CHCS - Seguros de Riscos de Engenharia - 2021

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20ª EDIÇÃO

RIO DE JANEIRO
2021

REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS

SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA


DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO

ASSESSORIA TÉCNICA
FREDERICO MARTINS PERES – 2021
JOSÉ EDUARDO TEIXEIRA ARIAS – 2021
CLAUDIO BIZERRA DE OLIVEIRA – 2021
GERALDO JOSÉ FERREIRA DA SILVA JUNIOR – 2019/2017

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DA ESCOLA VIRTUAL
PICTORAMA DESIGN

É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele,


sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros

E73s Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.


Seguros de riscos de engenharia / Supervisão e coordenação metodológica
da Diretoria de Ensino Técnico; assessoria técnica de Frederico Martins Peres,
José Eduardo Teixeira Arias e Claudio Bizerra de Oliveira. – 20.ed. – Rio de Janeiro : ENS, 2021.
63 p. ; 28 cm

1. Seguros de riscos de engenharia. I. Peres, Frederico Martins. II. Arias, José Eduardo Teixeira.
III. Oliveira, Claudio Bizerra de. IV.Título

0021-2562 CDU 368.187


A
ENS, promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito
­educacional, que contribuem para um mercado de seguros,
previdência complementar, capitalização e resseguro cada
vez mais qualificado.

Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para


profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e
experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem
sólida trajetória acadêmica.

A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para


o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a
competitividade é cada vez maior.

Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA


SUMÁRIO
INTERATIVO

1. SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 6


CONSIDERAÇÕES INICIAIS 7

DEFINIÇÃO E OBJETIVO DO SEGURO DE RISCOS DE ENGENHARIA 8

HISTÓRICO 8
O Seguro de Riscos de Engenharia no Brasil 9
CARACTERIZAÇÃO 10

ESTRUTURA DA APÓLICE 11

CONDIÇÕES CONTRATUAIS 11

FIXANDO CONCEITOS 1 13

2. OBRAS CIVIS EM CONSTRUÇÃO/INSTALAÇÃO


E MONTAGEM (OCC/IM) 16
CONCEITOS BÁSICOS 17
Objeto Segurado 17
Segurado 17
Bens Seguráveis 17
Cobertura Básica de Obras Civis em Construção e Instalação e Montagem – OCC/IM 19
Riscos Cobertos – Cobertura Básica 20
Riscos Excluídos 21
Vigência do Seguro 22
Prorrogação 24
Limite Máximo de Indenização (LMI) 24
Taxação 26
Franquias 27
Indenização 27
FIXANDO CONCEITOS 2 29

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA


3. COBERTURAS ADICIONAIS (OCC/IM) 33
INTRODUÇÃO 34

CLÁUSULAS 35
Cobertura de Despesas Extraordinárias 35
Cobertura de Tumultos, Greves e Lockout 35
Coberturas de Manutenção – Simples, Ampla e Garantia 36
Cobertura de Desentulho do Local 38
Cobertura de Equipamentos Móveis ou Estacionários Utilizados na Obra 38
Cobertura de Obras Concluídas 39
Cobertura de Riscos do Fabricante 39
Cobertura de Danos em Consequência de Erro de Projeto 40
Cobertura de Responsabilidade Civil Geral 40
Cobertura de Responsabilidade Civil Cruzada 42
Cobertura de Propriedades Circunvizinhas 43
Cobertura de Afretamento de Aeronaves 44
Honorários de Peritos 45
Cobertura Adicional de Incêndio Após Entrega da Obra (Período de Cobertura de até 90 dias) 45
Cobertura de Obras Temporárias 45
Cobertura de Responsabilidade Civil Empregador 45
FIXANDO CONCEITOS 3 47

4. SINISTRO 50
NOÇÕES DE REGULAÇÃO E LIQUIDAÇÃO DE SINISTROS 51

FIXANDO CONCEITOS 4 54

ESTUDOS DE CASO 55

ANEXO 57

GABARITO 62

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 63

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA


SEGUROS de
01
RISCOS de ENGENHARIA
UNIDADE 1

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Entender as principais ■ Conhecer a história, como se
mudanças no mercado de originou o seguro de Riscos ⊲ CONSIDERAÇÕES INICIAIS
seguros de danos e seus de Engenharia, refletindo
impactos no Riscos de sobre sua aplicação, objetivo ⊲ DEFINIÇÃO E OBJETIVO DO
Engenharia. e aspectos conceituais a SEGURO DE RISCOS
DE ENGENHARIA
serem considerados na
proteção aos riscos aos ⊲ HISTÓRICO
quais estarão submetidos o
segurado e a caracterização ⊲ CARACTERIZAÇÃO
da condição contratual do
seguro. ⊲ ESTRUTURA DA APÓLICE

⊲ CONDIÇÕES CONTRATUAIS

⊲ FIXANDO CONCEITOS 1

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 6


UNIDADE 1

CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Ao longo do estudo desse manual, você poderá observar diversas referên-
cias às Circulares Susep nº 620 de 29/12/2020 e nº 621 de 12/02/2021 que
dispõem sobre as regras e os critérios para operação dos seguros do grupo
patrimonial (Grupo I Patrimonial - definição Circular Susep 535/2016) e às
regras gerais dos Seguros de Danos respectivamente.

Qual o objetivo dessas circulares?


A partir de um conceito que privilegia a criação, inovação e simplicidade
dos textos das cláusulas, práticas perfeitamente alinhadas com aquelas
já utilizadas por outros mercados ao redor do mundo, a norma apresenta
regras mais flexíveis para estruturação das condições contratuais de todos
os seguros patrimoniais, as quais passam a ser redigidas com maior clareza
e objetividade em comparação às rígidas condições que conhecemos hoje
na estrutura de seguros do mercado brasileiro.

Como identificar essas mudanças?


Para melhor compreensão desse conceito, serão apresentados os mode-
los de cláusulas, coberturas e outras práticas usualmente utilizados pelo
mercado para comercialização do seguro de Riscos de Engenharia,
­indicando, porém, para cada tema, as mudanças de regras promovidas
pela circular Susep 620/2020.

Como consequência desse processo, não há dúvidas que surgirão no mer-


cado novos modelos e formas de contratação de apólices, entretanto, é
­certo também que a consolidação dessa transformação demandará um cer-
to tempo de adaptação, durante o qual os modelos atuais que conhecemos
permanecerão a ser utilizados pelo mercado para venda dos seus produtos.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 7


UNIDADE 1

O manual de Introdução aos Seguros de Danos concentra as principais


mudanças e orientações da Susep ao mercado.

DEFINIÇÃO E OBJETIVO
DO SEGURO DE RISCOS
DE ENGENHARIA
Entende-se por seguro de Riscos de Engenharia aquele em que o segu-
rado contrata, obrigatoriamente, a cobertura básica de Obras Civis em
­Construção e/ou Instalações e Montagens.

Durante a execução de uma obra civil, podem surgir despesas não previs­
tas no projeto, resultantes de danos imprevistos durante a construção,
instalação e montagem de estruturas e/ou equipamentos, além de prejuí-
zos inesperados com o funcionamento normal das máquinas.

A Cobertura Básica de Obras Civis em Construção e/ou Instalações e


­­­Montagens se aplica basicamente à garantia contra danos materiais, súbi-
tos e imprevistos, decorrentes de eventos cobertos durante o prazo de
execução e vigência da apólice.

Mediante o pagamento de uma quantia considerada pequena em face da


grande exposição de riscos sujeitos a significativas perdas, o segurado
protege seu patrimônio, objeto do seguro, contra possíveis abalos finan-
ceiros no curso de suas atividades.

Os bens cobertos são a obra em si e seus materiais, o objeto de montagem/­


instalação e equipamento ou máquina em funcionamento.

Através do histórico, você conhecerá o surgimento deste seguro.

HISTÓRICO
Nos primórdios da Revolução Industrial, ocorrida no século XIX, o domínio
do conhecimento sobre máquinas era por demais rudimentar, e consequen-
temente, eram precárias as condições de manutenção e operação dessas
máquinas, fato que se traduzia em frequentes explosões de caldeiras a
vapor, largamente utilizadas como principal força motriz nas indústrias.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 8


UNIDADE 1

Foi então criada na Inglaterra, por um grupo de engenheiros, a apólice


denominada Boiler Inspection and Explosion Insurance (Seguro de inspe-
ção e explosão de caldeiras) que, além de inspeções periódicas nas insta-
lações industriais, visava à cobertura securitária, com a reposição de bens
avariados em acidentes de explosão durante seu funcionamento.

Em constante evolução, o seguro estendeu-se a outros tipos de máquinas


também suscetíveis de serem danificadas, surgindo o que hoje é deno-
minado Seguro de Quebra de Máquinas (primeira modalidade criada
no Seguro de Engenharia). A SUSEP, ao estabelecer regras e critérios
para operação da carteira de Riscos de Engenharia, através da Circular
540/2016 (posteriormente revogada pela circular 620/20), promoveu alte-
rações pontuais, e as modalidades de Quebra de Máquinas e Equipamen-
tos Eletrônicos deixaram de fazer parte dessa carteira, e suas contratações
passaram a ser oferecidas pelo mercado como coberturas adicionais do
Seguro de Riscos Patrimoniais.

Naquela ocasião, os industriais começaram a perceber também que, duran-


te a instalação e montagem dessas máquinas, e principalmente no perío-
do de testes delas, ocorriam danos sem qualquer proteção securitária. Foi
então criada a segunda modalidade dos Seguros de Riscos de Engenharia,
conhecida como Instalações e Montagens, que garante cobertura a danos
acidentais ocorridos durante as fases de instalação e montagem dos equi-
pamentos nas fábricas.

Com o aumento da procura pelo seguro, foram sendo introduzidas melho-


rias nas condições das apólices, fazendo com que surgisse posteriormente
a modalidade Seguro de Obras Civis em Construção.

— O Seguro de Riscos
de Engenharia no Brasil
O Ramo de Riscos de Engenharia foi criado no Brasil em 1970. Até então,
era apenas uma modalidade da carteira de Riscos Diversos. Essa altera-
ção justificou-se pelo volume bastante elevado de pedidos de contrata-
ção desse tipo de seguro, já como uma consequência do enorme cres-
cimento do parque industrial que o país experimentava naquela época.

O Seguro de Riscos de Engenharia (Obras Civis em Construção e


Instalações e Montagens) ainda não atingiu no Brasil a plenitude de
suas possibilidades, cujo crescimento está diretamente vinculado ao
momento econômico do país relativamente ao desenvolvimento de
políticas de acessibilidade, grandes projetos e evolução do mercado
da Construção Civil.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 9


UNIDADE 1

Apesar do potencial de crescimento, estatísticas dos últimos anos indicam


Vale a pena ler que esse ramo tem apresentado uma queda substancial de faturamento do
na íntegra prêmio emitido, principalmente em razão do cenário econômico do país,
que afeta diretamente o Setor de Construção Civil e de Infraestrutura. As
Circulares SUSEP 620/20 e perspectivas de crescimento são consequências da estabilidade econômi-
621/21, que estabelecem as ca do país, investimentos em infraestrutura e mobilidade, assim como ações
regras e os critérios para os de programas governamentais na área de energia elétrica, rodovias e ferro-
Seguros de Danos e incluem os vias, portos e aeroportos, distribuição de água e saneamento e habitação.
Riscos de Engenharia
novosite.susep.gov.br

CARACTERIZAÇÃO
O Seguro de Riscos de Engenharia possui uma cobertura, ­denominada
internacionalmente all risks (todos os riscos), ou seja, garante todos os
­riscos envolvidos, exceto os riscos definidos como excluídos (Circular Susep
620/20 Capítulo IV – Artigo 9º).

Caso um risco não esteja enumerado ou identificado claramente como


excluído dentro das condições gerais, especiais ou particulares, ele
estará coberto.

