6.2. Apresentação de Emergências Cardiovasculares

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Outubro de 2020

Coração
Coração
Artérias coronárias

O local e a dimensão do enfarte dependem da artéria coronária afectada e da


zona onde ocorreu a oclusão.
Pequena e Grande Circulação
GRANDE CIRCULAÇÃO
CORAÇÃO – SISTEMAS ORGÂNICOS – CORAÇÃO

PEQUENA CIRCULAÇÃO
CORAÇÃO - PULMÃO - CORAÇÃO

FUNÇÃO CARDIOCIRCULATÓRIA :
Levar sangue (oxigenado e rico em
nutrientes) aos tecidos e remover o
sangue venoso (rico em co2 e
metabólitos) para que seja novamente
purificado e oxigenado.
Trabalho Cardíaco
 A pós-carga diz respeito à pressão arterial que contraria o
fluxo sanguíneo de ventrículo esquerdo.
 A pré-carga diz respeito ao volume de sangue proveniente do
lado direito do coração.

Sístole: Período do ciclo cardíaco em que ocorre a contração dos


ventrículos.
Diástole: Período do ciclo cardíaco em que os ventrículos estão
relaxados.
Estreitamento das
artérias coronárias
Podem ter múltiplas causas:

Fluxo normal
•Aterosclerose
•Trombose
Fluxo reduzido

•Vasoespasmo
Parede muscular torna- Placas aterosclerose
se menos flexível

Fluxo bloqueado
•Anemia
Placa
Trombo Destaca-se
Fatores de risco para
aterosclerose
 HTA
 Hipercolesterolémia
 Tabagismo
 Diabetes
 Obesidade
 Falta de exercício
 Idade avançada
 Sexo masculino
Aterosclerose
Localização habitual da dor
Anginosa Pescoço e maxilar
Região superior do tórax
anterior
Ombro e M. superior
Retro-esternal com esquerdo
irradiação para pescoço e
maxilar
Intra Escapular
Retro-esternal com irradiação
para M. superior esquerdo

Epigastro

Epigastrica com irradiação


para o pescoço maxilar e M.
superior
Angina Pectoris
Fatores de Risco:

 Colesterol elevado,

 HTA,

 Obesidade,

 Sedentarismo,

 Tabagismo.
Tipos de Angina

• Clássica ou • Instável
Estável

• Prinzmetal
Angina Clássica ou Estável
• Exercício
Desencadeada por • Grande refeição
• Problemas Emocionais

• Aumento súbito do trabalho


cardíaco, que não consegue
suprimir esse trabalho cardíaco
Angina Instável
Ocorre em repouso Deve-se a uma mudança
na anatomia das
artérias coronárias

• Formação de coágulos
Angina Prinzmetal
Vasoespasmo coronário, e
Desencadeada por pode existir um certo
grau de aterosclerose

• Ocorre durante a noite e de


manhã piora
Angina Pectoris
Diagnóstico:

 ECG,

 Angiografia,

 Bypass,

 Medicação
(Vasodilatadores).
Cardiopatia Isquémica
 Doença em que se verifica
isquemia (diminuição do
fornecimento de sangue) do
miocárdio para um órgão ou
região, normalmente devido a
uma obstrução parcial ou total
das artérias que suprem o
coração.
Cardiopatia Isquémica
Fatores de Risco:

 Aterosclerose,

 HTA,

 Obesidade,

 Sedentarismo,

 Tabagismo.
Cardiopatia Isquémica
Diagnóstico:

 ECG,

 Análises ao sangue,

 Prova de esforço,

 Angiograma.
Enfarte Agudo do Miocárdio
EAM – Emergência médica na
qual parte do fluxo sanguíneo
que chega ao coração se vê
reduzida ou interrompida de
maneira brusca e grave e, como
consequência, produz-se uma
destruição (morte) do músculo
cardíaco (miocárdio) por falta de
oxigénio. A necrose total leva a 4
a 6 horas a ocorrer.
Enfarte Agudo do Miocárdio
 A causa habitual da morte
celular é a isquemia no músculo
cardíaco, por oclusão de uma
artéria coronária.

