios” e fixava, ao mesmo tempo, os estipêndios anuais devidos aos
professores e funcionários da Missão. Os artistas foram contratados por seis anos. Um
projeto elaborado por Montigny para o edifício da futura Academia de Belas Artes foi
logo apresentado e tendo agradado plenamente o Rei, sua construção começou.
Começada a construção, faleceu 21 de julho de 1817 o Conde da Barca, o grande
protetor da Missão. As obras paralisaram-se por anos.

A Missão Artística, desde o princípio, contou com a generosidade de D. João, mas em


compensação sofreu animosidade dos portugueses.Os franceses traziam o
neoclássico que era o estilo que havia com o predomínio da reta sobre curva, do
equilíbrio, simetria e da simplicidade em contraste com as características do barroco
que trazia o drama, movimento, e o exagero. Uma série de ciúmes e inconformismos a
outras questões sociais e políticas, fizeram com que as relações lusitanas não
funcionassem.

Durante dez anos o decreto que determinava a criação da Academia Real de desenho,
Pintura, Escultura e Arquitetura Civil, sem a materialização de um prédio para abrigar
artistas da Missão onde se iniciaria o ensino de arte. Hostilizados pelo meio artístico
luso-brasileiro, espalham-se pelos cantos do Rio: Debret alugou uma casa no centro
da cidade, no Catumbi; Lebreton no Flamengo e Montigny na Gávea, e Taunay no Alto
da Boa Vista, onde decidiu construir, no ano seguinte, sua residência.

Foram dez anos de espera para que se construísse o edifício e se inaugurasse a


Academia. Nesses dez anos, muitas coisas se modificaram. Lebreton faleceu em 1819
e para atender diversos políticos, foi nomeado como diretor, para o seu lugar, o
Professor de Desenho, Henrique José da Silva “...um medíocre pintor lusitano... que
era de caráter mesquinho, de trato difícil, invejoso, malevolente e inimigo dos
franceses.

Assim descrito, o novo diretor, gerando grande polêmica, fez retardar por dez anos a
consolidação da Academia Imperial de Belas-Artes, no Rio de janeiro. Gradjean de
Montigny, responsável pelo primeiro projeto da Escola, finalmente daria inicio ao
ensino regular de arquitetura no prédio que ele próprio construíra. Mais tarde, em
1937, o edifício neoclássico seria demolido, deixando o seu pórtico a ser admirado
numa das alamedas do Jardim Botânico.

OS MESTRES

Joachim Lebreton: O chefe da expedição, a 9 de julho de 1819, morre sem ter


efetuado nenhum dos projetos que o trouxeram ao país.
Grandjean de Montigny: Foi o responsável pela elaboração de vários projetos oficiais
e privados. Ele foi, sem dúvida nenhuma, um dos arquitetos estrangeiros que mais
tiveram impacto na reforma da paisagem da cidade. Sua influência permaneceu por
muitas décadas e suas lições orientaram vários discípulos, como José Maria Jacinto
Rebelo, responsável pela fachada do Palácio do Itamaraty. A primeira obra de
Montigny no Rio de janeiro foi o pórtico da Academia Imperial de Belas-Artes, na rua
Jardim Botânico. No entanto o projeto mais representativo do neoclassicismo à la
française é o da casa França-Brasil, um dos dois edifícios remanescentes de sua obra
no país. O segundo é o Solar da baronesa, localizado no Campus da Puc, na Rua
Marques de São Vicente. O edifício da Casa França-Brasil foi projetado em 1821.
Criado para abrigar a primeira Praça do Comércio (espécie de bolsa de valores) da
cidade, virou, em seguida, prédio da Alfândega, Segundo Tribunal do Júri e, enfim,
Casa França Brasil.

Jean Baptiste Debret – Era considerado “A Alma” da Missão Francesa. Foi


desenhista, aquarelista, professor de pintura da Academia de Belas Artes. Foi ele o
responsável pela organização da primeira exposição de arte no Brasil (1829). Ele
documentou, através de sua produção artística, a sociedade brasileira do século XIX.
Ele retratou a família real, e fez muitos desenhos e aquarelas mostrando cenas do
cotidiano da corte, além de atividades dos escravos e dos índios. Ele registra uma
sociedade incomum, onde oficiais da corte, nobres, negros de todas as idades,
homens mulheres e até famílias inteiras desfilam uma brasilidade nova.

Funcionário do governo saindo de suas casa, acompanhado por toda a família


MERCADO DE ESCRAVOS

Nas palavras do Mestre:...”A devido ao habito da observação, natural em um pintor de


história, fui levado a extrair espontaneamente os traços dos objetos que me rodeavam;
desta forma, meus desenhos feitos no Brasil especialmente as cenas nacionais ou
familiares do povo entre o qual passe dezesseis anos”. (sobre sua filiação artística).

“... minha intenção foi compor uma verdadeira obra histórica brasileira, na qual se
desenvolva, progressivamente, uma civilização que já honra seu povo,...” (sobre a
proposta de fazer uma obra histórica, vl. 1.)

Por meio de sua obra A Viagem Pitoresca e Histórica do Brasil, Debret demonstra a
formação do Brasil como um país independente com sua cultura e dos costumes dos
homens. Ao longo de suas paginas, Debret,preocupava-se com os textos que
acompanhavam suas imagens, pouco comum em outros artistas viajantes,

Nicolas Antoine Taunay: Pintor, paisagista que se encantou com a exuberância da


natureza adquirindo terrenos na Cascatinha da Tijuca, onde construiu sua moradia, Na
Academia, Taunay buscava não se envolver em polemicas e implicâncias. Ele ate
chegou a plantar café nas terras dele em tijuca, As paisagens que ele pinta envolvem
a própria natureza, ela se tornando o motivo principal de sua pintura. Ele passa de um
ideal clássico para uma observação mais realista e ao mesmo tempo mais expressiva
como se consta na sua tela Cascatinha da Tijuca, em que as figuras são minimizadas
e a natureza explode em sua exuberância.

Em 1821 ele retorna a França, deixando seu filho, Félix-Emile Taunay no seu lugar.

Auguste Marie Taunay: Escultor habilidoso executou, a mais conhecida de todas as


suas obras, a famosa estátua de Napoleão com os braços cruzados sobre o peito. No
final da revolução retorna a Paris com seu irmão Nicolas que tem também o papel de
pai. Sendo os dois Taunay bonapartistas fervorosos resolvem, com a queda do
“Homem do Século”, aceitar o convite da Missão para viajar ao Brasil. Pelo decreto de
1816, teve a pensão de 800 mil reís anuais como escultor. Em 1818, na ocasião da
Aclamação solene de D. João VI, Taunay, em colaboração com Grandjean e Debret
ajudou na ornamentação da cidade. Depois que Nicolas se retira na França, Auguste
fica residindo na Cascatinha com os sobrinhos. Ele abriu juntamente com Gradjean,
Debret e Felix cursos livres obtendo escultores entre seus alunos: Jorge Duarte,
Candido Mateus Farias, Antonio Pires e José da Silva Santos. Ele também executou
as esculturas da fachada da Academia de Belas Artes com um medalhão datado de
1817 onde aparece D. João VI. Ele faleceu em 1824 na casa da família em tijuca.

Félix-Emile Taunay: Embora não fazendo parte da Missão, Félix é como uma
continuação desta expedição artística; Primeiramente por ser filho de Nicolas e ter a
mesma profissão que o pai, e depois, por ter sido o segundo diretor da Academia: o
futuro barão foi preceptor de D. Pedro II; e seu filho Alfredo, visconde d´Escragnoglle
Taunay, escritor, senador e fundador da Academia Brasileira de Letras, herói da
Guerra do Paraguai. Faleceu, na cidade do Rio de janeiro, 10 de abril de 1881, na rua
Larga.

Marc Ferrez e Zepherin Ferrez – Amigos inseparáveis, ficaram agregados à Missão


em 1817. Os dois escultores. Terminaram seus dias no Rio de Janeiro; Marc, solteiro
em 1850 e Zepherin, pensionário de Gravura e sua mulher em 1851. Zepherin, tão
bem entrosado com os membros da Misão que fez de Grandjean padrinho de seu
segundo filho.

SAIBA MAIS

Na obra de Debret (1830), a qual representa a vista da praça do palácio. No primeiro


plano destaca-se a residência dos antigos vice-reis, de telhado corrido tendo, na
frente, um só pavimento. O Paço Imperial é o edifício do lado esquerdo do largo. Ao
fundo vêem-se, da esquerda para a direita, o Convento do Carmo, a Catedral e
a Igreja da Ordem Terceira do Carmo. No centro, em primeiro plano, está o Chafariz
de Mestre Valentim.

OS RESULTADOS DA MISSÃO FRANCESA

Era o início da Academia Imperial das Belas Artes, cuja criação em 1826, representou
o desenvolvimento da arte no Brasil. Com ela chegou, não apenas um processo
estético, mas também a institucionalização do ensino artístico responsável pela
formação de sucessivas gerações de pintores, gravadores, escultores e arquitetos ao
longo do tempo. Foram abertas as aulas de desenho, pintura, arquitetura sob
orientação dos grandes mestres. O tempo passou, os mestres franceses foram
substituídos pelos seus discípulos.

Apesar das dificuldades, da sua característica neoclássica, a Missão Francesa tem


uma identidade própria. Nascida da tenacidade destes estrangeiros. Ela permitiu a
participação de mulheres dando-lhes acesso a uma arte pública. Assim conferindo um
princípio de modernidade à arte brasileira e um sabor próprio que não seria mais a
mesma depois que esses bonapartistas apaixonados viram fundar a Academia no
Brasil. Desde o momento que marcou o início do contato com a Corte Portuguesa em
1816, até o momento da aclamação do príncipe regente D. Pedro II em 1831, todos os
principais fatos políticos figuram nas litografias dos artistas historiadores.

QUESTÕES

01) ENEM/2009) As imagens reproduzem quadros de D. João VI e de seu fi lho D.


Pedro I nos respectivos papéis de monarcas. A arte do retrato foi amplamente utilizada
pela nobreza ocidental, com objetivos de representação política e de promoção social.
No caso dos reis, essa era uma forma de se fazer presente em várias partes do reino
e, sobretudo, de se mostrar em majestade.

A comparação das imagens permite concluir que


A) as obras apresentam substantivas diferenças no que diz respeito à representação
do poder.
B) o quadro de D. João VI é mais suntuoso, porque retrata um monarca europeu típico
do século XIX.
C) os quadros dos monarcas têm baixo impacto promocional, uma vez que não estão
usando a coroa, nem ocupam o trono.
D) a arte dos retratos, no Brasil do século XIX, era monopólio de pintores franceses,
como Debret.
E) o fato de pai e filho aparecerem pintados de forma semelhante sublinha o caráter
de continuidade dinástica, aspecto político essencial ao exercício do poder régio.

02) (ENEM/2008)
Na obra Entrudo, de Jean-Baptiste Debret (1768-1848), apresentada acima,

A) registram-se cenas da vida íntima dos senhores de engenho e suas relações com
os escravos.
B) identifica-se a presença de traços marcantes do movimento artístico denominado
Cubismo.
C) identificam-se, nas fisionomias, sentimentos de angústia e inquietações que
revelam as relações conflituosas entre senhores e escravos.
D) observa-se a composição harmoniosa e destacam-se as imagens que representam
figuras humanas.
E) constata-se que o artista utilizava a técnica do óleo sobre tela, com pinceladas
breves e manchas, sem delinear as figuras ou as fisionomias.

03) Para os idealizadores da Missão Artística o principal objetivo do movimento era:

 A.

Transformar a arte brasileira em algo que tivesse conotação apenas com a


arte europeia e não retratasse em nada a arte nacional

 B.

Ao recrutar artistas franceses para trabalhar no Brasil, Dom João pretendia


agradar a Napoleão.

 C.

Tinha como objetivo não só o aperfeiçoamento artístico e o


desenvolvimento cultural como um todo mas também um avanço
econômico

 D.

Entreter com exposições artísticas uma população que trabalhava demais e


não tinha formas de divertimento
04) Quanto à condição do Brasil na época em que surgiu a Missão Artística Francesa,
pode-se destacar que:

 A.

Era desncessária a existência da missão uma vez que os negros e os


indígenas já tinham a sua própria cultura

 B.

De fato já existia Arte no Brasil, mas em geral os artistas eram autodidatas


muitas vezes escravos, dessa forma não havia conhecimentos de técnicas

 C.

Não havia motivo para se investir em Artes pois o Brasil dessa época só
era habitado por uma multidão de selvagens

 D.

O projeto foi realizado contra a vontade de Dom João

06) Observe a figura a seguir.

Trata-se de uma obra do artista brasileiro Vik Muniz


e faz referência à obra intitulada:

a)
“O juramen to dos Horácios", de Jacques-Louis David.

 b)

“A morte de Marat", de Leonardo da Vinci.


 c)

“Mona Lisa", de Leonardo da Vinci.

 d)

“A morte de Marat", de Jacques-Louis David.

 e)

“O sepultamento de Cristo", de Caravaggio.

08) (UFSM/2009) extraordinário - história) O Iluminismo apostava no uso da razão


para a construção de uma nova ordem sociopolítica e, dessa maneira, recuperou os
valores da cultura racionalista greco-romana. No campo das artes, esse procedimento
resultou no neoclassicismo, que teve em Jacques-Louis David (1748-1825) um dos
seus principais expoentes. Em O juramento dos Horácios (1785), David inspirou-se
nos lendários irmãos Horácios, os três campeões de Roma que juraram lutar até a
morte contra os Curiácios, os campeões da cidade de Alba, inimiga dos romanos.

http://www.fflch.usp.br/dh/heros/antigosmodernos/seculoxix/marx/18brumario
HoraciosJuramentoDavidCgfa.jpg

Assim, David atualizou os valores do mundo romano,

a) condenando a participação dos simples cidadãos na cena política e exaltando a


aristocracia como principal pilar do Estado.
b) focando os simples cidadãos da sociedade romana como figuras centrais na defesa
do Estado e motivando o povo francês a se engajar nas atividades cívicas.
c) reproduzindo o luxo das cortes do mundo antigo e enaltecendo o esteticismo da arte
cortesã como elemento pedagógico para a formação do homem cívico.
d) criticando o patriotismo dos cidadãos-soldados da República romana, capazes de
dar a vida para a defesa do Estado em detrimento dos sentimentos das mulheres de
suas famílias.
e) enaltecendo um novo pacto social, alicerçado na religião revelada e não na adesão
ao Estado como instituição laica central na ordem sociopolítica racional.

09) Em ensaio intitulado “Debret, o neoclassicismo e a escravidão”, (1996), o


crítico de arte Rodrigo Naves aponta a influência do ideário neoclássico no
período de formação da obra de Debret.
Quando o artista chega ao Brasil, contudo, se vê em uma situação política muito
diversa da que viveu na França, a começar por uma diferença fundamental, assim
descrita por Naves: “decididamente, a existência da escravidão impedia de vez
qualquer tentativa de transpor com verdade a forma neoclássica para o Brasil”.
A partir desta impossibilidade, a escolha de Debret quanto à forma e às dinâmicas
sociais do Brasil da época foi
a)
desistir de fazer arte e passar a traficar escravos.

b)
compreender que apenas a escrita pode descrever a situação política do país, e passa
a relatar aos jornais franceses a desigualdade social entre brancos e negros.

c)
abandonar a forma neoclássica, retornando ao clássico em sua origem, retratando
figuras de modo idealizado no estilo românico, ignorando o tema da escravidão.

d)
abandonar a forma neoclássica por um desenho mais solto, incorporando o gingado
típico do carioca, passando a representar apenas os escravos, que em seu tempo
livre, perambulavam pela cidade do Rio de Janeiro.

e)
um meio menos sisudo do que a pintura, optar por manter um vínculo com a realidade
do país, retratando cenas quotidianas da cidade do Rio de Janeiro do qual o trabalho
escravo era parte indissociável, apesar da escolha pela aquarela.

10)
O pintor Jean-Baptiste Debret retratou o Brasil em suas telas, como em algumas
aquarelas feitas entre 1827 e 1829. Na aquarela acima pode ser identificado, com
destaque, o seguinte aspecto:
a) predomínio de formas geométricas exatas.
 b) ênfase de figuras humanas na paisagem.
 c) paisagem bem detalhada, no último plano.
 d) natureza tropical envolvente, no primeiro plano.

e) ausência do elemento religioso na paisagem.

11) Victor Meirelles foi aluno da Academia Imperial de Belas Artes durante o segundo
reinado no Brasil. A pintura revela a influência do Romantismo no trabalho do artista.
Esse movimento, ao lado do Neoclassicismo, orientou o trabalho dos artistas da
Academia nesse período.
Sobre o Romantismo no Brasil, é correto afirmar:

Moema - Vitor Meirelles

http://mestresdahistoria.blogspot.com.br/2012/04/saiba-mais-sobre-sociedade-cultura-
e.html

a)Demonstrou grande originalidade em relação a modelos anteriores, consagrados


pela História da Arte.
b)Estava diretamente relacionado ao chamado projeto civilizatório da elite política e
cultural do século XIX brasileiro.

c)Buscou a idealização por meio da razão e de formas eruditas resgatadas do


passado clássico, capazes de expressar valores universais e eternos.

d)Procurou valorizar o índio e a exuberância da natureza tropical, com a finalidade


de construir uma identidade nacional.

ROMANTISMO

O romantismo foi um movimento artístico ocorrido na Europa por volta de 1800, que
representa as mudanças no plano individual, destacando a personalidade,
sensibilidade, emoção e os valores interiores. Surge na primeira metade do séc. XIX
ligado a ascensão da burguesia provocado pela Revolução Francesa e consolidado
com as revoluções liberais de 1830 e 1848, em relação ao universalismo neogótico.
Atingiu primeiro a literatura e a filosofia, para depois se expressar através das artes
plásticas. A literatura romântica , abarcando a épica e a lírica, do teatro ao romance,
foi um movimento de vaguarda e que teve grande repercussão na formação da
sociedade da época, ao contrário das artes plásticas, que desempenharam um
papel menos vanguardista.
A arte romântica se opôs ao racionalismo da época da Revoluçao Francesa e
de seus ideais, propondo a elevação dos sentimentos acima do pensamento.
Curiosamente, não se pode falar de uma estética tipicamente romântica, visto que
nenhum dos artistas se afastou completamente do academicismo, mas sim de uma
homogeneidade conceitual pela temática das obras.
A podução artística romântica reforçou o individualismo na medidade em que
baseou-se em valores emocionais subjetivos emuitas vezes imaginários, tomando
como modelo os dramas amorosos e as lendas heróicas medievais, a partir dos quais
revalorizou os conceitos de pátria e república. Papel especial desempenharam a morte
heróica na guerra e o suicídio por amor.
Principais características: caracterizou-se pelo individualismi, o sofrimento amoroso,
a religiosidade cristã, a natureza, os temas nacionais e o passado. Tendencia
influenciada pela tese de Jean-Jaques Rousseau, também está impregnada de ideais
de liberdade da revolução francesa.
O Romantismo destacou-se na:
1- Literatura: A poesia lirica e os romances são as pincipais expressões. Os temas
mais marcantes são: amores irrealizados, mortes e fatos históricos. Principais
representantes: Willian Wordswort, Lord Byron, Walter scott, Goethe, Victor hugo
e Alexandre Dumas.
2- Pintura: A pintura foi o ramo das artes plásticas mais significativo, foi ela o veículo
que consolidaria definitivamente o ideal de uma época, utilizando-se de temas
dramático-sentimentais inspirados pela literatura e pela História. Procura-se no
conteúdo, mais do que os valores de arte, os efeitos emotivos, destacando
principalmente a pintura histórica e em menos grau a pintura sagrada. As cores se
libertaram e fortaleceram, dando a impressão, às vezes, de serem mais importantes
que o próprio conteúdo da obra. A paisagem passou a desempenhar o papel principal,
não mais como cenário da composição, mas em estreita relação com os personagens
das obras e como seu meio deexpressão. O romantismo foi marcado pelo amor a
natureza livre e autêntica, pela aquisição de uma sensibilidade poética pela paisagem,
valorizada pela profusão de cores, refletindo assim o estado de espírito do
autor. Principais representantes:Francisco Góya, Eugène Delacroix, jonh Constable,
Herder os irmãos shelegel e koplstoc.

A liberdade guiando o povo

3- Escultura: A escultura romântica não brilhou exatamente pela sua originalidade,


nem tampouco pela maestria de seus artistas. Talvez se possa pensar nesse período
como um momento de calma necessário antes da batalha que depois viriam a travar o
impressionismo e as vanguardas modernas. Do ponto de vista funcional, a escultura
romântica não se afastou dos monumentos funerários, da estátua eqüestre e da
decoração arquitetônica, num estilo indefinido a meio caminho entre o classicismo e o
barroco. A grande novidade temática da escultura romântica foi a representação de
animais de terras exóticas em cenas de caça ou de luta encarniçada, no melhor estilo
das cenas de Rubens. Não se abandonaram os motivos heróicos e as homenagens
solenes na forma de estátuas superdimensionadas de reis e militares. Em
compensação, tornou-se mais rara a temática religiosa. A grande novidade temática
da escultura romântica foi a representação de animais de terras exóticas em cenas de
caça ou de luta encarniçada, no melhor estilo das cenas de Rubens. Não se
abandonaram os motivos heróicos e as homenagens solenes na forma de estátuas
superdimensionadas de reis e militares. Principais representantes: Rude e Barye,
na França, Bartolini, na Itália, e Kiss, na Alemanha.
4- Arquitetura: A arquitetura do romantismo foi marcada por elementos contraditórios,
fazendo dessa forma de expressão algo menos expressivo. O final do século XVIII e
inicio do XIX forma marcados por um conjunto de transformações, envolvendo a
industrilaização, valorizando e rearranjando a vida urbana. A arquitetura da época
reflete essas mudanças; novos materiais foram utilizados como o ferro e depois o aço.
Ao mesmo tempo, as igrejas e os castelos fora dos limites urbanos, conservaram
algumas característica de outros períodos, como o gótico e o clássico. Esse
reaparecimento de estilos mais antigos teve relação com a recuperação da identidade
nacional.
A urbanização na Europa determinou a construção de edifícios públicos e de edifícios
de aluguel para a média e alta burguesia, sem exigências estéticas, preocupadas
apenas com com o maior rendimento da exploração, e portanto esqueceu-se do fim
último da arquitetura, abandonando as classes menos favorecidas em bairros cujas
condições eram calamitosas. Principais representantes: Garnier, responsável pelo
teatro da Ópera de Paris; Barry e Puguin, que reconstruíram o Parlamento de Londres;
e Waesemann, na Alemanha, responsável pelo distrito neogótico de Berlim.
Características da arquitetura: Marcada por elementos contraditórios, a
industrialização, valorizando e rearranjando a vida urbana. A arquitetura da época
reflete essas mudanças; novos materiais foram utilizados como o ferro e depois o aço.
5- Musica: Os compositores buscam liberdade de expressão, para isso flexibilizam a
forma e valorizam a emoção, exploram as potencialidades da orquestra e também
cultivam a interpretação solo, resgatam temas populares e folclóricos que dão ao
romantismo o caráter nacionalista. Principais representantes: Ludwig Van
Beethoven, Carl Maria Von Weber e Franz shubert.
6- Teatro: O drama romântico em geral opõe num conflito o heroi e o vilão, ele
caracteriza-se pelo individualismo,subjetividade, religiosidade e a valorização das
obras de Shakespeare. Principais representantes: Goethe e Frederich Von Schiller,
Victor Hugo, José Zorrilla, Almeida Garret, Vitorio Alfieri e Lord Bayron.

A vida se divide em três períodos: aquilo que foi, o que é e o que será. O que fazemos
é breve, o que faremos, dúbio, o que fizemos, certo. Na verdade o destino perdeu o
controle sobre o passado, ninguém pode querer recuperá-lo. (SÊNECA, 2006, pp. 49 e
50)

QUESTÕES

01)

Fonte: Francisco José de Goya y Lucientes, 03 de maio [de 1808] em Madri

A cena retratada no quadro acima simboliza a


a) estupefação diante da destruição e da mortalidade causadas por um tipo de guerra
que começava a ser feita em escala até então inédita.
b) Razão, propalada por filósofos europeus do século XVIII, e seu triunfo universal
sobre o autoritarismo do Antigo Regime.
c) perseverança da fé católica em momentos de adversidade, como os trazidos pelo
advento das revoluções burguesas.
d) força do Estado nacional nascente, a impor sua disciplina civilizatória sobre
populações rústicas e despolitizadas.
e) defesa da indústria bélica, considerada força motriz do desenvolvimento econômico
dos Estados nacionais do século XIX.
02) As artes plásticas, bem como a literatura, carregam as marcas do momento
histórico no qual são produzidas. O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais,
políticas e culturais causadas pela Revolução Industrial e pela Revolução Francesa do
final do século XVIII. Sendo assim, a atividade artística tornou-se complexa. Os
artistas românticos procuraram se libertar das convenções acadêmicas em favor da
livre expressão da personalidade do artista. Goya, Turner, Constable e Delacroix
foram importantes pintores do período.

As telas a seguir, do francês Eugene Delacroix (1798-1863), apresentam as seguintes


características gerais: nacionalismo, valorização dos sentimentos e da imaginação, da
natureza como princípios da criação artística e dos sentimentos do presente.

A liberdade guiando o povo-1830

Jovem ofão em um cemitério – 1824


Leia as telas atentamente. Em seguida, julgue as assertivas que se seguem a
elas

I - A valorização dos sentimentos e da imaginação, bem característica do Romantismo,


é explicita no movimento das imagens presentes nas obras de Delacroix.
II - Na sua liberdade guiando o povo, Delacroix pintou um reflexo das lutas políticas
que ocorriam em seu redor (embora tenha nascido pouco depois da Revolução
Francesa, viveu em uma França bastante turbulenta).
III - A figura do "gênio" romântico, iluminado em sua criação, pode ser traduzida pelas
palavras do pintor: "Uma vida inteira não me basta para produzir tudo o que tenho em
mente".

Está (ão) correta (s):

a) todas as alternativas.
b) apenas I e II.
c) apenas II e III.
d) apenas I e III.
e) apenas a III.

PINTURA ACADÊMICA NO BRASIL E SUPERAÇÃO DO ACADEMICISMO

ACADEMICISMO

Na metade do século XIX O academismo, importado da Europa, dominou


as artes plásticas no Brasil até o início do século XX. Por isso, prevaleciam temas
históricos e mitológicos nas pinturas daquele período, temas típicos do
neoclassicismo, o Império Brasileiro conheceu certa prosperidade econômica que
proporcionada pela produção do café, e de certo modo uma estabilidade política,
depois que Dom Pedro II assumiu o governo e dominou as muitas rebeliões que
agitaram o Brasil até 1848. Ainda assim, o próprio imperador procurou dar ao país um
desenvolvimento cultural mais sólido, incentivando as letras, as ciências e as artes.
Estas ganharam um impulso de tendência nitidamente conservadora, que refletia
modelos clássicos europeus. Uma das características gerais da pintura acadêmica é
seguir os padrões de beleza da
Academia de Belas Artes, ou seja, o
artista não deve imitar a realidade, mas
O Admirável quadro “Tiradentes esquartejado” foi pintado em apenas 12 dias por
Pedro Américo em 1893, considerada a única obra que apresenta o inconfidente
tentar recriar a
enforcado e aos pedaços, acabou ficando "esquecida" por quase um século,
abandonaram nos momentos em que a história lançou mão do mito de Tiradentes,
beleza ideal em
como no início da República, no governo Vargas e na ditadura militar. A obra foi
suas obras, por
rejeitada pela crítica em sua primeira exposição no Rio de Janeiro em 1893. Nela, o
meio da
artista arrumou o corpo do herói, representado praticamente em tamanho natural,
desmembrado em quatro partes, adornado por grilhões, corda e crucifixo. Posicionado
imitação dos
aos pés do mártir, o observador vê a alva que destaca o corpo do cadafalso, a túnica
clássicos,
azul que o reintegra ao fundo celeste, ao mesmo tempo em que o distancia da perna
principalmente
direita espetada em uma haste de madeira, em primeiríssimo plano. Para conferir maior
dramaticidade à cena, Pedro Américo coloriu áreas precisas com sangue, que atraem o
os gregos, na
olhar tanto para a cabeça e a perna espetada quanto para as linhas delicadas do tronco
arquitetura e
dos
renascentistas, na pintura. O centro de citação do movimento é a referência histórica
mais importante no país foi a tão comentada Academia Imperial de Belas Artes,
construída no Rio de Janeiro, que foi inaugurada em 1826 pelos artistas da Missão
Artística Francesa.
O Grito do Ipiranga. Pedro Américo

Representantes:

1. Pedro Américo de Figueiredo e Melo (1843-1905)


- Sua pintura abrangeu temas bíblicos e históricos,
mas também realizou grandiosos retratos, como o
de Dom Pedro II na Abertura da Assembléia Geral,
que é parte do acervo do Museu Imperial de
Petrópolis-RJ. A sua obra mais divulgada é O Grito
do Ipiranga, realizou também outras obras de
grande importância, como Batalha do Avaí, que
retrata um dos eventos da Guerra do Paraguai.
Outra obra bastante conhecida é “Tiradentes
esquartejado”, observe imagem abaixo:

2. Vitor Meirelles de Lima - (1832 - 1903) - Em 1861, produziu em Paris, a sua


obra mais conhecida A Primeira Missa no Brasil. No ano seguinte, já em nosso
país, pintou Moema, que trata da famosa personagem indígena do poema
Caramuru, de Santa Rita Durão. Foi professor da Academia Imperial de Belas
Artes, onde ensinou pintura histórica e professor do Liceu de Artes e Ofício, no
Rio de Janeiro. Os seus temas eram os
históricos, os bíblicos e os retratos.
Tiradentes Esquartejado, 1893,
Óleo sobre tela. Pedro Américo
Museu Mariano Procópio.

A Primeira Missa no Brasil, 1861. Museu


Nacional de Belas Artes.
3. José Ferraz de Almeida Júnior - Considerado por alguns críticos o mais
brasileiro dos pintores nacionais do século XIX. Suas obras retratam temas
históricos, religiosos e regionalistas, além disso, produziu retratos, paisagens e
composições. “Picando Fumo, O Violeiro e Leitura”.

Superação do Academicismo

Os artistas influenciados pela Missão Artística Francesa passaram a seguir


rígidos princípios para o desenho, para o uso das cores e para a escolha dos temas,
que geralmente eram de assuntos mitológicos, religiosos ou históricos.
Enquanto que nas obras dos artistas brasileiros da segunda metade do século XIX,
essas idéias que orientaram o Neoclassicismo apareceram de forma menos rigorosa,
vários artífices no final do século, começaram a seguir novos princípios,
principalmente os que foram à Europa e entraram em contato com outros estilos

A Primeira Missa no Brasil, de 1860, uma das mais conhecidas telas históricas brasileiras pintadas pelo
catarinense Victor Meirelles (1832-1903). A obra representa a missa celebrada pelo frei Henrique
Soares de Coimbra em Porto Seguro (BA) em 26 de abril de 1500, domingo de Páscoa, quatro dias
depois do desembarque dos portugueses no Brasil.

artísticos, principalmente o Impressionismo e o Pontilhismo que estava com grande


vigor, daí os primeiros sinais dessa mudança começaram a aparecer em algumas
obras de Belmiro de Almeida, Benedito Calixto, Antônio Pereiras, Eliseu Visconti,
dentre outros.

Representantes

1. Benedito Calixto de Jesus (1853-1927) - representante da pintura brasileira


do início do século XX, foi considerado autodidata, devido o seu grande talento,
começou seus primeiros esboços ainda criança, aos 8 anos, acabou por pintar
muros e placas de propaganda para sobreviver.
Rampa do Porto do Bispo em Santos, Benedito Calixto de Jesus - 1900.

1.
E

Ao observar a obra Inundação da Várzea do Carmo, podemos


com dimensões de pintura histórica. O artista descreve det
indicando o cotidiano do rio na cidade de São Paulo. O fo
Inundação da Várzea do Carmo, Benedito Calixto de Jesus -1892. (“Museu do Ipiranga”)SP.
demonstrando detalhes de seu horizonte urbano e paisagísti
cidade, no século XIX. Calixto faz com que o rio, um motivo c
suportes, aqui adquira a importância de personagem históric
liseu D'Angelo Visconti (Itália-1866-
1944) - veio para o Brasil com menos
de um ano de idade. Estudante da
Academia de Belas-Artes em 1892 ganhou como prêmio por seus trabalhos
uma viagem a Europa; elaborou a tela Gioventú (1898) obra que participou da
Exposição Internacional de Paris em 1900.

2. Antônio Diogo da Silva Parreiras (1860-1937) Quadros Históricos a partir de


encomendas, representou Nus femininos com grande sensualidade, obras
bastante criativas e modernas, elogiadas em Paris e criticadas no Brasil.