Tal forma é utilizada para facilitar o trabalho de análise e compreensão de


riscos, pois há obras em que, pela complexidade de tamanho ou tipo, é
Acidente muito difícil enumerar todos os riscos possíveis de serem cobertos.
Podemos definir acidente,
em Riscos de Engenharia,
como um dano súbito e “Trata-se de um seguro de ‘reposição’ do bem, nas mes-
imprevisto a um bem segurado, mas condições em que se encontrava imediatamente
que se manifesta através de antes do sinistro.”
uma perda material, havendo
necessidade de reparação, Deve ficar claro também que um sinistro será coberto desde que decor-
reconstrução ou reposição do rente de qualquer acidente que possa resultar em perdas, danos e avarias
todo ou de parte desse bem.
materiais aos bens objeto da cobertura.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 10


UNIDADE 1

Aplicação prática
Há um fato curioso ocorrido com um grande clube de futebol que resolvera ampliar
sua sede. A empreiteira “leu” a planta “ao contrário” e o resultado foi que a construção
se apresentou invertida em relação ao projeto original. As janelas, por exemplo, que
deveriam dar acesso às áreas externas do clube, ficaram voltadas para o seu interior e
vice-versa. Caso essa obra possuísse apólice de Riscos de Engenharia, estaria configu-
rado erro de execução. Porém, como não houve acidente, não estaria caracterizado o
sinistro. Portanto, não caberia indenização.

ESTRUTURA DA APÓLICE

A apólice é composta dos seguintes documentos:

■ Proposta.
■ Frontispício ou espelho.
■ Especificação (cláusulas particulares).
■ Especificação de cosseguro (caso haja cosseguro).

CONDIÇÕES CONTRATUAIS
As Condições Contratuais dos Seguros Compreensivos podem agora
seguir regras mais flexíveis de formatação estabelecidas pela Circular
SUSEP nº 621/2021, de 12 de fevereiro de 2021, respeitados, é claro, todos
os deveres e as obrigações contratuais estabelecidos pelo Código Civil
Brasileiro, conforme já abordado no Manual de Introdução ao Seguro de
Danos, integrante deste curso de formação de corretores.

Todavia, pela necessidade de acomodação e interpretação das novas


regras, é provável que a maioria das seguradoras ainda continue a praticar
a segmentação de seus clausulados na formatação antiga, apresentando:
Condições Gerais como as cláusulas comuns a toda e qualquer apólice de
seguro daquele tipo de produto; Condições Especiais, sendo as cláusulas
específicas das coberturas contratadas e Condições Particulares, nas quais
eventualmente se particulariza alguma condição para apólice específica.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 11


UNIDADE 1

É importante registrar que a referida Circular SUSEP nº 621/2021 repre-


sentou um avanço na obrigatoriedade de uniformização das condições
­contratuais dos produtos de danos, na medida em que transfere ao merca-
do uma maior responsabilidade em razão da liberdade para a criação de
seus contratos. Contudo, não eliminou a manutenção de algumas ­cláusulas
obrigatórias, que devem constar dos contratos de seguros de danos e que
estão presentes nos produtos de Riscos de Engenharia e foram alvo da
disciplina de Introdução ao Seguro de Danos deste curso. São elas:

■ Objetivo do Seguro.
■ Definições.
■ Forma de contratação.
■ Âmbito Geográfico.
■ Coberturas.
■ Riscos Excluídos.
Nota ■ Aceitação.
■ Vigência e Renovação.
É comum, entre empresas
que possuem equipamentos ■ Concorrência de apólices e bilhetes.
arrendados, solicitar a inclusão ■ Franquias e participações obrigatórias do segurado.
de uma cláusula particular
(cláusula beneficiária),
■ Atualização a alteração de valores.
estabelecendo que toda e ■ Pagamento de prêmios.
qualquer indenização deverá
■ Indenização.
ser paga ao proprietário do
equipamento (arrendador). ■ Comunicação, regulação e liquidação de sinistros.
Essa cláusula, portanto, ■ Reintegração.
por ser mais específica,
prevalecerá sobre a cláusula ■ Perda de Direitos.
de indenização das condições ■ Cancelamento e rescisão contratual.
gerais, a qual diz que toda
■ Beneficiário.
indenização deverá ser paga
ao segurado (arrendatário). ■ Sub-rogação.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 12


FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 1

Marque a alternativa correta


1. A definição de acidente em Riscos de Engenharia pode ser entendida
como a(o):

a) Quebra súbita e imprevista de um bem ou objeto segurado, ocasio-


nando uma perda material.
b) Choque de um ou mais automóveis cobertos pela apólice.
c) Perda material previsível.
d) Quebra pura e simples de qualquer objeto ou bem garantido na apó-
lice.
e) Perda financeira para o segurado por falta de cumprimento de prazo.

2. O Seguro de Riscos de Engenharia é um seguro de:

a) Reparo     b) Reembolso     c) Reposição


d) Restauração e) Reaproveitamento

3. O princípio básico mais importante dos Seguros de Riscos de Engenha-


ria define que todas as coberturas:

a) Devem ser dadas somente à instalação e montagem de equipamentos.


b) Devem ser dadas somente a obras civis.
c) Referem-se a danos acidentais de natureza súbita e imprevisível.
d) Referem-se a danos devidos à operação e utilização de equipamentos.
e) Abrangem somente os danos decorrentes de causas externas.

4. O principal objetivo da apólice Boiler Inspection and Explosion Insurance era:

a) Prevenir somente quebra de equipamentos.


b) Prevenir explosões, por meio de inspeções periódicas das caldeiras.
c) Prevenir quebra de máquinas quando da instalação.
d) Segurar o prédio do risco de incêndio.
e) Desenvolver uma mentalidade preventiva nas indústrias têxteis da
Inglaterra.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 13


FIXANDO CONCEITOS

5. O Seguro de Riscos de Engenharia garante, basicamente:

a) A reposição de bens materiais danificados por acidente.


b) A reposição de danos materiais e pessoais.
c) Os operários que trabalham na construção.
d) Somente o dono da obra.
e) Os equipamentos utilizados para a construção.

6. O Seguro de Riscos de Engenharia é uma cobertura all risks, desde que


decorrente de qualquer:

a) Coisa ocorrida na obra.


b) Acidente.
c) Reposição.
d) Restauração.
e) Reaproveitamento.

Marque a alternativa que preencha corretamente a(s) lacuna(s)


7. A primeira modalidade criada no Seguro de Risco de Engenharia foi:

(a) Obras Civis em Construção.


(b) Instalação e Montagem.
(c) Equipamentos Eletrônicos.
(d) Quebra de Máquinas.
(e) Obras Civis em Construção / Instalação e Montagem.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 14


FIXANDO CONCEITOS

Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta


8. Quanto à caracterização dos Seguros de Riscos de Engenharia, é cor-
reto afirmar que:

I) Possuem uma cobertura denominada internacionalmente all risks,


ou seja, garante todos os riscos envolvidos, exceto os riscos defini-
dos como excluídos.
II) Trata-se de um seguro de reposição do bem, nas mesmas condi-
ções em que se encontrava imediatamente antes do sinistro.
III) Caso um risco não esteja enumerado ou identificado claramente
como excluído dentro das condições gerais, especiais ou particula-
res do ramo/modalidade, ele estará coberto.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente I e II são proposições verdadeiras.
(c) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(d) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II e III são proposições verdadeiras.

Marque a alternativa correta


9. A definição de acidente em Seguro de Risco de Engenharia é:

(a) Dano súbito e previsto a um bem segurado, que se manifesta atra-


vés de uma perda material.
(b) Dano súbito e imprevisto a um bem segurado, que se manifesta
através de uma perda material.
(c) Dano gradativo e previsto a um bem segurado, que se manifesta
através de uma perda material.
(d) Dano gradativo e imprevisto a um bem segurado, que se manifesta
através de uma perda material.
(e) Dano súbito e gradativo a um bem segurado, que se manifesta atra-
vés de uma perda material.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 15


OBRAS CIVIS em
CONSTRUÇÃO/
INSTALAÇÃO e
02 UNIDADE 2

MONTAGEM (OCC/IM)

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Reconhecer o perfeito entendimento das condições
contratuais do seguro, identificando a sua aplicabilidade, ⊲ CONCEITOS BÁSICOS
aspectos técnicos, legais e estrutura de coberturas para que
⊲ FIXANDO CONCEITOS 2
seja viabilizada a contratação do seguro, e assim manter
a promessa de garantia de reposição do bem, observadas
as bases contratuais e responsabilidades das partes
envolvidas.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 16


UNIDADE 2

CONCEITOS BÁSICOS

— Objeto Segurado
O objeto no Seguro de Risco de Engenharria é a própria obra e/ou monta-
gem. Deve ser feita a descrição detalhada dos serviços a serem executados
durante a obra.

— Segurado
De acordo com as condições do Seguro de Risco de Engenharia, todos os
empreiteiros e subempreiteiros que participam e possuem vínculo contra-
tual na construção serão considerados, em conjunto, como segurados, ou
seja, todos aqueles que têm interesse econômico na obra.

Sendo todos considerados como segurados, não cabe ação ou recurso


judicial ou sub-rogação de direitos, contra essas pessoas jurídicas, para
danos materiais causados no objeto do seguro.

A apólice de seguro pode ser emitida em nome do empreiteiro ou do


subempreiteiro, bem como em nome do proprietário/investidor/financiador
da construção e/ou montagem.

— Bens Seguráveis
São seguráveis todos os tipos de obras:

OCC - Obras Civis em Construção


Obras novas, reformas, reparos ou ampliação, retrofit, conforme abai-
xo destacadas (mas não limitadas) e respectivamente classificadas:

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 17


UNIDADE 2

a) Grupo I
Atenção » Casa residencial ou comercial, prédios de escritórios,
residenciais, comerciais, industriais, garagem, armazéns,
Mediante contratação de
hospitais, escolas, igrejas, teatros, cinemas, presídios,
cobertura adicional, podem ser
hangares, pequenas quadras e ginásios desportivos;
ainda seguradas as máquinas
utilizadas para apoio na b) Grupo II (todas aquelas que não se enquadram no
execução dos trabalhos, como: grupo I)
escavadeiras, niveladoras, » Pontes e viadutos de concreto armado;
rolos compressores, bate- » Suportes e bases de concreto para equipamentos;
estacas, vibradores, betoneiras,
guindastes, elevadores, » Represas, barragens, canais, lagos, cais de porto, píer,
equipamentos de perfuração, porto, aeroporto, túneis, sistemas de irrigação, distribui-
compressores de ar, bombas, ção de água e esgoto/efluentes, redes de drenagem e
reboques e veículos não emissários, e piscinas;
licenciados para transitar em » Estradas de ferro e rodovias; e
vias públicas.
» Usinas hidrelétricas e similares.

IM - Instalação e Montagem
Todos os bens que forem incorporados à obra, como:

■ Máquinas, instalações mecânicas, aparelhos, estruturas


metálicas de qualquer tipo, instalações industriais completas
ou máquinas destacadas;
■ Tubulações e linhas aéreas de transmissão de energia elétri-
ca, incluindo todos os trabalhos necessários à montagem; e
■ Máquinas usadas que se encontrem ainda em bom estado de
utilização, com a restrição de que o seguro termine com a con-
clusão dos trabalhos de montagem, ou seja, antes de começa-
rem os testes de funcionamento, que excluem essa etapa por
diversos motivos.

Os materiais a serem incorporados na construção/montagem e que se encontrarem arma-


zenados no canteiro de obras, durante a vigência da apólice, também estarão incluídos na
cobertura do seguro.
Mediante fixação de verba própria e aceitação do risco, poderão ser garantidas, também,
as obras temporárias/instalações provisórias, como: alojamentos, casas, sanitários, refei-
tórios e barracões utilizados como apoio para almoxarifados e escritórios, entre outros
fins, dentro do canteiro pelos executantes da obra.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 18


UNIDADE 2

Não podem ser abrangidos pela cobertura básica de OCC/IM:

■ Pela situação de mensuração de valores, bens de difícil reposição,


além do fato de alguns desses bens não estarem ligados direta-
mente à execução da construção:
» Projetos, plantas, modelos e moldes, selos, dinheiro, cheques,
livros comerciais, títulos, ações ou quaisquer documentos que
representem valores, escrituras, contratos.
■ Por já existirem ramos específicos de cobertura:
» Vagões, locomotivas, aeronaves, navios ou embarcações
(inclusive maquinismos transportados, armazenados ou insta-
lados neles), plataformas de petróleo, automóveis, caminhões,
camionetas e quaisquer outros veículos licenciados para uso
em estradas ou vias públicas, computadores e servidores usa-
dos em apoio ao projeto.
■ Salvo estipulação expressa na apólice:
» Equipamentos móveis ou fixos que não estejam incorporados
à obra ou às estruturas temporárias e quaisquer ferramentas
ou instrumentos empregados na obra;
» Matéria-prima e produtos inutilizados em consequência de aci-
dentes ou quebras ocorridas durante o período de testes; e
» Os materiais refratários, durante o período de testes em que
eles estejam envolvidos.

