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Aula 01

1. Conceitos elementares na gestão pública;


2. Princípios da Administração Pública: noções gerais e conceitos;
3. Aspectos gerais sobre gestão pública e sustentabilidade no Planejamento das cidades

1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - Aspectos Conceituais

A Administração Pública de forma ampla, é um sistema complexo, composto de


instituições e órgãos do estado, normas, recursos humanos, infraestrutura, tecnologia, cultura,
entre outras, encarregado de exercer de forma adequada a autoridadepolítica e suas demais
funções constitucionais, visando o bem comum.
Primeiramente cabe ressaltar que a expressão “Administração Pública pode ser
tomada em dois sentidos:
• “Administração Pública” como sendo o conjunto de órgãos públicos,
autarquias, fundações, etc, enfim, toda a estrutura que forma o aparelho do Estado. É através
da Administração Pública que o Estado se manifesta frente aos seus súditos,
materializando-se mediante a ação destas diversas organizações formais, com suas
características e prerrogativas específicas. Aqui vamos encontrar o campo de estudo
próprio da disciplina denominada Direito Administrativo.
• “Administração Pública” como sendo “o modo de gestão” do aparelho
do Estado, ou seja, a forma como são aplicados os processos de planejamento, organização,
direção e controle pelas diversas entidades que formam o Estado. Aqui encontramos o
campo de estudo da disciplina denominada igualmente de Administração Pública.
Assim, nos interessa daqui por diante tratar a Administração Pública de acordo com a segunda
acepção, relativa aos modos de gestão das organizações governamentais.
A Administração Pública abrange um vasto campo do processo administrativo
do Estado, e, portanto é importante a sua conceituação e a compreensão do seu processo
evolutivo para se ter o entendimento das principais mudanças pelas quais atravessam as
organizações governamentais atualmente.
O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado em 1995 adotouo
seguinte conceito para a administração pública: todo o aparelho do Estado pré-orientado à
realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. Esta definição
está de acordo com a nova relação que deve existir entre o Estado e a sociedade, onde se
vê o cidadão como contribuinte de impostos e como uma espécie de “cliente” dos seus
serviços. Os resultados da ação do Estado são considerados “bons”, não porque os
processos administrativos estão sob controle e são seguros, mas porque as necessidades do
“cidadão-cliente” estão sendo atendidas.
Os objetivos principais da administração pública gerencial, de acordo com Paula
(2005), seriam:
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(...) melhorar as decisões estratégicas do governo e da burocracia;
garantir a propriedade e o contrato, promovendo o bom funcionamento
dos mercados; assegurar a autonomia e a capacitação gerencial do
administrador público; e assegurar a democracia por meio da prestação
de Serviços publicos orientados para o cidadão-cliente e controlados pela
sociedade. (p. 475)

1.1 ADMINISTRAÇÃO PUBLICA DIRETA E INDIRETA


Os temas relacionados à Administração Pública têm se tornado cada dia
mais populares entre os brasileiros. A crise fiscal e o déficit das contas públicas têm suscitado
debates em torno do custo da máquina pública e seu papel para a sociedade.
A administração pública direta é composta de órgãos que estão diretamente
ligados ao chefe do Poder Executivo – no caso do Governo Federal, ao Presidente da República.
Assim, temos como exemplos os ministérios, suas secretarias, coordenadorias e departamentos.
Esses órgãos não possuem personalidade jurídica própria, o que significa que eles não têm um
número de CNPJ (cadastro nacional de pessoas jurídicas).
Um exemplo prático é o Ministério da Fazenda, que é o órgão responsável pela política
econômica do país. Dentro de sua estrutura existem diversos órgãos subordinados. Por exemplo,
a Secretaria da Receita Federal, que cuida da arrecadação dos tributos federais, e a Secretaria do
Tesouro Nacional, responsável pela contabilidade do governo e pela conta única do Tesouro.
A administração direta recebe recursos financeiros dessa conta única e todas
suas despesas administrativas e seus investimentos são mantidos com o repasse de dinheiro
público proveniente de tributos recolhidos pela União.
Normalmente, esses órgãos atuam em políticas públicas de caráter
essencialmente de Estado, como: Defesa Nacional, Relações Exteriores, Saúde, Previdência,
Educação e diversas outras áreas.
Os servidores públicos lotados na Administração direta são selecionados por
meio de concurso público e possuem vínculo estatutário junto ao Estado, o que significa que não
são contratados sob as regras da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), e sim de acordo com
estatuto próprio. Eles ocupam cargos públicos criados por lei.
A administração pública indireta, por sua vez, é composta por entidades
que, por meio de descentralização de competências do governo, foram criadas para desempenhar
papéis nos mais variados setores da sociedade e prestar serviços à população. Essas entidades
possuem personalidade jurídica própria (CNPJ), e, muitas vezes, recursos próprios, provenientes
de atividades que geram receitas.
O primeiro exemplo são as autarquias. Elas são criadas por meio de lei e
prestam serviços à população de forma descentralizada, nas mais diferentes áreas. Um exemplo
de autarquia é o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), hoje vinculado ao Ministério
do Desenvolvimento Social e Agrário. O INSS atende aos aposentados e pensionistas cobertos
pela previdência social e é responsável pelo pagamento de benefícios a milhões de cidadãos.
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Existem também, as fundações, como por exemplo, a Fundação Oswaldo Cruz