O Museu Antonio Parreiras foi criado com o


objetivo de divulgar e preservar a
obra do
paisagista
Antônio
Parreiras.
Primeiro museu
brasileiro dedicado a um só artista, foi inaugurado em 21 de janeiro de
1941, quatro anos após a sua morte.O Museu ocupa três prédios
localizado numa área de 5.000 m2, ladeado por um jardim traçado pelo
próprio artista. A antiga residência do pintor abriga as salas de exposições
permanentes e temporárias, a galeria de paisagem contemporânea e a
sala da administração do museu. O ateliê de Parreiras e a casa de seu
filho, Dakir, sediam as exposições permanentes. Na Villa Olga, onde
residiu sua filha, que dá nome ao espaço, funciona a reserva técnica. Este
complexo arquitetônico, tombado pelo IPHAN em 1967, é hoje um espaço
cultural que abriga as obras pertences ao mestre do paisagismo brasileiro
e mais duas coleções de arte dos séculos XVII e XX e arte brasileira do
século XIX.

http://www.museusdoestado.rj.gov.br/map/museu.htm

3. Belmiro de Almeida – (1858-1935) - Artista pouco conhecido publicamente, mas


admirado pela qualidade de seu trabalho e pela inovação de suas propostas na
arte do país. Dedicou-se à imprensa com caricaturas mordazes e textos satíricos
e polêmicos. Ao usar cenas cotidianas e personagens da vida comum urbana
como temas de sua pintura causaram impacto no meio artístico e abriu as portas
para uma nova arte fazendo ponte às vanguardas do século XX.

Na obra “Arrufos” pintada em 1887, Belmiro de Almeida


foi influenciado pela forte tendência na Itália daquela
época, ligada ao realismo de Gustave Coubert, que voltava
representava os aspectos sociais. O tema surpreende o
público brasileiro e se adapta às novas conjunturas
políticas: não mais o Imperador ou o homem ilustre e
solene é representado, e sim o burguês no interior de sua
casa em meio aos acontecimentos triviais. No cuidado
detalhado de cada pormenor e no tratamento laborioso
que preenche cada parte do ambiente interno podemos
relacionar esse quadro ao Descanso da Modelo de Almeida
Júnior.

e Almeida

QUESTÕES
1.

01) (ESADE) Analise a pintura para responder à questão.

Considerando a pintura, avalie as afirmativas.

1. No alto, a primeira parte do corpo de Tiradentes é sua cabeça, esquartejada, bem


aos pés da forca, sobre um tecido branco. O sangue escorre do pescoço. À direita
tem-se um crucifixo e uma corda com os nós afrouxados, sinalizando o ato do
enforcamento, as correntes e algemas do prisioneiro. Mais abaixo e à esquerda
está um dos pés do corpo, esquartejado.

2. À direita da pintura, a farda do alferes foi disposta sobre o tronco, impedindo a


visualização de suas vísceras e do corpo, fragmentado pelo corte na altura da
cintura, ocasionado pelo esquartejamento.

3. Em Tiradentes Esquartejado, o tronco, pousado sobre o cadafalso, foi fracionado


em dois. Pedro Américo preferiu representar o texto da sentença, que ordenava
ser, após o enforcamento, a cabeça cortada e o corpo dividido em quatro partes.
4. O sangue de Tiradentes aparece em grande quantidade, em lugares estratégicos,
manchando a pele, revelando-se, por vezes, em enormes filetes, cuja função
plástica é delimitar a superfície do corpo.

É correto o que se afirma APENAS em

1. I e II.

2. II e III.

3. III.

4. I e IV.

5. IV.

02) Observe a imagem e leia o texto a seguir:

Victor Meirelles foi aluno da Academia Imperial de Belas Artes durante o segundo
reinado no Brasil. A pintura revela a influência do Romantismo no trabalho do
artista. Esse movimento, ao lado do Neoclassicismo, orientou o trabalho dos
artistas da Academia nesse período. Sobre o Romantismo no Brasil, é correto
afirmar:

1. Demonstrou grande originalidade em relação a modelos anteriores, consagrados


pela História da Arte.

2. Estava diretamente relacionado ao chamado projeto civilizatório da elite política e


cultural do século XIX brasileiro.
3. Buscou a idealização por meio da razão e de formas eruditas resgatadas do
passado clássico, capazes de expressar valores universais e eternos.

4. Procurou valorizar o índio e a exuberância da natureza tropical, com a finalidade


de construir uma identidade nacional. Assinale a alternativa que contém todas as
afirmativas corretas.

1. I e II.

2. I e III.

3. II e IV.

4. I, III e IV.

5. II, III e IV.

03) Observe a obra “Caipira Picando fumo” de Almeida Junior

E assinale como Verdadeiro (V) e Falso (F) as alternativas abaixo:

1. Almeida Junior foi conhecido como o “pintor dos caipiras”.

2. Almeida Junior retratou, de maneira apaixonada, a cultura interiorana brasileira, com


suas casas, roupas e modos simples.

3. O artista trabalha o estilo Barroco.


4. É um dos grandes expoentes da arte Acadêmica/Neoclássica brasileira.

5. Apenas pintou obras de “caipiras”, não fazendo outro tipo de trabalho artístico.

Qual das respostas é a correta?

1. 1 (V); 2(F); 3(F); 4(F); 5(V)

2. 1 (F); 2(V); 3(F); 4(V); 5(F)

3. 1 (V); 2(V); 3(V); 4(V); 5(F)

4. 1 (F); 2(F); 3(V); 4(F); 5(V)

5. 1 (V); 2(V); 3(F); 4(V); 5(F)

04) (FUNVEST/2014

Em seu contexto de origem, o quadro acima corresponde a uma

1. A

denúncia política das guerras entre as populações indígenas brasileiras.

2. B

denúncia política das guerras entre as populações indígenas brasileiras.

3. C

crítica republicana à versão da história do Brasil difundida pela monarquia.

4. D
defesa da evangelização dos índios realizada pelas ordens religiosas no Brasil.

5. E

concepção de inferioridade civilizacional dos nativos brasileiros em relação aos


indígenas da América Espanhola.

05)

A pintura histórica alcançou no século XIX importante lugar no projeto político do


Segundo Reinado. Esse gênero artístico mantinha intenso diálogo com a produção do
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Por meio da pintura histórica, forjou-se um
passado épico e monumental, em que toda a população pudesse se sentir
representada nos eventos gloriosos da história nacional. O trabalho de Araújo Porto-
Alegre como crítico de arte e diretor da Academia Imperial de Belas Artes possibilitou
a visibilidade da pintura histórica com seus pintores oficiais, Pedro Américo e Victor
Meirelles.

CASTRO, Isis Pimentel de. Adaptado de periodicos.ufsc.br.

Considerando as imagens das telas e as informações do texto, as pinturas históricas


para o governo do Segundo Reinado tinham a função essencial de:
a)Consolidar o poder militar.

b)Difundir o pensamento liberal.

c)Garantir a pluralidade política.

d)Fortalecer a identidade nacional.

06)

VICTOR MEIRELLES: Primeira missa no Brasil, 1860. Óleo sobre tela. 268X356 cm.
Rio de Janeiro, Museu Nacional de Belas Artes.

Não se esqueça de por algumas embaíbas, que são formosas e enfeitam o bosque
pelo caráter especial de suas folhas (...). Lembre-se bem das nossas árvores e troncos
retos, carregados de plantas diversas, altas e com coqueiros e com palmitos pelo
meio, pois estes crescem à sombra dos grandes madeiros. Pouco, mas característico,
mas genuinamente brasileiro. Carta de Araújo Porto Alegre para Victor Meirelles,
4/2/1859. Apud. COLI, Jorge. Primeira Missa e a invenção da descoberta. In:
NOVAES, Adauto (org). A descoberta do homem e do mundo. São Paulo: Cia das
Letras, 1998, p. 120.

As recomendações de Araújo Porto Alegre, então diretor da Academia Imperial de


Belas Artes, a Victor Meirelles, no trecho da carta transcrita, por ocasião da pintura do
quadro Primeira missa no Brasil, expressam, no que se refere à identidade nacional
brasileira, em meados do século XIX, a preocupação de

(A) associar natureza e barbárie.

(B) caracterizar a paisagem local.

(C) enaltecer as heranças ibéricas.

(D) domesticar o habitante nativo.

(E) destacar a miscigenação do povo.

07) Nelson Screnci, artista fascinado pelo universo das imagens deixadas pelos
grandes pintores, pintou em 1999 a obra Os Excluídos (I) a partir da obra Caipira
Picando Fumo (II) de um grande pintor brasileiro.
A correta relação entre essas obras é:
 A.
Os Excluídos e Caipira Picando Fumo apresentam um jogo de intertextualidade na
sua concepção.

 B.
Os Excluídos é uma citação da obra Caipira Picando Fumo de Almeida Júnior.

 C.
Os Excluídos é uma releitura da obra Caipira Picando Fumo de Almeida Júnior.
 D.
Os Excluídos é uma citação da obra Caipira Picando Fumo de Vítor Meireles.

 E.
Os Excluídos é uma obra contemporânea que apresenta uma evidente ruptura com o
modelo acadêmico de Caipira Picando Fumo.

REALISMO

Embora utilizado em geral para designar formas de representação objetiva da


realidade, o realismo como doutrina estética específica se impõe a partir de 1850 na
França, triunfando com Gustave Flaubert (1821 - 1880) na literatura e Gustave Courbet
(1819 - 1877) na pintura. As três telas de Coubert expostas no Salão de 1850, Enterro
em Ornans, Os Camponeses em Flagey e Os Quebradores de Pedras, marcam seu
compromisso com o programa realista, pensado como forma de superação das
tradições clássica e romântica, assim como dos temas históricos, mitológicos e
religiosos. O enfrentamento direto e imediato da realidade, com o auxílio das técnicas
pictóricas, descarta qualquer tipo de ilusionismo. O pintor é simpatizante das posições
anarquistas de Proudhon e tem participação decisiva durante a Comuna de Paris, e
seria impossível compreender suas decisões estéticas sem considerar suas escolhas
políticas. A pintura, arte concreta por excelência, se aplica aos objetos reais, às "coisas
como elas são.

A cena do funeral na cidade natal do pintor, Ornans, é criticada por sua feiúra e
crueza. As figuras, destituídas de graça, parecem desencontradas nas grandes
dimensões da tela. No primeiro plano, o buraco aberto no chão e o semblante algo
caricato do padre. Já se observam na obra, nota o historiador norte-americano Meyer
Schapiro, a simplicidade e força das imagens ingênuas que povoam a arte popular,
com a qual a obra de Courbet mantém muitas afinidades. Os temas banais, distantes
dos padrões de beleza clássica e romântica, o trabalho nas aldeias, os ofícios - os
Amoladores de Faca, o Paneleiro, os Joeireiros etc. -, a observação direta da
natureza, entre outros, afastam Courbet das construções eruditas ou da pintura
filosófica que impõe reflexões. Moças à Margem do Sena, 1857, explicita a aderência
da forma artística ao real, representa um fragmento da realidade: duas moças da
cidade fazendo a sesta à margem do rio, apresentadas sem idealização ou
dramatização. Não há nenhuma pretensão do artista em captar os sentimentos das
mulheres, assim como a paisagem não almeja ser representação da natureza. Apenas
duas figuras, num lugar qualquer. Cenas que Courbet vê e registra. Como ele bem diz
a respeito dos seus quebradores de pedras: "Não inventei nada. Todos os dias, ao
fazer minhas caminhadas, via as pessoas miseráveis desse quadro". O foco de
Courbet na realidade tangível das coisas influencia a pintura de Millet, Daumier e
outros pintores de sua época, repercutindo posteriormente nos cubistas. Como aponta
Apollinaire em 1913, em Os Pintores Cubistas: "Courbet é o pai dos novos pintores".
Não é possível esquecer as relações íntimas da fotografia com a tradição realista na
pintura, no século XIX e no decorrer do século XX, que mereceriam tratamento à parte

CARACTERÍSTICAS DO REALISMO
PERÍODO HISTÓRICO: Século XIX

TOM: Objetividade, representação de cenas sem distorções.

TEMAS: Paisagens e retratos de operários e camponeses.

TÉCNICA: Pinceladas suaves.

FUNDADOR: Coubert

REPRESENTANTES:
Jean-Baptiste-Camille COROT (1769-1875): Pintor que aprendeu “a reproduzir com o
máximo possível de escrúpulos o que via à sua
frente”. “Trouxe um estilo natural, objetivo, à
pintura de paisagens, captando a qualidade de
um determinado lugar num determinado
momento”.
A ESCOLA DE BARBIZON: “Influenciados por Constable, que pintava cenas reais, em
vez de imaginadas, um grupo de pintores de
paisagens conhecido como Escola de Barbizon
trouxe um frescor semelhante para a arte
francesa. A partir de 1830, pintaram ao ar livre
perto da aldeia de Barbizon. Os nomes mais
famosos associados a essa escola foram Millet e
Corot”.
Jean-François MILLET (1814-1875): Pintor associado a retratos de trabalhadores
rurais arando, semeando e colhendo. Seu
objetivo era o de “fazer com que o trivial servisse
para exprimir o sublime”.
Honoré DAUMIER (1808-1879): Desenhou caricaturas selvagens e satíricas
alfinetando a pompa dos nobres, bonapartistas e políticos, alem de
pinturas denunciando o padrão de vida subumano da classe
trabalhadora.
Algumas obras realistas:

Escultura: não se preocupou com a idealização da


realidade, ao contrário, procurou
recriar os seres tais como eles são.
Além disso, os escultores
preferiram os temas
contemporâneos, assumindo
muitas vezes uma intenção política
em suas obras.

Dentre os escultores do período


realista, o que mais se destaca é
Auguste Rodin (1840-1917), cuja
produção desperta severas polêmicas. Já seu primeiro
trabalho importante, A Idade do Bronze (1877), causou uma
grande discussão motivada pelo seu intenso realismo.
Alguns críticos chegaram a acusar o artista de tê-lo feito a partir de moldes tirados do
próprio modelo vivo. Mas é com São João Pregando (1879), que Rodin revela sua
característica fundamental: a fixação do momento significativo de um gesto humano.
Essa mesma tentativa de surpreender o homem em suas ações aparece em O
Pensador seguramente sua obra mais conhecida.

Quanto aos retratos, nem sempre Rodin foi fiel à preocupação


naturalista de reproduzir os traços fisionômicos do seu modelo. A
escultura que fez de Balzac, por exemplo, chegou a ser recusada
pela Sociedade dos Homens de Letras de Paris que a encomendara,
pois não havia semelhança física entre a obra e o retratado. O que o
escultor fez foi privilegiar, à sua maneira, o caráter vigoroso que a
personalidade do escritor lhe sugeria, o que o envolveu numa grande
polêmica.

Arquitetura: ao adaptar-se ao novo contexto social, tende a tornar-se


realista ou científica, os arquitetos e engenheiros procuram responder
adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela
industrialização. As cidades não exigem mais ricos palácios e
templos. Elas precisam de fábricas, estações ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas,
escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia.

TEATRO

Realismo e Naturalismo (séc.XIX)


A evolução do Realismo e do Naturalismo, que aos poucos começam a
fragmentar-se, tem como conseqüência o aparecimento de novas tendências. Cheio
de sentimento individualista, nasce o Impressionismo na Europa, no final do século
XIX.

CARACTERÍSTICAS:

 Contemporâneo;
 Cotidiano;
 Real;
 Palco geralmente na forma de sala de estar;
 Ação episódica e adereços na forma de objetos;
 Luz a gás e tochas (efeitos fantasmagóricos);
 Longos, precisos e autênticos ensaios;
 O aparecimento da luz elétrica e aperfeiçoamentos que permitiam montagens
muito mais arrojadas.
 Procuram imitar a realidade.
 Toda noção do real é transmitida através dos sentidos, isto é, são apenas
impressões subjetivas.

Dois importantes fatores contribuíram, a partir de 1870, para o engrandecimento


do teatro realista:

 As forças sociais que predominavam na época : superando crenças


religiosas e morais.
 As perspectivas de soluções individuais : e o desenvolvimento do
próprio teatro.

Dramaturgos

 Henryk Ibsen - Nasceu na Noruega, filho de um comerciante falido, estuda


sozinho para ter acesso à universidade. Dirigiu o Teatro Norueguês de
Kristiania (atual Oslo). As obras de Ibsen são chamadas de dramas realistas
contemporâneas ou dramas de problematização social. Basicamente,
existem quatro aspectos destas peças que justificam tal descrição:

1. Fazem de problemas sociais o tema em debate.


2. Têm uma perspectiva crítica relativamente à sociedade.
3. A ação decorre num ambiente contemporâneo.
4. Apresentam pessoas e situações comuns.

Principais Peças Teatrais:

 Um Inimigo do Povo : A sordidez dos interesses comerciais, a desonestidade


administrativa e a hipocrisia burguesa.
 Os Pilares da Sociedade: Lona Hessel tem
a última palavra e conclui dizendo que o
espírito da verdade e o espírito da liberdade
– são eles os pilares da sociedade.
Espectros, de Ibsen.
 Espectros: Em 'Espectros', Ibsen aponta
uma luz crítica aos pilares que suportam a
sociedade burguesa, o casamento e o
Cristianismo, e utiliza tabus típicos, o incesto, as doenças venéreas e a
eutanásia. Este fato fez com que o autor e os que partilhavam das suas idéias
se tornassem figuras controversas no seu tempo.
 Casa de Bonecas : discute a situação social da mulher. Nora, esposa e mãe,
começa a compreender a sua posição na vida e a sua cega obediência ao
marido e ao resto da sociedade. Percebe que para mudar tudo isso terá que
pôr fim ao casamento e deixar, não só o marido, mas também os filhos. Nora
quebra os votos do casamento e desperta para uma consciência própria ao
renunciar ao seu dever inquestionável para com o marido. Quando Nora bateu
com a porta da sua casa de boneca, em 1897, Ibsen lançou-a ao mundo para
reclamar para a Mulher a liberdade de crescer e de se tornar numa pessoa
adulta independente e responsável.

 Anton Tchekhov - A partir dos seus treze anos, ficou fascinado pelo teatro da
cidade, que dado o pouco dinheiro que tinha não frequentava tantas vezes
como queria. Como era proibida a entrada a crianças não acompanhadas de
adultos e sem a autorização do Liceu, chegou a "disfarçar-se" de adulto,
usando uma barba postiça. Na fase adulta. licenciou-se em Medicina.

Principais Peças Teatrais:

 Tio Vânia.
 A Gaivota.
 O Jardim das Cerejeiras: Retrata o ambiente provinciano
 As três irmãs.
 O Canto do Cisne.
 Um Trágico à Força.
 Ivanov.

Características de suas obras:

o Influência do naturalismo no teatro.


o Inventou uma nova forma de escrever contos: “um
mínimo de enredo e o máximo de emoção”.
o Com uma visão de mundo ora humorística, ora
poética, ora dramática.
o Captou momentos ocasionais da realidade, fatias de
vida, pequenos flagrantes do cotidiano, estados de
espírito da gente comum.
o Transformava uma série de incidentes laterais e de pormenores
aparentemente insignificantes da existência individual em
representações perfeitas do destino humano.
o Sua obra é profundamente melancólica.
o A vida, no campo ou na cidade, nas províncias ou na capital, é sempre
a mesma: comum, medíocre, desalentadora.
o Seus protagonistas podem ser camponeses, aristocratas ou burgueses,
funcionários ou artistas, operários ou camponeses, homens ou
mulheres.

 Constatin Stanislavski (1863-1938) Também influiu na ópera moderna, e


impulsionou os trabalhos de escritores como Máximo Gorki e Anton Tchecov.
Em 1905 funda o Teatro Estúdio (Moscou), que será dirigido por Meyerhold.
Escreveu obras de cunho teórico referente à arte de ser ator e sua formação:
minha vida na arte, autobiografia, A Preparação do Ator e A Criação de um
Papel.
O seu método, desenvolvido no Teatro de Arte de Moscou, baseado no
“Naturalismo Psicológico”, trata-se de uma espécie de motivações e técnicas
para estimular os sentimentos, fazendo a consciência atuar sobre o
inconsciente despertando assim uma natureza criadora que ele vê como frente
de inspiração do ator. Propõem uma descontração muscular completa antes de
encenar e uma concentração total no palco.
 Emile Zola - Foi um consagrado escritor francês, considerado criador e
representante mais expressivo da escola literária naturalista além uma
importante figura libertária da França / Seu texto ficou conhecido como O
romance experimental (1880) é o manifesto literário do movimento. /Combinou
algumas das teorias mais polêmicas de sua época, tais como darwinismo,
evolucionismo e determinismo científico

Principais peças teatrais:

 O Ventre de Paris (1873).


 A Terra (1887).
 Nana (1880).
 As Três Cidades, série sobre problemas religiosos e sociais.
 Os Quatro Evangelhos, com base nas teorias socialistas e depois evoluindo
para uma visão messiânica do destino humano, que ficou incompleta, com a sua
morte.
 Germinal (1885) elevou a estética e a descrição naturalistas a um novo
patamar de realismo e crueza. Sentiu na carne o trabalho sacrificado, a
dificuldade em empurrar um vagonete cheio de carvão, o problema do calor e a
umidade dentro da mina, o trabalho insano que era necessário para escavar o
carvão, a promiscuidade das moradias, o baixo salário e a fome. Além do
mais, acompanhou de perto a greve dos mineiros.

 Maksim Gorki ( pseudônimo de Aleksei Peshkov )/ Autodidata e inteligente,


não escapou de uma atormentada luta da sobrevivência, da infelicidade
pessoal e da solidão, tentando assim o suicídio. A literatura, no entanto, o
salvou. Pôs-se a escrever obsessivamente, e seus primeiros contos foram
publicados a partir da década de 1890, obtendo grande repercussão.
m Gorki.
Características de suas obras:
 Aderiu ao marxismo e militou em inúmeros grupos revolucionários.
 Registrou com vigor e emoção personagens que integravam as classes
excluídas: operários, vagabundos, prostitutas, gente humilde, homens e
mulheres do povo.
 Conhecia aquele universo por dentro, pois ele próprio era um desses
desvalidos.
 Captou o que havia de mais profundo na alma do povo russo.
 Enorme impressão de autenticidade que suas obras transmitem.
 Foi o criador da chamada literatura proletária que teve seguidores no mundo
inteiro, em especial na primeira metade do século XX.

Principais peças:

 Os Pequenos Burgueses : Mostra a escória da sociedade, debatendo-se


v contra a pobreza, e a classe média devorada pelo tédio.
 Ganhando Meu Pão: comovente texto de memórias que é a sua obra-prima.

ARTE IMPRESSIONISTA

O Impressionismo tem origem em Paris, entre 1860 e 1870, e faz a sua aparição
pública em Abril de 1874. Um grupo de jovens artistas reunia-se no Café Guerbois,
aliás como habitual na época. Lá, discutiam as atitudes e incertezas acerca da pintura.
Na época, não era habitual, as galerias fazerem exposições e, por outro lado, o Salon
Officiel era a grande oportunidade para os artistas se darem a conhecer. No entanto, o
Institut era o júri, composto por académicos. A revolução de 1848 exige que o júri seja
composto por artistas com espírito independente. Destaque para Théodore Rousseau.
As atitudes destes artistas reflectem o clima existente, tanto ao nível político, como
social, em que o capitalismo e, também, a burguesia contribuem para o
desenvolvimento. Denota-se, ainda, a sua oposição ao Romantismo e ao
Academismo, bem como ao intelectualismo do Realismo. Corre a notícia de uma
exposição de pintura. Foi o início oficial do movimento impressionista. Este grupo não
queria ser considerado uma nova escola artística, com certo estilo, muito pelo
contrário. Consideravam-se, apenas, um grupo com interesses semelhantes. Dão-se
inovações que acabam por influenciar este movimento. Surge a evolução dos meios
de comunicação, como por exemplo, a descida dos preços dos jornais, a ampliação de
pontos de distribuição. Por outro lado, a difusão da alfabetização e cultura aumenta o
interesse crescente da população pela arte. Introduzem-se seções relativas à arte nas
publicações. A consciencialização da burguesia, relativamente ao seu papel, no
respeitante à economia e política, é outro fator de desenvolvimento. Os artistas do
Impressionismo eram originários de famílias burguesas, com excepção de Monet e
Renoir. Contudo, não é por isso que deixaram de sofrer inúmeras dificuldades
econômicas com as alterações na economia. Foram chamados de Impressionistas a
partir do comentário de Leroy à sua exposição. Sem poderem expor no Salon Officiel,
fazem-no no estúdio do fotógrafo Nadar, no Boulevard des Capucines. Participam
nesta exposição trinta e um artistas, com atitudes diferentes, heterogéneas, estando
ligados, apenas, pelas obras representando a vida da cidade, afastadas do
Academismo.
O Impressionismo vem
alterar a maneira de ver a natureza, o
mundo exterior em geral, e de o
reproduzir numa tela, tendo como
objetivo a captação do imediato, do
instante, de algo que está em constante
movimento. Os objetos são retratados ao
ar livre, sob a luz natural.

Dentre vários acontecimentos no contexto histórico cultural, estão o

desenvolvimento do Capitalismo e a industrialização em ascensão, bem como o


avanço das ciências e técnicas. São criações desta época o telefone, a
electricidade, o cinema e a fotografia, grandes símbolos de Modernidade.
Começam a organizar-se exposições universais, para apresentar as inovações. Paris
torna-se o centro da vida artística e cultural ocidental. As ciências que mais
beneficiaram são a medicina, a física, a geografia, melhorando a qualidade de vida do
homem. Também na arte se verificaram diversas alterações, que mudaram o
sentimento do artista perante a obra de arte e, também, perante a Arte, em geral. Isto
é, verifica-se um afastamento da Arte, relativamente ao religioso e político, numa
tentativa de aproximação ao indivíduo, enquanto criador e consumidor. Para tal, foi
instalado um mercado de arte e estabelecido um círculo de críticos de arte. Verifica-se
uma revolução nas técnicas, nos objetivos. Acontece, então, o inédito. Surgem duas
tendências no respeitante à Arte. Por um lado, o conservadorismo académico, os que
se diziam os guardadores da verdadeira arte. Por outro, os que desejavam inovar, os
que estavam sujeitos à não-aceitação por parte dos académicos, mas que acabariam
por se impor como corrente/escola mais ou menos
definida, e que viriam a ser a base da arte do século
XX.

SAIBA MAIS: O `Pontilhismo: Em 1886 ocorreu na


FRANÇA a ultima exposição de arte impressionista,
participaram Georges Seurat e Paul Signac que
aperfeiçoaram as pesquisas impressionistas quanto a
percepção ótica, isto é o modo como os objetos são
vistos.

QUESTÕES

01) Ao observar o quadro La granouilliere, de 1869, percebe-se que renoir utilizou nele
a seguinte características impressionista:
a) A ênfase nos temas da natureza, principalmente de paisagens.
b) Uso de técnicas de pintura que desvalorizam a ação da luz
natural..
c) Desvalorização da decomposição das cores.
d) Pinceladas soltas que não captam os movimentos da cena
retratada.
e) Uso de sombras pretas e luminosas.

02) (ENEM – 2010) Em busca de maior naturalismo em suas obras e fundamentando-


se em novo conceito estético, Monet, Degas, Renoir e outros artistas passaram a
explorar novas formas de composição artística, que resultaram no estilo denominado
Impressionismo. Observadores atentos da natureza, esses artistas passaram a
A) Retratar, em suas obras, as cores que idealizavam de acordo com o refexo da luz
solar nos objetos.
B) Usar mais a cor preta, fazendo contornos nítidos, que melhor defniam as imagens e
as cores do objeto representado.
C) Retratar paisagens em diferentes horas do dia, recriando, em suas telas, as
imagens por eles idealizadas.
D) Usar pinceladas rápidas de cores puras e dissociadas diretamente na tela, sem
misturá-las antes na paleta.
E) Usar as sombras em tons de cinza e preto e com efeito esfumaçados, tal como
eram realizadas no Renascimento.

03) Pode-se afirmar que Edgar Degas, em sua obra:


A) Se aproximou da fotografia, ao utilizar o enquadramento fotográfico na
composição.
B) Se preocupava com os grandes temas históricos.
C) Tinha a imaginação e o sonho como fontes básicas de inspiração.
D) Procurou ser fiel aos princípios neoclássicos.
E) Exagerou emoções dos personagens, uma de suas marcas características.
04) Leia o texto a seguir, intitulado “Minha pincelada não tem sistema”, que foi extraído
de uma carta de um pintor pós-impressionista a Émile Bernard, em 1888.
No momento, estou absorvido pela floração das árvores frutíferas, róseos
pessegueiros, pereiras amarelo e branco. Minha pincelada não tem qualquer sistema.
Eu ataco a tela com toques irregulares do pincel, que deixo como saem. Empastes,
pontos da tela que ficam descobertos, aqui e ali pedaços absolutamente inacabados,
repetições, brutalidades; em suma, estou inclinado a pensar que o resultado é
demasiado intranquilizante e irritante para que isso não faça a felicidade dessas
pessoas que têm ideias preconcebidas fixas sobre a técnica. [...] Trabalhando
diretamente no local, procuro fixar no desenho o que é essencial – mais tarde, encho
os espaços delimitados pelos contornos – expressos ou não, mas de qualquer modo,
sentidos – com tons que também são simplificados, no sentido de que tudo o que vai
ser solo terá o mesmo tom parecido com o violeta, que todo céu terá um tom de azul,
que a vegetação verde será verde-azulada, ou verde-amarelada, exagerando
deliberadamente os amarelos e azuis neste caso.
(CHIPP, H. B. Teorias da arte moderna. 2ª. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996. p.
28.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre pintura moderna, identifique a autoria
da carta.
a) Paul Cézanne, que foi conhecido pelo emprego da cor e da pincelada fluida em
seus trabalhos.
b) Matisse, que, a princípio, foi chamado de fauvista (besta selvagem) e,
posteriormente, aclamado como defensor da tradição clássica na pintura francesa.
c) Pablo Picasso, que privilegiou a aplicação simbólica das cores, em oposição a
qualquer naturalismo.
d) Paul Gauguin, cujo trabalho introduziu distorções formais e alterações de
perspectiva em benefício da composição ou para ressaltar o peso dos objetos.
e) Vincent van Gogh, que se interessou pelas relações de força, como atração, tensão
e repulsão, no uso das cores.

05) Para responder à questão, observe atentamente a imagem e considere também os


dados que a seguem.

A Noite Estrelada / Vincent van Gogh (1889) / Óleo sobre tela, 73,7 X 92,1 cm / Museu
de Arte Moderna de Nova Iorque - EUA - Gênios da Arte. Van Gogh. São Paulo:
Girassol, 2007.
Analise as afirmativas feitas a partir da obra de Van Gogh. Em qual dessas afirmativas
expressa um comentário INCOERENTE?

a) A Noite Estrelada integra o acervo do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque


(EUA), onde os frequentadores podem apreciar a obra de Van Gogh.
b) O azul, empregado para representar a noite, contrasta com o amarelo da lua e das
estrelas, criando um efeito interessante, o qual ratifica o título da obra.
c) Na obra do pintor holandês, na qual se destacam os astros celestes, observa-se
uma distribuição assimétrica do espaço ocupado pelo céu e pela terra.
d) O cipreste, que é o elemento temático central da tela, aparece representado em
primeiro plano, à esquerda, agigantando-se em direção ao céu.
e) Na tela, o céu domina o espaço urbano, espaço esse que está representado
predominantemente no canto inferior direito.

06)

O pescador, de Pierre Auguste Renoir

O Impressionismo foi um estilo de pintura caracterizado pela busca de maior


naturalidade em sua composição. Além de Monet, Degas e Renoir, outros artistas
passaram a explorar novas possibilidades para definir um novo conceito estético.
Nesse estilo, era uma marca definidora.

a) O uso da cor preta, dando contornos mais nítidos aos objetos.


b) a busca do retrato fiel, preso nos conceitos classiczantes da arte.
c) A recorrência às pinceladas rápidas sem contorno definido sob uma luz
artificial.
d) A busca de paisagens com amplitude espacial e submetida aos efeitos da luz
natural.
e) O retrato da mesma paisagem em diferentes momentos para captar as
diferentes emoções do pintor.

07) Cesário Verde, poeta da época do Realismo, apresenta a Portugal uma poesia
voltada a elementos considerados então apoéticos, pois, em vez de discorrer sobre o
amor, por exemplo, observa operárias voltando para casa depois de um dia de
trabalho. Analise o fragmento abaixo, extraído do poema “O sentimento dum
Ocidental”, e identifique, nas obras reproduzidas, aquela em se observa o mesmo
espírito do movimento a que pertenceu Cesário Verde. Semelham-se a gaiolas, com
viveiros, As edificações somente emadeiradas: Como morcegos, ao cair das
badaladas, Saltam de viga em viga os mestres carpinteiros

a)

b)

c)

d)
e)

VANGUARDAS EUROPEIAS

As vanguardas europeias foram movimentos artísticos (artes plásticas e


literatura), ocorridos na Europa durante o século XX, que apresentavam como
principais características a oposição ao academicismo (tradicionalismo) e a adoção de
projetos inovadores e experimentais. Com o advento da tecnologia, as consequências
da Revolução Industrial, a Primeira Guerra Mundial e atmosfera política que resultou
destes grandes acontecimentos, surgiu um sentimento nacionalista, um progresso
espantoso das grandes potências mundiais, e uma disputa pelo poder. Várias
correntes ideológicas foram criadas, como o nazismo, o fascismo e o comunismo, e
também com a mesma terminação “ismo” surgiram os movimentos artísticos que
chamamos de vanguardas. Todos pautavam-se no mesmo objetivo, que era o
questionamento, a quebra dos padrões, o protesto contra a arte conservadora, a
criação de novos padrões estéticos, que fossem mais coerentes com a realidade
histórica e social do século que surgia. Estas manifestações se destacaram por sua
radicalidade, a qual proporcionou que influenciassem a arte em todo o mundo.