— Cobertura Básica de Obras Civis


em Construção e Instalação
e Montagem – OCC/IM
A Circular Susep 620/20 define a Cobertura Básica de Obras Civis
em Construção e/ou Instalações e Montagens como aquela que
garante o interesse legítimo do segurado contra acidentes de origem
súbita e imprevista, com exceção dos riscos excluídos especificados
nas condições contratuais, que resultem em danos ou prejuízos às
obras expressamente descritas na apólice e aos materiais a serem
utilizados na construção, durante o período da obra, e/ou às máqui-
nas, aos equipamentos, às estruturas metálicas e outros bens instala-
dos ou montados de forma permanente durante a fase de instalação
e/ou montagem destes bens.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 19


UNIDADE 2

Nota
É facultada às sociedades seguradoras a estruturação de planos de seguros com
coberturas adicionais distintas das previstas neste manual (capítulo 3), desde que os
riscos cobertos estejam descritos de forma clara nas Condições Contratuais e sejam do
Grupo Patrimonial (Circular Susep 620/20), obedecendo às leis vigentes.

Atenção
Essa cobertura se destina a garantir qualquer tipo de obra de Engenharia Civil e/ou ins-
talação e Montagem durante o período de sua execução, como construção de edifícios
residenciais e comerciais, armazéns, fábricas, silos e torres de concreto, pontes, túneis,
estradas de rodagem, obras de terraplenagem, portos, aeroportos, instalação e mon-
tagem de caldeiras, compressores, turbinas, geradores, aparelhos de um modo geral,
linhas aéreas de transmissão de energia elétrica, eólicas.

— Riscos Cobertos – Cobertura Básica


O Seguro de Riscos de Engenharia se destina a indenizar as perdas e danos
materiais decorrentes de qualquer causa de natureza súbita e imprevisível,
com exceção dos riscos excluídos.

Com a contratação de um seguro na modalidade de OCC/IM, o segura-


do fica garantido contra diversos riscos, de origem súbita e imprevisível, e
desde que os danos causados às obras sejam decorrentes de acidentes,
como (mas não limitados a):

■ Danos da natureza ou de força maior:


» Ventos, tempestades e raios;
» Inundação e alagamento, enchente, chuva, neve, avalanche;
» Queda de rocha, terremotos; e
» Gelo e geada;
■ Incêndio e explosão;
■ Roubo e furto qualificado;
■ Acidentes decorrentes da atividade de construção, como
(mas não limitados a):
» Danos indiretos de material defeituoso (exceto para IM);

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 20


UNIDADE 2

» Danos indiretos de erro de execução; e


» Desmoronamento da construção e suas estruturas (exceto os
ocasionados por erros de projeto).
■ Demais eventos ou danos decorrentes de:
» Acidentes fortuitos, como: queda de objetos, quebra de equi-
pamentos incorporados à montagem ou danos nas máquinas
em consequência de desmoronamento de partes de edifícios; e
» Danos de negligência e imprudência, e atos maliciosos do
operário.
■ Danos elétricos.
» Curto-circuito, sobretensão, formação de arcos voltaicos e
similares.
■ Testes.

Aplicação prática
Danos indiretos de erro de execução
Suponhamos que, numa determinada obra, o projeto previa a colocação de um equi-
pamento pesado sobre uma base especialmente projetada para ele.
Ocorre que, durante a execução dos trabalhos, um operário apoiou temporariamente
esse objeto sobre parte do piso em outra posição. Após algum tempo, com a obra
em estágio mais avançado, ocorreu o desmoronamento do piso naquele local, que
afundou no terreno, causando danos também no equipamento.

Através de instrumento denominado cronograma físico-financeiro, em


caso de sinistro, é possível determinar a fase da obra e o valor gasto até
o momento do sinistro.

— Riscos Excluídos
Apesar de terem sido citados no item anterior alguns dos riscos cobertos,
cabe ressaltar que a cobertura do Seguro de Riscos de Engenharia é do
tipo all risks. Sendo assim, a análise dos riscos excluídos é de suma impor-
tância para uma melhor compreensão do âmbito da cobertura do seguro.

Em outras palavras, caso um risco não esteja expressamente excluído,


estará automaticamente coberto.

Cabe ratificar que o seguro de Riscos de Engenharia OCC/IM apresenta


algumas exclusões aplicadas internacionalmente e comuns aos diversos
ramos de seguro.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 21


UNIDADE 2

Os principais riscos excluídos são:

■ Danos causados, direta ou indiretamente, por guerras ou opera-


ções militares, guerra civil, requisição por ordem de qualquer auto-
ridade pública; tumultos, greves e lockout (salvo quando contrata-
da cobertura adicional);
■ Danos causados, direta ou indiretamente, por reações nucleares,
radiação ou contaminação radioativa;
■ Influências atmosféricas normais, corrosão, oxidação e desgaste;
■ Perdas ou danos em consequência de ações ou ordens do pró-
prio segurado ou de seu representante devidamente autorizado
se estas forem contrárias às regras reconhecidas pela técnica ou
às normas e prescrições legais;
Atenção ■ Danos emergentes: lucros cessantes, responsabilidade civil, multas
em geral;
Não são indenizáveis
quaisquer despesas a ■ Furto simples e desaparecimento;
título de gastos adicionais, ■ Perdas ou danos decorrentes de erro de projeto, defeito de mate-
correspondentes a rial, defeito de fabricação ou de fundição defeituosa;
modificações, ampliações,
retificações e melhorias
■ Perdas ou danos devidos à ação proposital ou negligência do
nas coisas seguradas, segurado ou de seus representantes; e
mesmo que efetuadas ■ Perdas pelo não atendimento contratual ou multas, bem como
simultaneamente com outras reclamações de penalidades, perdas ligadas a demora, falta de
despesas indenizáveis. desempenho, perda de contrato.

— Vigência do Seguro
Diferentemente de outros seguros, o Seguro de Riscos de Engenharia não
é contratado apenas por um ano, e sim pelo período integral da construção
e/ou montagem, ou seja, pelo prazo de duração da obra, conforme o pre-
visto no contrato de execução ou no cronograma físico-financeiro.

A cobertura para Obras Civis em Construção se inicia após a descarga do


material segurado no canteiro da obra especificado na apólice, respeitan-
do-se o início de vigência nela estipulado, e cessa concomitantemente ao
término de vigência da apólice, ou durante a sua vigência assim, que se
verifique a primeira das seguintes hipóteses:

I. a obra civil tenha sido aceita, mesmo que provisoriamente, pelo


proprietário da obra, ainda que de forma parcial;

II. a obra civil e/ou os equipamentos sejam colocados em uso ou


operação, ainda que de forma parcial ou em apoio à execução do
projeto segurado;

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 22


UNIDADE 2

III. tenha sido efetuada a transmissão de propriedade do objeto


segurado;

IV. termine, de qualquer modo, a responsabilidade do segurado


sobre o objeto segurado; e

V. assim que o prazo se esgote, definido no cronograma de even-


tos submetido à seguradora, pertinente ao conjunto de atividades
envolvendo o objeto segurado.

A cobertura de Instalações e Montagens se inicia logo após a descarga


dos bens no local da instalação/montagem, especificado na apólice, res-
peitando-se o início de vigência nela estipulado, e cessa concomitante-
mente ao término de vigência da apólice, ou durante a sua vigência, assim
que se verifique a primeira das seguintes hipóteses, garantido, ainda, o
período relativo aos testes de funcionamento:

I. o objeto da instalação e montagem e/ou as obras civis tenham


sido aceitos, mesmo que provisoriamente, pelo proprietário da
obra, ainda que de forma parcial;

II. o objeto da instalação e montagem seja colocado em uso ou


operação, ainda que de forma parcial ou em apoio à execução do
projeto segurado;

III. tenha sido efetuada a transmissão de propriedade do objeto


segurado;

IV. termine, de qualquer modo, a responsabilidade do segurado


sobre o objeto segurado;

V. assim que o prazo se esgote, definido no cronograma de even-


tos submetido à seguradora, pertinente ao conjunto de atividades
envolvendo o objeto segurado.

O período relativo aos testes de funcionamento deverá ser fixado na apó-


lice e englobado em seu prazo de vigência.

O prazo mínimo para o período de testes é de 15 dias. Poderá ser prevista


cobertura adicional que amplie o prazo de cobertura para o período de testes.

Existe ainda a possibilidade, caso seja solicitada, de contratação de cober-


tura adicional para o período de manutenção.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 23


UNIDADE 2

Esquematicamente, temos:

CONSTRUÇÃO/
ARMAZENAGEM MONTAGEM TESTES MANUTENÇÃO

VIGÊNCIA DA APÓLICE

— Prorrogação
Fica evidente, então, que o Seguro de Risco de Engenharia é um seguro
não renovável, pois, quando terminada a obra, os riscos da construção/
montagem não mais existem.

Podem, entretanto, ocorrer situações que causem um atraso na obra/­


montagem, com alteração no seu cronograma. Nesse caso, o seguro pode-
rá ser prorrogado pelo período necessário à conclusão da obra/­montagem,
mediante a apresentação dos seguintes esclarecimentos:

■ Motivo do atraso;
■ Sinistralidade;
■ Alterações de valores ou projeto; e
■ Novo cronograma físico-financeiro total, atualizado com o período
da prorrogação e porcentagem da obra já realizada.
Com base nas informações acima, a seguradora estabelecerá o prêmio
a ser cobrado pelo período da prorrogação. A seguradora, a seu critério,
poderá promover nova inspeção de risco no local da obra.

— Limite Máximo de Indenização (LMI)


O Limite Máximo de Indenização para o Seguro de Risco de Engenharia deve
rá ser igual ao montante previsto para a execução completa do empreendi
mento, abrangendo material, mão de obra, fretes e impostos. Evita-se, assim, a
aplicação da cláusula de rateio, prevista nas Condições Contratuais do Seguro.

Toda vez que ocorrer alteração desse montante, o segurado deverá


comunicar o fato à seguradora para fins de emissão de endosso com
ajuste na apólice.

As Condições Contratuais deverão esclarecer se, para estas coberturas,


estarão ou não incluídas na Cobertura Básica de OCC/IM as obras tempo-
rárias indispensáveis à execução do projeto. Na hipótese de não inclusão
das obras temporárias, é facultada a previsão de cobertura adicional que
cubra os bens correlacionados.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 24


UNIDADE 2

As Condições Contratuais deverão, ainda, prever que as despesas necessá-


Saiba mais rias à remoção do entulho, incluindo carregamento, transporte e descarrega-
mento em local adequado, estarão sempre incluídas no Limite Máximo de
As despesas com desentulho Indenização da Cobertura Básica, até o percentual a ser estabelecido na apó-
poderão ser cobertas por meio lice, o qual em regra, deverá corresponder a, no mínimo, 5% (cinco por cento).
de cobertura específica, com
importância segurada própria, Em geral, os itens abaixo são suficientes para que o segurado fixe o LMI de
ou incluídas no Limite Máximo maneira adequada:
de Indenização (LMI) de outra
cobertura até o percentual OBRAS CIVIS R$
estabelecido na apólice.
Infraestrutura (terraplenagem, fundações, bases de
equipamentos e outros)

Edifícios (Estruturas)

Custos de transportes

Outras despesas
Instalações e Montagem
Importante Máquinas e/ou equipamentos
Custo da instalação
Como a modalidade de OCC/ Custo de transportes até o canteiro
IM é contratada a Risco Total, a Outras despesas
importância segurada deverá, Obras Temporárias
sempre, cobrir o valor em risco. Estruturas, barracões, andaimes e outros
Isso para que, em caso de sinistro Total da LMI
coberto o segurado não seja
penalizado pelas disposições
O LMI é um valor fixo (exceto quando ajustado por endosso) durante toda a
previstas na cláusula de rateio.
vigência da apólice, mas o valor em risco é crescente.
Assim, sempre que houver
alteração, ainda que parcial, do
valor dos bens segurados durante Valor (R$) IS = Fixa
a vigência da apólice, o segurado
deverá solicitar à seguradora o
ajuste da importância segurada.

