A Arte e Sua História
A Arte e Sua História
A Arte e Sua História
Introdução
Neste material será apresentada a arte das origens das manifestações artísticas,
muitas atribuições da arqueologia e historiadores. Os estudos das civilizações
antigas ajudam a desvendar a nossa origem e até mesmo alguns comportamentos
das sociedades ocidentais.
Por não saber quando o homem começou a apreciar a arte da mesma maneira
que fazemos agora, os estudos são considerados vestígios de materiais
arqueológicos que nem sempre são considerados obras de arte.
Dessa forma, os estudos da arte em seus primórdios, Idade Média e início da idade
moderna reforçará o significado de apropriação de conhecimento para mudança
de pensamento e, consequentemente, de atitude.
Objetivos de Aprendizagem
Conhecer a história da arte e seus principais períodos
Segundo Gaspar (2004), se hoje temos os registros preservados dessa arte antiga é
graças ao trabalho de preservação da arqueologia, que permitiu o espaço para os
estudos.
Existe uma separação feita por estudiosos dos períodos da arte na pré-história, que
se divide em: paleolítico, neolítico e idade dos metais. Segundo Proença (2008),
separam-se por aspectos técnicos: Paleolítico - traços na parede, registro de mãos
e utilização de pó triturado de rocha. Neolítico - produção de utensílios com pedra
polida e desenhos geométricos, realizavam reproduções de imagens sugestivas de
seres. E na Idade dos metais eram utilizados pequenos artefatos para a produção
da arte. De acordo com Proença (2008), o paleolítico foi um período anterior à
escrita e de maior produção artística.
A civilização egípcia começou perto do rio Nilo, e teve uma cultura calcada na
eternidade. A relevância da arte para os antigos egípcios pode ser observada na
cultura e na origem da identidade grega, mulheres bem maquiadas, roupas e
adereços imponentes de faraós, que mostram um grito de vaidade. Nesse contexto,
os túmulos dos faraós egípcios são verdadeiros monumentos funerários, e as
pirâmides reforçam a ideia de exclusividade espiritual. Para Lacoute (1986), há uma
necessidade de simbolismo para os egípcios, e isso explica o que se reflete na arte
egípcia, a mitologia ligada aos mistérios da morte, tornando a Esfinge um dos
símbolos esculturais da cultura. Esse tipo de escultura representa a zoolatria, crença
que a alma habita o corpo do animal após a morte do humano em uma
reencarnação.
De acordo com Ullmann (2007), os gregos no dia a dia não eram tão abertos às
conversas de cunho sexual ou a palavras que remetessem ao assunto, mas nas
artes visuais a interpretação leva a sugestão do tema da homossexualidade e da
sensualidade da mulher nos braços de homens. Eles representavam o corpo sem
roupas mas não pintavam o ato sexual. O autor explica que as pinturas e as
cerâmicas retratavam cenas amorosas. “Na arte, na vida pública, na religião,
encontra-se a manifestação do nú. A famosa Vênus de Nilo, esculpida em mármore,
na ilha do mesmo nome., c.200 a.C, está levemente vestida” (ULLMANN, 2007, p.87).
Os destaques da arquitetura grega estão nos templos e nas colunas de cada estilo:
o dórico, com poucos detalhes, e o jônico, em que eram utilizados em construções a
base circular e estilo coríntio, com excesso de detalhes com folhas em sua
decoração. As diferenciações entre as elas são a parte superior da coluna e na sua
extensão, a pilastra. O estilo coríntio de pilar e colunas foram as mais utilizadas no
período helenista e também o mais visto na arte grega, é baseado no princípio
construtivo e de sustentação e dominado pelo horizontalismo, como por exemplo o
templo de Partenon, em Atenas, que está representado no museu de Londres, o
templo de Atenea Niké e o templo de Erecteion (BASTTISTONI FILHO, 2008).