 A oclusão dá-se em geral pela


formação de um coágulo sobre
uma área previamente
estreitada por aterosclerose.
Enfarte Agudo do Miocárdio
Sintomas
 Dor précordial, retroesternal que pode irradiar para o
ombro, braço esquerdo ou ambos os braços até ao pescoço
ou maxilar inferior ou região intraescapular.
 Náuseas
 Vómitos
 Dispneia
 Taquicardia
 Palidez
 Pele fria e diaforética
Enfarte Agudo do Miocárdio
Fatores de Risco Causas
 Tabagismo,  Trombos,
 Hiperlipidemia,  Aterosclerose,
 Hipertensão,  Vasoespasmos.
 Diabetes mellitus,
 Stress,
 Falta de exercício,
 Envelhecimento,
 Regime alimentar rico em gorduras,
 Colesterol.
Enfarte Agudo do Miocárdio
Tipos de Enfarte
•Subendocárdio, encontra-se
no terço mais interno
podendo chegar até
metade da espessura do
miocárdio, é o mais comum.

• Transmural, onde
acompanha toda a extensão da espessura do miocárdio.
Os locais mais comuns são o ventrículo esquerdo e o
septo interventricular.
Enfarte Agudo do Miocárdio
Diagnóstico

• Diagnóstico inicial é o ECG;

• Análise ao sangue, medição de concentrações da

enzima Creatina quinase (CK-MB), encontra-se


normalmente no músculo cardíaco e, quando este se
lesiona, é libertado para o sangue.

• Ecocardiograma;
Electrocardiograma

Normal Isquemia Lesão Enfarte

Irrigação sanguínea Aguda ou recente; quanto Onda Q substancialmente


diminuída mais elevado for o superior a 1 mm de largura
inversão da onda T segmento ST mais recente e metade da altura +
Pode indicar isquemia sem é a lesão profundidade de todo o
enfarte do miocárdio complexo Indica necrose
do miocárdio
Electrocardiograma
 A incidência de Fibrilhação Ventricular é 15 vezes
superior durante a primeira hora após o início dos
sintomas.
Enzimas cardíacas
Teste diagnóstico Subida (após EAM) Pico Regresso à
normalidade

Creatina quinase (CK) 2 a 5 horas 24 a 48 horas 2 a 3 dias

Creatina quinase-MB (CK-MB) 2 a 5 horas 24 a 48 horas 2 a 3 dias

Subformas de CK-MB: MB I e MB2 <1 hora 4 a 8 horas

Desidrogenase láctica (LDH) 8 a 12 horas 72 a 144 horas +10 dias

*Uma relação de LDH I/LDH2 >0,76 está


bastante associada a EAM

Mioglobina <1 hora 2 a 4 horas

Troponina 4 a 6 horas 10 a 24horas 5 a 7dias


Actuação
Enfarte Agudo do Miocárdio
Tratamento
• Colocar oxigénio de baixo débito (2 a 6 l/min) .

• Colocar dois acessos de grande calibre.

• Avaliar continuamente a pressão arterial, monitorização


electrocardiográfica e a oximetria de pulso.

• A nitroglicerina é o fármaco para iniciar o tratamento da


dor no peito relacionada com angina pectoris e EAM. Se
esta não resultar a morfina é o fármaco a administrar.
Fármacos
Nitratos - Vasodilatador, Antianginosos. É um vasodilatador
venoso e coronário, reduzindo a pré-carga e o consumo
miocárdico de oxigênio.

Morfina - Analgésicos estupefacientes, tratamento


sintomático da dor moderada a severa, na sedação pré-
operatória e adjuvante da anestesia; dor associada ao enfarte
do miocárdio.

Aspirina - Analgésico, antiplaquetário e antipirético Dor ligeira


a moderada; pirexia, febre. Profilaxia secundária de acidentes
cardio e cerebrovasculares isquémicos.
Tratamento com Tromboliticos
• Tem como objectivo fazer a lise dos trombos da coronária,
restabelecer o fluxo sanguíneo para o miocárdio hipoperfundido e
suspender ou evitar a evolução completa do processo de enfarte.

• Utilização de fármacos como a estreptoquinase devem ser


administrados por via endovenosa nas primeiras 6 horas a partir do
início dos sintomas de enfarte.