VR = Crescente

Tempo (meses)

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 25


UNIDADE 2

— Taxação
No Seguro de Risco de Engenharia, não é possível estabelecer uma tarifa
fixa. Cada projeto de Construção/Montagem deve ser considerado um ris-
co especial, pois possui suas condições próprias de riscos; portanto, cada
risco deve ser taxado individualmente, de acordo com seu projeto. Além
disso, a execução técnica da obra e as condições locais influenciam os
produtos das seguradoras.

Para analisarmos bem um risco e obtermos uma boa e justa cotação, são
necessárias informações, como:

■ Ficha de informações de OCC/IM preenchida pelo segurado, inclusive


fichas para cada tipo de risco: túneis, viadutos, pontes, píeres;
■ Contrato de execução do empreendimento;
■ Cronograma físico-financeiro;
■ Plantas e cortes;
■ Inspeção do risco realizada pela seguradora;
■ Conhecimentos técnicos e experiência dos empreiteiros e
subempreiteiros;
■ Experiência das pessoas responsáveis pela obra;
■ Métodos e materiais de construção/montagem previstos (novos ou
já aproveitados);
■ Disponibilidade dos equipamentos e máquinas correspondentes;
■ Montante dos preços por unidade no contrato;
■ Vias de acesso ao lugar de construção/montagem;
■ Condições geológicas e níveis de água subterrânea (possibilidade
de aluimento do terreno);
■ Perigo de aumento do nível de água, terremoto, maremoto ou
inundação por forte ressaca do mar, inundações;
■ Perigos climáticos (ventos, tempestade, chuvas torrenciais, geada);
■ Disponibilidade de sistemas protecionais; e

■ Detalhes sobre instalações de armazenagem.


Para o cálculo do prêmio da Cobertura Básica de Obras Civis em Constru-
ção e/ou Instalações e Montagens, é necessário informações detalhadas
da obra civil, assim como da instalação do bem a ser montado e do prazo
total da execução da obra.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 26


UNIDADE 2

— Franquias
As franquias são definidas com base na classe de obra e também no tipo
de risco a ser garantido, que se dividem normalmente em:

■ danos da natureza;
■ demais eventos;
■ teste
Essas franquias são dedutíveis por evento e não se acumulam, podendo
ainda ser fixadas em um valor único ou combinadas com um percentual
(POS – participação obrigatória do segurado).

As franquias do Seguro de Riscos de Engenharia são mínimas, e a fixação dos


valores finais para elas tem como parâmetro o LMI; portanto, quando houver
aumento do LMI, as franquias poderão ser atualizadas na mesma proporção.

Os danos da natureza e o período de testes acumulam o maior número


de sinistros registrados nessa modalidade de seguro, sendo grandes, em
todo o mundo, os danos causados por alagamentos, tempestades, torna-
dos, incêndio, explosão e quebra do equipamento no período de testes.
Por esse motivo, as franquias adotadas para esses danos são superiores às
dos demais eventos.

— Indenização
No caso de perda ou dano, os seguradores indenizarão o segurado pelas
despesas necessárias para reparar o dano ocasionado à obra em cons-
Importante trução, e/ou à restauração da montagem/instalação sinistrada, respeitada
a condição apresentada imediatamente anterior à ocorrência do sinistro.
A seguradora deve elucidar,
Essa despesa também irá incluir custos de desmontagem, frete e custo de
em suas condições contratuais,
remontagem (inclusive despesas com o emprego de técnicos especiali-
se serão consideradas
zados, se necessário). O valor dos salvados é deduzido do valor apurado
despesas tais como parcelas
como prejuízo indenizável.
de frete, impostos, despesas
aduaneiras e custos de A liquidação de sinistros é feita com base nas despesas que devem
montagem, entre outras, para ser realizadas para reparar o dano ocasionado à obra em construção, à
se apurar o valor atual do ­restauração da máquina ou à instalação e equipamentos de empreiteiros
bem no momento do sinistro, e/ou máquinas utilizadas na construção/montagem.
quando a forma de contratação
da cobertura possibilitar a Caso seja verificado que, na data do sinistro, a importância segurada ­fixada
aplicação de cláusula de rateio. é inferior ao valor em risco apurado, será aplicada a cláusula de rateio,
representada pela seguinte fórmula:

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 27


UNIDADE 2

LMI
Indenização = (prejuízos indenizáveis - franquia - salvados) ×
valor em risco

É permitida a contratação a Risco Relativo, ou seja, o segurado


Isto é básico declara o valor em Risco Total e fixa o LMI, que será o valor máximo
indenizável pelo seguro em caso de sinistro.
Lembre -se de que o Risco Relativo
pressupõe um acidente que não Exemplo: Valor em risco declarado = R$ 35.000.000,00 e LMI
vai causar uma perda total. Assim, (máximo indenizável) = R$ 20.000.000,00.
podemos contratar o seguro por
Em casos de eventuais sinistros, a seguradora apurará o valor em
um valor menor, baseado na Perda
Risco Total, que, caso seja superior ao valor declarado, implicará
Máxima Possível (PMP).
também a aplicação da cláusula de rateio.

valor em risco declarado


Indenização = (prejuízos indenizáveis - franquia - salvados) ×
valor em risco apurado

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 28


FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 2

Marque a alternativa correta


1. São riscos garantidos na Cobertura Básica de Obras Civis em Construção/­
Instalação e Montagem:

(a) Raio, gelo e geada.


(b) Greve, motim e comoção civil.
(c) Corrosão, oxidação e desgaste.
(d) Reação, radiação e contaminação nuclear.
(e) Furto simples e desaparecimento.

2. Na Cobertura Básica de Obras Civis em Construção/Instalação e


Montagem, o LMI:

(a) Deve corresponder ao maior valor dos bens segurados.


(b) Não pode ser acrescida de custos relativos a frete e despesas alfan-
degárias.
(c) Deve corresponder ao valor da obra quando pronta.
(d) Deve ser proporcional ao tempo do seguro.
(e) Não inclui as verbas de terraplenagem e fundações.

3. É(São) considerado(s) risco(s) coberto(s) na Cobertura Básica de Obras


Civis em Construção/Instalação e Montagem:

(a) Danos a propriedades de terceiros.


(b) Incêndio, raio e explosão.
(c) Danos a veículos licenciados para uso em via pública.
(d) Erro de projeto.
(e) Desgaste normal dos bens segurados.

4. Para Cobertura Básica de Obras Civis em Construção/Instalação e Montagem,


é (são) considerado(a)(s) objeto segurado o(a)(s):

(a) Projeto
(b) Equipamentos temporários e instalações.
(c) Própria construção/montagem.
(d) Plantas, modelos e moldes.
(e) Vagões, locomotivas e aeronaves.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 29


FIXANDO CONCEITOS

5. São considerado(a)s bens seguráveis em Obras Civis em Construção/


Instalação e Montagem:

(a) Vagões, locomotivas e aeronaves.


(b) Projetos, plantas e livros comerciais.
(c) Automóveis e caminhões licenciados para uso em estradas.
(d) Usinas hidroelétricas e aeroportos.
(e) Escrituras públicas ou particulares.

6. Na Cobertura Básica de OCC/IM, o segurador NÃO responderá por


danos causados:

(a) Direta ou indiretamente por ações militares ou guerras.


(b) Pela queda de raios.
(c) Pelos riscos chamados de força maior.
(d) Pela elevação do nível de água ou inundação.
(e) Pelo furto qualificado ou roubo.

7. No Seguro de Riscos de Engenharia, a franquia final é fixada levando-se


em consideração (o)(a):

(a) Importância segurada.


(b) Prazo do seguro.
(c) Tipo de estrutura da obra.
(d) Vão livre da obra.
(e) Número de pavimentos da obra.

8. O Seguro de Riscos de Engenharia é um seguro:

(a) Renovável
(b) Simples
(c) Anual
(d) Não renovável
(e) Composto

9. No caso de a construção e/ou montagem não terminar no intervalo de


tempo previsto, o segurado deverá solicitar que a seguradora emita um
endosso para o prazo ser:

(a) Cancelado
(b) Extinto
(c) Prorrogado
(d) Renovado
(e) Encerrado

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 30


FIXANDO CONCEITOS

10. Para iniciar uma taxação da Cobertura Básica de OCC/IM, são necessá-
rias algumas informações básicas, como:

(a) Levantamento do faturamento da empresa construtora.


(b) Município fiscal da obra segurada.
(c) Extensão da fachada confrontante com vias públicas.
(d) Número de subempreiteiros somente na montagem.
(e) Cronograma físico-financeiro e ficha de informações preenchida
pelo segurado.

11. Para se fazer uma boa análise do risco, são necessárias algumas infor-
mações, como:

(a) Número de funcionários que não trabalharão na obra.


(b) Quantidade de carros que operam após a construção.
(c) Dados climáticos (ventos, tempestades, chuvas torrenciais, geada).
(d) Nome do empreendimento.
(e) Município fiscal onde será realizada a obra.

12. O prêmio referente à cobertura básica é calculado com base inicial


no(s) seguinte(s) fator(es):

(a) Local da montagem (estado/município).


(b) Informações detalhadas da obra civil, do bem a ser montado, do
­prazo total da obra e da atividade inerente ao local onde a instalação
e/ou montagem será realizada.
(c) Experiência das pessoas responsáveis pela obra.
(d) Experiência da firma a ser montada.
(e) Experiência do engenheiro responsável pela montagem.

13. Em um seguro de Riscos de Engenharia, sendo considerada apenas a


parte montagem, podemos afirmar que o prazo do Seguro para Instalação
e Montagem das Máquinas novas deve:

(a) Abranger, exclusivamente, o período de testes.


(b) Ser sempre igual a 12 meses.
(c) Ser igual ao período da montagem, incluindo o período de testes.
(d) Englobar apenas o período inicial da montagem.
(e) Ser escolhido pelo segurado, independentemente dos prazos de montagem.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 31


FIXANDO CONCEITOS

14. Não são considerados riscos cobertos nas condições especiais de


OCC/IM:

(a) Alagamento e inundação.


(b) Incêndio e explosão.
(c) Tempestade e vendaval.
(d) Erro de projeto e defeito de material e fabricação.
(e) Danos elétricos.

15. O Seguro de Riscos de Engenharia pode ser contratado:

(a) Somente pelo dono da obra.


(b) Por qualquer pessoa contratualmente vinculada à montagem do projeto.
(c) Pelos fabricantes ou fornecedores, mesmo quando não realizam o
trabalho de montagem ou sejam por ele responsáveis.
(d) Apenas pelas firmas encarregadas do trabalho de montagem.
(e) Apenas pelo comprador da máquina ou fábrica a ser montada

16. No Seguro de Riscos de Engenharia, podem ser considerado(a)s como


segurados:

I) Fabricantes ou fornecedores de máquinas ou fábricas, caso realizem


o trabalho de montagem ou sejam por ele responsáveis.
II) Firmas encarregadas do trabalho de montagem.
III) O comprador da máquina ou fábrica a ser montada.
IV) A empresa responsável pelas obras civis.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(d) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II, III e IV são proposições verdadeiras.