A arte grega foi a base para as civilizações ocidentais, como na arquitetura, e tem o
sentido de potencializar o ser humano. Toda a arte remete ao equilíbrio e à
organização de espaço e estrutura. Foram grandes contribuições para a
formulação acústica para teatros, a estrutura primária para os ginásios atuais e a
praça, que tinha um propósito de socializar como até hoje em praças públicas.
A Arte Romana
Para Bocayuva (2011), os romanos tiveram muita influência da arte grega; pode-se
observar as semelhanças nos traços, nas obras arquitetônicas, as maiores
comprovações da influência. Para Lemos e Ande (2013), o estilo romano veio da
busca de identidade de um povo sem cultura e com inspirações que mesclam os
povos bizantinos e islâmicos, com religiões cristã, muçulmana e judaica. Da mesma
maneira que a arte grega, algumas manifestações artísticas romanas remetem aos
deuses da mitologia para explicação de fatos naturais ou humanos. A própria
história da criação de Roma é contada na mitologia romana, e assim está
representada diretamente na arte.
Sabendo que há busca de identidade, Flores (2006) indica que a cidade de Roma
começou em um vilarejo próximo ao rio Tigre, e as civilizações gregas e etruscas
foram incorporadas à arte romana. Ela foi colonizada por estrangeiros e cresceu
com a conquista do exército romano. Os estilos gregos foram influenciadores das
pinturas, dos prédios públicos e das esculturas.
Outra técnica era a encáustica, que misturava ceras naturais nos pigmentos em
altas temperaturas para dar brilho e cores, que eram sobrepostas umas às outras.
As técnicas permitiam estilos de incrustação, mantinham uma camada maior na
superfície e sobreposição de imagens, estilo enfeitado com desenho mais
elaborado e estilo intricado, que faziam formas geométricas. Nas pinturas foi
observado o uso do retrato para representar pessoas, mosaico para contar
narrativas heróicas ou mitológicas e cenas de paisagem (COELHO, 2017; PROENÇA,
2008).
Para constar como observação, as esculturas nessa arte não apelavam para a
sexualidade, diferente das obras gregas. Considerando que os bizantinos eram
extremamente religiosos, suas obras possuíam mais cor que a forma, também
possuíam influência árabe, que se aplica em superfícies planas (BATTISTONI FILHO,
2008).
FIGURA 10 Santa Sofia na Rússia
FONTE: Pedro J Pacheco / Wikimedia Commons.
A Arte Gótica
A arte gótica origina-se no século XII após a invasão por bárbaros das áreas
romanas. Os primeiros bárbaros são de 200 d.C. com origem em Gotland, e tinham
características de guerreiros. Essa arte é uma das mais detalhistas nas suas
pinturas e fascinantes vitrais, exemplos de suas obras encontrados em catedrais e
igrejas. Ainda é um mistério, sobretudo para a arquitetura, como foram construídas
catedrais tão altas em uma época sem as ferramentas que temos hoje. Giorgio
Vasari nomeou a obra de “gótico” quando foi estudá-la no começo do
renascentismo (por volta de 1300), ao observar uma arte cheia de detalhes e cores
classificou-a como “Godo”, algo feio, rústico. Para ele, tudo deveria ser mais simples,
veremos mais adiante na arte renascentista.
O conjunto de obras da arte gótica é encontrado, em sua maioria, nos interiores das
igrejas e catedrais. A igreja de Saint-Denis, de Abbot Suger, foi a primeira
manifestação da arte gótica e teve a intenção de mostrar o símbolo maior, Deus,
por meio das luzes que penetravam os vitrais. Não havia paredes, e sim longos
vitrais que permaneciam de uma coluna a outra. As pinturas possuem um ar mais
leve e realista, mais humanizada (CAMILLE, 2005).
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O que é rosácea?
Uma nova técnica à base de óleo com pigmentos de ervas e óleo de linhaça
permitiu criar uma tinta de duração mais longa e com tempo maior de secagem
total, que permitia ao artista fazer mais detalhes na pintura. O quadro “O casal
Arnolfini” de Jan van Eyck, marcou o momento de transição desse processo para o
renascimento.