No Brasil não poderia ser diferente, uma vez que este era o exato
momento da história em que as manifestações artísticas estavam crescendo em nosso
país, e que a maioria dos artistas se espelhavam nas tendências europeias, fosse para
imitar-lhes, fosse para combater-lhes. As vanguardas europeias passaram
pela Literatura e arte Brasileira deixando sua contribuição, especialmente ao
somarem com a Semana de Arte Moderna e o movimento modernista, pois juntos
vieram romper com a antiga estética que até então reinava em nosso país.

As vanguardas europeias mudaram o rumo da arte ocidental e revelaram o


talento de alguns artistas geniais no século XX: Picasso, Kandmsky, Mondrian,
Duchamp, Dalí e Miró, que hoje são artistas “clássicos” que figuram em qualquer livro
de história da arte, e fizeram parte de movimentos que romperam com a visão habitual
de enxergar a produção artística. A grande característica comum de todas as
vanguardas é a noção de que há múltiplas maneiras de enxergar e perceber a arte,
tão variadas quanto os múltiplos suportes que o produto artístico pode ter. A arte deixa
de ser expressão de um ideal coletivo unitário, porque já se entende que a sociedade
não é uniforme. O artista já não reproduz aquilo que considera belo, mas investiga
formas de encontrar a beleza ou a singularidade, mesmo que para isso precise romper
com padrões estéticos cristalizados, tidos como normais.

Cada movimento de vanguarda do início do século XX teve características próprias,


mas todos procuraram de alguma forma conectar a arte com a vida, outorgando ao
artista uma capacidade transformadora, como nunca houvera antes. Por tudo isso,
seus princípios estéticos muitas vezes são indissociáveis de sua biografia e cotidiano.

O grafite hoje representa um


movimento de vanguarda, pois é a arte das ruas que luta para romper com as
diferenças.*

EXPRESSIONISMO

A obra representa uma figura


andrógena num momento de
angústia e desespero
existencial.

O pano de fundo é a doca de


Oslofjord ao pôr-do-Sol.

"O Grito" é considerado


como uma das obras mais
importantes do movimento
“Jovem com Sombrinha Oriental" de Ernest Ludwig Kirchner

(1906), óleo sobre tela (Museu de Belas-Artes, Dusseldorf).

O Expressionismo trata-se de um movimento de origem alemã, iniciado em 1905. A


sua inspiração procede, entre outros artistas, de Van Gogh de Nietzsche (1844 a
1900) e Freud (1856 a 1939). Um dos seus artistas mais célebre foi Oskar Kokoschka
(1886 a 1989). O Expressionismo teve o seu expoente máximo entre os anos 1905 e
1933 e teve três fases:

A Ponte (em alemão: Die Brϋcke) – 1905 a 1913 em Dresden


Cavalo Azul (em alemão: Der Blaue Reiter) – 1910 a 1914 em Munique

“Toda ação humana é expressiva; um gesto é uma ação intencionalmente expressiva.


Toda arte é expressiva – de seu autor e da situação em que ele trabalha -, mas uma
certa corrente artística pretende impressionar-nos através de gestos visuais que
transmitem, e talvez libertem, emoções ou mensagens emocionalmente carregadas.
Tal arte é expressionista. Uma considerável parcela da arte do século XX foi desse
gênero, especialmente na Europa Central, e o rótulo expressionismo foi lhe aplicado
(assim como às tendências comparáveis na literatura, arquitetura e música).

Características:

 Através de formas explosivas e demoníacas, os artistas expressam sátira e ironia


relativamente a forças sociais como a burguesia e os militares (representação de
figuras humanas com rostos inexpressivos, caricatos);
 O expressionismo estabelece o primado da cor;
 Evidencia-se um acentuado pessimismo em todas as expressões de arte, através
da representação de vários temas e sentimentos negativos e de grande sofrimento
interior (a insegurança afetiva, a falta de auto estima, uma solidão silenciosa
desoladora, a vulnerabilidade do ser humano), compondo, assim, auto – retratos
em corpos de aspecto tísico e nervoso;
 Nas composições verifica-se o predomínio de uma tonalidade geral escura onde,
em muitos casos, os olhos das figuras mostram um sombreado negro e carregado;

Os temas mais carismáticos desta corrente são cenas de rua, de cabaré, de


prostíbulos, ou cenas do quotidiano. Os impressionistas do final do século XIX
exaltavam o “olhar para fora”; os expressionistas, por sua vez, preferem o “olhar para
dentro” (a especialidade do ser)

Principais artistas: Edvard Munch, Otto Dix e Ernst Ludwig Kirchner.

FAUVISMO

O Fauvismo, de origem francesa, foi o primeiro movimento vanguardista da História


da Arte Contemporânea. É caracterizado pela estilização das formas, o exagero das
formas e das cores. O período mais importante do movimento fauvista foi de 1905 a
1907, sendo o seu artista mais célebre Henri Matisse (1869 a 1954). A inspiração
fauvista remonta, sobretudo, a Paul Gauguin (1848 a 1903) e a Vicent Van Gogh
(1853 a 1890) e recusa penetrar em questões profundas de ordem psíquica ou social,
dedicando-se à "pintura pura".

Características:
 Abandono das regras tradicionais da pintura mais acadêmica;
 Afastamento do uso de desenhos com pormenores;
 Passagem do uso da técnica do claro/escuro para o uso das cores de uma
forma anárquica;
 Uso do realce, a traços pretos, dos contornos das figuras;
 A cor é uma força emocional, daí que pouco importa a escolha das cores.
Estas devem corresponder às necessidades emotivas do pintor;
 Fascínio pela cor de tons puros e pelo distorcer das formas;
 As cores são aplicadas em pinceladas soltas, vigorosas, violentas, refletindo a
ideia de brilho e de violência, bem como a sua alegria de viver;
 A cor prevalece sobre a definição das formas;
 Distorção dos volumes;
 Anti-naturalismo.

Os temas preferidos são as paisagens e vistas urbanas, os retratos de


bailarinas, as freqüentadoras de locais noturnos e a Natureza (representam-na
marcada pelo Homem). As composições mostram a subsistência de algum sentido de
ordem e de decorativo. Na pintura, o temperamento dos artistas prevalece sobre as
regras da composição e o realismo cromático. Os pintores, escultores, escritores,
músicos, etc revelam um apreço pela arte primitiva, tribal e infantil.

PRINCIPAIS ARTISTAS: MATISSE; Andre Derain; Maurice de Vlaminck,

CUBISMO

Les Demoiselles d'Avignon (1907) de


Pablo Picasso

Tema: Prostituição.

Obra cubista com influência de Cézanne. A


forma de apresentação da mulher é frontal e a
sua configuração geométrica é elíptica. O
quadro é uma composição de cubos e
cilindros. Este quadro denúncia dois períodos
do autor, à esquerda, o rosa, à direita, o azul.
Movimento artístico personificado em Pablo Picasso e Georges Braque,
em Paris entre os anos de 1907 e 1914, principalmente, que tinha por fim "descompor
e recompor a realidade". O estilo cubista das artes plásticas rejeitou as técnicas
tradicionais de perspectiva bem como a ideia de arte como imitação da natureza e
privilegiou a bidimensionalidade e a fragmentaridade dos objectos. O nome cubismo
tem uma história conhecida: o pintor francês Henri Matisse fez parte de um júri da
exposição do Salão de Outono de Paris (1908), onde estava exposto o quadro de
Braque Maisons à l'Estaque, que lhe mereceu o qualificativo de "caprichos cúbicos". O
quadro que definitivamente afirmou o estilo cubista foi, no entanto, Les Demoiselles
d'Avignon (1907), de Picasso. O período de 1910 a 1912 é conhecido por cubismo
analítico, porque os quadros, entretanto revelados analisam abstratamente,
desafiando todos os cânones, a forma dos objetos e das figuras humanas. O
movimento fica consolidado com duas obras teóricas: Du cubisme (1912), de Albert
Gleizes e Jean Metzinger, e Les peintres cubistes (1913), de Guillaume Apollinaire. A
fase seguinte é conhecida por cubismo sintético, porque se busca uma síntese das
formas, apoiadas por cores fortes, e figuras mais decorativas e amplas, aproveitando
também colagens de vários materiais como jornais, fotografias, ou invólucros de
tabaco. Estava aberto o caminho para a anulação do limite do real na pintura.

Valorizando as forma geométricas, tais como cubos, cones e cilindros, o


Cubismo surgiu em 1907 e entrou em decadênciajá na época da Primeira Guerra
Mundial (1914-1918). Inicialmente, o movimento cubista desenvolveu-se na pintura, a
partir das experiências do espanhol Pablo Picasso e também do francês Georges
Braque, que representava os objetos, por assim dizer: "cubificados", para apontar mais
ângulos da ralidade cotidiana.

O poeta francês Guillaume Apollinaire (1880-1918)interpretou e defendeu


ardorosamente a proposta cubista da literatura. Tomou a palavra "poeta" sob uma
nova dimensão, inovando a poesia, até mesmo tipograficamente, procurando fazer
desenhos com as palavras. Os seus caligramas, publicados em 1918, são
representativos dessa atividade lúdica: o desenho, com pavaras, daquilo que ele quer
mostrar. Assim, por exemplo, ele desenhou a chuva.
Características:

- As imagens representadas são reduzidas aos seus volumes, ou seja, as formas são
decompostas em múltiplos poliedros (esferas, cones, cilindros, pirâmides, cubos);

- Opção pelo espaço bidimensional e fragmentário;

- O claro-escuro perde a sua função;

- Representação do volume colorido sobre superfícies planas;

- Sensação de pintura escultórica;

- A expressão facial da figura tende a confundir-se com uma mascara de aspecto


semiselvagem (influência africana)

- Uso das cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre
apagado ou um castanho suave;

- Redução das gamas de cores utilizadas.

Além de Pablo Picasso (1881 a 1973) e Georges Braque (1882 a 1963), celebrizaram-
se, como artistas cubistas, Juan Gris (1887 a 1927), Fernand Léger (1881 a 1955),
Robert Delaunay (1885 a 1941), Pierre Reverdy (1889 a 1960), Guillaume Apollinaire
(1880 a 1918), Érico Veríssimo (1905 a 1975),John Dos Passos (1896 a 1970) e Jean
Metzinger (1883 a 1956).

Obras cubistas importantes:

Paul Cézanne, “La Montagne Saint - Victoire” (1906);

Pablo Picasso, “Les Demoiselles D’Avignon” (1907);

Georges Braque, “Natureza – Morta com Taça de Fruta” (1908-09);

Pablo Picasso, “Retrato de Ambroise Vollard” (1909-10);

Albert Gleizes, “Paisagem com Pessoas” (1911);

Juan Gris, “Homenagem a Picasso” (1911);

Pablo Picasso, “Natureza – Morta com Cadeiras de Palha” (1912);

Juan Gris, “Natureza – Morta com Garrafas e Faca” (1912);


Fernand Léger, “Mulher com Ramo de Flores” (1924);
Oskar Kokoschka, "Noiva do Vento" (1914);
Marc Chagall, "O Judeu Cor-de-Rosa" (1914/15);
Otto Dix, "Retrato de Anita Berber" (1925);
Pablo Picasso, "Guernica" (1937);
Paul Klee, "Morte e Fogo" (1940);
Max Beckmann, "Auto - Retrato" (1944).

CUBISMO ANALÍTICO

A primeira fase vivenciada pelo Cubismo foi chamada de analítica por analisar
as formas dos objetos, partindo-os em fragmentos e distribuindo-os pela tela. Tais
composições apresentavam pouca variação de tons, em geral fazendo uso do marrom,
do verde e do cinza, assumindo desta forma um acentuado caráter monocromático a
fim de evitar que a presença demasiada de tons intervisse na analise das formas.
Picasso e Braque realizaram diversas obras neste período, como o retrato de
Ambroise Vollard, de Picasso.

CUBISMO SINTÉTICO

A segunda fase do Cubismo consiste na realização de trabalhos com a técnica


da colagem. À tela são adicionados recortes de papel, jornal e tecidos no intuito de
sintetizar as formas, tornando-as mais acentuadas. O Cubismo Sintético emprega
cores fortes e decorativas, distanciando-se do efeito monocromático do Cubismo
Analítico. Alem de Braque e Picasso, também participaram da segunda fase do
Cubismo Juan Gris e Fernad Léger, que por sua vez adicionou formas curvas ao
vocabulário angular cubista.

A qualidade provocativa de toda a arte cubista deriva de sua ambivalência entre a representação e
a abstração. No limite da dissolução do objeto em suas partes componentes, as alusões ao objeto oscilam
dentro e fora da consciência. Baseado no mundo das aparências, o Cubismo envia uma visão multifacetada,
como um olho de mosca, da realidade. “Não é uma realidade que se possa pegar com as mãos. É mais
como um perfume”, disse Picasso. “O aroma está em todo lugar, mas não se sabe de onde vem”.

Carol Strickland, Arte Comentada, p. 138


FUTURISMO

O primeiro manifesto foi publicado no Le Fígaro de Paris, em 22/02/1909, e


nele, o poeta italiano Marinetti, dizendo que "o esplendor do mundo enriqueceu-se
com uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um automóvel de carreira é mais belo
que a Vitória de Samotrácia". Como o próprio nome indica, no Futurismo predomina
uma vontade de abolir o passado, começar tudo de novo a reformular temas e
técnicas da arte. O líder dos futuristas foi o poeta Filippo Tommaso Marinetti (1876-
1944), que publicou no ano de 1909, em Paris, o primeiro manifesto dessa vanguarda.
Sintonizando com a temática da guerra, o Futurismo propôs uma outra forma de arte,
dinâmica, com uma imagem veloz do progresso mundial moderno. É isso o que se
pode depreender dos fragmentos reproduzidos a seguir.

Manifesto futurista (1909)


1. Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito à energia e à
temeridade.
2. Os elementos essenciais de nossa poesia serão a coragem, a audácia e a
revolta.
3. Tendo a literatura ate aqui enaltecido a imobilidade pensativa, o êxtase e o
sono, nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo
ginástico, o salto mortal, a bofetada e o soco.
4. Nós declaramos que o esplendor do mundo se enriqueceu com uma beleza
nova: a beleza da velocidade. Um automóvel de corrida com seu cofre adornado
de grossos tubos como serpentes de fôlego explosivo... um automóvel rugidorm
que parece correr sobre a metralha [...]

O segundo manifesto, de 1910, resultou do encontro do poeta com os


pintores Carlo Carra, Russolo, Severini, Boccioni e Giacomo Balla. Os futuristas
saúdam a era moderna, aderindo entusiasticamente à máquina. Para Balla, "é mais
belo um ferro elétrico que uma escultura". Para os futuristas, os objetos não se
esgotam no contorno aparente e seus aspectos se interpenetram continuamente a um
só tempo, ou vários tempos num só espaço. O grupo pretendia fortalecer a sociedade
italiana através de uma pregação patriótica que incluía a aceitação e exaltação da
tecnologia. O futurismo é a concretização desta pesquisa no espaço bidimensional.
Procura-se neste estilo expressar o movimento real, registrando a velocidade descrita
pelas figuras em movimento no espaço. O artista futurista não está interessado em
pintar um automóvel, mas captar a forma plástica a velocidade descrita por ele no
espaço.

Principais Artistas:

 GIACOMO BALLA , em sua obra o pintor italiano tentou endeusar os novos


avanços científicos e técnicos por meio de representações totalmente
desnaturalizadas, embora sem chegar a uma total abstração. Arte Abstrata
 UMBERTO BOCCIONI (1882-1916), sua obra se manteve sob a influência do
cubismo, mas incorporando os conceitos de dinamismo e simultaneidade:
formas e espaços que se movem ao mesmo tempo e em direções contrárias.

ABSTRACIONISMO

A rigor, pode ser chamada de “arte abstrata“ toda aquela que não se prende a uma
representação fiel da natureza. Esse tipo de arte, portanto, existiu desde os primórdios
da civilização, encontrando alguns momentos de maior ou menor aceitação.
Entretanto, o termo hoje é mais utilizado para designar a produção artística do século
XX, com seus movimentos de ruptura com a arte europeia tradicional, que se baseava
ainda, em grande medida, nas ideias renascentistas.
A maioria dos movimentos desse século valorizava a subjetividade na arte, permitindo
distorções de formas que se chocavam, por exemplo, aos ideais do grande crítico
renascentista Giorgio Vasari e sua crença no valor do artista intimamente ligado à sua
capacidade de representar a natureza com o máximo de precisão possível.
Apesar de ter havido uma série de movimentos de ruptura com o conceito tradicional
de pintura no século XX, desenvolvendo a arte abstrata, houve três tendências
básicas:
- A exemplificada pelo trabalho de Brancusi, que consiste na supremacia das formas
simplificadas, reduzindo as naturais até chegar nesse tipo de forma;
- A presente nas esculturas em relevo de Ben Nicholson. A partir de formas básicas
que não se referem ou representam nenhum aspecto reconhecível, são construídos os
objetos artísticos.
- O princípio existente, por exemplo, no surrealismo, em que se valoriza um estilo livre
e espontâneo de criação.
Na arte abstrata o uso da luz, das diferentes texturas e contornos das linhas, do
espaço e das cores ganham nova expressividade.
A partir de 1930, o abstracionismo pode ser considerado como um dos principais
pontos de caracterização da arte do século atual. Entretanto, ele vem ganhando
espaço bem antes disso. Kandisky, já em 1910, fez a primeira pintura utilizando-se de
formas não reconhecíveis. Muitos membros do cubismo terminaram por desenvolver o
uso de formas abstratas depois do fim do movimento. O Suprematismo de Malevich e
o grupo Stijl de Mondrian são outros importantes pontos de desenvolvimento da arte
abstrata na década de 10 do século XX.

DADAÍSMO

Formado em 1916 em Zurique por jovens franceses e alemães que, se


tivessem permanecido em seus respectivos países, teriam sido convocados para o
serviço militar, o Dada foi um movimento de negação. Durante a Primeira Guerra
Mundial, artistas de várias nacionalidades, exilados na Suíça, eram contrários ao
envolvimento dos seus próprios países na guerra.

Fundaram um movimento literário para expressar suas decepções em relação a


incapacidade da ciências, religião, filosofia que se revelaram pouco eficazes em evitar
a destruição da Europa. A palavra Dada foi descoberta acidentalmente por Hugo Ball e
por Tzara Tristan num dicionário alemão-francês. Dada é uma palavra francesa que
significa na linguagem infantil "cavalo de pau". Esse nome escolhido não fazia
sentido, assim como a arte que perdera todo o sentido diante da irracionalidade da
guerra.

Sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e fosse apenas o
resultado do automatismo psíquico, selecionado e combinando elementos por acaso.
Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a
desordem, o caos. Politicamente , firma-se como um protesto contra uma civilização
que não conseguiria evitar a guerra.

O fim do Dada como atividade de grupo ocorreu por volta de 1921.

Com grande ênfase na destruição e na anarquia de valores formais, o


Dadaísmo surgiu na Suiça, em 1916. O mais radical dos movimentosde vanguarda
teve na própria denominação, e na forma pela qual foi escolhida, uma indicação de
destruição anárquica.

De acordo com o peta romeno Tristan Tzara (1896-1963), líder dos dadaístas, Dadá
não significa nada. Tzara informou ter encontrado essa denominação numa página
aberta, ao acaso, no dicionário Petit Larousse.
O Cabaret Voltaire, um café que funcionava em Zurique, era o ponto de adeptos do
movimento. Os dadaístas contrariavam todos os valores, descrendo de tudo,
cultuando um mundo ilógico.

Leia um trecho do Manifesto Dadá, de 1918:

Eu redijo um manifesto e não quero nada, eu digo


portanto certas coisas e sou por princípios contra manifestos (...). Eu redijo este
manifesto para mostrar que é possível fazer as ações opostas simultaneamente, numa
única fresca respiração; sou contra a ação pela contínua contradição, pela afirmação
também, eu não sou nem para nem contra e não explico por que odeio o bom-senso.
[...]

[...]

Dada não significa nada: Sabe-se pelos jornais que os negros Krou denominam a
cauda da vaca santa: Dada. O cubo é a mãe em certa região da Itália: Dada. Um
cavalo de madeira, a ama-de-leite, dupla afirmação em russo e em romeno: Dada.
Sábios jornalistas viram nela uma arte para os bebês, outros jesus chamando
criancinhas do dia, o retorno a primitivismo seco e barulhento, barulhento e monótono.
Não se constrói a sensibilidade sobre uma palavra; toda a construção converge para a
perfeição que aborrece, a ideia estagnante de um pântano dourado, relativo ao
produto humano. Tristan Tzara.

A arte dadaísta pretendia provocar escândalo e a surpresa, destruir o bom


senso, romper com qualquer tipo de equilíbrio.

PRINCIPAIS ARTISTAS:

 MARCEL DUCHAMP (1887-1968), pintor e escultor francês, sua arte abriu


caminho para movimentos como a pop art e a op art das décadas de 1950 e
1960. Reinterpretou o cubismo a sua maneira, interessando-se pelo movimento
das formas.O experimentalismo e a provocação o conduziram a ideias radicais
em arte, antes do surgimento do grupo Dada (Zurique, 1916). Criou os ready-
mades, objetos escolhidos ao acaso, e que, após leve intervenção e receberem
um título, adquiriam a condição de objeto de arte. Em 1917 foi rejeitado ao
enviar a uma mostra um urinol de louça que chamou de "Fonte". Depois fez
interferências (pintou bigodes na Mona Lisa, para demonstrar seu desprezo
pela arte tradicional), inventou mecanismos ópticos.
 FRANÇOIS PICABIA (1879-1953), pintor e escritor francês. Envolveu-se
sucessivamente com os principais movimentos estéticos do início do século
XX, como cubismo, surrealismo e dadaísmo. Colaborou com Tristan Tzara na
revista Dada. Suas primeiras pinturas cubistas, eram mais próximas de Léger
do que de Picasso, são exuberantes nas cores e sugerem formas metálicas
que se encaixam umas nas outras. Formas e cores tornaram-se a seguir mais
discretas, até que por volta de 1916 o artista se concentrou nos engenhos
mecânicos do dadaísmo, de índole satírica. Depois de 1927, abandonou a
abstração pura que praticara por anos e criou pinturas baseadas na figura
humana, com a superposição de formas lineares e transparentes.
 MAX ERNEST (1891-1976), pintor alemão, Adepto do irracional e do onírico e
do inconsciente, esteve envolvido em outros movimentos artísticos, criando
técnicas em pintura e escultura. No Dadaímo contribuiu com colagens e
fotomontagens, composições que sugerem a múltipla identidade dos objetos
por ele escolhidos para tema. Inventou técnicas como a decalcomania e o
frottage, que consiste em aplicar uma folha de papel sobre uma superfície
rugosa, como a madeira de veios salientes, e esfregar um lápis de cor ou
grafita, de modo que o papel adquira o aspecto da superfície posta debaixo
dele.

SURREALISMO

Nas duas primeiras décadas do século XX, os estudos psicanalíticos de


FREUD e as incertezas políticas criaram um clima favorável para o desenvolvimento
de uma arte que criticava a cultura europeia e a frágil condição humana diante de um
mundo cada vez mais complexo. Surgem movimentos estéticos que interferem de
maneira fantasiosa na realidade. O surrealismo foi por excelência a corrente artística
moderna da representação do irracional e do subconsciente. Suas origens devem ser
buscadas no dadaísmo e na pintura metafísica de Giorgio De Chirico. Este movimento
artístico surge todas às vezes que a imaginação se manifesta livremente, sem o freio
do espírito crítico, o que vale é o impulso psíquico. Os surrealistas deixam o mundo
real para penetrarem no irreal, pois a emoção mais profunda do ser tem todas as
possibilidades de se expressar apenas com a aproximação do fantástico, no ponto
onde a razão humana perde o controle. A publicação do Manifesto do Surrealismo,
assinado por André Breton em outubro de 1924, marcou historicamente o nascimento
do movimento. Nele se propunha a restauração dos sentimentos humanos e
do instinto como ponto de partida para uma nova linguagem artística. Para isso era
preciso que o homem tivesse uma visão totalmente introspectiva de si mesmo e
encontrasse esse ponto do espírito no qual a realidade interna e externa são
percebidas totalmente isentas de contradições.

A livre associação e a análise dos sonhos, ambos métodos da psicanálise


freudiana, transformaram-se nos procedimentos básicos do surrealismo, embora
aplicados a seu modo. Por meio do automatismo, ou seja, qualquer forma de
expressão em que a mente não exercesse nenhum tipo de controle, os surrealistas
tentavam plasmar, seja por meio de formas abstratas ou figurativas simbólicas, as
imagens da realidade mais profunda do ser humano: o subconsciente. Nascido no
período situado entre as duas guerras mundiais (1918-1939), o Surrealismo teve como
líder André Breton (1896-1966), um dissidente do movimento Dadá. Filhos do
Futurismo, do Cubismo e do Dadaísmo, os surrealistas não aceitavam a pura
destruição e a ação demolidora dos dadaístas. Queriam abrir caminhos para a
expressão do psiquismo humano. Assim o Surrealismo valorizava:

 as descobertas de Freudsobre o inconsciente e os estudas da psicanálise


sobre os mecanismos do sonho e suas relações com a realidade e a arte
(nesse sentido, os surrealistas se reencontravam com algumas propostas do
Romantismo, especialmente na valorização do mistério);
 a imaginação, contra a lógica, o domínio da consciência e a busca de imagens
incongruentes, provocantes;
 o maravilhoso e o sobrenatural, vistos como fontes em potencial de arte;
 o automatismo psíquico (escrever espontaneamente, sem pensar, ao fluxo do
inconsciente);
 o emprego passional e irracional das imagens;
 a criação de técnicas que provocassem os "sonhos despertos" e as forças
obscuras do inconsciente.

(Salvador Dali. A Persistência da Memória.)

Principais artistas

Salvador Dali - é, sem dúvida, o mais conhecido dos artistas surrealistas. Estudou em
Barcelona e depois em Madri, na Academia de San Fernando. Nessa época teve
oportunidade de conhecer Lorca e Buñuel. Suas primeiras obras são influenciadas
pelo cubismo de Gris e pela pintura metafísica de Giorgio De Chirico. Finalmente
aderiu ao surrealismo, junto com seu amigo Luis Buñuel, cineasta. Em 1924 o pintor
foi expulso da Academia e começou a se interessar pela psicanálise de Freud, de
grande importância ao longo de toda a sua obra. Sua primeira viagem a Paris em
1927 foi fundamental para sua carreira. Fez amizade com Picasso e Breton e se
entusiasmou com a obra de Tanguy e o maneirista Arcimboldo. O filme O Cão
Andaluz, que fez com Buñuel, data de 1929. Ele criou o conceito de “paranoia critica“
para referir-se à atitude de quem recusa a lógica que rege a vida comum das
pessoas .Segundo ele, é preciso “contribuir para o total descrédito da realidade”. No
final dos anos 30 foi várias vezes para a Itália a fim de estudar os grandes mestres.
Instalou seu ateliê em Roma, embora continuasse viajando. Depois de conhecer em
Londres Sigmund Freud, fez uma viagem para a América, onde publicou sua biografia
A Vida Secreta de Salvador Dali (1942). Ao voltar, se estabeleceu definitivamente em
Port Lligat com Gala, sua mulher, ex-mulher do poeta e amigo Paul Éluard. Desde
1970 até sua morte dedicou-se ao desenho e à construção de seu museu. Além da
pintura ele desenvolveu esculturas e desenho de joias e móveis.

Joan Miró - iniciou sua formação como pintor na escola de La Lonja, em Barcelona.
Em 1912 entrou para a escola de arte de Francisco Gali, onde conheceu a obra dos
impressionistas e fauvistas franceses. Nessa época, fez amizade com Picabia e pouco
depois com Picasso e seus amigos cubistas, em cujo grupo militou durante algum
tempo. Em 1920 Miró instalou-se em Paris (embora no verão voltasse para Montroig),
onde se formara um grupo de amigos pintores, entre os quais estavam Masson, Leiris,
Artaud e Lial. Dois anos depois adquiriu forma La masía, obra fundamental em seu
desenvolvimento estilístico posterior e na qual Miró demonstrou uma grande precisão
gráfica.

QUESTÕES

01)

Obras para a questão 18 (Foto: Reprodução)

“Alguns trabalhos meus se aproximam do expressionismo. Quando se diz


expressionismo, a referencia é o expressionismo alemão, a grande sala onde essa
linguagem se tornou universalmente conhecida.”

Rubem Grilo em Gravura – Arte brasileira do século XX. Textos de Leon Kossovitch,
Mayara Laudanna, Ricardo Resende; Apresentação Ricardo Ribenboim. São Paulo:
Cosac & Naify/ Itaú Cultural, 2000, p 84.

A afirmação do artista e a comparação das gravuras acima, nos permitem


perceber

A) a mesma estética, as duas obras são gravuras, onde a figura humana aparece em
primeiro plano e o fundo é uma composição caótica e abstrata.

B) que a semelhança entre elas está em uma poética individual onde o artista se
desgarra do coletivo e cria imagens densas que prendem o olhar do observador.

C)a relação entre elas está na composição caótica e na técnica, mas uma trata da
expressão dos sentimentos do artista e a outra é uma representação do cotidiano.

D) a ausência das cores, para destacar as linhas fortemente marcadas nas


composições, dessa forma são construídas obras de grande impacto emocional.

E) que a figura humana não apresenta linhas reais, mas demonstra a emoção dos
artistas. As linhas próprias e a ausência de cores são características do
expressionismo.

02)

Henry Matisse. A dança, óleo sobre tela, 1910.

A respeito do estilo da arte que a imagem acima representa, assinale a opção correta.
A) Os pintores conhecidos como fauvistas destacavam-se pelos temas ligados a
artistas de circo.
B) Os pintores fauvistas produziam pinturas que, para os padrões da época, pareciam
inacabadas.
C) A arte dos pintores fauvistas era objetiva: buscavam retratar a realidade como ela
se apresentava.
D) Os pintores neoclássicos influenciaram os pintores fauvistas

03) ENEM/2016 – 2ªFASE


A obra Les desmoiselles d'Avignon, do pintor espanhol Pablo Picasso, é um dos
marcos iniciais do movimento cubista. Essa obra filia-se também ao privitivismo, uma
vez que sua composição recorre à manifestação cultural de um determinado grupo
étnico, que se caracteriza por

 a) produção de máscaras ritualísticas africanas.

b) rituais de fertilidade das comunidades celtas.

 c) festas profanas dos povos mediterrâneos.


 d) culto à nudez de populações aborígenes.

e) danças ciganas do sul da Espanha.

04) (ENEM-2012)
ARGAN, G. C. Arte moderna: do Iluminismo aos movimentos contemporâneos. São
Paulo: Companhia das Letras, 1992. (Foto: Reprodução/Enem).

O quadro Les Demoiselles d’Avignon (1907), de Pablo Picasso, representa o


rompimento com a estética clássica e a revolução da arte no início do século XX.
Essa nova tendência se caracteriza pela

a) pintura de modelos em planos irregulares.

B- mulher como temática central da obra.

C) cena representada por vários modelos.

D) oposição entre tons claros e escuros.

E) nudez explorada como objeto de arte.

06)
A obra-prima de Picasso, Guernica, é considerada por muitos a maior pintura do
século XX. Pintada no contexto da ascensão das ditaduras nazistas e fascistas e do
período imediatamente anterior à Segunda Guerra mundial, a obra é ainda hoje é
impactante e nos lembra a capacidade destrutiva do homem. Seu caráter
vanguardístico pode ser observado:

a) a) graças à imponência com que trata o tema histórico, num grande painel
monocromático que retrata realisticamente os horrores da guerra.
b) B) pelo uso de formas irregulares e fragmentadas e rostos distorcidos com
grande efeito, criando uma atmosfera de pânico e terror, numa confusão de
planos narrativos.
c) C) pela geometrização das formas, explorando com perfeição a noção de
profundidade ao dar forma exata e volume aos seres e objetos representados
tridimensionalmente.
d) D) pelo aspecto monocromático e pela bidimensionalidade, criando uma pintura
não figurativa que abre mão de linhas e contornos na composição dos planos.
e) E) pela forma como une o clássico e o moderno, ao retratar a realidade de
forma fragmentada, mas respeitando os princípios de equilíbrio e harmonia na
composição.