17. Nos Seguros de Riscos de Engenharia, ocorrendo um sinistro, os gastos


adicionais relacionados a modificações e melhoramentos na construção
ou na montagem:

(a) Somente serão indenizáveis se ficar constatado que houve erro de


projeto.
(b) Não serão indenizados.
(c) Serão indenizados até o limite da importância segurada.
(d) Somente serão indenizados se houver verba distinta para esses itens.
(e) Serão indenizados se ficar comprovado que servirão de item suplementar.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 32


COBERTURAS
ADICIONAIS
03
(OCC/IM)
UNIDADE 3

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Entender as garantias adicionais ofertadas,
para aumentar o leque de cobertura, visando ⊲ INTRODUÇÃO
atender plenamente a real necessidade e
uma melhor proteção do objeto segurado. ⊲ CLÁUSULAS

⊲ FIXANDO CONCEITOS 3

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 33


UNIDADE 3

INTRODUÇÃO
Faz parte do papel do corretor de seguros auxiliar o segurado na identi-
ficação dos riscos de cada empreendimento em construção ou reforma
a ser segurado, já que as obras civis em construção e/ou instalações e
montagens têm suas particularidades e não são iguais umas das outras.
Assim, o corretor poderá avaliar e propor ao segurado a contratação de
coberturas adicionais, de riscos não amparados na Cobertura Básica de
Riscos de Engenharia, visando atender plenamente a real necessidade e
uma melhor proteção do objeto segurado.

Além dos riscos cobertos pela cobertura básica dos Seguros de Riscos de
Engenharia, existe uma série de coberturas adicionais não obrigatórias
que podem ser utilizadas como ampliação de coberturas, de acordo com a
conveniência do segurado.

As coberturas adicionais são contratadas juntamente com a cobertura


básica, mediante:

■ Solicitação expressa do segurado; e


■ Cobrança do respectivo prêmio adicional.
São admitidas a inclusão e comercialização de Coberturas Adicionais nos
planos de Seguro de Riscos de Engenharia, mesmo que oriundas de outros
ramos, desde que sejam do grupo Patrimonial (Circular Susep 620/20).

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 34


UNIDADE 3

CLÁUSULAS
Vamos estudar neste capítulo as coberturas relacionadas aos produtos exis-
tentes no mercado, ressalvadas as políticas de aceitação de cada seguradora.

— Cobertura de Despesas
Extraordinárias
A efetivação da cobertura de Despesas Extraordinárias ocorre quando
Atenção um bem é sinistrado e há um atraso no cronograma físico da obra que, se
vier a retardar o término do projeto, acarretará ao construtor/montador o
É necessário que se tenha a ônus de multas e outros encargos financeiros, não cobertos pelo seguro.
cobertura básica para contratar
as coberturas adicionais. Nessa hipótese, e para que seja cumprido o cronograma, torna-se necessá-
ria a contratação de mão de obra adicional, trabalho em feriados, finais de
A vantagem principal das semana, à noite e, por vezes, afretamento de um meio de transporte ­rápido
coberturas adicionais é para a substituição ou conserto do bem sinistrado. Essa cláusula só não
ampliar a garantia necessária cobre o afretamento de aeronaves (previsto em outro dispositivo específico).
para cada tipo de risco,
devido aos diversos fatores
presentes numa obra, como: Essa cobertura é, geralmente, contratada quando o segurado necessi-
clima, topografia, tipo de solo, ta cumprir prazo previsto em contrato para o término dos serviços.
vizinhança, distância, possíveis Possibilita a aceleração da obra com o objetivo de cumprir os prazos
despesas extras. previstos no contrato de execução, caso ocorra sinistro garantido pela
cobertura básica.

— Cobertura de Tumultos,
Greves e Lockout
Amplia a cobertura da apólice ligada a perdas e danos materiais aos bens
segurados causados por:

Tumultos
Ação de pessoas, com características de aglomeração, que perturba
a ordem pública através da prática de atos predatórios, desde que na
repressão não haja necessidade de intervenção das Forças Armadas;

Greve
Ajuntamento de mais de três pessoas da mesma categoria ocupacional
que se recusam a trabalhar ou a comparecer onde os chama o dever; e

Lockout
Cessação da atividade por ato ou fato de empregador.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 35


UNIDADE 3

Os riscos enumerados acima pertencem ao grupo dos excluídos da cobertura básica


de OCC/IM.

— Coberturas de Manutenção –
Simples, Ampla e Garantia
São passíveis de serem contratadas somente se nos contratos de execu-
ção das obras civis e/ou instalações e/ou montagens seguradas estiver
previsto um período de manutenção.

A cobertura de cada uma dessas cláusulas só é iniciada após o término da


obra e/ou instalação e/ou montagem, podendo ter prazo de 6 ou 12 meses.

Tais coberturas aumentam o prazo de vigência da apólice, mas não


ampliam para este período as garantias do seguro, inclusive as previstas
na cobertura básica (exemplo: Incêndio e/ou Explosão), já que só cobrem
danos decorrentes dos serviços de Manutenção e/ou descobertos durante
elas. Também são excluídas, ainda, quaisquer garantias oferecidas pelas
coberturas adicionais eventualmente contratadas.

Manutenção Simples
Concede cobertura aos construtores e montadores contra quaisquer
danos causados aos bens sob sua responsabilidade, decorrentes da exe-
cução dos trabalhos de acerto, ajuste e verificação realizados durante o
período de manutenção fixado na apólice.

Exemplo
Apólice de OCC/IM

/_________________1__________________/___2___/____3____/
1. período de execução dos serviços conforme projeto (cobertura básica);
2. período de testes;
3. período de manutenção previsto em contrato após o término da obra.
Obs.: essa cláusula garante, exclusivamente, danos materiais decorrentes de acidentes
ocorridos no período 3 e que tenham se originado nesse mesmo período.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 36


UNIDADE 3

Atenção Manutenção Ampla


Além da cobertura concedida pela Manutenção Simples, ou seja, para
Na realidade, a única diferença danos causados pelos empreiteiros segurados no curso das operações
entre a Cláusula de Manutenção realizadas por eles durante o período de manutenção (período 3), esta
Ampla e a de Manutenção cláusula garante os danos descobertos somente nesse mesmo intervalo
Garantia em IM é que esta é mais (período 3), porém estes podem ser resultantes de ocorrência durante o
ampla, pois cobre adicionalmente período de construção ou instalação (períodos 1 e 2).
os danos indiretos causados
por erro de projeto, defeito de
fabricação e de material durante Exemplo
o período da manutenção.
Apólice de OCC/IM
Os danos causados direta ou
indiretamente por incêndio
ou explosão, em qualquer /_________________1__________________/___2___/
hipótese, estarão excluídos ____3____/
das coberturas de Manutenção 1. período de execução dos serviços conforme projeto
(Simples, Ampla e Garantia). (cobertura básica);
2. período de testes;
3. período de manutenção previsto em contrato após o térmi-
no da obra; inclui a descoberta de danos dos períodos 1 e 2.

Atenção
É permitida a contratação da Manutenção Garantia
cobertura de incêndio para A cobertura de Manutenção Garantia engloba, além da cobertura forne-
prédios, de até 90 dias após a cida pela Manutenção Simples e pela Ampla, os danos indiretos conse-
conclusão da obra, desde que quentes de erro de projeto, defeito de fabricação e de material, desde
não sejam eventos decorrentes que sejam de responsabilidade do Segurado por força do contrato de
de quaisquer serviços da obra. venda ou fornecimento, com exclusão dos custos necessários à elimina-
Esta condição foi adotada ção dos próprios erros ou defeitos (danos diretos).
considerando que os Além das garantias ligadas às Manutenções Simples e Ampla, essa cober-
estabelecimentos construídos tura abrange ainda os danos materiais que se manifestem no período de
demoram algum tempo para manutenção (período 3), mas que se tenham originado dentro do período
obter toda a documentação de vigência original da apólice.
necessária para a contratação
de seguro contra incêndio Essa cobertura se aplica somente aos Seguros de Instalação e Monta-
(obrigatório) – seguro gem, sendo obrigatória a contratação da cobertura adicional de Riscos
Compreensivo ou de Riscos do Fabricante. O fabricante deve ser, obrigatoriamente, o montador e
Nomeados e Operacionais. mantenedor do bem segurado.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 37


UNIDADE 3

— Cobertura de Desentulho do Local


Cobertura Adicional para cobrir despesas de remoção de entulho do local
segurado. Esta cobertura garantirá o pagamento de indenização em razão
de despesas de remoção de entulho que forem necessárias à reparação
ou reposição de qualquer objeto danificado em virtude de risco coberto
pela apólice, independentemente do Limite Máximo de Indenização da
Cobertura Básica, mas observado o Limite Máximo de Indenização estabe-
lecido para esta Cobertura Adicional.

A presente Cobertura Adicional deverá estabelecer que, uma vez esgota-


do o seu Limite Máximo de Indenização, o eventual prejuízo restante não
indenizado será abrangido pelo Limite Máximo de Indenização da Cober-
tura Básica até o limite estabelecido nas condições da Cobertura Básica.

No caso da utilização da Cobertura Básica para indenizar as despesas de


remoção de entulho, não se aplica a franquia da Cobertura Básica.

Para fins de apuração de prejuízos, nesta cobertura estarão incluídos o


carregamento, transporte e descarregamento em local adequado.

Entulho é a acumulação de escombros resultantes de partes danificadas


do objeto/interesse segurado, ou de material estranho a este, decorren-
tes de sinistro coberto, como, por exemplo, aluviões de terra, rocha, lama,
água, árvores, plantas e outros detritos.

A remoção do entulho consiste em ações como bombeamento, escavações,


desmontagens, desmantelamentos, raspagens, escoramentos e até a sim-
ples limpeza do entulho acumulado no local segurado.

Local segurado: conjunto de áreas destinadas à execução dos trabalhos de


construção e/ou instalação e montagem, incluindo as áreas de apoio e suporte.

— Cobertura de Equipamentos Móveis


ou Estacionários Utilizados na Obra
Atenção A cobertura de Equipamentos Móveis/Estacionários Utilizados na Obra
visa resguardar, financeiramente, o construtor/montador de danos e ava-
Ficam excluídos dessa rias que possam sofrer os equipamentos de sua propriedade ou sob sua
cobertura quaisquer responsabilidade, envolvidos na execução do projeto segurado. Basica-
defeitos, ou desarranjos mente, são equipamentos que servem única e exclusivamente de apoio à
mecânicos/elétricos obra, nunca incorporados aos bens segurados.
(danos internos dos O segurado contrata um Limite Máximo de Indenização para cobertura e,
equipamentos), sejam se houver o sinistro, ele será obrigado a comprovar que o Equipamento
prévios ou ocorridos sinistrado deu entrada no canteiro de obras antes da ocorrência do sinis-
durante a vigência da tro, por meio de Contrato de Locação, Notas Fiscal de Aquisição e/ou Con-
apólice de seguro trole de Entrada e Saída do canteiro de obras.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 38


UNIDADE 3

— Cobertura de Obras Concluídas


A Cobertura de Obras Concluídas só é aplicável a um complexo segurado,
onde existem setores da obra/montagem que ficam prontos antes dos demais
e passam a servir como apoio temporário ao andamento das obras, não sendo
utilizados, portanto, para a atividade a que se destinam. São exemplos: edifí-
cios industriais que servem provisoriamente de almoxarifado e, por vezes, de
escritório; pontes rolantes, utilizadas para transportar e montar outros equipa-
mentos; subestações de energia elétrica que fornecem energia à obra.

Exemplo
Considere-se uma obra civil de construção de dois galpões industriais (um para maté-
rias-primas e outro para produtos acabados). Os prazos para execução dos serviços
são os seguintes:
1º mês 5º mês 10º mês
/____________1_____________/______________2____________/
1. período de execução do galpão de matérias-primas;
2. período de construção do galpão de produtos acabados.
Após concluído (5o mês), o galpão de matérias-primas passou a ser usado para o armaze-
namento de materiais destinados à construção do galpão de produtos acabados, em vez
de ser utilizado para a atividade a que se destina (armazenamento de matérias-primas).
Assim, a partir do 5º mês, o futuro galpão de matérias-primas deixa de estar garantido
pela cobertura básica, pois já está pronto, e passa a ser garantido pela Cláusula de
Obras Concluídas.

— Cobertura de Riscos do Fabricante


A cobertura de Riscos do Fabricante é exclusiva para a Instalação e Montagem
quando o equipamento segurado quebra por erro de projeto, defeito de fabrica-
ção ou defeito do material, tanto durante a montagem como na fase de testes.