(FIOCRUZ), que tem por finalidade desenvolver atividades no campo da saúde, da educação e
do desenvolvimento científico e tecnológico.
Nas autarquias e fundações, em regra, os cargos públicos são ocupados por
servidores estatutários, assim como na Administração direta, ressalvadas algumas exceções.
Esses servidores também deverão se submeter a concurso público, como previsto na Constituição
Federal.
Ainda na administração indireta, temos as empresas públicas e sociedades de
economia mista, que só podem ser criadas após autorização em lei.

2. PRINCIPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PUBLICA - Noções gerais e Conceitos

Os princípios fundamentais que regem a administração pública brasileira, nas


esferas federal, estadual e municipal, são, outrossim, os mesmo que o Direito Público utiliza
amplamente na maioria dos países contemporâneos da sociedade mundial, e encontram-se expressos
em nossa Carta Magna em vigor, no art. 37, onde é afirmado que a

[...] administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes daUnião,


dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]
(BRASIL, 2000, P. 39).

Contudo, é importante destacar que o último princípio o da eficiência ainda não


é amplamente consagrado no Direito Público mundial, e foi acrescentado na ConstituiçãoBrasileira de
1988, por meio de uma Emenda Constitucional nº 19.
Os princípios fundamentais que regem a administração pública brasileira,
em todas as esferas públicas, constituem regras de observância constante e imperativa para todos
osadministradores e gestores públicos, e seus atos administrativos, uma vez que os mesmo buscam
sempre preservar e o zelar os interesses da sociedade e do bem comum.
Em seguida analisaremos os princípios consagrados pela Constituição Federal.

2.1 O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE


O princípio da legalidade visa constituir a preponderância da lei escrita, qualidade
sema qual não poderia haver o Estado Democrático de Direito. O princípio da legalidade determina que
todas as ações do Estado, assim como, de seus agentes devem, necessariamente, estar embasadas em
lei, e esta, por sua vez, devem estar fundamentada na constituição. O princípio da legalidade expresso
na Constituição da República em vigor determina que:
[...] o administrador público está, em toda a sua atividade
funcional, sujeito aos mandamentos da lei às exigências do bem comum,
e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido
expor-se a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o
caso. (MEIRELES,1998, p. 80).
As leis expressão preceitos que não podem ser descumpridos, nem por desejo e
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intenção dos responsáveis por sua aplicação, e nem por seus destinatários. Em função da finalidade do
Estado, e do agente público, os mesmos são impedidos de não exercer seus poderes e de cumprir o que
a lei lhes impõe, sob pena de prejudicar o bem comum. Na administração pública inexistem liberdade
e vontade pessoal. Pois a eficiência da administração pública encontra-se condicionada ao atendimento
da lei.
Todo e qualquer ato da Administração Pública deve ser respaldado em lei, e
esta por sua vez, embasada em texto constitucional. Além disso, a segurança de legalidade na ação do
poder público encontra-se intimamente ligada a qualidade das leis, que devem ser obrigatoriamente
preparadas de acordo com as normas e técnicas legislativas amplamente aplicadas pelo Direito.
O princípio da legalidade tem como objetivo primordial evitar a atuação do
arbítrio dos governantes, ou seja, de sua vontade própria e independente nas decisões e ações da vida
pública, prevenindo uma ação exorbitante por parte do Poder Público sobre a sociedade. Pois “[...] o
Estado concentra um enorme poder nas mãos dos governantes e de seus funcionários, enão fosse o claro
estabelecimento desse princípio constitucional, certamente o poder exercido pela Administração
Pública sobre os cidadãos seria exorbitante.” (COELHO, 2009, p. 52-53).
No Brasil é vigente o Direito Positivo, de origem romana, que preceitua que
toda lei deve ser escrita. Todavia, nem tudo que é escrito pelo Estado constitui lei. Para que seja lei é
preciso apresentar as seguintes características: a autoaplicabilidade, a generalidade, a abstração e o
caráter coercitivo.
A autoaplicabilidade é a traço que vai definir que a lei não carece de nenhum
outro atopara ser aplicada – com exceção dos casos expressamente previstos no seu texto, como os que
prevêem a edição de decretos para a sua regulamentação antes de entrarem em vigor. A generalidade
determina que a lei é sempre um ato geral, não podendo jamais incidir sobre um objeto particular.
Assim sendo, uma lei pode incidir sobre uma categoria de indivíduos,
mercadorias ou de entidades públicas. A abstração determina que a lei necessita ser sempre abstrata,
não tratando jamais de casos concretos. E, finalmente, o caráter coercitivo, que determina que a lei
deve possuir um caráter coercitivo e ter uma aplicação compulsória sobreo objeto da legislação, não
sendo uma simples recomendação, todavia, em todos os casos sempre ser respeitada, ficando os
transgressores submetidos às sanções estabelecidas.
2.2 O PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