07) Analise as imagens a seguir:


Com base nas imagens e nos
conhecimentos sobre o
cubismo, é correto afirmar:
a) Picasso realizou reproduções da arte africana, solucionando dificuldades
técnicas em sua obra.
b) Na obra “Cabeça”, percebe-se a utilização de um único ponto de fuga, recurso
comum à poética cubista.
c) A obra “Cabeça” exemplifica a oposição de Picasso aos padrões estéticos
ocidentais da época e a sua aproximação da arte africana.
d) A máscara expressa a dificuldade de formalização plástica da cultura africana
na elaboração de seus artefatos.
e) O ideal da forma cubista foi alcançado com a plena incorporação de elementos
culturais africanos.

08) (Ufg - Adaptada) Analise os quadros.

A comparação entre as pinturas de Renoir e Picasso revela uma mudança


fundamental na concepção artística, no início do século XX. Essa mudança pode ser
identificada na

a) ausência de perspectiva, trazendo as figuras representadas para o primeiro plano


do quadro.

b) desconsideração da forma, resultando em uma estética degenerada dos corpos.

c) recusa na imitação realística das formas, instituindo uma representação inovadora


das figuras.

d) utilização do sombreamento, ampliando a percepção acerca dos detalhes


pictóricos.
E)escolha temática das obras artísticas, permeadas pela emoção e pela exploração do
universo privado.

09) (ENEM -2011)

Fernand Léger, artista francês envolvido com o movimento cubista, tinha como
princípio transformar imagens em figuras geométricas, especialmente cones, esferas e
cilindros. A obra apresentada mostra o homem em uma alusão à Revolução Industrial
e ao pós I Guerra Mundial e explora

a) as formas retilíneas e mecanizadas, sem valorização da questão espacial.

 b) as formas delicadas e sutis, para humanizar o operário da indústria têxtil.


 c) a força da máquina na vida do trabalhador pelo jogo de formas, luz/sombra.
 d) os recursos oriundos de um mesmo plano visual para dar sentido a sua
proposta.
e) a forma robótica dada aos operários, privilegiando os aspectos triangulares.

10) (2ª aplicação do ENEM/2016)

Texto I
SEVERINI, G. A hieroglífica dinâmica do Bal Tabarin. Óleo sobre tela, 161,6 x 156,2
cm. Museu de Arte Moderna, Nova Iorque, 1912. Disponível em: www.moma.org.
Acesso em: 18 maio 2013.

TEXTO II

A existência dos homens criadores modernos é muito mais condensada e mais


complicada do que a das pessoas dos séculos precedentes. A coisa representada, por
imagem, fica menos fixa, o objeto em si mesmo se expõe menos do que antes. Uma
paisagem rasgada por um automóvel, ou por um trem, perde em valor descritivo, mas
ganha em valor sintético. O homem moderno registra cem vezes mais impressões do
que o artista do século XVIII.

LEGÉR, F. Funções da pintura. São Paulo: Nobel, 1989.

A vanguarda europeia, evidenciada pela obra e pelo texto, expressa os ideais e a


estética do

a) Cubismo, que questionava o uso da perspectiva por meio da fragmentação


geométrica.

b) Expressionismo alemão, que criticava a arte acadêmica, usando a deformação das


figuras.

c) Dadaísmo, que rejeitava a instituição artística, propondo a antiarte.

d) Futurismo, que propunha uma nova estética, baseada nos valores da vida moderna.

e) Neoplasticismo, que buscava o equilíbrio plástico, com utilização da direção


horizontal e vertical.

11) (Unesp) A peça Fonte foi criada pelo francês Marcel Duchamp e apresentada em
Nova Iorque em 1917.
A transformação de um urinol em obra de arte representou, entre outras coisas,

a) a alteração do sentido de um objeto do cotidiano e uma crítica às convenções


artísticas então vigentes.
b) a crítica à vulgarização da arte e a ironia diante das vanguardas artísticas do final
do século XIX.
c) o esforço de tirar a arte dos espaços públicos e a insistência de que ela só podia
existir na intimidade.
d) a vontade de expulsar os visitantes dos museus, associando a arte a situações
constrangedoras.
e) o fim da verdadeira arte, do conceito de beleza e importância social da produção
artística.

12) (ESPM-SP) Verifique o texto:

“Beiramarávamos em auto pelo espelho de aluguel arborizado das avenidas marinhas


sem sol.
Losangos tênues de ouro bandeira nacionalizavam o verde dos montes interiores.”

Esse fragmento da obra Memórias Sentimentais de João Miramar, de Oswald de


Andrade, revela influência de uma corrente de vanguarda europeia do Modernismo.
Marque-a:

a) Futurismo, pela exaltação à velocidade e à tecnologia automotiva.


b) Surrealismo, pois as imagens insólitas apresentadas parecem ter sido extraídas do
sonho ou do inconsciente do narrador.
c) Cubismo, já que somente partes dos objetos e da paisagem são descritas, a
imagem é fragmentária.
d) Expressionismo, pela caricaturização, pela deformação da imagem através do
exagero.
e) Dadaísmo, pois o significado do texto é nenhum, já que as idéias estão misturadas
ao acaso.

13)
Rene Magritte. Golconde, óleo
sobre tela, 1953.

Com relação à imagem apresentada e ao estilo da arte que ela representa, assinale a
opção correta.

A) Na arte surrealista, elementos da realidade são associados a elementos existentes


na natureza.

B) As imagens surrealistas recusam o pensamento lógico e racional.

C) Os artistas surrealistas são influenciados pelo neoclassicismo.

D) Na pintura apresentada, a
diagonal é o elemento principal.
14) (ENEM 2015)

MAGRITTE, R. A reprodução proibida.

Óleo sobre tela, 81,3 x 65 cm. Museum Boijmans Van Buningen, Holanda, 1937.

O Surrealismo configurou-se como uma das vanguardas artísticas europeias do início


do século XX. René Magritte, pintor belga, apresenta elementos dessa vanguarda em
suas produções. Um traço do Surrealismo presente nessa pintura é o(a)

a) justaposição de elementos díspares, observada na imagem do homem no espelho.

b) crítica ao passadismo, exposta na dupla imagem do homem olhando sempre para


frente.

c) construção de perspectiva, apresentada na sobreposição de planos visuais.

d) processo de automatismo, indicado na repetição da imagem do homem.

e) procedimento de colagem, identificado no reflexo do livro no espelho.

15) (ENEM 2014)


A perplexidade causada pela catástrofe da Primeira Guerra Mundial fez surgir um
movimento de vanguarda denominado Dadaísmo, que rejeitava os valores tradicionais
e rompia com a estética clássica. A imagem da obra O gigante acéfalo

explora elementos sensoriais para explicar a racionalidade do pós-guerra.

a) recria a realidade para combater os padrões estéticos da época.


b) organiza as formas geométricas para inovar as artes visuais.
c) representa as experiências individuais de exaltação.
d) utiliza a sensibilidade para retratar o drama humano.

16) (UFPE – PE) Os movimentos


culturais do final do século XIX e
das primeiras décadas do século
XX dialogavam com as mudanças
que ocorriam na sociedade
ocidental, com a afirmação do
modo de produção capitalista e
com as novas formas de pensar e
de sentir o mundo. Com o
modernismo e as vanguardas
artísticas, houve mudanças
importantes, pois:

I. ( ) Matisse, Van Gogh e Picasso


expressaram com seus quadros
mudanças nas concepções
estéticas da pintura.
II. ( ) o dadaísmo procurou
radicalizar nas suas propostas,
criticando os valores
estabelecidos, com destaque para
a obra de artistas como Marcel
Duchamp.
III. ( ) o surrealismo trouxe a
exploração do inconsciente,
presente na pintura do espanhol
Salvador Dali e na obra literária do
francês André Breton.
IV. ( ) com obras que causaram
impacto, houve um rompimento
frente aos modelos clássicos que
adotavam regras e limites para o
artista.
V. ( ) concepções literárias e
musicais renovadoras, estiveram
presentes nas obras de Marcel
Proust, James Joyce, Debussy,
Paul Éluard, Stravinsky e tantos
outros.

a) V – V – V – V – V
b) V – F – F – V – F
c) V – V – V – F – F
d) F – V – F – F – F
e) F – F – V – V – F
17) Leia o texto e analise as
figuras a seguir. A partir do
impressionismo, a arte
paulatinamente se afastou dos
seus cânones renascentistas, do
compromisso de uma
representação fidedigna do
mundo, com as pinturas e
esculturas se ocupando não em
fabricar duplos da realidade, mas
em afirmar as suas próprias
realidades. (Adaptado de:
FARIAS, Agnaldo. Arte Brasileira
Hoje. São Paulo: Publifolha, 2002.
p.15.)

Marcel Duchamp. Porta-garrafas,


1914. Ferro galvanizado 67,4 cm.
Alexander Calder. Aço Peixe,
1934. Folha de metal, arame,
chumbo e pintura. 292 x 348 x 305
cm. Calder Foundation, Nova York
(EUA).
Com base no texto e nas figuras,
considere as afirmativas a seguir.
I. O ready-made de Marcel
Duchamp e o móbile de Calder,
pelos materiais empregados,
implicam formas tridimensionais
impressionistas.
II. Em Porta-Garrafas, Duchamp
realiza o processo de apropriação
e recontextualização de um objeto
cotidiano, ação que influenciou a
arte contemporânea.
III. O movimento é de fundamental
importância na construção não
figurativa de Calder, sendo esse
artista um dos precursores da arte
cinética.
IV. Tanto no trabalho de Calder
quanto no de Duchamp, os
procedimentos utilizados
correspondem à tradição da
escultura acadêmica. Assinale a
alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e IV
são corretas.
b) Somente as afirmativas II e III
são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV
são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III
são corretas.
e) Somente as afirmativas I, II e IV
são corretas.

– ARTE BRASILEIRA

CONCEITO: A arte é a
manifestação dos sentimentos
humanos por meio de imagens e
símbolos. Os sentimentos
manifestam-se por meio da
palavra escrita ou falada, peja
pintura, escultura, desenho,
gravura, arquitetura, música,
dança, fotografia, decoração,
mobiliário, etc. Na formação da
arte brasileira temos a influência
da arte indígena, da arte negra e
da arte portuguesa.
 PINTURA CORPORAL A pintura corporal servia para distinguir as classes em
que se subdivide a sociedade indígena. Eram utilizados: o vermelho e o
amarelo do urucum; o azul do jenipapo; o preto do pó de carvão. As cores
eram fixadas com seiva de babaçu. A aplicação das cores era realizada com os
dedos, com estiletes de palha ou madeira. Para pintar os rostos, utilizavam
carimbos feitos de barro ou madeira.

 ARTE PLUMÁRIA As penas são usadas na ornamentação do corpo e podem
servir para: a) Desenhos corporais: penas coladas sobre uma camada de
resina, cobrindo o corpo, do tronco até os joelhos; b)Artefatos confeccionados
com penas: eram confeccionados para serem usados em rituais e também
para adornar colares, cocares, mantos, etc.


 ARTE DE PEDRA - Os índios faziam instrumentos de pedras que eram
utilizados para a caça, rituais e adornos. Ex.: machados, esculturas de aves,
peixes ou mamíferos.
 CERÂMICA - Era ornamental, ritual e utilitária. Os índios faziam do barro cuias,
vasos zoomórficos (nas extremidades aparecem a cabeça e a cauda de um
animal), chocalhos, etc. Utilizavam para isso a argila, dando-lhe polimento com
a folha de uma árvore. Recobrem a argila com uma mistura de urucum, barro e
água, para levá-Ia ao forno. Depois de cozidos, as peças são cobertas com
urucum e óleo de picuí e pintados. Aplicam fuligem na parte interna.
 TRANÇADOS - Os índios fazem cestos de palha, trançados em espiral ou teia.
Misturam palha clara a palha tingida. As esteiras de palha são utilizadas como
leito para recobrir as cabanas ou proteger alimentos.


– A INFLUÊNCIA DOS NEGROS
NAS ARTES - O negro e a cultura
brasileira O negro urbano veio a
ser o que há de mais vigoroso e
belo na cultura popular brasileira.
Com base nela é que se estrutura
o nosso Carnaval, o culto de
Iemanjá, a capoeira e inumeráveis
manifestações culturais. Mas o
negro aproveita cada
oportunidade que lhe é dada para
expressar o seu valor. Isso ocorre
em todos os campos em que não
se exige escolaridade. E o caso
da música popular, do futebol e de
numerosas formas menos visíveis
de competição e de expressão. O
negro veio a ser, por isso, apesar
de todas as vicissitudes que
enfrenta, o componente mais
criativo da cultura brasileira e
aquele que junto com os índios
mais singulariza o nosso povo.

A ARTE AFRICANA (NEGRA) A


raça negra, a mais escravizada do
mundo, apesar de arrancada de
sua terra, nunca perdeu sua
altivez espiritual e conservou sua
extraordinária criatividade
artística. Os africanos cantam e
dançam em todas as vicissitudes
da vida: ao nascer e ao morrer;
quando casam, trabalham ou
guerreiam e, sobretudo, quando
há cerimônias religiosas. Para o
negro africano, as máscaras, as
esculturas, a decoração, a música
e a dança, são meios de
comunicação, de promoção e de
identificação da tribo, e de ligação
com diversas divindades. A maior
contribuição à arte negra, no
Brasil foi para a música, com
instrumentos e ritmos (samba,
batuque), e na formação do
sincretismo religioso (umbanda,
candomblé, etc.).
Questões

Quanto à arte plumária indígena e à pintura corporal dos índios brasileiros, assinale a
opção correta.
 A.
Em seus adereços, os índios utilizavam penas e pigmentos vegetais como matéria-
prima, além de contas, fibras e conchas.

 B.
A arte indígena, em todas as suas manifestações, era muito pobre, com pouca
diversidade de recursos e matérias-primas.

 C.
A pintura corporal, uma forma de expressão artística, era utilizada apenas durante as
festas.

 D.
A arte dos índios brasileiros era pouco expressiva.

(UFPB 2008)
Sobre os povos indígenas no Brasil, pode-se afirmar:
I. Eles viviam em aldeias formadas por grandes casas, cada uma delas
habitada por dezenas de pessoas ligadas pelo casamento e parentesco. Embora
não tivessem chefes formais, os seus grandes guerreiros detinham um enorme
prestígio, o que lhes permitia alguns privilégios, como o de possuírem várias
esposas.
II. Alguns desses povos, como os Potiguara da Paraíba, ofereceram grande
resistência à colonização portuguesa, enquanto outros, como os Tupiniquim de
São Paulo, apoiaram os europeus em suas guerras contra outros povos tupis.
Os portugueses utilizaram muito bem as rivalidades entre os índios como arma
de conquista.
III. Os tupis possuíam uma economia bastante simples, baseada no cultivo de
plantas, como trigo e milho, e na criação de pequenos animais, como cabras e
galinhas. Algumas aldeias possuíam pequenos celeiros, onde a produção era
armazenada e monopolizada pelos chefes hereditários.
Está(ão) correta(s) apenas:
a) II
b) II e III
c) I
d) I e II
e) III

AS TENDÊNCIAS DA MÚSICA DO SÉCULO XX - CONTEXTO HISTÓRICO,


CARACTERÍSTICAS; PRINCIPAIS COMPOSITORES.

“O século XX inicia-se ampliando as conquistas técnicas e o progresso industrial do


século anterior. Na sociedade, acentuam-se as diferenças entre a alta burguesia e o
proletariado. O capitalismo organiza-se e surgem os primeiros movimentos sindicais
que passam a interferir nas sociedades industrializadas... ocorreram ainda a Primeira
Guerra Mundial, a Revolução Russa, o surgimento do Fascismo na Itália e do Nazismo
na Alemanha... a conquista do espaço, o uso crescente da computação e dos
satélites. É nesse contexto complexo, rico em contradições e muitas vezes angustiante
que se desenvolve a arte do nosso tempo. Assim os movimentos e tendências
surgidas nesse século expressam, de um modo ou de outro, a perplexidade do homem
contemporâneo.”

Graça Proença.

A música no século XX constitui uma longa historia de tentativas e experiências


que levaram a uma série de novas e fascinantes tendências, técnicas e, em certos
casos, também à criação de novos sons, tudo contribuindo para que este seja um dos
períodos mais empolgantes da historia da música. À medida que aparece uma nova
tendência, um novo rótulo surge imediatamente para defini-la, daí resultando um
emaranhado de nomes terminados em “ismos” e “dades”. É comum a todos uma
reação consciente contra o estilo romântico do século XIX.
Enquanto a música dos períodos anteriores podia ser identificada por um único e
mesmo estilo, no século XX ele se mostra como uma mistura complexa de muitas e
diferentes tendências. Se investigarmos melhor quatro ou mais importantes
componentes da música, encontraremos uma série de características ou marcas de
estilo que permitem definir uma peça como sendo do século XX. Por exemplo:
Melodias é provável que incluam grandes diferenças de altura, frequentemente
fazendo uso de intervalos cromáticos e dissonantes. São curtas e fragmentadas,
angulosas e pontiagudas, em lugar das longas e sinuosas sonoridades românticas; os
glissandos (o deslizar de notas seguidas) podem ser empregados; em algumas peças,
a melodia pode ser totalmente inexistente.
Harmonias apresentam dissonâncias radicais, com acordes consonantes em porção
muito inferior (as vezes totalmente evitadas) podem aparecer clusters (notas
adjacentes tocadas simultaneamente) aglomerados.
Ritmos vigorosos e dinâmicos, com amplo emprego de sincopados (acentuação
incidindo sobre os tempos fracos) métricas inusitadas, diferentes ritmos ou métricas
ocorrendo ao mesmo tempo; de artifícios de ostinato (repetição obstinada) ou de
energéticos ritmos motores, que impulsionam a musica para frente.
Timbres a maior preocupação com os timbres leva à inclusão de sons estranhos,
intrigantes e exóticos; fortes contrastes, as vezes até explosivos; expansão e, de modo
geral, o uso mais enfático da seção de percussão; sons desconhecidos tirados de
instrumentos conhecidos, como instrumentos tocados em seus registros extremos,
metais usados com surdina e cordas produzindo novos efeitos, com o arco tocando
por trás do cavalete ou batendo com a ponta do corpo do instrumentos; sons
inteiramente novos, provenientes de aparelhagens eletrônicas e fitas magnéticas.

Dentre as tendências e técnicas mais importantes da musica do século XX encontram-


se:

IMPRESSIONISMO

O Impressionismo na música tem como inicio na “L’Aprés-midi d’um Faune” de


Dubussy. A intenção era afastar-se do pesado estilo romântico alemão. Os meios que
utilizou para conseguir isso foram comparado às técnicas da pintura impressionista.
Do mesmo modo que os pintores lidavam com luzes e cores, Dubussy trabalhava com
harmonias e timbres instrumentais. Usava os sons por seu efeito expressivo, como
“cores”, e era mais confiante em seu instinto musical do que obediente às regras de
harmonia, de modo que os acordes dissonantes se fundem com outros, formando
“cadeias de acordes” em movimentos paralelos. Isso dá a sua música o efeito de algo
vago, fluídico e bruxuleante. Em suas peças orquestrais, explora inusitadas
combinações de timbres, ritmos fluidos, tessituras tremulantes, novos efeitos de luz e
sombra: evitando um delineamento muito marcada, sugerindo mais que definindo.
São compositores impressionistas: Falla e Respighi.

O NACIONALISMO NO SÉCULO XX

A corrente nacionalista iniciada no século anterior chega ao século XX. Nos


EUA, Charles Ives, em suas composições fez uso de canções folclórica, musicas de
dança, marchas e até mesmo hinos. Outros compositores nacionalistas desse século
foram: Vaughan Williams na Inglaterra, Bartók e Kodály na Hungria, Sibelius na
Filândia e Shostakovich na União Soviética.

POLITONALIDADE

Refere-se ao seu tom. Em uma musica escrita em dó maior, por exemplo, o


ouvido se sentirá fortemente “atraído” pelo dó, a nota tônica, a que tem maior peso
dentro de determinada tonalidade. Em seguida, na ordem de importância, vem a
dominante (nesse caso a nota sol).
Certos compositores do século XX, contudo introduziram a técnica da
Politonalidade, passaram a utilizar dois ou mais tons ao mesmo tempo (quando há
apenas dois tons, fala-se de bitonalidade).

ATONALIDADE

Ausência total de tonalidade. A musica atonal evita qualquer tonalidade ou


modo, fazendo livre uso de todas as 12 notas da escala cromática. Uma vez que se dá
igual importância a todas as notas, deixa de haver qualquer força de atração
convergindo para um centro Tonico. Foi iniciada o uso da atonalidade no romantismo e
foi bastante usado aqui no século XX.

EXPRESSIONISMO

Baseado na pintura expressionista, a música começou com um exagero, até


mesmo uma distorção do romantismo tardio, em que os compositores passaram a
despejar na música toda a carga de suas emoções mais intensas e profundas. Arnod
Schoenberg foi um representante desse movimento.
A música expressionista apoiava-se em harmonias que se tornavam cada vez
mais cromáticas, o que acabou levando à atonalidade. Em estilo atonal essa musica é
caracterizada por harmonias extremamente dissonantes; melodias frenéticas,
desconjuntadas, incluindo grandes saltos, contrastes violentos e explosivos.

SERIALISMO OU DODECAFONISMO

Tendo abandonado o sistema maior-menor em favor da música atonal,


Shoenberg chegou à conclusão de que era necessário formular outros principio para
substituir o da tonalidade, um novo procedimento, em termos de composição, que
desse unidade e coerência a uma peça atonal. A solução encontrada foi o que chamou
sistema dodecafônico ou serialismo. O compositor ordena, inicialmente, todas as 12
notas da escala cromática, segundo uma ordem de sua própria escolha. Forma então
uma seqüência de notas, a serie fundamental em que vai basear toda a composição.
Representantes: Webem e Berg.

NEOCLASSICISMO
Estilo de música do século XX caracterizado pela forte reação do romantismo
tardio. As tessituras extremamente espessas e congestionadas, exigindo uma massa
de executantes, foram substituídas por uma clareza de linhas e tessituras
característica da música anterior ao período romântico. A expressão de emoções
intensas era deliberadamente evitada. Alguns autores desse estilo beberam na fonte
dos clássicos dos séculos passados. O neoclassicismo denotava a reelaboração de
estilos, formas ou técnicas pertencentes a qualquer período anterior ao romantismo do
século XIX.

MÚSICA CONCRETA

No final da década de 40, o compositor francês Pierre Schaeffer começou a


fazer, no Estúdio de Ensaios da Radio Francesa, experiências com o que chamou
de musique concrete , música composta de forma “concreta”, diretamente sobre
fitas magnéticas, sem a abstração da simbologia musical. Os sons por ele
registrados eram sons naturais, como o de uma porta batendo, uma rolha saltando
da garrafa, etc. depois esse material era transferido para outra fita, em que os sons
eram misturados, superpostos e modificados de diversas maneiras.

MÚSICA ELETRÔNICA

Originou-se na Alemanha, na década de 50, e inclui todos os sons registrados


por microfones (como a música concreta) e também aqueles produzidos por geradores
eletrônicos de sons. O componente básico da produção sonora é o oscilador. Os sons
podem ser tanto “puros” (sem a série harmônica ou sobretons) como “impuros”,
dependendo da vontade do compositor. Outro tipo de sonoridade é o “som branco”,
um ruído parecido com uma rajada, obtido pela soma de todas as freqüências
audíveis.
Os sons podem ser eletronicamente modificados de varias maneiras, incluindo-
se o ajustamento de volume, a filtragem, a adição de vibratos (ondeamento),
reverberações (o retardamento do som, de modo que ele desapareça lentamente),
ecos (o som é repetido enquanto vai desaparecendo). Os sons podem ser mixados
juntos, sobrepostos, ou divididos em fragmentos distintos. Uma composição eletrônica
pode consistir somente em sons gerados eletronicamente, pré-gravados em fitas ou
manipulados ao vivo diante do público. Ou pode ser a combinação de sons com vozes
ou instrumentos, soando naturalmente ou transformados por processos eletrônicos, ao
vivo ou gravados.

MÚSICA ALEATÓRIA

Enquanto o serialismo total e a música eletrônica permitem que o compositor


tenha maior controle, a música aleatória procura maior liberdade, jogando com certo
grau de imprevisibilidade e de sorte, tanto no processo da composição, quanto durante
a execução da obra, ou em ambos os momentos. Ao executante se apresentam
diversas alternativas, cabendo-lhe escolher que notas ou que parte da música irá
tocas, e também em que ordem o fará. A altura das notas pode ser indicada, mas não
sua duração, ou vice-versa. Também se pode pedir que ele contribua com algumas
notas de sua escolha, tocadas de improviso. Em algumas peças, nem mesmo as notas
são fornecidas: apenas uma série de símbolos, um diagrama, um desenho, ou nada
mais que uma idéia, tudo para ser livremente interpretado. Cage e Stockhausen
fizeram uso de procedimentos aleatórios.

INFLUÊNCIA JAZZÍSTICA

Vários componentes estilísticos da música do século XX podem ser atribuídos


à influencia do Jazz norte-americano: grande vitalidade nos ritmos, efeito de surdina,
maior interesse pelos sons de percussão e instrumentos tocados em registros
estridentes.

Ravel, Milhaud, Gershwin, Kurt Weill, Stravinsky, Walton e Copland, são


compositores que enfatizaram deliberadamente muitos desses elementos jazzísticos
em alguns de seus trabalhos.

BLUES E JAZZ

A canção popular norte-americana atingiu status de arte com as cantoras


negras Bessie Smith e Billie Holiday como seus expoentes máximos. O blues tem sido
a mais eloqüente dádiva da América negra ao mundo da musica, exercendo grande
influencia sobre o Jazz e, a partir dos anos 50, também sobre o rock.

O Jazz teve suas raízes nas comunidades negras do sul dos Estados Unidos
no final do séc. XIX. Em New’ Orleans, a fusão das culturas negra e européia
possibilitou ao jazz formular e conquistar sua própria identidade a principio nos
“saloons” e bordéis e, depois, nos desfiles de rua que faziam parte da vida da cidade.
O ragtime, uma das primeiras formas de jazz (às vezes era composto e não
improvisado), ficou intimamente associado à execução em piano solo, tendo como seu
mais famoso representante o pianista e compositor negro Scott Joplin (1868-1917). No
inicio, a forma e a harmonia do jazz eram simples, a complexidade estava na maneira
como os executantes improvisavam coletivamente sobre melodias simples e no seu
domínio sobre o fraseado sincopado.

O jazz rumou para o norte, em direção a Chicago e outras cidades, antes de se


tornar conhecido internacionalmente. Louis Armstrong (1900-1971) foi um dos
primeiros a levar sua mensagem para fora de New Orleans, sua cidade natal. Como
trompetista e cantor, criou na década de 20, seu estilo próprio, instantaneamente
reconhecível, ao basear suas improvisações nas seqüências harmônicas e não
melodia propriamente dita. Tal procedimento conduziria nos anos 40, a execuções
jazzísticas nas quais, as vezes, a melodia original nem chegava a ser tocada, sendo
meramente sugerida por suas harmonias subjacentes. Embora o jazz na fase inicial de
Armstrong representasse predominantemente a música dos negros norte-americanos,
alguns músicos brancos como o trompetista Bix Biederbecke, também se destacaram.

ROCK

O rhythm and blues, derivado do blues, caracterizava-se por substituir a voz do


solista por um grupo e, por sua vez, deu origem aos Soul, inspirado no spiritual negro.
O reggae, um híbrido afro-jamaicano, teve sua origem na década de 60 e suas letras
abordam temas atuais. A música Country é o equivalente norte-americano das danças
folclóricas européias de séculos anteriores. Acima de tudo, porem o jazz inspirou o
rock, um híbrido das formas populares norte-americana como um blues, o rhythm and
blues, o gospel e a música country. Desde o advento do rock’n roll, nos anos 50, o
rock tem se firmado como a maior força da musica popular da atualidade.

Na década de 50, artistas negros como o guitarrista Chuck Berry rivalizaram


em popularidade com brancos como Buddy Holly e principalmente Elvis Presley (1935-
1977), que com sua presença e voz trêmula de barítono, encantou milhares de fãs.
Nos anos 60 merece destaque a Os Beatles, introduzindo um lirismo mais sofisticado
e os Rolling Stones que envolveram seus vigorosos números de dança com uma
sexualidade explicita. São muitos os nomes que fizeram e fazem sucesso no século
XX, bem como agora no século XXI, a exemplo: Bob Dylan, Jimmy Hendrix, The Who,
Pink Floyd, Genesis e Sex Pistols, e etc.

Questões

01) Vivemos em um período marcado pela grande quantidade de informações,


veiculadas em um ritmo acelerado pelos meios de comunicação e também pelas redes
sociais. O que circula por essa rede de informação e comunicação passa a fazer parte
de um arcabouço comum e coletivo, e a arte, particularmente a música, é veiculada
através desta rede, tornando-se mais acessível a todos.

Considerando esse contexto, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).

( ) As pessoas, especialmente os jovens, têm mais acesso à música, assim, possuem


um conhecimento mais aprofundado acerca desta linguagem artística.

( ) A massificação da arte deve ser combatida através da educação, evidenciando-se


outras formas de produção artística, como a arte erudita, a arte popular e a arte
contemporânea.
( ) É preciso repensar a educação musical, considerando não somente a música
veiculada pela mídia, mas também a produção musical que está à margem dos meios
de comunicação e redes sociais.

( ) Na atualidade, o que predomina é a cultura de massa, a massificação da arte, em


que a música apresenta-se como um meio de promover a igualdade entre as
diferentes classes sociais, já que é acessível a todos.

Considerando a análise feita anteriormente, a sequência correta é

A) V, V, V, F.

B) F, F, V, F.

C) F, V, V, F.

D) V, F, F, V.

02) Leia, a seguir, as características de alguns gêneros da música erudita.

I. Gênero musical em que o compositor fornece um determinado contexto dentro do


qual dá ao interprete a liberdade de improvisar, de inventar a própria música, jogando
com certo grau de imprevisibilidade e de sorte.

II. Música de ritmos irregulares, expressa de modo antifônico ou no estilo responsório,


sistema especial de escalas por meio de Modos e composta sobre textos latinos
religiosos.

III. Obra teatral com vários atos, inteiramente cantada com orquestra, exigindo de seus
executores técnica bastante apurada.

IV. Neste estilo os sons são criados artificialmente e podem ser eletronicamente
modificados de várias maneiras.

V. Estilo que tem como característica proporção e equilíbrio, comedimento, domínio de


linguagem, graça e beleza de linha melódica e de forma.

VI. Estilo que nega as regras de harmonia e tonalidade tradicionais utilizando nas
composições uma escala de doze semitons, segundo a ordem da escolha do
compositor.

De acordo com as características descritas anteriormente, é correto afirmar que os


estilos correspondem, respectivamente, a

A) Música Aleatória; Cantochão; Ópera; Música Eletrônica; Música Clássica;


Dodecafonismo.

B) Música Atonal; Monodia; Ária; Serialismo total; Barroco; Politonalidade.


C) Politonalidade; Oratório; Cantata; Música Programática; Renascentista; Música
Aleatória.

D) Música Aleatória; Cantochão; Cantata; Música Eletrônica; Barroco; Música Atonal.

MODERNISMO BRASILEIRO

PARTICIPANTES DA SEMANA
DE ARTE MODERNA DE 1922

“As novas e diversificadas visões


do real, desenvolvidas na arte
brasileira do período entre
guerras, apresentam uma
evolução diferente daquela dos
países culturalmente dominantes.
A história da arte moderna na
Europa, iniciada no século
passado, é um longo processo,
cada vez mais aprofundado, de
analise, decomposição e
desintegração do objeto; um
afastamento gradativo das
referencias ao real que leva, como
consequência lógica, à total
abstração, nas vésperas da
Primeira Guerra Mundial. A arte
moderna no Brasil, em sua
primeira grande etapa, mostra um
maior grau de abstração do real
exatamente no início, com as
proposições da vanguarda
modernista dos anos 20. Pode-se
dizer que a arte moderna aqui se
implanta não por evolução, mas
por revolução, pela ruptura
violenta com o Academicismo
ainda existente”.
Marta Rossetti Batista

“O aparecimento de um
novo espaço plástico no Brasil
ocorre dentro de um conjunto de
profundas modificações, pelas
quais passava a sociedade
brasileira. Em algumas décadas, a
escravatura havia sido abolida, a
República proclamada, a
imigração crescera, as industrias
surgiam e as cidades se
modernizavam.
O Modernismo vai ser uma expressão deste novo Brasil. O objetivo de artistas
e intelectuais será o de colocar a cultura brasileira coerente com a nova época, além
de torná-la um instrumento de conhecimento efetivo de seu país. Este projeto
ambicioso se afirmará no tempo como formador de uma nova consciência cultural
brasileira”.