Os prejuízos indenizáveis com a contratação dessa cobertura envolvem


apenas os danos causados pelo bem defeituoso aos outros equipamentos
e demais partes da obra. Em outras palavras, indenizam-se somente os
danos causados a outros bens (danos indiretos) quando originários de erro
de projeto. Ou seja, o item causador do sinistro não tem cobertura, sendo
de responsabilidade exclusiva do fabricante.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 39


UNIDADE 3

— Cobertura de Danos em
Consequência de Erro de Projeto
Essa cobertura adicional não se aplica às máquinas e aos equipa­
Atenção mentos em montagem. A cobertura de Danos em Consequência de Erro
de Projeto é aplicável quando a regulação do sinistro indicar que houve um
Na prática, também é erro de projeto, isto é, se o cálculo do projeto da construção teve anomalias
possível contratar, em alguns que vieram a ocasionar o sinistro.
mercados, uma cobertura para
os danos diretos de Erros de Deve-se contratar essa cobertura adicional para cobrir os gastos causados
Projeto (o chamado ITSELF), indiretamente pelo erro de projeto. O objeto causador do sinistro não tem
que, de forma sucinta, ampara cobertura para a modalidade de Obras Civis em Construção.
o objeto causador dos danos
(no exemplo, a viga), através
da expressão “EP com itself”.
Aplicação prática
Uma determinada viga de sustentação foi mal projetada
(erro de projeto), causando, durante a construção de um
prédio, o desabamento de parte da obra.
A cobertura de Erro de Projeto cobrirá todas as partes
danificadas, com exceção da viga causadora do sinistro.

— Cobertura de
Responsabilidade Civil Geral
A cobertura adicional de Responsabilidade Civil Geral garante aos danos
materiais e corporais causados a terceiros em decorrência dos traba-
lhos pertinentes à obra. Todos os funcionários e bens dos empreiteiros
e s­ubempreiteiros envolvidos na obra não estão abrangidos por essa
cobertura, já que não são considerados terceiros. A seguradora se respon-
sabiliza por indenizações até o limite estabelecido na garantia da apólice.

É, portanto, uma cobertura que garante o reembolso ao segurado das quantias


pelas quais vier a ser responsável civilmente em sentença judicial transitada em
julgado ou em acordo autorizado de modo expresso pela seguradora, relativas
a reclamações por danos corporais (é vedada a previsão de franquia e/ou par-
ticipação obrigatória do segurado quando o reembolso se referir a sinistros
de danos corporais causados a terceiros) e materiais involuntariamente causa-
dos a terceiros, decorrentes da execução do objeto abrangido pela cobertura
básica do seguro e ocorridos durante o prazo de vigência da apólice.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 40


UNIDADE 3

Poderão ser oferecidas:

Cobertura Adicional Cobertura Adicional


Para cobrir os danos morais pelos Que garanta indenização por perdas
quais o segurado seja civilmente financeiras, lucros cessantes, lucros
responsável a pagar, em sentença esperados e quaisquer outras despe-
judicial transitada em julgado sas emergentes pelas quais o segura-
ou em acordo expressamente do seja civilmente responsável a pagar,
autorizado pela Seguradora, em em sentença judicial transitada em
decorrência de eventos garantidos julgado ou em acordo expressamente
pelas coberturas de Responsabili- autorizado pela Seguradora, em decor-
dade Civil. rência de eventos garantidos pelas
coberturas de Responsabilidade Civil.
O critério para a taxação da cobertura leva em consideração os seguintes
parâmetros:

■ A classificação do risco quanto ao afastamento da vizinhança; e


■ O limite de responsabilidade escolhido pelo segurado.
Caso o segurado opte por contratar garantia complementar para danos
causados por serviços e trabalhos de fundações, deverão ser considerados
os tipos de fundações a serem executadas (fundações diretas ou rasas, que
são menos agravadas, ou fundações indiretas ou profundas, que são mais
agravadas em relação à possibilidade de danos à vizinhança).

Também as cortinas atirantadas e paredes diafragma na periferia dos terre-


nos são causadoras de danos à vizinhança.

Outra causa de prejuízos em imóveis vizinhos é o rebaixamento de lençol


freático, muitas vezes necessário para a construção das fundações.

Este trabalho de retirada de uma das camadas geológicas do terreno


(água) pode provocar recalques e afundamentos dos imóveis vizinhos.

Por essa razão, as coberturas de Responsabilidade Civil Geral e Cruzada


com fundações podem prever uma Participação Obrigatória do Segurado
(POS) nos casos de sinistros.

A Garantia de Responsabilidade Civil não prevê cobertura para o previsto


no artigo 618 do Código Civil brasileiro:

“Art. 618. Nos contratos de empreitada de edifícios ou


outras construções consideráveis, o empreiteiro de mate-
riais e execução responderá, durante o prazo irredutível de
cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim
em razão dos materiais, como do solo.

Parágrafo único. Decairá do direito assegurado neste


artigo o dono da obra que não propuser a ação contra o
empreiteiro, nos cento e oitenta dias seguintes ao apareci-
mento do vício ou defeito.”

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 41


UNIDADE 3

Aplicação prática
Uma parede de concreto em construção desaba sobre o muro do prédio vizinho, que
fica danificado. A parede de concreto está amparada pela cobertura básica da apólice,
e o muro do vizinho, pela cobertura de RCG.

VIZINHO
VIZINHO

OBRA

VIZINHO VIZINHOS (TERCEIROS)


COBERTOS PELA GARANTIA DE
RESPONSABILIDADE CIVIL GERAL

— Cobertura de Responsabilidade
Civil Cruzada
A cobertura de Responsabilidade Civil Cruzada se estende aos participan-
tes da apólice: segurado, empreiteiros, subempreiteiros e contratados. É
como se cada um deles tivesse feito uma apólice em separado. Assim,
todos são considerados como terceiros entre si. Essa cobertura tem como
justificativa maior o fato de serem usuais as ocorrências de danos (equipa-
mentos envolvidos na execução do projeto) que os empreiteiros causam e
sofrem durante a obra.

A responsabilidade da seguradora fica limitada ao valor da garantia esta-


belecida na apólice para este tipo de evento.

Essa cobertura é um complemento da cláusula de Responsabilidade Civil


Geral (RCG) e, portanto, não pode ser contratada separadamente.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 42


UNIDADE 3

— Cobertura de Propriedades
Circunvizinhas
Na cobertura de Propriedades Circunvizinhas, os bens de propriedade do
Atenção segurado, preexistentes no canteiro de obras antes do início delas, são
considerados propriedades circunvizinhas e passíveis de cobertura contra
Cuidado para não confundir os danos que possam sofrer em função da obra objeto do seguro.
obras temporárias com
propriedades circunvizinhas. Essa cobertura é, geralmente, utilizada para obras de ampliação, reforma
ou substituição de parte de um complexo já existente. A responsabilidade
Obras temporárias são as da seguradora fica limitada à garantia estabelecida na apólice. Para que
utilizadas como apoio ao seja válida a cobertura, os equipamentos, os bens e as edificações devem
empreendimento segurado satisfazer às seguintes condições:
(sanitários, abrigo de materiais,
refeitórios) e estão garantidas ■ Estar dentro do canteiro de obra;
na cobertura básica, desde que ■ Não fazer parte da obra em execução;
possuam verba discriminada.
São desmontadas após o
■ Pertencer ao segurado de Riscos de Engenharia (proprietário)
término da obra. ou estar sob sua guarda ou responsabilidade;
■ Não estar abrangidos pela cobertura adicional de Responsabili-
dade Civil ou Equipamentos Móveis/Estacionários da apólice de
Riscos de Engenharia; e
■ Estar prontos ou em funcionamento antes do início da obra.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 43


UNIDADE 3

Aplicação prática
Um grande shopping do Rio, já em funcionamento, será ampliado com a construção
de novas dependências. As partes que se encontram em funcionamento e dentro do
canteiro (2) terão cobertura pela Cláusula de Propriedades Circunvizinhas, e a obra de
ampliação (3), pela cobertura básica do seguro.

VIZINHOS

AMPLIAÇÃO
SHOPPING
EXISTENTE

Vizinhos (terceiros): cobertos pela garantia de Responsabilidade Civil Geral.


Parte do imóvel existente dentro do canteiro: amparada por Propriedades Circunvizinhas.
Ampliação: coberta pela garantia básica.

Lembre-se
Propriedades circunvizinhas são aquelas que estão no interior do local onde
se realiza a obra e pertencem ao mesmo proprietário.

— Cobertura de Afretamento
de Aeronaves
Essa cobertura, como as Despesas Extraordinárias, complementa a
garantia de indenização para as despesas adicionais de fretes em aero-
naves (voos regulares em geral), necessárias em decorrência de sinistros
cobertos pela apólice, e limitada ao espaço aéreo nacional. Fixados um

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 44


UNIDADE 3

limite de garantia e o local, a seguradora se responsabiliza pelo custo do


transporte aéreo até esse limite especificado, não excluída a franquia ou
participação obrigatória do segurado, com 20% do valor de cada frete
aéreo utilizado.

Essa cobertura somente poderá ser contratada para Instalações e Montagens.

— Honorários de Peritos
Esta cobertura garante, em conformidade com o que estiver expresso na
apólice, as quantias despendidas pelo segurado, com honorários de ser-
viços profissionais prestados por arquitetos, engenheiros, peritos, comis-
sários, consultores, COM EXCEÇÃO DE ADVOGADOS, necessárias e
devidamente incorridas para a análise e investigação da causa, natureza e
extensão dos danos garantidos por este contrato.

A fixação dos honorários deverá ser feita em consonância com os valores


usualmente praticados no mercado e na especialidade em questão, com
anuência e concordância expressa da Seguradora.

— Cobertura Adicional de Incêndio


Após Entrega da Obra (Período
de Cobertura de até 90 dias)
Cobertura destinada a “Prédio e Conteúdo”, dos objetos segurados contra-
tados, durante um prazo de até 90 (noventa) dias após a entrega da obra,
desde que apenas em caso de Incêndio, e que tal sinistro não seja, em
hipótese alguma, originado ou decorrente de nenhum tipo de serviço de
construção, instalação e montagem da obra.

— Cobertura de Obras Temporárias


Esta cobertura garante, até o Limite Máximo de Indenização, os danos
materiais de origem súbita e imprevista causados às obras temporárias
(estruturas, barracões, andaimes, entre outros), utilizadas no local de risco
especificado na apólice.

— Cobertura de Responsabilidade
Civil Empregador
A seguradora garantirá por esta Cobertura Adicional o reembolso ao segu-
rado, até o Limite Máximo de Indenização, das quantias pelas quais vier
a ser responsável civilmente em sentença judicial transitada em julgado

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 45


UNIDADE 3

ou em acordo autorizado de modo expresso pela seguradora, por danos


corporais sofridos por seus empregados ou prepostos, quando compro-
vadamente a serviço do segurado e exclusivamente no canteiro de obras
identificado como local segurado na especificação desta apólice, devendo
ser observado que a presente cobertura:

■ Abrange apenas danos que resultem em morte ou invalidez perma-


nente do empregado, resultante de acidente súbito e inesperado; e
■ Garantirá ao segurado a indenização correspondente à sua res-
ponsabilidade no evento, independentemente do pagamento,
pela Previdência Social, das prestações por acidente de trabalho
previstas na Lei 8.213, de 24/07/1991.

Riscos Excluídos:

A presente cobertura não garante quaisquer prejuízos, ônus, perdas, danos,


avarias ou responsabilidades de qualquer natureza, causados direta ou
indiretamente por, resultantes de ou para os quais tenham contribuído:

■ Dano moral e danos punitivos ou exemplares;


■ Danos estéticos de qualquer natureza, ainda que decorrentes de
eventos garantidos por esta cobertura;
■ Danos genéticos ou causados por infecção hospitalar, asbestos,
talco asbestiforme, diethilstibestrol, dioxina, ureia, formaldeído,
vacina para gripe suína, dispositivo intrauterino (DIU), contracepti-
vo oral e fumo ou derivados, bem como os resultantes de hepatite
B ou síndrome de deficiência imunológica adquirida (“AIDS”);
■ Danos relacionados com a circulação de veículos licenciados de
propriedade do estabelecimento, fora dos locais ocupados pelo
mesmo;
■ Indenizações, multas ou despesas de qualquer natureza, relativas
a ações ou processos trabalhistas, criminais ou relacionadas ao
direito de família;
■ Reclamações decorrentes de ações de regresso contra o segura-
do, promovidas pela Previdência Social;
■ Reclamações relacionadas com doença profissional, doença do
trabalho ou similar; e
■ Reclamações resultantes do descumprimento das Normas Regu-
lamentadoras de Saúde e de Segurança do Ministério do Traba-
lho e Emprego, das obrigações trabalhistas relativas à seguridade
social, dos seguros de acidentes de trabalho, dos pagamentos de
salários e similares.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 46


FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 3

Marque a alternativa correta


1. A cobertura adicional de Responsabilidade Civil Geral em OCC/IM cobre
danos:

(a) A terceiros, somente decorrentes dos testes.