Como bem coloca Coelho (2009, p. 57)


[...] os atos administrativos serão sempre impessoais em um duplo sentido:
no de quem age – que é o Estado e não a pessoa do agente; e no do objetivo
da ação – que é o interesse público e não o interesse das pessoas particulares
atingidas pela ação estatal.

O princípio da impessoalidade deve marcar todos os atos da Administração,


seja ele externo ou interno. O autor de todos os atos públicos é sempre o Estado, cabendo ao agente
público executá-lo. De acordo com tal princípio todos os atos administrativos são obrigatoriamente
impessoais em um duplo sentido: em primeiro lugar, porque quem age é o Estado e não a pessoa do
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agente. E, em segundo lugar, porque o objetivo da ação é o interessepúblico e não o interesse privado.
O principio da impessoalidade

[...] nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao


administrador público que só pratique o ato para seu fim legal. E o fim legal
é unicamente aquele que a norma de Direito indica e expressa [...] como objeto
do ato, de forma impessoal. (MEIRELLES, 1998, p. 88).

Este princípio tem o objetivo do bem comum e do interesse público, assim como, os
demais princípios. E assim, procura, igualmente, eliminar a promoção pessoal dos gestores e agentes
públicos sobre as ações da administração pública, e ao mesmo tempo, impedi-los de praticar atos
buscando unicamente o próprio interesse ou privados de terceiros, por favoritismo ou perseguição.

A impessoalidade pode ser expressa em diferentes atos administrativos e na forma como


os mesmos são editados. Nas leis, decretos, resoluções e portarias a impessoalidade pode ser constatada.
No caso das leis federais, elas invariavelmente iniciam-se com
[...] a seguinte frase: “O Presidente da República. Faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:”, ao que segue o texto da lei,
encerrando-se o ato com a assinatura do presidente seguida da do(s)
ministro(s) da(s) área(s) envolvida(s). Nessa formalidade, revela-se o
princípio da impessoalidade, pois é sempre o Congresso Nacional quem
decreta (e não os deputados e senadores tais e quais) e o presidente da
República quem sanciona as leis, figurando o(s) nome(s) do(s) agente(s) que
a assina(m) apenas no fim do ato. (COELHO, 2009, p. 57).
2.3 O PRINCÍPIO DA MORALIDADE

O terceiro princípio é o da moralidade, e constitui um atributo direto do agentepúblico.


Para que a Administração Pública aja de acordo com esse princípio, é fundamental que os servidores e
seus agentes, proporcionem através de seu comportamento os valores morais socialmente considerados
imperativos, desejáveis e necessários por parte da sociedade. Demanda-se, igualmente, ao servidor
público lealdade à instituição que servem e cumprimento das normas e regulamentos, além das ordens
superiores, desde que estas não forem ilegais, pois ninguém está obrigado a cumprir uma ordem ilegal.

A moralidade administrativa, no dizer autorizado de Meirelles (1998, p. 86)

[...] constitui, hoje em dia, pressuposto de validade de ato da Administração


Pública [...] Não se trata [...] da moral comum, mas sim da moral jurídica,
entendida como ‘o conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior
da Administração’ [...] A moral comum, [...] é imposta ao homem para sua
conduta externa; a moral administrativa é imposta ao agente públicopara sua
conduta interna, segunda as exigências da instituição a que serve e afinalidade
de sua ação: o bem comum.