Carlos Zílio, A Querela do Brasil: A questão da identidade na arte brasileira, p. 38

Grande fator que


contribuiu para o surgimento de
uma nova estética, de caráter
moderno, no universo cultural de
São Paulo, foi o crescente
processo de urbanização e
modernização desta cidade nas
primeiras décadas do século XX,
que a fez abandonar
gradativamente o aspecto
provinciano, propiciado em
especial pelo fortalecimento da
economia através do café e da
construção de industrias. A
modernização da cidade de São
Paulo despertou na elite
paulistana o interesse também por
uma arte que refletisse este
mesmo conceito de
“modernidade”, chegando a adotar
as tendências artísticas em voga
na Europa. Outra importante
contribuição para o surgimento de
um espaço moderno no universo
artístico de São Paulo foi dada
pelos filhos dos barões do café e
da elite cultural paulistana, que em
sua maioria viajavam para a
Europa no intuito de estudar e
uma vez lá, entravam em contato
com os principais eventos
artísticos e movimentos de
vanguarda, como o
expressionismo, o cubismo e o
surrealismo, trazendo para o
Brasil em seguida as influencias
exercidas por estes movimentos e
seus representantes. A crescente
presença de imigrantes europeus
em solo brasileiro no final do
século XIX e inicio do século XX
(italianos em São Paulo e
germânicos no sul do Brasil)
fortaleceu ainda mais este
processo de intercambio cultural.
O contato realizado entre
jovens artistas e intelectuais
brasileiros com a realidade
europeia, nas primeiras décadas
do século XX, fortaleceu ainda
mais a crença de que o universo
cultural brasileiro necessitava de
profundas transformações, uma
vez que o mesmo encontrava-se
ainda atrelado a valores e
cânones neoclássicos herdados
da Missão Artística Francesa.
Aquele era o momento ideal para
principiar um processo de
renovação no universo artístico
brasileiro em toda a sua
abrangência, no campo das letras,
das artes visuais, do teatro e da
música.
O pontapé inicial para o
processo de renovação do
universo artístico brasileiro foi
dado por Anita Malfatti que em
1917, recém-chegada da
Alemanha, realizou uma
exposição com trabalhos de nítida
influencia expressionista. Quadros
como A Boba e O Homem
Amarelo despertaram a fúria e a
critica de grupos conservadores
de São Paulo encabeçados pelo
escritor Monteiro Lobato que em
resposta a mostra, escreveu uma
critica intitulada Paranoia ou
Mistificação, depreciando
severamente tanto a obra de Anita
quanto à arte moderna. A
exposição de Anita foi crucial para
o surgimento de uma nova
estética, como afirma Zílio:

“A exposição
de Anita,
provocando o
choque da
modernidade,
vai permitir que
daí em diante o
movimento
moderno tome
um decisivo
impulso. Entre
sua exposição
em 1917 e a
Semana de Arte
Moderna em
1922, seria
ainda através
das artes
plásticas que o
movimento iria
consolidar-se”.

A crítica de monteiro
Lobato despertou a solidariedade
do universo artístico de São Paulo
em torno de Anita Malfatti,
motivando-os a se organizarem
para a efetiva oficialização de uma
arte moderna brasileira. Tal
oficialização iria ocorrer com a
realização de um evento que
reuniu os principais artistas
plásticos (pintores, desenhistas e
escultores), escritores, arquitetos
e músicos “modernos”, no Teatro
Municipal de São Paulo em 1922,
a Semana de Arte Moderna. A
ideia inicial da realização da
Semana coube ao ilustrador e
pintor Di Cavalcanti, como afirma
Aracy Amaral:

“Mas a
paternidade da
‘ideia da
Semana’, em
principio de
difícil atribuição
(inclusive Mário
de Andrade a
negou), cabe,
ao que parece,
em definitivo a
Di Cavalcanti,
principalmente
por começar a
concretizar-se
nos contatos
realizados a
partir de sua
exposição de
novembro na
livraria de
Jacinto Silva”.

Nos dias 13, 15 e 17 de


fevereiro de 1922 a cidade de São
Paulo presenciou, através da
Semana de Arte Moderna, o
surgimento de tendências de
caráter renovador nas artes que
se opunham radicalmente à
tradição. De fato, o critério inicial
para a participação era de que o
artista em sua obra apresentasse
traços de modernidade. A Semana
de 22 foi muito mais uma tentativa
de romper com o provincianismo
artístico que imperava em solo
brasileiro, mesmo que para tanto
artistas reproduzissem os traços
de artistas europeus sem de fato
compreender os objetivos e ideais
defendidos pelo Cubismo de
Picasso ou o Expressionismo de
Kokoschka, como afirma Zílio:

“A exposição da
Semana
mostrou a
dificuldade de
assimilação de
um novo
espaço plástico,
onde
predominou
apenas uma
desobediência
desorientada às
velhas regras.
Ali, todos se
consideravam
modernos e é
possível que
alguns, como Di
Cavalcanti, que
ainda não havia
saído do Brasil,
já conhecessem
o Cubismo
através de
gravuras. Os
trabalhos,
porém, situam-
se numa faixa
de transição,
uma vez que,
não sendo
acadêmicos,
também não
demonstravam
uma
compreensão
real do
significado e da
linguagem da
arte moderna”.

A Semana de Arte Moderna


representou o grande marco da
modernidade artística no Brasil,
abrindo as portas para o
desenvolvimento de
características que imprimissem
uma identidade nacional a esta
nova estética, diferenciando-a dos
movimentos europeus. Os anos
que sucederam a Semana
apresentaram dois novos artistas
que iriam integrar-se ao grupo
fortalecendo-o. Foram eles Tarsila
do Amaral e Cândido Portinari.
Tarsila do Amaral foi aluna
do pintor cubista Fernad Léger, e
durante a realização da Semana
ainda encontrava-se em Paris.
Sua obra veio aparecer no cenário
artístico brasileiro alguns anos
após a realização da Semana.
Sua pintura reproduz o formalismo
do cubismo de Léger, entretanto
utilizando “cores caipiras” como o
verde, o rosa e o azul, cores estas
que acompanharam a sua infância
nas fazendas de café. Os temas
que permeiam sua obra retratam
cenas urbanas e rurais, sempre
atreladas a realidade brasileira. A
obra de Tarsila pode ser dividida
em duas fases; Pau-Brasil, com a
predominância das cores caipiras
e da geometrização de frutas e
flores tropicais e a Antropofágica,
com a obra O Abaporu, que
propunha a adoção dos
movimentos estéticos modernos
europeus aliados a uma feição
brasileira.
Cândido Portinari foi o que
mais tardiamente integrou-se ao
grupo dos modernos, mesmo
sendo egresso da Escola Nacional
de Belas Artes. Toda a sua obra,
onde nota-se a nítida influencia
exercida por Picasso, será
composta a partir da mescla de
um desenho acadêmico com um
tratamento moderno. Cândido
Portinari ira atuar em especial na
segunda fase do modernismo,
com trabalhos de forte cunho
social.

Núcleo Bernadelli
Fundado em 12 de junho de 1931 por um conjunto de pintores comprometidos com a
oposição ao modelo de ensino da Escola Nacional de Belas Artes - Enba, o Núcleo
Bernadelli possuiu como metas centrais a formação, o aprimoramento técnico e a
profissionalização artísticos. "Queríamos liberdade de pesquisa e uma reformulação
do ensino artístico da Escola Nacional de Belas Artes, reduto de professores
reacionários, infensos às conquistas trazidas pelos modernos", afirma Edson Motta
(1910 - 1981), um dos líderes do grupo. Além de democratizar o ensino, o grupo
almejou permitir o acesso dos artistas modernos ao Salão Nacional de Belas Artes e
aos prêmios de viagens ao exterior, dominados pelos pintores acadêmicos. O nome do
grupo é uma homenagem clara a dois professores da Enba, Rodolfo Bernardelli (1852
- 1931) e Henrique Bernardelli (1858 - 1936), que no final do século XIX, insatisfeitos
com o ensino da escola, mas também movidos por interesses político-administrativos,
montam um curso paralelo na Rua do Ouvidor, no centro da cidade do Rio de Janeiro.
Participam do também denominado "ateliê livre", os pintores: Ado Malagoli (1906 -
1994), Bráulio Poiava (1911), Bustamante Sá (1907 - 1988), Bruno Lechowski (1887 -
1941), Sigaud (1899 - 1979), Camargo Freire (1908 - 1988), Joaquim Tenreiro (1906 -
1992), Quirino Campofiorito (1902 - 1993), Rescála (1910 - 1986), José Gomez
Correia, José Pancetti (1902 - 1958), Milton Dacosta (1915 - 1988), Manoel Santiago
(1897 - 1987), Yoshiya Takaoka (1909 - 1978) e Tamaki (1916 - 1979).
A criação do Núcleo Bernadelli remete a um contexto artístico, dos anos 1930 e 1940,
atravessado por tentativas de ampliação dos espaços da arte e dos artistas modernos,
por meio da criação de grupos e associações.

Grupo Santa Helena


A existência do Grupo Santa Helena, e outras associações de artistas, torna-se um
elemento fundamental para a consolidação da arte moderna em São Paulo nos
decênios de 1930 e 1940. No entanto, sua abordagem e a compreensão como grupo
não deixam de ser um desafio para os historiadores da arte brasileira. Sem programas
preestabelecidos, o Santa Helena surgiu da união espontânea de alguns artistas
que utilizavam salas como ateliê no Palacete Santa Helena, antigo edifício na Praça
da Sé, em São Paulo, a partir de meados de 1934. O primeiro deles é Francisco
Rebolo (1902 - 1980), que instalou seu escritório de empreiteiro e artista-decorador na
sala número 231 e começou a pintar em 1935. Nesse ano Mario Zanini (1907 - 1971)
dividiu a sala com Rebolo, posteriormente alugando a de número 233, compondo a
célula inicial do futuro agrupamento. Em datas diversas, uniram-se a eles, por ordem
de chegada, Manoel Martins (1911 - 1979), Fulvio Pennacchi (1905 - 1992), Bonadei
(1906 - 1974), Clóvis Graciano (1907 - 1988), Alfredo Volpi (1896 - 1988), Humberto
Rosa (1908 - 1948) e Rizzotti (1909 - 1972).

QUESTÕES
Cândido Portinari. Mestiço, óleo sobre tela, 1934.

Di Cavalcanti. Samba, óleo sobre tela, 1925.

No que se refere às imagens apresentadas e a seus autores, assinale a opção correta.

A) Os artistas citados buscavam retratar, nas suas pinturas, a mestiçagem na


sociedade brasileira.

B) Na obra de Portinari, a figura retratada está em segundo plano.

C) Os artistas das obras apresentadas exploram temas distantes da realidade


brasileira.

D) As obras retratadas ganham expressão por meio de volumes e formas geométricas.


É um dos artistas que melhor traduziram nosso povo e sua obra é considerada uma
das mais brasileiras pelos temas abordados. Sua pintura possui características
peculiares com figuras humanas que sugerem volumes e pés enormes, como se as
pessoas fossem continuidade da terra, sempre representada em tons de vermelho.
Entre seus quadros mais conhecidos estão: “Café”, “Futebol”, “Arrastão” e “Menino
Soltando Pipas”. Pintou também painéis: “Tiradentes”, para o Memorial da América
Latina, e “A Guerra e a Paz”, para a sede da ONU. Trata-se de

A) Cândido Portinari.

B) Delson Uchoa.

C) Ismael Nery.

D) Aldemir Martins.

E) Cícero Dias.

(UEL)Na década de 20, anos pioneiros do modernismo, artistas como Brecheret,


Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral expressaram em suas obras a visão de mundo
daquele período. Observe as reproduções a seguir, respectivamente, de
Brecheret, Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral, e assinale a alternativa que
corresponde aos conteúdos expressos pelos artistas.
a) Potência e força; malícia e sensualidade; brasilidade e imaginário popular.
b) Brasilidade e imaginário popular; religiosidade e espiritualidade; malícia e
sensualidade.
c) Malícia e sensualidade; suavidade e lirismo; dramaticidade e ansiedade.
d) Brejeirice e volúpia; devoção e espiritualidade; potência e força.
e) Religiosidade e espiritualidade; dramaticidade e ansiedade; malícia e
sensualidade.
Em fevereiro de 1922, realizou-se na cidade de São Paulo a Semana de Arte
Moderna. Foram três dias de manifestações artísticas com propostas
inovadoras, exposições de arte, concertos musicais, conferências, dança e
recitais de poesia que mudaram os rumos da arte brasileira. Sobre a Semana de
Arte Moderna, é correto afirmar:
a) Foi produzida por jovens artistas preocupados sobretudo em propagar os ideais
do Futurismo italiano.
b) Revolucionou a estética vigente e proporcionou o desenvolvimento de novas
concepções artísticas no Brasil.
c) Pretendia difundir no Brasil manifestações idênticas às da arte moderna
européia.
d) Assumiu-se como desenvolvimento natural do Neoclássico, instaurado pela
criação da Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, no século XIX.
e) Representou a consolidação da arte clássica, alcançando uma correspondência
perfeita entre estética e natureza.

31.(UEL) “Carnaval em
Madureira” é parte integrante da
fase Pau-Brasil de Tarsila do
Amaral.

Com base na obra e nos conhecimentos sobre o “Manifesto Pau-Brasil”, de


Oswald de Andrade, é correto afirmar:
a) A obra de Tarsila do Amaral reflete profunda tristeza acerca da dura vida na
favela, sendo esta mesma tristeza professada no “Manifesto Pau-Brasil”.
b) A Torre Eiffel no meio da favela reforça uma das idéias contidas no “Manifesto
Pau-Brasil”: a arte européia sempre foi superior à arte brasileira.
c) Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade propõem uma arte ligada às raízes
culturais brasileiras, não perdendo de vista a expressão artística moderna.
d) Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade criticam os costumes da população
brasileira, vistos como fatores de atraso cultural.
e) A obra “Carnaval em Madureira” e o “Manifesto Pau-Brasil” fazem uma crítica
ao Modernismo europeu.
34.(UEL)Observando estas
obras de Di Cavalcanti e
Cândido Portinari,
respectivamente, é correto
afirmar:
a) São representações naturalistas e, portanto, não atendem aos ideais
modernistas.
b) Seus personagens recebem tratamento formal que transcende o mero registro.
c) Somente Carnaúba pode ser considerada modernista, por seu conteúdo social.
d) Ambas rompem com a tradição figurativa e com a realidade exterior à obra.
e) São concessões dos artistas ao gosto estabelecido pela elite cultural do país.

36. (UEL) Analise as imagens e


leia o texto a seguir:
“[...] O artista expressionista
transfigura assim todo o espaço.
Ele não olha: vê; não narra: vive;
não reproduz: recria; não
encontra: busca. A concatenação
dos fatos – fábricas, casas,
doenças, prostitutas, gritos e fome
– é substituída por sua
transfiguração [...].” (MICHELI,
Mário. As vanguardas artísticas.
São Paulo: Martins Fontes, 1991.
p. 75.)
Com base no texto e nos
conhecimentos sobre arte
brasileira, é correto afirmar que
as imagens que se aproximam
do expressionismo são:
a) 1 e 2.

b) 1 e 4.

c) 3 e 4.

d) 1, 2 e 3.

e) 2, 3 e 4.

Analise as figuras e responda às questões a seguir.

Ao longo do tempo, o tema trabalho tem aparecido na obra de diferentes artistas.


Cândido Portinari, um dos artistas mais representativos da arte brasileira, apresenta,
em 1934, a pintura “Lavrador”. Em 1985, Sebastião Salgado fotografa um trabalhador
rural da região cacaueira. Com base nas imagens e nos conhecimentos sobre o tema,
considere as afirmativas a seguir.
I. Em ambas as imagens, a condição de trabalhador se revela nos instrumentos e no
corpo dos indivíduos.

II. Ambas demonstram a busca da elegância e do requinte formal pelos artistas que se
atêm à minúcia descritiva dos objetos representados.

III. Ambas enaltecem o homem trabalhador, valorizando a sua imagem, a despeito das
condições em que vive e trabalha.

IV. A pintura de Portinari apresenta uma visão pessoal e poética do artista,


diferentemente da fotografia que se limita a registrar um fato. Estão corretas apenas
as afirmativas:

a) I e III.

b) I e IV.

c) II e IV.

d) I, II e III.

e) II, III e IV.

Cândido Portinari e Sebastião Salgado, recorrendo a distintas manifestações


artísticas, respectivamente pintura e fotografia, podem ser considerados
“intérpretes do Brasil”. Com base na leitura das imagens, é correto afirmar:

A) Pintor e fotógrafo, independentemente de uma posição temporal e de um lugar


social, oferecem uma interpretação da sociedade brasileira que
acentua as mudanças no mundo do trabalho no campo.

B) Os dois artistas representam com imparcialidade o trabalhador rural brasileiro de


suas épocas, sem intenção de problematizar a relação capital-trabalho.

C) As duas obras oferecem uma compreensão plena sobre o mundo do trabalhador


rural, sendo excludentes em suas narrativas, uma vez que a

pintura representa uma situação fictícia que rompe com o passado.

D) A fotografia supera a interpretação anterior do pintor, eliminando o valor e a


necessidade dela para se compreender o mundo do trabalho no campo.

E) O mundo do trabalhador rural brasileiro é (re)conhecível pelo diálogo e confronto


entre as diferentes interpretações feitas em épocas distintas,

que oferecem um sentido à realidade.

ENEM 2007

Sobre a exposição de Anita Malfatti, em 1917, que muito influenciaria a Semana de


Arte Moderna, Monteiro Lobato escreveu, em artigo intitulado Paranóia ou Mistificação:

Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem as coisas e em


consequência fazem arte pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para
a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres
(...) A outra espécie é formada dos que vêem anormalmente a natureza e a
interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das escolas
rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva (...). Estas
considerações são provocadas pela exposição da Sra. Malfatti, onde se notam
acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das
extravagâncias de Picasso & Cia.

O Diário de São Paulo, dez/1917.

Em qual das obras abaixo se identifica o estilo de Anita Malfatti criticado por Monteiro
Lobato no artigo?
ENEM 2010
Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou
a cultura nacional do inicio do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita
se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras
críticas de Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a
cultura brasileira, Anita Malfatti e outros artistas modernistas

A) Buscavam libertar a arte brasileira das normas acadêmicas européias, valorizando


as cores, a originalidade e os temas nacionais.
B) Defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma
irrestrita, afetando a criação artística nacional.
C) Representaram a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo
como finalidade a prática educativa.
D) Mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma
liberdade artística ligada à tradição acadêmica.
E) Buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas
abordados.

DANÇA MODERNA

A Dança Moderna, emergida nos últimos anos do século XIX e firmada


nos primeiros anos do século XX, tem raízes e intenções bem distintas. Os bailarinos
dançam descalços, trabalham com contrações, torções, desencaixes, lesões etc. Seus
movimentos são mais livres, embora ainda respeitem uma técnica organizada. Recusa
o apoio nas pontas dos pés como um catalisador dos movimentos e coloca o eixo de
seu trabalho no tronco, no contato, na queda, na improvisação, na respiração, no
movimento da coluna e das articulações, em diferentes graus de tensão/relaxamento
muscular, e também o trabalho no chão.

Entre os principais artistas que começaram este movimento estão as


americanas: Loie Fuller (1862–1928), Isadora Duncan (1877–1927), Ruth St
Dennis (1879–1968) E Martha Graham (1894–1991); o suíço Emile Jacques
Dalcroze (1865–1950); a alemã Mary Wigman (1886–1973) e o húngaro Rudolf von
Laban (1879–1958). Com técnicas e estilos muito diferentes, o que tinham em comum
era a insatisfação com as opções disponíveis para bailarinos em sua época e seu
objetivo último era transmitir ao seu público um senso de realidade interior e exterior.

Dança moderna no Brasil


Com a Segunda Guerra Mundial chegaram ao Brasil diversos artistas
renomados que procuraram escapar deste conflito, trazendo consigo novas ideias no
campo estético que contribuíram para a divulgação das propostas modernas de dança
no país. Luiz Arrieta, Maria Duschenes, Marika Gidali, Maryla Gemo, Nina
Verchinina, Oscar Araiz, Renée Gumiel e Ruth Rachou. A maioria se instalou no
eixo Rio - São Paulo, colaborando através de seus ensinamentos para a formação de
uma nova geração de dançarinos conectados às propostas da dança moderna.

APOSTILA DE ARTE

PROF. Meiriluce

MÚSICA POPULAR BRASILEIRA

A MPB surgiu a partir de 1966, com a segunda geração da Bossa Nova. Na


prática, a sigla MPB anunciou uma fusão de dois movimentos musicais até então
divergentes: a Bossa Nova e o engajamento folclórico dos Centros Populares de
Cultura da União Nacional dos Estudantes, os primeiros defendendo a sofisticação
musical e os segundos a fidelidade à música de raiz brasileira. Seus propósitos se
misturaram e, com o golpe de 1964, os dois movimentos se tornaram uma frente
ampla cultural contra o regime militar, adotando a sigla MPB na sua bandeira de luta.

Depois, a MPB passou a abranger outras misturas de ritmos – como


a rock, soul e samba, dando origem a um estilo conhecido como samba-rock, a
do música pop e do Samba, tendo como artistas famosos Gilberto Gil, Chico
Buarque e outros, e no fim da década de 1990 a mistura da música latina, influenciada
pelo reggae e o samba, dando origem a um gênero conhecido como Samba reggae.

Apesar de abrangente, a MPB não deve ser confundida com Música do Brasil,
a qual abarca diversos gêneros da música nacional dentre os quais o baião, a bossa
nova, o choro, o frevo, o samba-rock, o forró, o Swingue e a própria MPB.

ALGUNS NOMES IMORTALIZADOS NA HISTÓRIA DA MÚSICA BRASILEIRA.

 CHIQUINHA GONZAGA - Francisca Edwiges Neves, a


Chiquinha Gonzaga, nasceu no Rio de Janeiro, a 17 de outubro de 1847.
Filha de uma família ilustre do Império, Chiquinha Gonzaga educou-se com o
Cônego Trindade e com o Maestro Lobo, casando-se, aos treze anos, com
Jacinto Ribeiro do Amaral, um oficial da Marinha Mercante. O casamento durou
o tempo de transformar Chiquinha em mãe de cinco filhos. Ela não aguentou
mais a reclusão do navio onde seu marido servia e as ordens dele para que ela
não se envolvesse com a música. Naquela época, uma mulher que
abandonasse o marido tornava-se responsável por uma "vergonha" que devia
enfrentar sozinha. Depois de mais uma experiência amorosa frustrante,
Chiquinha Gonzaga compreendeu sua falta de vocação para o casamento.
Passou, então, a viver como mulher independente, situação em que pôde
revelar sua verdadeira personalidade. Trabalhou como professora de piano e
obteve grande sucesso, tornando-se também compositora de polcas, valsas,
tangos e cançonetas. Ao mesmo tempo, juntou-se a um grupo de músicos de
choro, com quem tocava em festas. Foi a necessidade de adaptar o som de
seu piano ao gosto popular que lhe valeu a glória de se tornar a primeira
compositora popular do país. O sucesso de Chiquinha Gonzaga começou em
1877, com a polca "Atraente". A partir da repercussão de sua primeira
composição impressa, Chiquinha resolveu se lançar no teatro de variedades.
Estreiou compondo a trilha da opereta de costumes "A Corte na Roça", de
1885. Em 1934, aos 87 anos, Chiquinha Gonzaga escreveu a partitura da
opereta "Maria". Chiquinha compôs as músicas de 77 peças teatrais, tornando-
se responsável por cerca de 2000 composições. Em 1897, todo o Brasil
dançou sua estilização do corta-jaca, sob a forma de tango "Gaúcho", mais
conhecido como "Corta-Jaca". Dois anos depois, compôs "Ó Abre Alas", a
primeira marcha carnavalesca que se tem notícia. E foi cercada dessa glória
que Chiquinha Gonzaga viveu até 28 de fevereiro de 1935, às vésperas do
carnaval, festa que ela tanto amava.

 VILLA-LOBOS
Heitor Villa-Lobos nasceu a 5 de março de 1887, no Rio de Janeiro. Filho de
Noêmia Villa-Lobos e Raul Villa-Lobos, funcionário da Biblioteca Nacional e músico
amador. Recebeu sua primeira instrução musical aos seis anos, vinda do pai, que
adaptou uma viola para que o filho pudesse estudar violoncelo.
Sua formação musical foi muito influenciada pelas noites de sábado da casa
dos Villa-Lobos que recebiam grandes nomes da época para cantar e tocar até de
madrugada. Sua tia Fifinha lhe apresentou os Prelúdios e Fugas do Cravo bem
temperado de J. S. Bach, compositor que lhe serviu como fonte de inspiração para a
criação das nove Bachianas Brasileiras.
Seus biógrafos afirmam que ele estudou no Instituto Nacional de Música, mas o
próprio Villa-Lobos disse que detestava tal escola. Autodidata, viajou pelo interior do
Brasil pesquisando seu folclore e entrando em contato com uma música diferente da
que estava acostumado a ouvir: modas caipiras, tocadores de viola e outros tipos que
mais tarde viriam a universalizar-se através de suas obras.
Villa-Lobos passa a apresentar-se oficialmente como compositor a partir de 1915,
com uma série de concertos no Rio de Janeiro. Foi duramente criticado pela imprensa
pela “modernidade de sua música”. Em fevereiro de l922, participou da Semana de
Arte Moderna apresentando, dentre outras obras, as Danças características africanas.
Começa a ganhar a Europa em l923. No seu retorno de Paris, no ano seguinte,
Manuel Bandeira saudava-o da seguinte maneira: “Villa-Lobos acaba de chegar de
Paris. Quem chega de Paris espera-se que chegue cheio de Paris. Entretanto, Villa-
Lobos chegou cheio de Villa-Lobos”.
Retorna à Paris em l927, para organizar concertos e publicar várias obras. No
segundo semestre de 1930, volta provisoriamente ao Brasil para a realização de um
concerto em São Paulo. Apresenta um revolucionário plano de Educação Musical à
Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e, com a aprovação do mesmo,
acaba mudando-se definitivamente para o Brasil.
Após dois anos de trabalho em São Paulo, Villa-Lobos foi convidado pelo
Secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro - Anísio Teixeira - para organizar
e dirigir a Superintendência de Educação Musical e Artística (Sema), que introduzia o
ensino da Música e o Canto Coral nas escolas. Apoiado pelo então Presidente da
República, Getúlio Vargas, organizou Concentrações Orfeônicas, chegando a reunir,
sob sua regência, até 40 mil escolares. Em 1942, criou o Conservatório Nacional de
Canto Orfeônico.
Convencido pelo Maestro Leopold Stokowski, seu amigo desde Paris, aceitou, em
1944, o convite do Maestro norte-americano Werner Janssen para uma turnê pelos
EUA, para onde voltou várias vezes.
Heitor Villa-Lobos morreu de câncer em 17 de novembro de 1959, no Rio de
Janeiro.

MÚSICA POPULAR BRASILEIRA

LUNDUS E MODINHAS

Durante os dois primeiros séculos de colonização - séculos XVI e XVII, o que


se ouvia em termos de música no Brasil constituía-se, além dos cânticos religiosos,
nos cantos de danças rituais indígenas, nos batuques dos africanos, quase sempre
também rituais, e nas cantigas dos europeus colonizadores. Os cantos indígenas
costumavam ser acompanhados por instrumentos de sopro, como flautas e apitos, e
por maracás e bate-pés. Nos cantos dos africanos, eram utilizados tambores,
atabaques, marimbas, palmas, xequerés e ganzás. A música dos europeus, por sua
vez, ainda continha ecos dos gêneros medievais: serranilhas, xácaras, coplas e
romances. A interinfluência desses gêneros, concomitante com o desenvolvimento do
processo de heterogeneização da população (mistura de raças, formação de novas
classes sociais, etc.) mostrou-se expressiva a partir de meados do século XVIII,
fazendo-se representar pelas modinhas e lundus.

O Lundu e a Modinha foram, os primeiros gêneros nacionais com os quais


nosso caráter musical se firmou: o Lundu, criado nas ruas, tinha ritmo agitado e
sincopado e melodia simples com resquícios modais, sendo basicamente negro; a
modinha, filha dos salões, tinha ritmo dolente, melodia de inspiração operística e
harmonia elaborada, sendo basicamente branca. Do Lundu vieram o chorinho, o
samba, o baião, as marchinhas e os gêneros de caráter ritmado e irreverente. Da
Modinha, vieram a seresta, o samba-canção, e os gêneros de cunho lírico e
sentimental.

BOSSA NOVA

Na primeira metade da década de 1960 a bossa nova passaria por


transformações e, a partir de uma nova geração de compositores, o movimento
chegaria ao fim já na segunda metade daquela década. Uma canção que marca o fim
da Bossa Nova e o início daquilo que se passaria a chamar de MPB é Arrastão,
de Vinícius de Moraes (um dos precursores da Bossa) e Edu Lobo (músico novato que
fazia parte de uma onda de renovação do movimento, marcada notadamente por um
nacionalismo e uma reaproximação com o samba tradicional, como de Cartola).

Arrastão foi defendida, em 1965, por Elis Regina no I Festival de Música Popular
Brasileira (TV Excelsior, Guarujá–SP). A partir dali, difundiriam-se artistas
novatos, filhos da Bossa Nova, como Geraldo Vandré, Taiguara, Edu Lobo e Chico
Buarque de Hollanda, que apareciam com frequência em festivais de música popular.
Bem-sucedidos como artistas, eles tinham pouco ou quase nada de Bossa Nova.
Vencedoras do II Festival de Música Popular Brasileira, (São
Paulo em 1966), Disparada, de Geraldo, e A Banda, de Chico, podem ser
consideradas marcos desta ruptura e mutação da Bossa para MPB.

Tom Jobim e Vinícius de Moraes, parceiros de pouco tempo, mas já muito


entrosados, ensinavam a Elizeth Cardoso as canções do disco, que para os
estudiosos é o marco inicial da Bossa Nova. O trabalho ainda era fortemente marcado
pelo então moribundo samba-canção, mas nas faixas Chega de Saudade e Outra vez
ganhava contornos inovadores graças à participação do músico baiano.

Para muitos, porém, foi o 78 rpm de João Gilberto, com arranjos de Tom e que trazia
as canções Chega de Saudade e Bim Bom, que estabeleceu, com todas as suas
características, o estilo que ganharia o mundo.
Timidamente, como o próprio artista costumava agir, a gravação, realizada no Rio em
julho de 58, chegou a São Paulo, ganhou propaganda boca-a-boca, tornou-se cult, e
aquela voz baixinha, acompanhada pela estranha batida, mudou o rumo da MPB.

A origem da expressão "Bossa Nova" para designar o movimento que se seguiria é


discutida ainda hoje. O LP Chega de
Saudade trazia o termo na faixa
Desafinado ("Isso é bossa nova, isso é
muito natural..."). Também atribuiu-se o
nome ao jornalista Moisés Fuks, na época
da redação da Última Hora. No texto de
divulgação de um show que ele organizou,
e que reuniu gente como Sylvia Telles,
Chico Feitosa, Carlos Lyra e Nara Leão,
Fuks prometia "uma noite bossa nova".

É claro que João Gilberto não criou a


Bossa Nova sozinho. São apontados
como antecessores o pianista Johnny Alf,
o cantor Tito Madi, a cantora Sylvia Telles
e o próprio Jobim de anos anteriores. Tampouco o estilo era feito só de violão e voz
sussurrada. Uma das características da bossa era a de cantar a alegria, o amor bem
resolvido, a praia, o alto astral, enfim, numa contraposição à madrugada, à fossa, à
dor-de-cotovelo, que o samba-canção louvava. O movimento também teve seus
detratores. Antônio Maria, autor de sambas-canções como Ninguém me ama, foi um
dos primeiros. Nenhum teve a virulência do crítico musical José Ramos Tinhorão, para
quem a Bossa Nova nunca passou de "uma montagem da música norte-americana,
uma adaptação servil do cool jazz".

A Bossa Nova chega à maturidade depois de ter sido cooptada pelo movimento
estudantil pré-golpe de 64, adotada pela turma dos CPC (Centros Populares de
Cultura), chegado aos morros com João do Vale e Zé Kéti, passado por um racha com
Nara Leão e Elis Regina, Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli, e gerado subgêneros que se
multiplicam até hoje, não apenas no Brasil. Esta especial conta um pouco desta
história e de seus personagens.

 TROPICÁLIA

Em 1964, o presidente João


Goulart (Jango) propôs uma série de
reformas de base para atenuar o grave
problema da desigualdade social no Brasil.
Contra sua visão se chocou a da direita,
que preconizava uma modernização
conservadora. Com a participação do
Congresso, das classes média e alta, essa
facção venceu, com a deposição de Jango
e a tomada do poder pelos militares. O golpe, apoiado pelos americanos, rompeu o
jogo democrático. A concentração de renda foi promovida como forma de expansão
capitalista. Castelo Branco se tornou o primeiro de uma série de generais-presidentes
ditatoriais. Seu substituto foi Costa e Silva, que governou o país de 1967 a 1969 com
mais poder ainda.