•A aspirina e o clopidogrel evitam que as plaquetas formem


coágulos sanguíneos, ou a heparina, que também interrompe a
coagulação, podem aumentar a eficácia do tratamento trombolítico.
Tratamento com Tromboliticos
 Monitorizar hipotensão;
 Manter o doente em repouso no leito;
 Restringir as punções venosas e arteriais;
 Restringir o uso frequente de mangas do
esfigmomanómetro.
Cateterismo cardíaco
 Cateter através de um grande vaso sanguíneo no braço
ou na perna, que, em seguida, é dirigido até ao coração.

 Mede a pressão e os níveis de oxigénio dentro das


câmaras cardíacas e, assim, avaliar o funcionamento do
coração
Enfarte Agudo do Miocárdio
Prognóstico
• Será tanto favorável quanto menor a área de enfarte e
mais precoce o seu tratamento.

Reabilitação
• Os doentes com um enfarte, geralmente, melhoram
progressivamente e podem, passados dois ou três dias,
sentar-se, fazer exercícios passivos, caminhar até ao
banho e fazer trabalhos leves e ler.
• Nas 3 a 6 semanas seguintes, deverá aumentar a
atividade.
Crise Hipertensiva
Hipertensão arterial
Define-se como uma pressão arterial sistólica
superior a 140 mmHg e/ou uma pressão diastólica
superior a 90 mmHg.

Quando a pressão arterial sobe bruscamente para


níveis muito elevados, o utente fica em risco de vida
(crise hipertensiva).
Crise Hipertensiva
Crise Hipertensiva
 Define-se como elevação grave da pressão arterial,
geralmente associada a pressão arterial sistólica (200
mmHg) e a pressão arterial diastólica (120 mmHg).
 Classifica-se em função do grau de lesão aguda do órgão-
alvo e da rapidez com que se tem de fazer baixar a tensão
arterial.
 Os órgãos-alvo da crise hipertensiva são:

os olhos, rins, coração e cérebro.


Sinais e Sintomas
Agitação

Tonturas

Perturbações
visuais ( acuidade
visual reduzido) Cefaleias

Náuseas
Vómitos
Crise Hipertensiva
Diagnóstico
 Duas medições da pressão arterial elevada, em decúbito
dorsal e em posição de sentado, obtidas em pelo menos
duas ocasiões distintas.
 Análises sanguíneas,
 Análise há urina (avaliar função renal),
 Electrocardiograma,
 Radiografia do tórax,
 Ecocardiografia para verificar se existe hipertrofia do
ventrículo esquerdo.
Classificação
Os níveis pressóricos não diferenciam os dois tipos

Emergências.s: Urgências:
 Risco iminente de vida  Potencial Risco de Vida;
ou deterioração rápida  Risco menor de
de órgãos-alvo; deterioração de órgãos-
alvo;
 Requer redução
 Redução mais lenta da PA
imediata da PA (em 1 a
(em até 24 horas);
2 horas);
Fármacos anti-hipertensivos
Entidade específica Opção do tratamento
EAP/ Disfunção sistólica Nicardipina, fenoldopam, ou nitroprussiato em
combinação
com nitroglicerina e diurético de ansa
EAP/ Disfunção diastólica Esmolol, metoprolol, labetalol ou verapamil em
combinação
com baixa dose de nitroglicerina e diurético de ansa
Isquemia Aguda do Miocárdio Labetalol, esmolol em combinação com nitroglicerina

Encefalopatia Hipertensiva Nicardipina, labetalol ou fenoldopam

Dissecção Aórtica Aguda Labetalol ou combinação de nicardipina e esmolol ou


combinação de nitroprussiato com esmolol ou metoprolol

Pré-eclampsia/eclampsia Labetalol ou nicardipina

Doença Renal Aguda Nicardipina ou fenoldopam

Crise Simpática Verapamil, diltiazem ou nicardipina em combinação com


benzodiazepina

Hipertensão peri-operatória Esmolol, nicardipina ou labetalol

AVC Nicardipina, labetalol ou fenoldopam


Crise Hipertensiva
Tratamento
 Objetivo baixar a pressão arterial sistólica para 160 mmHg
a 100 mmHg em 2 a 6 horas.
 Medicação endovenosa, como o nitroprussiato, o labetalol
e o propranolol.
 A resposta do doente deve ser avaliada através de
monitorização continua, para verificar a melhoria ou
agravamento do tratamento.
FIM

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