Na Constituição Federal, em seu art. 37, § 4 procura preservar o princípio da


moralidade entre os gestores e servidores públicos, reprimindo os que não fazerem uso deste principio
em seus atos administrativos quando diz que os
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[...] os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da
ação penal cabível. (BRASIL, 2000, P. 41).
Verificamos, ainda, que o Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994, que estabelece
o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, diz
expressamente no Capítulo I, Seção I, nos Incisos II
O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua
conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo
e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas
principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas
no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.
O princípio da moralidade exige dos agentes da Administração Pública
probidade e honestidade de conduta, não só enquanto servidores, porém também enquanto cidadãos.
Como prescreve o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder ExecutivoFederal,
em seu Capítulo I, Seção I, nos Incisos I “A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos
princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do
cargo ou função, ou fora dele... [...]”.
O princípio da moralidade nos atos públicos assegura o interesse público em todos os
atos dos agentes públicos, ao passo que, o contrário, ou seja, a imoralidade nos atos de um agente
público visa fundamentalmente usar o poder do Estado para atender interesses privados. Assim,
considera-se “[...] imoral o abuso do poder assim como o seu uso em benefício próprio ou de terceiros;
a aceitação de propinas, a prática da usura, a malversação e desvio dos recursos do patrimônio público.”
(COELHO, 2009, p. 58).
2.4 O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
O quarto princípio é o da publicidade e volta-se fundamentalmente para a perceptibilidade e
visibilidade social que devem abranger todos os atos da Administração Pública. Os atos do Estado
obrigatoriamente devem ser públicos e multíplices em diversos sentidos, pois são emanados do poder público,
no interesse público, para o público, e de conhecimento público. A publicação apenas produz efeitos
jurídicos quando realizada em órgão da Administração, desta forma, somente com a publicação no Diário
Oficial, os atos daAdministração tornam-se acessíveis ao conhecimento público, é uma entram em vigor. Nas
palavras de Meirelles (1998, p. 89) o principio da publicidade
[...] é a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início de seus
efeitos. Daí por que as leis, atos e contratos administrativos que produzem
conseqüências jurídicas fora dos órgãos que os emitem exigem publicidade
para adquirirem validade universal, isto é, perante as partes e terceiros [...] A
publicidade não é elemento formativo do ato; é requisito de eficácia e
moralidade.
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O princípio da publicidade, determina que todos atos administrativos devem ser


publicados no Diário Oficial, e disso resulta então que os mesmos devem ser escritos, e redigidos de
acordo com o princípio da legalidade, assegurando a clareza necessária para os mesmos. Segundo
Coelho (2009, p. 59) a

[...] necessidade de que todos os atos administrativos sejam escritos deriva,


também, do princípio da publicidade. Devendo ser redigido de acordo com as
normas e procedimentos decorrentes da aplicação do princípio da legalidade,
tal como tratado anteriormente, a constância escrita é que permitea clareza e
publicidade necessárias aos atos públicos. As manifestaçõesorais, como os
discursos, são importantes meios de comunicação política, mas não são
capazes de assegurar a explicitação do interesse público nelas contidas. As
palavras vão-se com o vento, além de serem passíveis de manipulação através
da oratória.

O princípio da publicidade assegura o inicio dos efeitos externos dos atos


administrativos, e ao mesmo tempo, buscam garantir o controle e a fiscalização dessesmesmos atos por
parte da sociedade. Como bem coloca Meirelles (1998, p. 89-90) o
[...] princípio da publicidade dos atos e contratos administrativos, além de
assegurar seus efeitos externos, visa a propiciar seu conhecimento e controle
pelos interessados diretos e pelo povo em geral, através dos meios
constitucionais – mandato de segurança (art. 5º, LXIX), direito de petição (art.
5º, XXXIV, “a”), ação popular (art. 5º, LXXIII), habeas data (art. 5º, LXXII),
suspensão dos direitos políticos por improbidade administrativa(art. 37, § 4º)
-, e para tanto a mesma Constituição impõe o fornecimento de certidões de
atos da administração, requeridas por qualquer pessoa, para defesa de direitos
ou esclarecimentos de situações (art. 5º, XXXIV, “b”) [...]
O princípio da publicidade compreende todos os atos da Administração, e assegura a
qualquer pessoa interessada ter acesso, e obter cópias, inclusive dos atos em formação ou concluídos,
dos processos, dos pareceres, dos despachos, das atas de julgamentos das licitações e dos contratos
firmados, assim como, todos os comprovantes de despesas e suasrespectivas prestações de contas,
dentre outros.
Todos os atos e contratos administrativos devem obedecer ao princípio da publicidade.
Tendo como exceção apenas determinadas decisões e ações que para produzirem seu necessário efeito
precisam do sigilo. Dentro deste contexto, unicamente é “[...] admitido o sigilo nos casos de segurança
nacional, investigações policiais ou interesse superior da Administração a ser preservado em processo
previamente declarado sigiloso nos termos da lei[...]” (MEIRELES, 1998, p. 89).
Contudo, tanto o princípio da publicidade, quanto os atos administrativos sigilosos
permitidos em regime de exceção, são para garantir que as decisões do Estado sejam tomadas visando
sempre a atender o interesse social e o bem comum.
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2.5 O PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