(b) A terceiros, somente decorrentes de riscos do fabricante.
(c) À própria obra civil.
(d) Corporais e materiais a terceiros, decorrentes dos serviços de obras
civis e de instalação e montagem.
(e) Aos equipamentos que foram montados e já estão prontos.

Analise as proposições a seguir e depois marque a alternativa correta

2. No Seguro de Riscos de Engenharia envolvendo somente Instalação e


Montagem, a cobertura adicional de Manutenção Garantia engloba perdas
e danos indiretos, durante o período de manutenção, decorrentes de:

I) Riscos do fabricante.
II) Defeitos de montagem.
III) Erros durante as operações de manutenção.

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente II é proposição verdadeira.
(b) Somente III é proposição verdadeira.
(c) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(d) Somente II e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II e III são proposições verdadeiras.

3. No Seguro de Riscos de Engenharia, são consideradas propriedades


circunvizinhas as:

I) Propriedades do segurado que estejam em fase de construção.


II) Propriedades do segurado prontas, quando do início do seguro, e
localizadas dentro do canteiro de obras.
III) Propriedades de terceiros próximas ao canteiro de obras.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 47


FIXANDO CONCEITOS

Agora assinale a alternativa correta:


(a) Somente I é proposição verdadeira.
(b) Somente II é proposição verdadeira.
(c) Somente III é proposição verdadeira.
(d) Somente I e III são proposições verdadeiras.
(e) I, II e III são proposições verdadeiras.

Marque a alternativa correta


4. A cobertura adicional de Riscos de Engenharia, que não pode ser con-
tratada para Instalação e Montagem, é a de:

(a) Responsabilidade Civil Cruzada.


(b) Danos Consequentes de Erro de Projeto.
(c) Manutenção Garantia.
(d) Desentulho do Local.
(e) Tumultos.

5. A cobertura adicional de Riscos do Fabricante tem como objetivo cobrir


danos:

(a) Da natureza, durante o período de testes.


(b) A equipamentos de terceiros.
(c) Diretos, de incêndio e raio.
(d) Indiretos, de erro de projeto, defeito de fabricação e defeito de material.
(e) A projetos, plantas e moldes.

6. Com relação à cobertura adicional de Afretamento de Aeronaves, é cor-


reto afirmar que:

(a) Só pode ser contratada por segurados quando for impossível o


transporte rodoviário.
(b) Complementa a cobertura básica para Instalação e Montagem (IM)
para eventual necessidade do uso do frete aéreo em decorrência
de sinistros cobertos pela apólice.
(c) Pode ser contratada após o sinistro.
(d) Não está disponível ao espaço aéreo nacional.
(e) Não existe um limite especificado na apólice para as despesas de
afretamento de aeronaves.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 48


FIXANDO CONCEITOS

Marque a alternativa que preencha corretamente a(s) lacuna(s)


7. Na cobertura adicional de Afretamento de Aeronaves, o segurado parti-
cipará do valor de cada afretamento com:

(a) 5%
(b) 10%
(c) 15%
(d) 20%
(e) 50%

Marque a alternativa correta


8. Na cobertura adicional de Obras Concluídas está(ão) coberta(s):

(a) Quaisquer partes da obra em execução.


(b) Partes das obras que já se encontram em funcionamento.
(c) Partes das obras que ficaram prontas e servem de apoio à obra.
(d) Partes das obras que não ficaram prontas e servem de apoio à obra.
(e) A obra, de um modo geral.

9. As coberturas adicionais para OCC/IM podem ser contratadas:

(a) Aleatoriamente e sem qualquer restrição.


(b) Sem cobrança de prêmio adicional.
(c) Com cobrança de prêmio adicional no início de vigência.
(d) Sem o pedido específico do segurado/corretor.
(e) Com cobrança de prêmio e após o período de testes.

10. A cobertura adicional de Manutenção Garantia:

(a) Cobre qualquer dano à obra.


(b) Cobre quaisquer danos diretos de erro de projeto.
(c) Só pode ser contratada para Instalação e Montagem.
(d) Cobre riscos de qualquer natureza.
(e) Cobre Responsabilidade Civil Geral e Cruzada durante o período de
manutenção.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 49


04
SINISTRO
UNIDADE 4

Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de: TÓPICOS
DESTA UNIDADE
■ Entender o processo envolvido na inspeção,
regulação e liquidação de sinistros, que ⊲ NOÇÕES DE REGULAÇÃO E
permitirão o perfeito cumprimento das LIQUIDAÇÃO DE SINISTROS
condições contratadas pela apólice de seguro,
viabilizando o possível valor de indenização ⊲ FIXANDO CONCEITOS 4
em decorrência de riscos cobertos.
⊲ ESTUDOS DE CASO

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 50


UNIDADE 4

NOÇÕES DE REGULAÇÃO E
LIQUIDAÇÃO DE SINISTROS
Talvez este seja o mais importante tema para uma completa eficiência do
corretor de seguros, desde sua assessoria e venda do produto. A impor-
tância do corretor nesta fase definirá sua atuação e sucesso num mercado
tão competitivo quanto o da corretagem de seguros.

Ocorrendo qualquer um dos eventos garantidos pelas coberturas contrata-


das, o segurado, por meio de aviso de sinistro, deverá comunicar o sinistro à
seguradora, tão logo dele tenha conhecimento, devendo tomar imediatamen-
te todas as providências ao seu alcance para minorar as suas consequências.

Para ter direito à indenização, o Segurado deverá provar satisfatoriamente


a ocorrência do sinistro, bem como entregar a documentação necessária
para que a seguradora faça a Regulação do Sinistro. Abaixo a relação de
alguns documentos básicos que deverão ser solicitados pela seguradora:

1. Carta comunicando formalmente o sinistro, com data da ocorrên-


cia, descrição detalhada da ocorrência, inclusive dos bens sinistra-
dos, prejuízos causados pelo evento, e informação sobre a apólice
que se pretende acionar;
2. Orçamento (no mínimo três) para o reparo ou reposição dos bens
danificados no sinistro.
3. Certidão de Ocorrência Policial;
4. Laudo Pericial da Polícia Técnica;
5. Certidão do Corpo de Bombeiros;
6. Contrato Social;
7. Certidão do Serviço de Meteorologia;

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 51


UNIDADE 4

8. Projetos;
9. Manuais Técnicos de Equipamentos;
10. Contrato da obra, serviço e/ou instalação e montagem;
11. Memorial descritivo da Obra;
12. Documentação atinente ao licenciamento da obra (órgãos ambien-
tais, Prefeitura, CONFEA/CREA, etc.);
13. Relação das subcontratadas e cópias dos respectivos contratos;
14. Cronograma físico e financeiro do objeto segurado (obra);
15. Controle de Ativo Fixo (relação de equipamentos a serem empre-
gados);
16. Controle de entrada e saída de materiais (almoxarifado da obra);
17. Diário de Obra (bem como outros registros e apontamentos);
18. Relatórios de sondagens de terreno, levantamentos topográficos,
etc. (elementos técnicos de subsídio ao projeto);
19. Pareceres e/ou relatórios de estudos e/ou ensaios realizados por
consultores contratados pelo Segurado;
20. Relatórios de inspeções de levantamento da circunvizinhança
(verificação de estado e preexistência de danos) realizados antes
do início da obra; e
Dentre outros eventualmente necessários.

Faz parte do papel do corretor auxiliar o segurado na organização da docu-


mentação necessária até a entrega para seguradora, de modo que facilite
o trabalho de apuração e entendimento dos documentos para agilizar a
etapa de regulação de sinistro.

A etapa da regulação de sinistros ocorrerá após a apuração dos danos rea-


lizada por vistoria, com ou sem perícia técnica, em que serão verificadas
a causa, a natureza e a extensão dos prejuízos, por meio da avaliação de
toda documentação fornecida pelo segurado.

Na etapa da regulação, ficarão definidos os valores a indenizar, quando


o sinistro estiver acobertado pela apólice de Seguro, e os respectivos
beneficiários.

Os pagamentos de indenização de sinistros ocorrem na etapa seguinte,


que é denominada “liquidação do sinistro”.

Após o pagamento da indenização, a seguradora solicitará a respectiva recu-


peração de resseguro, quando esta for devida. Valerá como comprovante o
recibo de indenização assinado pelo segurado ou beneficiário, ou, ainda,
uma declaração da seguradora de que efetuou o respectivo pagamento.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 52


UNIDADE 4

A liquidação dos sinistros será feita num prazo não superior a trinta dias,
contados a partir do cumprimento de todas as exigências feitas ao segurado.

A contagem do prazo é suspensa quando, no caso de dúvida fundada e


justificável, forem solicitados novos documentos e reiniciada a partir do
cumprimento das exigências.

Caso a liquidação do sinistro ocorra após o prazo de 30 dias da entrega


do último documento à seguradora, o segurado faz jus a juros e correção
monetária, conforme previsto nas condições gerais do seguro e normati-
vos da SUSEP.

Os procedimentos para a liquidação de sinistros devem ser claramente


informados na apólice, com especificação dos documentos básicos neces-
sários a serem apresentados para cada tipo de cobertura.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 53


FIXANDO CONCEITOS

FIXANDO CONCEITOS 4

Marque a alternativa que preencha corretamente a(s) lacuna(s)


1. A_________ dos sinistros será feita num prazo não superior a ________
dias, contados a partir do cumprimento de todas as exigências feitas ao
segurado.

(a) Liquidação / 15 (quinze).


(b) Regulação / 30 (trinta).
(c) Liquidação / 20 (vinte).
(d) Liquidação / 30 (trinta).
(e) Regulação / 20 (vinte).

Marque a alternativa correta


2. A partir do cumprimento de todas as exigências feitas ao segurado com
relação a informações e documentações, a liquidação dos sinistros deverá
ser feita num prazo não superior a:

(a) 10 dias.
(b) 15 dias.
(c) 30 dias.
(d) 45 dias.
(e) 60 dias.

3. Em caso de sinistro há o processo de apuração da causa e dos valo-


res, bem como, o processo para o pagamento da indenização contratual
­devida ao segurado. Esses processos são chamados respectivamente de:

(a) Liquidação e pagamento de sinistros.


(b) Apuração e regulação de riscos.
(c) Confirmação e constatação de danos.
(d) Inspeção e apuração de riscos.
(e) Regulação e liquidação de sinistros.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 54


ESTUDOS DE CASO

ESTUDOS DE CASO

Caso 1
A empresa XYZ contratou a ZL Instalações Industriais Ltda. para a ela-
boração de projetos e instalação de uma usina de álcool. O seguro foi
contratado na carteira de Riscos de Engenharia, modalidade Obras Civis
em Construção/Instalação e Montagem, com cláusulas adicionais de Ris-
cos do Fabricante, Responsabilidade Civil Geral e Cruzada, e Despesas
Extraordinárias. O prazo foi de 15 meses para a montagem e de dois
meses para os testes.

Durante a fase de testes, um eixo da moenda (equipamento para moer a


cana-de-açúcar) se rompeu, danificando todo o conjunto de moendas.

Após a análise do acidente, constatou-se que houve defeito de material


no eixo.

Pergunta-se:

1. Esse acidente está coberto pela cobertura básica?

2. Esse acidente está amparado por alguma cobertura adicional daquelas


contratadas?

3. O eixo estará coberto por qualquer das coberturas existentes?

4. O acidente provocou um atraso no cronograma da obra, que prevê


uma multa vultosa. O seguro contratado prevê alguma forma de minimi-
zar esse efeito?