As obras góticas europeias são visitadas até hoje, como a Catedral de Notre Dame,
em Paris.
A Arte Renascentista
No momento histórico do renascimento começa a saída da idade média para o
modernismo; é o movimento mais completo com a ciência, arte e a literatura. O
artista é reconhecido e passa a assinar as obras com seu estilo ou com o próprio
nome, configurando a valorização da individualidade. Nesse período que surgem os
nomes: Raffaello Sanzio, Leonardo da Vinci, Michelangelo, Donatello, Sandro Botticelli
e Ticiano Vecellio, artistas que estudam o passado para apropriação de
conhecimento a fim de fazer algo novo. Chama-se arte renascentista por retomar o
conceito grego do homem como centro do universo. Nesse movimento, o ser
humano é dono de seu destino, Deus não interfere nas ações. Ao final da idade
média e início da idade moderna a sociedade europeia retoma a consciência e
continuam os conhecimentos científicos, o clero perde o poder sobre as produções
artísticas e assim revivem os valores clássicos do período greco-romano. Se volta,
então, ao ideal humanista, e a arte não tem mais Deus como centro.
Outras pinturas famosas na arte barroca são “Sansão e Dalila”, de Peter Paul
Rubens, “Vocação de São Mateus” e “O tocador de alaúde”, de Michelangelo Merisi,
conhecido como Caravaggio e “Cristo em casa de Marta e Maria”, de Tintoretto.
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A Relação entre a Arte e a Ética
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Agora que você concluiu a leitura deste estudo, veja, nos vídeos a seguir, temas que
complementarão seus estudos:
Indicação de Leitura
Ano: 1597
ISBN: 9789896413507
Sinopse: História clássica de dois jovens que se apaixonam e são de famílias rivais,
Montecchio e os Capuleto. Ao ficarem juntos infringem a reverência às famílias.
Uma história de amor representada no teatro e adaptada a muitas versões para
cinema e televisão. Ao realizar a leitura, o final irá remeter a tragédia grega, ou seja,
punição por desobediência.
Questão 1
Questão 3
Sartre (2012) diz que o homem escolhe ser aquilo que ele quer ser, ele tem
responsabilidades em suas escolhas. Transferindo para a arte, podemos observar
que cada conflito de identidade que a humanidade passou foi revelada na arte.
Como? Observe a relação do homem com Deus e como foi expressa no
Renascentismo e no Barroco.
E a arte renascentista, que foi uma volta ao pensar no próprio homem, a retomada
de consciência, o antropocentrismo. Deixou para nós as magníficas obras de arte
que ainda são contempladas em igrejas, museus e catedrais.
Assim, visitar a história faz incendiar os sentimentos para uma viagem ao mundo do
conhecimento, ao mundo do imaginário.
Referências Bibliográficas
ARNOLD, Dana. Introdução à história da arte. São Paulo: Ática, 2008.,
BOCAYUVA, Izabela. Filosofia e Arte na Grécia Antiga. Rio de Janeiro: Nau, 2011.,
COELHO, Milton. Canal do Enem - Artes - Roma e Arte Romana. Disponível em:
<https://youtu.be/-5QRqKAc2bg>. 2017 (25m23s). Acesso em: 25 mar. 2019,
GASPAR, Madu. A arte rupestre no Brasil. 2 ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.,
LEMOS, Sueli; ANDE, Edna. Arte na idade média: Arte Românica e Bárbara. 1ed. São
Paulo: Instituto Callis, 2013.,
MARTINS, Andrea. Entre o Atlântico e o Maciço Calcário Estremenho: A Arte rupestre
na Estremadura. Oeiras: Câmara Municipal de Oeiras, 2017.,
PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. 2 ed. São Paulo: Editora Contexto, 2012.,
TATIT, Ana; MACHADO, Maria Silvia M. Monteiro. 300 propostas de artes visuais. São
Paulo: Edições Loyola, 2003.,
ULLMANN, Reinholdo Aloysio. Amor e sexo na Grécia Antiga. Porto Alegre: EDIPUCRS,
2007.,