A Emenda Constitucional nº 19, de 4 de junho de 1998, além de outras


modificações que orientaram a Reforma do Estado Brasileiro, introduziu no art. 37 da Constituição
Federal,a obrigatoriedade da observação do princípio da eficiência na Administração Pública, que se
acrescentou aos demais princípios consagrados no direito público, ou seja, legalidade, impessoalidade,
moralidade e publicidade.
A idéia de eficiência não é nova na administração pública, e sua existência pode ser
identificando bem antes da referida Emenda. Contudo, em 1998, as fortes influências do neoliberalismo,
vindas no processo de globalização, levaram o Brasil a realizar uma reforma administrativa, e a
introduzir o princípio da eficiência entre os princípios da administração pública. Como bem coloca
Muniz (2007, p. 86) no
[...] Direito Administrativo, a noção de eficiência não é nova (não se concebe
um Estado que se estruture sem o propósito de desempenhar, a contento, ações
voltadas à satisfação das necessidades da sociedade), podendo ser verificadas
na sua forma legal, pelo menos desde o Decreto Lei 200/67, que reestruturou
a Administração Pública Federal. O que se configurou novidade foi o espírito
trazido pela reforma do Estado, trabalhadaideologicamente numa idéia de
eficiência experiência do setor privado. O realinhamento da função estatal
estava simbolizado na idéia de eficiência gerencial no desempenho de suas
atividades, tendo como objetivo inserir o Estado brasileiro na economia
globalizada.

A Carta Magna, no art. 74, II, desde 1988, já preconizava que os

[...] Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada,


sistema de controle interno com a finalidade de: (...) II- comprovara legalidade
e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária,
financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem
como da aplicação de recursos públicos porentidades de direito privado.
Todavia, não é possível negar, que a Reforma do Estado, elaborada no ano de
1995, pelo Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado, desempenhou papeldecisivo
na introdução peremptória do princípio da eficiência na Carta Magna. Uma vez que a supracitada
reforma, de cunho neoliberal, preconizava a transformação do modelo burocrático, até então vigente
na Administração Pública brasileira, mediante a implantação daconcepção de administração gerencial,
aproximando-se do modelo da iniciativa privada, que buscam sempre atingir resultados, minimizar os
custos e reduzir os controles das atividades- meio.

O princípio da eficiência que determina a racionalidade financeira no funcionamento da


Administração Pública. São os tributos pagos por todos que financiam as ações e atos da Administração
Pública, e, portanto, é do interesse de toda sociedade que sejam utilizados de forma eficiente, isto é,
proporcionar a melhor relação custo-benefício. Como bem coloca Coelho (2009, p. 60) o princípio da
eficiência
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[...] aponta para a racionalidade econômica do funcionamento da


Administração Pública. É do interesse público que os tributos pagos pelos
cidadãos, e utilizados para custear as funções administrativas, não apenas
sejam utilizados de forma legal, impessoal, moral e pública, como também
de forma eficiente, isto é, apresentando a melhor relação custo benefício.

O principio da eficiência é um dos deveres da Administração Pública e de seus


gestores, uma vez que todo agente público tem a obrigação de realizar suas atribuições não apenas com
legalidade, todavia, com prontidão, perfeição e rendimento funcional, de modo a produzir os melhores
resultados em todos os serviços públicos oferecidos a sociedade. O princípio da eficiência determina
que os gestores públicos pratiquem a boa administração. Assim, o principio da eficiência

[...] pode ser percebido também como uma exigência inerente a toda atividade
pública. Se entendermos a atividade de gestão pública como atividade
necessariamente racional e instrumental, voltada a servir ao público, na justa
proporção das necessidades coletivas, temos de admitir como inadmissível
juridicamente o comportamento administrativo negligente, contra-produtivo,
ineficiente. (MODESTO, 2007, p. 6).

Assim, o princípio da eficiência

[...] assume duas vertentes: a primeira é organizar e estruturar a máquina


estatal para torná-la mais racional para que as necessidades da sociedade
sejam alcançadas de forma mais satisfatória e a segunda, é regular a atuação
dos agentes públicos buscando que esses tenham um melhor desempenho
possível a fim de atingirem os melhores resultados. (MARTINS, 2008, p. 2).

Dentro deste contexto, o princípio de eficiência é econômico visa orientar a atividade


administrativa para alcançar os melhores resultados e benefícios ao menor custo possível e utilizando
os meios que dispõe.
2 ASPECTOS GERAIS SOBRE GESTÃO PÚBLICA E SUTENTABILIDADE NO
PLANEJAMENTO DAS CIDADES.
O planejamento urbano representa o uso da terra em sua função econômica, social,
ambiental, institucional e cultural (Okpala, 2009; Boamah, Gyimah, & Nelson, 2012; Cobbinah &
Korah, 2016; Yeboah & Shaw, 2013). O planejamento urbano estabelece um conjunto de ações das
atividades urbanas podendo ser realizadas ou orientadas pelo mercado, assumidas pelo Estado, tanto na
sua concepção quanto na sua implementação (Deak, 1999). Esse planejamento também se refere a um
processo de gestão e de programação para um modelo desenvolvimento de áreas urbanas.