Culturalmente, o país fervilhava. A intensa produção ia das peças do Teatro


Oficina às do Opinião e de Arena, das canções de protesto às músicas da jovem
guarda, passando pelos filmes do cinema novo. Em todas as áreas mantinha-se acesa
uma polêmica que opunha experimentalismo e engajamento, participação e alienação.
Em 1968 o antagonismo se radicalizou. No campo da música, houve um confronto
entre os artistas nacionalistas de esquerda e os vanguardistas do Tropicalismo. Estes
se exprimiram contra o autoritarismo e a desigualdade. Mas propuseram a
internacionalização da cultura e uma nova expressão do país, não restrita ao discurso
político.

Também no terreno político, 1968 foi o ano em que as tensões chegaram ao


máximo. As greves operárias e as manifestações estudantis - com a conseqüente
repressão policial - se intensificaram. As guerrilhas rural e urbana aumentaram suas
ações. Com o crescimento da oposição, Costa e Silva, pressionado pela extrema
direita, respondeu com o endurecimento político. Em dezembro, o Ato Institucional nº 5
decretou o fim das liberdades civis e de expressão, sacramentando o arbítrio.

 JOVEM GUARDA

O movimento intitulado Jovem


Guarda foi a resposta brasileira à
invasão do rock inglês,
especialmente aos Beatles - reação
que chegou a ser externada na
música Betlemania, de Erasmo
Carlos, onde ele cantava: "vou
acabar com a beatlemania ... se eu
não puder na mão, vou até de pau ...
podem vir todos os quatro" ... etc ...
Perdida a inglória batalha, Renato e
Seus Blue Caps com Menina Linda/I
Should Have Know Better assinaram
definitivamente a rendição aos
cabeludos de Liverpool, depois
levada a extremos com centenas de
covers e versões, que incluiu até
mesmo a gravação de Lady Madona pelos Mutantes. A resistência inicial, no entanto,
serviu para afirmar uma identidade própria para o rock brasileiro dos anos sessenta,
que por meio da Jovem Guarda criou uma linguagem particular e nacional para a
música jovem.
Com o nome ironicamente tirado de um livro de Vladimir Ilich Lenin, o líder da
Revolução Soviética - segundo consta, idéia do publicitário Carlito Maia - a Jovem
Guarda envolveu o conjunto da juventude brasileira, com diversos programas de
televisão, shows pelo país e milhares de discos gravados, entre lps e compactos.
Explodindo com clássicos como Quero Que Vá Tudo Para o Inferno, Festa de
Arromba, O Calhambeque, Splish Splash e Vem Quente Que Estou Fervendo, entre
outras, a nova onda logo se transformou em mania nacional, com direito a grifes de
roupas, como as calças Zé Beto, e toda sorte de bugigangas com as marcas dos
ídolos do movimento. Afastados dos conflitos políticos, que se agravaram com o golpe
militar de 1964, mas nem por isso alienada culturalmente, a Jovem Guarda cultivou o
caminho para a tropicália, que fundiria rock, MPB e discurso político, a partir de 1967.
O programa mais famoso, Jovem Guarda - apresentado por Roberto, Erasmo
Carlos e Wanderléa, levado ao ar na Televisão Record de São Paulo -, atraiu
imediatamente a atenção de milhares de jovens, que assistiam aos domingos à tarde a
sucessão de novos ídolos. Em 1966, sob o comando de Roberto Carlos, o I Festival de
Conjuntos da Jovem Guarda, do qual participaram cerca de 5 mil grupos, classificou
em primeiro lugar o grupo paulista Loupha, com o cover para I Can’t Let Go, dos
ingleses The Hollies. Nas classificatórias regionais, destacaram-se os grupos The
Cleans, de Porto Alergre, e The Jungle Cats, de Belo Horizonte, ganhadores dos
festivais em suas respectivas regiões, e The Bubbles, o futuro A Bolha nos anos
setenta, do Rio de Janeiro.
Integraram a Jovem Guarda, além dos já citados, grupos que ficaram na história do
rock nacional, como The Bells, The Jordans, The Jet Black, Os Brasas, The Fevers,
The Clevers (depois, Os Incríveis), The Sunshines, Os Canibais, Os Jovens, The
Youngsters e The Brazilian Bitles, que gravaram repertório próprio e versões, em sua
maioria feitas por Fred Jorge, Rossini Pinto e Gileno (Leno). Também destacaram-se
intérpretes como Ronnie Von, Eduardo Araújo, Jerry Adriani, Sérgio Reis, Wanderley
Cardoso, Bobby DiCarlo, Ed Wilson e cantoras como Meire Pavão, Valdirene, Cleide
Alves, Rosemery, Silvinha e Vanusa. Ainda tiveram grande projeção as duplas e
grupos vocais, como Os Vips, Deny e Dino, The Golden Boys, Os Caçulas, Trio
Esperança, Leno e Lilian e Os Iguais, entre outros. E também compositores, como
Getúlio Côrtes (autor de 'Negro Gato') e instrumentistas, como o guitarrista Gato e o
tecladista Lafayette, entre outros.

Entre as dezenas de canções que fizeram história, destacaram-se, clássicos como


O Bom (Eduardo Araújo), Prova de Fogo (Wanderléa), Pensando Nela (Golden Boys),
Pobre Menina (Leno & Lilian) e Coruja, com a dupla Deny e Dino. Canções que pela
sua qualidade mantêm-se vivas até hoje em reedições, regravações com seus
intérpretes originais ou por meio de covers dos grupos atuais, que prestam seu tributo
aos desbravadores do gênero. Além da nostalgia, a Jovem Guarda consolidou-se ao
longo da história como um movimento musical que deu importante contribuição para a
formação afetiva, cultural e musical da juventude brasileira e da musicalidade nacional.

5 FATOS MARCANTES NA HISTÓRIA DA MPB QUE VOCÊ PRECISA SABER!

1. Os termos “MPB” e “samba” são mais antigos do que você pensa

O livro “Música Popular Brasileira”, de Oneida Alvarenga, foi publicado em 1945, antes
mesmo do surgimento da bossa nova e é certo que o termo já era usado antes do
livro. Já a palavra “samba” tem raízes ainda mais antigas. Historiadores gostam de
dizer que a canção “Pelo Telefone” foi o primeiro samba registrado em um disco, em
1917, mas naturalmente o gênero já existia há muito tempo. Em 1842 o frei Miguel do
Sacramento Lopes de Gama publicou estes versos em uma revista do Pernambuco:

Aqui pelo nosso mato,


Qu’estava então mui tatamba,
Não se sabia outra coisa
Senão a Dança do Samba

2. A MPB cresceu como contestação à ditadura

Bem no começo dos anos 60, ainda antes do golpe militar, era forte a produção do
Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE). A turma
produzia peças de teatro, fazia caravanas pelo Brasil e também compunha músicas.
Essa MPB praticada principalmente nas universidades ganharia força e exposição
após o golpe de 64, com os grandes festivais das emissoras de TV.

3. As letras de MPB são cheias de referências aos militares

Com a censura e a repressão rolando soltas, era difícil criticar o regime sem sofrer
duras consequências, mas os artistas sempre davam um jeito. Em “Viola Enluarada”
(1967), temos versos como: “a mão que toca um violão / se for preciso faz a guerra”.
Chico Buarque é o maior e mais famoso mestre nessa estratégia de burlar a censura.
Ouça “Apesar de Você” (1970): “Hoje você é quem manda / Falou, tá falado / Não tem
discussão (…) E inventou de inventar / Toda a escuridão (…) Apesar de você /
Amanhã há de ser / Outro dia“.

4. A música “Cálice” foi censurada ao vivo

A primeira apresentação da música “Cálice” chegou a ser censurada ao vivo no


próprio palco do show. Composta por Chico Buarque e Gilberto Gil, seria apresentada
em um evento da gravadora PolyGram em 1973, que reuniu em duplas os grandes
astros do seu catálogo. O título da canção e os versos, claro, são uma referência à
censura da época (cálice = cale-se). Numa ironia perversa, quando Chico e Gil
começaram a cantar, o microfone foi desligado. Irritado, Chico procurava outro, que
era cortado em seguida e assim por diante, até que todos os microfones foram
desligados.

5. A TV foi a grande aliada da MPB

Os festivais de música da TV Excelsior, da Record e da Globo, foram fundamentais


para a popularização da MPB e de seus artistas. O primeiro deles, em 1965, teve
como vencedora a canção “Arrastão” na interpretação de Elis Regina. Geraldo Vandré,
Milton Nascimento, Jair Rodrigues, Nara Leão e Caetano Veloso estão entre os
premiados da época.

Nas décadas de 1980 e 1990 começam a fazer sucesso novos estilos


musicais, que recebiam fortes influências do exterior. São as décadas do rock, do
punk e da new wave. O show Rock in Rio, do início dos anos 80, serviu para
impulsionar o rock nacional.Com uma temática fortemente urbana e tratando de temas
sociais, juvenis e amorosos, surgem várias bandas musicais. É deste período o grupo
Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, Titãs, Kid Abelha, RPM, Plebe Rude, Ultraje a
Rigor, Capital Inicial, Engenheiros do Hawaii, Ira! e Barão Vermelho. Também fazem
sucesso: Cazuza, Rita Lee, Lulu Santos, Marina Lima, Lobão, Cássia Eller, Zeca
Pagodinho e Raul Seixas.
Os anos 90 também são marcados pelo crescimento e sucesso da música sertaneja
ou country. Neste contexto, com um forte caráter romântico, despontam no cenário
musical : Chitãozinho e Xororó (principalmente com a regravação em português da
faixa “Words”, ao lado dos Bee Gees), Zezé di Camargo e Luciano, Leandro e
Leonardo e João Paulo e Daniel.

 Grande sucesso o grupo musical Mamonas Assassinas, bandas


de Rock Nacionais que fizeram sucesso na década de 90: Raimundos, Titãs,
Ira!, Capital Inicial, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, Legião Urbana,
Sepultura, Plebe Rude, Skank, Engenheiros do Hawaii, Nação Zumbi, Pato Fu,
Planet Hemp, Charlie Brown Jr.
 Bandas de Rock Internacionais que fizeram sucesso na década de 90:
Nirvana, Pearl Jam, U2, Dire Straits, Scorpions, Duran Duran, Guns N'Roses,
Metálica, A-ha, Blink-182, Iron Maiden, Radiohead SoundGarden, Green Day,
Alice in Chains.
 Cantores brasileiros que fizeram sucesso na década de 90: Jorge Ben Jor,
Zeca Pagodinho, Roberto Carlos, Tim Maia, Gabriel, o Pensador, Leandro e
Leonardo, Marisa Monte, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Cesar.
 Cantores internacionais que fizeram sucesso na década de 90: Prince,
Michael Jackson, Madonna, Jamiroquai, Ozzy Osbourne, Bon Jovi, Peter
Gabriel, Bryan Ferry, David Bowie, Shakira, Cristina Aguilera, Céline Dion.

O século XXI começou com o sucesso de grupos de rock com temáticas voltadas para
o público jovem e adolescente. São exemplos: Charlie Brown Jr, Skank, Detonautas e
CPM 22.

QUESTÕES

01) (ENEM-2010)

Opinião

Podem me prender
Podem me bater
Podem até deixar-me sem comer
Que eu não mudo de opinião.
Aqui do morro eu não saio não
Aqui do morro eu não saio não.

Se não tem água


Eu furo um poço

Se não tem carne


Eu compro um osso e ponho na sopa
E deixa andar, deixa andar...

Falem de mim
Quem quiser falar
Aqui eu não pago aluguel
Se eu morrer amanhã seu doutor,
Estou pertinho do céu
Zé Ketti. Opinião. Disponível em: http:/www.mpbnet.com.br.
Acesso em: 28 abr. 2010.
Essa música fez parte de um importante espetáculo teatral que estreou no ano
de 1964, no Rio de Janeiro. O papel exercido pela Música Popular Brasileira
(MPB) nesse contexto, evidenciado pela letra de música citada, foi o de
A) entretenimento para os grupos intelectuais.

B) valorização do progresso econômico do país.

C) crítica à passividade dos setores populares.

D) denúncia da situação social e política do país.

E) mobilização dos setores que apoiavam a Ditadura Militar.

02) (ENEM 2009) Nestes últimos anos, a situação mudou bastante e o Brasil,
normalizado, já não nos parece tão mítico, no bem e no mal. Houve um mútuo
reconhecimento entre os dois países de expressão portuguesa de um lado e do outro
do Atlântico: o Brasil descobriu Portugal e Portugal, em um retorno das caravelas,
voltou a descobrir o Brasil e a ser, por seu lado, colonizado por expressões
linguísticas, as telenovelas, os romances, a poesia, a comida e as formas de
tratamento brasileiros. O mesmo, embora em nível superficial, dele excluído o plano
da língua, aconteceu com a Europa, que, depois da diáspora dos anos 70, depois da
inserção na cultura da bossa-nova e da música popular brasileira, da problemática
ecológica centrada na Amazônia, ou da problemática social emergente do fenômeno
dos meninos de rua, e até do álibi ocultista dos romances de Paulo Coelho, continua
todos os dias a descobrir, no bem e no mal, o novo Brasil. Se, no fim do século XIX,
Sílvio Romero definia a literatura brasileira como manifestação de um país mestiço,
será fácil para nós defini-la como expressão de um país polifônico: em que já não é
determinante o eixo Rio-São Paulo, mas que, em cada região, desenvolve
originalmente a sua unitária e particular tradição cultural. É esse, para nós, no início do
século XXI, o novo estilo brasileiro.

STEGAGNO-PICCHIO, L. História da literatura brasileira.


Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004 (adaptado).

No texto, a autora mostra como o Brasil, ao longo de sua história, foi, aos
poucos, construindo uma identidade cultural e literária relativamente autônoma
frente à identidade europeia, em geral, e à portuguesa em particular. Sua análise
pressupõe, de modo especial, o papel do patrimônio literário e linguístico, que
favoreceu o surgimento daquilo que ela chama de “estilo brasileiro”. Diante
desse pressuposto, e levando em consideração o texto e as diferentes etapas de
consolidação da cultura brasileira, constata-se que

a) o Brasil redescobriu a cultura portuguesa no século XIX, o que o fez assimilar novos
gêneros artísticos e culturais, assim como usos originais do idioma, conforme ilustra o
caso do escritor Machado de Assis.
b) a Europa reconheceu a importância da língua portuguesa no mundo, a partir da
projeção que poetas brasileiros ganharam naqueles países, a partir do século XX.

C) ocorre, no início do século XXI, promovido pela solidificação da cultura nacional,


maior reconhecimento do Brasil por ele mesmo, tanto nos aspectos positivos quanto
nos negativos.

D) o Brasil continua sendo, como no século XIX, uma nação culturalmente mestiça,
embora a expressão dominante seja aquela produzida no eixo Rio-São Paulo, em
especial aquela ligada às telenovelas.

E) o novo estilo cultural brasileiro se caracteriza por uma união bastante significativa
entre as diversas matrizes culturais advindas das várias regiões do país, como se
pode comprovar na obra de Paulo Coelho.

03) (ENEM-2014) O Brasil é sertanejo

Que tipo de música simboliza o Brasil? Eis uma questão discutida há muito tempo, que
desperta opiniões extremadas. Há fundamentalistas que desejam impor ao público um
tipo de som nascido das raízes socioculturais do país. O samba. Outros, igualmente
nacionalistas, desprezam tudo aquilo que não tem estilo. Sonham com o império da
MPB de Chico Buarque e Caetano Veloso. Um terceiro grupo, formado por gente mais
jovem, escuta e cultiva apenas a música internacional, em todas as vertentes. E mais
ou menos ignora o resto.

A realidade dos hábitos musicais do brasileiro agora está claro, nada tem a ver com
esses estereótipos. O gênero que encanta mais da metade do país é o sertanejo,
seguido de longe pela MPB e pelo pagode. Outros gêneros em ascensão, sobretudo
entre as classes C, D e E, são o funk e o religioso, em especial o gospel. Rock e
música eletrônica são músicas de minoria.
É o que demonstra uma pesquisa pioneira feita entre agosto de 2012 e agosto de
2013 pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope). A pesquisa
Tribos musicais - o comportamento dos ouvintes de rádio sob uma nova ótica faz um
retrato do ouvinte brasileiro e traz algumas novidades. Para quem pensava que a MPB
e o samba ainda resistiam como baluartes da nacionalidade, uma má notícia: os dois
gêneros foram superados em popularidade. O Brasil moderno não tem mais o perfil
sonoro dos anos 1970, que muitos gostariam que se eternizasse. A cara musical do
país agora é outra.

GIRON, L. A. Época, n. 805, out. 2013 (fragmento).

O texto objetivo convencer o leitor de que a configuração da preferência musical dos


brasileiros não é mais a mesma da dos anos 1970. A estratégia de argumentação para
comprovar essa posição baseia-se no(a)

A) apresentação dos resultados de uma pesquisa que retrata o quadro atual da


preferência popular relativa à música brasileira.
B) caracterização das opiniões relativas a determinados gêneros, considerados os
mais representativos da brasilidade, como meros estereótipos.

C) uso de estrangeirismos, como rock, funk e gospel, para compor um estilo próximo
ao leitor, em sintonia com o ataque aos nacionalistas.

D) ironia com relação ao apego a opiniões superadas, tomadas como expressão de


conservadorismo e anacronismo, com o uso das designações “império” e “baluarte”.

E) contraposição a impressões fundadas em elitismo e preconceito, com a alusão a


artistas de renome para melhor demonstrar a consolidação da mudança do gosto
musical popular.

04) “Feche os olhos e sinta um beijinho agora

De alguém que não vive sem você

Que não pensa e nem gosta de outra menina

E tem medo de lhe perder”

O excerto acima, pertencente a uma banda da Jovem Guarda, é inspirado na


música de um grupo estrangeiro. Desta forma, podemos afirmar que o
movimento da Jovem Guarda foi influenciado:

a) pelos ritmos caribenhos.

b) pelo Blues latino.

c) pelo Jazz norte-americano.

d) pelo Rock n' roll norte-americano e britânico.

e) pela Música Popular Brasileira.

05) Em relação aos artistas da MPB e suas tendências, relacione as colunas:

I – Geraldo Vandré

II – Wanderleia

III – Chico Buarque

( ) Artista com influências do rock inglês e norte-americano, lidando com situações


rasas e não voltado para temas sociais.
( ) Artista com influências herdadas da Bossa Nova (mistura de jazz e samba).

( ) Artista que se negava a aceitar influências estrangeiras, tecendo críticas políticas e


sociais visando a preservação da cultura nacional.

A ordem correta, de cima para baixo, é:

a) I – II – III

b) II – I – III

c) I – III – II

d) II – III – I

e) III – I – II

06) O primeiro sucesso de Rock brasileiro apareceu na voz de Celly Campelo e


estourou em todas as rádios com Banho de Lua e Estúpido Cupido, na década de 60.
Em qual movimento musical brasileiro a cantora se enquadra:

a) Samba.

b) Bossa Nova.

c) Concretismo.
d) Jovem Guarda.

e) Tropicália.

07) Entre as características da Jovem Guarda brasileira, assinale a alternativa correta:

a) utilização da influências da Bossa Nova e Samba.

b) influência do Punk Rock norte-americano e suas respectivas vertentes.

c) utilização dos valores de contestamento ao sistema socio-político da época.

d) influência do Rock estrangeiro, sobretudo o Rock norte-americano e britânico.

e) utilização de influências da MPB para exaltar o governo brasileiro da época.

08) (ENEM – 2014) Por onde houve colonização portuguesa, a música popular se
desenvolveu basicamente com o mesmo instrumental. Podemos ver cavaquinho e
violão atuarem juntos aqui, em Cabo Verde, em Jacarta, na Indonésia, ou em Goa. O
caráter nostálgico, sentimental, é outro ponto comum da música das colônias
portuguesas em todo o mundo. O kronjong, a música típica de Jacarta, é uma espécie
de lundu mais lento, tocado comumente com flauta, cavaquinho e violão. Em Goa não
é muito diferente.

De acordo com o texto de Henrique Cazes, grande parte da música popular


desenvolvida nos países colonizados por Portugal compartilham um instrumental,
destacando-se o cavaquinho e o violão. No Brasil, são exemplos de música popular
que empregam esses mesmos instrumentos:

A) Maracatu e ciranda.

B) Carimbó e baião.

C) Choro e samba.

D) Chula e siriri.
E) Xote e frevo.

09. (UEL)Leia os versos da canção chamada “Tropicália”, composta por Caetano


Veloso, e observe as imagens a seguir:

“No pulso esquerdo o bang-bang

Em suas veias corre muito pouco sangue

Mas seu coração

Balança a um samba de tamborim

Emite acordes dissonantes

Pelos cinco mil alto-falantes

Senhoras e senhores

Ele põe os olhos grandes sobre mim”

Com base nos versos, nas imagens e nos conhecimentos sobre o tema, é correto
afirmar que o Movimento Tropicalista:
a) Impôs-se pela música, cuja preocupação era enaltecer as belezas do “país tropical,
abençoado por Deus e bonito por natureza”, cantadas por Jorge Ben.

b) Propôs uma transformação estética em que se valorizavam os temas nacionais


como é o Boi Bumbá e o samba, aspectos representativos de nossa cultura.

c) Foi uma conseqüência natural do que a Bossa Nova havia proposto na década de
1960 no Brasil, sendo por isso internacionalmente reconhecido.

d) Tinha a preocupação estética de explorar os ritmos regionais, cuja principal


referência é a música produzida pelos chamados “Novos Baianos”.

e) Propôs uma transformação estética plena em que os problemas nacionais e os


apelos sensoriais passaram a integrar a expressão artística.

10. (UEL)Considere as afirmativas sobre o movimento cultural do século XX.

I. O movimento hippie realizou uma crítica à sociedade de consumo, ao modelo


industrial de

produção e à ideologia do sucesso individual a qualquer preço.

II. Jovens rebeldes russos, influenciados pelo movimento de guerrilha latino-americana


de inspiração guevarista, iniciaram a glasnost e a perestroika.

III. Estudantes e operários em Paris, no ano de 1968, realizaram uma revolta criativa e
espontânea,

contestando o sistema político tradicional.

IV. O movimento da Jovem Guarda no Brasil foi criado para combater os efeitos
contestadores da Tropicália, disseminando o lema “Brasil ame-o, ou deixe-o”.

Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas.

a) I e III.

b) I e IV.

c) II e III.

d) I, II e IV.

e) II, III e IV.

11) "Caminhando contra o vento /Sem lenço, sem documento / No sol de quase
dezembro / Eu vou / [...] Por entre fotos e nomes / Sem livro e sem fuzil / Sem fome
sem telefone / No coração do Brasil / Ela nem sabe até pensei / Em cantar na
televisão / O sol é tão bonito /Eu vou / Sem lenço sem documento / Nada no bolso
ounas mãos / Eu quero seguir vivendo amor."
(CaetanoVeloso, música "Alegria Alegria")
Com base na letra da canção e nos conhecimentos sobre o tropicalismo, é correto
afirmar

a) ao criticar a sociedade por meio da construção poética, a canção questiona


determinada concepção de esquerda dos anos 1960.
b) a letra da canção mostra que os tropicalistas usavam a arte como instrumento para
a tomada do poder.
c) ao valorizar a aproximação com a mídia os tropicalistas colocaram num plano
secundário a qualidade estética de suas canções.
d) para o tropicalismo as transformações sociais precedem as mudanças ocorridas no
plano subjetivo.
e) a letra da canção enfatiza temas sociais e revela o engajamento do autor na
resistência política armada.

12) "[...] o modernismo induz intelectuais latino-americanos a redescobrir o povo, o que


pode levá-los a descobrir camponeses e operários, ou índios e negros. O vínculo com
a cultura universal não impõe necessariamente um caráter dependente ou alienado à
totalidade de nossa cultura". (IANNI, O. apud. PINSKY, J. et al. "História da América
através de textos". São Paulo: Contexto, 1994. textos e documentos, v. 4, p. 88.) Com
base no texto e nos conhecimentos sobre o tema é correto afirmar:
a) A produção cultural referente à época do modernismo caracterizou-se pela
valorização da mestiçagem entre europeus e indígenas como elemento fundamental
para o estabelecimento de uma identidade cultural homogênea aos países latino-
americanos.
b) No modernismo hispano-americano e brasileiro sobressaiu-se a tendência de linhas
retas e pouco uniformes, herança ainda dos artistas pertencentes à Escola Francesa,
trazida por D. João ao Brasil.
c) A produção cultural relativa à época moderna foi in.uenciada pelo positivismo,
permitindo que a "América" descobrisse a "América" através de novas formas de
retratar os povos americanos.
d) Vinculado a uma cultura universal, o modernismo não conseguiu tocar os
imaginários sociais sobre a questão das características próprias de cada país, sendo
que o olhar do europeu sobre a América é que se sobressaiu e foi valorizado nas
obras deste período.
e) O modernismo proporcionou aos artistas e intelectuais americanos a formação de
uma consciência social, de caráter nacional-popular, produzindo uma contraposição à
subordinação vivenciadas nesses territórios e valorizando a cultura nacional.
O frevo, o samba, o choro e a bossa nova são manifestações musicais da rica cultura
musical popular brasileira. Cada

um desses gêneros tem características históricas e estilísticas, que lhes são


peculiares. Leia atentamente os quatro
enunciados a seguir.

I. Considerada a primeira música popular urbana do Brasil, teve seu início nas rodas
boêmias do Rio de Janeiro. Sua

instrumentação tradicional é composta de cordas tangidas (cavaquinho,


violão, bandolim), sopros (flauta ou

clarineta) e percussão (pandeiro).

II. Movimento que surgiu na virada da década de 1960, representando uma


releitura contemporânea da música

popular. De caráter íntimo e sensível, sua estrutura harmônica e textural tomou


emprestado os matizes de correntes

pop americanas, em especial o cool jazz.

III. Surgido em Pernambuco, no final do século XIX, é uma mistura de elementos


musicais oriundos da marcha, do

maxixe e da capoeira.

IV. Originário do batuque, este gênero nasceu no recôncavo baiano, transferindo-se,


mais tarde, para o Rio de Janeiro,

onde se firmou como uma das principais manifestações culturais populares do Brasil.

Escolha a alternativa que contenha a correta associação entre os enunciados e o


gênero musical a que se refere

(A) I = choro; II = bossa nova; III = frevo; IV = samba

(B) I = frevo; II = samba; III = choro; IV = bossa nova

(C) I = choro; II = frevo; III = samba; IV = bossa nova

(D) I = frevo; II = bossa nova; III = choro; IV = samba

13) O texto abaixo: "Decepcionados com o presente e descrentes do futuro, negavam


o sistema através da música, da droga, como LSD, e da reclusão em comunidades
afastadas, onde o amor, o sexo e o corpo eram mais liberados e o contato com a
natureza era maior e cuidadosamente preservado. Acreditando no poder do amor e da
flor , buscavam a paz, o prazer, a liberdade e o lúdico, voltando-se para a dança e o
misticismo oriental." (Alves, Júlia Falivene. A INVASÃO CULTURAL NORTE-
AMERICANA. 16 ed., São Paulo: Moderna, 1988, p. 100). caracteriza o seguinte
movimento:

a) Naturismo
b) Hippie

c) Punk

d) Mangue beat

e) Tropicalismo

TEATRO BRASILEIRO

OS GRUPOS DE TEATRO NO BRASIL

OS COMEDIANTES

Muitos estudiosos e pesquisadores do teatro brasileiro apontam o surgimento do


grupo Os Comediantes, no Rio de Janeiro, como um marco inicial do verdadeiro
teatro contemporâneo no Brasil. Não há dúvida que pela repercussão e influência
que teve no meio teatral, o grupo merece este privilégio histórico.
Atores e diretores amadores se reuniram e lançaram-se à dura tarefa de reformular
a estética do espetáculo. Os comediantes colocaram o diretor no primeiro plano,
como os europeus já haviam feito. Mesmo assim, a atualização estética processou-
se com lentidão até a chegada do grande ator e diretor Ziembinski, um polonês que
aportou por acaso no Brasil, mas que passou a figurar definitivamente no panorama
do teatro brasileiro.

TEATRO BRASILEIRO DE COMÉDIA

O teatro brasileiro entrou em uma fase importante de desenvolvimento com o


aparecimento do TBC, que passa a dominar nossa vida teatral, ao mesmo tempo
que exerce profunda influência em outras companhias.
Criado em 1948, conta com o apoio de grandes diretores italianos e dele faziam
parte atores como: Cacilda Becker, Fernanda Montenegro, Paulo Autran etc.
Embora se tenha criticado a obra do TBC como sendo um teatro da burguesia para
a burguesia, com técnicas e repertórios importados, é inegável que o novo grupo de
teatro organizou definitivamente a estrutura profissional, colocando uma
dramaturgia de alto nível diante do público.

TEATRO DE ARENA

Em 1958, o Teatro de Arena, em oposição ao TBC, abriu-se para a dramaturgia


nacional com a peça Eles não usam Black-tie, de Gianfrancesco Guarniere, levando
o teatro paulista a redescobrir autores já consagrados, mas pouco encenados e a
lançar os novos.
Alertado com a linha nacionalista do Arena, o TBC, em 1960, monta a A semente,
de Guarniere, com direção de Flávio Rangel, enfrentando problemas com a
censura.
A função do Teatro de Arena foi capital para a dramaturgia brasileira de cunho
nacionalista e também foi a semente que germinou, dando-nos novos grupos de
teatro que se desenvolveram dentro dos mesmos ideais.

TEATRO OFICINA

Na década de 60, formam-se vários grupos teatrais universitários, levando à frente


a bandeira levantada pelo Arena. Embora mantendo a chama do ideal nacionalista,
os grupos estudantis caracterizavam-se pelas suas meteóricas encenações, mas
ao final da década uniram-se e formaram o mais importante conjunto teatral do país
na época, o Teatro Oficina, nascido dos corredores da faculdade de Direito.
As duas primeiras produções do Teatro Oficina deixaram bem claro o seu projeto
existencial. O Oficina, mantendo seu caráter nacionalista, encenou peças de
autores estrangeiros, quando as teses destes coincidiam com o seu projeto.
O Oficina manteve-se vivo até a década de 80, contando com a atuação de
Augusto Boal, além de artistas como José Celso Martinez Correia, Fernando
Peixoto e etc.

GRUPO OPINIÃO

Muitas águas turvas rolaram a partir do golpe de 1964, mas os homens de teatro,
dentro ou fora do país, não deixaram de continuar a luta pelos seus ideais
identificados com os do povo oprimido.
O Grupo Opinião nasce em 1964, no Rio de Janeiro, realizando seu primeiro
espetáculo em coprodução com o Arena de São Paulo.
Os espetáculos do Grupo Opinião caracterizavam-se mais como shows musicais,
apoiados nas personalidades já consagradas de seus interpretes, que passaram
rapidamente ao papel de personagens, ou melhor, de mitos, como João do Vale e
Zé Keti.
Liberdade, Liberdade, de Millôr Fernandes e Flávio Rangel, espetáculo marcante
pela coragem de dizer e cantar dramaticamente tudo o que o povo era obrigado a
calar, estreou a 21 de abril de 1965, com um elenco ao qual se aliava o talento à
coragem de enfrentar a censura, representado por Paulo Autran, Thereza Raquel,
Oduvaldo Vianna Filho e Nara Leão e outros.
Os homens dos Teatros de Arena, Oficina e Opinião, atentos à luta política travada
dentro e fora do palco, mantiveram-se voltados para a pesquisa e experiência
estético teatral.

ALGUNS AUTORES BRASILEIROS E SUAS OBRAS

LUÍS CARLOS MARTINS PENA

Nasceu no Rio de Janeiro em 1815, órfão de pai desde pequeno, foi destinado a se
acostumar com a vida comercial, sendo que mais tarde cedeu a vocação de
comerciante e passou a freqüentar a Academia de Belas Artes, onde estudou:
arquitetura, desenho e música, depois línguas, história, literatura e teatro. Participou
do ministério de negócios estrangeiros, exerceu cargos em Londres, onde partiu por
motivo de saúde vindo falecer em Lisboa.

OBRAS:
 Vitilia ou Nero na Espanha, A Família e a Festa da Roça, O Juiz de Paz
na Roça, A Noite de São João, Quem Casa quer Casa.

ARTHUR AZEVEDO

Nasceu em São Luís Maranhão, em 1855. Preparado pelo pai para o comércio
seguiu no entanto a vocação literária e desde pequeno já mostrava seu potencial
em redigir, produzir e representar, ele junto com seus colegas e irmãos
improvisavam um teatrinho nos fundos do casarão de seu pai localizada em sua
terra natal.
Arthur Azevedo foi o consolidador da comédia de costumes iniciada por Martins
Pena, autor muito popular, retratou os costumes da sociedade brasileira do final da
Monarquia e início da República.

OBRAS:

 Amor por Anexins, A jóia, A Capital Federal, O Bandeijo, A Filha de Maria


Angu.