Caso 2
Após a concretagem dos pilares do subsolo de um conjunto de três edifí-
cios, que teriam subsolo comum, o qual seria destinado ao estacionamento
dos veículos dos condôminos, verificou-se a existência de várias trincas
nesses pilares, indicando erro no projeto. A solução encontrada foi efetuar
a contenção dos pilares para então, em seguida, efetuar um novo jatea-
mento de reforço com concreto, que, dessa forma, aumentaria as seções e
suportaria os esforços na garagem. O seguro foi contratado na carteira de
Riscos de Engenharia, modalidade de OCC/IM, com cláusulas adicionais
de Danos Consequentes de Erro de Projeto, Responsabilidade Civil Geral
e Cruzada, e Despesas Extraordinárias.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 55


ESTUDOS DE CASO

Pergunta-se:

1. Esse evento está coberto pela cobertura básica?

2. Esse evento está amparado por alguma cobertura adicional daquelas


existentes na modalidade?

3. Os pilares substituídos estarão cobertos?

4. O acidente provocou um atraso no cronograma da obra, o que acarreta


uma multa vultosa. O seguro contratado prevê alguma forma de minimizar
esse efeito?

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 56


ANEXO

ANEXO

— Definições importantes
Aviso de Sinistro
É comunicação da ocorrência de um sinistro, que o segurado deverá enca-
minhar à seguradora assim que tenha conhecimento do evento.

Canteiro de Obra
Área delimitada pelo terreno designada à edificação/montagem efetiva do
objeto do seguro. Estão excluídos: calçadas, sarjetas, logradouros que lhe
dão acesso ou circundam.

Caso Fortuito/Força Maior


É o acontecimento imprevisto, independente da vontade humana, cujos
efeitos não são possíveis de evitar ou impedir.

Exemplo: tempestade, furação, inundação, queda de raio, roubo com utili-


zação de arma entre outros.

Cobertura a Primeiro Risco Absoluto


A cobertura a Primeiro Risco Absoluto é aquela em que o segurador res-
ponde integralmente pelos prejuízos, até o montante da importância segu-
rada, não se aplicando, em qualquer hipótese, cláusula de rateio.

Não há a exigência de que o LMI seja igual ao VR.

O segurado pode, no caso, fazer sua própria avaliação e estimar qual o


dano máximo provável a que seus bens estão expostos. Em função disso,
estabelece sua importância segurada.

Retomando o exemplo daquele bem segurado em que tínhamos:

Valor em risco = R$ 100.000,00


Importância segurada = R$ 80.000,00
Prejuízos = R$ 50.000,00

A indenização, no caso de a cobertura ter sido contratada a Primeiro Risco


Absoluto, seria paga pelo total dos prejuízos, ou seja, R$ 50.000,00, já que
o LMI é suficiente para cobri-los.

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ANEXO

Nos seguros caracterizados por perdas parciais, a adoção da cobertura


a Primeiro Risco Absoluto significa considerável aumento do montante
de indenizações a cargo do segurador, em comparação com a cobertu-
ra a Risco Total. Essa constatação obviamente determina, até mesmo por
razões técnicas, a adoção de taxas de contratação mais elevadas.

Cobertura a Primeiro Risco Relativo


Na cobertura a Primeiro Risco Relativo, também não há necessidade de o
LMI ser igual ao VR. Porém, é necessária a declaração do VR na apólice.

Se, no entanto, por ocasião de eventual sinistro, ficar constatado que o VR


é superior àquele declarado, a indenização será reduzida na proporção da
diferença entre o prêmio pago e aquele que seria efetivamente devido.

Ou seja:

Prejuízos × Prêmio Pago


Indenização =
Prêmio Devido
ou

Prejuízos × Valor em Risco Declarado


Indenização =
Valor em Risco Apurado

O seguro a Primeiro Risco Relativo já é utilizado nos produtos criados pelas seguradoras.

Cobertura a Risco Total


Na cobertura a Risco Total, o LMI deve ser igual ao valor em risco LMI ≥ VR.

Nas avaliações atuariais, esse pressuposto é considerado para a determi-


nação das taxas a serem adotadas.

Na hipótese constatada de que tal regra não foi devidamente observada,


justifica-se a aplicação do rateio para a manutenção do adequado equilí-
brio e funcionamento da cobertura.

A cláusula de rateio dispõe que:

Sempre que o LMI for menor do que o valor em risco, o segurado será
considerado segurador da diferença e, em caso de sinistro, aplicar-se-á
o rateio percentual entre eles, salvo na hipótese de perda total, quando a
indenização será igual a 100% da importância segurada.

Por exemplo: se o LMI contratada for de 80% do respectivo VR, esse mes-
mo percentual será aplicado aos prejuízos apurados, a fim de determinar a
indenização a ser paga pela seguradora, em caso de sinistro.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 58


ANEXO

Em números: o valor em risco de um bem é de R$ 100.000,00 e o seguro


foi contratado com uma importância segurada de R$ 80.000,00 (80% do
VR). No caso de haver um sinistro acarretando prejuízos de R$ 50.000,00,
a indenização a ser paga será assim calculada:

80.000,00 × 50.000,00
I=
100.000,00

I = 40.000,00 (ou 80% de 50.000,00)

A indenização será, portanto, de R$ 40.000,00, e não de 50.000,00 (valor


do prejuízo), cabendo ao segurado arcar com os R$ 10.000,00 restantes,
que correspondem aos 20% do VR para os quais ele não contratou seguro.

Observa-se que o rateio, ou participação proporcional nos prejuízos, é


aplicado mesmo que o LMI seja superior aos prejuízos, como no exemplo
apresentado.

Sempre que o LMI for inferior ao valor em risco (VR), a indenização (I) dos
prejuízos (P) será calculada por:

LMI × P
I=
VR

Contratação
São três as formas básicas de contratação da importância segurada: cober-
tura a Risco Total, cobertura a Primeiro Risco Absoluto e cobertura a
Primeiro Risco Relativo.

A nomenclatura de Primeiro Risco Absoluto e Primeiro Risco Relativo


justifica-se por existir a possibilidade de contratação de seguro a Segundo
Risco, Terceiro Risco, entre outros, embora raramente utilizada.

O seguro com cobertura a Segundo, Terceiro, “N” Risco tem sua con-
tratação subordinada a limites, a partir dos quais passa a funcionar, e não
apresenta qualquer importância para o caso específico das coberturas de
Riscos de Engenharia.

Aqui, importa o diferencial entre Primeiro Risco e Risco Total.

Cronograma Físico-Financeiro
Representação gráfica do desenvolvimento dos serviços a serem execu-
tados ao longo do tempo de duração da obra, demonstrando, em cada
período, o percentual físico a ser executado e o respectivo valor financeiro
despendido.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 59


ANEXO

Ficha de Informações
Documento que acompanha a proposta de seguro, do qual constam outros
dados relevantes à análise do risco e ao qual estão anexos documentos
inerentes ao empreendimento que dá origem à contratação do seguro.

A forma de contratação da importância segurada deverá ser especificada:


Primeiro Risco Absoluto, Primeiro Risco Relativo ou Risco Total.

Limite Máximo de Indenização


É o Limite fixado nos contratos de seguro, por cobertura, que representa
o valor máximo que a seguradora suportará em um risco determinado.
Esses valores são descritos na especificação da apólice e representarão a
responsabilidade máxima por sinistro a cargo da seguradora. O ­segurado
não poderá alegar excesso de Limite Máximo de Indenização em uma
cobertura para compensar eventual insuficiência de outra.

A formas de contratação do LMI podem ser: Primeiro Risco Absoluto, Pri-


meiro Risco Relativo ou Risco Total, de acordo com o especificado nas
Condições Contratuais do Seguro.

Liquidação de Sinistros
É o pagamento da indenização propriamente dita, que é devida ao segura-
do após a apuração dos prejuízos e a verificação da cobertura pela regu-
lação do sinistro.

Lucros Cessantes
São perdas financeiras decorrentes de acidentes aos quais estão sujeitos
os bens do segurado, e que, por isso, podem causar perturbações no seu
giro ou movimento de negócios.

Perda Máxima Possível (PMP)


É a maior perda que pode ser esperada como consequência de um único
evento coberto pela apólice, levando-se em consideração a inoperabilida-
de do sistema de proteção e prevenção de riscos e a ineficácia e ineficiên-
cia dos serviços públicos de combate a incêndio.

Prejuízo
É o valor que representa as perdas sofridas pelo segurado em um
determinado sinistro.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 60


ANEXO

Rateio
Condição contratual segundo a qual o segurado participa de uma parcela
dos prejuízos indenizáveis, naqueles casos em que o valor em risco decla-
rado pelo segurado, quando da contratação do seguro, for inferior ao valor
em risco das coisas seguradas apurado na data do sinistro.

Regulação de Sinistros
É a primeira fase de apuração de um sinistro, que consiste na elaboração
de relatório com a apuração dos danos realmente sofridos pelo segurado
se o evento estiver previsto e coberto no contrato de seguro; procedimen-
to para estabelecer a causa do sinistro, verificar se este tem enquadramen-
to ou não na cobertura da apólice e a determinação do valor do prejuízo a
ser indenizado.

Salvados
São os objetos que se consegue resgatar de um sinistro e que ainda pos-
suem valor econômico. Assim são considerados tanto os bens que tenham
ficado em perfeito estado como os parcialmente danificados pelos efeitos
do sinistro.

Valor em Risco
O valor em risco (VR) é o valor total de novo ou reposição dos bens segu-
rados imediatamente antes da ocorrência do sinistro.

O valor em risco divide-se em: valor em risco atual (VA) e o valor em risco
de novo (VN).

Valor atual de um bem é o seu valor de reposição, ou seja, o quanto custa-


ria, no dia e local do sinistro, substituí-lo por outro equivalente, com a mes-
ma depreciação por uso, idade e estado de conservação e obsolescência
daquele que fora sinistrado.

Valor de novo é o valor de um bem em estado de novo, enquanto ainda


não entrou em uso e, portanto, não sofreu depreciação.

SEGUROS DE RISCOS DE ENGENHARIA 61


GABARITO

GABARITO

Fixando Conceitos
UNIDADE 1 UNIDADE 2 UNIDADE 3 UNIDADE 4

1–A 1–A 1–D 1–D

2–C 2–C 2–E 2–C

3–C 3–B 3–B 3–E

4–B 4–C 4–B

5–A 5–D 5–D

6–B 6–A 6–B

7–D 7–A 7–D

8–E 8–D 8–C

9–B 9–C 9–C

10 – E 10 – C

11 – C

12 – B

13 – C

14 – D

15 – B

16 – E

17 – B

Estudos de Caso
Caso 1
1. Não.
2. Sim, pela Cobertura Adicional de Riscos do Fabricante contratada.
3. Não.
4. Sim, se a Cobertura Adicional de Despesas Extraordinárias for contratada.
Caso 2
1. Não, porque se trata de erro de projeto.
2. Não, porque não houve acidente ou danos indiretos.
3. Não, porque não houve acidente ou danos indiretos.
4. Não, porque não houve acidente.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros de
riscos de engenharia. Assessoria técnica de Nelson Flores Duarte. 16. ed.
Rio de Janeiro: Funenseg, 2015. 114 p.

Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros de


riscos de engenharia. Assessoria técnica de Nelson Flores Duarte. 17. ed.
Rio de Janeiro: Funenseg, 2016. 84 p.

Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Seguros de


riscos de engenharia. Assessoria técnica de Geraldo José Ferreira da Sil-
va Júnior. 18. ed. Rio de Janeiro: Funenseg, 2017. 72 p.

Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico. Riscos e


ramos diversos. Assessoria técnica de Eduardo de Almeida Gama. 6. ed.
Rio de Janeiro: Funenseg, 2017. 152 p.

Circular SUSEP nº 620, de 29 de dezembro de 2020 - Dispõe sobre regras


e os critérios para operação de seguros do grupo patrimonial.

Circular SUSEP nº 621, de 12 de fevereiro de 2021 - Dispõe sobre regras


de funcionamento e os critérios para operação das coberturas dos segu-
ros de danos.

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