O autor Okpala (2009) argumenta que planos urbanos devem ser elaborados de
acordo com grupo de população, considerando variáveis socioeconômicas associadas às densidades
demográficas de forma combinada e simbiótica. Essa simbiose tem relação com o estudo de Bugs et al.
(2010) sobre o impacto do uso de tecnologias para o planejamento urbano, como uma ferramenta social
para contribuir para o processo de comunicação sobre as necessidades dos usuários e dos tomadores de
decisão.
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Os autores Stigt et al. (2013) argumentam que planejamento e


desenvolvimento urbano tem a capacidade de equilibrar três interesses conflitantes: o crescimento
econômico, a justiça social e a proteção do meio ambiente. A integração destas três dimensões em um
processo de planejamento urbano pode tornar as cidades inclusivas e coloca-las no caminho da
sustentabilidade (Sachs, 2002). Isso apresenta-se também nos estudos de Tibaijuka (2006) e Watson,
Shields e Langer (2009) ao argumentarem que o planejamento urbano deve ser inclusivo e articular os
diferentes interesses da sociedade.

Ainda, ressalta-se que o planejamento urbano como disciplina para o


desenvolvimento de cidades surgiu da necessidade de ordenação do espaço físico que passava a abrigar
cada vez mais pessoas. Trata-se basicamente de um processo de produção, estruturação e apropriação do
espaço no perímetro urbano, o qual conta com diferentes ferramentas e mecanismos para o planejamento
de cidades (Deak, 1999).

3.1 M ECANISMOS DE PLANEJAMENTO URBANO

No Brasil há diversos mecanismos de implantação de planos de desenvolvimento


urbano, tanto em cidades que tiveram sua origem em um plano inicial, quanto para aquelas que tiveram
seu crescimento de forma espontânea. Uma das formas de se fazer esse planejamento é por meio de
legislações. O Estatuto da Cidade, Lei 10.257 de 2001 (Brasil, 2001), é uma delas, o qual estabelece
diretrizes gerais para o desenvolvimento da política urbana.

No caso dos planos municipais, por exemplo, pode-se citar como principais
legislações práticas o Plano Diretor e Leis de Uso e Ocupação do Solo. O primeiro deles tem como
objetivo estabelecer diretrizes gerais de crescimento do município, definições de áreas urbanas e rurais,
aproveitamento de uso de áreas, em linhas gerais. A Lei de Uso e Ocupação do Solo estabelece o
potencial construtivo de uma área, a possibilidade de adensamento, área livre e área verde, entre outras
diretrizes. O estatuto do Plano Diretor se estabelece como uma ferramenta básica para o planejamento
urbano, cujo objetivo, segundo a Lei 10.257/2001, é garantir o direito a cidades sustentáveis, ou seja, o
conjunto de direitos que asseguram uma existência digna no meio urbano, tais como à terra urbana, à
moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao
trabalho e ao lazer (BRASIL, 2001).

Os autores Fitzgerald et al. (2012) e Wolsink (2016) argumentam que os mecanismos


de planejamento urbano são importantes para o desenvolvimento de infraestrutura e serviços, no intuito
de equilibrar os fluxos demográficos das cidades e o desenvolvimento do território. Os autores colocam
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que isso pode estimular o crescimento socioeconômico de uma cidade, tornando as cidades mais
resilientes.

Apesar dos inúmeros avanços relacionados as ferramentas de planejamento urbano,


a autora Maricato (2015) relata que na prática o que acontece é uma dissociação entre os planos, as
legislações e a realidade. Além disso, a autora argumenta que a participação social na criação e
implementação dos planos urbanos pode ser uma saída para a democratização do espaço público,
solucionando problemas importantes como a segregação espacial.

Os mecanismos e ferramentas de planejamento urbano participativos são um


instrumento importante para o desenvolvimento de cidades inclusivas, democráticas e sustentáveis
(Maricato, 2000; Fitzgerald et al., 2012). A utilização dos diferentes mecanismos de planejamento pode
garantir perenidade as cidades, permitindo a resolução de conflitos em seu território e um maior
equilíbrio entre o desenvolvimento socioeconômico e o meio ambiente (Stigt et al.,2013; Maricato,
2015).

3.2 C IDADES SUSTENTÁVEIS

A partir de uma leitura histórica sobre o tema, verifica-se que a expressão “cidade
sustentável” surgiu na década de 1990 logo após os primeiros conceitos de sustentabilidade. A partir
desta época ambientalistas, economistas e ativistas em diferentes partes do mundo criticavam a qualidade
de vida e os padrões de desenvolvimento, dado o consumo e o desperdício exagerado de recursos
naturais, pelo excesso de poluição das águas e do ar nas cidades e pelos desequilíbrios sociais (Sitarz,
1993; Hancock, 1993; Sachs, 2002; Wolsink, 2016).