NELSON RODRIGUES

Nasceu em 1912, em Pernambuco. Aos cinco anos muda-se para o Rio de Janeiro.
Começa sua carreira como jornalista no jornal A Manhã de seu pai. Tristes
acontecimentos fizeram parte da vida de Nelson: morte do pai, depredação do
jornal, pega tuberculose, seu filho é preso e entre outros que influenciam a obra do
artista.
Contraditório e paradoxal, Nelson dizia-se conservador, mas foi um dos mais
censurados teatrólogos brasileiros; afirmava-se um reacionário, mas foi
revolucionário com sua obra, um divisor de águas para o teatro nacional.
Também conhecido como o Anjo Pornográfico, pelo teor realista e temas por ele
abordados em suas obras.

OBRAS:

 Valsa nº 6, Perdoa-me por me Traíres, Boca de Ouro, Engraçadinha, A


Serpente, Toda Nudez será Castigada, Álbum de Família, Viúva Porém
Honesta.

VESTIDO DE NOIVA

Nelson Rodrigues

Considerada uma peça-marco da moderna dramaturgia brasileira, Vestido de Noiva


foi encenada pela primeira vez pelo grupo amador Os Comediantes, no ano de
1943, no Rio de Janeiro. Apresentou inovações formais importantes, como a não-
obediência às regras tradicionais de unidade de tempo e espaço, característica da
arte dramática desde as mais remotas épocas. A ação de Vestido de Noiva se
passa em três lugares diferentes que também caracterizam tempos diferentes: o
presente, o passado próximo e o passado remoto, que se misturam à fantasia.
Além disso, o próprio passado não é linear: as recordações vão e vem, num
ziguezague típico da linguagem cinematográfica. O cenário é dividido em três
planos, cada qual caracterizando um tipo de espaço no qual se desenrola a ação:
realidade, memória e alucinação. A ação dramática resulta do entrelaçamento
desses três planos, que simbolizam a fragmentação da mente humana.
A ação da peça tem início com um acidente de automóvel sofrido por Alaíde, a
personagem central. Levada para um hospital, fica entre a vida e a morte, sendo
submetida a uma operação cirúrgica.
Com proximidade da morte, Alaíde entra no plano da alucinação, onde encontra
Madame Clessi, mulher mundana que viveu gloriosamente, mas teve um fim
trágico, assassinada por seu último amante, um adolescente de 17 anos.
Instigada por Madame Clessi, Alaíde rememora sua vida, revivendo um sério
conflito emocional que tivera com sua irmã Lúcia e Pedro, o marido. A questão
entre as irmãs remonta a um outro tempo, quando Alaíde começou seu namoro
com Pedro, então namorado de Lúcia. Esta promete vingar-se, o que de fato faz,
quando Alaíde se apronta para o casamento. Lúcia revela à irmã toda a sua raiva e
agressividade, insuflando-lhe o ciúme ao contar-lhe que Pedro havia tentado
inúmeras vezes conquistá-la. Ameaça-a de morte. Alaíde, embora considere que
seu casamento com Pedro vai bem, sempre se inquietou com a idéia de que o
marido tentara conquistar a ex-namorada. Nessa época, interessa-se por Madame
Clessi, que cresce de importância na alucinação da protagonista. Simboliza uma
mulher de vida sexual livre, o que causa imensa inveja em Alaíde, cuja vida é bem
convencional. O plano da alucinação permite-lhe fugir de seu cotidiano alienado e
da falta de perspectivas de suas existência burguesa.
Com a morte de Alaíde, Lúcia e Pedro se casam. No casamento, a marcha fúnebre
confunde-se com a marcha nupcial, acompanhando o novo casal ao altar.

QUESTÕES

01) Uma peça de grande importância para o teatro brasileiro é "Eles não usam black-
tie", escrita por Gianfrancesco Guarnieri em 1955, e montada pela primeira vez em
1958 pelo Teatro de Arena de São Paulo. É correto afirmar que a importância da peça
deve-se ao fato de

a) inaugurar o Teatro de Arena como espaço de mobilização contra o poder instituído.

b) salientar o papel da burguesia urbana no desenvolvimento econômico nacional.

c) ter ressaltado uma dramaturgia de cunho social, que punha em cena a classe
operária.

d) mostrar a decadência da aristocracia rural diante do desenvolvimento social nas


cidades.

e) incorporar uma estética norte-americana na dramaturgia do teatro brasileiro.


02) O Cinema Novo e o movimento de renovação teatral liderado pelo Teatro de Arena
e pelo Grupo Oficina foram expressões artísticas, com objetivos e características
comuns, afinadas com o contexto brasileiro das décadas de 50 e 60 do século
passado. Entre as características desses movimentos culturais, NÃO se inclui a

a) vinculação a grandes estúdios cinematográficos e a companhias teatrais já


estabelecidas.

b) concepção da obra de arte como meio de conscientização política, influenciada por


tendências de esquerda.

c) crítica à realidade brasileira, aos seus problemas e contradições, com forte


conteúdo social.

d) realização de produções de custos reduzidos, caracterizadas pelo uso de novas


linguagens e inovações cênicas.

03) (PAS-UNB-2000) Ao longo deste século, o teatro brasileiro vem sendo renovado,
sob diferentes aspectos, por companhias e grupos teatrais. A respeito desse assunto,
qual opção abaixo é incoerente com a história do teatro brasileiro:

(a) O Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), que possuía uma sede fixa e contava com
um elenco numeroso, associou as funções teatrais (empresário, encenador, elenco
e etc.), privilegiando em suas montagens autores e encenadores nacionais.
(b) A peça Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, apresentou-se como marco
definitivo na história do Teatro Brasileiro a partir de sua encenação por Ziembinsk.
(c) O Grupo Oficina, em sua encenação de o Rei da Vela, expressa, por meio da
atuação, do cenário e do figurino, a brasilidade proposta em seu texto.
(d) Augusto Boal, teórico e diretor de teatro, pesquisou novas formas teatrais de
relação atores e espectadores, criando, por exemplo, o Teatro Invisível.

04) “Ao conceituar o Teatro Invisível, uma das técnicas do Teatro do Oprimido,
Augusto Boal afirma que ele ‘procura ordenar a realidade, torná-la cognoscível,
inteligível, perceptível nas suas razões mais profundas, e não apenas na sua
aparência’ ” (...).

MAGALDI, Sábato. Iniciação ao Teatro. São Paulo: Ática, 2003. p. 112.

Diante dessas premissas, é possível afirmar que os propósitos fundamentais do Teatro


do Oprimido assemelham-se aos do

I - Teatro-imagem.

II - Teatro-foro.
III - Teatro do Absurdo.

IV - Teatro de Vanguarda.

V - Teatro gestual.

Os propósitos do Teatro do Oprimido assemelham-se,

APENAS, aos

(A) I e II. (B) I e IV.

(C) IV e V. (D) II, III e V.

(E) III, IV e V.

05)

TENDENCIAS DA MUSICA DO SÉCULO XX

“O século XX inicia-se ampliando as conquistas técnicas e o progresso industrial do


século anterior. Na sociedade, acentuam-se as diferenças entre a alta burguesia e o
proletariado. O capitalismo organiza-se e surgem os primeiros movimentos sindicais
que passam a interferir nas sociedades industrializadas... ocorreram ainda a Primeira
Guerra Mundial, a Revolução Russa, o surgimento do Fascismo na Itália e do Nazismo
na Alemanha... a conquista do espaço, o uso crescente da computação e dos
satélites. É nesse contexto complexo, rico em contradições e muitas vezes angustiante
que se desenvolve a arte do nosso tempo. Assim os movimentos e tendências
surgidas nesse século expressam, de um modo ou de outro, a perplexidade do homem
contemporâneo.”

Graça Proença.

A música no século XX constitui uma longa historia de tentativas e experiências


que levaram a uma série de novas e fascinantes tendências, técnicas e, em certos
casos, também à criação de novos sons, tudo contribuindo para que este seja um dos
períodos mais empolgantes da historia da música. À medida que aparece uma nova
tendência, um novo rótulo surge imediatamente para defini-la, daí resultando um
emaranhado de nomes terminados em “ismos” e “dades”. É comum a todos uma
reação consciente contra o estilo romântico do século XIX.
Enquanto a música dos períodos anteriores podia ser identificada por um único e
mesmo estilo, no século XX ele se mostra como uma mistura complexa de muitas e
diferentes tendências. Se investigarmos melhor quatro ou mais importantes
componentes da música, encontraremos uma série de características ou marcas de
estilo que permitem definir uma peça como sendo do século XX. Por exemplo:
Melodias é provável que incluam grandes diferenças de altura, frequentemente
fazendo uso de intervalos cromáticos e dissonantes. São curtas e fragmentadas,
angulosas e pontiagudas, em lugar das longas e sinuosas sonoridades românticas; os
glissandos (o deslizar de notas seguidas) podem ser empregados; em algumas peças,
a melodia pode ser totalmente inexistente.
Harmonias apresentam dissonâncias radicais, com acordes consonantes em porção
muito inferior (as vezes totalmente evitadas) podem aparecer clusters (notas
adjacentes tocadas simultaneamente) aglomerados.
Ritmos vigorosos e dinâmicos, com amplo emprego de sincopados (acentuação
incidindo sobre os tempos fracos) métricas inusitadas, diferentes ritmos ou métricas
ocorrendo ao mesmo tempo; de artifícios de ostinato (repetição obstinada) ou de
energéticos ritmos motores, que impulsionam a musica para frente.
Timbres a maior preocupação com os timbres leva à inclusão de sons estranhos,
intrigantes e exóticos; fortes contrastes, as vezes até explosivos; expansão e, de modo
geral, o uso mais enfático da seção de percussão; sons desconhecidos tirados de
instrumentos conhecidos, como instrumentos tocados em seus registros extremos,
metais usados com surdina e cordas produzindo novos efeitos, com o arco tocando
por trás do cavalete ou batendo com a ponta do corpo do instrumentos; sons
inteiramente novos, provenientes de aparelhagens eletrônicas e fitas magnéticas.

Dentre as tendências e técnicas mais importantes da musica do século XX encontram-


se:

IMPRESSIONISMO

O Impressionismo na música tem como inicio na “L’Aprés-midi d’um Faune” de


Dubussy. A intenção era afastar-se do pesado estilo romântico alemão. Os meios que
utilizou para conseguir isso foram comparado às técnicas da pintura impressionista.
Do mesmo modo que os pintores lidavam com luzes e cores, Dubussy trabalhava com
harmonias e timbres instrumentais. Usava os sons por seu efeito expressivo, como
“cores”, e era mais confiante em seu instinto musical do que obediente às regras de
harmonia, de modo que os acordes dissonantes se fundem com outros, formando
“cadeias de acordes” em movimentos paralelos. Isso dá a sua música o efeito de algo
vago, fluídico e bruxuleante. Em suas peças orquestrais, explora inusitadas
combinações de timbres, ritmos fluidos, tessituras tremulantes, novos efeitos de luz e
sombra: evitando um delineamento muito marcada, sugerindo mais que definindo.
São compositores impressionistas: Falla e Respighi.

O NACIONALISMO NO SÉCULO XX

A corrente nacionalista iniciada no século anterior chega ao século XX. Nos


EUA, Charles Ives, em suas composições fez uso de canções folclórica, musicas de
dança, marchas e até mesmo hinos. Outros compositores nacionalistas desse século
foram: Vaughan Williams na Inglaterra, Bartók e Kodály na Hungria, Sibelius na
Filândia e Shostakovich na União Soviética.

POLITONALIDADE

Refere-se ao seu tom. Em uma musica escrita em dó maior, por exemplo, o


ouvido se sentirá fortemente “atraído” pelo dó, a nota tônica, a que tem maior peso
dentro de determinada tonalidade. Em seguida, na ordem de importância, vem a
dominante (nesse caso a nota sol).
Certos compositores do século XX, contudo introduziram a técnica da
Politonalidade, passaram a utilizar dois ou mais tons ao mesmo tempo (quando há
apenas dois tons, fala-se de bitonalidade).

ATONALIDADE

Ausência total de tonalidade. A musica atonal evita qualquer tonalidade ou


modo, fazendo livre uso de todas as 12 notas da escala cromática. Uma vez que se dá
igual importância a todas as notas, deixa de haver qualquer força de atração
convergindo para um centro Tonico. Foi iniciada o uso da atonalidade no romantismo e
foi bastante usado aqui no século XX.

EXPRESSIONISMO

Baseado na pintura expressionista, a música começou com um exagero, até


mesmo uma distorção do romantismo tardio, em que os compositores passaram a
despejar na música toda a carga de suas emoções mais intensas e profundas. Arnod
Schoenberg foi um representante desse movimento.
A música expressionista apoiava-se em harmonias que se tornavam cada vez
mais cromáticas, o que acabou levando à atonalidade. Em estilo atonal essa musica é
caracterizada por harmonias extremamente dissonantes; melodias frenéticas,
desconjuntadas, incluindo grandes saltos, contrastes violentos e explosivos.

SERIALISMO OU DODECAFONISMO

Tendo abandonado o sistema maior-menor em favor da música atonal,


Shoenberg chegou à conclusão de que era necessário formular outros principio para
substituir o da tonalidade, um novo procedimento, em termos de composição, que
desse unidade e coerência a uma peça atonal. A solução encontrada foi o que chamou
sistema dodecafônico ou serialismo. O compositor ordena, inicialmente, todas as 12
notas da escala cromática, segundo uma ordem de sua própria escolha. Forma então
uma seqüência de notas, a serie fundamental em que vai basear toda a composição.
Representantes: Webem e Berg.

NEOCLASSICISMO
Estilo de música do século XX caracterizado pela forte reação do romantismo
tardio. As tessituras extremamente espessas e congestionadas, exigindo uma massa
de executantes, foram substituídas por uma clareza de linhas e tessituras
característica da música anterior ao período romântico. A expressão de emoções
intensas era deliberadamente evitada. Alguns autores desse estilo beberam na fonte
dos clássicos dos séculos passados. O neoclassicismo denotava a reelaboração de
estilos, formas ou técnicas pertencentes a qualquer período anterior ao romantismo do
século XIX.

NOVOS SONS, NOVOS MATERIAIS

Muitos compositores, à procura de novos materiais para incorporar à música,


viram no Oriente uma bela fonte de inspiração. Olivier Messiaen (francês) tem usado
em suas musicas ritmos hindus e padrões métricos da poesia clássica grega, ele os
dissocia de seus contextos e significados originais para que possam servir aos seus
propósitos. Utiliza também cantos de pássaros, tanto de sua terra como de lugares
exóticos do mundo. Jonh Cage (norte-americano) recebeu influencias do oriente. Suas
sonatas e Interlúdios para “piano preparado” expressam as “permanentes emoções”
como mágoa, alegria, medo e raiva, da Índia tradicional. Ele criou novos sons
preparando o piano: nozes, correntes, parafusos, pedaços de borracha e de plástico
eram inseridos sobre e sob certas cordas desse instrumento. Isso afetava tanto o
timbre como a afinação das notas, produzindo sonoridades profusamente variadas, a
sugerir sinos, gongos e tambores orientais.

MÚSICA CONCRETA

No final da década de 40, o compositor francês Pierre Schaeffer começou a


fazer, no Estúdio de Ensaios da Radio Francesa, experiências com o que chamou
de musique concrete , música composta de forma “concreta”, diretamente sobre
fitas magnéticas, sem a abstração da simbologia musical. Os sons por ele
registrados eram sons naturais, como o de uma porta batendo, uma rolha saltando
da garrafa, etc. depois esse material era transferido para outra fita, em que os sons
eram misturados, superpostos e modificados de diversas maneiras.

MÚSICA ELETRÔNICA

Originou-se na Alemanha, na década de 50, e inclui todos os sons registrados


por microfones (como a música concreta) e também aqueles produzidos por geradores
eletrônicos de sons. O componente básico da produção sonora é o oscilador. Os sons
podem ser tanto “puros” (sem a série harmônica ou sobretons) como “impuros”,
dependendo da vontade do compositor. Outro tipo de sonoridade é o “som branco”,
um ruído parecido com uma rajada, obtido pela soma de todas as freqüências
audíveis.
Os sons podem ser eletronicamente modificados de varias maneiras, incluindo-
se o ajustamento de volume, a filtragem, a adição de vibratos (ondeamento),
reverberações (o retardamento do som, de modo que ele desapareça lentamente),
ecos (o som é repetido enquanto vai desaparecendo). Os sons podem ser mixados
juntos, sobrepostos, ou divididos em fragmentos distintos. Uma composição eletrônica
pode consistir somente em sons gerados eletronicamente, pré-gravados em fitas ou
manipulados ao vivo diante do público. Ou pode ser a combinação de sons com vozes
ou instrumentos, soando naturalmente ou transformados por processos eletrônicos, ao
vivo ou gravados.
SERIALISMO TOTAL

Em 1949, Messiaen compôs uma peça para piano, que baseou em séries fixas,
não somente de alturas, mas também de duração, dinâmica e de toque. Junto aos
seus discípulos realizou experiências com o serialismo total, onde a altura, a duração,
a dinâmica e o toque da série de 12 elementos são inteiramente controlados pelos
princípios serialistas de Schoenberg. Mais tarde, um dos discípulos de Messiaen,
Stockhausen chegou à conclusão de que qualquer aspecto do som poderia ser
controlado pelos procedimentos seriais. Sua obra “grupos” usa uma escala de 12
tempos e é tocada por três orquestras, bem afastadas entre si, cada qual com seu
regente.

MÚSICA ALEATÓRIA

Enquanto o serialismo total e a música eletrônica permitem que o compositor


tenha maior controle, a música aleatória procura maior liberdade, jogando com certo
grau de imprevisibilidade e de sorte, tanto no processo da composição, quanto durante
a execução da obra, ou em ambos os momentos. Ao executante se apresentam
diversas alternativas, cabendo-lhe escolher que notas ou que parte da música irá
tocas, e também em que ordem o fará. A altura das notas pode ser indicada, mas não
sua duração, ou vice-versa. Também se pode pedir que ele contribua com algumas
notas de sua escolha, tocadas de improviso. Em algumas peças, nem mesmo as notas
são fornecidas: apenas uma série de símbolos, um diagrama, um desenho, ou nada
mais que uma idéia, tudo para ser livremente interpretado. Cage e Stockhausen
fizeram uso de procedimentos aleatórios.

INFLUÊNCIA JAZZÍSTICA

Vários componentes estilísticos da música do século XX podem ser atribuídos


à influencia do Jazz norte-americano: grande vitalidade nos ritmos, efeito de surdina,
maior interesse pelos sons de percussão e instrumentos tocados em registros
estridentes.

Ravel, Milhaud, Gershwin, Kurt Weill, Stravinsky, Walton e Copland, são


compositores que enfatizaram deliberadamente muitos desses elementos jazzísticos
em alguns de seus trabalhos.
A MÚSICA POPULAR NO SÉCULO XX

BLUES E JAZZ

A canção popular norte-americana atingiu status de arte com as cantoras


negras Bessie Smith e Billie Holiday como seus expoentes máximos. O blues tem sido
a mais eloqüente dádiva da América negra ao mundo da musica, exercendo grande
influencia sobre o Jazz e, a partir dos anos 50, também sobre o rock.

O Jazz teve suas raízes nas comunidades negras do sul dos Estados Unidos
no final do séc. XIX. Em New’ Orleans, a fusão das culturas negra e européia
possibilitou ao jazz formular e conquistar sua própria identidade a principio nos
“saloons” e bordéis e, depois, nos desfiles de rua que faziam parte da vida da cidade.
O ragtime, uma das primeiras formas de jazz (às vezes era composto e não
improvisado), ficou intimamente associado à execução em piano solo, tendo como seu
mais famoso representante o pianista e compositor negro Scott Joplin (1868-1917). No
inicio, a forma e a harmonia do jazz eram simples, a complexidade estava na maneira
como os executantes improvisavam coletivamente sobre melodias simples e no seu
domínio sobre o fraseado sincopado.

O jazz rumou para o norte, em direção a Chicago e outras cidades, antes de se


tornar conhecido internacionalmente. Louis Armstrong (1900-1971) foi um dos
primeiros a levar sua mensagem para fora de New Orleans, sua cidade natal. Como
trompetista e cantor, criou na década de 20, seu estilo próprio, instantaneamente
reconhecível, ao basear suas improvisações nas seqüências harmônicas e não
melodia propriamente dita. Tal procedimento conduziria nos anos 40, a execuções
jazzísticas nas quais, as vezes, a melodia original nem chegava a ser tocada, sendo
meramente sugerida por suas harmonias subjacentes. Embora o jazz na fase inicial de
Armstrong representasse predominantemente a música dos negros norte-americanos,
alguns músicos brancos como o trompetista Bix Biederbecke, também se destacaram.

ROCK

O rhythm and blues, derivado do blues, caracterizava-se por substituir a voz do


solista por um grupo e, por sua vez, deu origem aos Soul, inspirado no spiritual negro.
O reggae, um híbrido afro-jamaicano, teve sua origem na década de 60 e suas letras
abordam temas atuais. A música Country é o equivalente norte-americano das danças
folclóricas européias de séculos anteriores. Acima de tudo, porem o jazz inspirou o
rock, um híbrido das formas populares norte-americana como um blues, o rhythm and
blues, o gospel e a música country. Desde o advento do rock’n roll, nos anos 50, o
rock tem se firmado como a maior força da musica popular da atualidade.

Na década de 50, artistas negros como o guitarrista Chuck Berry rivalizaram


em popularidade com brancos como Buddy Holly e principalmente Elvis Presley (1935-
1977), que com sua presença e voz trêmula de barítono, encantou milhares de fãs.
Nos anos 60 merece destaque a Os Beatles, introduzindo um lirismo mais sofisticado
e os Rolling Stones que envolveram seus vigorosos números de dança com uma
sexualidade explicita. São muitos os nomes que fizeram e fazem sucesso no século
XX, bem como agora no século XXI, a exemplo: Bob Dylan, Jimmy Hendrix, The Who,
Pink Floyd, Genesis e Sex Pistols, e etc.

ARTE CONTEMPORÂNEA

O termo contemporâneo, quando aplicado ao cenário artístico, proporciona


uma série de olhares que vão da desconfiança ao desdém. A Arte Contemporânea
ainda é com frequência alvo de severas críticas, motivadas em muitos casos por um
amplo processo de estranhamento que, apesar de todas as rupturas proporcionadas
pelos movimentos de vanguarda, impera no senso comum (faz parte do senso comum
uma certa rejeição às representações não figurativas, que venham a romper com
valores tais como simetria, proporção e equilíbrio). Tal fato não ocorre gratuitamente.
Em função do termo Arte Contemporânea ser utilizado para mensurar um período
artístico que ainda está em evidencia, impossibilita, por exemplo, a identificação de um
conjunto concreto de características que possam trazer a tona as informações
contidas nas obras de um estilo individual ou mesmo coletivo (a consolidação de
movimentos ou escolas artísticas passou a ser um fenômeno raro a partir da década
de 80)

A frente do processo de deslocamento da produção cultural da Europa


para os Estados Unidos, atribuindo uma importância especial à cidade de Nova York,
está o Expressionismo Abstrato, que encontrou seu auge na década de 40. A partir da
década seguinte, Nova York passou a ditar as mudanças que se processaram no
cenário artístico, com o Minimaslimo, tendência que valorizava a separação entre o
fazer artístico e o aspecto manual, a Pop Art, que valorizava um conjunto de novos
símbolos, todos retirados do universo do consumo, a Op Art, que trabalhava com os
efeitos de ilusão de óptica e a Arte Conceitual, desprezando a materialização do objeto
artístico ao valorizar a ideia ou o conceito.

Dentre os traços característicos da Arte Contemporânea, é possível citar o


uso de materiais não usuais, o uso de interferências espaciais, em especial no cenário
urbano, o uso de técnicas e materiais efêmeros e principalmente, a criação de obras
sinestésicas (que desencadeiam o estimulo dos sentidos a partir de trabalhos
sensoriais), geralmente concebidas a partir de instalações.

EXPRESSIONISMO ABSTRATO

O período situado entre a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais foi


marcado por um amplo deslocamento de artistas europeus para os Estados Unidos,
sendo esses em especial atraídos para cidade de Nova York. Tal fato foi decisivo para
o processo de renovação artística pela qual essa cidade passou, contribuindo para
uma ampla transformação no universo da pintura norte-americana.

Os trabalhos que marcaram as décadas de 20 e 30 na pintura norte-


americana tiveram a sua frente o pintor Edward Hopper, de forte caráter realista e que
retratava, com uma veracidade intensa, paisagens urbanas e rurais marcadas em
especial por um sentimento peculiar de solidão e nostalgia, em parte despertados
pelos anos conturbados da Grande Depressão. A pintura realista norte-americana
acabou por não corresponder à necessidade de renovação que imperava no universo
artístico. Foi através da contribuição dada por artistas estrangeiros como Arshile Gorky
e Willem de Koonig, bem como a participação
efetiva de artistas nova-iorquinos, merecendo
devido destaque a figura de Jackson Pollock, que a
partir da década de 40 a pintura norte-americana,
através da chamada Escola de Nova York,
possibilitou a formação de um acervo pictórico
moderno.

O Expressionismo Abstrato pode ser


considerado muito mais como uma reunião de
tendências pictóricas que apresentam uma frágil
ligação a partir do uso do automatismo no processo
de criação. Não é possível afirmar que todas as
obras desse período são expressionistas ou mesmo
abstratas. O ponto em comum entre elas é a
posição contrária à arte tradicional.

A figura de Jackson Pollock, considerado por muitos como um marco para a


arte norte-americana, foi de fundamental importância para o Expressionismo Abstrato.
Com o uso das drip paintings (pinturas feitas através do respingar da tinta sobre uma
tela disposta em posição horizontal) e da action painting (uso do movimento gestual do
corpo no processo de despejar a tinta sobre a tela), Jackson Pollock passou a dar
ênfase ao processo de criação despido de qualquer controle racional, valorizando a
improvisação espontânea. As telas monumentais de Pollock ampliavam as
possibilidades gestuais no processo de criação, bem como se impunham, em escala
heróica, ao observador apresentando uma livre mas, contudo, harmoniosa
combinação de linhas coloridas. Segundo o próprio artista, “a pintura tem vida própria,
e procuro deixar que essa vida se imponha”.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

 Oposição à arte tradicional;


 Valorização de composições abstratas;
 Defesa da liberdade de criação;
 Liberdade temática;
 Uso do automatismo no processo de criação;
 Telas em escala monumental.

PRINCIPAIS REPRESENTANTES

 Jackson Pollock – action painting – uso de telas monumentais , dispostas em


posição horizontal, caracterizadas pela livre distribuição da tinta, sendo esta
respingada com bastões, espátulas e pincéis.
 Arshile Gorky – iniciou a pintura automática nos Estados Unidos. Uso de
pinceladas livres e aguadas, contornadas por formas biomórficas (estrutura
cuja forma lembra a de seres vivos).
 Willen de Kooning – imagens figurativas, em especial com a figura feminina, a
partir de pinceladas intensas, apresentando um aspecto tosco e inacabado.
 Clyfford Still – formas irregulares, monocromáticas, trabalhadas com grandes
espátulas ou até mesmo com colheres de pedreiro.

MINIMALISMO

O Minimalismo encontra os seus antecedentes mais remotos no Expressionismo


Abstrato, em especial nas obras de pintores como Mark Rotho e Barnett Newman, que
faziam amplo uso de campos planos de cor, tendo sua pureza conservada, num
processo de extrema simplificação e grande formalismo quanto ao seu uso. A
simplificação do ato pictórico, anulando a percepção da presença da pincelada e
atribuindo à obra uma associação ao processo industrial, passou a ser a prática
vigente entre os pintores que adotaram uma nova postura frente ao Expressionismo
Abstrato.

Características tais como o uso de telas monocromáticas, apresentando uma


redução da variedade de formas aplicadas ao espaço da percepção visual, ou mesmo
a redução da percepção do esforço manual aplicado à tela, atribuíram ao Minimalismo
um caráter rigorosamente técnico, chegando a direcionar a experiência estética
existente entre a obra e o observador a instâncias mais formais e menos emotivas.

Apesar do destaque apresentado pela pintura minimalista, em especial com as


obras de Frank Stella, Agnes Martin e Ad Reinhardt, foi com a escultura que o
Minimalismo consolidou as suas características. Donald Judd, ao defender a exclusão
de todo e qualquer elemento supérfluo e ilusório no ato escultórico, acabou por se
deparar com o processo industrial. Em suas obras, organizadas a partir da repetição
de módulos ou caixas metálicas (aço inoxidável industrializado – figura 02), não é
possível perceber qualquer relação com narrativas visuais históricas, mitológicas ou
religiosas ou qualquer menção a sensações ou sentimentos.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
 Redução da arte aos mínimos elementos visuais, em especial quanto ao uso
da forma e da cor, apresentando composições abstratas (módulos
geométricos) e fabricadas industrialmente, sem possibilitar a identificação de
uma imagem figurativa ou sem apresentar qualquer menção a sentimentos ou
a emoção e personalidade do artista;
 Pinturas monocromáticas que não possibilitam a percepção da pincelada;
 Uso de materiais e processos de fabricação industriais;
 Uso de superfícies lisas, em especial através de materiais que possibilitam
polimento, como o aço inoxidável ou folhas de compensado.

PRINCIPAIS REPRESENTANTES

PINTURA

 Frank Stella – uso de padrões geométricos severos, organizados a partir de


telas com o uso predominante do preto e do cinza-metálico, geralmente
cortadas por linhas paralelas.
 Ad Reinhardt – obras com cores plenas, com sutilíssimas variações.
 Agnes Martin – uso de suaves linhas paralelas, dispostas geralmente bem
próximas, criando quadrados ou retângulos de preenchimento esmaecido
sobre fundos monocromáticos.

ESCULTURA

 Donald Judd – caixas de aço ou compensado dispostas em paredes no


sentido vertical.
 Carl André – arranjos de tijolos, blocos de cimento e lajes lisas no chão com
configuração horizontal.
 Sol de Witt – formas simples em série, como cubos brancos ou pretos,
fechados ou abertos.
 Dan Flavin – esculpe ligando lâmpadas fluorescentes à parede em rigorosos
desenhos geométricos que criam campos de cor.
 Richard Serra – esculturas monumentais e públicas, a partir do uso de placas
de aço, cortadas e envergadas em estaleiros.

POP ART

A Pop Art surgiu na Inglaterra na década de 50, a partir do uso recorrente de imagens
cotidianas, retiradas em especial do universo do consumo, responsáveis pela
formação de um novo acervo visual. Entretanto, foi em Nova York, durante a década
de 60, que a Pop Art alcançou a sua maturidade.

Rauschenberg e Jasper Jhons desempenharam um papel de suma importância


para a mudança estética que se processou em Nova York a partir da década de 50,
abandonando a já popularizada action painting, que havia sido resumida a uma receita
simples e aceita de forma irrestrita no universo artístico nova-iorquino, e adotando um
processo de seleção de imagens do acervo visual urbano de Nova York, incluindo o
uso de objetos com frequência descartados pela sociedade de consumo, resultando
em obras híbridas (em parte pinturas, em parte esculturas com materiais reciclados)
chamadas por Rauschenberg de Combinações ou como as bandeiras, mapas e alvos
das pinturas de Jhons. A partir da experiência plástica iniciada por
Rauschenberg e Jhons, o cenário artístico norte-americano acompanhou absorto a
reintrodução da arte figurativa, sem contudo corresponder a um retorno à tradição. As
imagens utilizadas eram obtidas do vasto universo do consumo, dos produtos
enlatados aos anúncios em néon da Times Square.

A Arte Pop (arte popular) não chegou a apresentar, em suas obras, uma crítica
ácida ao universo de consumo. A impessoalidade dos símbolos e objetos de consumo,
reproduzidos com processos gráficos e em série, aproximou a Pop Art não de uma
crítica, mas sim de uma celebração à sociedade de consumo. O processo iniciado por
Duchamp, que consistia na utilização de objetos industrializados submetidos a um
processo de mudança de significado e função, estes chamados de ready-made, foi na
Arte Pop ampliado. Os objetos podiam ser utilizados ou reproduzidos, como em
anúncios publicitários. Andy Warhol, com o uso da serigrafia, eternizou em suas
estampas não apenas ícones do universo do cinema e da política mundial, como
também objetos e produtos alvos do consumo.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

 Uso de elementos retirados do universo de consumo;


 Uso de técnicas gráficas que permitem a reprodutibilidade, como a serigrafia e
processos de impressão gráfica;
 A pintura apresenta um caráter lustroso, em função dos mecanismos de
impressão utilizados, aproximando-a dos impressos publicitários;
 Utilização de objetos industrializados, estes retirados do ambiente doméstico
norte-americano, apresentando um redimensionamento formal e simbólico;
 Prática recorrente dos happenings, ações que visam, segundo Allan Kaprow,
retirar a arte da tela e levá-la para a vida. Tais ações, geralmente envolvendo
elementos visuais e a interação com um público incônscio, pode ir de uma
postura niilista a uma postura critica. Tais interferências são de caráter efêmero
e o registro de tais obras limita-se a filmes e fotografias. Rauschenberg, em um
de seus happenings, espalhou 30 tartarugas com lanternas amarradas aos
cascos em um ambiente escuro enquanto o mesmo perambulava por entre as
tartarugas em meio a nuvens de fumaça.