Naquela época constituiu-se um dos grandes marcos da área ambiental, a Conferência


das Nações Unidas sobre o meio Ambiente e o Desenvolvimento ou também conhecida Eco-92 e Cúpula
da Terra. Diferente de outros encontros internacionais, essa conferência contou com a presença de
importantes lideranças políticas, o que impulsionou o debate para a prevenção da degradação ambiental
e a preservação da biodiversidade para as gerações futuras. Além disso, foi nesse momento que se criou
outro importante instrumento de sustentabilidade para as cidades, a Agenda 21 (Dahl, 2014).

A definição de desenvolvimento sustentável mais utilizada por planejadores


urbanos e difundida entre especialistas é aquela proposta no documento Our Common Future ou
Relatório Brundtland (CMMAD, 1988, p. 46): [...] é aquele que atende às necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades. Contudo,
estudos recentes realizados pela fundação Global Footprint Network (2015) indicam que o conceito
ainda é simbólico, pois o resultado não é sentido pelas populações em maior vulnerabilidade.
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Os autores Ferreira et al. (2018) ressaltam que as cidades sustentáveis são aquelas
que preservam as suas áreas verdes, sem alterar os ecossistemas naturais frente ao meio urbano. Os
autores ressaltam que cidades mais verdes produzem maior qualidade de vida aos seus cidadãos, pois
preservam a qualidade do ar, do clima e facilitam a recuperação dos sistemas de água.

Neste cenário, Fitzgerald et al. (2012) verificam que a qualidade de vida dos cidadãos
e o equilíbrio socioambiental são fatores cruciais para o desenvolvimento de uma cidade sustentável,
estimulando a criação de uma cultura de paz, a melhoria do ambiente e a perpetuação de todas as
espécies. Estes fatores estão associados a aspectos culturais e ao desenvolvimento de uma educação para
a sustentabilidade (Wolsink, 2016).

Um importante estudo bibliométrico recente de Kobayashi et al. (2017) apresenta e


identifica conceitos de cidades relacionados ao alcance de patamares de sustentabilidade, capazes de
oferecer qualidade de vida aos cidadãos. Para os autores, uma outra variável importante para o
desenvolvimento de cidades sustentáveis é a utilização de tecnologias, pois estas facilitam o alinhamento
de interesses no processo de planejamento urbano e de outros planos estratégicos.

Ainda, Fitzgerald et al. (2012) e Wolsink (2016) destacam que as tecnologias urbanas
podem auxiliar as cidades no controle de emissão de gases poluentes, em uma melhor mobilidade e no
planejamento de cidades e bairros mais compactos. De acordo com Maricato (2015), repensar o espaço
urbano e oferecer a um número maior de cidadãos a infraestrutura e os serviços públicos necessários
para viver pode reduzis as desigualdades socioeconômicas ao longo do território de uma cidade.

Portanto, o termo cidade sustentável vai além da conservação e manutenção de recursos


naturais, mas, sobretudo diz respeito a eficácia de um planejamento territorial compatível com as
particularidades de cada município. As cidades, embora não sejam ecossistemas naturais, estão
interligadas em um processo sistêmico e interdependente, portanto trata-se de um sistema que necessita
de uma nova governança urbana para a resolução das suas problemáticas e conflitos (Shmelev e
Shemeleva, 2009; Ronconi, 2011; Stigt et al., 2013).

3.3 G OVERNANÇA PARA O DESENVOLVIMENTO URBANO SUSTENTÁVEL

As primeiras ideias de governança remetem-se à década de 1990, a partir de estudos


do Banco Mundial (1992). Trata-se de um tema relacionado a capacidade de articulação e cooperação
entre diferentes atores de uma sociedade, sejam eles de ordem social, empresarial ou governamental,
para a discussão de assuntos de interesse comum.

Nesse sentido, Stigt et al. (2013) destacam em seu texto a complexidade dos processos
de tomada de decisões para desenvolvimento urbano, uma vez que nas cidades existem múltiplos grupos
de stakeholders com diversos interesses, os quais negociam em diferentes arenas políticas e redes,
constituindo uma caótica sequência de decisões inter-relacionadas. A governança significa a
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institucionalização e a participação popular como mecanismo para implementar princípios democráticos
(Healey, 1998; Caldeira & Holston, 2015).

O autor Wachhaus (2014) relata que a governança é o elemento que determina quem
tem influência, quem decide e como os tomadores de decisão são responsabilizados. Assim, Ronconi
(2011) argumenta que as cidades devem elaborar estratégias de governança que incluam a participação
dos cidadãos na formulação, implementação e avaliação das políticas públicas.