PRINCIPAIS REPRESENTANTES

 Roy Linchenstein – Uso de imagens apropriadas das revistas em quadrinhos,


ampliadas às dimensões de cartazes, com o uso de cores primárias e do preto
em contraste com o branco. Tais imagens reproduziam o processo mecânico
de impressão, através de pontos alinhados (benday), atribuindo a imagem,
uma vez apresentando um quadro descontextualizada da história, uma certa
trivialidade.
 Andy Warhol – Tido como o grande “mago” da Arte Pop, foi o responsável
pelas imagens que hoje são consideradas marcos desse estilo artístico.
Incorporou em seu trabalho imagens figurativas representando, através de
reproduções semelhantes aos cartazes publicitários, personalidades e objetos
de consumo. A exemplo de tais obras, temos o Marilyn diptych e 100 Latas de
Sopa Campbell . O ateliê de Warhol era conhecido como The Factory (A
Fábrica).
 Claes Oldenburg – ampliação tridimensional de objetos retirados do cotidiano
em escala monumental, como aparelhos sanitários, pregadores de roupa e
estojos de batom.

OP ART

Desenvolvida em meados dos anos sessenta, a Arte Ótica ou Retínica é facilmente


caracterizada por fazer uso de combinações geométricas organizadas com o objetivo
de produzir ilusões óticas, em especial de movimentos pulsantes. Tais ilusões se
devem a falibilidade da visão humana, que pode induzir a percepção de movimentos
em uma imagem estática a partir da saturação frente à observação prolongada de
formas e cores contrastantes.

Apesar de existir uma estreita relação entre a Op Arte e a ilusão, é importante


frisar que toda a arte, de certa forma, mantém uma relação íntima com a ilusão. Se
partirmos do fato de que a imagem observada em uma obra sugere uma
representação que busca referenciais visuais guardados pela memória visual do
observador, sugerindo ilusões como profundidade, textura e movimento, a pintura em
especial, historicamente, faz uso da ilusão. O que diferencia a pintura da Op Arte é
que a ilusão alcançada corresponde a um movimento que ultrapassa os limites da
imagem estática.

Os efeitos de ilusão ótica, através da associação de formas aparentemente


desconexas, já haviam sido trabalhados pelos pintores impressionistas e
neoimpressionistas, que com o uso de pinceladas soltas e pontos coloridos, criavam a
ilusão de uma cor pura ou mesmo de uma determinada forma, em especial se a obra
fosse observada a uma certa distancia. Tal fato situa tais movimentos, em especial a
obra de Seurat, como o ponto mais remoto na recente história da pintura que
apresenta uma relação com a Op Arte.

Esse estilo ganhou destaque nos Estados Unidos e na Inglaterra e apresentou


como principais representantes, a pintora inglesa Bridget Riley, o pintor franco-
húngaro Victor Vasarély e J. R. Soto.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

 Uso combinado de cor (geralmente o preto e o branco e pares de cores


complementares) e motivos abstratos resultando em ilusões óticas de
movimentos;
 Arte de caráter formal;
 Uso de composições com linhas de diferentes espessuras, geralmente
onduladas, curvas ou circulares.

PRINCIPAIS REPRESENTANTES

 Bridget Riley – Uso do contraste de linhas de espessuras diferentes, em preto


e branco, com o predomínio de linhas onduladas e angulares.
 Victor Vasarély – uso de ritmos sincopados e padrões geométricos a partir de
padrões listrados como zebras e tabuleiros de xadrez. Composições em preto
e branco.
 J. R. Soto – uso de linhas ondulantes com ilusão de profundidade e
movimento. Na obra de Soto, a ilusão de movimento ocorre quando o
observador caminha, permanecendo a obra estacionária.

ARTE CONCEITUAL

A década de sessenta contribuiu para a consolidação do espaço nova-iorquino como o


principal polo da arte contemporânea. Os estilos que passaram a disputar a atenção
do público recorriam da estrutura formal e rigorosamente abstrata, aos símbolos de
consumo elevados ao status de verdadeiras obras de arte. O fazer artístico foi
significativamente redimensionado, incorporando procedimentos industriais, chegando
a tornar dispensável o contato artesanal entre o artista e sua obra. Foi nesse universo
plural que a Arte Conceitual emergiu, apresentando uma nova proposta, tão radical
quanto aquelas apresentadas pelos movimentos contemporâneos, a
desmaterialização do objeto artístico, reduzindo a poética plástica à ideia.

A Arte Conceitual, organizada a partir de um conjunto de tendências já


experimentadas pela Arte Pop, como o happening, além de outras tendências, como a
arte performática e a arte corporal, contribuiu para a dessacralização do objeto
artístico. Para substituí-lo, a ideia, durante o processo de criação, completava-se em
si, dispensando a sua consequente materialização. É evidente que a Arte Conceitual
não dispensou por completo todo e qualquer meio de materialização da ideia, contudo
os mecanismos utilizados, impreterivelmente, dispensavam qualquer alusão aos
procedimentos artísticos tradicionais, envolvendo nesse processo também a forma
tradicional em que a experiência estética comum a relação obra-espectador ocorria.

Podemos situar como divisor de águas e como principal parâmetro para a Arte
conceitual o artista Marcel Duchamp. Com o ready-made, Duchamp contribuiu para
uma ruptura definitiva, que redimensionou a prática artística, lançando um novo olhar
sobre o conceito usual e formalmente aceito acerca dos procedimentos plásticos. Com
o ready-made, todo e qualquer objeto poderia ter o seu potencial formal e expressivo
utilizado de forma artística, dispensando as técnicas, já há alguns milênios, utilizadas
pela pintura e escultura.
Com o aval do gesto Duchampiano, os artistas conceituais utilizaram o legado
de uma legião de formas, objetos e gestos, frutos dos meios de produção em massa
do século XX, que poderiam trabalhar não apenas com a percepção aparente de uma
imagem, mas com aquilo que a imagem, em muitos casos durante a relação obra-
espectador, oculta, a ideia.

Os procedimentos linguísticos passaram a ser uma constante nos trabalhos


tidos como conceituais, valorizando desde o aspecto gráfico da palavra aos
significados que esta mesma palavra poderia apresentar em diferentes contextos.
Contudo, essa não foi a única pratica recorrente no universo da Arte Conceitual. Toda
e qualquer prática de cunho estético que viesse a valorizar a ideia e não a
manipulação de materiais artísticos considerados tradicionais, era abarcada no
universo conceitual.

Dentre as tendências que se desenvolveram durante as décadas de sessenta e


setenta, auge da Arte Conceitual, podemos listar:

ARTE PROCESSO – valorizava o processo de criação e não a obra concluída,


possibilitando a descoberta de novos significados durante o processo de criação,
geralmente limitado ao campo conceitual. Como representante, merece devido
destaque o artista Hans Haacke.

ARTE AMBIENTAL – utilizava como matéria-prima ambientes naturais ou urbanos,


criando interferências ambientais. Dentre os artistas conceituais que destacaram-se
com interferências ambientais, merecem destaque as obras de Robert Smithson, que
interferia em ambientes naturais, criando barreiras com escavadeiras e tratores e
Christo, que possui por prática embrulhar temporariamente prédios e pontes (a
imagem ao lado corresponde à interferência ambiental realizada por Christo, ao
envolver pequenas ilhas formadas por vegetação aquática em um lago).

ARTE PERFORMÁTICA – o trabalho é exposto em forma de performance, a partir do


uso de diversas linguagens artísticas, organizadas em uma apresentação de caráter
efêmero, envolvendo não apenas a obra como fruto conceitual e criativo do artista,
mas o próprio corpo do artista durante a apresentação. Geralmente, tais
apresentações públicas visam apresentar conceitos ou ideias com um forte poder de
questionamento. Joseph Beuys, principal nome da Arte Conceitual, apresentou em
uma galeria em Düsseldorf em 1965 a performance “Como explicar Quadros a Uma
Lebre Morta”. Com o rosto coberto com uma folha dourada e mel (folhas de ouro,
feltro, mel e cera são elementos recorrentes na obra desse artista), ele explicou vários
quadros a uma lebre morta que trazia em seu colo.

INSTALAÇÕES – ambientes que são montados com formas, objetos e imagens, em


parte retirados do universo cotidiano, criando o que muito se assemelha a um cenário
onde o observador possui a liberdade de interagir. Muitas instalações, dada a
possibilidade de uma interação mais íntima com o observador, acabam por explorar os
sentidos como o tato, a audição, o olfato e até mesmo o paladar. Muitas dessas
imagens ou objetos, apesar da aparente ausência de relação entre si, são organizados
pelo artista visando suscitar no observador um certo grau de esclarecimento a partir de
sua interação com o ambiente. Muitas instalações fazem uso de novas tecnologias,
como projetores, vídeos, computadores, iluminação especial dentre outros. O artista
Plástico brasileiro Nuno Ramos é conhecido pelas instalações que realizou
principalmente ao longo da década de 90, como a intitulada “111” exposta em 1994.
Tendo como pano de fundo a morte de 111 presidiários da Casa de Detenção de São
Paulo, Nuno justapôs em ambientes distintos objetos que passaram que
apresentavam uma sutil relação com o evento (111 paralelepípedos encobertos com
breu e identificados com os nomes das 111 vítimas, bolhas de vidro com fumaça, fotos
aéreas de São Paulo ampliadas, produzidas por satélites no exato momento da
invasão do presídio, dentre outros elementos).

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

 Ausência do objeto artístico tradicional. O fundamental é o uso mínimo de


materiais para o processo que visa evidenciar a ideia como principal elemento
do trabalho artístico;
 Uso amplo de materiais retirados do cotidiano submetidos a um novo
significado, desde que relacionados a uma ideia central. Segundo Joseph
Beuys, tudo é arte;
 Uso de um conjunto de práticas como a interferência ambiental, realização de
happenings e performances e instalações;
 Os artistas conceituais não atuaram apenas com uma prática. A maioria
acabou por realizar experimentos em especial com instalações e
performances.

PRINCIPAIS REPRESENTANTES

Joseph Beuys – Considerado como um dos grandes nomes da Arte Conceitual, sua
vida, com trechos intrigantes e curiosos, possui grande relação com sua obra. Beuys
atuou como piloto da força aérea alemã durante a Segunda Guerra Mundial, sendo
que seu avião foi abatido em 1943, caindo sobre a Crimélia. Segundo relatos do
próprio artista, o mesmo só conseguiu se salvar por que foi tratado por um grupo de
tártaros que envolveram seu corpo com mel, cera e feltro. Tal história em parte justifica
o uso de tais materiais como elementos recorrentes em suas instalações, objetos e
performances. Foi árduo defensor de que a arte está presente em tudo, até no simples
ato cotidiano de fritar um ovo (Beuys fez tal afirmação durante uma entrevista
concedida na cozinha de sua casa enquanto fritava um ovo).

Gilbert e George – artistas performáticos que fazem do seu corpo esculturas vivas,
inseridas em um conjunto de informações ou simplesmente atuando em um ambiente
corriqueiro. O encontro dos dois artistas ocorreu em 1967 na St. Marin’s School of Art,
em Londres.

Jeny Holzer – faz uso de frases soltas, de significados aparentemente vagos e


ambíguos, expostas em painéis e letreiros eletrônicos monumentais. Principiou
colocando adesivos em postes de estacionamento e pintando frases em camisetas,
como a frase “protect me from what i want - proteja-me do que eu desejo”.

Joseph Kosuth – trabalha com o objeto e o seu respectivo conceito, como na obra
Uma e Três cadeiras, onde vê-se exposta uma cadeira ladeada pela sua foto em
escala real e o seu conceito retirado de um dicionário.

Robert Smithson – artista que trabalhou com interferências ambientais. Sua obra
mais conhecida é Quebra-mar espiral, uma espiral de terra e pedra entulhada dentro
de um lago salgado em Utah.

Javacheff Christo – trabalhos efêmeros que consistem em uma interferência em


ambientes naturais ou urbanos, consistindo em embrulhar a forma selecionada, de
uma pequena ilha formada por vegetação aquática que é cercada a uma ponte, como,
a ponte Nerf em paris, completamente encoberta como se fosse um embrulho.

Cindy Sherman – sua obra consiste em criar personagens por ela representados que
retratam o universo feminino. Tais personagens são fotografados e as imagens
fotográficas são ampliadas ou projetadas. Geralmente, seus trabalhos não são
intitulados.

Nuno Ramos – artista brasileiro que trabalha com instalações fazendo uso de
materiais pouco usuais, como cera, vidro soprado, textos diversos, relevos da escrita
em braile em escala monumental, com obras abordam questões universais e
existencialistas a um acontecimento regional, como a chacina da Casa de Detenção
do Carandirú.
Com base na figura e nos conhecimentos sobre a Pop Art é correto afirmar:

a) O rosto de Marilyn Monroe é apresentado como uma máscara luminosa ressaltando


na Pop Art sua função social enquanto uma personalidade de Hollywood.

b) O autor do retrato de Marilyn é considerado como um dos principais expoentes da


Pop Art, reconhecida como um produto da cultura de massa.

c) Marilyn, enquanto atriz famosa da década de 1960, será o tema mais utilizado em
pinturas populares norte americanas.

d) O processo de gravura por silk-screen utilizada na Pop Art tem por função
disseminar a técnica aliada à pintura clássica.

e) A referência da arte erudita nessa imagem está no uso do tema central, ou

seja, a atriz Marilyn enquanto protagonista de filmes norte-americanos.

Sobre a Pop Art, assinale a alternativa correta:

A) Para a Pop Art interessam as imagens dos retratos inspirados na pintura da


antiguidade clássica.

B) A fonte de criação para os artistas ligados a esse movimento era o dia a dia das
grandes cidades norte-americanas, pois sua proposta era romper qualquer barreira
entre a arte e a vida comum.

C) Não se pode atribuir qualquer relação entre a Pop Art e os meios de comunicação
de massa, como o cinema, a publicidade e a TV.
D) Andy Warhol pode ser apontado como o artista que se inspirava em temas
históricos e mitológicos para criar suas composições.

Roy Lichtenstein. M-Maybe, 1965.

Com relação à imagem, ao autor e ao estilo da arte representada, assinale a opção


correta.

A) Na imagem da obra da arte Pop apresentada, não se

observa simplificação nos traços da figura humana.

B) A imagem retratada exemplifica a apropriação das formas

dos produtos da cultura de massa pela arte Pop.

C) O artista em referência também trabalha com motivos

religiosos.

D) Na arte Pop, o artista reproduz cenas da cultura grecoromana.

Lygia Clark

Bicho (caranguejo duplo), 1961 alumínio, 53 x 59 x 53 cm

Acervo Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo SP


Foto: Romulo Fialdini

A obra acima não foi produzida para ser colocada na parede ou pedestal. A partir dos
anos 60, alguns artistas brasileiros perceberam que alguns suportes pré-
estabelecidos, como a tela e o mármore, representavam uma limitação às aspirações
de liberdade que a arte pretende veicular. Alguns artistas como Lígia Clark propõem o
acaso da experimentação, convidando o espectador a tocar e a manipular a obra,
transformando-a.

Qual o nome desse movimento artístico?

a) Pop-art

b) Neo-concretismo

c) Arte conceitual

d) Surrealismo

e) Minimalismo
Analise a imagem a seguir:

Com base na imagem e nos


conhecimentos sobre a arte
brasileira contemporânea (1950-
1980), é correto afirmar:
a) A arte brasileira sofreu novas e diversas direções, quando artistas como
Renina Katz e Lygia Clark ligaram-se a diferentes movimentos estéticos como o
abstracionismo e o concretismo.
b) O uso de materiais tradicionais permaneceu na concepção da arte ao priorizar
temas como animais estranhos e cavaleiros medievais, ricos em detalhes realistas e
pormenores incrustados.
c) Ligada à estética do realismo mágico e propondo uma reconstrução ilógica da
realidade, Tomie Ohtake compõe quadros com formas e cores suaves.
d) Preocupados com os princípios matemáticos rígidos, os abstracionistas como
Manabu Mabe, registraram temas vinculados à realidade social com desenhos e
composições gritantes em grandes telas.
e) O concretismo privilegiou elementos plásticos relacionados à expressão
figurativa em murais, tematizando tradições populares brasileiras em manifestos com
experiências intuitivas da arte.

TEATRO CONTEMPORÂNEO
O século XX inicia-se
ampliando as conquistas técnicas
e o progresso industrial do século
anterior. Na sociedade, acentuam-
se as diferenças entre a alta
burguesia e o proletariado. O
capitalismo organiza-se e surgem
os primeiros movimentos sindicais
que passam a interferir nas
sociedades industrializadas.
Nas primeiras décadas do nosso século ocorrem também profundas
conturbações políticas: a Primeira Guerra Mundial, a Revolução Russa, o surgimento
do fascismo na Itália e do nazismo na Alemanha. Não demorou muito para que as
situações políticas criadas pela Itália e Alemanha levassem os países europeus e
americanos a envolverem-se em novo conflito mundial. Com essa última grande
guerra, tiveram início também as pesquisas e o uso da energia nuclear, que se
configura hoje como uma ameaça à sobrevivência da humanidade.

Ocorreu ainda neste século a conquista do espaço, o uso crescente da


computação e dos satélites, que colocam em comunicação imediata as mais distantes
partes do mundo.

Ao lado desses avanços acentuaram-se as disparidades sociais, hoje existem


regiões com imensas riquezas e outras com grande pobreza, onde as pessoas
passam fome e ignoram os fatos e os benefícios do progresso material das regiões
ricas.

É nesse contexto complexo, rico em contradições e muitas vezes angustiante


que se desenvolve a arte do nosso tempo. Assim, os movimentos e as tendências
artísticas expressam, de um modo ou de outro, a perplexidade do homem
contemporâneo.

O teatro contemporâneo é fundamentalmente um teatro de protesto, não só no


sentido político partidário, mas no seu rompimento com as formas tradicionais de
dramaturgia. O teatro contemporâneo é um múltiplo de teatros, a complexidade e
pluralidade da nossa sociedade, exige do teatro as mais diferentes respostas, cada
expressão de resposta levará a uma tendência, a uma forma de atuar no mundo. O
teatro vive o drama do século XX: a angústia, a subjetividade, o absurdo, o
engajamento social, o estranhamento ideológico e os psicologismos da nossa época.
O teatro contemporâneo é uma imersão profunda da nossa própria sociedade e seus
conflitos.

Tentar sintetizar as correntes do teatro contemporâneo é como andar, a um só


tempo, por vários caminhos. Sendo “o teatro o espelho do mundo” e o mundo
transformando-se tão vertiginosamente, é muito difícil reunir todas as imagens
refletidas, contudo eis algumas das mais conhecidas:
 Piscator e o Teatro Político

Erwin Piscator (Alemanha 1893 – 1966)

Através do teatro, Piscator empenhou-se em politizar as massas. Seu


teatro não pretendia proporcionar uma arte alienada, mas uma reflexão lúcida,
desmistificadora sobre os acontecimentos econômicos e sociais, e a necessidade
de organização trabalhadora, visando uma conscientização para a luta de classes
com vistas à revolução. Piscator renunciou aos apetrechos e rebuscamentos do
teatro burguês, e fortificou também a idéia do despojamento cênico, eliminando o
elemento decorativo elegendo o princípio do “cenário objeto”, aquele que dá
somente apoio a ação cênica.
Para conseguir um efeito teatral convincente, Piscator tirou proveito de
materiais estranhos e fazia desses objetos uma plataforma política. É fundamental
elevar a posição da criatura no palco e sua função dentro do teatro revolucionário.
O ator passa ter uma função social. Piscator sustentou objetivos propagandísticos,
eliminou também o conceito burguês da arte e esboçou pelo menos nos traços
fundamentais, uma nova arte proletária.

 Bertolt Brecht e o Teatro Dialético

Bertolt Brecht ( Alemanha 1898 – 1956) obras: “ Baal”, “Tambores da


Noite”, “Na Selva das Cidades”, “Um Homem é um Homem”, “A Ópera de Três
Vinténs”, “A Mãe”, “A Santa Joana dos Matadouros”, “Vida de Galileu”, “Mãe
Coragem”, “O Círculo do Giz Caucasiano”, “Aquele que diz sim e Aquele que diz
Não”, “As Espingardas da Mãe Carrar” etc.
A teoria de Brecht está fundamentada na dinâmica da história e dos sues
conflitos, sua eclosão e superação. Interessa-lhe a revelação do processo histórico,
ou seja, como as novas situações sucedem as velhas. Para o dialético Brecht é
preciso mudar a história, para alcançar justiça e igualdade para todos. Com Brecht as
idéias são valorizadas pela sua inspiração poética; a obra épica brechtiniana leva o
espectador à reflexão e à crítica sobre as situações, as personagens e seu
comportamento. Brecht revoluciona a interpretação com sua técnica de
“distanciamento”.
Para Brecht o teatro está comprometido como processo político e seu
objetivo é a análise do comportamento dos homens. Não quer hipnotizar, nem
anestesiar, quer despertar a única atitude cientificamente correta: a crítica.

 Grotowski e o Teatro Pobre

Jerzy Grotowski (Polônia 1933 - ? )

Grotowski propõe uma revisão no conceito de ator: não é mais o intérprete de


uma personagem criada pela literatura, o ator reelabora a mesma, expressando
como uma projeção de sua própria personalidade, ou seja, os limites devem ser
encontrados e os bloqueios superados nos dando reações espontâneas. Seu
“método” tem como lema descobrir-se, despojando-se inteiramente devendo
alcançar uma total doação do personagem; uma total integração dos poderes
corporais e psíquicos.
O teatro pobre leva a arte dramática a sua mais rígida essência; sem cenário,
materiais cênicos, efeitos técnicos, jogos de luz e maquiagem, contando somente
com o corpo e seu espaço, apto ao som, ao ritmo e ao movimento. A expressão
vocal pressupõe o trabalho corporal: primeiro o corpo, depois a voz, tudo deve fluir
de um corpo que se entrega totalmente antes de reagir corporalmente; antes de
pensar deve agir: “Pensar com o corpo”.

Palestra proferida por Grotowski em 08 de julho de 1974, no Teatro Nacional


de comédia, Rio de Janeiro.

“ ...para terminar esta explicação que, bem sei, é extremamente subjetiva, devo
pedir desculpas, porque não tenho nenhum método a ensinar, não tenho nenhum
conselho a dar aos outros, e não quero ter discípulos, pois ter discípulos é uma
coisa que incomoda. O que procuro soa os próximos, os que soa próximos de mim
em função das necessidades. Não procuro criar nenhum mito. Então para evitar o
blá-blá-blá como dizem os franceses, metodológico-técnico, prefiro abordar o
assunto tal como sinto, como a coisa mais importante da vida. A coisa é subjetiva,
mas há muitas pessoas que carregam dentro delas os mesmos sonhos, e dizem
que o sonho não pode ser realizado. Aqui está: talvez uma boa razão para se
chegar num lugar seja para afirmar que o sonho pode ser realizado. Porque ele
pode ser realizado. É provisório, é frágil, mas pode ser realizado. Talvez uma boa
razão para se chegar num lugar seja para encorajar. Se tenho alguma mensagem
para os outros é o encorajamento, unicamente.”

 Beckett e o Teatro do Absurdo

O teatro do absurdo foi um movimento associado a dramaturgos que


escreveram após a II Guerra Mundial, tem suas raízes nessas experiências. O
termo “absurdo”,foi empregado como descrição da condição humana
incompreensível, desconcertante, se refere a peças que apresentavam uma visão
da humanidade perdida em um universo sem sentido.
O absurdo denunciado pelo teatro é o absurdo da vida. Os autores deste
gênero não tem interesse em demonstrar outros caminhos, outras particularidades
da vida que não seja o seu lado absurdo. Evidente que cada um deu seu toque
peculiar as suas personagens e a estrutura das peças, porém permanecendo a
essência.
Nessa forma de teatro, o ser humano encontra-se essencialmente isolado,
desvinculado dos outros, como condição permanente. Beckett é niilista em sua
obra, suas personagens lembram, muito que superficialmente, as típicas figuras do
teatro naturalista, onde é perceptível, um realismo banal, cotidiano e até mesmo
uma empatia proposital, visando uma identificação público/ator, para que este
mesmo público se angustie com a solidão e o absurdo da existência humana,
porém, Beckett apenas se utiliza desse artifício para alcançar seus objetivos, o que
não o vincula diretamente ao teatro realista. Sua pretensão é colocar o homem em
conflito com ele mesmo, o que consequentemente o leva a confrontar-se com os
sistemas políticos e ordem social. Suas peças, nada mais são que análise de um
mundo onde está ausente o sentido da vida.

Outros autores do absurdo: Ionesco, Camus, Buchner, Adamov, Kafka, etc.

 Artaud e o Teatro da Crueldade

Tendência estética idealizada por Antonin Artaud (1896 – 1948) a partir da


atmosfera mística e do caráter metafísico do teatro oriental. A meta artística era a
busca de outros meios de expressão que não a palavra literária, considerada elitista
e limitante por Artaud. A ênfase da expressão cênica devia, pois, recair na emoção,
na linguagem não-verbal de luz e som, e, principalmente, na voz e no corpo do ator,
ou seja, em tudo que apelasse aos sentidos do espectador. Para Artaud, o
espetáculo teatral devia ser uma espécie de RITUAL. Artaud fez parte do grupo
surrealista em 1926; ele determina, como visionário, as condições e os meios de
uma prática mágica do teatro para que este possa apreender a unidade profunda
do ser. Do conjunto de seus escritos, há duas obras fundamentais: o teatro e o seu
duplo e o teatro da crueldade, compondo uma poética de grande influência em
todo o teatro até nossos dias. “o teatro convida o espírito ao delírio. Nós queremos
ressuscitar a idéia do espetáculo total, onde o teatro saberá tomar ao cinema, ao
music hall, ao circo e à própria vida, o que todo tempo lhe pertencia”, proclamou
Artaud.

“ O teatro tradicional serve aos idiotas – loucos invertidos – indivíduos com


instrução primária e antipoetas positivistas ocidentais, pois este teatro fede e
inacreditavelmente a homem provisório – material – eu diria até que fede a carne
putrefata de homem. O teatro tradicional está num adiantado estado de decadência,
imita sinistra realidade e ao realizar peças, historias de interesses humanos, cenas
intimas das vidas de alguns títeres, converte o público em fantoches bisbilhoteiros.”
Wilsom Coelho, Artaud – atos de
crueldade.

O HAPPENING E A
PERFORMANCE

A live art caminha


juntamente com o happening e a
performance na ruptura de uma
representação em favor da
atuação, dando espaço para o
improviso, para o espontâneo e é
assim que se dá a aproximação
entre vida e arte. Embora
happening e performance sejam
bastante parecidos, existem
algumas condições básicas que
as diferem. Ambos são linguagens
teatrais, sendo que a performance
possui uma maior preocupação
estética, se distanciando do
improviso no sentido de ser mais
elaborada, primando pela minúcia
de detalhes. No happening o que
mais interessa é o processo e a
interação com o público, sendo
que o resultado estético final é
deixado por último.

Através do quadro abaixo fica


melhor para perceber essa tênue
diferença entre o happening e a
performance.

C H P
a a e
r p r
a p f
c e o
t n r
e i m
r n a
í g n
s c
t e
i
c
a
s
P 1 1
e 9 9
r 6 7
í 0 0
o - -
d 1 1
o 9 9
7 8
0 0

S R R
u i i
s t t
t u u
e a a
n l l
t -
a C
ç o
ã n
o c
e
i
t
u
a
l

F S C
i k o
o e l
t a
C c g
o h e
n e m
d s
u ( 
t A
o l S
r g k
u e
m t
c
c h
o e
n s
t (
r A
o u
l m
e e
) n
t
o

d
e

c
o
n
t
r
o
l
e
)
F G I
o r n
r u d
m p i
a a v
l i
D d
e u
a
E l
s (
t C
r o
u l
t a
u b
r o
a r
a
ç
ã
o
)

Ê S I
n o n
f c d
a i i
s a v
e l i
d
i u
n a
t l
e
g (
r U
a t
t o
i p
v i
a a

p
e
s
s
o
a
l
)

O T E
b e s
j r t
e a é
t p t
i ê i
v u c
o t o
i
c c
o o
n
a c
n e
á i
r t
q u
u a
i l
c
o
M P E
a l l
t á e
e s t
r t r
i i ô
a c n
l o i
c
o

T E E
e v v
m e e
p n n
o t t
o o
d
e ( (
S A
a e l
p m g
r u
e r m
s e a
e p s
n e
t t r
a i e
ç ç p
ã ã e
o o t
) i
ç
õ
e
s

QUESTÕES

01) “É o corpo inteiro do observador e não mais somente seu olhar que se inscreve na
obra, enquanto esta ganha extensão.”

(Diana Domingues)

A interatividade do público com a obra é muito usada pelos artistas da tendência


contemporânea denominada:

A) Futurismo

B) Pop Art

C) Grafi te

D) Hop Art

E) Instalação
A figura acima mostra a primeira montagem de Esperando

Godot, de Samuel Beckett, no Thèatre de Babylone, em Paris, no

ano de 1953. De acordo com a rubrica do texto original de

Esperando Godot, a árvore prevista na cenografia

I é uma cerejeira, que está localizada no pasto de uma fazenda.

II tem algumas folhas no segundo ato.

III é esquálida, localizada à margem de uma estrada deserta.

Assinale a opção correta.

A) Apenas um item está certo.

B) Apenas os itens I e II estão certos.

C) Apenas os itens I e III estão certos.

D) Apenas os itens II e III estão certos

E) Todos os itens estão certos.


A ilusão cênica é a operação pela qual a platéia toma por real e

verdadeiro aquilo que é ficção. Essa ilusão cênica está na própria

essência da representação teatral, sendo, atualmente, uma noção

bastante problematizada por diferentes artistas nos diversos

âmbitos da criação teatral. Foi por conta da eficácia dessa ilusão

que, muitas vezes, o ator que representava o vilão se via

hostilizado à saída do teatro. Somando-se à noção de ilusão

cênica a noção de teatralidade — qualidade daquilo que é teatral

—, é correto afirmar que a função da cenografia, em uma cena

cujo estilo adotado fosse o realista e(ou) naturalista,

condicionaria a criação de uma realidade visual

A) atmosférica de caráter sugestivo.

B) de caráter verista.

C) de fundo espiritual e positivista.

D) de cunho pitoresco e romântico.

E) composta por cenários construtivistas.

(ENEM 2011) A dança é um importante componente cultural da humanidade. O


folclore brasileiro é rico em danças que representam as tradições e a cultura de várias
regiões do país. Estão ligadas aos aspectos religiosos, festas, lendas, fatos históricos,
acontecimentos do cotidiano e brincadeiras e caracterizam-se pelas músicas
animadas (com letras simples e populares), figurinos e cenários representativos.

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. Proposta Curricular do Estado de São Paulo:


Educação Física. São Paulo: 2009 (adaptação).

A dança, como manifestação e representação da cultura rítmica, envolve a expressão


corporal própria de um povo. Considerando-a como elemento folclórico, a dança revela
a) manifestações afetivas, históricas, ideológicas, intelectuais e espirituais de um povo,
refletindo seu modo de expressar-se no mundo.

b) aspectos eminentemente afetivos, espirituais e de entretenimento de um povo,


desconsiderando fatos históricos.

c) acontecimentos do cotidiano, sob influência mitológica e religiosa de cada região,


sobrepondo aspectos políticos.

d) tradições culturais de cada região, cujas manifestações rítmicas são classificadas


em um ranking das mais originais.

e) lendas, que se sustentam em inverdades históricas, uma vez que não inventadas, e
servem apenas para a vivência lúdica de um povo.

(ENEM 2010) O folclore é o retrato da cultura de um povo. A dança popular e folclórica


é uma forma de representar a cultura regional, pois retrata seus valores, crenças,
trabalho e significados. Dançar a cultura de outras regiões é conhecê-la, é de alguma
forma se apropriar dela, é enriquecer a própria cultura.
BREGOLATO, R. A. Cultura corporal da dança. São Paulo: Ícone, 2007.

As manifestações folclóricas perpetuam uma tradição cultural é obra de um povo que a


cria, recria e a perpetua. Sob essa abordagem deixa-se de identificar como dança
folclórica brasileira

A) O Bumba-meu-boi, que é uma dança teatral onde personagens contam uma história
envolvendo crítica social, morte e ressurreição.
B) A Quadrilha das festas juninas, que associam festejos religiosos e celebrações de
origens pagãs envolvendo as colheitas e a fogueira.
C) O Congado, que é uma representação de um reinado africano onde se homenageia
santos através de música, cantos e dança.
D) O Balé, em que se utilizam músicos, bailarinos e vários outros profissionais para
contar uma história em forma de espetáculo.
E) O Carnaval, em que o samba derivado do batuque africano é utilizado com o
objetivo de contar ou recriar uma história nos desfiles.

Você também pode gostar