Ainda, a autora Ronconi (2011) relata que a governança é um tipo de arranjo


institucional governamental, o qual articula diferentes dimensões da sociedade através do
estabelecimento de planos e parcerias colaborativas. Caldeira e Holston, 2015 argumentam que os
processos de governança são considerados como um sistema de articulação capaz de integrar os
interesses dos diversos atores de uma sociedade, desempenhando um equilíbrio entre o mercado, o
governo e a sociedade civil.

Wachhaus (2014) destaca que a adoção de sistemas de governança colaborativa é


fundamental para o desenvolvimento de políticas públicas de sustentabilidade, pois permite a construção
de objetivos que vão além do período dos mandatos políticos. De acordo com o autor, isso possibilita o
desenvolvimento de planos de longo prazo e o estabelecimento de relações transparentes entre diferentes
partes interessadas.

Nesse sentido, a autora Ronconi (2011) relata que os sistemas de governança colaborativa
podem apresentar diferentes características e níveis de profundidade, sendo os modelos participativos
cruciais para o desenvolvimento de cidades mais sustentáveis. Além disso, a autora ressalta que a
colaboração na construção das cidades pode se dar através de diversos instrumentos, os quais facilitam
a estruturação de processos de governança colaborativa.

3.4 I NSTRUMENTOS DE GESTÃO

A governança é entendida como um instrumento de gestão capaz de potencializar o


desenvolvimento sustentável das cidades, pois articula interesses de forma equilibrada, com
transparência e equidade, permitindo que conflitos sejam resolvidos ao longo do território e que soluções
inteligentes sejam criadas com a participação dos cidadãos (Ronconi, 2011; Smith & Wiek, 2012; Stigt
et al., 2013).

Os autores Stigt et al. (2013) enfatizam que a governança é um instrumento capaz de articular
os diferentes interesses em uma sociedade, orientando as decisões para o consenso. Os autores
argumentam ainda que isso possibilita que a preservação do meio ambiente, criando uma janela para o
planejamento urbano sustentável.
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Nesse sentido, Yeboah e Shaw (2013) ressaltam que o planejamento urbano sustentável é
capaz de gerar um desenvolvimento equilibrado do território, o que segundo Fitzgerald et al. (2012) se
cria a partir do uso de instrumentos de governança participativa.

O autor Wolsink (2016) trata estas questões em uma visão mais ampla, ao ressaltar em sua
pesquisa que as Cidades Sustentáveis se desenvolvem com instrumentos de participação política, uma
vez que estes possibilitam a criação de uma visão comum e de longo prazo para o desenvolvimento local.
A autora Ronconi (2011) ressalta que a governança é o instrumento chave para a articulação de diferentes
conhecimentos, o que possibilita a criação de soluções mais inteligentes para os problemas das cidades.

A Figura 1 apresenta a matriz de amarração das teorias de planejamento urbano, cidade sustentável,
desenvolvimento urbano sustentável e instrumentos de gestão:

O planejamento urbano apresenta a importância do uso da terra em sua função


econômica, social, ambiental, institucional e cultural e o desenvolvimento do território urbano. Já a
categoria teórica da cidade sustentável busca evitar a degradação e mantém a saúde de seu sistema
ambiental. Busca-se reduzir a desigualdade social por meio de um ambiente saudável para os seus
habitantes.
O desenvolvimento urbano sustentável apresenta a design de processos de planejamento
e gestão urbana, com foco na sustentabilidade sob as dimensões ambientais, sociais e econômicas. Por
último a categoria de instrumentos de gestão está relacionada aos processos técnicos e socioeconômicos
que ocorrem na gestão de cidades, resultando em crescimento, desenvolvimento e na redução de
externalidades negativas.
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Bibliografia Utilizada:

Este Material foi elaborado utilizando se dos textos eguintes artigos:

 Administração Publica - Prof. Ivã da Cruz de Araújo – FAPAN-


Disponivel em:
http://www.fapanpr.edu.br/site/docente/arquivos/(Apostila%20
de%20Administra%E7%E3o%20P%FAblica).pdf

 Os Principios da administração pública brasileira e suas relações cm o setor privado da administração


pública brasileira e suas relaçoes com o setor privado – Andreia Félix batista Moura- UEPB- Disponivel
em: http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/bitstream/123456789/13178/1/PDF%20-
%20Andr%C3%A9a%20F%C3%A9lix%20Batista%20de%20Moura.pdf

 As novas diretrizes e a importância do planejamento urbano para o desenvolvimento de cidades


sustentaveis Sarah Corrêa Bento- Diego de Melo Conti - Rodrigo Martins Baptista Carlos Nabil-
Disponivel em https://www.redalyc.org/jatsRepo/4716/471659747007/html/index.html

 Administração pública direta e indireta: 3 pontos para entender. Disponivel em:


https://www.politize.com.br/administracao-publica-direta-e-indireta/

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